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Resumo Direito e Processo Penal Militar - 04

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Direito e Processo Penal Militar 
Data: 24/11/2011 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
 Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 1 
Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 
www.enfasepraetorium.com.br 
 
 
Assuntos tratados: 
1º Horário. 
 Teoria do Crime / Culpabilidade / Inimputabilidade / Potencial Consciência da 
Ilicitude / Erro de Direito / Erro de Fato / Erros Acidentais / Exigibilidade de 
Conduta Diversa / Hipóteses de Inexigibilidade de Conduta Diversa 
2º Horário. 
 Concurso de Pessoas / Comunicação da Condição de Militar para o Civil / 
Participação de Menor Importância / Agravantes do Concurso de Pessoas no 
Direito Penal Militar / Agravantes do Concurso de Pessoas no Direito Penal 
Militar / Cabeça / Penas no Sistema Penal Militar / Classificação das Penas / 
Principais / Pena de Morte 
 
1º Horário 
 
1. Teoria do Crime 
 
1.1. Culpabilidade 
 
1.1.1. Inimputabilidade 
Questão – Analista Judiciário – STM – 2011 
Um adolescente com dezessete anos de idade que, convocado para o serviço 
militar, após ser incorporado, praticar conduta definida no CPM como crime de 
insubordinação praticado contra superior será alcançável pela lei penal militar, a 
qual adotou, para os menores de dezoito e maiores de dezesseis anos de idade, o 
sistema biopsicológico, em que o reconhecimento da imputabilidade fica 
condicionado ao seu desenvolvimento psíquico. 
R: Errado, pois o crime de insubordinação é propriamente militar e o adolescente 
não é alcançado pela lei penal militar, tendo em vista que a parte do CPM que 
trata do assunto não foi recepcionada pela CRFB, que adota a inimputabilidade do 
menor de 18 anos (critério biológico puro). 
Observação: O direito penal militar adota a Teoria da Actio Libera In Causa1 nos 
casos de embriaguez voluntária ou culposa, assim como o CP, considerando que ao 
 
1
 O tema será mais aprofundado em direito penal comum. 
 Direito e Processo Penal Militar 
Data: 24/11/2011 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
 Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 2 
Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 
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tempo da embriaguez o agente é imputável por se analisar a imputabilidade no 
momento anterior à embriaguez. 
 
 1.1.2. Potencial Consciência da Ilicitude 
Neste tema, o sujeito age supondo ser lícito seu comportamento e o CPM 
apresenta duas situações cabíveis, quais sejam, erro de direito e erro de fato. 
 
1.1.2.1. Erro de Direito (art. 35, CPM) 
Erro de direito 
Art. 35. A pena pode ser atenuada ou substituída por outra menos grave quando o 
agente, salvo em se tratando de crime que atente contra o dever militar, supõe 
lícito o fato, por ignorância ou erro de interpretação da lei, se escusáveis. 
Trata-se de espécie de erro de proibição, em que o agente supõe lícito o fato 
por ignorância ou por erro de interpretação da lei. 
O erro de direito tem como possíveis consequências, alternativamente: 
a) atenuação da pena: varia dentro do valor prefixado pelo art. 73, CPM (1/5 a 
1/3), ficando a critério do magistrado o quantum a ser aplicado. 
Quantum da agravação ou atenuação 
Art. 73. Quando a lei determina a agravação ou atenuação da pena sem 
mencionar o quantum , deve o juiz fixá-lo entre um quinto e um terço, guardados 
os limites da pena cominada ao crime. 
b) substituição da pena por outra menos grave: como o direito penal militar 
não admite a substituição de pena privativa de liberdade por restritiva de direitos2, a 
substituição em comento relaciona-se à permuta de reclusão por detenção, ou 
detenção por prisão. 
Uma diferença com o CP comum é que, no direito penal militar, o erro de 
proibição não admite isenção de pena3. 
Desta forma, o desconhecimento da lei, assim como no direito penal comum, 
não exclui a culpabilidade, mas atenua a pena (art. 65, CP), mesmo quando escusável. 
No caso do erro de interpretação, o agente conhece a lei, mas a interpreta de forma 
equivocada, supondo lícito o fato e mesmo sendo escusável, atenua a pena ou 
possibilita a sua substituição, diferentemente do CP comum, que permite a isenção de 
pena no erro invencível. 
 
