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resumo de obrigações para a p2- segunda prova

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Monitoria de Obrigações: Resumo para a p2- Paula Paiva
Cessão de Crédito
É negócio jurídico bilateral, pelo qual o credor transfere a outrem seus direitos na relação obrigacional.
Personagens na Cessão de Crédito
O terceiro, a quem o credor transfere sua posição na relação obrigacional, independentemente da anuência do devedor, é estranho ao negócio original. Denomina-se cessionário;
O credor que transfere seus direitos denomina-se cedente;
O outro personagem, devedor ou cedido, não participa necessariamente da cessão, que pode ser realizada sem a sua anuência. Deve ser, no entanto, dela comunicado, para que possa solver a obrigação ao legítimo detentor do crédito. Só para esse fim se lhe comunica a cessão, uma vez que sua anuência ou intervenção é dispensável.
Objeto da Cessão de Crédito
Em regra, todos os créditos podem ser objeto de cessão, constem de título ou não, vencidos ou por vencer, salvo se a isso se opuser “a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor” (art. 286). A cessão pode ser total ou parcial e abrange todos os acessórios do crédito, como os juros e os direitos de garantia.
Formas da Cessão de Crédito
A cessão não exige forma especial, para valer entre as partes, salvo se tiver por objeto direitos em que a escritura pública seja da substância do ato. Para valer contra terceiros o art. 288 do CC exige “instrumento público, ou instrumento particular revestido das solenidades do § 1º do art. 654”. A cessão de títulos de crédito é feita mediante endosso.
Notificação do devedor
A cessão de crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita (art. 290). O devedor ficará desobrigado se, antes de ter conhecimento da cessão, pagar ao credor primitivo (art. 292). Mas não se desobrigará se a este pagar depois de cientificado da cessão. Se a obrigação for solidária, devem ser notificados todos os co-devedores. Sendo incapaz o devedor, far-se-á a notificação ao seu representante legal. A notificação do devedor, expressamente exigida, é medida destinada a preservá-lo, evitando assim que cumpra a obrigação para com a pessoa errada.
Responsabilidade do cedente
A responsabilidade imposta ao cedente pelo art. 295 diz respeito somente à existência do crédito ao tempo da cessão. Não se refere à solvência do devedor. Por esta o cedente não responde, salvo estipulação em contrário (art. 296). Se ficar convencionado que o cedente responde pela solvência do devedor, sua responsabilidade limitar-se-á ao que recebeu do cessionário, com os respectivos juros, mais as despesas da cessão e as efetuadas com a cobrança (art. 297). Assim, podemos entender que existem as seguintes responsabilidades:
pro soluto: em que o cedente apenas garante a existência do crédito, sem responder, todavia, pela solvência do devedor;
pro solvendo: quando o cedente obriga-se a pagar se o devedor cedido for insolvente. Nesta última modalidade, portanto, o cedente assume o risco da insolvência do devedor.
Assunção de dívida
A assunção de dívida ou cessão de débito é um negócio jurídico bilateral, pelo qual o devedor, com anuência expressa do credor, transfere a um terceiro, que o substitui, os encargos obrigacionais, de modo que este assume sua posição na relação obrigacional, responsabilizando-se pela dívida, que subsiste com os seus acessórios. O principal efeito da assunção de dívida é a substituição do devedor na relação obrigacional, que permanece a mesma. Há modificação apenas no polo passivo, com liberação, em regra, do devedor originário.
Concordância expressa do credor
Na Assunção de dívida é exigida a concordância do credor para efetivação do negócio. Esse requisito a distingue, de modo significativo, da cessão de crédito, em que a anuência do devedor é dispensável. Devemos entender que a pessoa do devedor é de suma importância para o credor, podendo não lhe convir a substituição de devedor solvente por outra pessoa com menos possibilidade de cumprir a prestação.
Pagamento
A extinção das obrigações dá-se, em regra, pelo seu cumprimento, que o Código Civil denomina pagamento. Pagamento significa, pois, cumprimento ou adimplemento da obrigação, e nem sempre é feita por dinheiro, já que existem as obrigação dar, fazer e não fazer. Assim, paga a obrigação o escultor que entrega a estátua que lhe havia sido encomendada, bem como o pintor que realiza o trabalho solicitado pelo cliente, por exemplo.
Pagamento sem pagamento
O pagamento resulta na liberação do indivíduo para com a obrigação que tem com o credor, entretanto, em alguns casos essa liberação é feita sem o pagamento. É o caso, por exemplo, de impossibilidade de execução sem culpa do devedor, do advento do termo, da prescrição, da nulidade ou anulação, da novação ou da compensação.
