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IBGE TÉCNIO Geografia

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
Geografia A Opção Certa Para a Sua Realização 1
GEOGRAFIA: 
Noções básicas de cartografia: Orientação: pontos cardeais; Locali-
zação: coordenadas geográficas (latitude e longitude); Representa-
ção: leitura, escala, legenda e convenções. 
Natureza e meio ambiente no Brasil: Grandes domínios climáticos; 
Ecossistemas. 
As atividades econômicas e a organização do espaço: Espaço 
agrário: modernização e conflitos; Espaço urbano: atividades eco-
nômicas, emprego e pobreza; 
A rede urbana e as Regiões Metropolitanas. 
Formação Territorial e Divisão Político-Administrativa: Divisão Políti-
co-Administrativa; Organização federativa. 
 
Noções básicas de cartografia: Orientação: pontos cardeais; 
Localização: coordenadas geográficas (latitude e longitude); 
Representação: leitura, escala, legenda e convenções. 
 
MEIO DE ORIENTAÇÃO E COORDENADAS GEOGRÁFICAS 
 
OS PONTOS DE ORIENTAÇÃO 
 
O homem, para facilitar o seu deslocamento sobre a superfície terres-
tre, tomando por base o nascer e o pôr do Sol, criou alguns pontos de 
orientação. 
 
Devido à marcante influência que o Sol exerce sobre a Terra, o ho-
mem, observando sua aparente marcha pelo espaço, fixou a direção em 
que ele surge no horizonte’. 
 
O ponto em que o Sol aparece diariamente no horizonte, o nascente, 
é conhecido também por leste ou oriente, e o local onde ele se põe, o 
poente, corresponde ao oeste ou ocidente. 
 
Estendendo a mão direita para leste e a esquerda para oeste, encon-
tramos mais dois pontos de orientação — o norte, à nossa frente, e o sul, 
às nossas costas. 
 
Esses quatro principais pontos de orientação: norte, sul, leste e oeste, 
constituem os pontos cardeais. 
 
Entre os pontos cardeais, foram criados mais quatro pontos de orien-
tação, os colaterais, que são: nordeste, sudeste, noroeste e sudoeste. 
 
Para tornar mais segura a orientação sobre a superfície terrestre, en-
tre um ponto cardeal e um colateral foi criado o subcolateral. 
 
Os pontos subcolaterais são em número de oito: 
 
NNE — nor-nordeste; 
ENE — es-nordeste; 
ESE — es-sudeste; 
SSE — su-sudeste; 
SSO — su-sudoeste; 
OSO — os-sudoeste; 
ONO — os-noroeste; 
NNO — nor-noroeste. 
 
Juntando-se os pontos cardeais, colaterais e subcolaterais notamos 
que eles formam uma figura conhecida pelo nome de rosa-dos-ventos. 
 
O MAGNETISMO TERRESTRE 
 
A Terra pode ser perfeitamente comparada a um gigantesco imã, 
possuindo dois pólos magnéticos que se situam próximo aos pólos 
geográficos, mas que não coincidem com estes. 
 
O magnetismo terrestre tem sua provável origem na eletricidade emi-
tida pela massa líquida, proveniente da junção dos oceanos nas extremida-
des do globo terrestre. 
 
Descoberta a atração magnética que os extremos da Terra exercem 
sobre as demais partes do globo, inventou-se a bússola, aparelho que é um 
seguro meio de orientação. 
 
A bússola é constituída por uma agulha magnética convenientemente 
colocada sobre uma haste no centro de uma caixa cilíndrica. 
 
A agulha está ligada a um círculo graduado e dividido como a rosa-
dos-ventos. Este círculo é geralmente constituído de talco ou mica. 
 
Como essa agulha tem a propriedade de apontar sempre o norte, para 
nos orientarmos pela bússola basta colocarmos o “norte” do mostrador na 
direção indicada pela agulha, o que de imediato nos proporcionará a posi-
ção dos demais pontos. 
 
A agulha imantada da bússola não aponta o norte geográfico, mas sim 
o norte magnético. A direção da agulha e o norte geográfico formam quase 
sempre um ângulo, variável de lugar para lugar e de época para época, ao 
qual se dão nome de declinação magnética. 
 
ORIENTAÇÃO PELO CRUZEIRO DO SUL 
 
Além dos meios de orientação já conhecidos, à noite é possível nos 
orientarmos por meio das estrelas. 
 
Um importante elemento de orientação em nosso hemisfério é o Cru-
zeiro do Sul, para nós bastante visível. 
 
A forma de nos orientarmos por ele consiste em prolongarmos quatro 
vezes o braço maior da cruz e, desse ponto imaginário, baixarmos uma 
perpendicular à linha do horizonte. 
 
Assim teremos o sul. Se nos colocarmos de costas para a constelação 
teremos à frente o norte, à direita o leste e à esquerda o oeste. 
 
No hemisfério norte usa-se a estrela Polar como meio de orientação. 
Ela aponta sempre a direção norte. 
 
AS LINHAS E CÍRCULOS DA TERRA 
 
Devido à grande extensão do nosso planeta, para facilitar a localiza-
ção de qualquer ponto da sua superfície foram imaginadas algumas linhas 
ou círculos. 
 
Para se traçar essas linhas foi necessário representar-se graficamente 
a Terra por meio de uma figura semelhante à sua forma — a esfera. 
 
Nos extremos da esfera terrestre estão situados os pólos norte e sul. 
A igual distância dos pólos, foi traçado no centro da esfera terrestre um 
círculo máximo — o Equador. 
 
O Equador divide a Terra horizontalmente em duas partes iguais — os 
hemisférios norte ou boreal e sul ou austral. 
 
PARALELOS 
 
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
Geografia A Opção Certa Para a Sua Realização 2
Paralelamente ao Equador, em ambos os hemisférios, foram traçadas 
outras linhas ou círculos — os paralelos (90 no hemisfério norte e 90 no 
hemisfério sul). 
 
Portanto, paralelos são círculos imaginários que atravessam a Terra 
paralelamente ao Equador. 
 
Destas linhas duas são mais importantes em cada um dos hemisférios 
— os Trópicos de Câncer e de Capricórnio, distantes do Equador a aproxi-
madamente 23º27', e os círculos polares Ártico e Antártico, que se distanci-
am do seu pólo correspondente a aproximadamente 23º27'. 
 
AS ZONAS CLIMÁTICAS DA TERRA 
 
Os trópicos e os círculos polares dividem a superfície terrestre em 
cinco grandes zonas climáticas, assim chamadas porque nos indicam 
aproximadamente o clima de cada uma dessas regiões: 
 
Zona tórrida: que se localiza entre os dois trópicos e é atravessada ao 
centro pelo Equador. Constitui a zona mais quente do globo. 
 
Zonas temperadas: a do Norte e a do Sul, situando-se respectivamen-
te entre os trópicos e os círculos polares, onde as temperaturas são bem 
mais amenas do que na zona tórrida, e as estações do ano se apresentam 
bem mais perceptíveis. 
 
Zonas frias ou glaciais: situam-se no interior dos círculos polares Árti-
co e Antártico e constituem as regiões mais frias do globo, quase que 
permanentemente cobertas de gelo. 
 
MERIDIANOS 
 
Atravessando perpendicularmente o Equador, temos também linhas 
ou círculos que vão de um pólo a outro — os meridianos. 
 
Assim como o Equador é o paralelo inicial ou de 00, os geógrafos 
convencionaram adotar um meridiano inicial. Este meridiano é conhecido 
também pelo nome de Meridiano de Greenwich, pelo fato de passar próxi-
mo de um observatório astronômico situado na cidade do mesmo nome, 
nas proximidades de Londres, Inglaterra. Esse meridiano divide a Terra 
verticalmente em dois hemisférios — o oriental e o ocidental. 
 
Embora se possam traçar tantos meridianos quantos se queira, são u-
tilizados somente 360 deles. Tomando-se por base o Meridiano Inicial ou 
de Greenwich, temos 180 meridianos no hemisfério oriental e 180 no oci-
dental. 
 
AS COORDENADAS GEOGRÁFICAS 
 
Utilizando os paralelos e os meridianos podemos, por meio da latitude 
e da longitude, determinar a posição exata de um ponto qualquer da super-
fície terrestre. A latitude e a longitude constituem as coordenadas geográfi-
cas. 
 
 
LATITUDE 
 
A latitude éa distância em graus de qualquer ponto da superfície ter-
restre em relação ao Equador. 
 
Ela pode ser definida como o ângulo que a vertical desse lugar forma 
com o plano do Equador. 
 
A Latitude pode ser norte ou sul e variar de 00 a 900. Cada grau divi-
de-se em 60 minutos e cada minuto em 60 segundos. 
 
Todos os pontos da superfície terrestre que têm a mesma latitude en-
contram-se evidentemente sobre o mesmo paralelo. 
 
LONGITUDE 
 
Corresponde à distância em graus que existe entre um ponto da su-
perfície terrestre e o Meridiano Inicial ou de Greenwich. 
 
Ela pode ser oriental ou ocidental, contada em cada um destes hemis-
férios de 0º a 180º. 
 
Se quisermos saber qual a posição geográfica da cidade onde mora-
mos, basta procurar no mapa o paralelo e o meridiano que passam por ela 
ou próximo a ela. 
 
Observe o exemplo abaixo e ponha em prática o que acabamos de 
aprender. 
 
FUSOS HORÁRIOS 
 
De acordo com o que observamos, a Terra realiza o movimento de ro-
tação de oeste para leste. 
 
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
Geografia A Opção Certa Para a Sua Realização 3
Para dar uma volta completa sobre si, diante do Sol, a Terra leva 24 
horas, o que corresponde a um dia (um dia e uma noite). 
 
Sabendo-se que a esfera terrestre se divide em 3600 e que o Sol leva 
24 horas para iluminá-la, conclui-se que, a cada hora, são iluminados 
diretamente pelo astro-rei 15 meridianos (360 : 24 = 15). 
 
