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Direito Tributário - LFG EO XIX

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INTRODUÇÃO AO DIREITO TRIBUTÁRIO:[2: 	 1ª aula (21 de julho de 2015). Alessandro Spilborghs.]
1.1. Objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil (art. 3º, CF): são objetivos que devem ser buscados pelos entes federados (União, Estados, DF e Municípios). CONS GA ERRA RE PRO. 
O que o ente federado precisa para alcançar esses objetivos? Ele precisa, basicamente, de RECEITA ($$$ = recursos), DESPENSA (investir, saber o que fazer com esses recursos) e GESTÃO (administrar esses recursos).
GESTÃO e DESPESA são temas estudados pelo direito financeiro. O objetivo é o estudo da RECEITA.
#SELIGA: receita divide-se em originárias e derivadas.
Originária: é aquela que advém da exploração de bens públicos. Exemplo: aluguel de quadra de esportes que pertence ao Município ou pagamento de preços públicos.
Derivados: são aquelas que decorrem do poder coercitivo (representa a cobrança de uma prestação pecuniária compulsória). Exemplo: cobrança de tributos (o poder público pode obrigar o pagamento em decorrência do princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse particular).
#EMRESUMO: o direito tributário se manifesta pelos objetivos do art. 3º da CF, por meio da RECEITA derivada, pois a receita originária diz respeito ao direito financeiro.
SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL (STN):
2.1. Introdução: é um tema fixado pela Constituição Federal, nos artigos 145 a 162.
2.2. Temas: são basicamente três grandes temas previstos na CF (no Sistema Tributário Nacional), sendo eles:
Poder de Tributar.
Limitações ao Poder de Tributar: princípios e imunidades.
Regras sobre Repartição de Receitas.
#SELIGA: limitações ao poder de tributar, pois são subdivididas em duas, (i) princípios e (ii) imunidades.
#EMRESUMO: o sistema nacional tributário discorre sobre o Poder de Tributar (arts. 153/154 = União; art. 155 = Estados e DF; art.156 = Municípios), limitação ao Poder de Tributar (arts. 150 a 152) e regras sobre Repartição de Receitas (arts. 157 ao 162).
IMUNIDADES:
3.1. Conceito: as imunidades são regras do direito tributário de não incidência constitucionalmente qualificadas de tributos.
#SELIGA: imunidade é ≠ de isenção. Em ambas os tributos não são pagos. As imunidades são previstas na CF, enquanto que as isenções são instituídas por meio de lei. 
A principal diferença é a vinculação do mesmo. Se pela CF, será imunidade, enquanto que se por lei, será isenção.
CUIDADO: arts. 195, § 7º (isentas de contribuições sociais) e 184, § 5º (isentas para fins de reforma agrária), CF = na verdade é imunidade, NÃO SÃO ISENÇÕES. Esse entendimento foi confirmado pelo STF (ele admite que esses benefícios representam verdadeiras imunidades).
#EMRESUMO: imunidades são regras limitadas ao poder de tributar e definidas pela CF, o que é diferente das isenções, pois estas são formas de exclusão do crédito tributário, cuja previsão se encontra em lei.
3.2. Classificação das imunidades:
Imunidades específicas: afasta apenas um imposto federal, ou estadual, ou ainda municipal. Exemplos: 
Municipal: art. 156, § 2º, inciso I, CF = imunidade que afasta o ITBI (imposto sobre transmissão de bens imóveis). A CF trás hipóteses em que o imóvel é transmitido sem incidência do referido imposto. Não incide o ITBI quando:
Para integralização do capital social;
Em razão de cisão/fusão/incorporação.
Quando ocorre a extinção da Pessoa Jurídica.
OBS.: em operações societárias.
CUIDADO: embora, por regra, nas operações societárias não incide o ITBI, existe um caso excepcional, quando a empresa adquirente tiver como atividade preponderante o ramo imobiliário (art. 156, § 2º, inciso I, “parte final”, CF).
Estadual: art. 155, § 2º, inciso X, CF = imunidade que afasta o ICMS, quando:
Exportação;
Operações interestaduais de combustíveis (quaisquer derivados de petróleo) e energia elétrica;
Sobre o ouro (ativo financeiro ou instrumento cambial);
Canais de Rádio e TV cuja recepção seja livre e gratuita.
#SELIGA: canais de televisão aberta (recepção livre e gratuita que não incide o ICMS) e fechada (não é livre e nem gratuita, e será cabível o pagamento de ICMS).
Federal: art. 153, inciso II, § 4º, CF = imunidade que afasta o ITR (imposto territorial rural), quando:
Quando o imóvel for único, bem como de pequena gleba rural (art. 2º, Lei 9.393/96).
Imunidades genéricas: afasta a incidência de TODOS OS IMPOSTOS independentemente do âmbito da federação. Apenas impostos, sendo que taxas e empréstimos compulsórios são cobrados normalmente.
Quais são as imunidades genéricas? Art. 150, inciso VI, CF, são cinco imunidades, sendo elas (qualquer uma delas afastam a incidência de impostos):
Recíproca: art. 150, inciso VI, “a”, CF = de acordo com essa imunidade, é vedada à U/E/DF/M cobrar impostos uns dos outros (os entes federados não se sujeitam à cobrança de impostos).
Não incidem impostos sobre patrimônio, rendas, serviços dos entes federados.
#SELIGA: art. 150, § 2º, CF = a imunidade recíproca é extensiva às autarquias e fundações, desta maneira também não incidem impostos sobre as atividades vinculadas às finalidades essenciais das autarquias e fundações.
CUIDADO: segundo o STF a imunidade recíproca é extensiva também às empresas públicas e sociedades de economia mista (pacificado na jurisprudência, não possui previsão na CF).
Exemplo: Correios e Casa da Moeda do Brasil também goza de imunidade.
OBS.: nem todas as empresas públicas ou sociedades de economia mista estão imunes. Exemplo: Petrobras, CEF (pois objetivam o lucro).
#EMRESUMO: imunidade recíproca estará imune a U/E/DF/M, bem como autarquias e fundações, além de empresas públicas e sociedade de economia mista (quando não visem o lucro).
Religiosa: art. 150, inciso VI, “b”, CF = é vedado à U/E/DF/M cobrarem impostos sobre templos de qualquer culto.
#SELIGA: art. 150, § 4º, CF = é extensiva às atividades relacionadas às finalidades essenciais do templo (alcança inclusive aquelas relacionadas, como no caso de imóvel para estacionamento de uma igreja, da qual terá imunidade ao pagamento de impostos).
Condicional: art. 150, inciso VI, “c”, CF = é vedado à U/E/DF/M cobrar impostos sobre:
Partidos políticos e suas fundações: independentemente da situação do partido, nenhum paga impostos.
Sindicatos dos trabalhadores: patronais não estão imunes.
Entidades de assistência social: desde que sem fins lucrativos. 
Entidades educacionais: desde que sem fins lucrativos.
#SELIGA 1: art. 150, inciso VI, “c” = as imunidades condicional só está assegurada desde que sejam observados os requisitos estabelecidos em lei (pelo CTN). São requisitos (art. 14, CTN): 
Não pode distribuir lucro.
O dinheiro deve ser aplicado integralmente no país.
É preciso manter os livros contábeis regularizados.
#SELIGA 2: (súmula 724, STF) = quando essas pessoas do art. 150, inciso VI, “c”, CF, alugarem um imóvel a terceiros, este bem permanecerá imune ao IPTU desde que o dinheiro seja revertido as finalidades essenciais.[3: 	 Súmula 724 STF. Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, “C”, da CF/88, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades.]
CUIDADO: entidade de assistência social sem fins lucrativos estão imunes a impostos (art. 150, inciso VI, “c”). Porém esse tipo de entidade está também imune a contribuições sociais (art. 195, § 7º, CF).
Imprensa: art. 150, inciso VI, “d”, CF = é vedado à U/E/DF/M cobrar impostos sobre:
Livros: qualquer tipo de livro.
Jornais: seja de grande ou pequena circulação.
Periódicos;
Sobre o papel destinado a sua impressão: desde que destinado aos livros, jornais e periódicos.
#SELIGA: o serviço de entrega em domicílio de jornais e periódicos também está imune? NÃO tem imunidade. Segundo o STF, esse serviço é tributado pelo ISS.
Musical: art. 150, inciso VI, “e”, CF (EC 75/2013) =segundo a redação, é vedado à U/E/DF/M cobrar impostos sobre:
(i) Fonograma (CD) e videofonograma (DVD) produzidos no Brasil, ou seja, nacionais;
(ii) Ou obras interpretadas (estrangeiras) por artistas brasileiros;
(iii) Ou ainda suportes materiais ou arquivos digitais (salvo replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser).
