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Aparelho digestório alto - anatomia, fisiologia, histologia e embriologia

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1 Beatriz Larentis de Souza – MED Unila 
 
Bases 
Morfofuncionais do 
Aparelho Digestório 
 
 
 
 
 
 
 
2 Beatriz Larentis de Souza – MED Unila 
OBJETIVOS 
 
1. Identificar os órgãos do sistema digestório 
 
 
O sistema digestório é composto pelo trato gastrointestinal + órgãos acessórios. O trato 
gastrointestinal (TGI) é o tubo oco que conduz o bolo alimentar do inicio ao fim da digestão. A 
cavidade oral não faz parte do TGI, mas é um anexo muito importante, que dá inicio a todo o 
processo. Os órgãos do sistema digestório são: 
Boca* 
Glândulas* 
Faringe 
Esôfago 
Estômago 
Fígado* 
Vesícula biliar* 
Pâncreas* 
Intestino delgado 
 
Intestino Grosso 
Apêndice 
Reto 
Ânus 
 
*Não são os órgãos principais, mas sim acessórios (Tortora). 
 
2. Conhecer os processos básicos executados pelo sistema digestório 
 
 
Apesar dos alimentos possuírem as substâncias e energia que precisamos para manter as 
funções metabólicas do corpo ocorrendo, é necessário que eles passem por uma série de 
processos para que as substâncias possam ser efetivamente utilizadas pelo corpo. O sistema 
digestório realiza esses processos, que são: 
 
a. Ingestão. Captação do alimento na cavidade oral 
b. Mistura. Ao longo do TGI o alimento é movimentado e misturado com as secreções 
c. Digestão. Chamamos de digestão o processo de degradação do alimento por 
mecanismos químicos e mecânicos. A digestão química é o processo de degradação 
das grandes moléculas (carboidratos, proteínas, lipídeos) em moléculas pequenas o 
suficiente para atravessarem a membrana do TGI. A digestão mecânica vai ocorrendo 
 
 
3 Beatriz Larentis de Souza – MED Unila 
em todo o sistema, começando pela mastigação, pelo movimento de trituração do 
estomago, pelas peristalses (ondas de contração) de todo o TGI. 
d. Absorção. Passagem do alimento digerido (moléculas simples) para o sistema 
sanguíneo, para que sejam redistribuídos. 
e. Defecação. Eliminação dos excessos e substâncias não digeridas (Tortora). 
 
 
3. Descrever a estrutura e a função das camadas que formam a parede do trato 
gastrointestinal 
 
 
 
O TGI é composto por quatro camadas. De dentro (da luz do tubo) para fora, a sequência é: 
túnica mucosa, submucosa, muscular e serosa. 
 
Túnica mucosa. É a camada em 
contato com o que passa dentro 
do TGI. É composta por epitélio, 
tecido conjuntivo frouxo e uma 
lamina de musculo liso. A camada 
muscular da túnica mucosa é a 
que conforma as pregas, 
arquitetura que aumenta a 
superfície de contato. 
 
Túnica submucosa. É a túnica que fica entre as camadas musculares e a mucosa. É composta 
de tecido conjuntivo frouxo. Nela 
passam vasos que capturam as 
substancias que são produtos da 
digestão, além de nervos que 
controlam a motilidade do TGI. 
Um plexo importante que passa 
nessa camada é o plexo 
submucoso. Pode conter vasos e 
gânglios linfáticos. 
 
Túnica muscular. A túnica 
muscular varia bastante ao longo 
do TGI. Na boca, faringe e parte 
superior do esôfago ela é 
composta de musculo estriado 
 
 
4 Beatriz Larentis de Souza – MED Unila 
esquelético, participando da parte voluntária da digestão. Já no resto do tubo, é composta de 
musculatura lisa (geralmente de fibras circulares internas e longitudinais externas), que 
promove a motilidade do TGI. Entre as camadas de musculo liso passa o plexo mioentérico. 
 