O espaço da superfície terrestre compreendido entre 15 meridianos 
ou 150 recebe o nome de fuso horário. A Terra possui, portanto, 24 fusos 
horários, que representam as 24 horas do dia. 
 
Para calcular a hora, convencionou-se que o fuso horário inicial, isto 
é, o fuso a partir do qual a hora começaria a ser contada, seria o fuso que 
passa por Greenwich. 
 
A hora determinada por este fuso horário recebe o nome de hora 
GMT. 
 
Partindo-se da hora GMT, quando na região que corresponde ao me-
ridiano inicial for meio-dia, nas regiões compreendidas em cada um dos 
fusos a leste desse meridiano teremos uma hora a mais, e a oeste, uma 
hora a menos, isto porque, conforme vimos, a Terra gira de oeste para 
leste. 
Consideradas as ilhas oceânicas, o Brasil possui 4 fusos horários. 
 
Observamos pelo mapa que há um limite prático e um teórico dos fu-
sos horários. 
 
O meridiano que divide o 1º fuso do 2º passa pelos Estados do Nor-
deste. Se esse limite teórico prevalecesse, esses Estados teriam horas 
diferentes. Como a diferença não é muito grande, criou-se um limite prático, 
através do desvio do meridiano que divide o 1º do 2º fuso horário. Assim, 
todo o território nordestino permanece no 2º fuso horário brasileiro. 
 
Notamos também que do 2º para o 3º fuso houve um desvio para co-
incidir com os limites políticos dos Estados, exceção feita ao Pará, cujo 
território se encontra no 2º e 3º fusos. 
 
O 1º fuso horário brasileiro está atrasado duas horas em relação a 
Greenwich. 
 
O 2º fuso horário, atrasado três horas em relação a Greenwich, consti-
tui a hora legal do nosso país (hora de Brasília). Nele encontra-se a maioria 
dos Estados brasileiros. 
 
O 3º fuso horário está atrasado quatro horas em relação a Londres e 
uma hora em relação a Brasília.. 
 
O 4º fuso horário, com cinco horas de atraso em relação a Greenwich, 
está atrasado também duas horas em relação a Brasília. Nele estão inseri-
dos apenas o Acre e o extremo-oeste do Estado do Amazonas. 
 
LINHA INTERNACIONAL DE MUDANÇA DA DATA 
 
Estabelecido o sistema de fusos horários, tornava-se necessário de-
terminar o meridiano a partir do qual deveríamos começar a contagem de 
um novo dia. Escolheu-se para tal fim o meridiano de 1800 ou linha interna-
cional da data, onde ocorre a mudança de datas. Cruzando-se esta linha no 
sentido oeste-leste, deve-se subtrair um dia (24 horas) e, cruzando-a no 
sentido leste-oeste, deve-se acrescentar um dia. 
 
A REPRESENTAÇÃO DA TERRA 
 
A representação gráfica da Terra é uma tarefa que cabe a um impor-
tante ramo da ciência geográfica — a Cartografia. 
 
A Cartografia tem por objetivo estudar os métodos científicos mais 
adequados para uma melhor e mais segura representação da Terra, ocu-
pando-se, portanto, da confecção e análise dos mapas ou cartas geográfi-
cas. 
 
Existem duas formas por meio das quais representamos graficamente 
o nosso planeta: os globos e os mapas. 
 
O globo terrestre é a melhor forma de se representar a Terra, pois não 
distorce a área e a forma dos oceanos e continentes. Porém, os mapas, 
além de oferecerem maior comodidade no seu manuseio e transporte, são 
menos custosos e permitem, também, que as indicações neles contidas 
sejam mais completas e minuciosas do que nos globos. 
 
ESCALAS 
 
Para reproduzirmos a Terra ou parte dela em um mapa, precisamos 
diminuir o tamanho da área a ser representada. 
 
Para este fim é que dispomos das escalas. Chamamos escala à rela-
ção de redução que existe entre as dimensões reais do terreno e as que ele 
apresenta no mapa. As escalas podem ser de duas espécies: 
 
Numérica ou aritmética: representada por uma fração ordinária ou sob 
000 500
1
 a forma de uma razão — 1:500 000. 
 
Isto significa que o objeto da representação foi reduzido em quinhen-
tas mil vezes para ser transportado com detalhes para o mapa. 
 
Assim, para se saber o valor real de cada centímetro basta fazer a 
seguinte operação: 
 
Escala 1: 500 000 
 
1 cm = 5 000 metros ou 5 km 
 
Conhecendo o valor real de cada centímetro, com o auxílio de uma 
régua, poderemos calcular a distância em linha reta entre dois ou mais 
pontos do mapa. 
 
Basta, por exemplo, medir os centímetros que separam duas cidades 
e multiplicá-los pelo valor equivalente a 1 cm, já encontrado pela operação 
acima exemplificada. 
 
Gráfica: representada por uma linha reta dividida em 
partes, na qual encontramos diretamente os valores. 
Um mapa é feito em grande escala quando a redução ou o denomina-
dor da fração é pequeno (1:80000; 1:50000). Um mapa é elaborado em 
pequena escala quando a redução ou o denominador da fração é grande 
(1:500 000; 1:10 000 000). 
 
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS 
 
Como a representação da Terra ou de parte dela em um mapa não 
pode ser feita com exatidão matemática, posto que a esfera é um corpo 
geométrico de certa incompatibilidade com as figuras planas, é preciso 
deformá-la um pouco. 
 
Essas deformações serão tanto maiores quanto menor for a superfície 
representada. 
 
As deformações que a Terra ou parte dela sofre ao ser representada 
em figuras planas —os mapas — ocorrem devido às projeções cartográfi-
cas. 
 
Diversos tipos de projeções permitem-nos passar para um plano, com 
o mínimo possível de deformações, as figuras construídas sobre uma 
esfera. 
 
Em todos os tipos de projeções, primeiro é transportada, da esfera pa-
ra a superfície, a rede de paralelos e meridianos, depois, ponto por ponto, 
as figuras ou formas que se deseja representar. 
 
TIPOS DE PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS 
 
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
Geografia A Opção Certa Para a Sua Realização 4
Todas as projeções cartográficas têm vantagens e inconvenientes. 
Por exemplo, as eqüiangulares, para dar traçado exato dos continentes, 
respeitam os ângulos, porém exageram as proporções; as equivalentes 
mantêm as superfícies e as proporções, deformando com isto o traçado dos 
continentes; as eqüidistantes procuram respeitar a proporção entre as 
distâncias; e as ortomórficasconservam as formas. 
 
Uma vez que nenhuma projeção reúne os requisitos de conservação 
do ângulo, da área, da distância e da forma, o cartógrafo deve usá-las de 
acordo com a superfície que deseja representar e a finalidade a que o 
mapa se destina. 
 
As projeções costumam ser reunidas em três tipos básicos: cilíndri-
cas, cônicas, e azimutais. 
 
PROJEÇÃO CILÍNDRICA 
 
Esta projeção, idealizada pelo cartógrafo Mercator, consiste em proje-
tar a superfície terrestre e os paralelos e meridianos sobre um cilindro. 
 
Neste tipo de projeção, muito utilizada na confecção dos planisférios, 
os paralelos e meridianos são representados por linhas retas que se cortam 
em ângulos retos. Os paralelos aparecem tanto mais separados à medida 
que se aproximam dos pólos, acarretando grandes distorções nas altas 
latitudes. 
 
Dessa forma, a Groenlândia, por exemplo, que é bem menor que a 
América do Sul, no planisfério aparece quase do mesmo tamanho que essa 
parte do continente americano. 
 
PROJEÇÃO CÔNICA 
 
Neste tipo de projeção, a superfície da Terra é representada sobre um 
cone imaginário, que está em contato com a esfera em determinado parale-
lo. 
 
Por essa projeção, obtemos mapas ou cartas com meridianos for-
mando uma rede de linhas retas, que convergem para os pólos, e paralelos 
constituindo círculos concêntricos que têm o pólo como centro. 
 
Na projeção cônica, as deformações são pequenas próximo ao para-
lelo de contato, mas tendem a aumentar à medida que as zonas represen-
tadas estão mais distantes. 
 
Devemos recorrer a este tipo de projeção para representarmos mapas 
regionais, onde são apresentadas apenas pequenas partes da superfície 
terrestre. 
 
PROJEÇÃO AZIMUTAL 
 
Esse tipo de projeção se obtém sobre um plano tangente a um ponto 
qualquer da superfície terrestre. Este ponto de tangência ocupa sempre o 
centro da projeção. 
 
No caso do plano ser tangente ao pólo, os paralelos aparecem repre-
sentados por círculos concêntricos, que têm como centro o pólo e os meri-
dianos corno raios, convergindo todos para o ponto de contato. 
 
Neste tipo de projeção, as deformações são pequenas nas proximida-
des do pólo (ou ponto de tangência), mas aumentam à medida que nos 
distanciamos dele. 
 
A projeção azimutal destina-se especialmente a representar as regi-
ões polares e suas proximidades. 
 
Além destes três tipos de projeções, podemos destacar também: 
 
a de Mollweide: não utiliza nenhuma superfície de contato. Ela se des-
tina à representação global da Terra, respeitando os aspectos da superfí-
cie, porém, os meridianos se transformam em elipses, e o valor dos ângulos 
não é respeitado. Nesta projeção, os paralelos são linhas retas e os meridi-
anos, linhas curvas; 
 
a estereográfica: utilizada para os mapas-múndi, em que a Terra apa-
rece representada por dois hemisférios — o oriental e o ocidental. Nela, os 
paralelos e meridianos, com exceção do Equador e do Meridiano Inicial, 
são curvos, sendo que a curvatura dos paralelos aumenta gradativamente, 
à medida que se aproximam dos pólos. 
 
CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS 
 
Várias técnicas são empregadas pelos cartógrafos para se represen-
tar, em um mapa, os aspectos físicos, humanos e econômicos de um 
continente, país ou região. 
 
SÍMBOLOS 
 
Tendo em vista simplificar o uso de símbolos para se expressar os e-
lementos geográficos em um mapa, foi padronizada uma simbologia inter-
nacional, que permite a leitura e a interpretação de um mapa em qualquer 
parte do globo. 
 