Validade do pagamento
Para que o pagamento produza seu principal efeito, que é o de extinguir a obrigação, devem estar presentes seus requisitos essenciais de validade, que são: a) a existência de um vínculo obrigacional; b) a intenção de solvê-lo (animus solvendi); c) o cumprimento da prestação; d) a pessoa que efetua o pagamento (solvens); e) a pessoa que o recebe (accipiens).
Inadimplemento
Considera-se inadimplente o devedor que não efetua o pagamento no tempo certo (quando deveria cumprir), no lugar (onde deveria cumprir) e do do modo certo (como deveria cumprir).
O pagamento tem os seguintes personagens
Devedor: é aquele que ocupa a posição de solvens e necessita pagar determinada obrigação assumida com o credor, ou accipiens;
Terceiro interessado: é aquele que tem interesse jurídico no cumprimento da obrigação, visto que de alguma forma seu patrimônio será afetado. Exemplo: fiadores;
Terceiro não interessado: não tem interesse jurídico no pagamento, mas o não cumprimento lhe afeta de alguma forma. É o caso dos familiares.
Pagamento feito por terceiros
O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor (CC, art. 305). E, se efetuar o pagamento antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no vencimento (parágrafo único). A garantia do reembolso não é estendida ao terceiro que paga a dívida em nome do devedor, já que tal pagamento é interpretado pelo Direito Civil como doação. Os terceiros não interessados podem até mesmo consignar o pagamento, em caso de recusa do credor em receber, desde que, porém, o façam “em nome e à conta do devedor”, agindo, assim, como seu representante. Todavia, o devedor pode opor-se ao pagamento de sua dívida por terceiro não interessado, e assim poderá o credor, cientificado da oposição do devedor, alegar justo motivo para não receber.
A quem se deve pagar
É natural que a prestação deva ser ao credor ou a quem o represente. Todavia, é credor não somente aquele em cujo favor se constitui originariamente o crédito mas também o herdeiro, na proporção de sua quota hereditária, o legatário, o cessionário e o sub-rogado nos direitos creditórios.
Representantes do credor
legal: é o que decorre da lei, como os pais, tutores e curadores, respectivamente representantes legais dos filhos menores, dos tutelados e dos curatelados;
judicial: é o nomeado pelo juiz, como o inventariante, o síndico da falência e o administrador da empresa penhorada;
convencional: é o que recebe mandato outorgado pelo credor, com poderes especiais para receber e dar quitação.
Validade do pagamento
O pagamento deve ser feito, como foi dito, ao verdadeiro credor, ao seu sucessor inter vivos ou causa mortis ou a quem de direito os represente, sob pena de não valer. Se o pagamento não seguir esses critérios, não ficará o devedor desobrigado, e correrá o risco de pagar novamente. Se for feito o pagamento a quem não deveria, em alguns casos, mesmo assim a lei considera o pagamento válido, desde que for ratificado pelo credor, ou seja, se este confirmar o recebimentopor via do terceiro ou, ainda, se o pagamento reverter-se em seu proveito.
Credor putativo
Credor putativo é aquele que se apresenta aos olhos de todos como o verdadeiro credor, mas não é.
Recebe tal denominação, portanto, quem aparenta ser credor, como é o caso do herdeiro aparente, quando uma pessoa falece que acredita ser seus sobrinhos os herdeiros, descobrindo-se, posteriormente a existência de filhos. O pagamento a ele feito de boa-fé é válido. Ao verdadeiro
credor, que não recebeu o pagamento, resta somente voltar-se contra o accipiens, isto é, contra o credor putativo, que recebeu indevidamente, embora também de boa-fé, pois o solvens nada mais deve.
Objeto do pagamento
O objeto do pagamento é a prestação. O devedor não estará obrigado a dar qualquer coisa distinta da que constitui o conteúdo da prestação e não poderá liberar-se cumprindo uma prestação de conteúdo diverso, ainda que mais valiosa, a não ser no caso de Dação do pagamento.
Prova do pagamento
Ao realizar a prestação devida, o devedor tem o direito de exigir do credor a quitação da dívida. Esta é a prova do pagamento. A quitação é a declaração unilateral escrita, emitida pelo credor, de que a prestação foi efetuada e o devedor fica liberado, a que vulgarmente se dá o nome de recibo. A quitação, em regra, não se presume, por esse motivo deve ser comprovada. Entretanto há três exceções em que se presume a quitação: a) quando a dívida é representada por título de crédito, que se encontra na posse do devedor; b) quando o pagamento é feito em quotas sucessivas, existindo quitação da última; e c) quando há quitação do capital, sem reserva dos juros, que se presumem pagos.
