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Processo Civil

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PONTO 2 – AÇÃO: CONCEITO, TEORIAS DA AÇÃO, ELEMENTOS DA AÇÃO:
CONCEITO:
Ação significa o direito que cada pessoa (natural ou jurídica) tem de obter uma resposta do Poder Judiciário.
Ação em sentido amplo ou em nível constitucional significa o direito que qualquer pessoa tem de obter uma resposta do Poder Judiciário, seja ela qual for. É um direito incondicionado.
Nessa toada, podemos dizer que o direito de ação é um direito garantido constitucionalmente e por isso nada impede seu exercício.
A ação, contudo, é diversa de processo.
Processo é o meio pelo qual irá se acionar o Poder Judiciário (instituto que veremos mais a frente).
BASE LEGAL:
Constituição: Art. 5º, inc. XXXV (Princípio da inafastabilidade da jurisdição);
Código de Processo Civil: Art. 3º
Ações Penais: Art. 100 do Código Penal e art. 24 e s/s do Código de Processo Penal.
CARACTERÍSTICAS:
1) DIREITO SUBJETIVO: O titular do direito (ou quem tenha respaldo jurídico para pleitear em nome próprio direito alheio – legitimidade extraordinária) pode exigir do Estado-Juiz a prestação jurisdicional;
2) DIREITO AUTÔNOMO E ABSTRATO: Não se confunde com o direito material que se pretende tutelar. Mesmo que o autor da ação não obtenha o provimento jurisdicional desejado, ainda assim, pode-se dizer que ele exerceu o direito de pedir o Estado-Juiz que se manifeste a respeito;
3) DIREITO PÚBLICO: A prestação jurisdicional é uma atividade pública, indisponível, do Estado. Independentemente do objeto do litígio, o direito de pedir ao Estado que solucione a lide é público, porquanto, envolver um interesse social, a solução pacífica dos conflitos, mediante a interferência do Poder Estatal.
Assim, a ação é um direito autônomo, subjetivo e público de invocar o Poder Judiciário para que ele lhe diga o direito no caso concreto.
TEORIA DA AÇÃO
TEORIA IMANENTISTA (CIVILISTA) – (teoria de Savigny)
A mencionada teoria classificava a ação como sendo uma extensão do Direito Civil, ou seja, direito de pedir em juízo o que nos é devido (ius quod sibi debeatur in iudicio persequendi).
Oportuno salientar, que durante muitos séculos, prevaleceu a idéia de que ação e processo eram simples capítulos do direito substancial, não se distinguiu ação do direito subjetivo material.
Destarte, pela escola denominada clássica ou imanentista (ou, ainda, civilista), a ação seria uma qualidade de todo direito ou o próprio direito reagindo a uma violação.
TEORIA DO DIREITO AUTÔNOMO DA AÇÃO:
Com a evolução dos tempos surgiram várias teorias que se fundavam na autonomia do direito de ação, estabelecendo uma conclusão de que ação é um direito autônomo, porquanto, independe do direito material.
Tal teoria afastou o conceito civilista e colocou a ação como um direito distinto de qualquer outro direito subjetivo.
Formaram-se duas correntes doutrinas sobre o direito de ação, a saber:
a) Teoria da ação como Direito Autônomo Absoluto: (a que o considerava a ação como um direito autônomo e concreto), ou seja, a ação um direito autônomo, n縊 pressupondo necessariamente o direito subjetivo material violado ou ameaçado, como demonstram as ações meramente declaratórias (em que o autor pode pretender uma simples declaratória de existência/inexistência de uma relação jurídica ou autenticidade/falsidade de documento art. 4コ do CPC).
b) Teoria da Ação como Direito Autônomo Relativo: (classificava a ação como direito autônomo e abstrato), isto embora a ação independa de um direito subjetivo violado, depende, todavia, de certos pressupostos e de certas condições, que em linhas gerais, a ligam indiretamente ao Direito Civil ou a algum outro direito material subjacente, sendo portanto a autonomia relativa e n縊 absoluta.
TEORIA ECLÉTICA DA AÇÃO: (Liebman)
Trata-se da teoria adotada pelo ordenamento jurídico brasileiro.
Tal teoria diz que haverá ação sempre que houver uma resposta de mérito proferida pelo Juiz, ou seja, sempre que o pedido for julgado procedente ou improcedente, o direito da ação em sentido estrito será exercido, ou seja, estando ou não ligado ao direito material, ou seja, o direito de ação não está condicionado à procedência do pedido.
ELEMENTOS DA AÇÃO:
Para que o direito de ação exista, devem existir também certos indicadores, ou seja, identifica-se por três elementos bem precisos. Senão vejamos:
PARTES: (sujeitos da ação/processo), em linhas gerais, AUTOR e RÉU.
AUTOR: aquela pessoa (natural ou jurídica) que deduz uma pretensão em juízo, isto é, aquele que formula o pedido;
RÉU: pessoa contra quem se pretende que seja dirigida a sentença (que é a decisão proferida pelo Estado através do Juiz).
CAUSA DE PEDIR: são os fatos e fundamentos jurídicos da ação.A causa de pedir subdivide-se em: causa de pedir remota e causa de pedir próxima, vejamos:
a) causa de pedir remota: (os fatos) - deve descrever os fatos que tem relevância para a causa. Cada fato uma nova causa de pedir;
b) causa de pedir próxima: (os fundamentos) - são as conseqüências jurídicas provocadas por aqueles fatos (ex. na ação de indenização o fundamento é a proibição de não causar dano a outrem – art. 186, 927 do CC).
PEDIDO: (objeto da ação) é o que a pessoa pretende ao ajuizar uma ação. Da narração dos fatos deve-se concluir o pedido.
O pedido divide-se em: a) imediato; e, b) mediato, vejamos:
a) IMEDIATO: é o provimento jurisdicional pedido (ex. a condenação, declaração ou constituição de alguma coisa); e,
b) MEDIATO: é o bem da vida pedido (ex. o valor de uma indenização por danos)
OBS.: Importa frisar, que proposta a ação, até a citação do réu é possível alterar livremente o pedido e a causa de pedir.
Todavia, depois da citação até o despacho saneador (art. 331 do CPC) é possível alterar desde que tenha anuência do réu.
Após o saneamento não se admite mais qualquer alteração.
Caso o réu seja citado e se torna revel (art. 319/322 do CPC), o autor poderá mudar a causa de pedir e o pedido sem o seu consentimento, desde que ele seja citado novamente.
PONTO 3 - CONDIÇÕES DA AÇÃO:
Para que o direito de ação seja exercido, é necessário o preenchimento de certas condições.
Estas são chamadas de condições da ação e devem estar presentes desde o momento da propositura da ação.
Oportuno mencionar que as condições da ação são de ordem pública, podendo ser conhecidas de ofício pelo Juiz, (art. 267, § 3º do Código de Processo Civil).São elas: possibilidade jurídica do pedido, interesse de agir e legitimidade da parte para a causa, (art. 3º do CPC da seguinte forma: "Para propor ou contestar ação é necessário ter interesse e legitimidade").
Apesar do art. 3º do CPC não dispor expressamente sobre a possibilidade jurídica do pedido, a citada condição é incluída no rol do art. 267, VI, do CPC.
Tendo em vista que o Poder Judiciário não é órgão de consulta e sim de composição de conflitos, para que o mérito da ação seja julgado, ou seja, para que o juiz resolva o conflito de interesses a ele apresentado, estas condições devem necessariamente estar presentes. Quando ausentes, o titular do direito de ação torna-se carecedor de ação.
I – LEGITIMIDADE PARA A CAUSA (legitimidade da parte para a causa, legitimidade ad causam): Nos moldes do art. 3º para que o juiz aprecie o conflito de interesses, aqueles que estão litigando devem ser os titulares da pretensão deduzida em juízo. É uma questão de titularidade.
Assim, podemos dizer que são partes legítimas aquelas que têm, pela natureza da questão a ser dirimida, o direito de pedir, quanto ao autor (legitimidade ativa), e direito ou dever de atender ao pedido, quando réu (legitimidade passiva).Destarte, a ação deve ser, em regra, proposta e resistida por quem tem legitimidade.
Por exemplo: na ação de indenização aquele que sofreu o dano como autor e aquele que causou o dano como réu; na ação de despejo o proprietário como autor e o inquilino como réu (não se pode propor ação de despejo contra os fiadores, estes só respondem pela garantia dos pagamentos) etc.Nesta toada, constata-se que a qualidade da parte encontra-se relacionada com a titularidadeda pretensão deduzida em juízo ou com a permissão extraordinária para litigar em nome próprio na defesa de direito alheio.
LEGITIMIDADE ATIVA
Só poderá propor uma ação quem for parte legítima. Esta condição é derivada do art. 6.º do Código de Processo Civil, que dispõe que ninguém poderá ir a juízo para defender direito alheio, salvo quando autorizado por lei. Somente quem alega ser titular de um direito poderá ir a juízo defendê-lo.
Espécies de legitimação:
a) LEGITIMAÇÃO ORDINÁRIA: é a legitimação normal, porquanto há uma correspondência da titularidade na relação de direito material e na de direito processual, ou seja, a pessoa vai a juízo defender direito próprio.b) LEGITIMAÇÃO EXTRAORDINÁRIA: (substituição processual), em que alguém pleiteia em nome próprio direito alheio.
O Ministério Público, por exemplo, é legitimado extraordinariamente para atuar em investigação de paternidade. Importa lembrar que é necessária a determinação do sujeito que por outrem será defendido. A legitimidade extraordinária por sua vez é subdividida em: a) CONCORRENTE: em que concorrem para o exercício da ação tanto o legitimado ordinário quanto o extraordinário) SUBSIDIÁRIA: a lei estabelece quem é o legitimado o ordinário, se ele no lapso de tempo determinado na lei não exerce seu direito de ação, o extraordinário pode exercê-lo) EXCLUSIVA: só o legitimado extraordinário previsto na lei como tal pode exercer o direito de ação.
LEGITIMIDADE PASSIVA
A legitimidade passiva refere-se à aquele que suporta os efeitos da ação e contra quem é pleiteado o pedido. Em um processo de despejo será legitimado passivo o inquilino pois é contra ele que o senhorio - parte legítima - irá ajuizar a ação.
II – INTERESSE DE AGIR (interesse processual): Trata-se da observação do binômio: necessidade e adequação, ou seja, só haverá o interesse de agir quando houver a necessidade de ingressar com uma ação para conseguir o que se deseja e quando houver adequação da ação (ação própria para o pedido).
Assim, podemos dizer que o interesse de agir caracteriza-se pela demonstração de que é necessário ingressar em juízo para obter a sua pretensão. Em outras palavras, deve fica demonstrado: 1) a necessidade de se ajuizar uma ação; e, 2) a adequação desta ao ordenamento jurídico e a utilidade da via judicial para a solução do conflito de interesses. Se ninguém obsta a realização de um direito não há razão para buscar a prestação jurisdicional (decisão judicial). Exemplo: se o pai paga alimentos para o filho, não há que se falar em ação de alimentos, mas, eventualmente, ação de revisão de alimentos, se estes se encontram defasados e o pai não se dispõe a atualizados.
III – POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO: A possibilidade jurídica do pedido é a previsão legal que autoriza a exigência do cumprimento de um pedido. Por exemplo: a lei veda a cobrança de dívida de jogo, portanto, este pedido no ordenamento jurídico brasileiro é juridicamente impossível. Quando a lei for omissa sobre um assunto, pode-se praticar o ato que a lei não proíbe (art. 5º, inc. II da CF. “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei), no entanto deve-se observar a moral e os bons costumes (ex.: a prostituição não é proibida em lei, no entanto, embora não haja ofensa direta à lei, há ofensa à moral e aos bons costumes; então qualquer dívida oriunda da prática da prostituição terá o pedido juridicamente impossível).
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES SOBRE AS CONDIÇÕES DA AÇÃO:
Existem algumas observações que incidem sobre as condições da ação. São elas:
1)As condições da ação são questões de ordem pública e por este motivo podem ser conhecidas de ofício pelo juiz (independente de provocação da parte) em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, conforme inteligência do art. 267, § 3º, do CPC.
Em regra as condições da ação não estão sujeitas à preclusão (perda da possibilidade processual de praticar um ato). Por isso, se a parte não levantou o problema anteriormente, pode levantá-lo a posteriore até o julgamento do Tribunal, entretanto, o réu que a não alegar, na primeira oportunidade em que Ihe caiba falar nos autos, responderá pelas custas de retardamento, parte final do art. 267, § 3º, do CPC.
2) A ausência de quaisquer das condições da ação conduz à extinção do processo sem julgamento do mérito. Ocorre neste caso a carência de ação.Com a carência da ação, o juiz não chega a julgar o mérito, apenas extingue o processo com base no Art. 267, VI do CPC. Assim dispõe este dispositivo:Vale lembrar que o juiz não pode negar-se a examinar o pedido (art. 126 do CPC), seja este qual for. O juiz deve dar obrigatoriamente a prestação jurisdicional com uma decisão que pode ser com resolução do mérito (baseado no art. 269 e incs. do CPC) ou sem resolução do mérito ( baseado no art. 267 e incs. do CPC).
3) Momento aferição das condições da ação:Antes de julgar o mérito o juiz faz um juízo de admissibilidade para saber se as condições da ação estão presentes e então, impulsionar o processo. O juízo de admissibilidade é abstrato, mas parte da relação de direito material, nesse caso a petição inicial será indeferida nos moldes do art. 295 e o processo será extinto com fulcro no art. 267, inc. I, ambos do CPC.
Ocorrendo a carência da ação após o juízo de admissibilidade o processo será extinto nos moldes do art. 267, inc. VI do CPC.
PONTO 4 - AÇÃO: CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES (AÇÃO DE CONHECIMENTO, EXECUTIVA, CAUTELAR, MANDAMENTAIS E EXECUTIVAS LATU SENSU):
CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES
Quando se ingressa em juízo, busca-se um provimento jurisdicional de conhecimento, executivo ou cautelar:
AÇÕES:
AÇÃO DE CONHECIMENTO: (trata-se de pretensão resistida, ou seja, pedido do autor que pretende o reconhecimento de um direito, resistido pelo réu).
Toda tutela (proteção) que demanda uma decisão pressupõe um processo de conhecimento.
No processo de conhecimento as sentenças, decisões interlocutórias e despachos são atos do juiz (art. 162 do CPC).
Assim, a ação de conhecimento provoca a tutela estatal (proteção de ameaça o lesão de direito) através de um processo regular de conhecimento, isto é, um processo amplo que possibilite uma decisão justa.
Destarte, em linhas gerais, o processo de conhecimento é o meio pelo qual o magistrado toma conhecimento do conflito de interesses entre as partes, sendo certo que o processo inicia-se através de uma AÇÃO, que em linhas gerais denominamos PETIÇÃO INICIAL (art. 282/283 do CPC), ato exclusivo do AUTOR, tendo como ato sucessivo aCONTESTAÇÃO (art. 300 e s/s do CPC), ou seja, defesa do réu, RÉPLICA, CONJUNTO PROBATÓRIO,ASSISTÊNCIA TÉCNICA, PERICIAS, etc.
Ou seja, ações de conhecimento desenvolvem mediante um processo amplo que visualizar concluir quem de fato é detentor do direito controvertido, ou seja, o AUTOR (pólo ativo, quem deduz a pretensão) ou o RÉU (pólo passivo, quem resiste à pretensão o quem suporta os efeitos do pedido).
