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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
Conhecimentos Gerais A Opção Certa Para a Sua Realização 1
CONHECIMENTOS GERAIS: 
Elementos de política brasileira. 
Cultura e sociedade brasileira: música, literatura, artes, arquitetura, 
rádio, cinema, teatro, jornais, revistas e televisão. 
História do Brasil. 
Descobertas e inovações científicas na atualidade e seus impactos 
na sociedade contemporânea. 
Meio ambiente e sociedade: problemas, políticas públicas, organi-
zações não governamentais, aspectos locais e aspectos globais. 
Panorama da economia nacional. 
O cotidiano brasileiro. 
 
Elementos de política brasileira. 
Elementos da Política 
Antonio Gramsci 
É preciso dizer que os primeiros elementos a ser esquecidos são, jus-
tamente, os mais elementares. No entanto, como eles se repetem inúmeras 
vezes, tornam-se os pilares da política e de qualquer ação coletiva. 
O primeiro elemento é que governados e governantes, dirigentes e diri-
gidos existem realmente. Toda ciência e arte da política se baseia neste 
fato primordial, irredutível (em determinadas condições gerais). As origens 
desse fato são um problema à parte, que deve ser estudado separadamen-
te (no mínimo se poderia e se deveria estudar como atenuar e até fazer 
desaparecer esse fato, mudando certas condições identificáveis como 
operantes nesse sentido). Entretanto, permanece o fato de que existem 
dirigentes e dirigidos, governantes e governados. A partir disso, é preciso 
ver como (estabelecidos certos objetivos) dirigir do modo mais eficaz e, 
portanto, como preparar da melhor maneira possível os dirigentes (esta é, 
precisamente, a primeira parte da ciência e da arte da política). Por outro 
lado, é preciso distinguir as linhas de menor resistência, ou linhas racionais, 
para obter a obediência de dirigidos e governados. Na formação dos diri-
gentes, a seguinte premissa é fundamental: queremos que governados e 
governantes existam sempre ou queremos criar condições para que a 
necessidade desta divisão desapareça? Partiremos do princípio de que a 
perpétua divisão do gênero humano é inevitável ou acreditaremos que ela 
seja apenas um fato histórico que responde a determinadas condições? É 
preciso, todavia, ter sempre em mente que a divisão entre governantes e 
governados, embora (em última análise) remonte a uma divisão em grupos 
sociais, existe, sendo as coisas como são, mesmo dentro do mesmo grupo 
e mesmo que este grupo seja socialmente homogêneo. De uma certa 
forma, podemos dizer que esta divisão é uma criação da divisão do traba-
lho; é um fato técnico. É sobre esta coexistência de motivos que especulam 
aqueles que, em tudo, vêem apenas "técnica", necessidade "técnica" etc., 
para não ter de enfrentar o problema fundamental. 
Tendo em vista que até no mesmo grupo existe a decisão entre gover-
nados e governantes, é preciso fixar alguns princípios irrevogáveis. É 
justamente neste terreno, em que ocorrem os "erros" mais graves, que se 
manifestam as incapacidades mais criminosas e mais difíceis de corrigir. 
Acredita-se que, uma vez aceitos os princípios do próprio grupo, não só a 
obediência será automática e virá sem nenhuma demonstração de "neces-
sidade" e racionalidade como também será indiscutível (alguns pensam e - 
o que é pior - agem acreditando que a obediência "virá" sem ser solicitada, 
sem que o caminho a seguir seja indicado). Assim é difícil extirpar dos 
dirigentes o "cadornismo" (1), isto é, a convicção de que uma coisa será 
feita só porque um dirigente acha justo e racional que seja feita: se nada 
acontece, joga-se a culpa em quem "deveria ter feito" etc. No entanto, o 
senso comum mostra que a maior parte dos desastres coletivos (políticos) 
acontece porque danos inúteis não foram evitados e o sacrifício e a vida 
das pessoas não foram levados em consideração. Todo mundo já ouviu 
oficiais do "front" contarem como os soldados arriscam a vida quando é 
necessário e como se rebelam quando se sentem negligenciados. Por 
exemplo: uma companhia era capaz de jejuar por muitos dias se soubesse 
que os víveres não podiam chegar por motivo de força maior, mas se 
amotinaria se uma só refeição não fosse servida por desleixo ou burocracia 
etc. 
Este princípio se estende a todas as ações que exigem sacrifício. Por 
isso é muito importante, depois de qualquer derrota, investigar, antes de 
tudo, a responsabilidade dos dirigentes, no sentido estrito. Por exemplo: um 
"front" é constituído de várias seções e cada seção tem seu dirigente. É 
possível que os dirigentes se uma seção sejam mais responsabilizados por 
uma derrota que os dirigentes de uma outra seção, mas é questão de mais 
ou menos e não de eximir algum dirigente da responsabilidade, jamais. 
Uma vez colocado o princípio de que existem dirigidos e dirigentes, go-
vernados e governantes, é verdade que os "partidos" têm sido até agora o 
modo mais adequado de elaborar a capacidade de dirigir e os próprios 
dirigentes (os "partidos" podem apresentar-se com os mais diversos nomes, 
incluindo o de antipartido ou de "negação dos partidos". Na realidade, até 
os chamados "individualistas" são homens de partido, apenas gostariam de 
ser "chefe de partido" pela graça de Deus ou da imbecilidade de quem os 
segue). 
Desenvolvimento do conceito geral contido na expressão "espírito esta-
tal". Esta expressão tem um significado bem preciso, historicamente deter-
minado. Um problema, porém, se coloca: existe algo semelhante ao que se 
costuma chamar de "espírito estatal" em todo movimento sério, que não 
seja a expressão arbitrária de individualismos mais ou menos justificados? 
Para começar, o "espírito estatal" pressupõe a "continuidade", quer na 
direção do passado ou da tradição, quer na direção do futuro, isto é, pres-
supõe que cada ato seja o momento de um processo complexo que já se 
iniciou e que vai continuar. A responsabilidade por esse processo, de ser 
ator desse processo, de ser solidário com forças materialmente "desconhe-
cidas", mas que, todavia, são sentidas como operantes e ativas e levadas 
em conta como se fossem "materiais" e presentes fisicamente, se chama 
justamente, em certos casos, "espírito estatal". É evidente que uma tal 
consciência da "duração" não deve ser abstrata e sim concreta, isto é, não 
deve, em certo sentido, ultrapassar determinados limites. Digamos que os 
limites mínimos são uma geração precedente e uma geração futura, o que 
não é dizer pouco, pois as gerações não se contam trinta anos antes e 
trinta anos depois deste momento, mas organicamente, no sentido históri-
co, o que ao menos para o passado é fácil de compreender: nos sentimos 
solidários com os homens que hoje são velhíssimos e representam para 
nós o "passado" que ainda vive entre nós, que é preciso conhecer, com o 
qual é preciso acertar as contas, que é um dos elementos do presente e 
uma das premissas do futuro. E com as crianças, com as gerações que 
nascem e crescem, por quem somos responsáveis. (Diferente é o "culto" da 
"tradição", que tem um valor tendencioso, que implica uma escolha e objeti-
vo determinados, ou seja, que está na base de uma ideologia). No entanto, 
podemos dizer que mesmo se o tão falado "espírito estatal" existe em todo 
o mundo, é preciso, de vez em quando, combater suas deformações e seus 
desvios. 
"O gesto pelo gesto", a luta pela luta etc. e, especialmente, o individua-
lismo mesquinho e pequeno, que é somente a satisfação caprichosa de 
impulsos momentâneos etc. (Na realidade, o problema é sempre o "apoliti-
cismo" italiano, que assume essas formas pitorescas e bizarras). O indivi-
dualismo é apenas apoliticismo animalesco; o sectarismo é apoliticismo e, 
se observarmos bem, o sectarismo é, na verdade, uma forma de "clientela" 
pessoal, pois lhe falta o espírito de partidoque é o elemento fundamental 
do "espírito estatal". Demonstrar que o espírito de partido é o elemento 
fundamental do espírito estatal é uma das teses mais importantes a defen-
der e, vice-versa, o "individualismo" é um elemento de caráter animal, 
"admirado pelos estranhos" como os atos dos habitantes de um jardim 
zoológico. 
NOTAS 
{1} -Referente ao general Luigui Cadorna, chefe do Estado-Maior das 
Forças Armadas italianas até a derrota de Caporetto (1917), da qual ele é 
considerado o principal responsável. Cadornismo representa, então, o 
autoritarismo e a irresponsabilidade de dirigentes que não consideram 
importante a adesão de seus comandados e menosprezam o trabalho 
político necessário para que a importância de uma ação seja compreendida 
e aceita por eles. 
(Extraído de Notas Sobre Maquiavel, in Gramsci: poder, política e par-
tido. Editora Brasiliense. 2a. Edição. São Paulo: 1992. pp 15-19 – Faz parte 
dos Cadernos do Cárcere, Civilização Brasileira, 2007) 
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
Conhecimentos Gerais A Opção Certa Para a Sua Realização 2
O Brasil é uma república federal presidencialista, de 
regime democrático-representativo. Em nível federal, o poder executivo é 
exercido pelo Presidente. É uma república porque o Chefe de Estado é 
eletivo e temporário. O Estado brasileiro é uma federação pois é composto 
de estados dotados de autonomia política garantida pela Constituição 
Federal e do poder de promulgar suas próprias Constituições. É uma 
república presidencial porque as funções de chefe de Estado e chefe de 
governo estão reunidas em um único órgão: o Presidente da República. É 
uma democracia representativa porque o povo dificilmente exerce sua 
soberania, apenas elegendo o chefe do poder executivo e os seus 
representantes nos órgãos legislativos, como também diretamente, 
mediante plebiscito, referendo e iniciativa popular. Isso acontece 
raramente, o que não caracteriza uma democracia representativa. 
Indicadores 
De acordo com o Índice de Democracia, compilado pela revista 
britânica The Economist, o Brasil possui desempenho elevado nos quesitos 
pluralismo no processo eleitoral (nota 9,5) e liberdades civis (nota 9,1). O 
país possui nota acima da média em funcionalidade do governo (nota 
7,5). No entanto, possui desempenho inferior nos quesitos participação 
política (nota 5,0) e cultura política (nota 4,3). O desempenho do Brasil em 
participação política é comparável ao de Malauí e Uganda, considerados 
"regimes híbridos", enquanto o desempenho em cultura política é 
comparável ao de Cuba, considerado um regime autoritário.No entanto, a 
média geral do país (nota 7,1) é inferior somente à do Uruguai (nota 8,1) e 
do Chile (nota 7,6) na América do Sul. Dentre os BRIC, apenas 
a Índia (nota 7,2) possui desempenho melhor. De fato, em relação aos 
BRIC, a revista já havia elogiado a democracia do país anteriormente, 
afirmando que "em alguns aspectos, o Brasil é o mais estável dos BRIC. 
Diferentemente da China e da Rússia, é uma democracia genuína; 
diferentemente da Índia, não possui nenhum conflito sério com seus 
vizinhos". 
O Brasil é percebido como o 75º país menos corrupto do mundo, 
perdendo para Romênia, Grécia, Macedônia e Bulgária por apenas um 
décimo. O país está empatado com os países sul-americanos da Colômbia, 
do Peru e do Suriname, e ganha da Argentina (106°), da Bolívia (120°), 
da Guiana (126°), do Equador (146°), do Paraguai (154°) e 
da Venezuela (162°) na região. O Brasil ainda está em situação melhor que 
todos os outros países do BRIC. A China se encontra 80º lugar, a Índia em 
84° e a Rússia em 146°. 
Organização 
O Estado brasileiro é dividido primordialmente em três esferas de 
poder: o Poder Executivo, o Legislativo e o Judiciário. O chefe do Poder 
Executivo é o presidente da República, eleito pelo voto direto para um 
mandato de quatro anos, renovável por mais quatro. Na esfera estadual o 
Executivo é exercido pelos governadores dos estados; e na esfera 
municipal pelos prefeitos. O Poder Legislativo é composto, em âmbito 
federal, pelo Congresso Nacional, sendo este bicameral: dividido entre 
a Câmara dos Deputados e o Senado. Para a Câmara, são eleitos 
os deputados federais para dividirem as cadeiras em uma razão de modo a 
respeitar ao máximo as diferenças entre as vinte e sete Unidades da 
Federação, para um período de quatro anos. Já no Senado, cada estado é 
representado por 3 senadores para um mandato de oito anos cada. Em 
âmbito estadual, o Legislativo é exercido pelas Assembléias Legislativas 
Estaduais; e em âmbito municipal, pelas Câmaras Municipais. 
Unidades federativas 
O Brasil possui vinte e seis estados e um Distrito Federal, indissolúveis, 
cada qual com um Governador eleito pelo voto direto para um mandato de 
quatro anos renovável por mais quatro, assim como acontece com 
os Prefeitos. Tanto os estados quanto os municípios têm apenas uma casa 
parlamentar: no nível estadual os deputados estaduais são eleitos para 4 
anos na Assembleia Legislativa e no nível municipal, os vereadores são 
eleitos para a Câmara Municipal para igual período. 
Poder Judiciário 
Finalmente, há o Poder Judiciário , cuja instância máxima é o Supremo 
Tribunal Federal , responsável por interpretar a Constituição Federal e 
composto de onze Ministros indicados pelo Presidente sob referendo do 
Senado, dentre indIvÍduos de renomado saber jurídico. A composição dos 
ministros do STF não é completamente renovada a cada mandato 
presidencial: o presidente somente indica um novo ministro quando um 
deles se aposenta ou vem a falecer. 
Cultura e sociedade brasileira: música, literatura, artes, arquite-
tura, rádio, cinema, teatro, jornais, revistas e televisão. 
 