Túnica serosa. A túnica serosa, peritônio, secreta um liquido seroso que permite que as 
vísceras “se movimentem” sem atrito e se trata de uma mucosa serosa composta de duas 
folhas: peritônio parietal (recobre as paredes da cavidade abdominal) e peritônio visceral 
(recobre as vísceras). O peritônio possui varias pregas que estabilizam os órgãos, ligando-os 
uns aos outros e as paredes da cavidade abdominal. Por essas pregas também passam vasos e 
nervos. O mesentério é uma parte “famosa” do peritônio, liga o intestino delgado à parede 
posterior. Os omentos também são pregas muito conhecidas. O omento maior forma um 
avental de gordura que recobre as vísceras, com uma importante função de defesa, pois possui 
muitos linfonodos (Tortora). 
 
3.1 Identificar a histoarquitetura da língua 
3.2 Identificar a histoarquitetura da parótida 
3.3 Identificar a histoarquitetura do esôfago 
3.4 Identificar a histoarquitetura do estômago 
 
 
Histoarquitetura da Língua. 
A língua é uma massa de musculo estriado (túnica 
muscular) revestido por uma mucosa (túnica mucosa) 
que varia de acordo com a região, mas no geral é 
epitélio plano estratificado. Entre essas duas camadas 
esta a túnica submucosa. Sua parte ventral é lisa 
enquanto que a dorsal é recoberta por uma variedade 
de papilas: filiforme, fungiforme, foliadas e 
circunvaladas. Papilas são elevações do epitélio, e tem 
funções especificas. 
As papilas filiformes tem a função de fricção e seu epitélio é queratinizado. As papilas 
fungiformes possuem alguns botões gustativos, enquanto que as papilas foliadas possuem 
muitos botões gustativos. As papilas circunvaladas são um pouco mais complexas: em volta 
 
 
5 Beatriz Larentis de Souza – MED Unila 
delas há uma estrutura de “poço” onde estão presentes botões gustativos, glândulas mucosas 
e serosas, que secretam substancias que ajudam no bom funcionamento dos botões gustativos 
que são abundantes nesse tipo de papila (Tortora e Junqueira). 
 
Histoarquitetura das glândulas salivares (parótida). 
 
As glândulas salivares tem, no geral, a 
mesma composição. É uma massa de 
celulas revestidas uma capsula de 
tecido conjuntivo. Essa capsula possui 
projeções, os septos, que acabam 
formando lóbulos nas glândulas. Cada 
glóbulo é composto por celulas 
secretoras, podendo ser mucosas ou 
serosas. As celulas mucosas, que 
secretam muco, geralmente se 
organizam em túbulos mucosos, 
enquanto que as celulas serosas, que 
secretam proteínas, se organizam em 
ácinos serosos. Há uma série de ramificações de ductos que drenam as substâncias produzidas 
nas glândulas para a cavidade oral. A organização histológica das glândulas varia; a parótida, 
por exemplo, não possui celulas secretoras de muco. 
 
 
Glândula Parótida. 
É composta por lóbulos e ductos que 
são envolvidos pela capsula. Assim 
como nas outras glândulas, os 
lóbulos são separados por septos 
provenientes da capsula. Em cada 
lóbulo são encontrados ácinos 
serosos. Os ductos intralobulares 
drenam a secreção para os ductos 
interlobulares (que passam pelos 
septos), para então drenarem para a 
cavidade oral. 
 
 
 
 
6 Beatriz Larentis de Souza – MED Unila 
Histoarquitetura do esôfago. 
A túnica mucosa do esôfago é composta de 
epitélio plano estratificado não queratinizado. 
Ainda na mucosa estão presentes glândulas 
secretoras. Na túnica submucosa estão presentes 
mais glândulas secretoras, que produzem muco 
que facilita a passagem do alimento; também 
possui muitos vasos, podendo apresentar varizes 
esofágicas em algumas patologias. No terço 
superior, a túnica muscular é composta de 
musculo estriado esquelético (deglutição 
voluntaria); no terço médio é mista, musculo 
estriado esquelético e musculo liso; no terço final, 
é apenas musculo liso. 
 
