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Formação dos contratos 1- Manifestação da vontade: ninguém é obrigado a contratar nem se manter. 2- Negociação preliminares: período pré-contratual; avaliação de oportunidade e conveniência ( indagações, primeiras tratativas. 3- Proposta: ( policitação/oblação ) deve ser séria, clara e objetiva. Obs. Art. 31 do CDC *** Força vinculante da oferta: proposta gera ao oblato ( destinatário ) uma expectativa real de concretização do negócio obrigando o policitante ( proponente ). Proposta não obrigatória Art. 427 I- Cláusula de não obrigatoriedade; II- Em razão da natureza do negócio, circunstancias. Ex. oferta pública de recompensar financeiramente a quem localizar animal perdido. Só recebe o que achar 1º. III- Por circunstâncias excepcionais ( Art. 428, I, II, III e IV do CC/02. Entre presente: falando ao vivo ou fone. Ausente: por intermediadores. Ex. corretor. 4- Aceitação ( 431 e 432 CC ): em rescompaço com a proposta não vincula o proponente. E o silêncio? Em regra não pode ser considerado o consentimento tácito por presunção. Obs. Art 39. CDC III da lei 8078/90 Ex. clássico década de 80, bastante comum envio de cartão a clientes, sem solicitação. Havia clausula abusiva, afirmando que o silêncio do ( oblato/destino ) implica aceitação do serviço. *** Hipótese em que inexiste força vinculante da aceitação art. 430 e 433 CC. Não produz efeitos, haja vista que circunstancias não previstas, fazem com que a aceitação chegue tardiamente ao solicitante. Ele proponente deve comunicar o fato ao aceitante sob pena de responder por perdas e danos. Retratação do aceite, apesar de aceitar a oferta, antes de chegar efetivamente ao conhecimento do proponente houve a retratação. ( desistência ). 5- Momento da conclusão: efetiva formação dos contratos. 5.1 Contrato entre presentes> contratação direta entre as pessoas ainda que a locais diferentes/distantes por meio de telefone/internet. ( Art. 428 I parte final ). 5.2 Contrato entre ausente ( Art. 435 CC )> utilização de um intermediário/mensageiro, ainda que os contratantes estejam na mesma cidade ou por conversas sem instantaneidade. Ex. email. 6- Lugar da celebração do contrato: como regra, respeita-se celebrado o contrato no lugar em que for proposto. Art 435 CC. *** 7- Formação dos contratos via internet: Art. 9ª do decreto lei 4657/42 O avanço da tecnologia dos meios de comunicação traz reflexos jurídicos, especialmente no tocante aos contratos intermediais. *** Questão polêmica: possibilidade de aplicação da lei estrangeira em demanda aforada no Brazil? Citadas: Art.430 da aceitação Art. 433 CC, Art.435 CC> lugar que proposto. Rio Grande do Sul realizou a proposta, de onde foi realizado a oblação estendendo-se pois foi feito na China. Art 9º LINDB §2º Art 6º, VIII da lei 8078/90> consumidor. Classificação dos contratos a) unilateral/bilateral: quanto as partes envolvidas, contrato é sempre bilateral. Contudo no tocante aos efeitos, pode ser unilateral ou bilateral. * Isto porque, o contrato bilateral logmático cria direitos e deveres para ambas as partes. Ex. compra e venda. Obs. O contrato de efeito unilateral só beneficia uma das partes, gerando obrigação a outra. Ex. doação pura/fiança. b) Onerosa/gratuito: nos onerosos, as partes tem vantagem e proveito econômico. São, pois, contrato nos quais as partes envolvidas “ perdem “ algo e, de outro lado, “ ganham “ algo. Já os gratuitos só beneficiam uma das partes: então geralmente o contrato unilateral é gratuito. c) Instantâneos: de duração em regra a contratação é imediata ( “vida curta” ), mas pode ser duradoura. Ex. seguro/locação. d) Pessoais/impessoais: * Pessoais: são os celebrados com determinada pessoa em razão de suas qualidades. Ex. show do W.S Logo, se houver recusa ao cumprimento resolve-se o impasse em perda e danos. * Impessoais: comum nas obrigações de “ dar coisa “. Ex. João me deve R$100,00, se Marcos/Paulo pagaram, ficarei satisfeito ( “pouco importa a pessoa” ). e) Típicos/atípicos * Típicos: tem previsão legal. Ex. são os contratos previstos no CC/02 ( compra e venda, depósito, mandato, doação, etc. ) * Atípicos: impossibilidade de o legislador prever todos os