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FISIOLOGIA – 2º BIMESTRE Willian Ely Pin SISTEMA DIGESTÓRIO ESÔFAGO DIVERTÍCULO ESOFÁGICO Evaginação da parede esofágica causada por fraqueza da camada muscular. Queixas de alimento entalado antes de chegar ao estômago, assim como gorgolejos, eructações (arrotos), tosse e halitose. O alimento retido pode causar esofagite e ulcerações. Exige intervenção cirúrgica. SÍNDROME DE MALLORY-WEISS Lacerações longitudinais na junção esofagogástrica. Frequente em etilistas crônicos após episódio de ânsia de vômito ou vômito intenso. A infecção pode resultar em úlcera inflamatória ou mediastinite. Cicatrização habitualmente rápida. HÉRNIA DE HIATO Protrusão ou herniação do estômago através do hiato esofágico. Herniação axial ou por deslizamento: 95% dos casos, protrusão em forma de sino. Podem ser consideradas sem importância em assintomáticos. Porém, quando há além da hérnia, presença de esofagite erosiva grave e refluxo gastroesofágico, a hérnia pode retardar a depuração ácida e contribuir para o agravamento da esofagite. Herniação não axial ou paraesofágico: herniação de uma parte maior do estômago, geralmente o Fundo. Aumenta progressivamente de tamanho e pode necessitar de intervenção cirúrgica. DOENÇA POR REFLUXO GASTROESOFÁGICO Retorno do conteúdo gástrico para o esôfago. Ocorre por esfíncter esofágico inferior fraco ou incompetente. Distensão gástrica e refeições muito gordurosas aumentam o relaxamento do esfíncter esofágico inferior. Sinais e sintomas: Pirose (azia), frequente à noite. Agrava-se quando a pessoa se deita e melhora quando esta senta. Eructações. Dor torácica epigástrica ou retroesternal, frequentemente irradiando-se para a garganta, ombro ou as costas. Dor pode ser confundida com Angina! Sibilos, tosse rouca e rouquidão. Tratamento: Antiácidos proporcionam alívio rápido, mas transitório. Evitar posições e refeições que aumentem o refluxo gástrico. Evitar refeições volumosas, chantinas, álcool e fumo. Dormir com a cabeça elevada. Perder peso, caso a pessoa esteja em sobrepeso. ESÔFAGO DE BARRET Esofagite por refluxo, causando lesão da mucosa do esôfago, hiperemia e inflamação. Pode causar edema e lesão da superfície luminal. A mucosa do esôfago é substituída por epitélio gástrico ou intestinal. Risco aumentado de desenvolver câncer esofágico. CÂNCER DE ESÔFAGO Mais comum em pessoas idosas, com idade média de 67 anos. Mais frequente em homens e negros. Carcinoma de células escamosas: Atribuível ao uso de álcool e tabaco. 90% dos cânceres esofágicos. Adenocarcinoma: Pode ser ocasionado pelo Esôfago de Barret. Disfagia para sólidos, evoluindo para líquidos. Perda de peso. Anorexia. Fadiga. Dor ao deglutir. ESTÔMAGO GASTRITE AGUDA Inflamação aguda da mucosa, de caráter transitório. Pode ser acompanhada de hemorragia e descamação superficial da mucosa. A forma erosiva é uma importante causa de sangramento gastrointestinal. Associada ao uso de anti-inflamatórios não-esteroides (AINE) – AAS, Ibuprofeno – álcool ou toxinas bacterianas. Pode causar pirose, desconforto gástrico transitório, vômito, sangramento, hematêmese. Uso excessivo de álcool pode ser uma causa. GASTRITE CRÔNICA Ausência de erosões macroscopicamente visíveis. Alterações inflamatórias crônicas que levem à atrofia do epitélio glandular do estômago. Causada por Helicobacter pylori: Transmissão através de vômito, saliva ou fezes, além de água. Localizada no antro e no corpo do estômago. Pode levar a atrofia gástrica e úlcera péptica. Maior risco de adenocarcinoma gástrico. O H. pylori secreta amônia, neutralizando a acidez do ambiente. Provocam inflamação intensa e resposta imune. Autoimune: Ataca o fundo e o corpo do estômago. Ataca as células parietais, diminuindo a produção de HCl e de Fator Intrínseco. A falta do Fator Intrínseco pode causar anemia megaloblástica ou perniciosa, por falta de vitamina B12. Pode estar associada à tireoidite de Hashimoto e doença de Addison. ÚLCERA PÉPTICA As úlceras duodenais são 5x mais comuns que as úlceras gástricas. Entre 30 e 60 anos. As duodenais