Lugar do pagamento
As partes podem, ao celebrar o contrato, escolher livremente o local em que a obrigação deverá ser cumprida. Se não o fizerem, nem a lei, ou se o contrário não dispuserem as circunstâncias nem a natureza da obrigação, efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor. Tal procedimento tem o nome de dívida quesível, devendo o credor buscar ou procurar o pagamento no domicílio do devedor, podendo o devedor renunciar a este benefício, efetuando o pagamento no domicílio do credor. Já quando se estipula como local do cumprimento da obrigação o domicílio do credor, diz-se que a dívida é portável, pois o devedor deve levar e oferecer o pagamento nesse local. Para serem portáveis, é necessário que o contrato expressamente consigne o domicílio do credor como o local do pagamento. No silêncio do contrato, aplica-se o princípio geral (quesíveis).
Tempo do pagamento
Não basta saber onde a obrigação deve ser cumprida. Importa saber, também, o momento em que deve ser adimplida. Interessa tanto ao credor como ao devedor conhecer o instante exato do pagamento. As obrigações puras, com estipulação de data para o pagamento, devem ser solvidas nessa ocasião, sob pena de inadimplemento e constituição do devedor em mora de pleno direito, salvo se houver antecipação do pagamento por conveniência do devedor ou em virtude de lei. Caso não tenha sido ajustada época para o pagamento, o credor pode exigi-lo imediatamente, salvo disposição especial do CC. Nos contratos, o prazo se presume estabelecido em favor do devedor. Não pode, por exemplo, o comprador de uma mercadoria, que fixa o prazo de noventa dias para recebê-la porque, nesse período, estará construindo um armazém para guardá-la, ser obrigado a aceitar entrega antecipada, pois o prazo foi instituído em seu favor e o recebimento antecipado lhe seria sumamente gravoso.
Pagamento em consignação
O pagamento em consignação consiste no depósito, pelo devedor, da coisa devida, com o objetivo de liberar-se da obrigação. O sujeito passivo da obrigação tem não apenas o dever de pagar mas também o direito de pagar. Se não for possível realizar o pagamento diretamente ao credor, em razão de recusa injustificada deste em receber ou de alguma outra circunstância, poderá valer-se da consignação em pagamento para não sofrer as consequências da mora. O modo de fazê-la, quando se trata de objeto, é previsto no diploma processual, mas se o credor, sem justa causa, recusa-se a receber o pagamento em dinheiro, poderá o devedor optar pelo depósito extrajudicial, em estabelecimento bancário oficial, onde houver, ou pelo ajuizamento da ação de consignação em pagamento.
Hipóteses do pagamento em consignação
Se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma; se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos; em caso de dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; se o objeto da prestação for motivo de disputa judicial; se o credor for incapaz, desconhecido ou for declarado ausente por sentença judicial.
Pagamento com sub-rogação
Sub-rogação é a substituição de uma pessoa ou de uma coisa por outra em uma relação jurídica. A sub-rogação pode legal ou convencional.
Sub-rogação legal
É a que decorre da lei, independentemente de declaração do credor ou do devedor. Em regra, o motivo determinante da sub-rogação, quando nem credor nem devedor se manifestam favoravelmente a ela, é o fato de o terceiro ter interesse direto na satisfação do crédito. Cite-se, como exemplo, o caso do co-devedor solidário, como o fiador ou avalista, que pode ter o seu patrimônio penhorado se o devedor principal não realizar a prestação.
Sub-rogação convencional
É a que deriva da vontade das partes. A manifestação volitiva deve ser expressa, para evitar qualquer dúvida que possa existir sobre um efeito tão importante como a transferência dos direitos do credor para a pessoa que lhe paga. Pode decorrer de avença entre credor e sub-rogado ou de ajuste entre o mesmo sub-rogado e o devedor.
Efeitos da sub-rogação
A sub-rogação produz dois efeitos:
o liberatório, por exonerar o devedor ante o credor originário;
o translativo, por transmitir ao terceiro, que satisfez o credor originário, os direitos de crédito que este desfrutava, com todos os seus acessórios, ônus e encargos, pois o sub-rogado passará a suportar todas as exceções que o sub-rogante teria de enfrentar
Sub-rogação parcial
No caso de pagamento parcial por terceiro, o crédito fica dividido em duas partes: a parte não paga, que continua a pertencer ao credor primitivo (que deverá ser paga), e a parte paga, que se transfere ao sub-rogado. A sub-rogação parcial ocorre quando o patrimônio do devedor é insuficiente para responder pela integralidade do débito.