2
 É o posicionamento que vem sendo aplicado pelo STF. 
3
 O erro escusável isenta de pena e o inescusável reduz a pena no CP comum. 
 Direito e Processo Penal Militar 
Data: 24/11/2011 
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Circunstâncias atenuantes 
CP, Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: 
II - o desconhecimento da lei; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
No caso de crime contra o dever militar, todavia, não é possível que se alegue 
erro de direito para que a pena seja atenuada ou substituída, pois o militar é obrigado 
a conhecer seus deveres, sendo o erro sempre inescusável. 
Observação: São crimes contra o dever militar os previstos do art. 187 ao art. 
204, CPM. 
Deserção 
Art. 187. Ausentar-se o militar, sem licença, da unidade em que serve, ou do lugar 
em que deve permanecer, por mais de oito dias: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos; se oficial, a pena é agravada. 
 
Casos assimilados 
Art. 188. Na mesma pena incorre o militar que: 
I - não se apresenta no lugar designado, dentro de oito dias, findo o prazo de 
trânsito ou férias; 
II - deixa de se apresentar a autoridade competente, dentro do prazo de oito dias, 
contados daquele em que termina ou é cassada a licença ou agregação ou em que 
é declarado o estado de sítio ou de guerra; 
III - tendo cumprido a pena, deixa de se apresentar, dentro do prazo de oito dias; 
IV - consegue exclusão do serviço ativo ou situação de inatividade, criando ou 
simulando incapacidade. 
 
Art. 189. Nos crimes dos arts. 187 e 188, ns. I, II e III: 
Atenuante especial 
I - se o agente se apresenta voluntariamente dentro em oito dias após a 
consumação do crime, a pena é diminuída de metade; e de um terço, se de mais 
de oito dias e até sessenta; 
Agravante especial 
II - se a deserção ocorre em unidade estacionada em fronteira ou país estrangeiro, 
a pena é agravada de um terço. 
 
Deserção especial 
Art. 190. Deixar o militar de apresentar-se no momento da partida do navio ou 
aeronave, de que é tripulante, ou do deslocamento da unidade ou força emque 
serve: (Redação dada pela Lei nº 9.764, de 18.12.1998) 
Pena - detenção, até três meses, se após a partida ou deslocamento se apresentar, 
dentro de vinte e quatro horas, à autoridade militar do lugar, ou, na falta desta, à 
autoridade policial, para ser comunicada a apresentação ao comando militar 
competente.(Redação dada pela Lei nº 9.764, de 18.12.1998) 
 Direito e Processo Penal Militar 
Data: 24/11/2011 
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§ 1º Se a apresentação se der dentro de prazo superior a vinte e quatro horas e 
não excedente a cinco dias: 
Pena - detenção, de dois a oito meses. 
§ 2o Se superior a cinco dias e não excedente a oito dias: (Redação dada pela Lei 
nº 9.764, de 18.12.1998) 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
§ 2o-A. Se superior a oito dias: (Incluído pela Lei nº 9.764, de 18.12.1998) 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
Aumento de pena 
§ 3o A pena é aumentada de um terço, se se tratar de sargento, subtenente ou 
suboficial, e de metade, se oficial. (Redação dada pela Lei nº 9.764, de 18.12.1998) 
 
Concerto para deserção 
Art. 191. Concertarem-se militares para a prática da deserção: 
I - se a deserção não chega a consumar-se: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
Modalidade complexa 
II - se consumada a deserção: 
Pena - reclusão, de dois a quatro anos. 
 
Deserção por evasão ou fuga 
Art. 192. Evadir-se o militar do poder da escolta, ou de recinto de detenção ou de 
prisão, ou fugir em seguida à prática de crime para evitar prisão, permanecendo 
ausente por mais de oito dias: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
 
Favorecimento a desertor 
Art. 193. Dar asilo a desertor, ou tomá-lo a seu serviço, ou proporcionar-lhe ou 
facilitar-lhe transporte ou meio de ocultação, sabendo ou tendo razão para saber 
que cometeu qualquer dos crimes previstos neste capítulo: 
Pena - detenção, de quatro meses a um ano. 
Isenção de pena 
Parágrafo único. Se o favorecedor é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão 
do criminoso, fica isento de pena. 
 
Omissão de oficial 
Art. 194. Deixar o oficial de proceder contra desertor, sabendo, ou devendo saber 
encontrar-se entre os seus comandados: 
Pena - detenção, de seis meses a um ano. 
 