 
Histoarquitetura do Estômago 
A histologia do estomago difere 
segundo suas regiões. Entretanto há 
algumas características que são gerais 
para todo o tecido estomacal. De 
forma geral, o estomago é composto 
por epitélio glandular, onde a glândula 
é tubular e ramificada e secreta seu 
produto numa áreachamada fosseta 
gástrica, que estão distribuídas por 
todo o estomago. Fosseta gástrica é a 
invaginação na túnica mucosa que se 
conecta com a porção terminal da 
glândula. As fossetas e o tecido 
glandular são recobertos por epitélio colunar simples, em todo o estômago. Esse epitélio 
colunar secreta muco alcalino, que é MUITO importante para a proteção do tecido estomacal. 
A túnica mucosa possui outros dois componentes, a camada de tecido conjuntivo frouxo 
(chamado de lâmina própria) e a camada muscular da mucosa. A espessura da lâmina própria 
depende da região do estomago; na região do corpo do estomago é bem grossa, pois possui 
fossetas bem profundas e glândulas grandes e abundantes; já na região do piloro e da cárdia, 
tem uma espessura um pouco menor. Além da túnica mucosa, também há a túnica submucosa 
e muscular, que também variam dependendo da região do estomago. 
 
 
 
 
7 Beatriz Larentis de Souza – MED Unila 
 
 
Cárdia 
 
 
Fundo/Corpo 
 
 
Piloro 
 
 
Túnica Mucosa 
Epitélio cilíndrico simples; 
fossetas gástricas curtas; 
glândulas simples ou 
ramificadas, com 
extremidade enovelada; 
Epitélio cilíndrico simples, 
secretor de muco; possui 
muitas fossetas (ou fovéolas) 
gástricas; na lâmina própria 
tem muitas glândulas 
fúndicas*. 
Epitélio cilíndrico simples; 
possui fosseta mais longa e 
glândulas mais curtas, 
secretoras de muco; possui 
células G; 
 
 
Túnica Submucosa 
Tecido conjuntivo que ainda 
contem algumas glândulas 
esofágicas, vasos sanguíneos 
e linfaticos. 
 Tecido conjuntivo, vasos 
sanguíneos e linfáticos. 
Tecido conjuntivo, vasos 
sanguíneos e linfáticos. 
 
 
Túnica Muscular 
3 camadas musculares mal 
organizadas e mal definidas. 
3 camadas de musculo liso 
dispostas assim: obliqua 
interna, circular média e 
longitudinal externa. 
3 camadas de musculo liso 
dispostas assim: obliqua 
interna, circular média e 
longitudinal externa. A 
camada média é mais 
espessa, constituindo o 
esfíncter pilórico. 
 
*Glândulas Fúndicas 
As glândulas fúndicas são compostas por várias celulas especiais. 
a. Células Parietais. Secretam HCL e fator antianêmico. 
b. Células Zimogênicas. Também chamada de Células Principais, secretam pepsina, 
renina e lipase. 
c. Células Mucosas. Secretam um tipo de muco diferente das celulas epiteliais 
secretoras. O muco secretado por essas celulas pode conter agentes antibióticos. 
d. Células Gastroendócrinas. Secretam hormônios importantes como serotonina e 
gastrina. 
**Células G 
 Nada mais são que células gastroendócrinas localizadas especificamente no piloro. 
4. Identificar as estruturas de interesse da cavidade oral: dentes, glândulas salivares e 
língua (descrever a estrutura e a função da língua). 
4.1 Entender as funções dos dentes e das secreções salivares 
4.2 Entender os processos que ocorrem na cavidade oral: mastigação e o processo 
voluntário da deglutição 
 
 
 
8 Beatriz Larentis de Souza – MED Unila 
Cavidade oral. Na cavidade oral se dá o inicio da digestão da deglutição; começam processos 
de digestão, tanto mecânica (mastigação) quanto química (saliva +enzimas). Olhando através 
da cavidade oral, podemos encontrar diversas estruturas importantes de referência:
 Palato duro 
 Palato mole 
 Úvula 
 Tonsilas palatinas 
 Arco palatoglosso 
 Arco 
palatofaríngeo 
 Língua 
 Dentes 
 