A CULTURA BRASILEIRA 
Literatura, artes, cinema, teatro, rádio, televisão, esportes 
 
A riqueza cultural da década de 30 
Modernismo, regionalismo e samba 
 
O período inaugurado pela Revolução de 30 foi marcado por 
transformações na economia, na política e na estrutura social. De um lado, 
o sentido geral dessas transformações correspondia ao espírito do Movi-
mento Modernista de 1922; de outro, iria repercutir em um novo movimento 
literário: o regionalismo. 
 
A consciência modernista aliava a necessidade de pesquisa de 
novos meios formais de comunicação a uma nítida preocupação com o 
conhecimento da realidade brasileira. A década de 30 aprofundou e deu 
novos traços à questão de uma cultura brasileira dotada de força artística e 
capaz de reflexão crítica. 
 
Por sua vez, o advento do rádio promoveu a popularização do 
samba, que desceu definitivamente do morro para a cidade. Além do rádio, 
outro meio de comunicação de massa passou por uma decisiva transforma-
ção: surgiu o cinema falado. Os dois veículos participavam do caráter 
internacionalizador da cultura de massa. O rádio divulgava as músicas 
francesas e norte-americanas, mas tinha em contraposição o samba. Já o 
cinema trazia a divulgação do american way of life e popularizava também 
expressões estrangeiras. Essas características foram registradas com 
ironia no samba Não temi tradução, de Noel Rosa, em versos como: O 
cinema falado é o grande culpado da transformação (... ) E esse negócio de 
"aló, boy, aló Johnny" só pode ser conversa de telefone. 
 
No entanto, todo esse complexo fenômeno cultural restringia-se 
às cidades. O campo, o interior do país, permanecia afastado e vinculado 
às suas tradições culturais e folclóricas. Toda essa realidade foi tratada 
criticamente pelo regionalismo literário. 
 
Da criação literária à reflexão sobre o Brasil 
. 
 Em 1930, Carlos Drummond de Andrade publicou seu primeiro 
livro, Alguma poesia, que se integrava à visão modernista, mas trazia uma 
nota pessoalde invenção e de registro irônico. A ficção regionalista come-
çou a se fixar como tendência predominante, revelando autores como 
Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Jorge Amado e Erico Veríssimo. 
Estava iniciada a "era do romance brasileiro". Em 1930 surgiu 0 'quinze, de 
Raquel de Queirós; em 1931, O país do carnaval de Jorge Amado; em 
1932, Menino de engenho, de José Lins do Rego; em 1933, Caetés, de 
Graciliano Ramos. 
 
De modo geral, duas vertentes marcaram a ficção regionalista: 
uma, de teor crítico, e outra, de traços mais pitorescos, apegada ao exotis-
mo. O caráter de realismo crítico fixado na realidade social brasileira assi-
nalou a direção tomada pelos melhores representantes do regionalismo. 
Essa perspectiva crítica assumiu um teor burlesco no romance Serafim 
Ponte Grande (1933), do modernista Oswald de Andrade. 
 
Com a publicação de Casa grande e senzala, de Gilberto Freyre 
(1933), iniciou-se todo um processo de reflexão sobre a formação cultural 
brasileira e suas características econômico-sociais. Desse modo, o ensaio 
de Freyre converteu-se numa espécie de marco da produção ensaística 
brasileira. Com uma perspectiva marxista, o ensaio de Caio Prado Jr., 
Evolução política do Brasil (1933), desencadeou também um rico diálogo 
de análise e de confrontos de perspectivas críticas. Em 1935, Raízes do 
Brasil de Sérgio Buarque de Holanda, trouxe novos elementos para o 
conhecimento crítico da realidade brasileira. 
 
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
Conhecimentos Gerais A Opção Certa Para a Sua Realização 3
Essa importante produção intelectual era, por assim dizer, a con-
trapartida crítica à manipulação nacionalista exercida pelo governo Vargas. 
Na verdade, o rádio forneceu ao getulismo o grande instrumento de con-
vencimento popular. A partir de 1938, em pleno Estado Novo, Getúlio 
Vargas criou o programa A hora do Brasil, e o DIP (Departamento de Im-
prensa e Propaganda) incumbiu-se fazer prevalecer a doutrinação e a 
propaganda oficial. Nesse mesmo ano, surgiu a União Nacional dos Estu-
dantes (UNE), que desempenharia um papel de crítica e de formação de 
militantes no período posterior ao Estado Novo. Para fechar o balanço 
cultural da década de 30, é fundamental registrar as tentativas de criação 
de uma produção cinematográfica nacional. Nesse sentido, destaca-se a 
obra de Humberto Mauro: Ganga bruta (1932/33), Favela & meus amores 
(1935) e o documento O descobrimento do Brasil (1937). 
 
Os anos 40 - o "americanismo" e o Brasil 
Brasil: a chegada do Zé Carioca 
 
Os conturbados anos 40 foram o palco da II Guerra Mundial e de 
suas conseqüências. A principal delas foi a divisão do mundo em dois 
grandes blocos econômicos e ideológicos: EUA e URSS, iniciando o perío-
do que se convencionou chamar de guerra fria. Uma série de expurgos e 
de sectarismos ideológicos marcou esse período, e o Brasil não fugiu à 
regra. 
 