A REPRESENTAÇÃO DO RELEVO TERRESTRE 
 
A representação do relevo terrestre pode ser feita por meio de vários 
processos: graduação de cores, curvas de nível, hachuras e mapas som-
breados. 
 
MAPAS COM GRADUAÇÃO DE CORES 
 
Como exemplo de mapas com graduação de cores, temos: 
 
mapas de relevo ou hipsomêtricos: em que as diferen-
ças de altitude são sempre expressas: pelo verde, para re-
presentar as baixas altitudes; pelo amarelo e alaranjado, para 
as médias altitudes; e pelo marrom e avermelhado, para as 
maiores altitudes; 
 
mapas oceânicos ou batimétricos: onde observamos as 
diferentes profundidades oceânicas, peas tonalidades do a-
zul: azul claro, para representar as pequenas profundidades, 
e vários tons de azul, até o mais escuro, para as maiores pro-
fundidades. 
 
CURVAS DE NÍVEL 
 
As curvas de nível são linhas empregadas para unir os pontos da su-
perfície terrestre de igual altitude sobre o nível do mar. 
 
Elas são indicadas no mapa por algarismos aos quais se dá o nome 
de “cotas de altitude”. 
 
O processo de representar o relevo por curvas de nível consiste em 
se imaginar o terreno cortado por uma série de planos horizontais guardan-
do entre si uma distância vertical. 
 
A diferença de nível entre duas curvas é quase sempre a mesma, po-
rém, se duas curvas se aproximam, é porque o declive (inclinação) é maior, 
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
Geografia A Opção Certa Para a Sua Realização 5
e se, pelo contrário, se afastam, o declive, ou seja, o relevo, é mais suave e 
menos abrupto. 
 
HACHURAS 
 
As hachuras são pequenos traços, de grossura e afastamento variá-
vel, desenhados para exprimir maior inclinação do terreno. 
 
Elas são desenhadas entre as curvas de nível e perpendicularmente a 
elas. 
 
Assim sendo, os mapas que representam relevos de maior declivida-
de ou inclinação são bastante escurecidos, enquanto aqueles que repre-
sentam menores inclinações do terreno se apresentam mais claros. Os 
terrenos planos e os situados ao nível do mar são deixados em branco. 
 
Este método não tem sido muito utilizado ultimamente, sendo substitu-
ído pelo das curvas de nível ou pelo da graduação de cores. 
 
FOTOGRAFIAS AÉREAS OU AEROFOTOGRAMETRIA 
 
Atualmente vem ganhando destaque o processo de reconhecimento 
do terreno pelas fotografias aéreas. Este processo, denominado aerofoto-
grametria, é desenvolvido da seguinte maneira: 
Um avião, devidamente equipado, fotografa uma certa área, de tal 
modo que o eixo focal seja perpendicular à superfície. A primeira e a se-
gunda fotos devem corresponder à cobertura de uma área comum de 
aproximadamente 600/o (figura A). 
As fotos obtidas são colocadas uma ao lado da outra, obedecendo a 
mesma orientação, de tal forma que ambas apresentem igual posição. 
Com o auxílio de um estereoscopio podemos observar a área (A) em 
imagem tridimensional. 
Utilizando-se vários instrumentos, podem ser traçadas as curvas de 
nível e interpretados os diversos aspectos físicos que a área focalizada 
apresenta. 
 