ocorrem mais em homens e as gástricas se distribuem igualmente. H. pylori e AINE são fatores de risco. Sinais e sintomas: Desconforto Dor em queimação, lancinante ou semelhante à cólica, costuma ser rítmica e ocorre quando o estômago está vazio. “Dói, come e passa”. Dor perto do processo xifoide, podendo irradiar-se para baixo das margens costais ou para o ombro. Hematêmese ou melena, se sangramento. Pode ocorrer hemorragia, perfuração, penetração e obstrução pilórica. Ocorre perfuração quando há a perfuração de todas as camadas da parede do estômago ou do duodeno. O conteúdo gástrico cai no peritônio, causando peritonite. Irradiação da dor para as costas, desconforto noturno intenso e alívio inadequado da dor com alimentos ou antiácidos podem indicar perfuração. CÂNCER DO ESTÔMAGO Mais comum em homens. Alimentos defumados e em conserva, gastrite autoimune e pólipos gástricos são fatores de risco. Geralmente ocorrem na região pilórica ou no antro. Frequentemente assintomáticos até um estágio avançado da doença. Quando há sintomas, são: Indigestão Anorexia Perda de peso Dor epigástrica vaga Vômitos Presença de massa abdominal INTESTINO DELGADO E GROSSO SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL Sintomas persistentes ou recorrentes Dor abdominal Aliviada pela defecação Associada a alteração na consistência ou frequência das evacuações Intermitente, em cólica e na parte inferior do abdome. Alteração da função intestinal Flatulência Distensão Náusea Anorexia Constipação ou Diarreia Ansiedade ou Depressão Aumento da motilidade e contrações intestinais anormais em resposta e estresses fisiológicos e psicológicos. Pelo menos 12 semanas de duração para diagnosticar, que podem não ser consecutivas. Pode ser causada por intolerância à lactose. Tratamento: Manejo do estresse Ingestão adequada de fibras Evitar gorduras, gases, álcool e bebidas com cafeína. Alosetrona (reduz a secreção intestinal, diminuindo a atividade nervosa aferente visceral, com consequente redução da dor e redução da motilidade intestinal). DOENÇA DE CROHN Doença inflamatória intestinal Afeta geralmente a parte distal do Íleo e o Ceco Geralmente mulheres, dos 10 aos 30 anos. Diarreia intermitente Dor em cólica, geralmente no quadrante inferior direito. Urgência fecal Perda de peso Lesões granulomatosas bem demarcadas, descontínuas. Fístulas, Estenoses e Abscessos perianais. COLITE ULCERATIVA Doença inflamatória intestinal Afeta o Colo e o Reto Distúrbio recidivante, caracterizado por episódios de diarreia. Urgência fecal Perda de peso Lesão inflamatória contínua Cólicas abdominais leves e incontinência fecal Anorexia, fraqueza e fatigabilidade. Sangramento retal DIVERTICULOSE Herniação da mucosa do Colo através da camada muscular. Maioria dos divertículos no Colo Sigmoide Fatores de risco: Ausência de fibras na dieta Diminuição da atividade física Hábitos intestinais precários Causada pelo aumento da pressão intraluminal. Geralmente assintomática. DIVERTICULITE: Complicação da diverticulose em que ocorrem inflamação e perfuração dos divertículos. Dor no quadrante inferior esquerdo Náuseas Vômitos Hipersensibilidade no quadrante inferior esquerdo Febre baixa Elevação da quantidade de leucócitos APENDICITE Apêndice inflamado, intumescido e gangrenoso. Sofre perfuração se não for tratado. Causado por obstrução intraluminal. Dor referida para o epigástrio ou para a região periumbilical. Dor aumenta gradualmente e pode assumir forma de cólica. Hipersensibilidade profunda no quadrante inferior direito Hipersensibilidade de rebote. Tratamento: apendicectomia OBSTRUÇÃO INTESTINAL Comprometimento do deslocamento do conteúdo intestinal no sentido cefalo-caudal Possui 3 causas para a obstrução mecânica: Movimento de um segmento do intestino para dentro do outro Torção do Colo Sigmoide (nó nas tripashahahah) Hérnia inguinal Obstrução paralítica: comprometimento neurogênico ou muscular da peristalse. Acompanha inflamações no abdome, isquemia intestinal, lesões das costas e fraturas pélvicas. Ocorre distensão abdominal, perda de líquidos