Alinhado com os EUA, dos quais historicamente sempre esteve 
mais ou menos dependente, o Brasil, através da política econômica, co-
nheceu também a dependência cultural. O interesse dos Estados Unidos 
em manter sua influência ideológica diante do avanço da URSS e do socia-
lismo foi um fator determinante nesse processo. 
 
O intercâmbio cultural - estimulado pelo governo através do ci-
nema e da música - que teve na carreira internacional de Carmem Miranda 
sua melhor expressão, aumentou ainda mais a americanização dos costu-
mes e modos de vida dos brasileiros. Em 1941, por exemplo, Walt Disney, 
que se tornara o porta-voz da política externa americana, batizada de "boa 
vizinhança" escolheu a música Aquarela do Brasil, de Ari Barroso, para 
trilha sonora do fume Salud, amigos (Alô amigo !), que acabou sendo uru 
filme promocional da política norte-americana na América Latina. A criação 
do personagem de Disney - Zé Carioca - representando o Brasil, tornou-se 
um dos maiores estereótipos de nossa cultura no exterior. 
 
O rádio continuou expandindo seu alcance comercial e seu po-
der ideológico. Destacavam-se a Rádio Nacional, encampada pelo governo 
em 1940, a Rádio Tupi de São Paulo; a Rádio Record (SP) e a Rádio 
Nacional (RJ), que passaram a transmitir, a partir de 1941, um dos maiores 
fenômenos de audiência do rádio: o Repórter Esso. 
 
Também em 1941, foi fundada a Companhia Cinematográfica A-
tlântida, responsável pela popularização do cinema e pela consagração de 
uru gênero popular de produção cinematográfica: as chanchadas, mistura 
de comédia e de musical, que a partir de Moleque Tião, lançado em 1943, 
apresentaram uma dupla célebre do cinema brasileiro: Grande Otelo e 
Oscarito. 
 
O reino das chanchadas 
 
Os anos 40 assinalaram também a consagração de um grande 
autor teatral brasileiro, com uma temática crítica e irônica voltada para a 
classe média urbana: Nelson Rodrigues. Em 1943, estreia no Rio a peça 
Vestido de noiva, em 44, Álbum de família e, em 46, Anjo negro. 
 
Na ficção, destacam-se as obras de Clarice Lispector, cujo pri-
meiro romance - Perto do coração selvagem - foi publicado em 1943, 
seguido pelo lançamento, em 1946, de O lustre. Nesses romances, afirma-
va-se uma literatura de teor introspectivo. Na poesia, o ano de 1942 trouxe 
a revelação de João Cabral de Melo Neto com Pedra de sono, seguido por 
O engenheiro (1945). 
 
Bibi Ferreira (filha do consagrado ator Procópio Ferreira), Paulo 
Autran, Ângela Maria, Vicente Celestino e Gilda de Abreu eram os ídolos do 
teatro e do rádio. O sociólogo Josué de Castro publicou em 1946 seu livro 
mais famoso, Geografia da fome, e Victor Nunes Leal criticou o sistema 
oligárquico da República Velha com o livro Coronelismo, enxada e voto, 
publicado em 1949. Nesse ano, fundou-se em São Paulo a Companhia 
Cinematográfica Vera Cruz, concorrente da Atlântida, já consagrada pelo 
enorme sucesso de suas produções. 
 
Para a inauguração do Maracanã - o maior estádio do mundo - o 
Brasil, sede da Copa de 50, promoveu uma festa que acabou em comoção 
nacional com sua derrota para o Uruguai (2x1), na partida final. 
 
As novelas de rádio, o futebol, os programas de notícias 
radiofônicos e os programas de auditório alcançaram e interessaram todo o 
território nacional. O teatro chegou a seu período de esplendor, com forte 
penetração na classe média. Mas tudo isso pouco significava perto do 
acontecimento de 18 de setembro de 1950: foi ao ar, pela primeira vez na 
América Latina, uma emissora de televisão. Era a PRF 3 TV Tupi, em São 
Paulo; começava, lentamente, uma nova fase cultural. 
 
A explosão cultural dos anos 50 
Nacionalismo cultural 
 
O segundo governo da terceira República foi ocupado por Var-
gas (1950-1954), que retornou ao poder pelo voto. Durante esse período, 
seu governo caracterizou-se por uma organização nacionalista da econo-
mia, evidenciada com a criação da Companhia Siderúrgica Nacional e da 
Petrobrás. Esse nacionalismo econômico, que continuou sob o governo de 
Juscelino como nacional-desenvolvimentismo, revitalizou as preocupações 
com a questão da cultura brasileira, sobretudo na produção teatral e no 
cinema. 
 
Nesse sentido, dois diretores anteciparam o que veio a se cha-
mar de Cinema Novo. Em 1953, Lima Barreto filmou O cangaceiro e con-
quistou uma premiação no Festival Internacional de Cannes no mesmo 
ano. Filiando-se ao neo-realismo italiano, Nelson Pereira dos Santos dirigiu, 
em 1955, Rio, 40 graus e voltou a exercer sua visão crítica da realidade em 
1957, com Rio, Zona Norte. Ainda, no mundo do cinema, um ator-diretor 
alcançou enorme êxito popular: Mazzaropi, que cunhou o tipo do caipira 
paulista ingênuo e trapalhão em Sai da frente (1952). 
 
Duas outras emissoras de televisão entraram no ar: a TV Rio e a 
TV Record.Em 1956, a população brasileira assistiu à primeira partida de 
futebol pela televisão: o jogo entre Brasil e Itália, no mês de janeiro. A 
televisão suplantava pouco a pouco o domínio do rádio, um fenômeno que 
se concretizaria com sua implantação a nível nacional. 
 
A literatura consagrou um escritor mineiro: Guimarães Rosa, 
com a publicação de Grande sertão: veredas e Corpo de baile, ambos em 
1956. Sua estréia na literatura completava exatamente uma década, pois 
seu primeiro livro, Sagarana, é de 1946. O Brasil passou também a discutir 
o anúncio da construção da nova capital por Juscelino: Brasília. O populista 
Jânio Quadros, governador de São Paulo, alcançava as manchetes com a 
proibição de execução de rock'n roll em bailes. Na área do esporte, Maria 
Ester Bueno tornou-se campeã de tênis em Wimbledon, enquanto Pelé 
estreava na seleção brasileira. 
 
1958: Brasil campeão 
 
E, por fim, em 1958 o Brasil tornou-se campeão mundial de futebol, 
vencendo a Suécia na final por 5x2. Pelé, Garrincha, Didi e Vavá tornaram-
se ídolos nacionais. Ainda em 1958, entrou em funcionamento a TV Cultura 
- Canal 2, de São Paulo. Enquanto no Rio e em São Paulo um novo jeito de 
tocar violão e de cantar, cujos representantes maiores eram João Gilberto, 
Nara Leão, Tom Jobim, Roberto Menescal e outros da chamada Bossa 
Nova, dava destaque para a suavidade, o intimismo, a voz como um ins-
trumento, as notas baixas e dissonantes. Esse "som" brasileiro correria o 
mundo; anos mais tarde, João Gilberto estaria no Carnegie Hall de Nova 
York, onde se radicaria definitivamente consagrando-se como um dos mais 
respeitáveis músicos brasileiros, no exterior, ao lado de Tom Jobim. 
 
A chanchada chegava ao fim, com a progressiva influência da 
tevê, simbolizada no fechamento e na falência das grandes companhias 
cinematográficas. Mas o teatro se revigorava com novos autores e temas 
sociais, como a peça Eles não usam black-tie, de Gianfrancesco Guarnieri, 
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
Conhecimentos Gerais A Opção Certa Para a Sua Realização 4
no Teatro de Arena, em São Paulo, ainda em 1958. Em 1959, Celso Furta-
do publicou o clássico Formação econômica do Brasil e Antônio Cândido 
lançou seu famoso ensaio Formação da literatura brasileira. As ciências 
humana e sociais alcançavam espaço e distinção nas universidades, des-
tacando-se entre estas a produção da USP. A formação cultural da década 
chegou ao fim com a montagem da peça O pagador de promessas, do 
jovem autor Dias Gomes, e com a publicação de Laços de família, de 
Clarice Lispector, além da monumental História Geral da civilização brasilei-
ra, organizada por Sérgio Buarque de Holanda. 
 
As diversidades econômicas, políticas e ideológicas da 
sociedade brasileira refletiam-se 
na arte e nas expressões mais significativas dessa sociedade: a cultura, 
com uma riqueza e efervescência ímpares em sua história. 
 
Os loucos anos 60 
Novos talentos 
 
Os anos 60 foram ricos em crises e contradições no mundo todo 
e igualmente no Brasil. Era a maturidade da primeira geração do pós-guerra 
e ela não deixou de marcar época e fazer história. Foram anos de rupturas 
políticas, sociais, morais e ideológicas. 
 
O Brasil começou a década saudando a nova capital - Brasília - 
e nas eleições presidenciais escolheu Jânio Quadros e sua "vassoura" para 
presidente com a maior votação da história do país. 
 
Enquanto Jânio renunciava e toda uma crise política levava João 
Goulart ao último governo constitucional da década, Éder Jofre sagrou-se 
campeão mundial dos pesos-galo; em 1962, o Brasil tornou-se bicampeão 
mundial de futebol no Chile e profundas contradições econômicas levavam 
a inúmeras greves, paralisações e passeatas, em todos os setores sociais. 
A maior destas foi a luta pela reforma agrária. Só ao Congresso Camponês 
de 1961, realizado em Belo Horizonte, compareceram 1 600 delegados, 
lançando a campanha nacional pela reforma agrária. Em Recife, no ano 
seguinte, as manifestações pela reforma agrária foram reprimidas por 
tropas do Exército. 
 