Exemplo: 
Etapa 1: gravação CD/DVD = imune.
Etapa 2: replicação industrial = tributado.
Etapa 3: comércio CD/DVD = imune.
REPARTIÇÃO DE RECEITAS:
4.1. Objetivo: as receitas tributárias são repartidas entre os entes federados para assegurar a autonomia que existe entre eles.
Onde encontro essas regras? Art. 157 ao 162, CF.
4.2. Quem reparte? União reparte suas receitas com os Estados-membros, Distrito Federal e Municípios. Por sua vez, os Estados repartem com os Municípios, enquanto que o DF e os Municípios não repartem as receitas tributárias.
4.3. Qual tributo tem o produto da arrecadação repartida? Por regra são os IMPOSTOS, sendo que existe uma exceção, qual seja, o CIDE combustível.
CUIDADO: quais impostos não se sujeitam à repartição?
Impostos municipais;
Impostos do Distrito Federal;
ITCMD (imposto estadual);
Imposto de Importação (II), Imposto de Exportação (IE), Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF), Imposto Extraordinário de Guerra (IEG).
Os demais impostos são repartidos entre os entes federalizados.
PRINCÍPIOS QUE REGEM O DIREITO TRIBUTÁRIA:[4: 	 2ª aula (30 de julho de 2015). Alessandro Spilborghs.]
#SELIGA (princípios e imunidades): embora ambos limitem o poder de tributar, eles não constituem verdadeiros sinônimos.
OBS.: Ainda, eles se diferenciam quanto ao funcionamento.
Basicamente:
	PRINCÍPIO
	IMUNIDADES
	Regras que norteiam a cobrança tributária.
	São regras que afastam a cobrança tributária.
5.1. Princípios na Constituição Federal: são regras constitucionais (art. 150 ao 152, CF). De forma resumida os princípios acabam respondendo três questionamentos, ou seja, (i) como um tributo é exigido?, (ii) quando ele será cobrado?, e (iii) quanto poderá ser cobrado de carga tributária?.
#SELIGA: segundo o STF, os princípios são considerados como cláusulas pétreas (não podem ser suprimidos pelo Poder Constituinte Derivado).
CUIDADO: os princípios não podem ser suprimidos, porém os mesmos podem ser acrescentados. Exemplo: princípio da anterioridade (após a EC 42/03).
	PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
	ANTES da EC 42/03
	DEPOIS da EC 42/03
	Art. 150, inciso III, “b”, CF.
	Art. 150, inciso III, “b” e “c”, CF.
	Anterioridade anual.
	Anterioridade anual e nonagesimal.
	A cobrança só poderia acontecer apenas no exercício financeiro seguinte.
	A cobrança do tributo só pode acontecer no exercício financeiro seguinte e também desde que após noventa dias da lei.
5.1.1. Princípio da Legalidade (art. 150, inciso I, CF): é vedado à União, Estados, Distrito Federal, bem como aos Municípios exigir ou aumentar tributos sem lei que o estabeleça. Basicamente: todo o tributo é DEPENDENTE DE LEI. 
Qual lei? Depende do tipo de tributo, pois se for “empréstimo compulsório”, “imposto sobre grandes fortunas”, “novos impostos” e “novas contribuições sociais” serão instituídas por Lei Complementar, o restante será por meio de Lei Ordinária. 
#DICA: se for por meio de Lei Ordinária, não haverá previsão na CF. Enquanto que se for por meio de Lei Complementar, a previsão deve ser expressa na CF (como no caso de Empréstimo Compulsória, IGF, novos impostos e novas contribuições sociais).
OBS.: é possível afirmar, portanto, que for regra os tributos são instituídos por Lei Ordinária, apenas em casos excepcionais eles serão veiculados por Lei Complementar.
CUIDADO: Medida Provisória (ato administrativo com força/características de lei) é veículo capaz de instituir ou majorar tributos? O STF firmou entendimento de que por meio de MP pode-se instituir/majorar tributos que são veiculados por Lei Ordinária (apenas a regra, não a exceção = art. 62, § 1º, inciso III, CF).
5.1.1.1. Exceções ao Princípio da Legalidade: 
(i) Imposto de Importação, (ii) Imposto de Exportação, (iii) IPI, e (iv) IOF: podem ter suas alíquotas alteradas por ato do Poder Executivo (independentemente de lei; por meio de Decreto Presidencial, Portaria do Ministério da Fazenda).
CIDE combustível: podem ser alteradas por ato do Poder Executivo.
ICMS combustível: podem ter suas alíquotas deliberadas por Convênio (firmando por reunião de representantes dos Estados e do Distrito Federal no CONFAZ – Conselho Nacional de Política Fazendária).
#SELIGA: outras exceções que não se encontram na Constituição Federal:
Atualização de Lei: pode ser por meio de Decreto Presidencial. OBS.: é ≠ majorar, em que é veiculada em lei.
Obrigações tributárias acessórias: podem ser veiculadas por Decreto. OBS.: não se confunde com a obrigação principal que é instituída por lei.
5.1.2. Princípio da Igualdade (art. 150, inciso II, CF): é vedado à U, E, DF e M (entes federados) estabelecer qualquer diferença tributária em razão de sexo, origem, credo (crença), profissão.
Em outras palavras: os iguais devem ser tratados igualmente e os desiguais, desigualmente, na medida de suas desigualdades.
#SELIGA: princípio da capacidade contributiva (art. 150, § 1º, CF), que tem por objetivo (meio para se) alcançar a isonomia tributária, pois, sempre que possível os impostos serão pessoais, e uma vez pessoais suas alíquotas serão variadas de acordo com a capacidade econômica de cada cidadão. Basicamente: as alíquotas podem ser progressivas.
Segundo o STF, essa progressividade de alíquotas é aplicada à qualquer imposto (como IR, ITCMD), bem como qualquer tributo (como impostos e contribuições).
5.1.3. Princípio da Irretroatividade (art. 150, inciso III, “a”, CF): é vedado aos entes federados cobrar tributos em relação a fatos geradores anteriores à data da publicação da lei.
5.1.3.1. EXCEÇÕES ao Princípio da Irretroatividade (art. 106, CTN): 
Lei expressamente interpretativa: como no caso de uma Lei de 2015 que tem o intuito de explicar uma determinada Lei de 2013, ou seja, exemplifica uma lei que já está em vigência. Neste caso, ela retroagirá, mas não para aplicar de multa.
Atos não definitivamente julgados: como no caso de um fato gerador de 2013 (em que a alíquota era de 4% e R$ 40,00 de multa), sendo que o Fisco somente o atuou em 2015 (e que a alíquota atual é de 2% e a multa caiu pela metade). Nesta situação, a alíquota será a original (não retroage), mas a multa poderá retroagir normalmente (art. 106, inciso II, “c”, CTN). Basicamente: a multa a ser aplicada será a mais benéfica.
#SELIGA: a alíquota a ser aplicada será aquela da época do fato gerador, enquanto que a multa mais benéfica poderá ser aplicada em benefício do contribuinte (apenas quando se tratar de ato ainda não definitivamente julgado).
5.1.4. Princípio da Anterioridade (art. 150, inciso III, “b” e “c”, CF): anual e nonagesimal.
Anterioridade anual: é vedado aos entes federados cobrar tributos no exercício financeiro da data da lei que os instituiu ou majorou.
Anterioridade nonagesimal: é vedada aos entes federados de cobrar tributos antes de decorridos noventa dias da data da publicação da lei que os instituiu ou majorou.
Exemplo: 
Tributo instituído em 01/julh2014 = após 90 dias poderá ser cobrado (01/10/2014), cujo exercício financeiro terminará em 01/10/2015.
CONCLUSÃO: prevalece a anterioridade que deixar o tributo “mais longe/distante” do contribuinte.
#SELIGA 1: quando se aplica o princípio da anterioridade? Quando o tributo for instituído ou majorado (apenas nesses dois casos). Logo, quando o tributo for reduzido não há necessidade da anterioridade.
#SELIGA 2: quando uma isenção é revogada, é preciso observar a anterioridade? Segundo o STF revogar isenção equivale a um meio indireto de majorar um tributo, ou seja, é preciso sim OBSERVAR A ANTERIORIDADE.
Exceções ao princípio da anterioridade(art. 150, § 1º, CF):
(i) Tributos que não observam nenhum das anterioridades: Imposto de Importação, Imposto de Exportação, IOF, Empréstimo compulsório (no caso de guerra), Imposto extraordinário de Guerra.