Para fins didáticos as ações de conhecimento dividem-se em três modalidades, a saber:
a) AÇÃO DE CONHECIMENTO MERAMENTE DECLARATÓRIA;
b) AÇÃO DE CONHECIMENTO CONSTITUTIVA; e,
c) AÇÃO DE CONHECIMENTO CONDENATÓRIA.
Vejamos:
AÇÃO DE CONHECIMENTO MERAMENTE DECLARATÓRIA: quando o conflito entre as partes esta na incerteza da relação jurídica, que a ação visa desfazer, tornando certo o que é incerto. (não precisa ser judicialmente, caso as partes estejas de acordo pode ser feita via cartório de forma muito mais simples) Pode também envolver um fato juridicamente relevante, a autenticidade ou não de determinado documento, nos termos do art. 4º do CPC:
Art. 4o  O interesse do autor pode limitar-se à declaração:
I - da existência ou da inexistência de relação jurídica;
II - da autenticidade ou falsidade de documento.
Parágrafo único.  É admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito.
AÇÃO CONSTITUTIVA: além de uma declaração, visam criar, modificar ou extinguir uma relação jurídica anterior, criando uma situação nova.
Ou seja, neste tipo de açãohá a criação, modificação ou extinção de uma relação ou situação jurídica. Ex. Rescisão de contrato (declara que esta inadimplente e rescinde o contrato) Anulatória de Negocio Jurídico (declaração de inaptidão e anulação do contrato), Divórcio (declaração e impossibilidade e descabimento da relação de vida comum). Diferente da ação meramente declaratória, esta declara e modifica.
AÇÃO CONDENATÓRIA: visam uma condenação do Réu, a aplicação de uma regra sancionadora, isto é, que aplique ao réu uma pena, em que incorre por desobediência ao imperativo legal.
Oportuno mencionar que sanções são medidas estabelecidas no Direito Material como consequência pela desobediência.
A condenação corresponde a impor ao réu uma obrigação de dar, fazer ou não fazer.
Vale dizer que as ações condenatórias são providas de um comando passível de Futura Execução ou cumprimento de sentença que ocorre nos meus autos do processo.
Diante da condenação existem duas hipóteses:
Cumprimento voluntário (o juiz determina um prazo);
Cumprimento forçado (execução) se da de acordo com a natureza da ação (violência simbólica) no patrimônio (ação civil) privação da liberdade (penal).
AÇÕES EXECUTIVAS: (Trata-se de dispositivo processual que viabiliza ao credor a satisfação de um crédito não cumprido espontaneamente, isto é, as ações executivas é o instrumento processual apto a exigir, concretamente, do devedor o adimplemento de um direito já reconhecido num título executivo extrajudicial, em regra, bem como por intermédio de um processo sincrético (cumprimento de sentença, ou seja, execução da sentença nos próprios autos do processo de conhecimento, ou seja, as ações executivas têm caráter satisfatório).
O pressuposto das ações executivas esta na existência da tutela executiva, que da ao credor a possibilidade de provocar a atividade jurisdicional no sentido de transformar situações de fato em realizações praticas.
Existem 2 (duas) espécies de execução, fundados em procedimentos diferenciados:
POR TÍTULO JUDICIAL: (art. 475-N do CPC):
Nos termos do art. 475-I, do CPC o processo não mais se extingue por força de uma sentença, ou seja, em decorrência da necessidade de satisfação efetiva da parte vencedora (credor/exequente) prosseguirá o processo com fulcro em dar cumprimento a decisão judicial não cumprida espontaneamente pelo vencido (devedor/executado).
O art. 475-N do Código de Processo Civil determina em quais situações os títulos são considerados títulos executivos judiciais. Vejamos:
475-N. São títulos executivos judiciais:
I – a sentença proferida no processo civil que reconheça a existência de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia;
II – a sentença penal condenatória transitada em julgado;
III – a sentença homologatória de conciliação ou de transação, ainda que inclua matéria não posta em juízo;
IV – a sentença arbitral;
V – o acordo extrajudicial, de qualquer natureza, homologado judicialmente;
VI – a sentença estrangeira, homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
VII – o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal.
Parágrafo único. Nos casos dos incisos II, IV e VI, o mandado inicial (art. 475-J) incluirá a ordem de citação do devedor, no juízo cível, para liquidação ou execução, conforme o caso.
A doutrina tem denominado tal execução como EXECUÇÃO IMEDIATA, pautada em título executivo judicial (475-N), que anteriormente ocorria por intermédio de um processo autônomo. Ou seja, agora ocorre por intermédio do cumprimento de sentença ou execução forçada nos próprios autos da ação principal (através de simples petição).
Para tal situação damos o nome de PROCESSO SINCRÉTICO (trata da fusão de dois ou mais elementos em um só. Numa seara processual, pode ser entendido como a capitulação do processo em várias fases, unificando-se todas as etapas processuais, de forma a se prestar a tutela jurisdicional com maior agilidade, simplicidade e efetividade).
POR TÍTULO EXTRAJUDICIAL (art. 585 do CPC):
É o conjunto de medidas processuais coercitivas, que tem como objeto atingir o patrimônio do devedor até satisfazer o direito, integral, do credor.
REQUISITOS: Somente será admitido o processo de execução caso o devedor não satisfaça, espontaneamente, a obrigação certa, líquida e exigível, constante num título executivo extrajudicial, ou seja, o inadimplemento do devedor e a existência de um título executivo extrajudicial.
O art. 585 do Código de Processo Civil relaciona os títulos executivos extrajudiciais. Vejamos:
Art. 585.  São títulos executivos extrajudiciais:
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; o documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas; o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública ou pelos advogados dos transatores;
III - os contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese e caução, bem como os de seguro de vida;
IV - o crédito decorrente de foro e laudêmio;
V - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio;
VI - o crédito de serventuário de justiça, de perito, de intérprete, ou de tradutor, quando as custas, emolumentos ou honorários forem aprovados por decisão judicial;        VII - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;
VIII - todos os demais títulos a que, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva.   
§ 1o  A propositura de qualquer ação relativa ao débito constante do título executivo não inibe o credor de promover-lhe a execução.
§ 2o  Não dependem de homologação pelo Supremo Tribunal Federal, para serem executados, os títulos executivos extrajudiciais, oriundos de país estrangeiro. O título, para ter eficácia executiva, há de satisfazer aos requisitos de formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e indicar o Brasil como o lugar de cumprimento da obrigação.
Assim, tratando-se de título executivo extrajudicial o processo se dará de forma autônoma.
AÇÕES CAUTELARES: (pedido de providências urgentes antes ou durante a tramitação do Processo de Conhecimento).
As ações cautelares visam a preservar a utilidade e a possibilidade da efetiva prestação da tutela jurisdicional, de modo a evitar que os provimentos judiciais se tornem declarações sem alcance prático.
Assim, podemos dizer que o processo cautelar é instrumento de outro processo (conhecimento ou executivo), denominado "processo principal“, podendo ser preparatório ou incidental.
Ou seja, é o conjunto de medidas de ordem processual destinadas a garantir o resultado final do processo de cognição (conhecimento) ou do processo de executivo.
Levando em consideração que durante o curso de um processo o bem discutido pode vir a deteriorar-se, ou antes, mesmo da existência de um processo seja necessário proteger certo bem, foi facultado ao individuo fazer uso de ações cautelares ou preventivas.
Estas ações visam providencias urgentes e provisórias e assegurar os efeitos de uma providencia principal, em perigo por eventual demora;
TEM COMO REQUISITOS INDISPENSÁVEIS:
“Fumus boni iuris” – probabilidade ou possibilidade da existência do direito invocado pelo Autor da ação cautelar e que justifica sua proteção, isto é, função do bom direito, não é imprescindível que o direito fique demonstrado ou definitivo, a mera probabilidade do direito pleiteado é suficiente.
“Periculum in mora” – probabilidade de dano a uma das partes na ação principal resultante na demora do ajuizamento, isto é, o perigo na demora em relação à decisão almejada, poderá vir tarde demais, trazendo prejuízos irreparáveis à parte.
AS CAUTELARES PODEM SER:
PREPARATÓRIAS: São aquelas demandadas antes da existênciade um processo principal.
Ou seja, quando é proposta antes da ação principal. Sendo necessário que se indique qual o objeto da demanda principal. Conhecer a lide principal é essencial para que o juiz julgue se a cautelar preparatória será concedida ou não.
Nos moldes do art. 806, as cautelares preparatórias, como regra, exigem a propositura da ação principal no prazo de 30 dias após a execução da tutela cautelar.
Somente aplica essa regra geral às cautelares restritivas de direitos, isto é, quando se causar algum gravame ao requerido.
O prazo tem como objetivo evitar que o requerente eternize a cautelar.
Esse prazo tem caráter decadencial, ou seja, não sendo proposta a ação principal, cessa a eficácia da cautelar.
INCIDENTAIS: São as cautelares propostas no decorrer do processo principal.
No caso, é irrelevante que se indique qual o objeto da demanda principal, tendo em vista que o julgador tem conhecimento prévio do mesmo, devido ao fato de já existir um processo principal.
AÇÃO PENAL:
Conceito: É o direito público subjetivo de pedir ao Estado-Juiz a aplicação do Direito Penal objetivo a um caso concreto. É também o direito público subjetivo do Estado-Administração, único titular do poder-dever de punir, de pleitear ao Estado-Juiz, por meio do MP, a aplicação do Direito Penal objetivo, com a conseqüência satisfação da pretensão punitiva, bem como do ofendido na ação penal privada.
Segundo preleciona o professor Guilherme de Souza Nucci ação penal é:
“o direito do Estado-acusação ou do ofendido de ingressar em juízo, solicitando a prestação jurisdicional, representada pela aplicação das normas de direito penal ao caso concreto. (Manual de Processo Penal, p. 164)
TIPOS DE AÇÃO PENAL:
Consoante preceitua o art. 100, caput, do Código Penal, a ação é dividida em:
AÇÃO PENAL PÚBLICA:
Que tem como espécies:
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA: É aquela cuja propositura independe da vontade do ofendido ou de quem quer que seja, estando o MP obrigado a oferecer a denúncia sem qualquer provocação se houver prova suficiente de materialidade e indícios de autoria.
Obs: Não prevendo a lei expressamente que a ação penal depende de queixa, ou representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça, é ela ação penal pública incondicionada.
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA: É aquela que só pode ser promovida mediante manifestação do ofendido ou do representante legal ou, quando a lei exigir, requisição do Ministro da Justiça, autorizando a sua propositura (art. 24 do CPP).
AÇÃO PENAL PRIVADA: O ofendido tem a faculdade de propor ou não a ação, de acordo com sua conveniência. Contrapõe-se ao princípio da obrigatoriedade, que vigora na ação penal pública.
Assim, o titular da ação penal privada – a vítima – já possuindo indícios e materialidade irá apresentar a sua petição inicial (queixa-crime) se ele desejar. Logo, fica claro que a propositura da ação penal por parte do querelante (ofendido) é mera faculdade e não uma obrigação.
São espécies da ação penal privada:
AÇÃO PENAL PRIVADA EXCLUSIVA: (doutrinariamente, também, denominada: principal; genuinamente privada; privada propriamente dita);
Titular: Ofendido (querelante) ou seu representante legal.
OBS: Consoante os termos do art. 31 do CPP, na hipótese de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação penal passará ao CADI isto é: Cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
AÇÃO PENAL PRIVADA PERSONALÍSSIMA: Somente a vítima (querelante), portanto se caso o ofendido morrer ninguém mais poderá oferecer a queixa-crime.
OBS: O único caso de ação privada personalíssima é o previsto no art. 236 do Código Penal, ou seja, o crime de induzimento a erro essencial ou ocultação de impedimento. O crime de adultério (art. 240 do CP) que também erra de processado mediante ação penal privada personalíssima foi revogado pela Lei nº 11.106/05.
AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA: É a ação penal que pode ser proposta pelo ofendido ou por seu representante legal sempre que, na ação penal pública, o MP não oferecer a denúncia dentro do prazo legal. Está prevista no art. 5º LIX, da CF.
Oportuno frisar, que essa ação só tem lugar no caso de inércia do MP, jamais em caso de arquivamento.
OBS: Deve ser proposta no prazo decadencial de seis meses, a contar do encerramento do prazo para o oferecimento da denúncia, que é de 5 (cinco) dias quando o réu estiver preso e de 15 (quinze) dias quando estiver solto, (art. 29 e 38 do CPP).
PONTO 5 - PARTES: DEVERES GERAIS DAS PARTES, DESPESAS PROCESSUAIS, SUBSTITUIÇÃO DAS PARTES:
CONCEITO:
Em sentido formal e restrito é aquele que pede, em nome de quem se pede, contra quem se pede ou em relação a quem se pede uma providência jurisdicional.
Em sentido amplo é todo aquele que se encontra num contraditório perante o juiz.
Assim, podemos concluir que as partes são:
AUTOR: que é aquele que pede tutela jurisdicional;
RÉU: aquele contra ou em face de quem se pede.
Isso em relação ao processo de conhecimento, no processo de execução, há o credor e o devedor, ou exequente e executado, já no processo cautelar, o requerente e o requerido.
PRINCÍPIOS:
DUALIDADE DE PARTES: Tendo em vista ser uma relação jurídica, a dualidade de partes se impõe não podendo se confundir na mesma parte a titularidade da pretensão (autor) e da resistência (réu). Caso ocorra a consequência é o desaparecimento da ação, uma vez que não há interesse de agir. Extingue-se o processo sem resolução do mérito, nos moldes do art. 267, inciso X do CPC.
Ex: Uma filial demande outra ou a matriz. (ocorre confusão entre os sujeitos da lide).
IGUALDADE DE PARTES: Tal princípio reflete na posição de cada parte, porquanto, há prerrogativas somente do autor e prerrogativas somente do réu.
CAPACIDADE DE SER PARTE:
Somente a norma processual poderá definir quem pode ser parte, ou seja, quem está apto a figurar como autor e réu no processo.
Consoantes os moldes do Código Civil, apenas as pessoas plenamente capazes de direitos e obrigações, tais como o homem, que a lei denomina de pessoa natural (art. 1º do CC), e as pessoas jurídicas (arts. 40/47 do CC) têm capacidade de ser parte, uma vez que segundo a lei processual, quem pode ser titular de direitos pode pleiteá-los em juízo (art. 7º do CPC), e vice-versa, quem pode ser sujeito de direito, pode também ter obrigações e, consequentemente, ser parte passiva.
Contudo, por questões de ordem prática, a lei processual (art. 12 do CPC) estende a capacidade de ser parte a determinadas universidades de bens e pessoas, muito embora não sejam dotadas de personalidade.
