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Os seres vivos são constituídos por células e por substâncias por elas produzidas. As células são as unidades estruturais e funcionais dos organismos. As células mais primitivas, derivadas dos protobiontes, são as procarióticas. As mais evoluídas, provavelmente derivadas daquelas por associações simbióticas, são as eucarióticas. Todas as células são limitadas por uma membrana semelhante e contêm em si o equipamento bioquímico para executar suas funções básicas. Células: unidades estruturantes dos seres vivos A identidade celular foi conseguida a partir do momento em que a primeira célula ganha Uma MEMBRANA PLASMÁTICA, PROTETORA e REGULADORA da entrada e saída de substâncias da célula. Meio intracelular torna-se diferente do ponto de vista físico-químico em relação ao meio externo. O grande avanço adaptativo sofrido pelas células foi a formação de dobras a partir da membrana plasmática: cisternas vesículas compartimentos e retículos REVOLUÇÃO 1: DO PROCARIONTE RUMO AO EUCARIONTE Processo lento de aumento de níveis de oxigênio na atmosfera, dando tempo para estratégias evolutivas O HOLOCAUSTO DO OXIGÊNIO Primeiras etapas na evolução da Célula Eucariota Parede Celular Membrana Nua DNA Dobramentos Vesículas intracelulares Perda da Parede Celular - Célula resultante circundada apenas por uma membrana flexível com os ribossomas (pontos pretos) aderidos. Dobramento da membrana celular permitiu à célula crescer, aumentando a área da superfície de absorção de nutrientes a sua volta. Neste ponto, as enzimas atuavam sobre o alimento apenas fora da célula. Dobras internas da membrana permitiram a formação de compartimentos isolados no interior da célula. A digestão poderia então ocorrer dentro e fora da célula. A internalização de pedaços de membrana aos quais o DNA estava ancorado criou um saco com DNA anexado – um precursor do núcleo celular. A emergência de elementos do citoesqueleto feitos por fibras e microtúbulos deu suporte interno para a célula crescente e permitiu que ela dobrasse a membrana externa e que movesse materiais para dentro. A célula então se tornou capaz de envolver grandes partículas e de ingerí-las internamente. Eventualmente, absorvia toda a comida usando enzimas que liberadas de sacos digestivos na rede de compartimentos internos em expansão. Alguns desses compartimentos envolveu a quantidade crescente de DNA. O fagócito primitivo começou ainda a utilizar o flagelo para propulsão. Adquiriu um verdadeiro núcleo (como compartimento envolvendo o DNA fusionado) entre a crescente família de estruturas celulares complexas que evoluíram das partes internalizadas da membrana celular. Esquema retirado do artigo de Duve, 1996 – The Birth of Complex Cellsde Duve C (1996). Scientific American 38-45. Etapas finais da evolução da célula eucariótica – A adoção de procariotos como convidados permanentes dentro de grandes fagócitos marcam a etapa final da evolução da célula eucariota. Os precursores do peroxissomos (bege) podem ter sido o primeiro procarioto a se desenvolver como uma organela de eucarioto. Eles detoxificavam os compostos destrutivos criados pelo aumento dos níveis de oxigênio na atmosfera. Os precursores da mitocôndria (laranja) foram mais adequados na proteção das células hospedeiras contra o oxigênio oferecendo ainda a grande vantagem de gerar moléculas energéticas (ATP). O desenvolvimento de peroxissomos e de mitocôndrias permitiram a adoção de precursores de plastídeos, como os cloroplastos (verde), centros de fotossíntese produtores de oxigênio. Metabolic symbiosis at the origin of eukaryotes TIBS 24 – MARCH 1999 Nascimento da CÉLULA EUCARIÓTICA, com seu SISTEMA DE ENDOMEMBRANAS: # MAIOR CRESCIMENTO CELULAR # MAIOR ESPECIALIZAÇÃO, DIVISÃO DE TAREFAS ENTRE COMPONENTES CELULARES E EFICIÊNCIA METABÓLICA # MAIOR PROTEÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO # MAIOR DIVERSIDADE DE ROTAS METABÓLICAS # FACILIDADE NO CONTATO E NA AGLOMERAÇÃO INTERMOLECULAR A Célula Eucariótica Procariotos Eucariotos Sem núcleo individualizado Com núcleo individualizado Sem