 Frênulo da língua 
 Lábios 
 Bochechas 
 Gengivas 
 
Cavidade oral (boca) 
A boca é composta pelas bochechas, palato duro, palato mole, e língua. Os lábios e bochechas 
servem para conseguirmos manter o alimento entre os dentes, e garantir que eles sejam 
mastigados uniformemente. 
Dentes 
O primeiro conjunto de dentes que possuímos, é 
chamado dentes decíduos (dentes de leite) e 
começam a aparecer por volta dos 6 meses. Vão 
ser 20 dentes decíduos no total e, por volta dos 
12 anos, já não devemos possuir mais nenhum. O 
segundo conjunto de dentes, chamados dentes 
permanentes, começam a nascer por volta dos 6 
anos, substituindo gradativamente os dentes 
decíduos. Possuímos 32 dentes permanentes, 
sendo: oito incisivos (cortam alimentos), quatro 
caninos (rasgam e laceram alimentos), oito pré-
molares (esmagam e trituram alimentos) e 12 
molares (esmagam e trituram alimentos). Os dentes têm como função cortar e dilacerar os 
 
 
9 Beatriz Larentis de Souza – MED Unila 
alimentos, transformando-os em partículas menores que possam ser deglutidas com mais 
facilidade e também para aumentar a superfície de contato de ação das substâncias digestivas. 
Os dentes são estruturas acessórias do aparelho digestório, estão inseridos nos alvéolos da 
mandíbula e da maxila. Os alvéolos são recobertos por gengiva e por tecido conjuntivo que fixa 
os dentes a eles. A parte exposta do dente é chamada de coroa; a parte imersa no alvéolo se 
chama raiz, e a transição das duas, que fica na região da gengiva, se chama colo do dente 
(Tortora). 
 
Glândulas Salivares 
Possuímos diversas glândulas salivares. As chamadas 
glândulas salivares menores estão localizadas ainda na 
túnica mucosa, são elas: glândulas da bochecha, labiais, 
palatinas e linguais. São compostas de unidades 
secretoras (células) não encapsuladas, e a grande 
maioria secreta apenas muco. Já as glândulas salivares 
maiores são externas a túnica mucosa, são estruturas 
bem desenvolvidas e presentes em pares: parótida, submandibular e sublingual. São 
compostas por celulas secretoras que são envolvidas por uma capsula fibrosa (já descrito na 
histologia). As parótidas estão localizadas abaixo e a frente das orelhas, entre a pele e o 
musculo masseter. As submandibulares ficam sob a raiz da língua e sob o assoalho da boca. As 
sublinguais ficam também sob a raiz da língua e do assoalho da boca, mas estão anteriores as 
submandibulares (Tortora e Junqueira). 
Saliva. Produzimos cerca de 1,5 litros de saliva por dia. A saliva é composta em 0,5% 
por solutos* (entre eles a amilase salivar, lipase salivar, lisozima bacteriolítica) e o 
resto água (95,5%). A água serve para diluir os alimentos triturados e para facilitar a 
deglutição (slide). 
O processo de salivação. A salivação é estimulada pelo sistema nervoso 
parassimpático, mais especificamente pelos nervos facial e glossofaríngeo, fazendo 
com que os lábios, cavidade oral e língua permaneçam sempre úmidos devido a 
constante salivação. O sistema parassimpático aumenta os impulsos (aumentando a 
salivação) quando sentimos o cheiro, degustamos, ou simplesmente pensamos no 
alimento. Por outro lado, em situações de stress, o sistema simpático inibe a salivação, 
causando a sensação de boca seca e, por consequência, sede (Tortora). 
*Funções da secreção salivar (solutos da saliva). A principal função enzimática da 
saliva é por conta da amilase salivar. A amilase salivar degrada os polissacarídeos de 
cadeia longa, transformando-os em dissacarídeos (maltose). Continuam agindo por 
uma hora sobre o alimento deglutido já no estômago (Tortora). Além disso, há a lipase 
salivar, que inicia a degradação dos lipídeos e a lisozima bacteriolítica, que protege a 
túnica mucosa e os dentes contra as bactérias (slide). 
 