Imputação do pagamento
A imputação do pagamento consiste na indicação ou determinação da dívida a ser quitada quando uma pessoa se encontra obrigada, por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor e efetua pagamento não suficiente para saldar todas eles. Assim, por exemplo, se três dívidas são, respectivamente, de cinquenta, cem e duzentos mil reais, e o devedor remete cinquenta reais ao credor, a imputação poderá ser feita em qualquer delas, se este concordar com o recebimento parcelado da segunda ou da terceira. Caso contrário, será considerada integralmente quitada a primeira dívida.
Requisitos da imputação do pagamento
Pluralidade de débitos — trata-se de requisito básico, que integra o próprio conceito de imputação do pagamento, a qual seria incogitável se houvesse apenas um débito. Portanto, deve haver mais de um débito.
Identidade de partes — as diversas relações obrigacionais devem vincular o mesmo devedor a um mesmo credor, uma vez que o art. 352 do Código Civil cuida da hipótese de pessoa obrigada, por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor. Pode haver, todavia, pluralidade de pessoas, no polo ativo ou passivo, como nos casos de solidariedade ativa ou passiva.
Igual natureza das dívidas — o mencionado art. 352 do Código Civil exige, para a imputação do pagamento, que os débitos sejam da mesma natureza, ou seja, devem ter por objeto coisas fungíveis de idêntica espécie e qualidade. Se uma das dívidas for de dinheiro e a outra consistir na entrega de algumbem, havendo o pagamento de certa quantia, não haverá necessidade de imputação do pagamento.
Possibilidade de o pagamento resgatar mais de um débito — é necessário, para que se possa falar em imputação do pagamento, que a importância entregue ao credor seja suficiente para resgatar mais de um débito, e não todos. Se este oferece numerário capaz de quitar apenas a dívida menor, não lhe é dado imputá-la em outra, pois, do contrário, estar-se-ia constrangendo o credor a receber pagamento parcial, a despeito da proibição constante do art. 314 do estatuto civil. E, neste caso, não há que se cogitar da questão da imputação do pagamento.
Espécies de imputação
Por indicação do devedor: a pessoa obrigada tem o direito de escolher qual débito deseja saldar.
Por manifestação de vontade do credor: A imputação por vontade ou indicação do credor ocorre quando o devedor não declara qual das dívidas quer pagar. O direito é exercido na própria quitação. Desse modo, se o devedor aceita a quitação na qual o credor declara que recebeu o pagamento por conta de determinado débito, dentre os vários existentes, sem formular nenhuma objeção, e não havendo dolo ou violência deste, reputa-se válida a imputação.
Imputação legal: Dá-se a imputação em virtude de lei ou por determinação legal se o devedor não fizer a indicação do art. 352 e a quitação for omissa quanto à imputação. O credor que não fez a imputação no momento de fornecer a quitação não poderá fazê-lo posteriormente, verificando-se, então, a imputação legal. Os critérios desta são os seguintes: havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos; entre dívidas vencidas e não vencidas, a imputação far-se-á nas primeiras; se algumas forem líquidas e outras ilíquidas, a preferência recairá sobre as primeiras, segundo a ordem de seu vencimento e se todas forem líquidas e vencidas ao mesmo tempo, considerar-se-á paga a mais onerosa (aquela que tem maior custo de manutenção), conforme estatui o mesmo dispositivo legal.
Dação em pagamento
A dação em pagamento é um acordo de vontades entre credor e devedor, por meio do qual o primeiro concorda em receber do segundo, para exonerá-lo da dívida, prestação diversa da que lhe é devida.
Requisitos para a dação em pagamento
Existência de um débito vencido;
animus solvendi (vontade de se criar uma nova obrigação);
diversidade do objeto oferecido, em relação ao devido;
consentimento do credor na substituição.
Novação
É a criação de obrigação nova, para extinguir uma anterior. É a substituição de uma dívida por outra, extinguindo-se a primeira. Ocorre, por exemplo, quando o pai, para ajudar o filho, procura o credor deste e lhe propõe substituir o devedor, emitindo novo título de crédito. Se o credor concordar, emitido o novo título e inutilizado o assinado pelo filho, ficará extinta a primitiva dívida, substituída pela do pai. São requisitos da novação: a existência de obrigação anterior, a constituição de nova obrigação e a intenção de inovar (animus novandi).
Espécies de novação
Há três espécies de novação: a objetiva, a subjetiva e a mista.
Novação objetiva
É quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior. Ocorre, por exemplo, quando o devedor, não estando em condições de saldar dívida em dinheiro, propõe ao credor, que aceita, a substituição da obrigação por prestação de serviços.