Ex: Massa falida; a herança jacente; o espólio; as sociedades irregulares e o condomínio, que não são pessoas, não têm personalidade, não são sujeitos de direitos e obrigações, mas a lei lhes atribui capacidade de ser parte, com atuação limitada às próprias razões que lhe informam a existência como um todo.
CAPACIDADE PROCESSUAL: É um pressuposto processual relativo às partes, equivale à capacidade de exercício pleno de direitos e deveres, nos termos da lei civil.
O direito processual civil mantém correspondência com o direito civil. Porém, o simples fato de a pessoa ser sujeito de direito não lhe atribui capacidade para estar em juízo também denominada de capacidade processual ou legitimação processual.
Consoante o art. 7º do CPC, toda pessoa que se acha no exercício de seus direitos tem capacidade de estar em juízo.
O art. 8º do CPC, preceitua que os incapazes serão representados ou assistidos por seus pais, tutores, curadores, na forma da lei civil.
Ex: Menores absolutamente incapazes: são representados;
Menores relativamente incapazes: capacidade limitada deve ser assistido;
Nascituro: (art. 2º do CC) representado por seu curador.
Deve-se observar, entretanto, que na Lei n. 9.099/95 os maiores de 18 anos possuem capacidade processual, fugindo à regra do processo civil. Então, poderá haver pessoa que tenha capacidade processual e não tenha capacidade de fato.CURADOR: Aquele que administra bens alheios por encargo judicial (art. 9 do CPC).
Será nomeado um curador especial quando:
Incapaz não tem representante;
Incapaz tem representante, mas a ação que ele moverá é conflitante com o interesse de seu representante (ex.: o pai quer vender para um dos seus filhos, mas possui um filho menor; não poderá representá-lo tendo em vista ter interesse);
Sempre que o réu estiver preso (em regime fechado ou semi-aberto), para que ele possa exercer plenamente seu direito de defesa. Entretanto, só será nomeado curador especial se o réu for citado e não possuir defensor;
se o réu revel for citado por edital ou com hora certa e não comparecer em juízo, visto que tem direito do contraditório e da ampla defesa.
Cabe ao curador especial apresentar contestação, trazendo elementos ou apresentando negativa geral. Poderá argüir suspeição, impedimento e incompetência. Não poderá ajuizar ações, portanto, não pode reconvir nem ajuizar ações declaratórias incidentais. A exceção é no processo de execução, tendo em vista que o meio processual de defesa são os embargos de devedor ou execução, que é uma verdadeira ação, e poderá ser proposta pelo curador especial.
Embora não haja determinação legal de que o curador deverá ser advogado, o Juiz, normalmente, nomeará um advogado, visto que, se for curador leigo, deverá contratar um advogado para auxiliá-lo. A pessoa nomeada como curador poderá declinar, não havendo obrigatoriedade de aceitar o encargo.
PESSOAS CASADAS: (art. 10 do CPC)
É cediço que as pessoas casadas possuem plena capacidade. Todavia, sofrem limitações em juízo no caso de ações reais imobiliárias e qualquer ação que tem por objeto um bem imóvel, visto que as pessoas casadas, para propor qualquer uma dessas ações, devem trazer a outorga uxória (autorização do outro cônjuge).
Essa limitação é exigida independente do regime de bens, pois o cônjuge tem o dever de proteger os bens do outro cônjuge.
DEVERES DAS PARTES:
Os deveres das partes e dos procuradores estão determinados nos arts. 14 e 15 do CPC.
É sabido por todos, que como sujeitos parciais da relação processual, cabem às partes vários deveres, ônus e obrigações e, caso haja o descumprimento de tais deveres os responsáveis pelo ilícito serão responsabilizados nos termos dos arts. 16/19 do CPC.
DESPESAS PROCESSUAIS: É o dever de pagamento das despesas processuais, quais sejam, taxas, emolumentos, custas, despesas de publicação, indenizações e honorários de advogado e perito, salvo as disposições concernentes à justiça gratuita (Lei nº 1.060/50, favorecido aqueles cuja situação econômica não lhes permita pagar as custas do processo e os honorários de advogado sem prejuízo do sustento próprio ou da família).
PRINCÍPIO DA SUCUMBÊNCIA: Todas as despesas processuais, ao final, serão pagas pelo vencido.
PROCURADOR: (art. 36/40):
É o advogado, o profissional habilitado pela lei a representar uma pessoa em juízo, dada a sua capacidade postulatória. (O art. 133 da CF afirma que “O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei”.
Assim, podemos concluir que além da capacidade se ser parte e da capacidade de estar em juízo, à pessoa natural ou jurídica, para propor ação ou contestar, precisar estar representado em juízo por advogado legalmente habilitado, é a chamada capacidade postulatória (Exceto nas causas em que a lei dispensa tal exigência).
O advogado para pleitear em nome de outrem precisa estar, além de regulamente escrito na OAB, munido do instrumento de mandato, que é a procuração.
Contudo, para evitar a prescrição e decadência poderá realizar todos os atos reputados urgentes sem o instrumento de procuração, ficando obrigado a exibi-lo no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável até outros 15, por despacho do juiz, inteligência do art. 37 do CPC.
O advogado, consoante art. 45 do CPC, poderá a qualquer tempo renunciar o mandato, provando que certificou o mandante, sendo certo que permanecerá durante os 10 (dez) dias seguintes representando o mandante para evitar prejuízos.
SUBSTITUIÇÃO DAS PARTES E DOS PROCURADORES:
Versa na verdade, sobre a sucessão das partes e seus procuradores (sucessão processual). Tecnicamente, a locução “substituição processual” é reservada ao fenômeno da legitimação extraordinária que é caracterizado pela defesa em juízo de direito alheio (art. 6º do CPC).
Nos termos do art. 41º do CPC, só é permitida, no curso do processo, a substituição voluntária das partes nos casos expressos em lei.
Nesse passo, o sucessor estará em juízo, em nome próprio, visando a tutela de direito seu decorrente da alteração na titularidade do direito material controvertido, associando-se assim, à idéia de legitimação ordinária. Nesta coincide a titularidade do direito de agir com a do direito material discutido.
Da doutrina, máxime Nelson Nery Júnior e Rosa Maria Andrade Nery nos vem a lição segundo a qual embora a lei fale em partes, na verdade instituiu o princípio da estabilidade subjetiva da lide, de sorte que não se permite a alteração nem das partes, nem dos intervenientes durante o curso do processo. Assim, admitido no processo o assistente, não poderá dele retirar-se para dar lugar a outro assistente que tenha sido sub-rogado em seus direitos1.
Na concepção do saudoso José Frederico Marques, a sucessão processual, ganhou a denominação de alteração subjetiva da lide e o eminente processualista enfocou a mudança sob dois aspectos, formal e material. No primeiro, dizia ele, a parte continua a ser a mesma: a modificação se opera apenas no estado, na condição ou na representação da parte, tal como se dá, por exemplo, quando o menor atinge a maioridade, quando se modifica a gerência ou direção de uma sociedade ou pessoa jurídica. No segundo, destaca que uma pessoa substitui a outra na qualidade de parte, citando o exemplo da substituição do alienante ou o cedente pelo adquirente ou o cessionário, mediante consenso da parte contrária2.
PONTO 6 - LITISCONSÓRCIO: DEFINIÇÃO, ESPÉCIES E POSIÇÃO PROCESSUAL:
BASE LEGAL: Artigos 46/49 do CPC.
CONCEITO:
Segundo Cândido Dinamarco: “Litisconsórcio é a situação caracterizada pela coexistência de duas ou mais pessoas no lado ativo ou no lado passivo da relação processual, ou em ambas as posições”.
Ou seja, litisconsórcio é o consórcio ou comunhão de varias pessoas, que pode ser ativo (mais de um autor), passivo (mais de um réu) ou misto (pluralidade de autores e réus), representando em qualquer caso o fenômeno da pluralidade de partes.
Nesta toada, podemos afirmar que o litisconsórcio pode ser ativo, passivo ou misto, quanto à posição processual e necessário ou facultativo quanto à obrigatoriedade da sua formação; unitário ou comum quanto à unidade da decisão a ser proferida; originário ou superveniente, quanto ao momento da sua formação.
QUALIFICAÇÕES:
1º) QUANTO AO CRITÉRIO POSIÇÃO PROCESSUAL: PODE SER ATIVO; PASSIVO OU MISTO:
LITISCONSÓRCIO ATIVO: Será ativo o litisconsórcio em que existirem vários autores contra um único réu;
LITISCONSÓRCIO PASSIVO: Por seu turno será passivo o litisconsórcio que em que houver um autor e vários réus;
LITISCONSÓRCIO MISTO: Por derradeiro, será misto o litisconsórcio que contar com vários autores e vários réus.
2º) QUANTO AO CRITÉRIO CRONOLÓGICO: O LITISCONSÓRCIO PODE SER ORIGINÁRIO (INICIAL) OU ULTERIOR (INCIDENTAL):
LITISCONSÓRCIO ORIGINÁRIO OU INICIAL: É aquele que já existe desde o momento da proposição da ação;
LITISCONSÓRCIO ULTERIOR OU INCIDENTAL: É o litisconsórcio que passa a existir no curso da demanda, isto é, a pluralidade de sujeitos surge após a propositura da demanda e a citação do réu. (exemplo: litisconsórcio passivo necessário, em que, no decorrer da demanda, torna-se indispensável, sob pena de nulidade processual, a presença de outra pessoa no pólo passivo).
3º) QUANTO À FORMAÇÃO: (FACULTATIVIDADE OU OBRIGATORIEDADE DO LITISCONSÓRCIO)
O LITISCONSÓRCIO PODE SER FACULTATIVO OU LITISCONSÓRCIONECESSÁRIO:
LITISCONSÓRCIO FACULTATIVO: É o litisconsórcio que se estabelece a partir da vontade das partes, desde que presente uma das hipóteses do art. 46 do CPC. No entanto, alguns autores essas hipóteses possam abranger tanto o litisconsórcio necessário como o facultativo, consoante Humberto Theodoro Júnior. Já para Pontes de Miranda, só o inciso I do art. 46 do CPC refere-se ao litisconsórcio necessário.
O LITISCONSÓRCIO FACULTATIVO PODE SER RECUSÁVEL OU IRRECUSÁVEL:
O LITISCONSÓRCIO E FACULTATIVO IRRECUSÁVEL: quando embora não sendo obrigatório a proposição conjunta das demandas cumuladas, se os autores se coligarem em litisconsórcio, ou um segundo réu pedir o seu ingresso como demandado, ao lado do réu originário, a parte adversa não pode recusá-lo.
O LITISCONSÓRCIO FACULTATIVO RECUSÁVEL: em sentido contrário, podendo haver recusa do litisconsorte facultativo pela parte contrária, estamos diante do litisconsórcio facultativo recusável.
LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO: É o litisconsórcio de formação obrigatória, ou seja, é aquele que é indispensável a pluralidade de partes. Decorre sempre por disposição de lei, ou pela natureza da relação jurídica, deduzida no processo (art. 47 do CPC).
4ª) QUANTO A DECISÃO: O LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO PODE SER SIMPLES OU UNITÁRIO:
LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO SIMPLES: a lei exige a presença de todos os litisconsortes no processo para a validação da relação processual, contudo, a sentença pode ser disforme em relação a eles.
LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO UNITÁRIO: há necessidade de que a sentença surta os mesmos efeitos em relação a todos os litisconsortes. (ex: a hipótese de ação que tem por objeto seja declarada a nulidade de casamento celebrado com impedimento de ordem absoluta. A demanda é proposta pelo MP, sendo os cônjuges como réus. A sentença não poderia declarar o casamento nulo em relação ao cônjuge varão e válido em relação a esposa, o que representaria aberração jurídica sem precedentes. Neste caso a sentença deve declarar o casamento válido ou nulo, com idêntico efeito em relação a ambos os cônjuges. Tendo em vista que exige uma uniformidade na decisão.
LITISCONSÓRCIO MULTITUDINÁRIO:
Também conhecido como litisconsórcio excessivo.
Ocorre tanto no pólo ativo quanto no pólo passivo.
O parágrafo único do art. 46 do CPC, permitir ao Magistrado, no caso de litisconsórcio multitudinário, reduzir o número de litigantes.
O mencionado número poderá ser reduzido em duas situações:
Quando, pelo excesso do número de partes, houver prejuízo à rápida solução do litígio;
Quando, pelo excesso do número de partes, houver prejuízo ao direito de defesa.
Presentes quaisquer dessas hipóteses, o Juiz tem o poder de reduzir o número de litisconsortes. O entendimento absolutamente dominante é no sentido de que o Juiz tem poderes para determinar de ofício o desmembramento do processo, a redução do número de litigantes.
Não obstante, oportuno mencionar que o Ilustre Professor Nelson Nery Júnior, preleciona que se houver prejuízo à rápida solução do litígio, o Juiz poderá determinar de ofício a redução do número de litisconsortes, visto ser de interesse público; entretanto, havendo prejuízo do direito de defesa, o Juiz não pode reduzir o número de litisconsortes de ofício, tendo em vista não haver interesse público.
Verificado o número excessivo, o Juiz deverá determinar o desmembramento do processo, não havendo extinção do processo para nenhuma das partes. Este desmembramento será feito observando-se o caso concreto. Só poderá haver o desmembramento quando houver litisconsórcio facultativo, e quem arcará com as custas do desmembramento será a parte que criou o litisconsórcio multitudinário (sempre o autor).
Se o Juiz não determinar o desmembramento do processo, cabe ao réu formular o pedido de desmembramento. O réu deve formular este requerimento no prazo da contestação. No caso de vários réus, basta que um deles requeira o desmembramento.
O requerimento de desmembramento interrompe o prazo para o oferecimento da contestação, ou seja, o réu receberá de volta o prazo para a contestação na integralidade. O prazo ficará interrompido até o momento em que o réu for intimado da decisão do Juiz, desmembrando ou não o processo. Esse requerimento, ainda que seja feito por apenas um do réu, interrompe o prazo para todos os outros réus. Caso o requerimento de desmembramento seja abusivo percebendo o Juiz que o réu agiu de má-fé, interrompe-se o prazo, mas aplicam-se as penas da litigância de má-fé.
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
A princípio, a sentença proferida num processo só deve atingir, favorecer ou prejudicar as partes (autor e réu). Todavia, há situações em que a decisão tomada num processo tem reflexo em outra relação jurídica de direito material, estendendo indiretamente os efeitos da sentença a terceira pessoa estranha à relação jurídica processual originaria. Portanto, é basilar perceber que a correta compreensão das intervenções de terceiro passa, necessariamente, pela constatação de que haverá sempre, um vínculo entre o terceiro, o objeto litigioso do processo e a relação jurídica material deduzida.
Assim, este “terceiro juridicamente interessado” pode, com o escopo de defender interesse próprio, intervir voluntariamente no processo, ou mediante provocação de uma das partes. A intervenção por provocação de uma das partes, na chamada “intervenção provocada”, envolve três institutos diversos, quais sejam: nomeação à autoria, denunciação da lide e chamamento ao processo. Já a intervenção por iniciativa própria do terceiro, na chamada “intervenção voluntária”, envolve dois institutos, quais sejam: assistência e oposição.
 