 
 
10 Beatriz Larentis de Souza – MED Unila 
 
 
Língua 
A língua é um órgão muscular situado no assoalho da cavidade oral. Suas funções são: auxiliar 
na fala, auxiliar na mastigação movimentando os alimentos, moldar o bolo alimentar para que 
ele seja mais facilmente deglutido e empurrar o alimento para a orofaringe, sendo o inicio da 
deglutição. Além disso, a língua tem importante função sensorial, pois nela se encontramos 
botões gustativos*. A língua é formada por músculos extrínsecos (se originam de outras partes 
e se fixam na língua, e geralmente atuam mudando a posição da língua) e intrínsecos (não 
estão fixados em nenhuma outra estrutura, compõem a língua e geralmente atuam 
modificando o formado do órgão). A língua é dividida em corpo, raiz e ápice. Além disso, 
possui as faces: 
a. Dorso da língua, que é a face superior, 
extensa e “áspera” devido as papilas. No 
dorso se encontram algumas estruturas 
importantes como os botões gustativos*, 
as papilas**, as tonsilas linguais (massa de 
nódulos linfoides) e o sulco terminal. 
b. Face inferior da língua, que fica em 
contato com o assoalho. 
 
*Botões gustativos são compostos de 
aproximadamente 40 celulas, sendo algumas 
sensoriais e algumas de sustentação. Elas são 
dotadas de quimiorreceptores que despolarizam ao 
serem estimulados, e enviam o sinal especifico do 
“gosto” para as terminações nervosas que aportam 
o botão gustativo. Além de sinalizarem o sabor, os 
botões gustativos sinalizam a simples presença de 
alimento na cavidade 
oral, acionando uma 
série de impulsos que 
irão resultar em uma 
maior secreção de 
saliva pelas glândulas. 
 
**A língua possui diversas papilas. As papilas filiformes 
tem a função de fricção e seu epitélio é queratinizado. As 
papilas fungiformes possuem alguns botões gustativos, 
 
 
11 Beatriz Larentis de Souza – MED Unila 
enquanto que as papilas foliadas (ou folhadas) possuem muitos botões gustativos. As papilas 
circunvaladas são um pouco mais complexas: em volta delas há uma estrutura de “poço” onde 
estão presentes botões gustativos, glândulas mucosas e serosas, que secretam substancias 
que ajudam no bom funcionamento dos botões gustativos que são abundantes nesse tipo de 
papila (Tortora e Junqueira). 
Curiosidade: umami é um nome japonês para “delicioso”, e é uma região estimulada pelo 
glutamato. A culinária oriental usa muito glutamato monossódico para realçar os sabores dos 
alimentos. 
 
Mastigação e o processo voluntário da deglutição 
A mastigação é a digestão mecânica (também há a o inicio digestão química realizada pela 
saliva) que ocorre na cavidade oral. Durante a mastigação, a língua move o alimento de um 
lado para o outro, misturando a saliva aos alimentos que estão sendo triturados pelos dentes. 
O alimento é reduzido à uma massa mole e flexível, que pode ser deglutida com facilidade. 
Apesar de a mastigação ter um componente voluntário, nós não pensamos no ato de mastigar. 
Ela ocorre através do chamado reflexo da mastigação (o esquema do reflexo da mastigação 
está representado abaixo). Os músculos da mandíbula conseguem prover uma força de até 
25kg nos dentes incisivos e 91kg nos molares. 
Músculos da mastigação 
 Masseter 
 Temporal 
 Pterigóideo medial 
 Pterigóideo lateral 
 
Inervação 
Quem inerva os músculos da mastigação é o nervo trigêmeo (V), que tem sua origem 
em núcleos do tronco cefálico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. A presença do bolo alimentar na 
cavidade oral inibe os musculos da 
mastigacao, fazendo a mandibula baixar. 
2. O estiramento dos musculos, devido à 
descida da mandibula, causa a contração 
reflexa, elevando a mandibula. 
3. A elevação da mandibula cerra os 
dentes contra o bolo. O processo se 
reinicia. 
 
 
12 Beatriz Larentis de Souza – MED Unila 
A etapa voluntária da deglutição é outro processo importante que 
ocorre na boca. A deglutição é dividida em três estágios: voluntário, 
faríngeo e esofágico; o primeiro desses estágios ocorre na cavidade 
oral, e é desempenhado pela língua. De forma “voluntária”, o ápice 
da língua se eleva até o palato duro, fazendo com que o alimento 
comece a ser empurrado para o fundo da cavidade. Na próxima 
etapa da deglutição, o bolo já está parcialmente na orofaringe, 
constituindo então a fase faríngea da deglutição, processo que já é 
involuntário. Uma vez que o bolo alimentar atinja a orofaringe, é 
extremamente difícil parar o processo de deglutição. 
 