Abandono de posto 
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Art. 195. Abandonar, sem ordem superior, o posto ou lugar de serviço que lhe 
tenha sido designado, ou o serviço que lhe cumpria, antes de terminá-lo: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
 
Descumprimento de missão 
Art. 196. Deixar o militar de desempenhar a missão que lhe foi confiada: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constitui crime mais 
grave. 
§ 1º Se é oficial o agente, a pena é aumentada de um terço. 
§ 2º Se o agente exercia função de comando, a pena é aumentada de metade. 
Modalidade culposa 
§ 3º Se a abstenção é culposa: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
 
Retenção indevida 
Art. 197. Deixar o oficial de restituir, por ocasião da passagem de função, ou 
quando lhe é exigido, objeto, plano, carta, cifra, código ou documento que lhe 
haja sido confiado: 
Pena - suspensão do exercício do posto, de três a seis meses, se o fato não 
constitui crime mais grave. 
Parágrafo único. Se o objeto, plano, carta, cifra, código, ou documento envolve ou 
constitui segredo relativo à segurança nacional: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave. 
 
Omissão de eficiência da força 
Art. 198. Deixar o comandante de manter a força sob seu comando em estado de 
eficiência: 
Pena - suspensão do exercício do posto, de três meses a um ano. 
 
Omissão de providências para evitar danos 
Art. 199. Deixar o comandante de empregar todos os meios ao seu alcance para 
evitar perda, destruição ou inutilização de instalações militares, navio, aeronave 
ou engenho de guerra motomecanizado em perigo: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
Modalidade culposa 
Parágrafo único. Se a abstenção é culposa: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
 
Omissão de providências para salvar comandados 
Art. 200. Deixar o comandante, em ocasião de incêndio, naufrágio, encalhe, 
colisão, ou outro perigo semelhante, de tomar todas as providências adequadas 
para salvar os seus comandados e minorar as conseqüências do sinistro, não 
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Data: 24/11/2011 
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sendo o último a sair de bordo ou a deixar a aeronave ou o quartel ou sede militar 
sob seu comando: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos. 
Modalidade culposa 
Parágrafo único. Se a abstenção é culposa: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
 
Omissão de socorro 
Art. 201. Deixar o comandante de socorrer, sem justa causa, navio de guerra ou 
mercante, nacional ou estrangeiro, ou aeronave, em perigo, ou náufragos que 
hajam pedido socorro: 
Pena - suspensão do exercício do posto, de um a três anos ou reforma. 
 
Embriaguez em serviço 
Art. 202. Embriagar-se o militar, quando em serviço, ou apresentar-se embriagado 
para prestá-lo: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
 
Dormir em serviço 
Art. 203. Dormir o militar, quando em serviço, como oficial de quarto ou de ronda, 
ou em situação equivalente, ou, não sendo oficial, em serviço de sentinela, vigia, 
plantão às máquinas, ao leme, de ronda ou em qualquer serviço de natureza 
semelhante: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
 
Exercício de comércio por oficial 
Art. 204. Comerciar o oficial da ativa, ou tomar parte na administração ou 
gerência de sociedade comercial, ou dela ser sócio ou participar, exceto como 
acionista ou cotista em sociedade anônima, ou por cotas de responsabilidade 
limitada: 
Pena - suspensão do exercício do posto, de seis meses a dois anos, ou reforma. 
 
1.1.2.2. Erro de Fato (art. 36, CPM) 
Erro de fatoArt. 36. É isento de pena quem, ao praticar o crime, supõe, por erro plenamente 
escusável, a inexistência de circunstância de fato que o constitui ou a existência de 
situação de fato que tornaria a ação legítima. 
Trata-se de espécie de erro de tipo4, em que o agente supõe a inexistência de 
situação de fato (elemento descritivo) que constitui o tipo, recaindo o erro sobre 
 