ATENÇÃO!
Que sujeitos são os terceiros no processo? Qual o momento limite para a intervenção de terceiro?
Terceiro no processo é aquele que não é parte, ou seja, não é titular do direito discutido ou não tem autorização legal para litigar em benefício de outrem, e que por alguma razão jurídica intervém na lide. Cumpre lembrar, que apenas o interesse jurídico possibilita o ingresso de alguém em processo alheio, não bastando, portanto, o interesse econômico ou moral; a lei disciplina o ingresso de terceiro a fim de que este tenha a oportunidade de afastar eventual situação desfavorável oriunda de decisão entre duas partes, que reflexamente lhe atingiria. Outro aspecto que merece ser mencionado é o fato de que o ingresso do terceiro pressupõe sua relação jurídica com apenas umas das partes.
Desse modo, os terceiros que intervêm não são partes na relação processual originária. São pessoas estranhas à relação processual de direito material deduzida em juízo e estranhas à relação processual já constituída. São sujeitos de uma outra relação de direito material que se liga intimamente àquela já constituída, ou seja, são os que não são partes no processo pendente.
Por conseguinte, somente é possível a intervenção de terceiros até o saneamento do feito, visto que seja o momento máximo de estabilização processual. Todavia, podem dar-se em segundo grau, a assistência, o recurso de terceiro e as intervenções especiais dos entes públicos.
 
