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As teorias da educao e o problema da marginalidade

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SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia: teorias, curvatura da vara, onze 
teses sobre a educação e política. São Paulo:Cortez; Autores Associados, Col. 
Polêmicas do nosso tempo, 1989
A pedagogia Tradicional
Pedagogia Nova
1 As teorias da educação e o problema da marginalidade
O problema
Década de 70 cerca de 50% do alunos das escolas primárias desertavam em condições 
de seminalfabetismo ou de analfabetismo potencial na maioria dos países da América Latina. 
Como interpretar esse dado? Como Explicá-lo? Como as teorias da educação se posicionam 
diante dessa situação?
Teorias não-criticas
São aquelas que entendem a educação como um instrumento de equalização social, 
portanto de superação da marginalidade. Essas segundo o autor encaram a educação como 
autônoma e buscam compreendê-la a partir dela mesmo.
Nessa pedagogia, a causa da marginalidade é identificada como ignorância. È 
marginalizado da nova sociedade quem não é esclarecido. A escola surge como um antídoto à 
ignorância, logo, um instrumento para equacionar o problema da marginalidade. Seu papel é 
difundir a instrução, transmitir os conhecimentos acumulados pela humanidade e 
sistematizados logicamente. O mestre-escola será o artífice dessa grande obra. A escola se 
organiza, pois como uma agência centrada no professor, o qual transmite, segundo uma 
gradação lógica, o acervo cultural aos alunos. A estes cabe assimilar os conhecimentos que lhes 
são transmitidos.
Essa teoria mantém a crença do poder da escola e em sua função de equalização social. 
Segundo essa teoria, a marginalidade deixa de ser vista predominantemente sob o ângulo da 
ignorância, isto é, o não domínio de conhecimentos. O marginalizado já não é, propriamente, o 
ignorante, mas o rejeitado. Alguém está integrando não quando é ilustrado, mas quando se 
sente aceito pelo grupo e, através dele, pela sociedade em seu conjunto.
Assim, é uma pedagogia que advoga um tratamento diferencial a partir da “descoberta” das 
diferenças individuais. A descoberta é que os homens são essencialmente diferentes; não se 
repetem, cada individuo é único, portanto a marginalidade não pode ser explicada pelas 
diferenças de raças, cor, credo ou classe e também no domínio de conhecimento, intelectual, no 
desempenho cognitivo. Assim, os marginalizados são os “anormais”, isto é, os desajustados e 
desadaptados de todos os matizes. Com isso a função da educação de equalização social e será 
um instrumento de correção da marginalidade na medida em que cumprir a função de ajustar, 
de adaptar os indivíduos à sociedade, incutindo neles os sentimento de aceitação dos demais e 
pelos demais.
A pedagogia Tecnicista
A teoria da Curvatura da vara
Para essa pedagogia a marginalidade não é identificada com a ignorância nem será 
detectada a partir do sentimento de rejeição. O marginalizado será o incompetente, se for o 
ineficiente e improdutivo. A educação estará contribuindo para superar o problema da 
marginalidade na medida em que formar indivíduos eficientes, capazes e aumentar a 
produtividade da sociedade. Assim ela, está ela cumprindo sua função de equalização social.
As teorias Crítico-Reprodutivistas
Esses grupos de teorias compreendem a educação a partir de seus condicionantes 
sociais. Dentro desse grupo se destaca:
ü Teoria dos sistema de ensino enquanto violência simbólica;
ü Teoria da escola enquanto aparelho ideológico de Estado;
ü Teoria da escola dualista.
2 ESCOLA E DEMOCRACIA. 
Desenvolvido em três teses para o autor:
A primeira: “Do caráter revolucionário da pedagogia da essência e do caráter reacionário da 
pedagogia da existência” ou seja, no âmbito da política educacional e no âmbito do interior da 
escola existe duas posições antitéticas que são traduzidas como da pedagogia nova e da 
pedagogia tradicional. A pedagogia tradicional se funda numa concepção filosófica 
essencialista, ao passo que pedagogia nova se funda numa concepção filosófica que privilegia 
a existência sobre a essência.
A segunda tese: “do caráter cientifico do método tradicional, e do caráter pseudocientífico dos 
métodos novos”.Aqui Saviani refleti sobre a falsa crença da escola nova em que essa tendência 
tentou articular o ensino com o processo de desenvolvimento da ciência. Nesse sentido, o 
ensino seria o desenvolvimento de uma espécie de projeto de pesquisa, quer dizer uma 
atividade. O ensino era visto como um processo de pesquisa e com isso empobrecia o ensino.