4
 O erro de tipo do CP comum recai sobre elemento de fato ou de tipo. 
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elemento constitutivo do tipo limitado a situações fáticas (não abrange elemento 
normativo). 
Esta visão assemelha-se à Teoria Psicológica, segundo a qual dolo e culpa estão 
incluídos na culpabilidade, sendo possível que se alegue em questão discursiva da DPU 
que a Teoria Finalista deve ser aplicada aos delitos militares, quando houver erro 
escusável. 
Exemplo: subtrair coisa alheia acreditando ser sua é erro de fato, mas o 
equívoco quanto à postura de garantidor não se enquadra no caso, podendo ser 
solucionado pelo erro de direito por erro de interpretação (art. 35, CPM). 
A consequência do erro de fato é a isenção de pena, ou seja, não há exclusão 
do dolo como acontece no direito penal comum. 
A 2ª parte, art. 36, CPM trata da discriminante putativa – erro de tipo 
permissivo –, quando o agente supõe a existência de situação de fato que tornaria a 
ação legítima, justificada, em uma perfeita repetição do art. 20, parágrafo 1º, CP. 
Exemplos: legítima defesa putativa e causa de justificação do comandante putativa. 
Descriminantes putativas 
CP, Art. 20, § 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas 
circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. 
Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como 
crime culposo.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Desta feita, observa-se que o CPM dá o mesmo tratamento para o erro sobre 
elemento fático do tipo e sobre o erro fático nas causas de justificação (erro de ripo 
permissivo), isentando o agente de pena se escusáveis. 
O parágrafo 1º, art. 36, CPM trata do erro a título de culpa, caso em que o erro 
de tipo vencível dá ensejo à responsabilização do agente pelo crime na forma culposa, 
se houver previsão legal, sendo a mesma consequência atribuída pelo CP comum. 
Erro culposo 
1º Se o erro deriva de culpa, a este título responde o agente, se o fato é punível 
como crime culposo. 
Já o parágrafo 2º, art. 36, CPM dispõe acerca do erro de fato provocado por 
terceiro, caso em que este responde pelo fato, a título de dolo (autoria mediata) ou de 
culpa. 
Erro provocado 
2º Se o erro é provocado por terceiro, responderá este pelo crime, a título de dolo 
ou culpa, conforme o caso. 
 Direito e Processo Penal Militar 
Data: 24/11/2011 
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Exemplo: Médico militar manda que o enfermeiro ministre injeção letal em 
certo paciente que é inimigo seu, com o intuito de se vingar. Acreditando tratar-se de 
remédio, o enfermeiro aplica a injeção que mata o paciente, incorrendo em erro de 
fato, que o isenta de pena por ser escusável. Já o médico é o autor mediato e responde 
pelo homicídio doloso. Entretanto, se o enfermeiro tinha como saber que a injeção é 
letal e não procura averiguar, seu erro deriva de culpa, respondendo pelo parágrafo 
1º, art. 36, CPM, pelo resultado a título de culpa. 
 
1.1.2.3. Erros Acidentais 
São abordados no art. 37, CPM e têm o mesmo tratamento dado pelo direito 
penal comum. 
Erro sobre a pessoa 
Art. 37. Quando o agente, por erro de percepção ou no uso dos meios de 
execução, ou outro acidente, atinge uma pessoa em vez de outra, responde como 
se tivesse praticado o crime contra aquela que realmente pretendia atingir. Devem 
ter-se em conta não as condições e qualidades da vítima, mas as da outra pessoa, 
para configuração, qualificação ou exclusão do crime, e agravação ou atenuação 
da pena. 
Erro quanto ao bem jurídico 
1º Se, por erro ou outro acidente na execução, é atingido bem jurídico diverso do 
visado pelo agente, responde este por culpa, se o fato é previsto como crime 
culposo. 
Duplicidade do resultado 
2º Se, no caso do artigo, é também atingida a pessoa visada, ou, no caso do 
parágrafo anterior, ocorre ainda o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 
79. 
a) erro sobre a pessoa: dever ser combinado com o art. 20, parágrafo 3º, CP. 
Art. 20, § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta 
de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, 
senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. (Incluído pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
b) erro na execução (aberratio ictus): corresponde ao art. 73, CP. 
Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao 
invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde 
como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 
3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente 
pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.(Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
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c) erro sobre o bem jurídico (aberratio criminis): deve-se combinar a hipótese 
com o art. 74, CP. 
Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na 
execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde 
por culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado 
pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
d) erro sobre o objeto: é sustentado pela doutrina no direito penal comum, 
apesar de não encontrar previsão legal, cabendo, a hipótese, igualmente na esfera 
militar. Exemplo: sujeitoquer subtrair uma granada no paiol do quartel, mas subtrai 
simulacro de granada, respondendo como se tivesse subtraído a granada verdadeira. 
 
1.1.3. Exigibilidade de Conduta Diversa 
Trata-se da possibilidade que o sujeito tinha no caso concreto de agir de acordo 
com as exigências do ordenamento jurídico. 
 