É possível a utilização de intervenção de terceiros no procedimento sumário? E nos Juizados Especiais?
O art. 280 do CPC, com redação que lhe deu a Lei nº 10.444, de 7 de maio de 2002, declara que no procedimento sumário  não são admissíveis a intervenção de terceiros, salvo assistência, o recurso de terceiro e a intervenção fundada em contrato de seguro, que pode ser a denunciação da lide ou o chamamento ao processo em causas de seguro.. Nos Juizados Especiais Cíveis, de acordo com o art. 10, da Lei n. 9.099/95, não se admite a intervenção de terceiros e a assistência, pois o procedimento adotado orienta-se pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, buscando sempre que possível, a conciliação ou transação. Como conseqüência disto, as sanções impostas pelo Código de Processo Civil para os casos em que a parte se omita no dever de provocar a intervenção de terceirono processo não se aplicam nesta hipótese.
 
A DIFERENÇA ENTRE PROCESSO INCIDENTE E INCIDENTE DO PROCESSO
Processo incidente é uma relação jurídica processual nova, assentada sobre um procedimento novo. É incidente esse processo porque instaurado sempre de modo relacionado com algum processo pendente e porque visa a um provimento jurisdicional que de algum modo influirá sobre este ou seu objeto. É o que ocorre no processo dos embargos do executado; na oposição autônoma, que dá origem a um processo novo que produzirá sentença sobre matéria prejudicial ao objeto do processo pendente.
Incidente do processo é o ato ou série de atos realizados no curso de um processo. É um procedimento menor, inserido no procedimento desse processo, sem que surja nova relação jurídica processual. Por exemplo: exceções instrumentais de suspeição, impedimento, incompetência relativa, incidente de uniformização de jurisprudência, incidente declaração de inconstitucionalidade. Toda intervenção de terceiro é um incidente de processo, pois terceiro ingressa em processo alheio, impondo-lhe alguma modificação.
Diferencia-se processo incidente de incidente de processo. No primeiro, ocorre sempre uma relação jurídica nova, acordada sobre um procedimento novo. No segundo, os atos realizados não produzem nova relação jurídica processual.
 