 
 
13 Beatriz Larentis de Souza – MED Unila 
5. Identificar a origem embriológica do intestino anterior ( faringe primitiva, esôfago e 
estômago) 
 O intestino primitivo se forma por volta da 4ª semana, seu endoderma vai constituir a maior 
parte do epitélio e das glândulas do TGI. Os derivados do intestino anterior são: a faringe 
primitiva e seus derivados; o esôfago e o estômago; o duodeno, proximal à abertura do ducto 
biliar; o fígado, o aparelho biliar e o pâncreas. 
Faringe primitiva. A faringe primitiva vai se desenvolver em faringe e anexos importantes. 
Esôfago. Caudalmente a faringe, encontramos o esôfago, que primeiramente é curto, mas vai 
se alongar bastante ate o final da 7ª semana, devido ao crescimento e descida de coração e 
pulmões. Quando o esôfago não cresce devidamente, parte do estômago fica deslocado no 
tórax, caracterizando uma hérnia de hiato congênita. A princípio, a traqueia e o esôfago 
compõem um tubo só. Com o passar do desenvolvimento, um septo vai surgindo entre os dois 
a fim de separar os dois tubos (septo traqueoesofágico). O mau desenvolvimento desse septo 
irá resultar em atresias e/ou fistulas esofágicas. 
Estômago. A princípio é apenas uma estrutura tubular. Por volta da 4ª semana, esse tubo 
apresentará uma pequena dilatação, que indica a futura localização do estômago. Essa 
dilatação segue crescendo ventro-dorsalmente até que, por volta da sexta semana, a parte 
dorsal cresce mais rápido que a parte ventral, constituindo a curvatura maior (dorsal) e a 
curvatura menor (ventral) que persistirão até a forma definitiva do estomago. Junto com a 
formação das curvaturas, o estômago começa a fazer uma rotação. No fim do processo, ele 
terá girado 90º, mas o processo ocorre lentamente. A face que antes era ventral passa a ser a 
face esquerda, enquanto que a face que antes era dorsal passa ser a face direita do estômago. 
 
6. Identificar as estruturas de interesse da faringe: tonsilas, recessos, músculos. 
6.1. Processos que ocorrem na faringe 
A faringe é um tubo 
muscular (musculo 
estriado esquelético) 
que se estende das 
coânas (aberturas 
nasais) até o esôfago, 
ou, falando em 
termos de 
referencias 
anatômicas, ela se 
estende da base do 
crânio até a margem 
de C6. Anteriormente 
à faringe está a 
 
 
14 Beatriz Larentis de Souza – MED Unila 
laringe e posteriormente esta a fáscia cervical e é um órgão que possui diversos acúmulos de 
tecido linfoide, as tonsilas. A faringe é divida em 3 regiões: nasofaringe, orofaringe e 
laringofaringe. Na nasofaringe encontramos a tonsila faríngea, mais conhecida com adenoide. 
Orofaringe. A orofaringe é a região de mais relevância para o TGI, pois tem função 
digestória. Ela se estende verticalmente do palato mole até a margem superior da 
epiglote; lateralmente, entre as margens dos arcos palatoglosso e palatofaríngeo. Na 
orofaringe se encontram as tonsilas palatinas, conhecida como amigdala. Estão 
localizadas na fossa palatina, que é o espaço entre os dois arcos. 
A parte mais inferior da laringe é a laringofaringe. Ela se estende da margem superior da 
epiglote até a altura de C6, onde se estreita, sendo continua com o esôfago. A laringofaringe se 
comunica com a laringe através do adito da laringe. Nesta região, existem duas pequenas de 
pressões, uma de cada lado do adito, chamadas recesso piriforme. É uma estrutura 
importante, pois nestes recessos podem parar alimentos, causando desconforto. O 
desconforto é gerado pelo aporte que os ramos do nervo faríngeo fazem a essas estruturas. 
São muitos os músculos que compõema faringe. Os músculos internos, longitudinais, são 
responsáveis por elevar, alargar e encurtar a laringe e a faringe durante a deglutição. Já os 
externos, chamados constritores da 
faringe, são dispostos circularmente e 
são responsáveis por contrair a laringe 
durante a deglutição. 
Processos que ocorrem na faringe. A 
faringe é muito importante, pois nela 
ocorre uma das fases da deglutição. A 
fase anterior (oral) é voluntaria. A partir 
do momento em que o bolo alimentar 
encosta no epitélio faríngeo, 
estimulando os receptores, impulsos são levados ao tronco encefálico e desencadeia uma série 
de eventos, explicitados no esquema. 
 