A terceira tese: “Segundo o qual quanto mais se falou em democracia no interior da escola, 
menos democrática foi a escola; e, quando menos se falou em democracia, mais a escola esteve 
a articulada com a construção de uma ordem democrática.” Ou seja, a escola nova não é 
democrática pois cabe a escola passar de forma autoritária conteúdos para os aluno e quando se 
fala em democracia se fala na construção de uma ordem democrática do país. Assim, a escola 
nova é da hegemonia da classe dominante em que acena educação para todos com o 
lema”Educação para todos” mas com a ideologia de consolidar uma ordem democrática e que 
para a classe proletariado era importante participar do processo político, participar das 
decisões. Com isso, Dermeval diz que a classe dominante para passar uma educação para o 
povão, faz um recorte do conteúdo a ser passada a camada popular. Assim, a prioridade do 
conteúdo é fundamental e para o autor frente a hegemonia da classe dominante deve-se dar 
importância ao currículo porque é uma forma de lutar contra a farsa do ensino que é passado 
para as camadas populares. E ainda mais, o domínio da cultura constitui instrumento 
indispensável para a participação política das massas. Se os membros das massas não 
dominarem os conteúdos culturais, eles não podem valer seus interesses, porque ficam 
desarmados frente aos seus dominadores, que se servem exatamente desses conteúdos 
culturais para legitimar e consolidar sua dominação. Expresso isso na frase: “o dominado não 
se liberta se ele não vier a dominar aquilo que os dominantes dominam”.Então dominar aquilo 
que os dominantes dominam é condição para libertação.
Essa é a curvatura da vara no qual na tendência corrente a vara esta torta para o lado da 
pedagogia da existência, para o lado dos movimentos da escola nova. Com isso, o autor vai 
fazer curvar a vara para o outro lado.
3 ESCOLA E DOMOCRACIA II:
Para Além da teoria da curvatura da vara.
O meu objetivo da teoria da curvatura da vara é polemizar, abalar, desinstalar, inquietar, 
fazer pensar para que a vara se curva para o seu lado além dessas pedagogias que foi elencadas 
e surja uma valorização de conteúdos que apontam para uma pedagogia revolucionária.
Para além dos métodos novos e tradicionais.
Deve-se pensar uma pedagogia além da tradicional e da nova:
1º Passo: prática social;
Deve ser comum ao professor e aluno no qual podem se posicionar diferentemente enquantos 
agentes sociais diferenciados;
2º Passo:identificação dos principais problemas postos pela pratica social;
Esse passo é a problematização. Trata-se de detectar que questões precisam se resolvidas no 
âmbito da prática social e, em conseqüência, que conhecimento é necessário dominar. Trata-se 
de se apropriar dos instrumentos teóricos e práticos necessários ao equacionamento dos 
problemas detectados na prática social.
3ºPasso: Instrumentalização;
É a apropriação pelas camadas populares das ferramentas culturais necessárias à luta social que 
travam diuturnamente para se libertar das condições de exploração em que vivem.
4º Passo: Cartase;
Entendida aqui na acepção gramsciana de “elaboração superior da estrutura em superestrutura 
na consciência dos homens”. Trata-se da efetiva incorporação dos instrumentos culturais, 
transformados agora em elementos ativos de transformação social.
5º Passo: atuação da prática social.
O ponto de chegada é a própria prática social, compreendida agoranão mais em termos 
sincréticos pelos alunos. Nesse ponto, ao mesmo tempo que os alunos ascendem ao nível 
sintético em que, o professor já se encontrava, reduz-se a precariedade da síntese do professor, 
cuja compreensão se torna mais e mais orgânica.Com isso, o momento catártico pode ser 
considerado o ponto culminante do processo educativo, já que é ai que se realiza pela mediação 
da análise levada a cabo no processo de ensino, a passagem da síncrese à síntese.
Por fim. A contribuição do professor:
Evidentemente, a proposição pedagógica apresentada aponta na direção de uma sociedade em 
que esteja superado o problema da divisão de saber, ora em meu ponto de entender, tal 
contribuição será tanto mais eficaz quanto, mas o professor for capaz de compreender is 
vínculos da sua prática com a prática social global.
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