A ASSISTÊNCIA E TRAGA A SUA CLASSIFICAÇÃO
 INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
A princípio, a sentença proferida num processo só deve atingir, favorecer ou prejudicar as partes (autor e réu). Todavia, há situações em que a decisão tomada num processo tem reflexo em outra relação jurídica de direito material, estendendo indiretamente os efeitos da sentença a terceira pessoa estranha à relação jurídica processual originaria. Portanto, é basilar perceber que a correta compreensão das intervenções de terceiro passa, necessariamente, pela constatação de que haverá sempre, um vínculo entre o terceiro, o objeto litigioso do processo e a relação jurídica material deduzida.
Assim, este “terceiro juridicamente interessado” pode, com o escopo de defender interesse próprio, intervir voluntariamente no processo, ou mediante provocação de uma das partes. A intervenção por provocação de uma das partes, na chamada “intervenção provocada”, envolve três institutos diversos, quais sejam: nomeação à autoria, denunciação da lide e chamamento ao processo. Já a intervenção por iniciativa própria do terceiro, na chamada “intervenção voluntária”, envolve dois institutos, quais sejam: assistência e oposição.
 
ATENÇÃO!
Que sujeitos são os terceiros no processo? Qual o momento limite para a intervenção de terceiro?
Terceiro no processo é aquele que não é parte, ou seja, não é titular do direito discutido ou não tem autorização legal para litigar em benefício de outrem, e que por alguma razão jurídica intervém na lide. Cumpre lembrar, que apenas o interesse jurídico possibilita o ingresso de alguém em processo alheio, não bastando, portanto, o interesse econômico ou moral; a lei disciplina o ingresso de terceiro a fim de que este tenha a oportunidade de afastar eventual situação desfavorável oriunda de decisão entre duas partes, que reflexamente lhe atingiria. Outro aspecto que merece ser mencionado é o fato de que o ingresso do terceiro pressupõe sua relação jurídica com apenas umas das partes.
Desse modo, os terceiros que intervêm não são partes na relação processual originária. São pessoas estranhas à relação processual de direito material deduzida em juízo e estranhas à relação processual já constituída. São sujeitos de uma outra relação de direito material que se liga intimamente àquela já constituída, ou seja, são os que não são partes no processo pendente.
Por conseguinte, somente é possível a intervenção de terceiros até o saneamento do feito, visto que seja o momento máximo de estabilização processual. Todavia, podem dar-se em segundo grau, a assistência, o recurso de terceiro e as intervenções especiais dos entes públicos.
 
É possível a utilização de intervenção de terceiros no procedimento sumário? E nos Juizados Especiais?
O art. 280 do CPC, com redação que lhe deu a Lei nº 10.444, de 7 de maio de 2002, declara que no procedimento sumário  não são admissíveis a intervenção de terceiros, salvo assistência, o recurso de terceiro e a intervenção fundada em contrato de seguro, que pode ser a denunciação da lide ou o chamamento ao processo em causas de seguro.. Nos Juizados Especiais Cíveis, de acordo com o art. 10, da Lei n. 9.099/95, não se admite a intervenção de terceiros e a assistência, pois o procedimento adotado orienta-se pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, buscando sempre que possível, a conciliação ou transação. Como conseqüência disto, as sanções impostas pelo Código de Processo Civil para os casos em que a parte se omita no dever de provocar a intervenção de terceiro no processo não se aplicam nesta hipótese.
 
A DIFERENÇA ENTRE PROCESSO INCIDENTE E INCIDENTE DO PROCESSO
Processo incidente é uma relação jurídica processual nova, assentada sobre um procedimento novo. É incidente esse processo porque instaurado sempre de modo relacionado com algum processo pendente e porque visa a um provimento jurisdicional que de algum modo influirá sobre este ou seu objeto. É o que ocorre no processo dos embargos do executado; na oposição autônoma, que dá origem a um processo novo que produzirá sentença sobre matéria prejudicial ao objeto do processo pendente.
Incidente do processo é o ato ou série de atos realizados no curso de um processo. É um procedimento menor, inserido no procedimento desse processo, sem que surja nova relação jurídica processual. Por exemplo: exceções instrumentais de suspeição, impedimento, incompetência relativa, incidente de uniformização de jurisprudência, incidente declaração de inconstitucionalidade. Toda intervenção de terceiro é um incidente de processo, pois terceiro ingressa em processo alheio, impondo-lhe alguma modificação.
Diferencia-se processo incidente de incidente de processo. No primeiro, ocorre sempre uma relação jurídica nova, acordada sobre um procedimento novo. No segundo, os atos realizados não produzem nova relação jurídica processual.
 
A ASSISTÊNCIA E TRAGA A SUA CLASSIFICAÇÃO
 
Assistência é a modalidade de intervenção de terceiros na qual o assistente ingressa, voluntariamente, na relação jurídica processual como coadjuvante (ad coadjuvandum) em auxílio de uma das partes, pois a sentença a ser proferida no processo pode interferir em sua esfera econômica.
Não é qualquer interesse que autoriza a assistência. Não basta mera relação de amizade, ou a convicção pessoal do terceiro de que o direito à tutela cabe a uma e não a outra parte: exige a lei o interesse qualificado como jurídico, que haja uma relação entre o terceiro e uma das partes do processo que pode ser atingida pela sentença.
A assistência tem cabimento em qualquer tipo de procedimento e em qualquer grau de jurisdição, sendo que o assistente recebe o processo no estado em que ele se encontra, não se lhe deferindo rediscutir provas e matérias preclusas (CPC, art.50, parágrafo único). O interessado em intervir como assistente num feito pendente deverá fazer pedido escrito neste sentido, oferecendo as razões e as provas que justificam seu interesse no feito, bem como a quem deseja assistir. É licito a qualquer das partes impugnar o pedido no prazo de cinco dias. Havendo impugnação, o juiz determinará, sem suspensão do processo, o desentranhamento da petição e da impugnação, a fim de serem autuados em apenso, autorizando a produção de provas e decidindo, dentro de cinco dias o incidente (art. 51, CPC).
A assistência pode ser simples ou adesiva quando, pendendo um processo entre duas ou mais pessoas, terceiro, que tenha interesse jurídico em que a sentença seja favorável a uma das partes, intervém no processo para assisti-la (art. 50, caput, CPC). Na qualidade de auxiliar, o assistente exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aosmesmos ônus processuais que o assistido (art. 52, CPC), embora não possa praticar atos contrários à vontade do assistido, que pode reconhecer a procedência do pedido, desistir da ação ou transigir com a parte contraria (art. 53, CPC). O “interesse jurídico do assistente” se fundamenta na perspectiva de sofrer efeitos reflexos da decisão desfavorável ao assistido, por exemplo: sublocatário, em ação de despejo movida em face do sublocador; funcionário público, em ação de indenização proposta em face da administração pública por dano causado por ele;de asseguradora, em ação de indenização promovida contra o segurado etc.
Já a assistência litisconsorcial ocorre sempre que a sentença houver de influir na ralação jurídica entre o assistente e o adversário do assistido. Em outras palavras, embora o assistente não seja parte daquele processo, a sentença ali proferida irá afetar diretamente a relação jurídica de direito material entre ele e o adversário do assistido. É uma espécie de “litisconsórcio facultativo ulterior unitário”. Trata-se de intervenção espontânea pela qual o terceiro transforma-se em litisconsorte do assistido, daí porque o tratamento é igual àquele deferido ao assistido. Por exemplo: em ação reivindicatória movida por consorte, art. 1.314, CC/02; adquirente de direito material litigioso quando não lhe for possível a sucessão processual, art., § º, CPC; lide  envolvendo obrigações solidárias, arts. 267 e 274, CC/2002), razão pela qual neste tipo de intervenção o assistente atua como parte distinta, tendo o direito de promover individualmente o andamento do feito, devendo, para tanto, ser intimado dos respectivos atos (arts. 48 e 49, CPC).
Na sentença transitada em julgado, em princípio, fica impedido de, em ação futura, discutir o fundamento da decisão, o assistente que não é atingido pelos efeitos da coisa julgada, que na dicção do art. 55 do Código, consiste na justiça da decisão, não poderá ser discutida o dispositivo da sentença nem pelo assistente simples como pelo assistente qualificado, pois a justiça da decisão refere-se aos fatos que se tiverem por comprovados.
Todavia, o assistente poderá discutir o fundamento da decisão se ficar caracterizada má gestão pelo assistido de seus próprios interesses, seja porque  deixou de produzir provas, seja porque renunciou a direito, reconheceu a procedência do pedido do autor ou transigiu. As hipóteses em que o assistente não pode ser prejudicado por tais atos são resumidas nos seguintes termos (CPC, art. 55): I – pelo estado em que recebera o processo, ou pelas declarações e atos do assistido, fora impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença; II -desconhecida a existência de alegações ou provas, de que o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu.
 