sistema de membranas internas (organelas) Com sistema de organelas delimitadas por membranas internas DNA presente geralmente como um único cromossoma, circular, que contém apenas um conjunto de genes DNA presente como cromatina no núcleo, estruturado em diversos cromossomas, e, com exceção dos gametas, está organizado em dois conjuntos de genes (diplóides) Divisão por fissão binária Divisão por mitose ou meiose (gametas) Pequenas (1 mm) Maiores ( 2-100 mm ) Células mais antigas (3, 8 bilhões anos) Células mais recentes (1,5 bilhões de anos) Subdividem-se em: Arquebactérias (3 bilhões de anos) Eubactérias (3,8 bilhões de anos) Subdividem-se em: Plantas, animais, fungos e protistas Imagem de microscopia eletrônica de transmissão (MET) de uma bactéria Uma célula animal típica tem um diâmetro de 10 a 20 micrômetros, o que é aproximadamente 5 vezes menor que a menor partícula visível a olho nu. Somente quando microscópios ópticos de boa qualidade tornaram-se disponíveis, no início do século XIX, pode-se descobrir que tecidos animais e vegetais são agregados de células individuais. Esta descoberta, proposta como a teoria celular por SCHLEIDEN E SCHWANN, em 1838, marca o nascimento formal da biologia celular. Métodos de estudo da CÉLULA Imagem de MET de uma célula eucariótica Mitocôndria Núcleo Complexo de Golgi Cell Biology interactive Fig. 12.1 - Tomograma a partir de imagens de microscópio eletrônico de alta voltagem - Compartimentos celulares / reconstrução tridimensional Somente pra citar alguns dos marcos da história da biologia celular: 1611 - Kepler sugere maneiras para a construção de um microscópio composto. 1655 - Robert Hooke descreve as primeiras células. 1674 - Leeuwenhoek comunica a descoberta de protozoários. Visualiza uma bactéria pela primeira vez nove anos mais tarde. 1838 - Schleiden e Schwann propõem a teoria celular, afirmando que a célula nucleada é a unidade da estrutura e função em plantas e em animais. 1939 - Siemens faz o primeiro microscópio eletrônico de transmissão produzido comercialmente. 1941 - Coons usa anticorpos acoplados a corantes fluorescentes para detectar antígenos celulares. 1957 – Ácidos nucléicos foram separados. 1996 - A primeira ovelha foi clonada. História A história das células tem início há cerca de 400 anos Microscópios: O microscópio ilustrado na figura é um microscópio composto simples utilizado pelo microscopista inglês Robert Hooke em 1660. Conceitos Básicos em Microscopia Óptica (Microscopia de Luz) • produzem imagem ampliada de um espécime (objeto) • separam detalhes de uma imagem O “microscópio simples” era considerado o mais elevado estado de perfeição em 1600. No século 17, o cientista Robert Hooke foi a primeira pessoa a usar a palavra “célula” para identificar estruturas microscópicas em uma fatia de rolha: " . . . Estes poros, ou células, não são muito profundos, mas constituem várias pequenas caixas.” História Imagem extraída do livro “Micrographia”. Robert Hooke Livro publicado pelo microscopista Inglês Robert Hooke, em 1665. Em 1665, Robert Hooke publicou um livro intitulado “Micrographia”, contendo desenhos de praticamente tudo que podia sever com a mais nova invenção, o microscópio. Conceitos Básicos em Microscopia Óptica (Microscopia de Luz) 1838 - Schleiden e Schwann propõem a teoria celular (3) As células são pequenos órgãos nos quais residem as forças que dirigem a reabsorção e a secreção. Em todas as superfícies absorventes aparece uma camada de células semelhantes, cujas células constituem o epitélio, contornam as vilosidades e são comparáveis às células das esponjas nas raízes das plantas. (4) Todas as células exercem sobre o citoblasto uma ação química a distância (metabolismo) que determina as secreções. (1) As parte elementares mais diferentes dos animais e das plantas se desenvolvem de modo comum: sua origem é, em todos os casos, uma célula. (2) Em cada tecido só se formam células novas nos pontos onde penetram elementos nutritivos novos: daí a diferença entre os tecidos que contêm vasos e os que não os têm. Matthias Schleiden (1804-1881) Theodor Schwann (1810-1882) -Microscopistas alemães- Como estudamos as células em Biologia Celular? Microscopia: Microscopia de Luz (Óptica) Evolução dos Microscópios Elodea - Microscopia de luz Corantes podem ser usados para corar células e aumentar seu contraste de maneira que elas possam ser mais facilmente vistas ao microscópio de campo claro. Coloração (a) Olho de Gerbil, Hematoxilina-Eosina, (b) rim de Cobra, Biebrich Scarlet, (c) Asperigilus, Grocott´s Methamine Silver (GMS), (d) pele de cahorro, Masson´s Trichrome, (e) Bacillus tuberculosis, Acid Fast Stain, (f) Cabeça de Truta, Giemsa. a b c d e f Sangue - Microscopia de luz 1a 1b 1d 1c Trichinella spiralis encistado em musc. Esquelético de cobaio, corado com HE Esporos de mofo corados com safranina em luz verde (Lycopodium) Feixe vascular (xilema e floema) de um rizoma Corte de trigo com uredosporos, corpo esporulante não corado, montado em imersão Fotomicrografias (mesmo campo) de Saccharomyces cerevisiae (a) Campo claro. (b) Contraste de fase. (c) Campo escuro. Microscópio de campo escuro e de contraste de fase O microscópio de campo escuro e de contraste de fase foram desenvolvidos para melhorar as diferenças de contraste entre as células e o meio ao seu redor, fazendo-se possível a observação de células sem a necessidade da utilização de corantes. Imagem de células usando microscopia de interferência de contraste diferencial. (a) Cultura de células epiteliais (b) Nematodo vivo (c) Exoesqueleto de radiolário Microscópio de Contraste de interferência diferencial – DIC (Nomarski) a b c Cell Biology interactive Fig. 23.8 – Megacariócito - Contraste de fase Fig. 16.11 – Célula muscular cardíaca - Contraste de fase Fig. 23.9 – Cicatrização de feridas - Contraste de fase Fig. 24.4 – Célula T citotóxica - Contraste de fase Fig. 16.2 – “Caça” e fagocitose de bactérias por neutrófilos - Contraste de fase Fig. 20.1 – Células de câncer de mama - Contraste de fase Fig. 16.2 - Quimiotaxia de neutrófilos vs. bactérias - Contraste de fase Fig. 15.2 – Quimiotaxia de neutrófilos - DIC Fig. 19.2 – Rolagem de linfócitos - Contraste de fase Fig. 23.10 – Homing de linfócitos - DIC Fig. 21.5 – Células precursoras de de neurônios do hipocampo do cérebro de embrião de roedor - Contraste de fase + DIC Fig. 1.1 – Dança do queratócito - DIC Microscópio de fluorescência Sondas de fluorescência Cell Biology interactive Fig. 17.7 – Fuso mitótico / divisão de célula animal – Fluorescência Cell Biology interactive Fig. 13.5– Fagocitose – Fluorescência Fig. 13.6– Exocitose – Fluorescência Fig. 15.1– Sinalização de cálcio / Gap junction – Fluorescência Fig. 17.4 – Fuso mitótico / divisão de célula animal – DIC Fig. 17.6– Fuso mitótico / divisão de células de embrião de mosca – Fluorescência Fig. 18.1– Apoptose / blebbing de membrana e fragmentação do núcleo - Contraste de fase e fluorescência Microscópio óptico confocal de varredura a laser (a) Sperm triple-labeled with FITC-Pisum sativum lectin (acrosome - green); TOTO-3 iodide for DNA (blue) and Nile red for membrane lipid (red). (b) Complete loss of the acrosome following spermicidal treatment. Staining as in the image above. (c) Cultured epithelial cells triple stained for the nucleus (blue), microtubules (green), and actin (red). Images were acquired with a 20X objective (c) and a 100X objective (d). Microscopia Confocal de Varredura a Laser a b c d Imagem Tridimensional Cell Biology interactive Fig. 25.6– Sinapse imunológica / apresentação de antígeno – Fluorescência e processamento de imagem Cell Biology interactive Fig. 24.3 – Listeria ínvadindo célula hospedeira – Contraste de fase e fluorescência com marcação de GFP Fig. 16.5 – Dinâmica de microtúbulos in vivo - Fluorescência com marcação de GFP Fig. 23.14 – Células-tronco embrionárias – Contraste de fase e fluorescência com marcação de GFP Cell Biology interactive Fig. 10.6– FRAP / marcação com GFP de proteínas de membrana de retículo endoplasmático e de proteínas ancoradas na membrana nuclear interna Cell Biology interactive Fig. 21.3– Ondas de Ca2+ após fertilização de ovos de ouriço do mar - Fluorescência Como estudamos