A UNE assumiu dimensão nacional com a criação do CPC (Centro Po-
pular de Cultura); em 1963, o educador Paulo Freire alcançou notoriedade 
nacional com seu "método" de alfabetização e conscientização de adultos, 
em Pernambuco e em todo o Nordeste. O cinema conseguiu outro prêmio 
internacional em Cannes com o filme de Anselmo Duarte O pagador de 
promessas. Em 1963, Nelson Pereira dos Santos filmou Vidas secas, 
baseado no clássico de Graciliano Ramos, e Glauber Rocha afirmou seu ta-
lento com Deus e o diabo na tema do sol (1964). Com o golpe de 64, surgiu 
a necessidade de " resistência cultural''. O prédio da UNE foi incendiado no 
Rio; seguiram-se prisões de líderes políticos, estudantes, artistas e intelec-
tuais. O reacionarismo e tradicionalismo, além do patrulhamento ideológico, 
da censura e dos mecanismos de coação tomaram conta do cenário cultu-
ral do país. No governo de Castelo Branco realizou-se em São Paulo uma 
campanha de " moralização'' nas escolas: estudantes foram obrigados a 
cortar o cabelo, usar calças de boca estreita, e também proibidos de exibir 
cores berrantes ou "roupas exóticas". Em 1965, a censura proibiu inúmeras 
peças teatrais e filmes. Mesmo assim, foram lançados os filmes A falecida, 
de Leon Hirzsman, e Opinião pública, de Arnaldo Jabor. 
 
As transformações culturais e morais que o movimento hippie, os 
Beatles, o rock desencadeavam na sociedade internacional entraram no 
Brasil filtradas pela ditadura militar. Mesmo assim, a música popular nos 
anos 60 foi importante fator de resistência ao regime repressivo e apelo à 
liberdade de expressão. Os festivais foram o palco privilegiado dessa 
resistência. Em abril de 1965, a TV Excelsior de São Paulo promoveu o I 
Festival de Música Popular Brasileira, que deu a vitória à música Arrastão, 
de Edu Lobo e Vinícius de Morais. Em setembro do mesmo ano, entra no ar 
a TV Jovem Guarda, um programa comandado por Roberto Carlos e Eras-
mo Carlos, vinculado ao rock. Ao mesmo tempo, a Universidade de Brasília 
foi invadida e quinze de seus professores, presos. Os Atos Institucionais 
extinguiam os partidos políticos, criando o sistema bipartidário: ARENA 
(governo) e MDB (oposição). 
 
Em 1966, no Festival de Música Popular da TV Record saíram 
vencedoras as composições A Banda de Chico Buarque de Holanda, e 
Disparada de Geraldo Vandré e Theo Azevedo. No ano seguinte, explodi-
ram as primeiras investidas armadas contra o regime: oito guerrilheiros do 
MR-8 foram presos em Caparaó, MG. O festival de MPB desse ano teve 
como vencedor Edu Lobo com a música Ponteio. Nesse mesmo ano, a 
CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) divulgou um manifesto 
denunciando a prisão de padres e freiras que tinham participação social de 
oposição ao governo. Ainda em 1967, o governo criou a FUNAI (Fundação 
Nacional do Índio) e o MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização) e 
a UNE realizou seu 29º Congresso na clandestinidade, e várias facções de 
esquerda optaram pela ação terrorista e pela guerrilha para enfrentar a 
ditadura. 
 
68: o auge dos festivais 
 
Em 1968, a tensão entre as forças de oposição e o governo che-
gou ao máximo. Organizações paramilitares de direita, como o Comando de 
Caça aos Comunistas (CCC), depredaram o teatro onde se apresentava a 
peça Roda Viva, de Chico Buarque de Holanda, ferindo vários atores e 
participantes. Os atentados se multiplicaram. Ainda em 68, realizou-se no 
Rio o III Festival Internacional da Canção, no qual o público se identificou 
com a composição de Geraldo Vandré, Para não dizer que não falei das 
flores, que considerada subversiva, levou seu autor à prisão, e foi proibida 
de ser executada.Uma crise entre o Congresso e o governo emergiu com a cassa-
ção do deputado Márcio Moreira Alves. A resposta foi o AI-5, o fechamento 
do Congresso e a concessão de poderes de exceção ao presidente. De-
sencadeou-se, então, violenta repressão do governo, estabelecendo censu-
ra prévia a órgãos de imprensa, livros e obras de arte além da perseguição 
e prisão de líderes estudantis, intelectuais e todos os opositores ao regime. 
Por outro lado, a explosão do movimento tropicalista, com Caetano Veloso 
e Gilberto Gil, provocava reações indignadas tanto em setores da direita 
quanto da esquerda. 
 
A Operação Bandeirantes (OBAN) - montada pelo governo - foi 
responsável por inúmeras prisões, torturas e desaparecimentos. Em con-
trapartida, grupos guerrilheiros seqüestraram o embaixador norte-
americano Charles Elbrick, exigindo para soltá-lo a libertação de presos 
políticos. Foram mortos os líderes guerrilheiros Virgílio e Carlos Marighella. 
No topo desse confronto, foi eleito presidente o general Garrastazu Médici, 
inaugurando a década de 70. 
 
A década de 70: da repressão à abertura 
Tortura e TV em cores 
 
Enquanto o Brasil conquistava o Tricampeonato Mundial de Fu-
tebol no México, embalado pela marchinha Pra frente Brasil, e os brasileiros 
acompanhavam pela TV a maestria da "seleção canarinho", vibrando com 
Pelé, Jairziriho, Tostão, Gerson, acontecia muita coisa nos porões do DOI-
CODI. Aos atentados terroristas de esquerda o Estado respondia com 
tortura, morte, desaparecimento. Anunciaram-se a Transamazônica e mais 
tarde a Itaipu. O ministro Delfim Neto proclamava “milagre brasileiro". Em 
1971, depois de torturado e morto pelas Forças Armadas, desaparece o 
deputado Rubens Paiva. Enquanto isso, o Brasil via, em cores, as primeiras 
emissões coloridas da América Latina, a propaganda do governo e seu 
lema: "Brasil, ame-o ou deixe-o". O ministro Jarbas Passarinho reagiu às 
denúncias, encampadas por organismos internacionais, de tortura no Brasil: 
Afirmar que a tortura, no Brasil, é praticada como sistema de governo é 
uma infâmia. 
 
Em 1972, a Rede Globo lançou a primeira novela em cores no 
Brasil - O Bem Amado - criada por Dias Gomes e estrelada por Paulo 
Gracindo. As novelas da televisão, ou telenovelas, passavam a ter cada 
vez maior repercussão e audiência. Em 1972, a população brasileira che-
gou aos cem milhões de habitantes. A televisão adquiriu a condição de 
moderadora de opiniões e comportamentos, quer pela padronização das 
informações quer pela propaganda e excitação ao consumismo. 
 
O cinema recompôs-se com a organização do I Festival de Gra-
mado (RS), onde o filme Toda nudez será castigada, de Arnaldo Jabor, 
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
Conhecimentos Gerais A Opção Certa Para a Sua Realização 5
sagrou-se o grande vencedor. Em 1977, Raquel de Queirós tornou-se a 
primeira mulher eleita para a Academia Brasileira de Letras. Com a "abertu-
ra" do governo Geisel, retornaram ao Brasil alguns líderes políticos e artis-
tas exilados no exterior. Ainda nesse ano, um manifesto de 1 046 inte-
lectuais exigia que o governo extinguisse a censura no país. Na mobiliza-
ção contra a censura, ganhou destaque uma campanha pela liberação da 
peça Rasga Coração, de Oduvaldo Viana Filho, proibida desde 1974 e 
liberada em 1978. 
 
Os anos 80 
Redemocratização, sindicalismo. Igreja 
 
As lutas pela redemocratização do país ganham força no início 
dos anos 80. As grandes redes de televisão tentavam reeditar os famosos 
festivais dos anos 60, sem o sucesso esperado, mas revelando alguns 
talentos. O processo de redemocratização do país era saudado pelos 
intelectuais, pela imprensa e pela Igreja, respaldada por amplos setores da 
sociedade. O sindicalismo dos últimos dois anos da década anterior torna-
ra-se importante movimento de conscientização e repolitização da socieda-
de. Os círculos reacionários, organizados em grupos e facções paramilita-
res, descontentes com o processo de "abertura", promoveram inúmeros 
atentados, entre os quais se contam uma bomba colocada na sede da OAB 
(que matou uma pessoa) e o episódio Rio Centro, em que uma bomba 
explodiu em um carro onde se encontravam oficiais do Exército, à paisana, 
com o intuito de sabotar a celebração do li de Maio. 
 
Os inúmeros conflitos de terra, medrados pela Igreja, multiplica-
ram-se pelo país. O papa João Paulo II visitou o Brasil, encontrando-se 
com os operários em São Paulo. Dois padres franceses foram presos por 
envolvimento em conflitos de terra no Araguaia. 
 
As cidades históricas de Ouro Preto e Olinda, bem como Brasí-
lia, a capital do país, foram consideradas "patrimônio cultural da humanida-
de'' pela UNESCO. O Brasil iniciou pesquisas na Antártida e lançou seus 
primeiros satélites de comunicações - Brasilsat I e II. 
 