tipos de contrato. Art. 425 CC/02. f) Comutativos/aleatórios: aplica-se aos onerosos. Nos contratos comutativos existe equivalência entre a prestação e a contraprestação. Ex. compra e venda /locação. Nos aleatórios, uma das partes terá mais vantagens que a outra, a depender de evento futuro e imprevisível. “Alea Sorte”, Ex. seguro g) Principais/acessórios Principal: tem uma vida própria independentemente da existência de outro. Ex. compra e venda. Acessório: aquele cuja existência pressupõe outra contratação. Ex. fiança. h) Solenes e não solenes. Solenes: aquele que exige uma formalidade para seu aperfeiçoamento. Ex. compra e venda de bens imóveis exige escritura pública, registro imobiliário. Não solenes: contrato de livre formação. Ex. compra e venda de bens móveis, a locação, o contrato de transporte. Extensão dos efeitos do contrato * Princípio da relatividade dos efeitos do contrato: em regra, somente os contratantes podem ser beneficiados ou prejudicados. No entanto há casos em que possível um terceiro ser vinculado ao negocio jurídico. a) Conceito: a parte convenciona com o devedor a realização de determinada prestação em benefícios de terceiros. b) Partes integrantes: estipulante quem estabelece a obrigação. Promitente: quem se compromete a realizá-la. Beneficiário: destinatário da obrigação. c) Efeitos: possibilidade de o beneficiário realizar a cobrança da prestação, nos termos do Art.436, p. único do CC ( desde que aqueça às condições do contrato ). d) Possibilidade de modificação do beneficiário: por vontade própria do estipulante. ( Art. 438 do CC/02 ). II- Promessa de fato de terceiro a) Conceito: é o negócio jurídico em que a prestação assumida será exigida de terceiro estranho à relação obrigacional. Ex. eu, por meio de contrato, com determinada casa de show, prometo que Odair José se apresentará na casa de show. b) Consequência do inadimplemento da obrigação. ( Art. 439 CC ). ***Obs. Art. 439, p. único do CC/02 inexistência de responsabilidade ( exceção à regra geral ) Vícios redibitórios São defeitos contemporâneos ocultos e graves que desvalorizam ou tornam imprestável a coisa objeto do contrato bilateral e onerosa. ( Art. 441 CC ) Aplica-se aos contratos de compra e venda, troca, locação, doação onerosa. Ex. cavalo de corrida “manco”, casa com goteiras múltiplas. * A critério do adquirente, possível a) Desfazer o negócio: rejeitar a coisa e receber o dinheiro de volta. b) Ficar com a coisa defeituosa e pedir abatimento do preço. ( Art. 442 CC ). São as ações edilícias * Ação redibitória: vida desconstituir o negócio. * Ação estimatória ou “ quanti minois”: visa aferir a estimativa de perda/deterioração. Obs. Obrigação não cumprida: inadimplemento, obrigação “mal” cumprida, pode gerar o vício redibitório. Requisitos I- Defeito precisa de ser contemporâneo: deve existir à época da aquisição. Art 444 CC, se surge depois, “Resperit Domino” II- Defeito deve ser oculto: não precisa ser visível, pois se nítido e mesmo assim o adquirente aceitar, é porque conhecia as condições da coisa. Ex. carro visivelmente arranhado. *** Se o vício é oculto, mas de conhecimento do alienante, que agiu de má fé, este responderá também por perdas e danos. ( Art.442 e 443 CC ). III- Grave: aferível no caso concreto, de acordo com os padrões da razoabilidade. Prazo decadencial para reclamar o vício: se inicia com o surgimento do defeito. Ex. só vou saber que a casa tem inúmeras goteiras quando da 1ª chuva. Art .445 e § 1º e 2º CC/02. Evicção. ( Art.447 a 457 CC ) Conceito: é a perda ( por defeito jurídico ) do bem adquirido em contrato oneroso, sendo esta perda oriunda de ato administrativo ou decisão judicial, que reconhece direito preexistente de terceiros. * Personagens: I- Alienante II- Adquirente ( “Evicto” )III- Terceiro ( “Evicto” ) Responsabilidade do alienante ( Art.447, CC/02 ) Ex. Herança: sujeito que recebeu o patrimônio integral do pai por via de herança. Patrimônio este composto por diversos imóveis. Certa feita, um belo dia este sujeito herdeiro, resolveu vender o apartamento na praia que havia sido recebido nessa herança. Algum tempo depois dessa venda surgiu um terceiro, com um testamento em que prevista a hipótese