(ii) Tributos que não observam a anterioridade ANUAL (só aguarda anterioridade nonagesimal): IPI, Contribuições Sociais, CIDE combustível e ICMS combustível.
(iii) Tributos que não observam a anterioridade NONAGESIMAL: Imposto de Renda, IPVA e IPTU.
5.1.5. Princípio da vedação ao Confisco (art. 150, inciso IV, CF): é vedada à U/E/DF/M de cobrar tributos com efeito de confisco.
#SELIGA: é correto dizer que um tributo tem efeito de confisco quando ele é exagerado (o efeito confiscatório tem que ser analisado pelo Poder Judiciário). Logo, os tributos só devem ser cobrados de acordo com a capacidade contributiva do cidadão.
5.1.6. Princípio da Liberdade do Tráfego (art. 150, inciso V, CF): é vedado aos entes federados de cobrar tributos interestaduais ou intermunicipais que restrinjam o direito de ir e vir do cidadão. Exemplo: cobrar um tributo para deixar uma cidade.
Exceção ao princípio da liberdade de tráfego (art. 150, inciso V, parte final): a cobrança de pedágio, ressalvado a cobrança nas vias conservadas pelo Poder Público.
#SELIGA: o STF entendeu que o pedágio é TARIFA e não taxa.
5.1.7. Princípio da Uniformidade geográfica (art. 151, inciso I, CF): é vedado à União estabelecer tributos que não sejam uniformes em todo território nacional. Exemplo: IPI de 10% na indústria de calçados, vem a União e majora a alíquota no RS para 15%.
Basicamente: os tributos devem ser uniformes, sob pena da União privilegiar um Estado/região em detrimento de outros.
#SELIGA (art. 151, inciso I, CF): indica uma regra que condiciona apenas a UNIÃO = os demais entes federados não precisam respeitar esse princípio.
Exceção: é a concessão de benefícios fiscais para reduzir as desigualdades socioeconômicas. Exemplo: Zona Franca de Manaus com carga tributária reduzida para empresas que lá mantenham filiais/sede.
5.1.8. Princípio da não Diferenciação Tributária ou não discriminação tributária (art. 152, CF): a regra é que é vedado aos Estados/DF e Municípios estabelecer diferença tributária para seus bens/serviços em razão da origem ou do destino.
Basicamente: somente aos Estados, Distrito Federal e Municípios não podem estabelecer uma diferença tributária em razão da origem ou do destino.
Exemplo: IPVA = 4% no Estado de São Paulo. Não pode SP determinar que para veículos produzidos no exterior terão alíquota acima do permitido. 
#SELIGA: o princípio da não diferenciação tributária NÃO obriga a União. O princípio serve apenas para aos Estados, Municípios e Distrito Federal.
CUIDADO: com os princípios do art. 151, inciso I x art. 152.
	UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA
	NÃO DIFERENCIAÇÃO
	Apenas a União está sujeita.
	Os demais entes federados estão sujeitos (exceto a União).
COMPETÊNCIA E TRIBUTOS:[5: 	 3ª aula (08 de agosto de 2015). Alessandro Spilborghs.]
6.1. Competência tributária:
6.1.1. Introdução: a CF enumera o Poder de Tributar (no STN), e o mesmo é distribuído entre os entes federados (U, E, DF e M).
CUIDADO: a CF não institui tributos, ela apenas distribui feixes de competência tributária. Portanto, são os entes federados que recebem essas fatias do Poder de Tributar e com elas exercem a chamada competência tributária.
6.1.2. Conceito: trata-se do poder outorgado pela Constituição Federal aos entes políticos para que eles possam instituir os tributos através de lei.
6.1.3. Atividades do ente político: legislar (legiferante), fiscalizar e arrecadar. 
OBS.: impostos para serem cobrados devem ser previamente criados por lei.
6.1.4. Características:
6.1.4.1. Facultativa: a competência tributária é facultativa, ou seja, nenhum ente federado é obrigado a instituir tributos.
#SELIGA: somente o ICMS (imposto de circulação de mercadorias e serviços) é de instituição obrigatória pelos entes federados (neste caso o Estado), para se evitar a guerra fiscal.
6.1.1.2. Indelegável: somente a CF outorga competência tributária, ou seja, os entes políticos não podem delegar a competência à outros.
#SELIGA: o não exercício da competência tributária não autoriza que outro ente político institua o tributo.
6.1.1.3. Incaducável ou imprescritível: a competência tributária não tem prazo de validade, ou seja, a competência com o decurso do tempo não se estraga. Exemplo: IGF.
6.1.1.4. Irrenunciável: o seu exercício não pode ser proibido.
OBS.: é diferente da facultabilidade (o seu exercício não é obrigatório).
6.1.2. Capacidade tributária ativa: a capacidade tributária ativa envolve apenas duas das três atividades vinculadas à competência.
A capacidade tributária ativa apenas autoriza o exercício das atividades fiscalizatória e arrecadatória. 
CUIDADO: capacidade tributária não se confunde com a competência tributária.
#SELIGA: competência x capacidade.
	COMPETÊNCIA
	CAPACIDADE
	Atividade legislativa.
	Atividade administrativa do tributo.
	Indelegável.
	Delegável.
	Por meio da CF.
	Previsão em Lei.
	Envolve três atividades: legislar, fiscalizar e arrecadar tributos.
	Envolve duas atividades: fiscalizar e arrecadar tributos.
Exemplo: art. 153, § 4º, inciso III, CF = ITR (União e município), cuja competência é da União (Lei 9.393/96) e capacidade tributária ativa é dos municípios (desde que outorgado por meio de Lei).
6.1.3. Classificação da competência:
6.1.3.1. Competência Privativa: impostos são privativos, ou seja, cada ente federado tem seus impostos para instituir, são aqueles particulares (como ICMS, IR, IPTU e IPVA).
6.1.3.2. Competência Comum: taxas e contribuições de melhorias, ou seja, qualquer ente federado pode instituir (sendo que as mesmas são instituídas conforme sua natureza, como exemplo das taxas para emissão do passaporte = União).
6.1.3.3. Competência Especial: empréstimos compulsórios e contribuições especiais.
6.1.3.4. Competência Residual (art. 154, inciso I, CF): outorga à União para instituir novos impostos, desde que observados três requisitos.
#SELIGA: os novos impostos só podem ser instituídos por (i) Lei Complementar, os mesmos não podem ser (ii) cumulativos e os novos impostos não podem ter (iii) fato gerador/base de cálculo próprios dos impostos já existentes.
CUIDADO: a competência residual da União também está prevista no art. 195, § 4º, CF. Isso significa, que a União pode instituir novos impostos e inclusive novas contribuições sociais (princípio da contrapartida ou das partidas dobradas), respeitando os mesmos requisitos (com ressalvas no terceiro, pois não pode ter fato gerador/base de cálculos próprios das contribuições sociais já existentes).
6.1.3.5. Competência Extraordinária: imposto de guerra (IEG) que pode ser instituído tanto por Lei Ordinária como por Medida Provisória.
#SELIGA: 
	UNIÃO
	Novos impostos/contribuições sociais.
	IEG.
	Lei Complementar.
	Lei Ordinária e Medida Provisória.
	Não podem copiar fato gerador/base de cálculo de impostos e contribuições sociais.
	Pode copiar fato gerador/base de cálculo de impostos/contribuições sociais.
	Competência residual da União.
	Competência residual da União.
6.1.4. Repartição da Competência:
6.1.4.1. União:
Impostos (art. 153, CF): Imposto de Importação (II), Imposto de Exportação (IE), Imposto sobre a Renda (IR), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), Imposto Territorial Rural (ITR) e Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF). 
Taxas:
Contribuições:
Empréstimo compulsória: somente a União.
Contribuições: Contribuições Sociais, CIDE e Contribuições Corporativas.
6.1.4.2. Estados e Distrito Federal:
Impostos (art. 155, CF): ITCMD, ICMS e IPVA.
Taxas:
Contribuições de melhoria:
Contribuições (art. 149, § 1º, CF): apenas as previstas na norma.
#SELIGA: COSIP (Contribuiçãopara o Custeio do Serviço de Iluminação Pública) = é contribuição de competência do DF (mas não dos Estados) e dos municípios.
6.1.4.3. Municípios:
Impostos (art. 156, CF): IPTU, Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) e ISS.
Taxas:
Contribuições de melhoria:
Contribuições (art. 149, § 1º, CF): para custeio de Iluminação Pública.