Os filmes O Homem que virou suco, de João Batista de Andrade, 
e Pixote, de Hector Babenco, foram premiados internacionalmente. Depois 
de uma crise com a Embrafilme e outra com a censura, o filme de Roberto 
Farias Pra frente Brasil conseguiu ser exibido, recebendo o prêmio no 
Festival de Cinema de Berlim. Nelson Pereira dos Santos filmou Memórias 
do Cárcere, de Graciliano Ramos, estrelado por Carlos Vereza, que rece-
beu um prêmio no Festival Internacional de Cinema da Índia por seu de-
sempenho. O beijo da mulher aranha, produção brasileira dirigida por 
Hector Babenco, levou o Brasil até Hollyvvood e Eu sei que vou te amar, de 
Arnaldo labor, deu à Fernanda Torres o prêmio de melhor atriz no Festival 
de Cannes. 
 
Por ocasião da votação de uma emenda proposta pelo deputado 
Dante de Oliveira (PMDB) para eleições diretas como forma e condução da 
sucessão presidencial, no final do governo Figueiredo, explodiu uma das 
maiores manifestações populares da História do país, consagrada como 
"DIRETAS JÁ''. O comício da Candelária, no Rio, reuniu 1 milhão de pes-
soas. Era o fim da ditadura militar. 
 
Depois que a morte afastou Tancredo Neves da presidência, a 
Nova República começava com José Sarney. A proibição do filme Je vous 
salue, Marie, de Jean-Luc Godard, e Teledeum, em 1987, demonstrava a 
vigência, ainda que restrita, de mecanismos de censura de obras artísticas. 
 
O diálogo cultura-sociedade 
 
1930: reflexão sobre as contradições. A década de 30 continuou 
e aprofundou a reflexão crítica sobre a sociedade brasileira inaugurada pelo 
Modernismo. A sociedade que surgia via-se presa entre as contradições da 
ordem política internacional e as próprias contradições do embate interno 
entre as classes sociais divergentes e antagônicas. Essas intensas contra-
dições, ao lado da emergência de um combate ideológico em todo o mun-
do, foram aspectos decisivos para o impulso que orientou a cultura brasilei-
ra. O rádio, o cinema e a televisão, embora desenvolvam contornos e 
peculiaridades ligados às nossas especificações, quase sempre foram os 
meios de padronização, veiculação e sustentação das expressões culturais 
dominantes, sob forte influência dos EUA, a nação hegemônica do hemisfé-
rio ocidental. 
 
Depois do modernismo, a ficção regionalista espelhou situações 
que afetavam distorções e misérias presentes em nossa realidade. O traço 
local não impediu que certas características essenciais de toda uma socie-
dade fossem reveladas por Graciliano Ramos, José Lins e Jorge Amado. A 
visão crítica desses autores era ainda eficaz devido à força artística de 
suas obras. 
 
De outro lado, a própria cultura, como tudo o mais, passou a ser 
tratada, pela era de consumo de massa do capitalismo, como mercadoria. 
 
1940: americanização. A década de 40 marcou o período áureo 
do alinhamento político-ideológico do Brasil. Os traços já delineados da 
cultura demassa adquiriram um raio de ação ainda mais amplo. 
 
Em contraposição, a universidade adquiria uma presença decisi-
va na vida intelectual brasileira, com ênfase especial para a Universidade 
de São Paulo, que na década de 30 realizou um intenso programa de 
intercâmbio com as universidades francesas. Por fim, a própria americani-
zação pode ser vista também como a conseqüência da modernização do 
país e de seu ingresso nos padrões de consumo do mercado internacional. 
 
1950: a década da fermentação. Escritores como Carlos Drum-
mond de Andrade, Murilo Mendes, Guimarães Rosa, Clarice Lispector e 
João Cabral de Melo Neto dão continuidade às suas obras, mantendo suas 
qualidades e aprofundando suas pesquisas, oferecendo ao conjunto da 
literatura brasileira uma elevação nunca antes atingida. No cinema, Nelson 
Pereira dos Santos iniciava uma obra que anteciparia as preocupações do 
Cinema Novo, e a Bossa Nova trazia uma renovação rítmica e harmônica, 
além de uma sensibilidade intimista nas letras e nas interpretações. A van-
guarda artística definia-se com a estética do concretismo. 
 
De 1960 aos 90: dilaceramento e padronização. Com a televi-
são, instrumento privilegiado de padronização, o país tornou-se objeto de 
uma certa homogeneização cultural. O controle do setor de comunicações 
pela ditadura imprimiu à televisão um papel de catequese ideológica. Na 
música, o tropicalismo foi a grande manifestação sintonizada com a revolu-
ção cultural dos anos 60. O Cinema Novo herdava a tradição crítica do 
melhor romance brasileiro e adquiria prestígio internacional. A vitalidade do 
teatro afirmou-o também como palco da resistência cultural à ofensiva da 
repressão ideológica desfechada pela ditadura. Exílios, prisões, torturas, 
guerrilhas, assassinatos configuraram uma época trágica, com um impacto 
de certo modo paralisante na cena cultural. Certos críticos vêem os anos 80 
ainda definidos por essa paralisia, mas a extrema diversificação cultural 
alcançada pelos grandes centros urbanos é um fator importante e aberto às 
possibilidades de criação. 
 
A atividade cultural no final da década de 80 e início da de 90 so-
freu grave redução no Brasil, por fatores como a recessão econômica e 
medidas políticas do governo Collor: a extinção da Lei Sarney, que canali-
zava subsídios da iniciativa privada para a produção artística; a extinção da 
Funarte e Embrafilme; a classificação prévia de programas de TV. Em 91, a 
Lei Rounaet restabelece aqueles incentivos às artes. 
 
A produção artística teatral apresentou revelações, nesta primei-
ra metade da década de 90, como o autor, diretor e ator Miguel Falabela e 
o diretor Gabriel Vilela. Peças como O Livro de Jó, Querida Mamãe e 
Pérola foram alguns dos destaques em 1995. Neste mesmo ano o cinema 
nacional deu um salto produtivo de repercussão internacional com O Qua-
trilho e com o cinema bem cuidado de Walter Moreira Salles, com o filme 
Terra Estrangeira. 
Cultura do Brasil 
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. 
"A sociedade e a cultura brasileiras são conformadas como variantes 
da versão lusitana da tradição civilizatória européia ocidental, diferenciadas 
por coloridos herdados dos índios americanos e dos negros africanos. O 
Brasil emerge, assim, como um renovo mutante, remarcado de característi-
cas próprias, mas atado genericamente à matriz portuguesa, cujas potenci-
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alidades insuspeitadas de ser e de crescer só aqui se realizariam plena-
mente. " 
O Povo Brasileiro, Darcy Ribeiro, , pag 16.1 
A cultura brasileira é uma síntese da influência dos vários povos 
e etnias que formaram o povo brasileiro. Não existe uma cultura brasileira 
perfeitamente homogênea, e sim um mosaico de diferentes vertentes 
culturais que formam, juntas, a cultura do Brasil. Naturalmente, após mais 
de três séculos de colonização portuguesa, a cultura do Brasil é, 
majoritariamente, de raiz lusitana. É justamente essa herança cultural lusa 
que compõe a unidade do Brasil: apesar do povo brasileiro ser um mosaico 
étnico, todos falam a mesma língua (o português) e, quase todos, 
são cristãos, com largo predomínio de católicos. Esta igualdade linguística 
e religiosa é um fato raro para um país de grande tamanho como o Brasil, 
especialmente em comparação com os países do Velho Mundo. 
Embora seja um país de colonização portuguesa, outros grupos étnicos 
deixaram influências profundas na cultura nacional, destacando-se os 
povos indígenas, os africanos, os italianos e os alemães. As influências 
indígenas e africanas deixaram marcas no âmbito da música, da culinária, 
do folclore, do artesanato, dos caracteres emocionais e das festas 
populares do Brasil, assim como centenas de empréstimos à língua 
portuguesa. É evidente que algumas regiões receberam maior contribuição 
desses povos: os estados do Norte têm forte influência das culturas 
indígenas, enquanto algumas regiões do Nordeste têm uma cultura 
bastante africanizada, sendo que, em outras, principalmente no sertão, há 
uma intensa e antiga mescla de caracteres lusitanos e indígenas, com 
menor participação africana. 
No Sul do país as influências de imigrantes italianos e alemães são 
evidentes, seja na língua, culinária, música e outros aspectos. Outras 
etnias, como os árabes,espanhóis, poloneses e japoneses contribuíram 
também para a cultura do Brasil, porém, de forma mais limitada. 
Formação da cultura brasileira 
O substrato básico da cultura brasileira formou-se durante os séculos 
de colonização, quando ocorre a fusão primordial entre as culturas dos 
indígenas, dos europeus, especialmente portugueses, e dos escravos 
trazidos da África subsahariana. A partir do século XIX, a imigração de 
europeus não-portugueses e povos de outras culturas, como árabes e 
asiáticos, adicionou novos traços ao panorama cultural brasileiro. Também 
foi grande a influência dos grandes centros culturais do planeta, como 
a França, a Inglaterra e, mais recentemente, dos Estados Unidos, países 
que exportam hábitos e produtos culturais para o resto do globo. 
Os portugueses 
 