Novação subjetiva
É quando se dá a substituição dos sujeitos da relação jurídica. Pode ocorrer por substituição do devedor (quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor) ou por substituição do credor (quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o devedor quite com este).
Novação mista
Decorre da fusão das duas primeiras espécies e se configura quando ocorre, ao mesmo tempo, mudança do objeto da prestação e dos sujeitos da relação jurídica obrigacional. Por exemplo: o pai assume dívida em dinheiro do filho (mudança de devedor), mas com a condição de pagá-la mediante a prestação de determinado serviço (mudança de objeto).
Efeitos da Novação
O principal efeito da novação consiste na extinção da primitiva obrigação, a qual é substituída por outra, constituída exatamente para provocar a referida extinção. Não há falar em novação quando a dívida continua a mesma e modificação alguma se verifica nas pessoas dos contratantes. A novação também gera como efeitos a exoneração do devedor (já que um outro assumiu a obrigação), exoneração dos devedores solidários que não participaram da novação (já que só continuarão obrigados se participarem da novação) e exoneração dos fiadores(já que a fiança só permanecerá se o fiador, de forma expressa, assentir com a nova situação).
Compensação
É meio de extinção de obrigações entre pessoas que são, ao mesmo tempo, credor e devedor uma da outra. Acarreta a extinção de duas obrigações cujos credores são, simultaneamente, devedores um do outro. A compensação visa eliminar a circulação inútil da moeda, evitando duplo pagamento. Se, por exemplo, José é credor de João da importância de R$ 100.000,00 e este se torna credor do primeiro de igual quantia, as duas dívidas extinguem-se automaticamente, dispensando o duplo pagamento. Neste caso, temos a compensação total. Se, no entanto, João se torna credor de apenas R$ 50.000,00, ocorre a compensação parcial.
Requisitos da compensação
Reciprocidade dos créditos: a existência de obrigações e créditos deve ser recíprocas, isto é, entre as mesmas partes, visto que a compensação provoca a extinção de obrigações pelo encontro de direitos opostos.
Liquidez das dívidas: somente se compensam dívidas cujo valor seja certo e determinado, expresso por uma cifra.
Exigibilidade das prestações: necessário que as dívidas estejam vencidas, pois somente assim as prestações podem ser exigidas. É indispensável, para que o devedor logre se liberar da obrigação por meio da compensação, que possa impor ao credor a realização coativa do contra crédito.
Fungibilidade dos débitos: igualmente necessário que as prestações sejam fungíveis, da mesma natureza. Não basta que as obrigações tenham por objeto coisas fungíveis (dinheiro, café, milho etc.). Faz-se necessário que
Sejam fungíveis entre si, isto é, homogêneas. Assim, dívida em dinheiro só se compensa com outra dívida em dinheiro, bem como dívida consistente em entregar sacas de café só se compensa com outra dívida cujo objeto também seja a entrega de sacas de café. Não se admite a compensação de dívida em dinheiro com dívida em café.
Espécies de Compensação
A compensação pode ser legal (quando decorre da lei, independente da vontade das partes); judicial (determinada pelo juiz, nos casos em que se acham presentes os pressupostos legais) e convencional (resulta de um acordo de vontades, incidindo em hipóteses que não se enquadram nas de compensação legal).
Confusão
A obrigação pressupõe a existência de dois sujeitos: o ativo e o passivo. Credor e devedor devem ser pessoas diferentes. Se essas duas qualidades, por alguma circunstância, encontrarem-se em uma só pessoa, extingue-se a obrigação, porque ninguém pode ser juridicamente obrigado para consigo mesmo ou propor demanda contra si próprio. Logo, portanto, que se reúnam na mesma pessoa as qualidades de credor e devedor, dá-se a confusão e a obrigação se extingue.
Diferenças entre Confusão e Compensação
Na confusão reúnem-se numa só pessoa as duas qualidades, de credor e devedor, ocasionando a extinção da obrigação. Na compensação há dualidade de sujeitos, com créditos e débitos opostos, que se extinguem reciprocamente até onde se defrontarem. Na realidade, a confusão é mais frequente nas heranças. O caso mais comum é o do filho que deve ao pai e é sucessor deste. Morto o credor, o crédito transfere-se ao filho, que é exatamente o devedor.
Remissão
Remissão é a liberalidade efetuada pelo credor, consistente em exonerar o devedor do cumprimento da obrigação. Trata-se do perdão da dívida. A motivação desseperdão é irrelevante para o direito, mas a aceitação do devedor é fundamental para o seu aperfeiçoamento. A remissão pode ser total ou parcial, e gera os mesmos efeitos do pagamento, mas terceiros não podem ser prejudicados.

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