A OPOSIÇÃO, DENUNCIAÇÃO DA LIDE, NOMEAÇÃO À AUTORIA E CHAMAMENTO AO PROCESSO
 
Oposição é forma de intervenção de terceiro no processo, que, sem ser integrante da lide se apresenta como o legítimo titular do direito discutido entre o autor e o réu. O seu objetivo, portanto, é negar o pretenso direito de ambos. Tem legitimidade para este tipo de intervenção, segundo o art. 56 do CPC, o terceiro, denominado “opoente”, que pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre o que controvertem as partes no processo principal, denominados “opostos”, Por exemplo: numa ação de divisão o autor pede a citação dos demais condôminos, os quais ingressam na ação e oferecem contestação. Um terceiro que se tem como legítimo proprietário de parte do imóvel a ser divido, ingressa, também, no feito como opoente, para ilidir a pretensão dos litigantes e ver, a final, reconhecida a sua propriedade exclusiva e expurgada da divisão a parte que lhe pertence.
A oposição pode ser intentada até que seja proferida a sentença no feito principal. Distribuída por dependência, a petição de oposição deve observar os mesmos requisitos da petição inicial (arts. 282 e 283, CPC), sendo que os opostos serão citados na pessoa dos seus advogados (art. 57, CPC). Autuada em apenso aos autos principais, a oposição correrá simultaneamente com ação principal, sendo ambas julgadas pela mesma sentença (art. 59, CPC), embora deva o juiz primeiro conhecer da oposição (art. 61, CPC).
Existem dois tipos de oposição: a interventiva que é exercida antes da audiência de instrução e julgamento (art. 59, CPC); e a autônoma se ajuizada após o inicio da audiência de instrução e julgamento, e antes da sentença (art.60, CPC).
Denunciação da lide é o ato pelo qual a parte, a fim de garantir seu direito de regresso, no caso de que acabe vencida na ação, chama à lide terceiro garantidor, a fim de este integre o processo. Desta forma, se por acaso o juiz vier a condenar ou julgar improcedente o pedido do denunciante, deverá, na mesma sentença, declarar se o denunciado, por sua vez, deve ou não indenizá-lo. Na verdade, com a denunciação se estabelecem duas lides num só processo.
A denunciação da lide é obrigatória nos casos expressamente previstos no art. 70 do CPC: I – ao alienante, a fim de que possa exercer o direito que da evicção lhe resulta (art. 456, CC/02); II – ao proprietário ou ao possuidor indireto, em casos como o do usufrutuário, do credor pignoratício; III – ao obrigado, pela lei ou contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo do denunciante, e tanto pode ser de iniciativa do autor como do réu.
Se a denunciação for feita pelo autor (art.74), deverá constar da petição inicial, procedendo-se em seguida a citação do réu. Se competir ao réu a iniciativa, a denunciação deverá ser feita no prazo da contestação, quando será pedida a citação do denunciando. Ao deferir o pedido, o juiz suspenderá o processo, determinando ao denunciante que proceda com a citação do denunciado no prazo de 10 (dez) dias, quando este residir na mesma comarca e 30 (trinta) dias, quando residir em outra comarca (art. 72, CPC). Citado, o litisdenunciado pode aceitar a denunciação, recusá-la, ou permanecer revel. Em qualquer caso, ficará vinculado ao processo, de modo que a sentença que julgar procedente a ação declarará, conforme o caso, a sua responsabilidade, em face do denunciante, valendo como título executivo judicial (art. 76, CPC).
É possível ocorrer “denunciações sucessivas”, ou seja, o denunciado poderá, por sua vez, denunciar, também, aquele de quem houve a coisa ou o direito em litígio, e este gozará, da mesma forma, do direito de denunciar o antecessor e assim sucessivamente. Neste sentido, o art. 73 do CPC declara que, “para fins o disposto no art. 70, o denunciado por sua vez, intimará do litígio o alienante, o proprietário, o possuidor indireto ou responsável pela indenização e, assim, sucessivamente”.
Nomeação à autoria é ato obrigatório atribuído ao réu, que visa corrigir o pólo passivo da ação. Com efeito, citado em ação em que é demandado por uma coisa, móvel ou imóvel, da qual seja mero “detentor”, o réu deverá, no prazo para responder, indicar, nomear quem seja o proprietário ou possuidor indireto. Neste sentido, a norma do art. 62 do CPC declara que “aquele que detiver a coisa em nome alheio, sendo-lhe demandada em nome próprio, deverá nomear à autoria o proprietário ou o possuidor”, sob pena de responder por perdas e danos (art. 69, CPC, I).
Recebida a nomeação, o juiz suspenderá o curso da ação e ordenará a intimação do autor para se pronunciar em cinco dias (art. 64, CPC). Intimado da nomeação, o autor poderá aceitá-la ou recusá-la; afinal, ninguém pode ser obrigado a litigar em face de quem não queira.  No caso de recusá-la, o processo retomará o seu curso normal, concedendo-se novo prazo integral para apresentação da contestação, caso esta já não tenha sido ofertada (art. 67, CPC). Aceitando a nomeação, o autor deverá providenciar a citação do nomeado, que, por sua vez, poderá ou não, ao ser citado, reconhecer a qualidade que lhe é atribuída. Negado-a, o processo continuará contra o nomeante (arts. 65 e 66, CPC).
O chamamento ao processo, de que trata o Código de Processo Civil, do artigo 77 ao 80,é o ato pelo qual o réu chama outros coobrigados para integrar a lide. Assim como acontece na denunciação da lide, o chamado fica vinculado ao feito, subordinando-o aos efeitos da sentença. É admissível, segundo o art. 77 do CPC, em face: I – do devedor, na ação em que o fiador for réu; II – dos outros fiadores, quando para a ação for citado apenas um deles; III – de todos os devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns deles parcial ou totalmente, a divida comum.
Ao deferir o pedido, o juiz suspenderá o processo, determinando ao réu que proceda com a citação do chamado no prazo de 10 (dez) dias, quando este residir na mesma comarca, e 30 (trinta) dias, quando residir em outra comarca (art. 79, CPC). Citado, o chamado pode negar a qualidade que lhe é imputada ou permanecer revel. Em qualquer caso, ficará, como já disse, vinculado ao processo, de modo que a sentença que julgar procedente a ação valerá como titulo executivo em favor do devedor que satisfizer a dívida (art. 80, CPC).
É possível ocorrer “chamados sucessivos”, ou seja, o chamado poderá, por sua vez, chamar terceiro, e assim sucessivamente.
 
AMICUS CURIAE
 
Amicus curiae é um auxiliar do juízo que pode atuar no processo, quer seja pessoa física ou jurídica, desde que tenha representatividade e possa contribuir para a solução da causa. Trata-se de uma intervenção provocada pelo magistrado ou requerida pelo próprio amicus curiae, cujo objetivo é o de aprimorar ainda mais as decisões proferidas pelo Poder Judiciário. Entretanto, não se pode equiparar a intervenção do amicus curae – que tem participação consubstanciada em apoio técnico-jurídico -, com a intervenção de terceiro, que  tem interesse na conclusão do processo.
A primeira intervenção de amicus curiae no direito brasileiro deu-se por ocasião da Lei Federal n. 6 385/76, que no art. 31 impôs a intervenção da Comissão de Valores Imobiliários nos processos que discutam matéria objeto da competência desta autarquia. A Lei Federal n. 8.888/94 (Lei Antitruste), o art. 89, também impõe a intimação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica, nos processos em que se discutam questões relacionadas ao direito da concorrência. Com a edição das leis que regulamentam os processos de controle concentrado de constitucionalidade, a intervenção do amicus curiae aprimorou-se: não mais se identifica previamente quem deva ser o auxiliar  e se  permite a intervenção espontânea do amicus curiae – até então a intervenção era sempre provocada. Admite-se também a intervenção do amicus curiae no incidente de declaração de inconstitucionalidade em tribunal (art. 482 do CPC).
O Min. Celso de Mello, revendo anterior posicionamento – na mesma ADIN 2.130-SC – amplia consideravelmente os poderes  processual do amicus curiae,  de mera apresentação de petição escrita ou à prestação eventual de informações que lhe venham a ser solicitadas, permitindo-lhe, o direito de proceder à sustentação oral das razões que justificam a sua admissão formal na causa.
O Supremo Tribunal federal não admitia a sustentação oral do amicus curiae. Não se justificam as suas razões.
Destarte, o § 2º do art. 7º da Lei federal 9.868/99, fonte normativa para a intervenção do “amigo”, não estabelece forma para a sua manifestação. Assim sendo, não havendo previsão legal a respeito, o ato processual pode ser efetivado tanto pela forma oral como escrita, desde que atinja a finalidade – que, no caso, é a de ajudar o tribunal no julgamento. Ressalte-se a regra do art. 154 do CPC.
Se levarmos em consideração que a sustentação oral serve ao esclarecimento dos juizes, o julgamento colegiado caracteriza-se pelos debates orais, e a participação do amicus curiae no processo é um fator de aprimoramento da tutela jurisdicional, não justifica a proibição desse auxilio se dê pela via da palavra falada.
Assim, o STF reviu o seu posicionamento anterior, permitindo a sustentação oral do amicus curiae (ADI 2675/PE, rel. Min. Carlos Velloso e ADI 2777/SP, rel. Min. Cezar Peluso, j. 26 e 27.11.2003).
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
A princípio, a sentença proferida num processo só deve atingir, favorecer ou prejudicar as partes (autor e réu). Todavia, há situações em que a decisão tomada num processo tem reflexo em outra relação jurídica de direito material, estendendo indiretamente os efeitos da sentença a terceira pessoa estranha à relação jurídica processual originaria. Portanto, é basilar perceber que a correta compreensão das intervenções de terceiro passa, necessariamente, pela constatação de que haverá sempre, um vínculo entre o terceiro, o objeto litigioso do processo e a relação jurídica material deduzida.
Assim, este “terceiro juridicamente interessado” pode, com o escopo de defender interesse próprio, intervir voluntariamente no processo, ou mediante provocação de uma das partes. A intervenção por provocação de uma das partes, na chamada “intervenção provocada”, envolve três institutos diversos, quais sejam: nomeação à autoria, denunciação da lide e chamamento ao processo. Já a intervenção por iniciativa própria do terceiro, na chamada “intervenção voluntária”, envolve dois institutos, quais sejam: assistência e oposição.
 