e eletrólitos, acúmulo de gases e líquido na área obstruída. Sintomas: Dor Constipação absoluta Distensão abdominal Vômitos Rx para confirmar Tratamento depende da causa da obstrução. FÍGADO ICTERÍCIA Pigmentação amarelada da pele e dos tecidos profundos Principais causas: Destruição excessiva de hemácias Redução da captação de bilirrubina pelos hepatócitos Conjugação diminuída da bilirrubina Obstrução do fluxo biliar Icterícia pré-hepática: icterícia leve, bilirrubina não conjugada elevada, fezes com cor normal e sem bilirrubina na urina. Icterícia intra-hepática: bilirrubina conjugada e não conjugada elevadas, colúria (urina de chá preto) e nível sérico de fosfatase alcalina elevado. Icterícia pós-hepática: bilirrubina conjugada elevada, fezes com cor de argila, colúria, níveis séricos de fosfatase alcaline acentuadamente elevados, níveis de aminotransferase ligeiramente aumentados e de ácidos biliares no sangue também aumentados. Ocorre prurido. HEPATITE A Viral Início abrupto Sinais e sintomas: Febre Mal-estar Náusea Anorexia Desconforto abdominal Colúria Icterícia Os sintomas duram geralmente por 2 meses, mas pode durar mais. Contraída pela via fecal-oral. Ingestão de água e alimentos contaminados. HEPATITE B Viral Contágio através de inoculação de sangue ou soro infectados. DST. Pode ser disseminado por contato oral e sexual. Possui vacina HEPATITE C Pode ser transmitida através do contato com sangue contaminado DST Viral Sinais e sintomas: Fadiga Mal-estar Anorexia Perda de peso A icterícia é incomum, mas pode ocorrer. A maioria desenvolve hepatite crônica, a qual pode levar a uma cirrose, doença hepática terminal e câncer hepatocelular. HEPATITE VIRAL CRÔNICA Reação inflamatória crônica do fígado de mais de 3 a 6 meses de duração. Níveis séricos persistentemente elevados de aminotransferase. Sinais e sintomas: Perda de apetite Mal-estar Fadiga Icterícia às vezes A hepatite C é a principal causa de hepatite viral crônica. CIRROSE BILIAR Destruição autoimune dos ductos biliares intra-hepáticos. Colestase Início insidioso Cicatrização e destruição progressiva do tc hepático Fígado aumentado e esverdeado (pelo acúmulo de bile) Sinais e sintomas: Prurido inexplicável Perda de peso Fadiga Colúria Fezes claras Osteoporose em 1/3 dos doentes Icterícia (manifestação tardia) ESTEATOSE HEPÁTICA Acúmulo de gordura nos hepatócitos. Fígado aumentado e amarelado (pelo excesso de gordura) Causada pelo uso de álcool Assintomática, mas podem ocorrer fadiga e desconforto no quadrante superior direito do abdome. Pode ocorrer hipoalbuminemia, prolongamento do tempo de protrombina e hiperbilirrubinemia. HEPATITE ALCOÓLICA Observada após um aumento abrupto no consumo de álcool e é comum em alcoólatras. Inflamação e necrose das células hepáticas. Sinais e sintomas: Hipersensibilidade hepática Dor Anorexia Náusea Febre Icterícia Ascite Insuficiência hepática Pode evoluir para cirrose ou para insuficiência hepática e morte. CIRROSE Estágio final da hepatite crônica Grande parte do fígado já está fibrosada Não há sintomas até que a doença esteja muito avançada Sinais e sintomas: Perda de peso, que pode ser mascarada pela ascite. Fraqueza Anorexia Diarreia (raramente constipação) Hepatomegalia Icterícia Dor abdominal surda e contínua no epigástrio ou no hipocôndrio direito, causando sensação de plenitude. Hipertensão portal e, com isso, esplenomegalia, ascite, varizes esofágicas, hemorroidas e cabeça de medusa. Sangramento Ginecomastia Atrofia testicular Eritema palmar INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA Perda de 80 a 90% da capacidade funcional do fígado. Distúrbios das funções de síntese e armazenamento: Hipoglicemia Edema/Ascite Sangramento Diminuição do colesterol Esteatorreia Deficiência das vitaminas lipossolúveis Distúrbios das funções metabólicas e excretoras: Encefalopatia Edema/Ascite Ginecomastia Atrofia testicular Irregularidades menstruais Icterícia Tratamento: Eliminação do consumo de álcool Prevenção das infecções Suprimento suficiente de carboidratos e lipídios, a fim de evitar a degradação