#SELIGA: a COSIP é de competência dos municípios e do Distrito Federal.
CUIDADO (art. 147, CF): competência cumulativa (nomenclatura adotada pela doutrina). O DF tem competência para instituir impostos estaduais e municipais (só não tem competência sobre os impostos federais). A União em territórios federais pode instituir impostos estaduais, sendo que se esses territórios federais não estiverem subdivididos em municípios, então caberá a União instituir também os impostos municipais.
6.2. Tributos:
6.2.1. Primeiras informações: de acordo com a CF as normas gerais de direito tributário comportam o art. 146 (veiculadas necessariamente por Lei Complementar). 
6.2.2. Conceito: é norma geral (art. 146, CF), sendo que cabe a conceituação por meio de Lei Complementar (CTN).
6.2.3. Conceito de tributo (art. 3º, CTN):
Prestação pecuniária: dinheiro, ou seja, em moeda corrente e nacional.
#SELIGA: o tributo pode ser liquidado através de prestações “in labore” (trabalho) ou “in natura” (bem)? Não pode, obrigatório ser em pecúnia.
CUIDADO (art. 156, inciso XI, CTN): é possível pagar tributos por meio de dação e pagamento de bens IMÓVEIS. 
Compulsória: o tributo não é uma faculdade instituída ao contribuinte, mas sim uma OBRIGAÇÃO a ele imposta.
Instituída em lei: se o tributo é compulsório só poderia mesmo ser através de lei (todo e qualquer tributo depende de Lei que o institua). 
#SELIGA: instituir ou criar tributos = LEI em sentido amplo. Exceção: alguns tributos podem ter suas alíquotas ALTERADAS por meio de Decreto.
Cobrada mediante atividade administrativa: o lançamento é feito pela autoridade administrativa, desde que seja (i) plenamente vinculada à (ii) Lei (como e quando a Lei específica).
#SELIGA: o tributo está sujeito aos critérios de conveniência e oportunidade? Não (é vinculado a Lei), pois os critérios de conveniência e oportunidade somente estão sujeitos no poder discricionário.
 Não constitua sanção à ato ilícito: 
ATO = pode ser ilícito (sanção, como uma multa/sanção) e lícito (tributo).
OBS.: fato gerador de uma multa será um ato ilícito, enquanto que o de um tributo será um ato lícito.
#SELIGA: princípio “pecunia non olet” (dinheiro não tem cheio). Exemplo: IR sobre dinheiro auferido no Tráfico de entorpecentes? Incide, pois o fato gerador é o dinheiro auferido (pouco importa a origem do dinheiro).
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS:[6: 	 4ª Aula (10 de agosto de 2015). Alexandre Mazza.]
7.1. Introdução: as espécies tributárias reconhecidas na OAB são cinco:
Impostos:
Taxas:
Contribuições de melhorias:
Empréstimo compulsório: se distingue dos outros tributos pelo seu caráter restituível.
Contribuições especiais: se distingue dos outros tributos por sua destinação/finalidade (são tributos finalísticos).
OBS.: nas três primeiras espécies o elemento capaz para distinção “é o fato gerador (enseja o nascimento do dever de pagar o tributo) que define a natureza específica do tributo (art. 4º, CTN)”, sendo irrelevantes a denominação (nome, ou seja, pouco importa no nome que a lei fornece; não é porque a lei chama um tributo de taxa que ele será taxa) e a destinação do dinheiro.
7.2. Impostos (art. 16, CTN): é o tributo cujo fato gerador descreve situação que independe de atividade estatal relativa ao contribuinte. Exemplo: Renato aufere renda (é fato gerador do Imposto de Renda); ISS (prestação de serviço como fato gerador).
OBS.: não depende de atividade estatal, ou seja, o Estado não se encontra na relação jurídica, ele não fornece nada.
Ainda, impostos são chamados de tributos desvinculados, bem como recebem a nomenclatura de tributos “sem causa” (pois, não possuem causa relacionado à atividade estatal).
7.2.1. Qual é a lei que institui e disciplina os impostos? Em regra os impostos são criados e disciplinados por Lei ordinária da entidade competente para o tributo. Exemplo: se o tributo é de competência estadual, a lei obrigatoriamente será ordinária da esfera estadual.
Exceções: alguns tributos exigem Lei Complementar = empréstimo compulsório, novas fontes de custeio da seguridade social (contribuições previdenciárias), Imposto sobre grandes fortunas (IGF) e Impostos Residuais (impostos novos, não previstos na Constituição Federal). CUIDADO: essas hipóteses não admitem Medida Provisória.
7.2.2. Pergunta: no que consiste o princípio da não afetação aplicável aos impostos? Resposta no art. 167, inciso IV, CF (não haver destinação nem quanto à origem e nem quanto à destinação). A doutrina afirma que os impostos são tributos duplamente desvinculados:
a) Desvinculados quanto à origem: pois seu fato gerador não tem relação com a atividade estatal.
b) Desvinculados quanto à destinação da receita (princípio da não afetação): o dispositivo proíbe vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou despesa. Se justifica pela tripartição dos poderes, para impedir que um dos poderes tenha mais liberdade do que o outro.
Exceções: são situações raras em que a lei pode decidir a receita dos impostos.
Saúde Pública:
Ensino Público:
Administração tributária:
Garantias às operações de crédito por antecipação de receita:
7.2.3. Pergunta: no que consiste o princípio da repercussão? Previsão no art. 166, CTN. Trata sobre a repartição (restituição) de tributos indiretos (são aqueles pagos por uma pessoa – contribuinte de direito – e suportados economicamente por outra – contribuinte de fato –, sendo que sempre ocorre em via repasse). Cabível ação de repetição de indébito. 
Exemplo: ICMS, em que o contribuinte de direito é o “logista” e o contribuinte de fato é o “consumidor final” (o pagamento acaba sendo feito por outra pessoa).
	Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro (indiretos) somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo (não repassou na mercadoria), ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la (do contribuinte de fato).
O art. 166 prevê duas únicas hipóteses para restituições do tributo indireto:
Se o contribuinte de direito (logista) provar que não fez o repasse, suportando os efeitos do pagamento.
Estar o contribuinte de direito (logista) expressamente autorizado pelo contribuinte de fato (consumidor final) a obter a restituição em nome deste. Lembrar que o contribuinte de fato não tem relação com o fisco e por isso não pede restituição. OBS: o problema é obter a autorização.
7.2.4. Competências impositivas:
	UNIÃO
	ESTADOS: são três.
	MUNICÍPIOS: são três.
	II: imposto de importação.
	ICMS: imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços.
	ITBI ou ITIV = imposto sobre a transmissão de bens imóveis (para ensejar o pagamento do imposto, a transferência deve ser “inter vivos”.
	IE: imposto de exportação.
	IPVA: imposto sobre a propriedade de veículos automotores
	ISSQN/ISS = imposto sobre serviço de qualquer natureza.
	IOF: imposto de operações financeiras.
	ITCMD: imposto de transmissão “causa mortis” e doações.
	IPTU = imposto sobre a propriedade predial territorial urbano (dois impostos: predial e territorial, o primeiro sobre a área construída e o segundo sobre a área do terreno).
	IPI: imposto de produtos industrializados.
	
	
	IR: imposto de renda.
	
	
	ITR: imposto territorial rural (não paga sobre área construída).
	
	
	IEG: imposto sobre grandes fortunas.
	
	
7.2.5. Distrito Federal? Tem competência de impostos Estaduais e Municipais.
7.2.6. Territórias federais: quem cobra o imposto? Sendo criado algum território, competemà União os impostos federais, os estaduais e se o território NÃO for dividido em municípios, também os municipais. Exemplo: Maranhão do Sul que poderia se transformar em território até angariar recursos próprios e se houver municípios, a União caberia apenas os impostos estaduais e federais.
7.2.7. A quem competem os impostos residuais (art. 154, inciso I, CF)? A União poderá instituir mediante Lei Complementar (novos, não previstos na CF), desde que não cumulativos e fato gerador/base de cálculo já existentes, bem como não podem bitributar. 
Exemplo: IVA (imposto sobre valor acrescentado), IGC (imposto sobre grande capital), IVVC (imposto sobre vendas de varejos de combustíveis), IPMF (imposto provisório sobre a movimentação financeira).
7.2.8. Pergunta: o que são impostos extraordinários de guerra (art. 154, inciso II, CF): a competência é da União, por meio de Lei ordinária que institui em caso de guerra externa/iminência de guerra, compreendidos ou não na sua competência (podem ter base de cálculo/fato gerador de outros impostos federais, estaduais ou municipais já existentes). Por fim, os valores arrecadados pelo IEG não exigem restituição ao contribuinte.