7. Identificar as estruturas de interesse do esôfago 
7.1. Processos que ocorrem no esôfago 
O esôfago é um tubo muscular colapsante, de aproximadamente 25 centimetros de 
comprimento (se estende da laringofaringe – a partir da junção faringoesofágica, no nível de 
C6- até o estômago, se abrindo no óstio cárdico do estômago). Seu terço inicial é composto de 
músculo esquelético; o terço medial é misto, composto de músculo esquelético e musculo liso 
e por fim, seu terço final é composto de músculo liso. Possui dois esfíncteres (dilatação da 
túnica muscular): o esfíncter superior é composto de musculo estriado, mais especificamente 
o constritor inferior da faringe. O esfíncter inferior é fisiológico, constituído pela musculatura 
diafragmática que forma o hiato esofágico; a contração dessa musculatura é suficiente para 
fechar o esôfago nessa região, impedindo o refluxo. Um pouco abaixo desse esfíncter está a 
Palato mole empurrado 
para cima (fechando a 
nasofaringe) 
Laringe puxada para cima 
e para frente, causando o 
fechamento da epiglote 
Relaxamento do esfincter 
esofagico superior 
Contração da parede da 
faringe, empurrando o 
bolo alimentar para o 
esôfago 
 
 
15 Beatriz Larentis de Souza – MED Unila 
linha z, linha que sinaliza a junção 
esofagogástrica, é irregular é onde fica 
evidente a mudança abrupta de epitélio do 
esôfago para a região da cárdia do 
estômago. Existe outra constrição ao longo 
do estomago chamada constrição 
broncoaórtica, causada 
concomitantemente pelo arco aórtico e 
pelo brônquio esquerdo. O esôfago é 
também dividido em regiões: cervical, 
torácica e abdominal. O epitélio esofágico 
produz muco, para auxiliar na passagem do 
alimento para o estômago. 
Fase esofágica da deglutição. A terceira e 
ultima etapa da deglutição ocorre no 
esôfago e é involuntária assim como a 
segunda etapa. A função do esôfago é 
conduzir o alimento da faringe ao 
estomago. Para isso, ele conta com dois 
tipos de movimentos: 
a. Peristaltismo primário. O 
peristaltismo primário nada 
mais é que a continuação da 
onda peristáltica vinda da 
faringe, dura aproximadamente 
de 8 a 10 segundos. Quando 
estamos de pé, muitas vezes o 
alimento chega ao estomago 
antes mesmo da onda se 
propagar inteira, pois a 
gravidade ajuda o movimento 
do bolo alimentar. Quando essa onda chega ao final do esôfago, causa o 
relaxamento do estomago, que fica pronto para receber o alimento. 
b. Peristaltismo secundário. O peristaltismo secundário ocorre quando o primário 
não da conta de “remover” todo o alimento do esôfago. Ele é uma resposta da 
dilatação no esôfago causada pela presença do estomago. 
 
8. Descrever a estrutura, relações e localização do estômago 
O estômago é uma dilatação do TGI, em formato de J, que conecta o esôfago ao duodeno 
(primeira porção do intestino). A localização do estomago pode variar bastante, dependendo 
da posição do individuo, do volume de alimento, do biótipo. Em termos gerais de anatomia de 
superfície, o órgão fica localizado no epigastro, hipocôndrio esquerdo e região umbilical. O 
 