Cavalhadas de Pirenópolis(Pirenópolis, Goiás) de origem portuguesa - 
Mascarados durante a execução do Hino do Divino. 
Dentre os diversos povos que formaram o Brasil, foram os europeus 
aqueles que exerceram maior influência na formação da cultura brasileira, 
principalmente os de origem portuguesa. 
Durante 322 anos o território foi colonizado por Portugal, o que implicou 
a transplantação tanto de pessoas quanto da cultura da metrópole para as 
terras sul-americanas. O número de colonos portugueses aumentou muito 
no século XVIII, na época do Ciclo do Ouro. Em 1808, a própria corte de D. 
João VI mudou-se para o Brasil, um evento com grandes implicações 
políticas, econômicas e culturais. A imigração portuguesa não parou com 
a Independência do Brasil: Portugal continuou sendo uma das fontes mais 
importantes de imigrantes para o Brasil até meados do século XX. 
A mais evidente herança portuguesa para a cultura brasileira é a língua 
portuguesa, atualmente falada por virtualmente todos os habitantes do país. 
A religião católica, crença da maioria da população, é também decorrência 
da colonização. O catolicismo, profundamente arraigado em Portugal, legou 
ao Brasil as tradições do calendário religioso, com suas festas e procissões. 
As duas festas mais importantes do Brasil, o carnaval e as festas juninas, 
foram introduzidas pelos portugueses. Além destas, 
vários folguedos regionalistas como as cavalhadas, o bumba-meu-boi, 
o fandango e a farra do boi denotam grande influência portuguesa. 
No folclore brasileiro, são de origem portuguesa a crença emseres 
fantásticos como a cuca, o bicho-papão e o lobisomem, além de muitas 
lendas e jogos infantis como as cantigas de roda. 
Na culinária, muitos dos pratos típicos brasileiros são o resultado da 
adaptação de pratos portugueses às condições da colônia. Um exemplo é 
a feijoada brasileira, resultado da adaptação dos cozidos portugueses. 
Também a cachaça foi criada nos engenhos como substituto para 
a bagaceira portuguesa, aguardente derivada do bagaço da uva. Alguns 
pratos portugueses também se incorporaram aos hábitos brasileiros, como 
as bacalhoadas e outros pratos baseados no bacalhau. Os portugueses 
introduziram muitas espécies novas de plantas na colônia, atualmente 
muito identificadas com o Brasil, como a jaca e a manga. 
De maneira geral, a cultura portuguesa foi responsável pela introdução 
no Brasil colônia dos grandes movimentos artísticos 
europeus: renascimento, maneirismo,barroco, rococó e neoclassicismo. 
Assim, a literatura, pintura, escultura, música, arquitetura e artes 
decorativas no Brasil colônia denotam forte influência da arte portuguesa, 
por exemplo nos escritos do jesuíta luso-brasileiro Padre Antônio Vieira ou 
na decoração exuberante de talha dourada e pinturas de muitas igrejas 
coloniais. Essa influência seguiu após a Independência, tanto na arte 
popular como na arte erudita. 
Os indígenas 
A colonização do território brasileiro pelos europeus representou em 
grande parte a destruição física dos indígenas através de guerras e 
escravidão, tendo sobrevivido apenas uma pequena parte das nações 
indígenas originais. A cultura indígena foi também parcialmente eliminada 
pela ação da catequese e intensa miscigenação com outras etnias. 
Atualmente, apenas algumas poucas nações indígenas ainda existem e 
conseguem manter parte da sua cultura original. 
 
Indígena brasileiro, representando sua rica arte plumária e de pintura 
corporal. 
Apesar disso, a cultura e os conhecimentos dos indígenas sobre a terra 
foram determinantes durante a colonização, influenciando a língua, a 
culinária, o folclore e o uso de objetos caseiros diversos como a rede de 
descanso. Um dos aspectos mais notáveis da influência indígena foi a 
chamada língua geral (Língua geral paulista, Nheengatu), uma língua 
derivada do Tupi-Guarani com termos da língua portuguesa que serviu 
de língua franca no interior do Brasil até meados do século XVIII, 
principalmente nas regiões de influência paulista e na região amazônica. 
O português brasileiro guarda, de fato, inúmeros termos de origem 
indígena, especialmente derivados do Tupi-Guarani. De maneira geral, 
nomes de origem indígena são frequentes na designação de animais e 
plantas nativos (jaguar, capivara, ipê, jacarandá, etc), além de serem muito 
frequentes na toponímia por todo o território. 
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A influência indígena é também forte no folclore do interior brasileiro, 
povoado de seres fantásticos como o curupira, osaci-pererê, o boitatá e 
a iara, entre outros. Na culinária brasileira, a mandioca, a erva-mate, o açaí, 
a jabuticaba, inúmeros pescados e outros frutos da terra, além de pratos 
como os pirões, entraram na alimentação brasileira por influência indígena. 
Essa influência se faz mais forte em certas regiões do país, em que esses 
grupos conseguiram se manter mais distantes da ação colonizadora, 
principalmente em porções da Região Norte do Brasil. 
Os africanos 
A cultura africana chegou ao Brasil com os povos escravizados trazidos 
da África durante o longo período em que durou o tráfico 
negreiro transatlântico. A diversidade cultural da África refletiu-se na 
diversidade dos escravos, pertencentes a diversas etnias que 
falavam idiomas diferentes e trouxeram tradições distintas. Os africanos 
trazidos ao Brasil incluíram bantos, nagôs e jejes, cujas crenças religiosas 
deram origem às religiões afro-brasileiras, e os hauçás e malês, de 
religiãoislâmica e alfabetizados em árabe. Assim como a indígena, a cultura 
africana foi geralmente suprimida pelos colonizadores. Na colônia, os 
escravos aprendiam o português, eram batizados com nomes portugueses 
e obrigados a se converter ao catolicismo. 
 
Capoeira, a arte-marcial afro-brasileira. 
Os africanos contribuíram para a cultura brasileira em uma enormidade 
de aspectos: dança, música, religião, culinária e idioma. Essa influência se 
faz notar em grande parte do país; em certos estados 
como Bahia, Maranhão, Pernambuco,Alagoas, Minas Gerais, Rio de 
Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul a cultura afro-brasileira é 
particularmente destacada em virtude da migração dos escravos. 
Os bantos, nagôs e jejes no Brasil colonial criaram o candomblé, 
religião afro-brasileira baseada no culto aos orixás praticada atualmente em 
todo o território. Largamente distribuída também é a umbanda, uma religião 
sincrética que mistura elementos africanos com o catolicismo e 
o espiritismo, incluindo a associação de santos católicos com os orixás. 
A influência da cultura africana é também evidente na culinária 
regional, especialmente na Bahia, onde foi introduzido o dendezeiro, uma 
palmeira africana da qual se extrai o azeite-de-dendê. Este azeite é 
utilizado em vários pratos de influência africana como o vatapá, o caruru e 
o acarajé. 
Na música a cultura africana contribuiu com os ritmos que são a base 
de boa parte da música popular brasileira. Gêneros musicais coloniais de 
influência africana, como o lundu, terminaram dando origem à base rítmica 
do maxixe, samba, choro, bossa-nova e outros gêneros musicais atuais. 
Também há alguns instrumentos musicais brasileiros, como o berimbau, 
o afoxé e o agogô, que são de origem africana. O berimbau é o instrumento 
utilizado para criar o ritmo que acompanha os passos da capoeira, mistura 
de dança e arte marcial criada pelos escravos no Brasil colonial. 
Os imigrantes 
 
O imigrante germânico e suas tradições: Oktoberfest em Igrejinha. 
A maior parte da população brasileira no século XIX era composta 
por negros e mestiços. Para povoar o território, suprir o fim da mão-de-obra 
escrava mas também para "branquear" a população e cultura brasileiras, foi 
incentivada a imigração da Europa para o Brasil durante os séculos XIX e 
XX. Dentre os diversos grupos de imigrantes que aportaram no Brasil, 
foram os italianos que chegaram em maior número, quando considerada a 
faixa de tempo entre 1870 e 1950. Eles se espalharam desde o sul 
de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul, sendo a maior parte na região 
de São Paulo. A estes se seguiram os portugueses, com quase o mesmo 
número que os italianos. Destacaram-se também os alemães, que 
chegaram em um fluxo contínuo desde 1824. Esses se fixaram 
primariamente na Região Sul do Brasil, onde diversas regiões herdaram 
influências germânicas desses colonos. 
Os imigrantes que se fixaram na zona rural do Brasil meridional, 
vivendo em pequenas propriedades familiares (sobretudo alemães e 
italianos), conseguiram manter seus costumes do país de origem, criando 
no Brasil uma cópia das terras que deixaram na Europa. Alguns povoados 
fundados por colonos europeus mantiveram a língua dos seus 
antepassados durante muito tempo. Em contrapartida, os imigrantes que se 
fixaram nas grandes fazendas e nos centros urbanos 
do Sudeste (portugueses, italianos, espanhóis e árabes), rapidamente se 
integraram na sociedade brasileira, perdendo muitos aspectos da herança 
cultural do país de origem. A contribuição asiática veio com a imigração 
japonesa, porém de forma mais limitada. 
De maneira geral, as vagas de imigração europeia e de outras regiões 
do mundo influenciaram todos os aspectos da cultura brasileira. Na 
culinária, por exemplo,foi notável a influência italiana, que transformou os 
pratos de massas e a pizza em comida popular em quase todo o Brasil. 
Também houve influência na língua portuguesa em certas regiões, 
especialmente no sul do território. Nas artes eruditas a influência europeia 
imigrante foi fundamental, através da chegada de imigrantes capacitados 
em seus países de origem na pintura, arquitetura e outras artes. 
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Aspectos 
Arquitetura e patrimônio histórico 
 