7.2.9. Questões sobre impostos em espécie: 
IPTU:
Admite alíquotas progressivas: somente para o IR, ITR e IPTU (expressa previsão constitucional).
Como saber se o imóvel é urbano (art. 32, CTN)? Pelo critério da localização. Considera-se urbano o imóvel localizado em área definida na lei municipal, desde que beneficiada por, pelo menos, duas das seguintes melhorias públicas (num raio de três quilômetros):
Meio-fio/calçamento;
Iluminação;
Água;
Esgoto;
Posto de Saúde ou escola primária.
São também urbanas as áreas urbanizáveis ou de espanação.
ISSQN: 
Competência para exigir o tributo: em regra o ISS é devido ao município da sede/estabelecimento do prestador. Excepcionalmente, serviço de construção civil paga no local da prestação de serviço.
IPVA: 
Só incide sobre veículos terrestres, como carro, moto, ônibus e caminhão. Assim, barcos e aeronaves não pagam esse imposto (jurisprudência do STF).
ICMS: 
Serviços que pagam ICMS e não ISSQN: três serviços pagam ICMS: 
Comunicação: como na conta de telefone.
Transporte intermunicipal;
Transporte interestadual.
IGF: 
Ainda não foi criado, só que não tem prazo para ser instituído, pois, a competência tributária é imprescritível (pode ser exercida a qualquer tempo).
Depende de Lei Complementar, não admite MP e nem Lei ordinária.
Esta sujeita às duas anterioridades (anual e nonagesimal).
7.3. Taxas (art. 145, inciso II da CF e art. 77 do CTN): taxas são tributos vinculados, cobrados para remuneração de atividades estatais específicas, relativas ao contribuinte. Assim, as taxas têm natureza RETRIBUTIVA (contraprestacional/bilateral/sinalagmática). OBS.: fornece equilíbrio entre as duas partes (direitos e obrigações equivalentes).[7: 	 5ª Aula (19 de agosto de 2015). Alexandre Mazza.]
7.3.1. Lei: as taxas sempre são criadas por LEI ORDINÁRIA (que cria tributos, impostos, taxa e contribuições).
7.3.2. Competência: é competência comum, ou seja, todos os entes federados podem instituir e cobrar taxas (quem realiza a respectiva atividade estatal tem competência para correspondente taxa).
7.3.3. Base de cálculo da taxa (art. 145, § 2º, CF e art. 77, parágrafo único, CTN): as taxas não terão base de cálculo própria de impostos, taxas não podem ter “valor” como base de cálculo, mas apenas “custo”, ou seja, o fato gerador não pode ser idêntico aos que correspondem a imposto (grandeza econômica já utilizada pelo legislador ordinário) e nem ser calculado em função do capital das empresas. Basicamente: proibição de bitributação (usar fato gerador/base de cálculo para mais de um tributo).
OBS.: art. 145, § 2º, CF: “valor” como base de cálculo para impostos (IPTU com valor venal do imóvel), enquanto que a taxa terá apenas o “custo” como base de cálculo.
Basicamente: proibição de bitributação e “valor” como base de cálculo (próprio de imposto).
#SÚMULA VINCULANTE 29: trata de possível aproximação entre elementos da base de cálculo de imposto com as da taxa, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra (duas bases de cálculo idênticas). Basicamente: uma taxa pode ter parte da base de cálculo de determinados impostos, desde que os mesmos não sejam iguais.[8: 	 Súmula Vinculante 29. É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra.]
7.3.4. Espécies de taxas: são de dois tipos, ou seja, (i) de polícia e (ii) de serviço.
7.3.4.1. Taxas de polícia: são aquelas cobradas para remunerar o exercício EFETIVO do poder de polícia (atividade administrativa que se desdobra em três atuações, ou seja, limitar, fiscalizar e sancionar particulares) pelo Estado. Exemplo: taxa de fiscalização ambiental, taxa de licenciamento de veículo, taxa de licenciamento de elevadores (tanto para colocar um elevador em funcionamento, quanto para renovar a licença), taxa para expedição de passaporte. 
OBS.: só pode ser cobrada com o serviço efetivo do poder de polícia.
7.3.4.2. Taxas de serviço: são aquelas cobradas pelo Estado quando presta SERVIÇO PÚBLICO ESPECÍFICO E DIVISÍVEL (“uti singuli”, ou seja, serviço de uso individual). Exemplo: taxa de lixo (a doutrina sempre a considerou como inconstitucional, mas a mesma é constitucional conforme súmula vinculante 19), fornecimento de água, taxa judiciária, emolumentos (valores pagos em cartório e serventias extrajudiciais).[9: 	 Súmula Vinculante 19. A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal.]
ATENÇÃO: se o serviço for indivisível (“uti universi”) a taxa é inconstitucional. 
Exemplo: iluminação pública (não pode ser taxado). 
CUIDADO: ao contrário das taxas de polícia, a taxa de serviço pode ser cobrada nos casos de fruição efetiva ou potencial do serviço disponibilizado (serviço colocado a disposição, como no caso de assinatura de telefonia fixa).
7.4. Contribuição de melhoria (art. 145, inciso III, CF; arts. 81 e 82, CTN; e Decreto-Lei 195/67): é tributo VINCULADO.
7.4.1. Lei: sempre por meio de lei ordinária.
7.4.2. Competência: é competência comum, pode ser instituída e cobrada por quaisquer dos entes federados (idem taxa).
7.4.3. Hipótese de incidência: é a descrição legislativa da situação que enseja o pagamento, ou seja, a realização de uma determinada obra pública que causa valorização em imóvel do contribuinte. Basicamente: obra pública + valorização do imóvel do particular.
7.4.3.1. Obra pública: empreendimento realizado pelo Estado (qualquer âmbito federativo). Exemplo: estádio esportivo, estrada e avenida. OBS: geralmente a concessão fica com empreiteiras, mas não deixa de ser obra pública, pois o Estado remunera essas empresas.
7.4.4. Limites: existem dois limites ao valor da contribuição de melhoria, ou seja, (i) total/global e (ii) individual.
7.4.4.1. Limite total/global: leva em consideração todo o entorno da obra, ou seja, não pode a Administração cobrar de todos os moradores valor acima do custo da obra.
7.4.4.2. Limite individual: leva em consideração a situação isolada de cada contribuinte, ou seja, leva em conta a valorização do imóvel (de cada contribuinte). Exemplo: João tem um imóvel que vale R$ 10.000,00, com a valorização por determinada obra o mesmo imóvel passa a valer R$ 15.000,00, logo, a administração pode cobrar até R$ 5.000,00 por contribuição de melhoria.
7.5. Empréstimos compulsórios (art. 148, CF; art. 15, CTN): empréstimos compulsórios são TRIBUTOS RESTITUÍVEIS (paga e depois, em tese, será devolvido). OBS.: não é contrato voluntário.
7.5.1. Competência: empréstimos compulsórios são de competênciaexclusiva da União.
7.5.2. Lei: são criados (instituídos) por Lei Complementar (não admitem Medida Provisória do Poder Executivo).
7.5.3. Hipóteses de Empréstimos Compulsórios: podem ser instituídos em duas hipóteses, ou seja, (i) guerra externa/calamidade pública e (ii) investimento urgência/público relevante. OBS.: as hipóteses não constituem fato gerador (o fato gerador pode até ser idêntico a outro tributo já criado).
CUIDADO: admite bitributação inclusive, ou seja, o fato gerador é fato qualquer determinado pela lei instituidora do tributo.
7.5.3.1. Calamidade pública/guerra externa: 
a) Calamidade pública: é alguma emergência que pode ser derivada de urgência, tragédia (eventos da natureza, caso fortuito ou força maior). É acontecimento anormal. IMPORTANTE: não precisa ter proporções nacionais, pode ser calamidade local. 
b) Guerra externa: é aquela fora do Brasil, não pode ser guerra civil (secessão no caso de Federação). A guerra ensejadora do empréstimo compulsório pode ser iminente ou iniciada.
OBS.: o empréstimo compulsório nesses casos é de cobrança imediata, não tem anterioridade (anual e nonagesimal).
7.5.3.2. Investimento público relevante/urgente: é alguma situação não emergencial (respeitada a anterioridade). Exemplo: obra de grandes proporções com transposição de grande recurso.
OBS.: predomina o entendimento de que o empréstimo compulsório para investimento público está sujeito às duas anterioridades (anual e nonagesimal).