as células em Biologia Celular? Micromanipulação celular Cell Biology interactive Fig. 9.1 – Laser tweezer – Esquema Fig. 10.1 – Laser tweezer / Fluidez de membrana Fig. 23.2 – Laser tweezer / estereocílios Microscópio eletrônico de transmissão Microscópio eletrônico de varredura Microscopia Eletrônica 1- Microscopia Eletrônica de Transmissão Microscópios eletrônicos são amplamente utilizados para o estudo de estruturas detalhadas da célula. Para o estudo de estruturas internas da célula, o microscópio eletrônico de transmissão (MET) é essencial. ULTRAMICROTOMIA Microscopia Eletrônica Hexagonal 75 “mesh” Quadrada 200 “mesh” Contrastação Acetato de uranila e citrato de chumbo CONTRASTAÇÃO POSITIVA Objetivo: Impregnar o material biológico com metais pesados, para aumentar o contraste da imagem. Cell Biology interactive Figs. 4.4 / 4.5 – Estrutura do núcleo – Microscopia eletrônica de transmissão Figs. 9.2 / 9.3 / 9.4 / 12.8 – Célula do fígado – Microscopia eletrônica de transmissão Figs. 13.7 / 13.8 – Células do pâncreas - Microscopia eletrônica de transmissão Fig. 12.9 – Célula secretora pancreática - Microscopia eletrônica de transmissão Fig. 16.12 – Tecido cardíaco - Microscopia eletrônica de transmissão Fig. 16.13 – Célula muscular cardíaca- Microscopia eletrônica de transmissão Fig. 19.3 – Junções entre céulas musculares - Microscopia eletrônica de transmissão Fig. 23.11 – Epitélio da traquéia - Microscopia eletrônica de transmissão Figs. 23.12 / 23.13 – Células endoteliais do fígado - Microscopia eletrônica de transmissão Figs. 23.4 / 23.5 / 23.6 – Epitélio do intestino - Microscopia eletrônica de transmissão Fig. 17.8– Cromossomos mitóticos - Microscopia eletrônica de transmissão CORTES SERIADOS Imunocitoquímica ultra-estrutural(e) métodos imunocitoquímicos, com a utilização de anticorpos policlonais e monoclonais Mic RA GD GA PROCESSAMENTO DE MATERIAL BIOLÓGICO PARA MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA Microscopia Eletrônica de Varredura Microscopia Eletrônica Formiga de fogo Lorryia formosa Embrião de camundongo Diatomácea Pata de Centopéia Microscopia Eletrônica de Varredura Microscopia Eletrônica Bactérias aderidas ao arenito por estruturas semelhantes a pedúnculos (a) e envolvidas por substância amorfa - possivelmente matriz extracelular (a e b, seta). Poço Produtor (Marlim) a b Bactéria Pedúnculo Matriz extracelular Testemunho 02 (arenito) CRIOFRATURA Cell Biology interactive Fig. 12.7– Criofratura de fungo - Microscopia eletrônica de transmissão CRIOFRATURA CRIOFRATURA CRIOFRATURA Contrastante PTA-ÁCIDO FOSFOTUNGÍSTICO CONTRASTAÇÃO NEGATIVA Consiste no envolvimento de partículas por metais pesados e de fina granulação, fornecendo imagens de fundo escuro e o objeto claro. Ideal para análise de suspensão viral, bactérias e pureza de fracionamento celular. a) Bacteriófago; b) Vírus da batata; c) Adenovírus; d) Vírus da influença CONTRASTAÇÃO NEGATIVA Ultra-estrutura de macromoléculas Macromoléculas podem ser observadas por microscopia eletrônica de transmissão através da técnica de contrastação negativa, depositadas diretamente nas grades. Sua visualização depende da preparação de grades recobertas com uma fina camada de carbono para posterior adsorção das moléculas a serem analisadas. Adsorção das macromoléculas à superfície das grades revestidas, contrastação negativa e observação ao Microscópio Eletrônico de Transmissão Moléculas de 2M (nativa, quimiotripsina, plasmina e metilamina. Contrastação por acetato de uranila. Aumentos - 200.000-600.000x. Delain et al. 1989. Ultra-estrutura de macromoléculas Cell Biology interactive Fig. 12.1 - Tomograma a partir de imagens de microscópio eletrônico de alta voltagem - Compartimentos celulares / reconstrução tridimensional Fig. 13.9 – Vesícula sináptica – Tomograma de imagens de microscopia eletrônica de transmissão Fig. 14.1– Mitocôdria – Tomograma de imagens de microscopia eletrônica de transmissão Bactéria endocitada por um macrófago Bacteriófago T4 Músculo estriado de água-viva. Microscopia Eletrônica
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