Natureza e meio ambiente no Brasil: Grandes domínios climáti-
cos; Ecossistemas. 
Domínios Morfloclimáticos Brasileiros, Os (segundo Aziz Ab'Saber) 
sobre Geografia por Denis Richter 
drichtersa@hotmail.com 
Dentre os diversos tipos de clima e relevo existente no Brasil, obser-
vamos que os mesmos mantêm grandes relações, sejam elas de espaço, 
de vegetação, de solo entre outros. Caracterizando vários ambientes a 
longo de todo território nacional. Para entende-los, é necessário distinguir 
um dos outros. Pois a sua compreensão deve ser feita isoladamente. 
Nesse sentido, o geógrafo brasileiro Aziz Ab’Saber, faz uma classificação 
desses ambientes chamados de Domínios Morfoclimáticos. Este nome, 
morfoclimático, é devido às características morfológicas e climáticas encon-
tradas nos diferentes domínios, que são 6 (seis) ao todo e mais as faixas 
de transição. Em cada um desses sistemas, são encontrados aspectos, 
histórias, culturas e economias divergentes, desenvolvendo singulares 
condições, como de conservação do ambiente natural e processos erosivos 
provocadospela ação antrópica. Nesse sentido, este texto vem explicar e 
exemplificar cada domínio morfoclimático, demonstrando sua localização, 
área, povoamento, condições bio-hidro-climáticas, preservação ambiental e 
economia local. 
Os Domínios Morfoclimáticos 
Os domínios morfoclimáticos brasileiros são definidos a partir das ca-
racterísticas climáticas, botânicas, pedológicas, hidrológicas e fitogeográfi-
cas; com esses aspectos é possível delimitar seis regiões de domínio 
morfoclimático. Devido à extensão territorial do Brasil ser muito grande, 
vamos nos defrontar com domínios muito diferenciados uns dos outros. 
Esta classificação feita, segundo o geógrafo Aziz Ab’Sáber (1970), dividiu o 
Brasil em seis domínios: 
I – Domínio Amazônico – região norte do Brasil, com terras baixas e 
grande processo de sedimentação; clima e floresta equatorial; 
II – Domínio dos Cerrados – região central do Brasil, como diz o nome, 
vegetação tipo cerrado e inúmeros chapadões; 
III – Domínio dos Mares de Morros – região leste (litoral brasileiro), onde se 
encontra a floresta Atlântica que possui clima diversificado; 
IV – Domínio das Caatingas – região nordestina do Brasil (polígono das 
secas), de formações cristalinas, área depressiva intermontanhas e de clima 
semi-árido; 
V – Domínio das Araucárias – região sul brasileira, área do habitat do pinhei-
ro brasileiro (araucária), região de planalto e de clima subtropical; 
VI – Domínio das Pradarias – região do sudeste gaúcho, local de coxilhas 
subtropicais. 
I – Domínio Morfoclimático Amazônico 
Situação Geográfica 
Situado ao norte brasileiro, o domínio Amazônico é a maior região mor-
foclimática do Brasil, com uma área de aproximadamente 5 milhões km² – 
equivalente a 60% do território nacional – abrangendo os Estados: Amazo-
nas, Amapá, Acre, Pará, Maranhão, Rondônia, Roraima, Tocantins e Mato 
Grosso. Encontram-se como principais cidades desta região: Manaus, 
Belém, Rio Branco, Macapá e Santarém. 
Características do Povoamento 
A região é pouco povoada, sua densidade demográfica é de aproxima-
damente 2,88 hab./km². Isto se deve ao fato da grande extensão territorial e 
dos difíceis acessos ao interior dessa área. Nesse sentido, o governo em 
1970, fez o programa de ocupação populacional na região amazônica, com 
migrações oriundas do nordeste. A extração da borracha permitiu desen-
volver esta área, antes inóspita economicamente, numa região de alta 
produtividade, seja ela econômica, cultural ou social. Nessa época, muitas 
cidades foram afetadas com o crescimento gerado pelo capital. O governo 
continuou auxiliando e orientando o desenvolvimento da região e incorpora 
em Manaus a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), que 
trouxe para a capital amazonense muitas indústrias transnacionais. Tanto 
foi a resposta desta “zona livre”, que antes da Zona Franca de Manaus, a 
mesma cidade detinha uma população de 300 mil/hab e com a instalação 
desta área, passou para 800 mil/hab. Outros projetos são instalados pelo 
governo federal na região amazônica, como: o Projeto Jari, o Programa 
Calha Norte, o PoloNoroeste e o Projeto Grande Carajás. Com isso, inicia-
se a exploração mineral e vegetal da Amazônia. Mas os resultados desses 
projetos foram pobres em sua maioria, pois com a retirada da vegetação 
natural o solo tornava-se inadequado ao cultivo da agricultura. 
Características Bio-Hidro-Climáticas e Fisiográficas 
Este domínio sofre grande influência fluvial, já que aí se encontra a 
maior bacia hidrográfica do mundo – a bacia amazônica. A região passa 
por dois tipos de estações flúvio-climáticas, a estação das cheias dos rios e 
a estação da seca, porém esta última estação não interrompe o processo 
pluviométrico diário, só que em índices diferentes. O transporte existente 
também é influenciado pela enorme rede hidrográfica, enquanto que o 
rodoviário é quase inexistente. Assim, o transporte fluvial e o aéreo são 
muito utilizados devido às facilidades encontradas neste domínio. Como se 
trata de uma floresta equatorial considerada um bioma riquíssimo, é de 
fundamental importância entendê-la para não desestruturar seu frágil 
equilíbrio. Devido à existência de inúmeros rios, a região sofre muita sedi-
mentação por parte fluvial, já que a precipitação é abundante (2.500 
mm/ano), transformando a região numa grande “esponja” que detém altas 
taxas de umidade no solo. Este mesmo solo é formado basicamente por 
latossolos, podzólicos e plintossolos, mas o mesmo não detém característi-
cas de ser rico à vegetação existente, na verdade, o processo de precipita-
ção é o que torna este domínio morfoclimático riquíssimo em floresta hidró-
fita e não o solo, como muitas pessoas pensam que é o responsável por 
tudo isto. Valendo destacar os tipos de matas encontradas na Amazônia, 
como: de iaipó – de regiões inundadas; de várzea – de regiões inundadas 
ciclicamente e de terras altas – que dificilmente são inundadas. As espécies 
de árvores encontradas nesta região são: castanaha-do-pará, seringueira, 
carnaúba, mogno, etc. (essas duas últimas em extinção); os animais: peixe-
boi, boto-cor-de-rosa, onça-pintada; e a flora com a vitória régia e as diver-
sas orquídeas. 
Com um grande processo de lixiviação encontrado na Amazônia, essa 
ação torna o solo pobre levando todos os seus nutrientes pela força da 
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Geografia A Opção Certa Para a Sua Realização 6
capacidade do rio (correnteza). Mas esta riqueza diversa não deve ser 
confundida como grande potencialidade agrícola, pois com a retirada da 
vegetação nativa, transforma o solo num grande alvo da erosão, devido as 
fortes chuvas ocorridas na região. A rede hidrográfica é outra fonte de 
potencialidade econômica da Amazônia, pois seus leitos fluviais são de 
grande piscosidade, o que torna a área num importante atrativo natural 
para o turismo, às indústrias pesqueiras e a população ribeirinha. Com um 
clima equatorial, sem muitas mudanças de temperatura ao longo do ano, a 
região amazônica diferencia-se apenas nas épocas das chuvas (ou cheias 
dos rios) e das secas. Assim esta primeira época faz com que os rios 
transbordem e nutram as áreas de terras marginais ao leito dos mesmos. 
Com um solo essencialmente argiloso e a forte influência do escoamento 
fluvial, faz com que a Amazônia torna-se uma área de terras baixas, decapi-
tando as formações existentes no seu substrato rochosos. 
Condições Ambientais e Economicamente Sustentáveis 
Nos dias atuais é grande a devastação ambiental na Amazônia – quei-
madas, desmatamentos, extinção de espécies, etc. – fazem com que a 
região e o mundo preocupe-se com seu futuro, pois se trata da maior 
reserva florestal do globo. Ecologicamente a Amazônia está correndo muito 
perigo, devido ao grande atrativo econômico natural que é encontrado 
nesta região, o equilíbrio é colocado muitas vezes em risco. A exploração 
descontrolada faz com que as ideologias conservacionistas sejam deixadas 
de lado. As indústrias mineradoras geram consequências incalculáveis ao 
ambiente e nos rios são despejados muitos produtos químicos para esta 
exploração. A agricultura torna áreas de vegetação em solos de fácil erosi-
vidade e em resposta a tudo isso, gera-se um efeito “dominó” no meio 
ambiente, onde um é responsável e necessário para o outro. São poucas 
as atividades econômicas que não agridem a natureza. A extração da 
borracha, por exemplo, era uma economia viável ecologicamente, pois 
necessitava da floresta para o crescimento das seringueiras. Mas atualmen-
te, esta exploração é quase rara, devido à falta de indústrias consumidoras. 
Nesse sentido, deverão ser tomadas medidas de aprimoramento nas explo-
rações existentes nesta região, paraque deixem de causar imensas seque-
las ao ambiente natural. 
II – Domínio Morfoclimático dos Cerrados 
Situação Geográfica 
Formado pela própria vegetação de cerrado, nesta área encontram-se 
as formações de chapadas ou chapadões como a Chapada dos Guimarães 
e dos Veadeiros, a fauna e flora ali situada, são de grande exuberância, 
tanto para pontos turísticos, como científicos. Vale destacar que é da região 
do cerrado que estão três nascentes das principais bacias hidrográficas 
brasileiras: a Amazônica, a São-Franciscana e a Paranáica. 
Localizado na região central do Brasil, o Domínio Morfoclimático do 
Cerrado detém uma área de 45 milhões de hectares, sendo o segundo 
maior domínio por extensão territorial. Incluindo neste espaço os Estados: 
do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul, do Tocantins (parte sul), de Goi-
ás, da Bahia (parte oeste), do Maranhão (parte sudoeste) e de Minas 
Gerais (parte noroeste). Encontrado ao longo de sua área cidades impor-
tantes como: Brasília, Cuiabá, Campo Grande, Goiânia, Palmas e Montes 
Claros. 
Características do Povoamento 
Devido a sua localização geográfica ser no interior brasileiro, o povoa-
mento e a ocupação territorial nesta região era fraca, mas o governo federal 
vem a intervir com os programas de políticas de interiorização do desenvol-
vimento nos anos 40 e 50, e da política de integração nacional dos anos 70. 
A primeira é baseada, principalmente, na construção de Brasília e a segun-
da, nos incentivos aos grandes projetos agropecuários e extrativistas, além 
de investimentos de infra-estrutura, estradas e hidroelétricas. Com estes 
recursos, a região vem a atrair investidores e mão-de-obra, e consequen-
temente ocorre um salto no crescimento populacional de cada Estado, 
como no Mato Grosso que em 1940 sua população era de 430 mil/hab. e 