ATENÇÃO!
Que sujeitos são os terceiros no processo? Qual o momento limite para a intervenção de terceiro?
Terceiro no processo é aquele que não é parte, ou seja, não é titular do direito discutido ou não tem autorização legal para litigar em benefício de outrem, e que por alguma razão jurídica intervém na lide. Cumpre lembrar, que apenas o interesse jurídico possibilita o ingresso de alguém em processo alheio, não bastando, portanto, o interesse econômico ou moral; a lei disciplina o ingresso de terceiro a fim de que este tenha a oportunidade de afastar eventual situação desfavorável oriunda de decisão entre duas partes, que reflexamente lhe atingiria. Outro aspecto que merece ser mencionado é o fato de que o ingresso do terceiro pressupõe sua relação jurídica com apenas umas das partes.
Desse modo, os terceiros que intervêm não são partes na relação processual originária. São pessoas estranhas à relação processual de direito material deduzida em juízo e estranhas à relação processual já constituída. São sujeitos de uma outra relação de direito material que se liga intimamente àquela já constituída, ou seja, são os que não são partes no processo pendente.
Por conseguinte, somente é possível a intervenção de terceiros até o saneamento do feito, visto que seja o momento máximo de estabilização processual. Todavia, podem dar-se em segundo grau, a assistência, o recurso de terceiro e as intervenções especiais dos entes públicos.
 
É possível a utilização de intervenção de terceiros no procedimento sumário? E nos Juizados Especiais?
O art. 280 do CPC, com redação que lhe deu a Lei nº 10.444, de 7 de maio de 2002, declara que no procedimento sumário  não são admissíveis a intervenção de terceiros, salvo assistência, o recurso de terceiro e a intervenção fundada em contrato de seguro, que pode ser a denunciação da lide ou o chamamento ao processo em causas de seguro.. Nos Juizados Especiais Cíveis, de acordo com o art. 10, da Lei n. 9.099/95, não se admite a intervenção de terceiros e a assistência, pois o procedimento adotado orienta-se pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, buscando sempre que possível, a conciliação ou transação. Como conseqüência disto, as sanções impostas pelo Código de Processo Civil para os casos em que a parte se omita no dever de provocar a intervenção de terceiro no processo não se aplicam nesta hipótese.
 
A DIFERENÇA ENTRE PROCESSO INCIDENTE E INCIDENTE DO PROCESSO
Processo incidente é uma relação jurídica processual nova, assentada sobre um procedimento novo. É incidente esse processo porque instaurado sempre de modo relacionado com algum processo pendente e porque visa a um provimento jurisdicional que de algum modo influirá sobre este ou seu objeto. É o que ocorre no processo dos embargos do executado; na oposiçãoautônoma, que dá origem a um processo novo que produzirá sentença sobre matéria prejudicial ao objeto do processo pendente.
Incidente do processo é o ato ou série de atos realizados no curso de um processo. É um procedimento menor, inserido no procedimento desse processo, sem que surja nova relação jurídica processual. Por exemplo: exceções instrumentais de suspeição, impedimento, incompetência relativa, incidente de uniformização de jurisprudência, incidente declaração de inconstitucionalidade. Toda intervenção de terceiro é um incidente de processo, pois terceiro ingressa em processo alheio, impondo-lhe alguma modificação.
Diferencia-se processo incidente de incidente de processo. No primeiro, ocorre sempre uma relação jurídica nova, acordada sobre um procedimento novo. No segundo, os atos realizados não produzem nova relação jurídica processual.
 
A ASSISTÊNCIA E TRAGA A SUA CLASSIFICAÇÃO
 
Assistência é a modalidade de intervenção de terceiros na qual o assistente ingressa, voluntariamente, na relação jurídica processual como coadjuvante (ad coadjuvandum) em auxílio de uma das partes, pois a sentença a ser proferida no processo pode interferir em sua esfera econômica.
Não é qualquer interesse que autoriza a assistência. Não basta mera relação de amizade, ou a convicção pessoal do terceiro de que o direito à tutela cabe a uma e não a outra parte: exige a lei o interesse qualificado como jurídico, que haja uma relação entre o terceiro e uma das partes do processo que pode ser atingida pela sentença.
A assistência tem cabimento em qualquer tipo de procedimento e em qualquer grau de jurisdição, sendo que o assistente recebe o processo no estado em que ele se encontra, não se lhe deferindo rediscutir provas e matérias preclusas (CPC, art.50, parágrafo único). O interessado em intervir como assistente num feito pendente deverá fazer pedido escrito neste sentido, oferecendo as razões e as provas que justificam seu interesse no feito, bem como a quem deseja assistir. É licito a qualquer das partes impugnar o pedido no prazo de cinco dias. Havendo impugnação, o juiz determinará, sem suspensão do processo, o desentranhamento da petição e da impugnação, a fim de serem autuados em apenso, autorizando a produção de provas e decidindo, dentro de cinco dias o incidente (art. 51, CPC).
A assistência pode ser simples ou adesiva quando, pendendo um processo entre duas ou mais pessoas, terceiro, que tenha interesse jurídico em que a sentença seja favorável a uma das partes, intervém no processo para assisti-la (art. 50, caput, CPC). Na qualidade de auxiliar, o assistente exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido (art. 52, CPC), embora não possa praticar atos contrários à vontade do assistido, que pode reconhecer a procedência do pedido, desistir da ação ou transigir com a parte contraria (art. 53, CPC). O “interesse jurídico do assistente” se fundamenta na perspectiva de sofrer efeitos reflexos da decisão desfavorável ao assistido, por exemplo: sublocatário, em ação de despejo movida em face do sublocador; funcionário público, em ação de indenização proposta em face da administração pública por dano causado por ele;de asseguradora, em ação de indenização promovida contra o segurado etc.
Já a assistência litisconsorcial ocorre sempre que a sentença houver de influir na ralação jurídica entre o assistente e o adversário do assistido. Em outras palavras, embora o assistente não seja parte daquele processo, a sentença ali proferida irá afetar diretamente a relação jurídica de direito material entre ele e o adversário do assistido. É uma espécie de “litisconsórcio facultativo ulterior unitário”. Trata-se de intervenção espontânea pela qual o terceiro transforma-se em litisconsorte do assistido, daí porque o tratamento é igual àquele deferido ao assistido. Por exemplo: em ação reivindicatória movida por consorte, art. 1.314, CC/02; adquirente de direito material litigioso quando não lhe for possível a sucessão processual, art., § º, CPC; lide  envolvendo obrigações solidárias, arts. 267 e 274, CC/2002), razão pela qual neste tipo de intervenção o assistente atua como parte distinta, tendo o direito de promover individualmente o andamento do feito, devendo, para tanto, ser intimado dos respectivos atos (arts. 48 e 49, CPC).
Na sentença transitada em julgado, em princípio, fica impedido de, em ação futura, discutir o fundamento da decisão, o assistente que não é atingido pelos efeitos da coisa julgada, que na dicção do art. 55 do Código, consiste na justiça da decisão, não poderá ser discutida o dispositivo da sentença nem pelo assistente simples como pelo assistente qualificado, pois a justiça da decisão refere-se aos fatos que se tiverem por comprovados.
Todavia, o assistente poderá discutir o fundamento da decisão se ficar caracterizada má gestão pelo assistido de seus próprios interesses, seja porque  deixou de produzir provas, seja porque renunciou a direito, reconheceu a procedência do pedido do autor ou transigiu. As hipóteses em que o assistente não pode ser prejudicado por tais atos são resumidas nos seguintes termos (CPC, art. 55): I – pelo estado em que recebera o processo, ou pelas declarações e atos do assistido, fora impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença; II -desconhecida a existência de alegações ou provas, de que o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu.
 
A OPOSIÇÃO, DENUNCIAÇÃO DA LIDE, NOMEAÇÃO À AUTORIA E CHAMAMENTO AO PROCESSO
 
Oposição é forma de intervenção de terceiro no processo, que, sem ser integrante da lide se apresenta como o legítimo titular do direito discutido entre o autor e o réu. O seu objetivo, portanto, é negar o pretenso direito de ambos. Tem legitimidade para este tipo de intervenção, segundo o art. 56 do CPC, o terceiro, denominado “opoente”, que pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre o que controvertem as partes no processo principal, denominados “opostos”, Por exemplo: numa ação de divisão o autor pede a citação dos demais condôminos, os quais ingressam na ação e oferecem contestação. Um terceiro que se tem como legítimo proprietário de parte do imóvel a ser divido, ingressa, também, no feito como opoente, para ilidir a pretensão dos litigantes e ver, a final, reconhecida a sua propriedade exclusiva e expurgada da divisão a parte que lhe pertence.
A oposição pode ser intentada até que seja proferida a sentença no feito principal. Distribuída por dependência, a petição de oposição deve observar os mesmos requisitos da petição inicial (arts. 282 e 283, CPC), sendo que os opostos serão citados na pessoa dos seus advogados (art. 57, CPC). Autuada em apenso aos autos principais, a oposição correrá simultaneamente com ação principal, sendo ambas julgadas pela mesma sentença (art. 59, CPC), embora deva o juiz primeiro conhecer da oposição (art. 61, CPC).
Existem dois tipos de oposição: a interventiva que é exercida antes da audiência de instrução e julgamento (art. 59, CPC); e a autônoma se ajuizada após o inicio da audiência de instrução e julgamento, e antes da sentença (art.60, CPC).
Denunciação da lide é o ato pelo qual a parte, a fim de garantir seu direito de regresso, no caso de que acabe vencida na ação, chama à lide terceiro garantidor, a fim de este integre o processo. Desta forma, se por acaso o juiz vier a condenar ou julgar improcedente o pedido do denunciante, deverá, na mesma sentença, declarar se o denunciado, por sua vez, deve ou não indenizá-lo. Na verdade, com a denunciação se estabelecem duas lides num só processo.
A denunciação da lide é obrigatória nos casos expressamente previstos no art. 70 do CPC: I – ao alienante, a fim de que possa exercer o direito que da evicção lhe resulta (art. 456, CC/02); II – ao proprietário ou ao possuidor indireto, em casos como o do usufrutuário, do credor pignoratício; III – ao obrigado, pela lei ou contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo do denunciante, e tanto pode ser de iniciativa do autor como do

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