7.5.4. CUIDADO: não se admite empréstimo compulsório para situação que exija absorção temporária do poder aquisitivo da população (enxugamento da moeda), ou seja, não pode ser utilizado empréstimo compulsório para finalidade específica de retirar dinheiro do mercado (controle da inflação). Entretanto, o CTN prevê expressamente essa hipótese, sendo que tal hipótese (art. 15, inciso III, CTN) não foi recepcionado pela CF/88, por revogação tácita.
7.5.5. Art. 148, parágrafo único, CF (veda o desvio de finalidade): a aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. Basicamente: o valor arrecadado com o empréstimo compulsório fica vinculado à situação que ensejou a sua cobrança (exemplo: guerra externa).
7.6. Contribuições especiais: são tributos FINALÍSTICOS qualificados pela destinação, ou seja, a CF define a competência para as contribuições especiais pela “base de cálculo” mais “finalidade”. Exemplo: contribuições para a seguridade social, para serviço de iluminação pública, entre outros (todos os objetivos que justificam sua instituição são definidos pela CF).
7.6.1. Lei: contribuições especiais são instituídas por Lei Ordinária.
7.6.2. Competência: a regra contida no art. 149 da CF é que as contribuições sociais (seguridade social, intervenção para o domínio econômico e categoria profissional ou econômica) são de exclusividade da União em instituir, apesar de ser exclusiva, comporta exceções.
Basicamente: é “exclusiva da União” com exceções:
Estados, DF e Municípios podem cobrar contribuições de seus servidores para custeio de regime previdenciário próprio (art. 149, § 1º, CF).
DF e municípios podem cobrar contribuição de iluminação pública (CIP ou COSIP), facultada a arrecadação na fatura da energia residencial (art. 149-A, CF).
7.6.3. Contribuições em espécie: existem vários tipos de contribuição, sendo elas:
7.6.3.1. Contribuição de intervenção no domínio econômico (CIDE): são tributos cobrados para regulação do mercado, ou seja, a União cobra esse tributo para exercer poder de polícia sobre certos mercados. Exemplo: CIDE combustível (indústria do petróleo) e CIDE royalties (custear o desenvolvimento da tecnologia nacional).
7.6.3.2. Contribuições de interesse das categorias profissional ou econômicas: são cobradas por sindicatos, conselhos de classe. Exemplo: anuidades de conselhos de classe e contribuição sindical.
OBS.: OAB não é categoria profissional.
7.6.3.3. Contribuições para o financiamento da Seguridade Social (art. 195, CF): se subdividem em Previdência Social, Saúde Pública e Assistência Social. Toda contribuição que for arrecada para um desses subsistemas será contribuição para o financiamento da Seguridade Social. Exemplo: Contribuição Social do Lucro Líquido (CSLL) e Cofins.
7.6.3.4. Contribuição para custeio da educação básica pública (art. 212, § 5º, CF): 
7.6.3.5. Contribuição para entidades privadas de serviço social e formação profissional (art. 240, CF): são SEBRAE, SESC e outros, são custeadas por seguimento específico para custear a formação profissional.
7.7. DICAS: 
a) As contribuições sociais podem bitributar (assim como empréstimos compulsórios), ou seja, tendo base de cálculo e fato geradores iguais aos utilizados nos impostos.
b) Vale para todos os tributos: “quando importo um produto pago tudo que é tributo” (como forma de proteção da indústria nacional, o governo brasileiro multiplicou os tributos). Entretanto, nas exportações “somente incide o Imposto de Exportação (IE)”.
8. DIREITO TRIBUTÁRIO INFRACONSTITUCIONAL:[10: 	 6ª Aula (24 de agosto de 2015). Alexandre Mazza.]
8.1. Introdução: é o conjunto de assuntos dentro do direito tributário que estão fora da Constituição Federal, geralmente são encontrados no Código Tributário Nacional (CTN).
8.2. Natureza jurídica do CTN (Lei 5.172/66): é formalmente uma lei ordinária (forma, aparência e numeração), entretanto a CF/88 (art. 146) diz que as normas gerais de direito tributário devem se sujeitar a uma reserva de lei complementar, ou seja, sempre que o legislador fosse criar norma geral precisaria de lei complementar.
Outrossim, o CTN já existia a mais de vinte anos, sendo que o mesmo foi recepcionado pela CF e transformado materialmente como lei complementar. Basicamente: formalmente ele é lei ordinária e materialmente (conteúdo) ele é lei complementar, ou seja, de natureza dúplice/híbrida.
CUIDADO: qualquer alterações no CTN são realizadas por meio de lei complementar federal (vedada medida provisória).
8.3. Temas de “abertura” (livro segundo; arts. 96 e seguintes) do CTN: 
8.3.1. Conceito de legislação tributária (art. 96): a expressão “legislação tributária” compreende as leis, tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versam sobre tributos.
8.3.1.1. Legislação tributária:
8.3.1.1.1. Leis:
8.3.1.1.2. Tratados e convenções internacionais:
8.3.1.1.3. Decretos:
8.3.1.1.4. Normas Complementares (art. 100, CTN): não são leis complementares. 
Atos normativos: atos administrativos emitidos pelo Fisco, como portarias.
Decisões normativas de órgãos do Fisco: 
Práticas reiteradas: são os costumes.
Convênios: são contratos administrativos entre entidades federativas.
8.3.1.1.4.1. Vigência (art. 103, CTN): 
Atos normativos do Fisco: na data de sua publicação (não pode retroagir, mas a vigência é imediata).
Decisões normativas de órgãos do Fisco: trinta dias após a data da publicação.
Prática reiterada: não tem como prever data específica, entra quando a sociedade começa a praticar tal ato reiteradamente. 
Convênios: na data neles prevista.
8.4. Interpretação da lei tributária: 
8.4.1. Devem ser interpretadas LITERALMENTE (restritiva ao escrito na norma) as regras tributárias sobre:
Suspensão e exclusão do crédito tributário.
Outorga de isenções (despenca no exame): toda lei tributária que concede isenção deve ser interpretada literalmente.
Dispensa de obrigações acessórias: 
8.4.2. Devem ser interpretadas de modo MAIS FAVORÁVEL AO ACUSADO, em caso de dúvida, as leis tributárias definidoras de infrações quanto (“in dubio pro contribuinte” só em matéria de infração):
i. Capitulação legal do fato: tipificação do fato como infração tributária.
ii. Natureza e circunstâncias do fato e seus efeitos.
iii. Autoria, imputabilidade ou punibilidade.
iv. Natureza da pena e sua graduação.
8.5. Integração da leitributária (art. 198, CTN): é o processo técnico pelo qual a autoridade administrativa preenche lacunas no caso concreto (a autoridade legislativa não tem legitimidade para criar normas, ela têm que integrar a lei, preenchendo lacunas no caso concreto). 
OBS.: se sendo o caso de lacuna, a autoridade usará:
a) Analogia: recurso e solução de casos similares (parecido). 
Advertência: o seu uso não pode resultar na exigência de tributo sem previsão legal, ou seja, a analogia não pode ser usada para cobrar tributo que não existe no ordenamento brasileiro (§ 1º).
b) Princípios gerais de direito tributário:
c) Princípios gerais de direito público:
d) Equidade: imperativo de solução com base no bom censo. 
CUIDADO: não pode resultar na dispensa de um tributo exigível/devido (§ 2º).
8.6. Recusa de domicílio eleito (art. 127, § 2º, CTN): a lei permite a eleição de domicílio tributário pelo contribuinte, sendo que a autoridade pode recusar o domicílio eleito. Basicamente: o CTN admite domicílio de eleição, mas se o domicílio eleito prejudicar a fiscalização/arrecadação, o Fisco pode recusar (desconsiderar o domicílio eleito). 
8.6.1. Desconsiderar: não é desconstituir!! O Fisco não tem o poder para desconstituir, ele apenas desconsiderará o domicílio (recusa de domicílio eleito).
8.7. Devido processo legal (art. 5º, inciso LIV, CF) para cobrança de tributos (passo a passo para cobrança de tributos pelo Fisco: o procedimento de cobrança deve ser realizado a luz do devido processo legal (CTN e Lei 6.830/80 – LEF).
8.7.1. Hipótese de incidência (HI): descrição legislativa da conduta que, ocorrendo, produz o dever de pagar o tributo (sempre começa com essa hipótese; idem ao tipo penal). Exemplo: auferir renda é a hipótese de incidência do Imposto de Renda (IR).
A HI sempre estará descrita na lei!! OBS.: lembrar que é a lei que cria o tributo, não a Constituição Federal (define competência).