 
16 Beatriz Larentis de Souza – MED Unila 
tamanho e a localização do estomago variam bastante: quando vazio, fica parcialmente 
colapsado, cheio de pregas gástricas; além disso, em relação a posição, quando inspiramos o 
diafragma o empurra para baixo e quando inspiramos, o puxa para cima. É um órgão muito 
elástico e pode armazenar até 3 litros de alimento. 
O estomago é divido em três regiões: 
Cárdia. É uma região circular, situada em volta do óstio cárdico. É mais lisa e menos 
grosseira que o corpo do estomago. As glândulas na região da cárdia tem fovéolas 
gástricas curtas e pode apresentar ainda glândulas esofágicas na camada submucosa. 
Em termos de anatomia de superfície, situa-se aproximadamente entre a linha 
paraesternal e a médioclavicular, na altura do 6º cartilagem costal esquerda. 
Fundo. O fundo é uma porção do estomago dilatada superiormente, adjacente à 
cárdia. Entre o esôfago e o fundo está a incisura cárdica. Ele é limitado inferiormente 
pelo plano horizontal do óstio cárdico. Situa-se posteriormente à 6ª costela esquerda, 
aproximadamente na linha médioclavicular. Apresenta pregas gástricas, porém menos 
que o corpo gástrico. 
Corpo. É a parte principal do estomago. Está situado entre o fundo e antro pilórico. Na 
apresentação anatômica mais comum, o corpo do estomago se estende pela região 
epigástrica, hipocôndrio esquerdo e parte superior da região umbilical. 
Região pilórica. É a região final do estomago, local de conexão com o duodeno. É 
composta pelo antro pilórico, região afunilada; o antro pilórico leva ao canal pilórico, 
região mais estreita. O piloro propriamente dito é a região esfincteriana que fica 
imediatamente no final do canal pilórico. É composto por um espessamento da 
camada circular muscular que forma o esfíncter pilórico, que controla a saída de quimo 
para o duodeno. A saída do estomago para o duodeno, controlada pelo esfíncter 
pilórico, se chama óstio pilórico. O esfíncter pilórico se encontra normalmente 
contraído, exceto 
quando há a 
passagem de 
quimo. Essa região 
fica 
aproximadamente 
na altura da 8ª 
cartilagem costal, 
há 1,5 cm da linha 
mediana. 
Além dessas regiões, o 
estomago tem duas 
curvaturas importantes. A 
curvatura maior compõe a 
margem esquerda convexa 
do órgão e é voltada 
 
 
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lateralmente. Essa curvatura se estende, aproximadamente, da altura da 5ª cartilagem costal, 
na região hipocondríaca esquerda, até a região umbilical, na altura da 10ª cartilagem costal. A 
curvatura menor é a margem direita e côncava, se encontra mais concentrada na região 
epigástrica. Essa curvatura possui uma incisura chamada incisura angular, que indica a junção 
do corpo gástrico com o antro pilórico. 
Relações do estômago. O estomago é praticamente todo revestido de peritônio, mais 
especificamente, ele fica envolvido pelas duas laminas do omento menor. A partir de sua 
curvatura maior, essas lâminas se unem dando inicio ao omento maior. Quando estamos em 
decúbito dorsal, o estômago se apoia sobre um leito, chamado leito do estômago. Esse leito é 
composto (da região superior para a inferior) pela cúpula do diafragma, braço, suprarrenal e 
rim esquerdo, pâncreas e mesocolon transverso. 
Anteriormente o estomago se relaciona com o diafragma, lobo esquerdo do fígado, e 
parece abdominal anterior. 
Posteriormente ele se relaciona com a bolsa omental e pâncreas. A bolsa omental é 
uma “cavidade” onde, sua face anterior é composta pela face posterior do estomago e 
sua face posterior é composta pela lamina de peritônio que recobre o pâncreas e o 
mesocolon transverso. 
Lateral e inferiormente ele se relaciona com o colo transverso. O colo transverso 
acompanha uma boa parte da curvatura maior do estomago. Lateralmente com o 
baço.18 Beatriz Larentis de Souza – MED Unila 
9. Conhecer as funções do estômago 
 
1. Mistura a saliva, alimento e secreções gástricas para formar o quimo, através dos 
movimentos de mistura. 
2. É um reservatório que armazena o quimo para ir liberando aos poucos para o 
duodeno. 
3. Produz suco gástrico que realiza, entre outras coisas, a digestão enzimática (protege o 
TGI contra bactérias, desnatura proteínas, digere proteínas, ajuda na absorção de 
vitamina B12 e ajuda na digestão de lipídeos). 
4. Secreta gastrina no sangue 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Imagens dos Slides 
 
 
 
 
 
 
 
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