em 1970 vai para 1,6 milhões/hab. Tal foi à resposta destes programas, 
que nos dias de hoje o setor agrícola do cerrado ocupa uma ótima coloca-
ção em produção, em virtude de migrações do sul do Brasil. 
Características Bio-Hidro-Climáticas e Fisiográficas 
Centrada no planalto brasileiro, o domínio do cerrado é dividido pelas 
formações de chapadas que existem ao longo de sua extensão territorial, 
estas que são “gigantescos degraus” com mais de 500 metros de altura, 
formadas na era geológica Pré-Cambriana, limitam o planalto central e as 
planícies – como a Pantaneira. Com sua flora única, constituída por árvores 
herbáceas tortuosas e de aspecto seco, devido à composição do solo, 
deficiente em nutrientes e com altas concentrações de alumínio, a região 
passa por dois períodos sazonais de precipitação, os secos e os chuvosos. 
Com sua vegetação rasteira e de campos limpos, o clima tropical existente 
nesta área, condiz a uma boa formação e um ótimo crescimento das plan-
tas. Também auxiliado pela importante rede hidrográfica da região, de onde 
são oriundas nascentes das três maiores bacias hidrográficas do Brasil 
como foi destacado no início. Isto lhe dá uma imensa responsabilidade 
ambiental, pois denota a sua significativa conservação natural. Com um 
solo formado principalmente por latossolos, areais quartzosas e podzólicos; 
constituem assim um solo carente em nutrientes fertilizantes, necessitando 
de correção para compor uma terra viável à agricultura. Observa-se tam-
bém, que este mesmo solo apresenta características à fácil erosividade 
devido às estações chuvosas que ali ocorrem e principalmente a degrada-
ção ambiental descontrolada, estes processos fazem a remoção da vegeta-
ção nativa que tornam frágeis os horizontes “A” frente aos problemas 
ambientais existentes, como a voçoroca. 
Condições Ambientais e Ecologicamente Sustentáveis 
Em vista desses aspectos fisiográficos, o cerrado atraiu muita atenção 
para a agricultura, o que lhe tornou uma região de grande produção de 
grãos como a soja e agropastoril, com a ótima adaptação dos gados zebu, 
nelore e ibagé. Em virtude disso, o solo nativo foi retirado e alterado por 
outra vegetação, condizendo a uma maior facilidade aos processos erosi-
vos, devido à falta de cobertura vegetal, seja ela gramínea ou herbácea. 
Nesse sentido, faz-se muito pouco pela preservação e conservação das 
matas nativas – a não ser nas áreas demarcadas como reservas bio-
ecológicas. Outra exploração ativa é a mineral, como o ouro e o diamante, 
donde decorre uma grande devastação à natureza. Dessa forma, os gover-
nos, tanto federal, estadual ou municipal, deverão tomar decisões imediatas 
quanto à proteção do meio natural, pois deve ocorrer, sim, a exploração 
pastoril, agrícola e mineral dessa região, porém não se deve esquecer que 
para a efetiva existência dessas economias o ambiente deverá ser pruden-
temente conservado. 
III – Domínio Morfoclimático de Mares de Morros 
Situação Geográfica 
Este domínio estende-se do sul do Brasil até o Estado da Paraíba (no 
nordeste), obtendo uma área total de aproximadamente 1.000.000 km². 
Situado mais exatamente no litoral dos Estados do: Rio Grande do Sul, 
Santa Catarina, Paraná, de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, da 
Bahia, Sergipe, de Alagoas, de Pernambuco, da Paraíba; e no interior dos 
Estados, como: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. 
Incluindo em sua extensão territorial cidades importantes, como: São Paulo, 
Rio de Janeiro, Vitória, Salvador, Recife, Porto Alegre e Florianópolis. 
Características de Povoamento 
Como encontra-se na região litorânea leste do Brasil, foi o primeiro lu-
gar a ser descoberto e colonizado pelos portugueses – tanto que é em 
Porto Seguro, Bahia, que atracou o navegante Pedro Álvares Cabral, 
descobrindo o Brasil. Com isso, a primeira capital da colônia portuguesa na 
América foi Salvador, onde iniciaram-se os processos de colonização e 
povoamento, respectivamente. É neste domínio que estão as duas maiores 
cidades brasileiras – São Paulo e Rio de Janeiro. Isto se deve a antiga 
constituição das duas cidades como centros econômicos, integradores, 
culturais e políticos. Foram muitos os resultados desse povoamento, como 
por exemplo, a maior concentração populacional do Brasil e a de melhor 
base econômica. 
Características Bio-Hidro-Climáticas e Fisiográficas 
Como o próprio nome já diz, é uma região de muitos morros de formas 
residuais e curtos em sua convexidade, com muitos movimentos de massa 
generalizados. Os processos de intemperismo, como o químico, são fre-
quentes, motivo pelo qual as rochas da região encontram-se geralmente 
em decomposição. Tem uma significativa gama de redes de drenagens, 
somados à boa precipitação existente (1.100 a 1.800 mm a/a e 5.000 mm 
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
Geografia A Opção Certa Para a Sua Realização 7
a/a nas regiões serranas), que é devido à massa de ar tropical atlântica 
(MATA) e aos ventos alísios de sudeste, que ocasionam as chuvas de 
relevo nestas áreas de morros. Assim, os efeitos de sedimentação em 
fundos de vale e de colúvios nas áreas altas são muito intensos. A vegeta-
ção natural é da mata chamada Atlântica, com poucas áreas nativas de 
suma importância aos ecossistemas ali existentes. Sua flora e fauna são de 
grande respaldo ambiental e o solo é composto em sua maioria por latosso-
los e podzólicos, sendo muito variável. A textura se contradiz de região 
para região, pois é encontrado tanto um solo arenoso como argiloso. Como 
a sua extensão territorial alarga-se entre Norte – Sul, seu clima dependerá 
da sua situação geográfica, diferenciando-se em: tropical, tropical de altitu-
de e subtropical. 
Condições Ambientais e Economicamente Sustentáveis 
Lembrando que foi colocado anteriormente em relação ao povoamento, 
essas terras já estão sendo utilizadas economicamente há muitosanos. 
Decorrente disso, observa-se uma considerável desgastação do solo que 
elucida uma atual preservação das matas restantes. Esta região já sofreu 
muita devastação do homem e da sociedade e devem ser tomadas atitudes 
urgentes para sua conservação. Existem muitos programas, tanto do go-
verno como privados, para a proteção da mata atlântica. Destaca-se por 
exemplo, a Fundação O Boticário (privado), que detém áreas de preserva-
ção ao ambiente natural e o SOS Mata Atlântica (governamental e privado). 
Neste sentido, a solução mais adequada para este domínio, seria a estag-
nação de muitos processos agrícolas ao longo de sua área, pois o solo 
encontra-se desgastado e com problemas erosivos muito acentuados. 
Deixando assim, a terra “descansar” e iniciar um projeto de reconstituição à 
vegetação nativa. 
IV – Domínio Morfoclimático das Caatingas 
Situação Geográfica 
Situado no nordeste brasileiro, o domínio morfoclimático das caatingas 
abrange em seu território a região dos polígonos das secas. Com uma 
extensão de aproximadamente 850.000 km², este domínio inclui o Estado 
do Ceará e partes dos Estados da Bahia, de Sergipe, de Alagoas, de Per-
nambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Piauí. Tendo como 
principais cidades: Crato, Petrolina, Juazeiro e Juazeiro do Norte. 
Características do Povoamento 
Sendo uma das áreas junto ao domínio morfoclimático dos mares de 
morros, de colonização pelos europeus (portugueses e holandeses), sua 
história de povoamento já é bastante antiga. A caatinga foi sempre um 
palco de lutas de independência, seja ela escravista ou nacionalista. A 
região tornou-se alvo de bandidos e fugitivos contrários ao Reinado Portu-
guês e posteriormente ao Império Brasileiro. Como o domínio das caatingas 
localiza-se numa área de clima seco, logo chamou a atenção dos mesmos 
para refugiarem-se e construírem suas “fortalezas”, chamados de cangacei-
ros. Com isso o processo de povoamento, instaurados nos anos 40 e 50, 
centrou-se mais em áreas próximas ao litoral, mas o governo federal inves-
tiu em infra-estrutura na construção de barragens, açudes e canais fluviais, 
surgindo assim o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas 
(DNOCS). Entretanto, o clima “desértico” da caatinga, prejudicou muito a 
ocupação populacional nesta região, sendo que a caatinga continua sendo 
uma área preocupante no território brasileiro em vista do seus problemas 
sociais, que são imensos. Valendo destacar que com todos esses obstácu-
los sociais e naturais da caatinga, seus habitantes partem para migração 
em regiões como a Amazônia e o sudeste brasileiro, chamada de migra-
ções de transumância (saída na seca e volta na chuva). 
Características Bio-Hidro-Climáticas e Fisiográficas 
Com o seu clima semi-árido, o solo só poderia ter características seme-
lhantes. Sendo raso e pedregoso, o solo da caatinga sofre muito intempe-
rismo físico nos latossolos e pouca erosão nos litólicos e há influência de 
sais em solo, como: solonetz, solodizados, planossolos, solódicos e soon-
chacks. Segundo Ab´Saber, a textura dos solos da caatinga passa de 
argilosa para textura média, outra característica é a diversidade de solos e 
ambientes, como o sertão e o agreste. Mesmo tendo aspectos de um solo 
pobre, a caatinga nos engana, pois necessita apenas de irrigação para 
florescer e desenvolver a cultura implantada. Tendo pouca rede de drena-
gem, os mínimos rios existentes são em sua maioria sazonais ao período 
das chuvas, que ocorrem num curto intervalo durante o ano. Porém existe 
um “oásis” no sertão nordestino, o Rio São Francisco, vindo da região 
central do Brasil, irriga grandes áreas da caatinga, transformando suas 
margens num solo muito fértil – semelhante o que ocorre com as áreas 
marginais ao Rio Nilo, no Egito. Neste sentido, comprova-se que a irrigação 
na caatinga pode e deve ser feita com garantia de bons resultados. Outro 
fato que chama a atenção, é a vegetação sertaneja, pois ela sobrevive em 
épocas de extrema estiagem e em razão disso sua casca é dura e seca, 
conservando a umidade em seu interior. Assim, a região é caracterizada 
por uma vegetação herbácea tortuosa, tendo como espécies: as cactáceas, 
o madacaru, o xique-xique, etc. 
Condições Ambientais e Economicamente Sustentáveis 
Devido o homem não intervir de significativa maneira em seu habitat, o 
ambiente natural da caatinga encontra-se pouco devastado. Sua região 
poderia ser ocupada mais a nível agrícola, em virtude do seu solo possuir 
boas condições de manejo, só necessitando de irrigação artificial. Assim, 
considerando os fatos apresentados, a caatinga teria condições de desen-
volver-se economicamente com a agricultura, que seria de suma importân-