8.7.2. Fato gerador (FG): é a ocorrência concreta da situação descrita na hipótese de incidência, ou seja, o contribuinte prática aquele ato descrito na HI. Exemplo: Renato aufere renda, assim, deve pagar IR.
CUIDADO: hipótese de incidência é ≠ de fato gerador, pois a primeira reside no plano normativo e o segundo no plano concreto (real).
8.7.3. Obrigação tributária (OT): é a relação jurídica que une (entre) o Fisco ao devedor. A OT nasce com o fato gerador.
8.7.3.1. Partes:
Fisco: credor e polo ativo.
Devedor/contribuinte: polo passivo.
8.7.3.2. Tipos de obrigações tributárias:
a) Obrigação tributária principal (art. 113, § 1º): o fato gerador é previsto em lei, cujo objeto é o pagamento do tributo ou da multa (único ramo do direito em que a multa é obrigação principal, sendo que nos demais a multa é obrigação acessória em caso de descumprimento da obrigação principal), ou seja, cumpro pagamento.
b) Obrigação tributária acessória (art. 113, § 2º): fato gerador é previsto na legislação tributária (não é na lei tributária; é mais amplo do que o conceito de lei), cujo objeto são prestações positivas ou negativas (são obrigações de fazer ou não fazer), ou seja, cumpre fazendo ou não fazendo algo, sendo instituídas no interesse da arrecadação/fiscalização. Exemplo: emitir nota fiscal.
CUIDADO: as obrigações acessórias são independentes, ou seja, não seguem o principal, podendo inclusive existir quando extintas as obrigações principais.
8.7.3.3. Sujeição tributária ativa: é o estudo do polo ativo da obrigação tributária, ou seja, quem pode figurar como credor de tributo.
8.7.3.3.1. Figuras: podem ser credor de tributo (i) alguma das entidades federativas e (ii) excepcionalmente pode ser alguma das entidades parafiscais (são entidades como por exemplo os sindicatos, conselhos de classe e autarquias). 
OBS.: as entidades parafiscais podem figurar no polo ativo conforme o art. 7º do CTN (delegação por meio de lei da capacidade para cobrar tributos). Exemplo: sindicais de contribuições sindicais. 
8.7.3.4. Sujeição tributária passiva: quem pode ser devedor de tributos da obrigação tributária.
8.7.3.4.1. Figuras: podem ser devedores de tributo o (i) contribuinte e o (ii) responsável tributário.
8.7.3.4.2. Contribuinte: é aquele que possui relação pessoal e direta (realizar o FG) com o fato gerador. Exemplo: empregado é contribuinte do Imposto de Renda.
8.7.3.4.3. Responsável tributário: é o devedor que não é contribuinte (é aquele que tem relação pessoal e indireta com o fato gerador, ou seja, não realizou o FG). Exemplo: o empregador é responsável tributário (RT) pela retenção na fonte do IR devido pelo empregado.
8.7.3.5. Casos mais importantes de responsabilidade tributária no CTN:
8.7.3.5.1. Falecimento do contribuinte: a responsabilidade é do sucessor e do cônjuge meeiro restrita ao montante do legado/meação.
8.7.3.5.2. Empresa resultante de fusão/transformação/incorporação: responde por tributos da empresa transformada até a data do ato.
8.7.3.5.3. Responsabilidade no trespasse (art. 133, CTN): é a alienação do estabelecimento comercial (compra de fundo de comércio/empresa). A regra é que o alienante que manteve a atividade responde por dívidas da empresa anterior (o Fisco considera como se fosse a mesma empresa).
8.7.3.5.4. Desconsideração da personalidade jurídica (art. 135, CTN): ignorar autonomia patrimonial da empresa e cobrar dos sócios. Atos praticados com excesso de poder ou infração (dolo ou má-fé) autorizam cobrar os diligentes por dívidas da empresa.
OBS.: a simples falta de pagamento não autoriza acionar pessoas físicas dos titulares da empresa.
	Revisão: [11: 	 Aula online (vista em 25 de novembro de 2015). Alessandro Spilborghs.]
CF = determina quatro grandes elementos sobre o direito tributário, ou seja, (i) poder de tributar, (ii) princípios, (iii) imunidades e (iv) regras pertinentes à repartição de receitas. OBS.: destaca-se o art. 146 da CF (dependentes de lei complementar, ou seja, ao próprio CTN).
CTN = subdivide-se em duas partes, ou seja, (i) livro I (arts. 1º ao 95: poder de tributar, princípios, isenções e regras pertinentes à repartição de receitas) e (ii) livro II (arts. 96 ao 218: normas gerais de direito tributário).
Exemplos:
a) Decadência/prescrição (art. 146, CF): normas gerais de direito tributário que dependem de lei complementar (CTN, arts. 173 e 174). ADVERTÊNCIA: súmula vinculante n.º 8.
b) Procedimento de cobrança de tributo: fato gerador, obrigação tributária (depende do lançamento), crédito tributário, inscrito como dívida ativa e por último proposto execução fiscal. OBS.: prazo para lançar o tributo é de 5 anos (decadência) e para execução é de 5 anos também (prescrição).
8.7.4. Lançamento do tributo (L): arts. 142 ao 150 do CTN.
8.7.4.1. Conceito: nada mais é do que um procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador e responsável pela constituição do crédito tributário. Exemplo: ocorre entre a obrigação tributária decorrente do fato gerador e crédito tributário (é declaratório da obrigação e constitutivo do crédito).
8.7.4.2. Características:
a) Prazo de cinco anos:
b) Lançamento tributário corresponde a uma ATIVIDADE ADMINISTRATIVA PLENAMENTE VINCULADA E OBRIGATÓRIO: vinculada a lei, ou seja, quando e como a lei estabelecer (depende sempre de lei).
c) Se o valor tributário estiver em moeda estrangeira, o lançamento deverá converter em moeda nacional: como no caso de importação simples (sempre será convertido, levando em consideração o câmbio da data do fato gerador).
8.7.4.3. Classificação do lançamento: existem dois critérios para classificar os lançamentos, ou seja, depende de (i) procedimento que o antecede e (ii) pela intensidade da participação do contribuinte.
8.7.4.3.1. Lançamento direito/de ofício (ex ofício): 100% de participação do Fisco e 0% de participação do contribuinte.
Trata-se de lançamento previsto no art. 149, inciso I, CTN, em que o Fisco não depende do contribuinte para o lançamento do tributo,pois ele já possui todas as informações das quais necessita. Exemplo: IPTU (o Fisco calcula o imposto com base em informações que já possui), IPVA, taxas e contribuições de melhoria.
8.7.4.3.2. Lançamento misto/por declaração: 50% de participação do Fisco e 50% de participação do contribuinte.
Trata-se de modalidade registrada no art. 147, CTN, pela qual o Fisco depende das informações prestadas pelo contribuinte (por meio de declaração), sem as quais não há o lançamento do referido tributo. Exemplo: ITCMD de alguns Estados e imposto de importação na hipótese de declaração de bagagem acompanhada (DBA).
Basicamente: o Fisco calcula e o contribuinte efetua o pagamento do mesmo.
8.7.4.3.3. Autolançamento/por homologação: 0% de participação do Fisco e 100% de participação do contribuinte.
Trata-se de modalidade vislumbrada pelo art. 150, CTN, cuja totalidade das atividades é realizada pelo contribuinte, ou seja, ele presta informações, calcula o tributo e antecipa seu pagamento. Ademais, cabe ao Fisco homologar o pagamento efetuado pelo contribuinte. Exemplo: ISSQN, IR e ICMS.
#SELIGA: de acordo com o art. 150, § 4º, CTN, esta homologação do pagamento a rigor pode acontecer de duas formas, ou seja, (i) tácita ou (ii) expressa (dificilmente ocorre, pois o Fisco não possui recursos humanos suficientes para homologar cada tributo autolançado). OBS.: o Fisco deixa o tempo passar, ou seja, após os 5 anos contados do fato gerador (decadência). 
Advertência: a expressão “pagamento antecipado” confirma que o tributo é lançado por homologação.
8.7.5. Crédito tributário (CT): direito que o Fisco tem de realizar a cobrança após o lançamento do referido tributo (formalizado). É o CT que torna o tributo exigível.
Por regra, o prazo para pagar o crédito (tributo) é de 30 DIAS, caso contrário ele poderá ser levado à dívida ativa e posteriormente executado. OBS.: no prazo de 30 dias o contribuinte pode pagar ou apresentar defesa administrativa. 