1.1.3.1. Hipóteses de Inexigibilidade de Conduta Diversa 
O CPM aponta quatro situações de inexigibilidade de conduta diversa: 
a) estado de necessidade exculpante (art. 39, CPM)5: como o CPM adota a 
Teoria Diferenciadora Alemã, o estado de necessidade exculpante é uma causa legal de 
inexigibilidade de conduta diversa. 
Estado de necessidade, com excludente de culpabilidade 
Art. 39. Não é igualmente culpado quem, para proteger direito próprio ou de 
pessoa a quem está ligado por estreitas relações de parentesco ou afeição, contra 
perigo certo e atual, que não provocou, nem podia de outro modo evitar, sacrifica 
direito alheio, ainda quando superior ao direito protegido, desde que não lhe era 
razoavelmente exigível conduta diversa. 
b) excesso exculpante ou escusável6: ocorre quando o sujeito, por uma 
surpresa ou perturbação de ânimo, se excede em uma causa de justificação, como 
previsto no art. 45, parágrafo único, CPM. 
Excesso escusável 
 
5
 No CP comum, que adota a Teoria Unitária, todo estado de necessidade é justificante e exclui a 
ilicitude. 
6
 Não é previsto no CP comum, sendo construção doutrinária aceita como causa supralegal de 
inexigibilidade de conduta diversa. 
 Direito e Processo Penal Militar 
Data: 24/11/2011 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
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Art. 45, Parágrafo único. Não é punível o excesso quando resulta de escusável 
surpresa ou perturbação de ânimo, em face da situação. 
c) coação irresistível (art. 38, “a”, CPM): afasta a culpabilidade por 
inexigibilidade de conduta diversa quando for moral, apesar de o CPM não ser 
expresso neste sentido, pois a coação física irresistível exclui a conduta, caso em que 
há caracterização da autoria mediata, respondendo o coator pelo fato. 
Art. 38. Não é culpado quem comete o crime: 
Coação irresistível 
a) sob coação irresistível ou que lhe suprima a faculdade de agir segundo a própria 
vontade; 
No entanto, deve-se atentar que crime contra o dever militar não admite a 
excludente de culpabilidade da coação moral irresistível, conforme dispõe o art. 40, 
CPM, somente podendo alegar a coação física irresistível ou material, por eliminar a 
conduta7. 
Coação física ou material 
Art. 40. Nos crimes em que há violação do dever militar, o agente não pode 
invocar coação irresistível senão quando física ou material. 
Exemplo: Se um soldado do exército é ameaçado pelo traficante da 
comunidade em que reside, o que o faz faltar a mais de 8 dias no quartel, pratica o 
crime de deserção. Não poderá invocar a inexigibilidade de conduta diversa para não 
ser punido, tendo em vista ter que vencer as pressões externas. 
Questão – DPU – 2004 
Admite-se a coação moral irresistível como causa de exclusão da culpabilidade no 
crime de deserção. 
R: Errado, porque o crime de deserção é contra o dever militar. 
d) estrita obediência hierárquica (art. 38, “b”, CPM): a estrita obediência 
hierárquica tem que ser direta de superior hierárquico e em matéria de serviços, sendo 
possível que o servidor civil que trabalhe na esfera militar alegue esta causa de 
exclusão da culpabilidade também. 
Art. 38. Não é culpado quem comete o crime: 
Obediência hierárquica 
b) em estrita obediência a ordem direta de superior hierárquico, em matéria de 
serviços. 
1° Responde pelo crime o autor da coação ou da ordem. 
 
7
 Se o candidato a concurso público perceber que a letra da lei é que está sendo abordada na prova, 
deve sustentar que a coação física irresistível exclui a culpabilidade, pois o art. 38, CPM parece indicar a 
adoção da Teoria Psicológica. 
 Direito e Processo Penal Militar 
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No entanto, como dispõe o parágrafo 2º, art. 38, CPM, se a ordem for 
manifestamente criminosa, não pode ser cumprida, sob pena de o inferior responder 
pelo crime. Ademais, o inferior também será responsabilizado pelo excesso no 
cumprimento da ordem. Em ambos os casos, resta caracterizado o concurso de 
agentes. 
Art. 38, 2° Se a ordem do superior tem por objeto a prática de ato manifestamente 
criminoso, ou há excesso nos atos ou na forma da execução, é punível também o 
inferior. 
No caso de dúvida, o art. 41, CPM dispõe que se a ordem não for 
manifestamente ilegal, o juiz pode atenuar a pena do agente, diferentemente do que 
ocorre no direito penal comum, em que a hipótese exclui a culpabilidade. 
Atenuação de pena 
Art. 41. Nos casos do art. 38, letras a e b , se era possível resistir à coação, ou se a 
ordem não era manifestamente ilegal; ou, no caso do art. 39, se era 
razoavelmente exigível o sacrifício do direito ameaçado, o juiz, tendo em vista as 
condições pessoais do réu, pode atenuar a pena. 
 