cia para acabar com a miséria existente. Mas sem esquecer de utilizar os 
recursos naturais com equilíbrio, sendo feito de modo organizado e pré-
estabelecido à não causar desastres e consequências ambientais futuros. 
V – Domínio Morfoclimático das Araucárias 
Situação Geográfica 
Encontrado desde o sul paulista até o norte gaúcho, o domínio das a-
raucárias ocupa uma área de 400.000 km², abrangendo em seu território 
cidades importantes, como: Curitiba, Ponta Grossa, Lages, Caxias do Sul, 
Passo Fundo, Chapecó e Cascavel. 
Características do Povoamento 
A região das araucárias foi povoada no final do século XIX, principal-
mente por imigrantes italianos, alemães, poloneses, ucranianos etc. Com 
isto, os estrangeiros diversificaram a economia local, o que tornou essa 
região uma das mais prósperas economicamente. Caracterizado por colô-
nias de imigração estabelecidas pela descendência estrangeira, podemos 
destacar como principais pontos, as cidades de: Blumenau – SC , colônia 
alemã; Londrina – PR, colônia japonesa; Caxias do Sul – RS, colônia 
italiana. Mas a vinda desses imigrantes não foi só boa vontade do governo 
daquela época. O Brasil tinha acabado de terminar a sua guerra com Para-
guai, que deixou muitas perdas em sua população, em virtude disso a 
solução foi atrair imigrantes europeus e asiáticos. 
Características Bio-Hidro-Climáticas e Fisiográficas 
Atualmente, a vegetação de araucária – chamada de pinheiro-do-
Paraná, ou pinheiro-braseleiro – pouco resta, as indústrias de celulose e 
madeireiras da região, fizeram um extrativismo descontrolado que resultou 
no desaparecimento total em algumas áreas. Sua condição de arbórea, 
geralmente com mais de 30 m de altura, condiz a um solo profundo, em 
virtude de suas raízes estabelecerem a sustentação da própria árvore. A 
região das araucárias encontra-se no planalto meridional onde a altitude 
pode variar de 500 metros até cerca de 1.200 m. Isso evidencia um clima 
subtropical em toda sua extensão que mantém uma boa relação com a 
precipitação existente nesse domínio, variando de 1.200 a 1.800 mm. 
Nesse sentido, a região identifica-se com uma grande rede de drenagem 
em toda a sua extensão territorial. O solo é formado principalmente por 
latossolos brunos e também é encontrado latossolos roxos, cambissolos, 
terras brunas e solos litólicos. Com estas características, o solo detém uma 
alta potencialidade agrícola, como: milho, feijão, batata, etc. As morfologias 
do relevo se destacam por uma forte ondulação até um montanhoso, o que 
o representa num solo de fácil adesão a processos erosivos, iniciados pela 
degradação humana e social. 
Condições Ambientais e Economicamente Sustentáveis 
Percebe-se atualmente que esta arbórea quase desapareceu dessa 
região, devido à descontrolada exploração da araucária para produção de 
celulose. Felizmente, medidas foram tomadas e hoje a araucária é protegi-
da por lei estadual no Paraná. Mas os questionamentos ambientais não 
estão somente na vegetação. Devido este solo ser utilizado há anos vêem 
a ocorrer uma erosividade considerada. Em virtude do mesmo, surge a 
técnica de manejo agrícola chamada plantio direto,que evidencia uma 
proteção ao solo nu em épocas de pós-safra. Nesse sentido, o domínio 
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
Geografia A Opção Certa Para a Sua Realização 8
morfoclimático das araucárias, que compreende uma importante área no sul 
brasileiro, detém um nível de conservação e reestruturação vegetal consi-
derável. Mas não se deve estagnar esse processo positivo, pois necessita-
mos muito dessas terras férteis que mantém as economias locais. 
VI – Domínio Morfoclimático das Pradarias 
Situação Geográfica 
Situado ao extremo sul brasileiro, mais exatamente a sudeste gaúcho, 
o domínio morfoclimático das pradarias compreende uma extensão, segun-
do Ab’Saber, de 80.000 km² e de 45.000 km² de acordo com Fontes & Ker 
– UFV. Tendo como cidades importantes em sua abrangência: Uruguaiana, 
Bagé, Alegrete, Itaqui e Rosário do Sul. 
Características do Povoamento 
Território mãe da cultura gauchesca, suas tradições ultrapassam gera-
ções, demonstrando a força da mesma. Caracterizado por um baixo povo-
amento, a região destaca-se grandes pelos latifúndios agropastoris, que 
são até hoje marcas conhecidas dos pampas gaúchos. Os jesuítas inicia-
ram o povoamento com a catequização dos índios e posteriormente surgem 
as povoações de charqueadas. Passando por bandeirantes e tropeiros, as 
pradarias estagnam esse processo (ciclo do charque) com a venda de lotes 
de terras para militares, pelo governo federal. Devido à proximidade geo-
gráfica com a divisão fronteiriça de dois países (Argentina e Uruguai), 
ocorreram várias tentativas de anexação dos pampas a uma destas nações 
– devido aos tratados de Madrid e de Tordesilhas. Mas as tentativas foram 
inválidas, hoje os pampas continuam sendo parte do território brasileiro. 
Características Bio-Hidro-Climáticas e Fisiográficas 
Como é uma área também chamada de pradarias mistas, o solo condiz 
ao mesmo. Segundo Ab’Saber, que o caracteriza como diferente de todos 
os outros domínios morfoclimáticos, existindo o paleossolo vermelho e o 
paleossolo claro, sendo de clima quente e frio. Denominado um solo jovem, 
devido guardar materiais ferrosos e primários, sua coloração vêem a ser 
escura. Estabelecido por um clima subtropical com zonas temperadas 
úmidas e sub-úmidas, a região é sujeita a sofrer alguma estiagem durante o 
ano. Sua amplitude térmica alcança índices elevados, como em Uruguaia-
na, considera a mais alta do Brasil, com 7° a/a. Isto evidencia suas limita-
ções agrícolas, pois o solo é pouco espesso e têm indícios de pedrugosi-
dade. Assim, caracteriza-o a uma atividade pastoril de bovinos e ovinos. 
Com a utilização do solo sem controle, denota-se um sério problema erosi-
vo que origina as ravinas e posteriormente as voçorocas. Esse processo 
amplia-se rapidamente e origina o chamado deserto dos pampas. A drena-
gem existente é perene com rios de grande vazão, como: Rio Uruguai, Rio 
Ibicuí e o Rio Santa Maria. 
Condições Ambientais e Economicamente Sustentáveis 
O domínio morfoclimático das Pradarias detém importantes reservas 
biológicas, como a do Parque Estadual do Espinilho (Uruguaiana e Barra 
do Quarai) e a Reserva Biológica de Donato (São Borja). As condições 
ambientais atuais fora desses parques, são muito preocupantes. Com o 
início da formação de um deserto que tende a crescer anualmente, essa 
região está sendo foco de muitos estudos e projetos para estagnar esse 
processo. Devido ao mau uso da terra pelo homem, como a monocultura e 
as queimadas, essas darão origem as ravinas, que por sua vez farão surgir 
às voçorocas. Como o solo é muito arenoso e a morfologia do relevo é 
levemente ondulado, rapidamente os montantes de areia espalham-se na 
região ocasionados pela ação eólica. Em virtude a tudo isso, poucas medi-
das estão sendo tomadas, exceto os estudos feitos. Assim, as autoridades 
locais deverão estar alerta, para que esse processo erosivo tenha um fim 
antes que torne toda as pradarias num imenso deserto. 
Faixas de Transições 
Encontrados entre os vários domínios morfoclimáticos brasileiros, as 
faixas de transições são: as Zonas dos Cocais, a Zona Costeira, o Agreste, 
o Meio-Norte, as Pradarias, o Pantanal e as Dunas. Espalhadas por todo o 
território nacional, constituem importantes áreas ambientais e econômicas. 
Faixas de Transição Nordestinas 
A zona dos cocais, representa uma importante fonte de renda à popu-
lação nordestina, pois é nessa área principalmente, que se faz à extração 
dos cocos. A zona costeira detém outra característica, é uma importante 
região ambiental, onde se encontra a vegetação de mangue, que constitui 
um bioma riquíssimo em decomposição de matéria. Outra faixa de transição 
é o agreste, que é responsável pela produção de alimentos para o nordes-
te, como: leite, aves, sisal, entre outras matérias primas para indústrias. No 
litoral cearense, encontra-se as dunas, que é uma região de montantes de 
areias depositados pela ação dos ventos e de constante remodelação. 
O meio-norte se estabelece entre a caatinga do sertão e a Amazônia 
(Maranhão e Piauí). Com uma diversidade de vegetação como cerrado e 
matas de cocais, o meio-norte detém sua economia na pecuária bovina, 
chamada de pé-duro e na criação do jegue. A carnaúba e o óleo de babaçú 
são outras fontes de extrativismo. Sem esquecer que todas estas zonas 
demonstradas situam-se na região nordestina brasileira. 
Faixa de Transição da Região Sul Brasileira 
Na região sul, encontra-se a zona de transição das Pradarias, que se 
situa entre os domínios morfoclimáticos da Araucária e das Pradarias. São 
geralmente campos acima de serras e são encontradas vegetações do tipo 
araucárias, de campo, floresta e cerrado. Assim, os sistemas naturais 
situados nessa região, são de fundamental importância para o meio natural 
envolvente a ela. 
Faixa de Transição – Pantanal 
O pantanal é uma das principais zonas de transição encontrada no 
Brasil. Ele é um complexo ambiental de suma importância, pois compreen-
de uma grande diversidade de fauna e flora. Situado em regiões serranas e 
em terras altas, o pantanal é considerado um grande reservatório de água, 
devido encontrar-se numa depressão entre várias montanhas. Sua rede 
fluvial é composta por rios, como: Cuiabá, Taquari, Paraguai etc, sendo 
considerados rios perenes. 
Como o pantanal passa por duas estações climáticas durante o ano, a 
seca e as cheias dos rios, essa região detém características e denomina-
ções únicas, como: “cordilheira” – que significa áreas mais altas, onde não 
sofrem alagamentos (pequenas elevações); salinas – regiões deprimidas 
que se tornam lagoas rasas e salgadas com as cheias dos rios; barreiros – 
são os depósitos de sal após a seca das salinas; caixas – canais que ligam 
lagoas, existindo somente durante as inundações; e vazante – cursos 
d´aguas existente durante as épocas das chuvas. Com tudo, o pantanal 
sofre consequências ambientais como a exploração mineral, que poluem 
intensamente os rios – considerados como os responsáveis pela existência 
da biodiversidade da região. A pecuária e a utilização de enormes monocul-
turas, fazem o despejo de uma grande quantidade de agrotóxicos aos rios. 
Nesse sentido, a preservação dessas zonas de transição são conside-
radas de suma importância para a existência dos domínios morfoclimáticos 
brasileiros. Pois eles estabelecem uma relação direta com a fauna, flora, 
hidrografia, clima e morfologia, conservando o equilíbrio dos frágeis siste-
mas ecológicos. 
Principais Regiões Fitogeográficas do Brasil 
 