de transmissão daquele apartamento a este terceiro, em caso de morte do autor da herança. Ex. Usucapião: sujeito proprietário de diversos imóveis, um dia vende um destes imóveis a uma outra pessoa ( evicto ). Este imóvel era localizado em outro estado e a muitos e muitos anos o vendedor se quer tinha noticias sobre o estado de conservação do referido bem. Algum tempo depois surge um 3º ( evictor ) afirmando ter usucapido o imóvel, conseguindo manter nele o domicílio por mais de 20 anos, este que estava residindo no imóvel, sabendo da venda, reivindicou a propriedade do bem. I- Requisitos - Contratação onerosa; - perda da posse ou propriedade da coisa; - ignorância do vício ( pelo adquirente ) da litigiosidade da coisa; - sentença judicial ou ato administrativo; - anterioridade do direito do “ evictor “. II- Direito do evicto: voltar-se contra o alienante para reaver todo o prejuízo experimentado ( Art.450, I, II, III do CC ). III- Diminuição do valor do bem: Art 451 CC/02 Ainda que deteriorada a coisa, o evicto conserva o direito ao ressarcimento, salvo se a perda/deterioração adveio do dolo/culpa de sua parte ( do adquirente ). * Obs. Evicção pode ser total ou parcial ( Art.455 CC ). IV- Benfeitorias: o evicto que implementar benfeitorias na coisa adquirida ( úteis, necessárias ) tem direito ao ressarcimento. V- Renúncia, reforço ou diminuição de garantias. ( Art. 448 e 449 CC ) Renúncia: para que ocorra, imprescindível expresso conhecimento e assunção dos riscos da evicção. Ex. bem é alvo de disputa judicial, do contrário, a simples cláusula de renúncia faz com que o adquirente mantenha o direito de receber o valor pago, perdendo apenas o direito à indenização por perdas e danos. ( Art.449 CC ). * Reforço: Ex. “ alienante se compromete a devolver o dobro ao evicto “. * Diminuição: ex. em caso de evicção, alienante se compromete a restituir apenas a metade do valor. VI- Denunciação da lide: ( Art. 125, I do NCPC ( lei 13.105/15 ), trás a possibilidade da denunciação da lide ao alienante. ***Momento oportuno: contestação ( defesa ) A despeito de certa divergência jurisprudencial e doutrinária, entende-se que a denunciação da lide serve para “ facilitar “ ou mesmo “ auxiliar “ o evicto, não sendo vedada a possibilidade de posterior ajuizamento de ação regressiva autônoma. VI- 1- Vantagem da denunciação. - Prestação de auxílio do alienante ( denunciado ao evicto ) - Evitar decisões judiciais contraditórias. VII- Prazo para demandar em juízo Entendimento que prevalece. ( Art.206 § 3º. V do CC/02 ***Art. 457 CC> o adquirente não fará jus à evicção se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa. Contratos aleatórios. ( Art. 458 a 461 CC ) Conceito: aquele que depende a “ Alea “ ( sorte, destino ) contrato no qual uma das partes terá mais vantagem econômica do que a outra, como no seguro, jogo, loteria e aposta. O contrato aleatório se opõe a contrato comutativo, pois nesse último há uma “ equivalencia “. * Espécie de compra e venda aleatórias. a) “ Emptio spei “ ( Art. 458 CC ). É a compra da “ esperança “ , “ expectativas “, comprador assume o risco da existência da coisa. Ex1. Pago “ X “ ao pescador pelo resultado do lançamento da rede. Ainda que não venha nada, o preço ajustado continua devido. Ex2. Colheita de safra, ninhada de cadela. *Obs. O adquirente não deve o preço se o resultado ruim advém de culpa da outra parte, afinal. “ Alea “ não se coaduna com má-fé. b) “ Emptio rei speratae “ ( Art.459 CC ) Risco na quantidade ( maior ou menor assumido pela parte adquirente ). Logo, se não vier nada, ou se nada for produzido, o preço não será devido. c) Risco na destruição. ( art.460 CC ) A “ Area “ decorre de coisas já existentes expostas a risco de perecimento ( Ex. compra de imóvel na faixa de gaza) Ex2. Aquisição de mercadoria a ser transportada por velho navio, pequeno e sem manutenção regular. Em razão do risco ínsito à contratação pode ser obtido melhor preço, mas se a coisa perecer antes da entrega, o preço ajustado ainda assim será devido. Obs. Final Descabida a argüição de lesão. ( Art. 157 CC ) nos contratos aleatórios. Neles “ a sorte está lançada “.
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