proteica. Correção dos desequilíbrios eletrolíticos (hipopotassemia) Controle da ingestão de proteínas a fim de diminuir a quantidade de amônia no trato gastrointestinal Transplante de fígado COLESTASE Diminuição do fluxo de bile através dos canalículos intra-hepáticos. Redução da secreção de água, bilirrubina e ácidos biliares pelos hepatócitos. Acúmulo de bilirrubina, colesterol e ácidos biliares no sangue. Pode ser causada por uma doença hepática intrínseca ou pela obstrução dos grandes ductos biliares. Causa alterações gordurosas nos hepatócitos e destruição do tc conjuntivo de sustentação. Em casos mais graves, leva à fibrose do trato biliar. Sinais e sintomas: Prurido (coceira) sintoma mais comum Hiperlipidemia Aumento do nível sérico de fosfatase alcalina. COLELITÍASE Formação de cálculos biliares. Cálculos de colesterol estão associados a obesidade e são mais comuns em mulheres. Os cálculos geram sintomas quando obstruem o fluxo biliar (colestase). Sinais e sintomas: Sintomas de indigestão Cólica biliar no epigástrio ou no hipocôndrio direito. Pode ser referida para as costas, para o ombro ou para a região medioescapular do lado direito. A dor é de início abrupto, aumenta uniformemente de intensidade, dura de 2 a 8 horas e é seguida de hipersensibilidade no quadrante superior direito do abdome. Cálculos maiores causam icterícia. Cálculo no ducto cístico não causa icterícia! Coledocolitíase: cálculo no ducto colédoco COLECISTITE Inflamação da vesícula biliar, habitualmente secundária à obstrução da abertura da vesícula biliar. Colangite: inflamação do ducto colédoco Sinais e sintomas: Dor no hipocôndrio direito ou no epigástrio Febre baixa Anorexia Náusea Vômitos Cólica biliar persistente Tratamento: remoção da vesícula biliar PÂNCREAS PANCREATITE AGUDA Processo inflamatório reversível dos ácinos pancreáticos devido à ativação prematura das enzimas pancreáticas, causando a autodigestão do tecido pancreático Sinais e sintomas: Dor abdominal em cinta, começando na região epigástrica ou periumbilical e pode se irradiar para as costas, o tórax ou a área do flanco. Febre Taquicardia Hipotensão Hipersensibilidade abdominal intensa Angústia respiratória Distensão abdominal Sede Oligúria Taquipneia Hipoxemia Aumento do hematócrito Níveis de amilase e lípase séricas aumentados. Tratamento: Alívio da dor Suspensão de alimentos e líquidos orais Restauração do volume plasmático perdido PANCREATITE CRÔNICA Destruição progressiva do pâncreas exócrino, fibrose e, nos estágios mais avançados, destruição do pâncreas endócrino. Irreversibilidade da função pancreática! (diferença da aguda pra crônica). Causa mais comum é o etilismo. Sinais e sintomas semelhantes ao da pancreatite aguda, embora sejam de menor gravidade. Episódios persistentes e recorrentes de dor epigástrica e na região do quadrante superior esquerdo. Crises precipitadas por episódios de abuso de álcool ou almentação excessiva Anorexia Náusea Vômitos Constipação Flatulência Evolui para Diabete Melito tipo 1 (por não produzir mais insulina) e Síndrome da Má Absorção (perda de peso, esteatorreia) Tratamento: Tratar a causa da pancreatite. Dieta pobre em gordura A má absorção é tratada com enzimas pancreáticas A diabete melito é tratada com insulina Pode ser necessário cirurgia CÂNCER DE PÂNCREAS Ocorre geralmente em indivíduos acima dos 50 anos Fatores de Risco: Tabagismo Diabete e Pancreatite crônica Sintomas causados mais pelo efeito expansivo que pelo comprometimento das funções exócrinas e endócrinasSinais e sintomas: Dor epigástrica surda, acompanhada de dor nas costas (dói mais quando deitado, alivia quando sentado). Icterícia Perda de peso Tumor de Cabeça de Pâncreas: Tende a obstruir o fluxo biliar devido à proximidade. Icterícia Dor Prurido Tumor de Corpo de Pâncreas: Comprime o gânglio celíaco, produzindo dor. A dor se agrava com a ingestão de alimentos ou quando o indivíduo fica em decúbito dorsal. Tumor de Cauda de Pâncreas: Geralmente metastatiza antes do aparecimento de sintomas.
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