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
Geografia A OpçãoCerta Para a Sua Realização 9
 
A Amazônia 
 A Floresta Amazônica ocupa a Região Norte do Brasil, abrangendo 
cerca de 47% do território nacional. É a maior formação florestal do planeta, 
condicionada pelo clima equatorial úmido. Esta possui uma grande varie-
dade de fisionomias vegetais, desde as florestas densas até os campos. 
Florestas densas são representadas pelas florestas de terra firme, as 
florestas de várzea, periodicamente alagadas, e as florestas de igapó, 
permanentemente inundadas e ocorrem na por quase toda a Amazônia 
central. Os campos de Roraima ocorrem sobre solos pobres no extremo 
setentrional da bacia do Rio Branco. As campinaranas desenvolvem-se 
sobre solos arenosos, espalhando-se em manchas ao longo da bacia do 
Rio Negro. Ocorrem ainda áreas de cerrado isoladas do ecossistema do 
Cerrado do planalto central brasileiro. 
O Semi-árido (Caatinga) 
 A área nuclear do Semi-Árido compreende todos os estados do Nor-
deste brasileiro, além do norte de Minas Gerais, ocupando cerca de 11% do 
território nacional. Seu interior, o Sertão nordestino, é caracterizado pela 
ocorrência da vegetação mais rala do Semi-árido, a Caatinga. As áreas 
mais elevadas sujeitas a secas menos intensas, localizadas mais próximas 
do litoral, são chamadas de Agreste. A área de transição entre a Caatinga e 
a Amazônia é conhecida como Meio-norte ou Zona dos cocais. Grande 
parte do Sertão nordestino sofre alto risco de desertificação devido à de-
gradação da cobertura vegetal e do solo. 
O Cerrado 
O Cerrado ocupa a região do Planalto Central brasileiro. A área nuclear 
contínua do Cerrado corresponde a cerca de 22% do território nacional, 
sendo que há grandes manchas desta fisionomia na Amazônia e algumas 
menores na Caatinga e na Mata Atlântica. Seu clima é particularmente 
marcante, apresentando duas estações bem definidas. O Cerrado apresen-
ta fisionomias variadas, indo desde campos limpos desprovidos de vegeta-
ção lenhosa a cerradão, uma formação arbórea densa. Esta região é per-
meada por matas ciliares e veredas, que acompanham os cursos d'água. 
A Mata Atlântica 
 A Mata Atlântica, incluindo as florestas estacionais semideciduais, ori-
ginalmente foi a floresta com a maior extensão latitudinal do planeta, indo 
de cerca de 6 a 32oS. Esta já cobriu cerca de 11% do território nacional. 
Hoje, porém a Mata Atlântica possui apenas 4% da cobertura original. A 
variabilidade climática ao longo de sua distribuição é grande, indo desde 
climas temperados superúmidos no extremo sul a tropical úmido e semi-
árido no nordeste. O relevo acidentado da zona costeira adiciona ainda 
mais variabilidade a este ecossistema. Nos vales geralmente as árvores se 
desenvolvem muito, formando uma floresta densa. Nas enconstas esta 
floresta é menos densa, devido à freqüente queda de árvores. Nos topos 
dos morros geralmente aparecem áreas de campos rupestres. No extremo 
sul a Mata Atlântica gradualmente se mescla com a floresta de Araucárias. 
O Pantanal Mato-Grossense 
 O Pantanal mato-grossense é a maior planície de inundação contínua 
do planeta, coberta por vegetação predominantemente aberta e que ocupa 
1,8% do território nacional. Este ecossistema é formado por terrenos em 
grande parte arenosos, cobertos de diferentes fisionomias devido a varie-
dade de microrelevos e regimes de inundação. Como área transicional 
entre Cerrado e Amazônia, o Pantanal ostenta um mosaico de ecossiste-
mas terrestres com afinidades sobretudo com o Cerrado. 
Outras Formações 
Os Campos do Sul (Pampas) 
 No clima temperado do extremo sul do país desenvolvem-se os cam-
pos do sul ou pampas, que já representaram 2,4% da cobertura vegetal do 
país. Os terrenos planos das planícies e planaltos gaúchos e as coxilhas, 
de relevo suave-ondulado, são colonizados por espécies pioneiras campes-
tres que formam uma vegetação tipo savana aberta. Há ainda áreas de 
florestas estacionais e de campos de cobertura gramíneo-lenhosa. 
A Mata de Araucárias (Região dos Pinheirais) 
 No Planalto Meridional Brasileiro, com altitudes superiores a 500m, 
destaca-se a área de dispersão do pinheiro-do-paraná, Araucária angustifo-
lia, que já ocupou cerca de 2,6% do território nacional. Nestas florestas 
coexistem representantes da flora tropical e temperada do Brasil, sendo 
dominadas, no entanto, pelo pinheiro-do-paraná. As florestas variam em 
densidade arbórea e altura da vegetação e podem ser classificadas de 
acordo com aspectos de solo, como aluviais, ao longo dos rios, submonta-
nas, que já inexistem, e montanas, que dominavam a paisagem. A vegeta-
ção aberta dos campos gramíneo-lenhosos ocorre sobre solos rasos. 
Devido ao seu alto valor econômico a Mata de Araucária vêm sofrendo forte 
pressão de desmatamento. 
Ecossistemas costeiros e insulares 
 Os ecossistemas costeiros geralmente estão associados à Mata Atlân-
tica devido a sua proximidade. Nos solos arenosos dos cordões litorâneos e 
dunas, desenvolvem-se as restingas, que pode ocorrer desde a forma 
rastejante até a forma arbórea. Os manguesais e os campos salinos de 
origem fluvio-marinha desenvolvem-se sobre solos salinos. No terreno 
plano arenoso ou lamacento da Plataforma Continental desenvolvem-se os 
ecossistemas bênticos. Na zona das marés destacam-se as praias e os 
rochedos, estes colonizados por algas. As ilhas e os recifes constituem-se 
acidentes geográficos marcantes da paisagem superficial. 
http://www.brcactaceae.org/ecossistemas.html 
As atividades econômicas e a organização do espaço: Espaço 
agrário: modernização e conflitos; Espaço urbano: atividades 
econômicas, emprego e pobreza; 
A agricultura brasileira se iniciou na região nordeste do Brasil, no sé-
culo XVI, com a criação das chamadas “Capitanias Hereditárias” e o início 
do cultivo da cana. 
Baseada na monocultura, na mão de obra escrava e em gran-
des latifúndios, a agricultura permaneceria basicamente restrita à cana com 
alguns cultivos diferentes para subsistência da população da região, porém 
de pouca expressividade. 
Só a partir do século XVIII com a mineração e o início das plantações 
de café, que a partir do século XIX seriam o principal produto brasileiro, é 
que o cultivo de outros vegetais começa a ganhar mais expressividade. 
Muitos engenhos são abandonados e a atividade canavieira se estagna 
devido à transferência da mão-de-obra para a mineração e o cultivo do 
café. 
Tal como ocorrera com o período de grande produção da cana-de-
açúcar, o auge da cafeicultura no Brasil representou uma nova fase eco-
nômica. Por isso, podemos dizer que a história da agricultura no Brasil está 
intimamente associada com a história do desenvolvimento do próprio país. 
Ainda mais, quando se considera o período a partir do século XIX quando o 
café se tornou o principal artigo de exportação brasileiro, logo após o declí-
nio da mineração. 
Mas o cultivo do café, que durante todo o século XIX faria fortunas e in-
fluenciaria fortemente a política do país, começa a declinar por volta de 
1902 quando a crise atinge seu ponto culminante, o Brasil produzira mais 
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Geografia A Opção Certa Para a Sua Realização 10 
de 16 milhões de sacas de café enquanto que o consumo mundial pouco 
ultrapassava os 15 milhões fazendo com que o preço do café, que já estava 
em queda, chegasse a 33 francos (bem menos que os 102 francos de 
1885). 
Desta forma, houve uma necessidade de diversificação da economia 
que, entre outras atividades além das estreantes indústrias, começava a 
valorizar outros tipos de culturas. Além do que, o aumento 
da urbanização do país exigia também, o aumento do cultivo de matérias-
primas. Mas, esta mudança tomaria forma mesmo, só a partir da décadade 
1940. 
Atualmente, segundo dados do último levantamento realizado pelo IB-
GE em novembro de 2007, no Brasil são cultivados 58.033,075 ha de terra. 
Sendo que a cana-de-açúcar ainda predomina: são produzidos 
514.079,729t contra 58.197,297t da soja em grão. Quanto ao café em grão, 
este responde por cerca de 2.178,246t. Caroline Faria 
Agricultura moderna 
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. 
 