Obra de Mestre Ataíde na abóbada da Igreja de São Francisco de 
Assis, em Ouro Preto, símbolo do Barroco brasileiro. 
O interesse oficial pela preservação do patrimônio histórico e artístico 
no Brasil começou com a instituição em 1934 da Inspetoria de Monumentos 
Nacionais. O órgão foi sucedido pelo Serviço do Patrimônio Histórico e 
Artístico Nacional e hoje o setor é administrado nacionalmente pelo Instituto 
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que já possui mais de 
20 mil edifícios tombados, 83 sítios e conjuntos urbanos, 12.517 sítios 
arqueológicos cadastrados, mais de um milhão de objetos arrolados, 
incluindo o acervo museológico, cerca de 250 mil volumes bibliográficos e 
vasta documentação arquivística.2 Tradições imateriais como o samba de 
roda do Recôncavo Baiano e a arte gráfica e pintura corporal dos 
índios Wajapi do Amapá também já foram reconhecidas como Patrimônio 
da Humanidade pela UNESCO. Também os estados e alguns municípios já 
possuem instâncias próprias de preservação e o interesse nesta área tem 
crescido nos últimos anos. 
Mesmo com a intensa atividade dos órgãos oficiais, o patrimônio 
nacional ainda sofre frequente depredação e tem sua proteção e 
sustentabilidade limitadas pela escassez de verbas e pela falta de 
consciência da população para com a riqueza de sua herança cultural e 
artística e para com a necessidade de um compartilhamento de 
responsabilidades para sua salvaguarda efetiva a longo prazo.3 
 
O Palácio da Alvorada em Brasília, obra de Oscar Niemeyer. 
O patrimônio histórico brasileiro é um dos mais antigos da América, 
sendo especialmente rico em relíquias de arte e arquitetura barrocas, 
concentradas sobretudo no estado de Minas Gerais (Ouro 
Preto,Mariana, Diamantina, São João del-Rei, Sabará, Congonhas, etc) e 
em centros históricos de Recife, São 
Luis, Salvador, Olinda, Santos, Paraty, Goiana, Pirenópolis, Goiás, entre 
outras cidades. Também possui nas grandes capitais numerosos e 
importantes edifícios de arquitetura eclética, da transição entre 
os séculos XIX e XX. 
A partir de meados do século XX a construção de uma série de 
obras modernistas, criadas por um grupo liderado porGregori 
Warchavchik, Lucio Costa e sobretudo Oscar Niemeyer, projetou a 
arquitetura brasileira internacionalmente.4 O movimento moderno culminou 
na realização de Brasília, o único conjunto urbanístico moderno do mundo 
reconhecido pelaUNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade. 
 
Parque Nacional Serra da Capivara 
Também há diversidade em sítios arqueológicos, como o encontrado 
no sul do estado do Piauí: serra da Capivara. Os problemas enfrentados 
pela maioria dos sítios arqueológicos brasileiros não afetam os mais de 600 
sítios que estão no Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí. 
Localizado em uma área de 130 mil hectares o Parque Nacional da Serra 
da Capivara é um exemplo de conservação do patrimônio histórico e 
artístico nacional. Em 1991, foi consagrado patrimônio mundial pela 
Unesco.5 
A serra da Capivara é uma das áreas mais protegidas do Brasil, pois 
está sob a guarda do Iphan, Ministério do Meio Ambiente (MMA), Fundahm 
e do Ibama local, que tem poder de polícia. Nesta mesma área se localiza o 
Museu do Homem Americano, onde se encontra o mais 
velho crânio humano encontrado na América.6 
Culinária 
 
Brigadeiro, doce típico do Brasil. 
A culinária brasileira é fruto de uma mistura de 
ingredientes europeus, indígenas e africanos.7 A refeição básica do 
brasileiro médio consiste em arroz, feijão e carne. O prato 
internacionalmente mais representativo do país é a feijoada. Os hábitos 
alimentares variam de região para região. No Nordeste há grande influência 
africana na culinária, com destaque para o acarajé, vatapá e molho de 
pimenta. No Norte há a influência indígena, no uso da mandioca e 
de peixes de água doce. No Sudeste há pratos diversos como o feijão 
tropeiro e angu, em Minas Gerais, e a pizza em São Paulo. No Sul do país 
há forte influência da culinária italiana, em pratos como a polenta, e 
também da culinária alemã. O churrasco é típico do Rio Grande do Sul, que 
também é uma característica muito forte na cultura brasileira. O Brasil não 
possui carnes de qualidade tão elevada como a da Argentina e Uruguai que 
se destaca nessa área pelo seu terreno geográfico. No entanto, o brasileiro 
é um amante do bom churrasco acompanhado de bebidas como a cerveja, 
o chopp deixando o vinho para outras ocasiões. 
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
Conhecimentos Gerais A Opção Certa Para a Sua Realização 9
Literatura 
 
Machado de Assis, um dos maiores escritores do Brasil. 
O primeiro documento a se considerar literário na história brasileira é a 
carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei Manuel I de Portugal, em que o 
Brasil é descrito, em 1500. Nos próximos dois séculos, a literatura brasileira 
ficou resumida a descrições de viajantes e a textos religiosos. 
O barroco desenvolveu-se no Nordeste nos séculos XVI e XVII e 
o arcadismo se expandiu no século XVIII na região das Minas Gerais. 
Aproximadamente em 1836, o Romantismo afetou a Literatura 
Brasileira e nesse período, pela primeira vez, a literatura nacional tomou 
formas próprias, adquirindo características diferentes da literatura europeia. 
O Romantismo brasileiro (possuindo uma temática indianista), teve como 
seu maior nome José de Alencar e exaltava as belezas naturais do Brasil e 
os indígenas brasileiros.8 
Após o Romantismo, o Realismo expandiu-se no país, principalmente 
pelas obras de Machado de Assis (fundador da Academia Brasileira de 
Letras). Entre 1895 e 1922, não houve estilos literários uniformes no Brasil, 
seguindo uma inércia mundial. A Semana de Arte Moderna de 1922 abriu 
novos caminhos para a literatura do país. Surgiram nomes como Oswald de 
Andrade e Jorge Amado. O século XX também assistiu ao surgimento de 
nomes como Guimarães Rosa e Clarice Lispector, os chamados 
"romancistas instrumentalistas", elencados entre os maiores escritores 
brasileiros de todos os tempos.9 10 
Atualmente, o escritor Paulo Coelho (membro da Academia Brasileira 
de Letras) é o escritor brasileiro mais conhecido, alcançando a liderança de 
vendas no país e recordes pelo mundo. Apesar de seu sucesso comercial, 
críticos diversos consideram que produz uma literatura meramente 
comercial e de fácil digestão, e chegam a apontar diversos erros de 
português em suas obras, principalmente em seus primeiros livros. 
Outros autores contemporâneos são bem mais considerados pela 
crítica e possuem também sucesso comercial, como Nelson 
Rodrigues, Ignácio de Loyolla Brandão, Rubem Fonseca, Luís Fernando 
Veríssimo e outros. 
Artes visuais 
 
"A descoberta da terra" (1941),pintura mural de Portinari no edifício 
da Biblioteca do Congresso,Washington, DC. 
O Brasil tem uma grande herança no campo das artes visuais. 
Na pintura, desde o barroco se desenvolveu uma riquíssima tradição de 
decoração de igrejas que deixou exemplos na maior parte dos templos 
coloniais, com destaque para os localizadosnos centros da Bahia, 
Pernambuco e sobretudo em Minas Gerais, onde a atuação de Mestre 
Ataíde foi um dos marcos deste período. No século XIX, com a fundação 
da Escola de Belas Artes, criou-se um núcleo acadêmico de pintura que 
formaria gerações de notáveis artistas, que se encontram até hoje entre os 
melhores da história do Brasil, como Victor Meirelles, Pedro 
Alexandrino, Pedro Américo, Rodolfo Amoedo e legião de outros. Com o 
advento do Modernismo no início do século XX, o Brasil acompanhou o 
movimento internacional de renovação das artes plásticas e criadores 
como Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Vicente do Rego 
Monteiro, Guignard, Di Cavalcanti e Portinari determinaram os novos rumos 
da pintura nacional, que até os dias de hoje não cessou de se desenvolver 
e formar grandes mestres. 
 
Escultura de Aleijadinho "Cristo no horto das oliveiras", localizada 
Congonhas, Minas Gerais. 
No campo da escultura, igualmente o barroco foi o momento fundador, 
deixando uma imensa produção de trabalhos de talha dourada nas igrejas e 
estatuária sacra, cujo coroamento é o ciclo de esculturas das Estações da 
Via Sacra e dos 12 profetas no Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, 
obra de Aleijadinho. Experimentando um período de retraimento na primeira 
metade do século XIX, a escultura nacional só voltaria a brilhar nas últimas 
décadas do século, em torno da Academia Imperial de Belas Artes e 
através da atuação de Rodolfo Bernardelli. Desde lá o gênero vem 
florescendo sem mais interrupções pela mão de mestres do quilate 
de Victor Brecheret, um dos precursores da arte moderna brasileira, e 
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
Conhecimentos Gerais A Opção Certa Para a Sua Realização 10 
depois dele Alfredo Ceschiatti, Bruno Giorgi, Franz Weissmann, Frans 
Krajcberg, Amilcar de Castro e uma série de outros, que têm levado a 
produção brasileira aos fóruns internacionais da arte. 
Da metade do século XX em diante outras modalidades de artes 
visuais têm merecido a atenção dos artistas brasileiros, e nota-se um rápido 
e grande desenvolvimento na gravura, no desenho, na cerâmica artística, e 
nos processos mistos como instalações e performances, com resultados 
que se equiparam à melhor produção internacional. 
Música 
A música do Brasil se formou, principalmente, a partir da fusão de 
elementos europeus e africanos, trazidos respectivamente por 
colonizadores portugueses e escravos. 
 