8.7.5.1. Hipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito tributário (arts. 151 a 155-A, CTN): basicamente = TULIPA DEMORA.
a) Tutela/Liminar: só suspendem quando forem concedidas (obrigatório). Exemplo: Mandado de Segurança ou Ação anulatória em que foi concedida suspensão de exigibilidade pelo juiz em cognição sumária. 
OBS.: não pode ser concedia para (i) liberar mercadorias impostas e para (ii) extinguir crédito tributário através de compensação. 
b) Parcelamento: depende obrigatoriamente de lei, podendo ser concedida pela União, pelos Estados, pelo DF e por qualquer município.
Ademais, somente mantém a exigibilidade suspensão enquanto as parcelas forem pagas em dia.
c) Depósito: suspende desde que seja prestado de forma integral (pelo valor apurado pelo Fisco) e em dinheiro. OBS. súmula 112 do STJ.
Advertência: o depósito é facultativo, nunca obrigatório (súmulas vinculantes 21 e 28).
d) Moratória: adiamento do vencimento do tributo, que depende de lei, podendo ser concedida por quaisquer dos entes federados.
e) Recurso Administrativo: suspende a exigibilidade desde que seja interposto TEMPESTIVAMENTE, ou seja, dentro do prazo. 
Quando sair a decisão (i) favorável ao contribuinte, estará extinta o crédito tributário, ou se (ii) favorável ao Fisco significa dizer que o CT pode ser inscrito em Dívida Ativa e após executado. 
Questão: além de suspender a exigibilidade do crédito, o que mais acontece ao utilizar uma dessas medidas? 
(i) Impede a autuação;
(ii) Impede a inscrição da Dívida Ativa;
(iii) Impede o ajuizamento da Execução Fiscal;
(iv) Suspende também o curso da prescrição;
(v) Assegura ao contribuinte a Certidão Positiva com efeitos de negativa.
8.7.5.2. Hipóteses de extinção do crédito tributário (arts. 156 a 174, CTN): ao todo são onze modalidades de extinção do CT.
a) Compensação (arts. 170 e 170-A, CTN): é o encontro de crédito e débitos entre 2 pessoas que são credoras e devedoras ao mesmo tempo uma da outra.
A compensação depende de lei, podendo ser autorizado por quaisquer um dos entes federados, sendo que somente pode ser utilizada enquanto o CT não for contestado judicialmente (não pode compensar crédito tributário objeto de contestação judicial). OBS.: após, pode-se compensar, ou seja, não pode compensar enquanto o CT for discutido judicialmente.
b) Decadência (art. 173, CTN): é norma geral de direito tributário (depende de Lei Complementar), cujo prazo decadencial em regra é de 5 anos, da qual não cabe suspensão e nem interrupção. 
#SELIGA (art. 173, inciso II, CTN): segundo o STJ a hipótese do inciso II do referido artigo representa um caso excepcional de interrupção da decadência (lançamento anulado por vício formal, ou seja, é devolvido o prazo ao Fisco para um novo lançamento).
Regras pertinentes a contagem do prazo decadencial: 
(i) Regra geral (art. 173, inciso I, CTN): termo inicial contado a partir do 1º dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento deveria ter sido efetuado.
(ii) Regra especial (art. 150, § 4º, CTN): aplicado apenas aos tributos por homologação, sendo que o termo inicial será contado a partir da data do fato gerador.
c) Prescrição (art. 174, CTN): é considerada como norma geral de direito tributário, ou seja, depende de Lei Complementar, cujo prazo equivale à 5 anos.
Diferentemente da decadência, a prescrição pode ser suspensa/interrompida. 
Contagem do prazo prescricional: o termo inicial é contado a partir da data de constituição definitiva do crédito tributário. Exemplo: 31º após a constituição do CT, sendo que o contribuinte não pagou e nem apresentou defesa administrativa.
d) Remissão: é o perdão legal da dívida.
#SELIGA: remissão (perdão da dívida, ou seja, do tributo e de eventual multa, sendo hipótese de extinção do CT) é ≠ de anistia (perdão da multa, ou seja, o contribuinte ainda é devedor do tributo, enquanto que a anistia é forma de exclusão do CT).
8.7.5.3. Modalidades de exclusão do crédito tributário (arts. 175 a 182, CTN): basicamente = AI.
a) Anistia: é a dispensa legal da multa, sendo que o tributo continua devido.
Não cabe anistia para (i) infrações que representem crimes/contravenções, ou (ii) mesmo para infrações que não são crimes/contravenções, mas que foram praticadas com dolo/fraude/simulação, ou ainda (iii) nos casos de conluio (trata-se do ajuste doloso entre duas ou mais pessoas físicas ou jurídicas com o objetivo de fraude/sonegação fiscal).
b) Isenção: é a dispensa legal do pagamento do tributo, em que só pode ser concedida/revogada por lei.
CUIDADO: para o STF isenção revogada é igual a meio indireto de majoração do tributo (observar o princípio da anterioridade).
(i) Isenção onerosa e isenção não onerosa:
	Isenção onerosa/condicional
	Isenção não onerosa
	Depende de prazo e condições.
	Independe de condições.
	Exemplo: Município que isenta o IPTU pelo prazo de 5 anos para imóveis que foram reformados até o fim do ano de 2015.
	
	OBS.: de acordo com o STF as isenções onerosas não podem ser revogadas, bem como não podem ter o prazo reduzido (direito adquirido) = súmula n.º 544.
	
#SELIGA: as modalidades de exclusão do CT dependem de lei, são interpretadas de forma literal e ambas não dispensam as obrigações acessórias. 
	#DICA: para memorizar suspensão (TULIPA DEMORA)/extinção (o que sobrar)/exclusão (AI).
8.7.5.4. Garantias e privilégios do crédito tributário (arts. 183 a 193, CTN): são medidas que visam facilitar a cobrança do CT e seu posterior adimplemento.
8.7.5.4.1. Cláusula de impenhorabilidade: a regra é que responde pelo crédito tributário a totalidade de bens/rendas do devedor, ainda que gravados com cláusula de impenhorabilidade, independentemente da data em que foi o bem gravado (não pode ser penhorado).
Exceção: não responde pelo CT os bens considerados absolutamente impenhoráveis (Lei n.º 8.009/90, salvo para sanar obrigações “propter rem”).
8.7.5.4.2. Presunção de fraude (art. 185, CTN): presume-se fraudeà execução fiscal a alienação de bens por devedor inscrito em dívida ativa. Exemplo: João onera bens (veículos) após inscrição em dívida ativa.
Exceção: não se considera fraude se o devedor reservar bens/rendas suficientes para o pagamento da dívida.
8.7.5.4.3. Múltiplos credores e a preferência do CT (art. 186, CTN): o CT prefere a qualquer outro.
Exceção: ressalvados os créditos da legislação trabalhista e os decorrentes de acidente de trabalho (LRF – 11.101/05, crédito extraconcursal). 
8.7.6. Dívida ativa (DA): quando o mesmo citado não efetua o pagamento voluntário do tributo ou não apresenta recurso administrativo.
Arts. 201 a 208, CTN: fornecimento de CDA (confirma a dívida ativa)
8.7.7. Certidão de dívida ativa (CDA): título executivo extrajudicial necessário para o ajuizamento da EF.
8.7.7.1. Tipos de certidão:
a) Certidão negativa: o tributo não está lançado.
b) Certidão positiva: o tributo está lançado e vencido.
c) Certidão positiva com efeito de negativa: o tributo está lançado e vincendo (ainda não venceu). Ademais, essa certidão é conquistada quando o CT está suspenso ou quando a EF estiver garantida (art. 206, CTN).
8.7.8. Execução fiscal (EF): o Fisco propõe ação de execução para cobrar a dívida.
Lei n.º 6.830/80: pode ser proposta pela União, estados, município e DF, bem como autarquias e fundações.
8.7.8.1. Procedimento:
a) Ajuizamento da EF;
b) Devedor citado;
c) Pagar/garantir o juízo (5 dias);
d) Não encontrados bens/rendas = penhora online (art. 185-A, CTN);
8.7.8.2. Como o contribuinte se defende na EF? Pode o executado opor Embargos à execução (desde que garantido o juízo e no prazo de 30 dias) ou apresentar Exceção de pré-executividade (não depende da garantia e não há prazo para propositura).
OBS.: nos Embargos o executado pode produzir qualquer tipo de prova (dilação probatória), sendo que na Exceção a discussão se resume a matérias de direito, provadas por meio de documentos ou provas já constituídas (não abre dilação probatória).

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