Laranjal em Avaré 
A agricultura moderna surgiu após a primeira fase da Revolução 
Industrial, situada entre o final do século XVIII e o inicio do século XIX, com 
base na utilização da energia a vapor e também da eletricidade. Logo, ela é 
aquela caracterizada pela maior regularização das safras e o aumento da 
produção agrícola devido à utilização 
de tratores, colheitadeiras, semeadeiras e alguns novos implementos 
agrícolas. 
A invenção da máquina de separar o caroço da fibra do algodão, por 
exemplo, possibilitou o fornecimento abundante dessa importante matéria 
prima por um baixo preço. O Cotton Gin, o descaroçador de algodão, foi 
inventado em 1793 por Eli Whitney, um mestre-escola da Nova Inglaterra. 
Do ponto de vista de diversos historiadores, essa invenção contribuiu mais 
para a extinção da escravatura na América do Norte, que todas as teorias 
que pudessem incentivá-lo na época. 
 
Colheitadeira em um campo de cultivo de cerais 
Nesse período houve também um grande desenvolvimento do 
conhecimento científico e a criação de novos tratos culturais, que foram 
introduzidos nas lavouras. Contudo, o principal fator de estímulo ao 
desenvolvimento e a modernização da agricultura foi a acumulação de bens 
de capital, que proporcionaram um aumento da capacidade de financiar 
máquinas modernas e, assim, a produtividade agrícola aumentou. Isso 
porque a Revolução Industrial provocou uma grande acumulação 
de capital. 
Como a produtividade agrícola aumentou rapidamente, e como a 
demanda por produtos agrícolas não aumentou, já que a quantidade de 
alimentos que uma pessoa pode consumir é limitada em função da 
capacidade do seu estômago, a porcentagem da população que trabalhava 
na agricultura se reduziu drásticamente e foram buscar empregos nas 
cidades, gerando um grande processo de urbanização. 
Ocorreu ainda nessa a etapa da evolução agrícola o desenvolvimento 
da pecuária leiteira na Europa Ocidental(França, Dinamarca etc.), 
nos EUA e, mais tarde, na ex-URSS, da floricultura nos Países Baixos e 
de olivais nas penínsulas Ibérica e Balcânica. Atualmente a maioria dos 
países subdesenvolvidos encontra se com a agricultura nesse estágio. 
Os conflitos pela terra no Brasil 
Maria Teresa Manfredo 
O tema da divisão da terra evoca uma questão recorrente no Brasil: os 
conflitos fundiários que, no decorrer da história do país, adquiriram diferen-
tes contornos. De acordo com a doutora em história pela Universidade 
Federal Fluminense (UFF), Marina Machado, muitas vezes esses conflitos 
aconteceram por envolverem divisões territoriais administrativas, constru-
ção de limites e de fronteiras. Para ela, é fundamental, também, considerar 
que tal discussão é atravessada pela questão das disputas entre terras 
latifundiárias. A expansão - ou não - de uma fronteira explora diferentes 
aspectos e interesses, de diferentes grupos envolvidos em um mesmo 
processo (fazendeiros, moradores, grupos indígenas, agentes do governo, 
representantes da igreja etc.), lembra a historiadora. 
Num período mais recente, a partir da segunda metade da década de 
1990, após a fase de reestruturação e modernização da produção agrícola, 
as questões econômicas relacionadas a esses conflitos ganharam maior 
grau de complexidade. De acordo com a economista Viviam Souza Nasci-
mento, que desenvolveu pesquisa sobre o tema junto à Universidade de 
São Paulo (USP), nos últimos anos a complexificação dessas disputas se 
deu em função "do aumento das demandas sociais criadas com a crise 
econômica da década de 1980, da modernização do setor agrícola e das 
significativas mudanças institucionais que alteraram o ambiente de negó-
cios brasileiro". 
Por outro lado, Nascimento relembra o percurso histórico dessa ques-
tão, sinalizando que convencionalmente atribui-se a raiz desses conflitos no 
Brasil ao problema da concentração de terras, que teria suas origens no 
modelo de ocupação territorial adotado no século XVI pela Coroa Portu-
guesa, durante o período da colonização. Contudo, para ela é "a falta de 
regulamentação e fiscalização na distribuição de terras no país que efeti-
vamente contribuiu para a concentração fundiária". 
Carlos Alberto Feliciano, geógrafo da Universidade Estadual Paulista 
(Unesp, campus de Presidente Prudente), reforça que entre as principais 
causas dos conflitos fundiários no Brasil está a concentração de terras. 
Esses conflitos são bastante antigos no Brasil, com maior evidência a partir 
do século XIX, tendo se agravado ainda mais no século XX. 
Entre os principais conflitos no início do século XX estão Canudos e 
Contestado, que "embora muitas vezes sejam lembrados como episódios 
que envolveram questões religiosas, estão diretamente voltados para uma 
questão de luta pela terra", afirma a historiadora Marina Machado. Nesse 
sentido, Feliciano ressalta que o assunto em nosso país ultrapassa a ques-
tão das fronteiras legais das unidades federativas, mas ao mesmo tempo é 
movido pelas relações sociais de poder e disputa que nelas são materiali-
zadas. 
Em comparação aos séculos anteriores, é possível afirmar que no sé-
culo XX houve, ao mesmo tempo, uma redução na concentração fundiária e 
uma valorização da terra no país. Isso se deu, por um lado, devido ao fato 
de os agricultores brasileiros passarem a investir em atividades urbano-
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Geografia A Opção Certa Para a Sua Realização 11 
industriais - em decorrência, sobretudo, da desvalorização mundial do café 
durante a Primeira Guerra Mundial e a crise econômica de 1929. Por outro 
lado, houve um aumento do valor de uso da terra, gerando maior produtivi-
dade em propriedades de pequeno e médio porte em algumas regiões do 
país - como é o caso da região Sul. 
Para o geógrafo da Unesp, além da concentração de terra, a constru-
ção da propriedade privada no Brasil trouxe consigo o significado de terra 
como reserva de valor, "onde boa parte dos ditos 'proprietários' vivem da 
renda que ela pode lhes auferir, mesmo sendo improdutiva." 
Foi na década de 1960, que surgiu com maior intensidade a discussão 
sobre a necessidade de reforma agrária no Brasil, principalmente nas 
regiões Norte e Nordeste que sofriam mais com a concentração fundiária. 
No mesmo período, seguiu-se a criação da organização das Ligas Campo-
nesas e muitos outros conflitos, como o episódio de Trombas e Formoso, 
em Goiás (das décadas de 1950 e 1960). Ocorreu também nessa época a 
discussão sobre terras devolutas - "um tipo de terra pública que deveria 
estar sob o domínio do Estado, mas que está na esfera privada, seja ligada 
a proprietários, ou então, a grandes empreendimentos, como bancos ou 
indústrias", explica Feliciano. 
Em meio a esse contexto, em março de 1963, foi aprovado o Estatuto 
do Trabalhador Rural, regulando as relações de trabalho no campo, que até 
então estavam à margem da legislação trabalhista. Contudo, com o golpe 
militar de 1964, as ideias foram revistas e a reforma agrária realizada nesse 
período foi concentrada na fronteira agrícola do Centro-Oeste, visando 
sobretudo a ocupação do território. 
Entre 1980 e 1990, surgiram várias organizações em defesa da refor-
ma agrária como o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra, Ligas Cam-
ponesas e a Pastoral da Terra. 
Em 1993, o Congresso Nacional estabeleceuque a improdutividade 
das terras caracterizava o não cumprimento do caso previsto pela Constitu-
ição de 1988 de função social da propriedade; ficou estabelecido por Lei 
que a improdutividade procederia à desapropriação. Atualmente, por parte 
dos movimentos, as ocupações de terra tornaram-se o principal mecanismo 
de pressão sobre o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária 
(Incra), para a execução dos processos de desapropriação e assentamen-
tos. 
Para Viviam Nascimento, um caminho para minimizar o conflito neste 
sentido é fortalecer as políticas de controle e fiscalização da propriedade 
agrícola, "organizando a titulação, acompanhando o mercado de terras 
(incluindo a compra por parte dos estrangeiros), além de fiscalizar e agir 
com rapidez nas resoluções de conflitos". 
Segundo Carlos Feliciano, "a solução para esse impasse é a realização 
de uma reforma agrária ampla, baseada em critérios legais melhor defini-
dos", de acordo com o pesquisador, só assim o Estado cumpriria o que a 
Constituição Federal estabelece como função social da propriedade: ser 
produtiva, respeitar as leis trabalhistas, ambientais, gerando desenvolvi-
mento para a região a que pertence. 
Mapeamento dos conflitos 
Em abril deste ano, a Comissão Pastoral da Terra lançou um relatório 
sobre conflitos no campo a partir de dados coletados em 2010. Dos 638 
conflitos neste último ano, mais da metade refere-se a posseiros (antigos 
donos de pequenas áreas sem títulos da propriedade) e a povos e comuni-
dades tradicionais (indígenas, quilombolas, extrativistas etc.) - totalizando 
57% das violências ligadas à terra, no ano. A maioria tem sua causa ligada 
a grandes projetos, como barragens, ferrovias, rodovias, parques eólicos, e 
mineração. 
Mas o que mais marca o ano de 2010 nesse quesito é o crescimento 
do número de assassinatos em conflitos no campo: 34 assassinatos, um 
número 30% maior que em 2009, quando foram registrados 26. O estado 
do Pará mantém a liderança quanto ao número dos assassinatos, 18, 
número 100% maior que em 2009, quando foram registrados 9 mortes. 
Além dos assassinatos, em 2010 foram registradas 55 tentativas de assas-
sinato, 125 pessoas receberam ameaças de morte, 4 foram torturadas, 88 
presas e 90 agredidas. 
Com relação aos conflitos de terra propriamente ditos, o total permane-
ceu muito próximo ao de 2009, passando de 854 para 853, em 2010. Os 
embates protagonizados pelos movimentos sociais do campo caíram 38%; 
por outro lado, os conflitos gerados por expulsões, pistolagem, despejos e 
ameaças cresceram 21% - passando de 528, em 2009, para 638, em 2010. 
A região Nordeste teve o maior número de conflitos, com 43,7% (279), 
seguido da região Norte com 36,7% (234). As demais regiões concentraram 
9,6% (61) no Sudeste, 5,8% (37) no Centro-Oeste e 4,2% (27) no Sul. 
A chamada Amazônia Legal concentra 65% dos conflitos de terra, sen-
do que Maranhão, Pará e Tocantins concentram 46,2% desse total. 
Ao analisar as categorias sociais que foram vítimas das 604 ocorrên-
cias de ações violentas em conflitos no campo, 57% envolveram popula-
ções tradicionais, como comunidades indígenas ou ribeirinhas. Outros 43% 
atingiram setores que eram considerados protagonistas da luta pela refor-
ma agrária, como os sem-terra (182 conflitos), os assentados (61), peque-
nos proprietários (9) e outros. 
Para a Pastoral da Terra, esses dados "deixam evidente que não é por 
causa da ação dos sem-terra que a violência no campo persiste, mas sim 
devido à violência sobre a qual se alicerçou todo o processo de ocupação 
territorial brasileiro desde o tempo da Colônia até os dias de hoje." 
O espaço urbano no Brasil 
Crescimento urbano – crescimento da população que vive nas cida-
des. 
Urbanização – corresponde a transferência de populações originárias 
das zonas rurais em direção às cidades. 
O processo de urbanização brasileira começou a partir de 1940, como 
resultado da modernização econômica e do grande desenvolvimento indus-
trial graças a entradas de capital estrangeiro no país. 
As empresas transnacionais preferiram se instalar nas cidades em que 
a concentração populacional fosse maior e de melhor infra-estrutura, dando 
origem às grandes metrópoles. 
A industrialização gerou empregos para os profissionais qualificados, 
expandiu a classe média e o nível de consumo urbano. A cidade transfor-
mou-se num padrão de modernidade, gerando êxodo rural. 
A tecnologia e o nível de modernização econômica não estavam adap-
tados à realidade brasileira. 
A migração campo-cidade gerou desemprego e aumento das ativida-
des do setor terciário informal. 
O modelo de desenvolvimento econômico e social adotado no Brasil a 
partir dos anos 50 levou a um processo de metropolização. 
Ocorrência do fenômeno da conurbação, que constituem as regiões 
metropolitanas (criadas em 1974 e 1975). 
A partir da década de 80 houve o que se chama de desmetropolização, 
com os índices de crescimento econômico maiores nas cidades médias, 
havendo assim um processo de desconcentração econômica. 
Outras regiões passaram a atrair mais que as regiões metropolitanas, 
havendo também desconcentração populacional. 
Está ocorrendo um declínio da importância das metrópoles na dinâmica 
social e econômica do país. 
Um número crescente de cidades passou a pertencer ao conjunto das 
cidades médias e grandes. 
Podemos dizer que o Brasil se modernizou e que a grande maioria da 
população brasileira, já está de alguma forma integrada aos sistemas de 
consumo, produção e informação. 
Existe hoje uma integração entre o Brasil urbano e o agrário, um absol-
vendo aspectos do outro. A produção rural incorporou inovações tecnológi-
cas produzidas nas cidades. O Brasil rural tradicional está desaparecendo e 
sobrevive apenas nas regiões mais pobres. 
A produção comercial está cada vez mais voltada para a cidade. 
A produtividade aumentou e o meio rural integrou-se aos principais 
mercados nacionais e internacionais. 
A implantação de modernos sistemas de transportes e de comunica-
ções reduziu as distâncias e possibilitou a desconcentração das atividades 
econômicas, que se difundiram por todo o país e hoje são coordenadas a 
partir de diretrizes produzidas nos grandes centros nacionais e internacio-
nais. 
Segundo o modelo informacional, São Paulo é a metrópole mundial 
brasileira que exerce controle sobre os principais sistemas de comunicação 
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Geografia A Opção Certa Para a Sua Realização 12 
que difundem as inovações por todo o país, através dos meios de comuni-
cação. 
Observa-se uma ruptura com a hierarquia urbana tradicional e a formu-
lação de um novo modelo de relações, muito mais complexo e adequado 
ao quadro social e econômico do Brasil contemporâneo. Autoria: Elton 
Santiago 
-o0o- 
O processo de urbanização do Brasil, fruto de uma industrialização tar-
dia, realizada num país subdesenvolvido, trouxe uma série de problemas. 
Esses problemas urbanos normalmente estão relacionados com o tipo de 
desenvolvimento que vem ocorrendo no país por várias décadas, do qual, 
por um lado, aumenta a riqueza de uma minoria e, por outro, agrava-se o 
problema da maioria dos habitantes. 
Um desses problemas é a moradia. Enquanto em algumas áreas das 
grandes cidades brasileiras surgem ou crescem novos bairros ricos com, 
com residências moderníssimas, em outras, ou as vezes, até nas vizinhan-
ças, multiplicam-se as favelas, cortiços e demais habitações precárias. 
Mas o tipo de habitação popular que vem crescendo nos últimos anos, 
nos grandes centros urbanos do país, é a casa própria da periferia. Trata-
se de uma casinha que o trabalhador constrói, ele mesmo, com a ajuda

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