Instrumentos populares no Brasil. 
Até o século XIX Portugal foi a porta de entrada para a maior parte das 
influências que construíram a música brasileira, clássica e popular, 
introduzindo a maioria do instrumental, o sistema harmônico, a literatura 
musical e boa parcela das formas musicais cultivadas no país ao longo dos 
séculos, ainda que diversos destes elementos não fosse de origem 
portuguesa, mas genericamente europeia. O primeiro grande compositor 
brasileiro foi José Maurício Nunes Garcia, autor de peças sacras com 
notável influência do classicismo vienense. A maior contribuição do 
elemento africano foi a diversidade rítmica e algumas danças e 
instrumentos, que tiveram um papel maior no desenvolvimento da música 
popular e folclórica, florescendo especialmente a partir do século XX. O 
indígena praticamente não deixou traços seus na corrente principal, salvo 
em alguns gêneros do folclore, sendo em sua maioria um participante 
passivo nas imposições da cultura colonizadora. 
 
Sala São Paulo, em São Paulo, uma das salas de concerto com 
melhoracústica no mundo. 
Ao longo do tempo e com o crescente intercâmbio cultural com outros 
países além da metrópole portuguesa, elementos musicais típicos de outros 
países se tornariam importantes, como foi o caso da 
voga operística italiana e francesa e das danças como a zarzuela, 
o bolero e habanera de origem espanhola, e 
as valsas e polcas germânicas, muito populares entre os séculos XVIII e 
XIX, e o jazz norte-americano no século XX, que encontraram todos um 
fértil terreno no Brasil para enraizamento e transformação. 
Com grande participação negra, a música popular desde fins do século 
XVIII começou a dar sinais de formação de uma sonoridade 
caracteristicamente brasileira. Na música clássica, contudo, aquela 
diversidade de elementos se apresentou até tardiamente numa feição 
bastante indiferenciada, acompanhando de perto - dentro das 
possibilidades técnicas locais, bastante modestas se comparadas com os 
grandes centros europeus ou como os do México e do Peru - o que 
acontecia na Europa e em grau menor na América espanhola em cada 
período, e um caráter especificamente brasileiro na produção nacional só 
se tornaria nítido após a grande síntese realizada por Villa Lobos, já em 
meados do século XX. 
Esportes 
 
 
Estádio do Maracanã, um dos maiores estádios de futebol do mundo. 
O futebol é o esporte mais popular no Brasil.11 A Seleção Brasileira de 
Futebol foi cinco vezes vitoriosa na Copa do Mundo FIFA, 
em 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002.12 Basquetebol, futsal, voleibol, automo
bilismo e as artes marciais também têm grande popularidade no país. 
Embora não sejam tão praticados e acompanhados como os esportes 
citados anteriormente, tênis, handebol, natação e ginástica têm encontrado 
muitos seguidores brasileiros ao longo das últimas décadas. Alguns 
esportes têm suas origens no Brasil: futebol de praia,13 futsal (versão 
oficial do futebol indoor),14footsack,15 futetênis16 17 e futevôlei emergiram 
de variações do futebol. Outros esportes criados no país são 
a peteca,18 oacquaride,19 20 21 o frescobol22 o sandboard,23 e 
o biribol.24 Nas artes marciais, os brasileiros têm desenvolvido 
acapoeira,25 vale-tudo,26 e o jiu-jitsu brasileiro.27 No automobilismo, 
pilotos brasileiros ganharam o campeonato mundial de Fórmula 1 oito 
vezes: Emerson Fittipaldi, em 1972 e 1974;28 Nelson Piquet, 
em 1981, 1983 e 1987;29 e Ayrton Senna, em 1988, 1990 e 1991.30 
 
Grande Prêmio do Brasil de 2007 noAutódromo de Interlagos em São 
Paulo. 
O Brasil já organizou eventos esportivos de grande escala: o país 
organizou e sediou a Copa do Mundo FIFA de 195031 e foi escolhido para 
sediar a Copa do Mundo FIFA de 2014.32 O circuito localizado em São 
Paulo, Autódromo José Carlos Pace, organiza anualmente o Grande 
Prêmio do Brasil.33 São Paulo organizou os Jogos Pan-americanos de 
196334 e o Rio de Janeiro organizou os Jogos Pan-americanos de 
2007.34 Além disso, o país vai sediar os Jogos Olímpicos de Verão de 
2016, que serão realizados na cidade do Rio de Janeiro.35 
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
Conhecimentos Gerais A Opção Certa Para a Sua Realização 11 
Religião 
 
Estátua do Cristo Redentor no Rio de Janeiro, Brasil. 
O Brasil é um país religiosamente diverso, com tendência 
de tolerância e mobilidade entre as religiões. A população brasileira é 
majoritariamente cristã (89%), sendo sua maior parte católica. Herança da 
colonização portuguesa, o catolicismo foi a religião oficial do Estado até 
a Constituição Republicana de 1891, que instituiu o Estado laico. 
A mão de obra escrava, vinda principalmente da África, trouxe suas 
próprias práticas religiosas, que sobreviveram à opressão dos 
colonizadores, dando origem às religiões afro-brasileiras. 
Na segunda metade do século XIX, começa a ser divulgado 
o espiritismo no Brasil, que hoje é o país com maior número de espíritas no 
mundo. Nas últimas décadas, as religiões protestantes têm crescido 
rapidamente em número de adeptos, alcançando atualmente uma parcela 
significativa da população. Do mesmo modo, aumenta o percentual 
daqueles que declaram não ter religião,grupo superado em número apenas 
pelos católicos nominais e evangélicos. 
Muitos praticantes das religiões afro-brasileiras, assim como alguns 
simpatizantes do espiritismo, também se denominam "católicos", e seguem 
alguns ritos da Igreja Católica. Esse tipo de tolerância com o sincretismo é 
um traço histórico peculiar da religiosidade no país. 
Seguem as descrições das principais correntes religiosas brasileiras, 
ordenadas pela porcentagem de integrantes de acordo com 
o recenseamento demográfico do IBGE em 2000. 
Folclore 
O folclore brasileiro é um conjunto de mitos, lendas, usos e costumes 
transmitidos em geral oralmente através das gerações com a finalidade de 
ensinar algo, ou meramente nascido da imaginação do povo. Por ser 
o Brasil um país de dimensões continentais, possui um folclore bastante 
rico e diversificado e suas histórias enaltecem o conhecimento popular e 
encantam os que as escutam. 
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História do Brasil. 
A história do Brasil começa pelo descobrimento, episódio que é conse-
qüência da expansão européia, sobretudo portuguesa, na conquista do 
"mar tenebroso" e na superação do Atlântico como barreira geográfica. 
Essa conquista, que distanciou subitamente os portugueses dos restantes 
povos europeus, constituiu um movimento inteiramente novo, que mudou a 
fisionomia do mundo. Mas no que concerne especificamente à descoberta 
do Brasil, há controvérsias: teria sido fruto do acaso ou houve uma inten-
cionalidade velada dos portugueses? Teriam sido os navegadores lusitanos 
os primeiros a chegar à nova terra, ou houve precursores de Cabral na rota 
do Atlântico brasileiro? Seja como for, ao iniciar-se o século XVI, Portugal 
inaugura a principal via marítima de passagem, a rota atlântica para as 
especiarias asiáticas, ao mesmo tempo em que minguava a tradicional 
função histórica do Mediterrâneo. Marco primordial do universalismo renas-
centista, a descoberta do Brasil inicia a expansão colonial e comercial 
européia na época moderna. 
Período colonial 
A história do Brasil, nos três primeiros séculos a partir do descobrimen-
to, é parte preponderante da história da expansão colonial e comercial 
européia. O Brasil, nos quadros do sistema colonial então vigente, repre-
senta tanto uma meta da expansão da economia mercantil européia quanto 
um instrumento de poder da metrópole portuguesa. Portugal, como os 
demais antigos reinos medievais europeus -- Espanha, Países Baixos, 
França e Inglaterra -- buscava organizar-se em estado moderno, unificado e 
centralizado, e como eles lançava-se à construção do seu império colonial. 
Administração colonial. As práticas coloniais no Brasil estavam subor-
dinadas a repartições que integravam o aparelho de estado português: o 
Conselho de Estado superintendia as decisões de maior relevância, até 
mesmo as de âmbito colonial; destacava-se nele o secretário de Estado, do 
qual a figura mais notória foi o marquês de Pombal no reinado de D. José I, 
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
Conhecimentos Gerais A Opção Certa Para a Sua Realização 12 
na segunda metade do século XVIII; os assuntos militares cabiam ao Con-
selho de Guerra, enquanto o desembargo do Paço e a Casa da Suplicação 
encabeçavam as práticas judiciárias; o Conselho da Fazenda e a Casa da 
Índia tinham a seu cargo as finanças e o comércio, e a Mesa da Consciên-
cia e Ordens intervinha nos assuntos eclesiásticos, das ordens religiosas-
militares e de ensino. Em face da união da igreja e do estado, neste se 
incluía o Tribunal da Inquisição, cuja importância pode ser medida pela 
relevância do pensamento religioso como ideologia que legitimava a autori-
dade do soberano. O Conselho Ultramarino tinha funções diretamente 
articuladas à política colonial e substituiu, depois da Restauração de 1640, 
o Conselho da Índia e Conquistas Ultramarinas, instalado na União Ibérica 
(1580-1640). 
Embora não houvesse uma legislação específica para o Brasil, nume-
rosas decisões setoriais indicam a especificidade dos problemas brasileiros, 
como os regimentos e recomendações enviados aos governadores-gerais e 
vice-reis, as disposições legais sobre os indígenas, a ação catequética e as 
atividades econômicas, notadamente as de

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