2º Horário 
 
1.2. Concurso de Pessoas 
O CPM adota a Teoria Monista Temperada, considerando-se crime como uma 
unidade para todos os concorrentes e prevendo a responsabilização do agente na 
medida da culpabilidade, por ser a referida teoria desdobramento da Teoria da 
Conditio Sine Qua Non. 
O art. 53, CPM dispõe que quem concorre para o crime de qualquer forma, 
incide nas penas a ele cominadas, repetindo o disposto no art. 29, CP. 
Coautoria 
Art. 53. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este 
cominadas. 
 
CP, Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a 
este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984) 
O parágrafo 1º, art. 53, CPM faz uma individualização com relação à 
culpabilidade, além de estabelecer que as condições e circunstâncias de caráter 
pessoal na se comunicam, salvo se elementares ao crime. 
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Condições ou circunstâncias pessoais 
Art. 53, § 1º A punibilidade de qualquer dos concorrentes é independente da dos 
outros, determinando-se segundo a sua própria culpabilidade. Não se comunicam, 
outrossim, as condições ou circunstâncias de caráter pessoal, salvo quando 
elementares do crime. 
 
1.2.1. Comunicação da Condição de Militar para o Civil 
No caso do art. 176, CPM, a ofensa aviltante a inferior tem como pressuposto a 
relação hierárquica militar, mas o STF e o STM têm julgados reconhecendo que a 
condição de militar se comunica com o civil, que passa a responder pelo mesmo 
delito. 
Ofensa aviltante a inferior 
Art. 176. Ofender inferior, mediante ato de violência que, por natureza ou pelo 
meio empregado, se considere aviltante: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
Todavia, há casos em que não se permite esta comunicação, como entende a 
doutrina majoritária e o STM: 
a) quando o legislador prevê um crime para o militar e outro independente 
para o civil (exceção dualista: quebra da Teoria Monista). 
Exemplo1: O civil responde pelo art. 301 e o militar pelo art. 163, ambos do 
CPM. 
Recusa de obediência 
Art. 163. Recusar obedecer a ordem do superior sobre assunto ou matéria de 
serviço, ou relativamente a dever imposto em lei, regulamento ou instrução: 
Pena - detenção, de um a dois anos, se o fato não constitui crime mais grave. 
 
Desobediência 
Art. 301. Desobedecer a ordem legal de autoridade militar: 
Pena - detenção, até seis meses. 
Exemplo2: O civil não responde pela revolta, mas responde pela incitação. 
b) nos casos de crimes de mão-própria (propriamente militar). Exemplo: crime 
de deserção e abandono de posto. 
 
1.2.2. Participação de Menor Importância 
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Também chamada de somenos importância, auxílio secundário e cumplicidade 
desnecessária, acontece quando o sujeito teve envolvimento muito pequeno com a 
realização do tipo penal. 
Trata-se de causa de redução de pena, pelo art. 29, CP comum, mas de acordo 
com o art. 53, parágrafo 3º, CPM, é atenuante. 
CP, Art. 29, § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser 
diminuída de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Atenuação de pena 
Art. 53, 3º A pena é atenuada com relação ao agente, cuja participação no crime é 
de somenos importância. 
De acordo com a posição dominante, esta participação deve ser em sentido 
estrito, pois o partícipe contribui sem realizar a figura típica diretamente, sendo sua 
conduta secundária (não abrange coautor). No entanto, parte da doutrina (Cezar 
Roberto Bittencourt) sustenta que o sentido da participação é amplo, admitindo-se o 
benefício para o coautor igualmente. 
Questão – Analista Judiciário – STM – 2011 
O CPM ao adotar o Princípio da Participação de Menor importância estabeleceu 
uma exceção à Teoria Monista. 
R: Certo. 
Ao agente que pretendeu praticar crime menos grave, situação chamada de 
“participação em crime menos grave” pelo direito penal comum, aplica-se a pena do 
crime menos grave, por haver desvio subjetivo de conduta ou cooperação 
dolosamente distinta (art. 29, parágrafo 2º, CP). 
Art. 29, § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, 
ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na 
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
No entanto, a participação em crime menos grave não é expressamente 
prevista no CPM, entendendo a doutrina que é possível aplicação da analogia in 
bonam partem no direito penal militar e não há qualquer decisão até o presente 
momento vedando a possibilidade8. Entretanto, em sentido contrário, existe grande 
resistência dos Tribunais em aplicar o direito penal comum quando o direito penal 
militar não o faz, como no caso do arrependimento posterior. 
 
 
8
 É o posicionamento que deve ser adotado em provas discursivas de DPU. 
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1.2.3. Agravantes do Concurso de Pessoas no Direito Penal Militar 
O art. 53, parágrafo 2º, CPM fixa quatro agravantes do concurso de pessoas não 
inseridas no rol genérico do art. 72, CPM. 
Agravação de pena 
Art. 53, § 2° A pena é agravada em relação ao agente que: 
I - promove ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais 
agentes; 
II - coage outrem à execução material do crime; 
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade, ou 
não punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; 
IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de 
recompensa. 
 
Art. 72. São circunstâncias que sempre atenuam a pena: 
Circunstância atenuantes 
I - ser o agente menor de vinte e um ou maior de setenta anos; 
II - ser meritório seu comportamento anterior; 
III - ter o agente: 
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral; 
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, 
evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado 
o dano; 
c) cometido o crime sob a influência de violenta emoção, provocada por ato 
injusto da vítima; 
d) confessado espontâneamente, perante a autoridade, a autoria do crime, 
ignorada ou imputada a outrem; 
e) sofrido tratamento com rigor não permitido em lei. Não atendimento de 
atenuantes 
Parágrafo único. Nos crimes em que a pena máxima cominada é de morte, ao juiz 
é facultado atender, ou não, às circunstâncias atenuantes enumeradas no artigo. 
a) líder: quem promove, organiza e dirige atividade dos demais concorrentes 
terá a pena agravada de 1/5 a 1/3. 
b) coator: trata-se do caso de coação resistível, em que o coator tem a pena 
agravada. Lembre-se que se a coação for irresistível, haverá autoria mediata e não será 
caracterizado o concurso de pessoas. 
c) aquele que dá ordem não manifestamente ilegal ou criminosa 
d) motivo torpe: agente executa ou participa do crime recebendo qualquer tipo 
de vantagem para tal. Atente-se que não se trata do produto do crime, mas do 
recebimento de alguma vantagem além. 
 Direito e Processo Penal Militar 
Data: 24/11/2011 
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1.2.3.1. Cabeça 
Esta figura está prevista no art. 53, parágrafos 4º e 5º, CPM. 
Cabeças 
Art. 53, 4º Na prática de crime de autoria coletiva necessária, reputam-se cabeças 
os que dirigem, provocam, instigam ou excitam a ação. 
5º Quando o crime é cometido por inferiores e um ou mais oficiais, são estes 
considerados cabeças, assim como os inferiores que exercem função de oficial. 
O agente é denominado como cabeça nos seguintes casos: 
a) crime de concurso necessário (parágrafo 4º): a pluralidade de pessoas é 
requisito para a existência do crime, sendo o cabeça quem lidera o delito. Exemplo: 
motim e revolta. 
Como consequência, o cabeça tem pena mais gravosa prevista no tipo penal e a 
agravante prevista no art. 53, parágrafo 2º, CPM não se aplica ao caso, evitando-se o 
bis in idem. 
Exemplo1: amotinamento de presos previsto no art. 182, CPM, liderado por um 
soldado. Este terá pena de reclusão de até 2 anos e os demais terão pena mais branda. 
Amotinamento 
Art. 182. Amotinarem-se presos, ou internados, perturbando a disciplina do 
recinto de prisão militar: 
Pena - reclusão, até três anos, aos cabeças; aos demais, detenção de um a dois 
anos. 
Responsabilidade de participe ou de oficial 
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem participa do amotinamento ou, 
sendo oficial e estando presente, não usa os meios ao seu alcance para debelar o 
amotinamento ou evitar-lhe as conseqüências. 
Exemplo2: nos crimes de motim e revolta, o cabeça tem a pena agravada em 
1/3. 
b) crimes de concurso necessário ou eventual (parágrafo 5º): o oficial é 
sempre considerado cabeça quando pratica crime em concurso com praça (inferior), 
mesmo que não lidere. A praça que exerce função de oficial é igualmente considerada 
cabeça. 
Exemplo: Se oficial participa de motim é considerado cabeça, mesmo que não 
seja o líder. O mesmo no caso de sargento que comanda pelotão na ausência do 
comandante. 
Questão – DPU – 2007 
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Embora o CPM tenha se filiado à Teoria da Equivalência dos Antecedentes causais, 
consideram-se cabeça, nos crimes de autoria coletiva necessária, os oficiais ou 
inferiores que exercem função de oficial. 
R: Certa. 
Questão – DPU – 2001 
O oficial militar que em concurso com praças vier a praticar crime de autoria 
coletiva necessária, não será considerado cabeça somente em decorrência do 
Princípio da Hierarquia com os inferiores. 
R: Errada, pois pelo Princípio da Hierarquia o oficial merece maior reprovação e 
será sempre considerado cabeça quando praticar crime em concurso com 
subalternos. 
 
1.3. Penas no Sistema Penal Militar 
O sistema sancionatório do direito penal militar é bastante distinto do adotado 
na esfera comum. 
Um exemplo desta discrepância é de que o sistema sancionatório do CPM é 
incompatível com a justiça consensual da Lei 9.099/95, de acordo com seu art. 90-A, 
prevalecendo a especialidade do direito penal militar. 
Art. 90-A. As disposições desta Lei não se aplicam no âmbito da Justiça Militar. 
(Artigo incluído pela Lei nº 9.839, de 27.9.1999) 
Outro ponto que merece destaque é a não previsão de pena de multa, pelo 
CPM. 
Questão – MPE/ES – 2010 
Nos crimes militares, a pena de multa somente poderá ser imposta a autores de 
crimes militares impróprios, por expressa previsão no CPM. 
R: Errada, por não haver previsão de multa no CPM em hipótese alguma. 
 Mister destacar, ainda, que não há substituição da pena privativa de liberdade 
por pena restritiva de direitos no âmbito militar. 
 
1.3.1. Classificação das Penas 
As penas podem ser principais ou acessórias e estas últimas acompanham a 
pena principal, sendo com ela cumuladas e não alternativamente aplicadas. Quando o 
CPM tratar de alternatividade, apenas estará se referindo à aplicação de reclusão ou 
detenção, que são penas principais. 
 Direito e Processo Penal Militar 
Data: 24/11/2011 
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Observação: Paralelamente, há as medidas de segurança, que têm disciplina 
completamente distinta do direito penal comum, assemelhando-se muito mais às 
penas restritivas de direitos. 
 
1.3.1.1. Penas Principais 
Estão previstas no rol taxativo do art. 55, CPM. 
Penas principais 
Art. 55. As penas principais são: 
a) morte; 
b) reclusão; 
c) detenção; 
d) prisão; 
e) impedimento; 
f) suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função; 
g) reforma. 
 
 
 
 
 
1.3.1.1.1. Pena de Morte 
No Brasil, a pena de morte é executada mediante fuzilamento, como previsto 
no art. 56, CPM, e seu procedimento está no art. 707, CPPM. 
Pena de morte 
CPM, Art. 56. A pena de morte é executada por fuzilamento. 
 
Execução da pena de morte 
CPPM, Art. 707. O militar que tiver de ser fuzilado sairá da prisão com uniforme 
comum e sem insígnias, e terá os olhos vendados, salvo se o recusar, no momento 
em que tiver de receber as descargas. As vozes de fogo serão substituídas por 
sinais. 
1º O civil ou assemelhado será executado nas mesmas condições, devendo deixar 
a prisão decentemente vestido. 
Socorro espiritual 
2º Será permitido ao condenado receber socorro espiritual. 
Data para a execução 
Penas Principais 
Pena de Morte Penas Privativas de 
Liberdade (reclusão, 
detenção e prisão) 
Pena Restritiva de Liberdade: 
trata-se do impedimento, 
aplicável apenas ao insubmisso 
Penas Restritivas 
de Direitos 
(suspensão e 
reforma) 
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3º A pena de morte só será executada sete dias após a comunicação ao presidente 
da República, salvo se imposta em zona de operações de guerra e o exigir o 
interesse da ordem e da disciplina. 
De acordo com o art. 57, CPM, a sentença definitiva de condenação à morte 
deve ser comunicada ao Presidente da República e só pode ser executada passados 7 
dias dessa comunicação. Esta necessidade se dá tendo em vista que o Presidente pode 
conceder indulto ou comutar a pena. 
Comunicação 
Art. 57. A sentença definitiva de condenação à morte é comunicada, logo que 
passe em julgado, ao Presidente da República, e não pode ser executada senão 
depois de sete dias após a comunicação. 
Todavia, se a pena for imposta em zona de efetivas operações militares, o prazo 
de 7 dias não precisa ser respeitado, como disposto no parágrafo único, desde que 
exigido o interesse da ordem e da disciplina militares, mas a necessidade de 
comunicação ao Presidente da República não foi dispensada. 
Art. 57, Parágrafo único. Se a pena é imposta em zona de operações de guerra, 
pode ser imediatamente executada, quando o exigir o interesse da ordem e da 
disciplina militares. 
O prazo prescricional para a pena de morte é de 30 anos, como vem disposto 
no art. 125, I, CPM. 
Art. 125. A prescrição da ação penal, salvo o disposto no § 1º deste artigo, regula-
se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: 
I - em trinta anos, se a pena é de morte;

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