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FILOSOFIA DA EDUCAÇÂO resumo finAL

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FILOSOFIA DA EDUCAÇÂO
AULA 1
Do Mito à Razão
	Na Grécia Antiga, a religião e o mito eram as fontes originárias de conhecimento. Através deles, os gregos tinham as respostas fundamentais para as grandes questões da existência.
A partir do século VI a.C., no entanto, surgiram alguns sábios que propuseram uma outra forma de pensar e de explicar o mundo. Eles passaram a utilizar os argumentos racionais (não mais os religiosos ou míticos) para teorizar a realidade a partir de elementos presentes no próprio mundo natural, sem que precisassem apelar a um mundo sobrenatural.
Nesse contexto, nasce a Filosofia. A seguir, você entenderá melhor esses acontecimentos.
O nascimento da polis (cidade), no século VIII a.C., provocou grandes transformações na Grécia Antiga.
O saber deixou de ser sagrado e tornou-se objeto de discussão. Os cidadãos da polis, passaram a ir à agora (praça pública) para debaterem os problemas de interesse comum e para decidirem os rumos da cidade.
 Tal mentalidade libertou os homens das ideias de predeterminação e dos desígnios divinos que lhes impunham o destino do qual não poderiam escapar.
A política, por sua vez, permitiu aos cidadãos debaterem e traçarem o seu próprio destino em praça pública.
Como você viu na página anterior, a passagem de uma visão mágica, mítica e religiosa do mundo para uma interpretação racional, humana, marca o nascimento da Filosofia no Ocidente e o início do período chamado Filosofia Antiga. 
O nascimento da Filosofia ocorreu no século VI a.C., nas colônias gregas da Magna Grécia (sul da Itália) e Jônia (atual Turquia).
A Filosofia, tendo como fundamento a razão (logus), estabeleceu uma nova forma de interpretação da realidade. (Se antes os fenômenos eram governados por leis divinas, quase inacessíveis aos humanos, com o pensamento racional, foi possível conhecer as causas ou princípios que explicavam o mundo e, com isso, conferir previsibilidade e controle sobre os fenômenos da natureza e da sociedade humana. Já não eram mais os deuses que governam o mundo e os humanos, mas sim leis intrínsecas às coisas. Tais leis davam-se a conhecer ao espírito humano que se utilizava da razão para trazê-las à luz. )
 A Filosofia nasceu fincada no chão da sociedade grega, sob condições políticas, econômicas e culturais que determinaram todo o edifício racional que fora construído pelos inúmeros pensadores.
Fatores políticos, religiosos e econômicos contribuíram para o surgimento da Filosofia na Grécia Antiga. Inicialmente, conheça os fatores políticos.
As origens da Filosofia vinculam-se ao processo de consolidação da democracia grega em torno da polis.
A cidade-estado grega era o espaço legítimo e legitimador de sua liberdade, a ponto de o Estado tornar-se horizonte ético do homem grego.
Esta era a base da cidadania grega: os cidadãos são a finalidade última do Estado, o bem do Estado é seu próprio bem, sua liberdade, sua grandeza.
A democracia grega se apoiava em uma concepção de cidadania excludente. Eram considerados cidadãos, apenas os homens (varões) que possuíam bens ou riquezas. Portanto, estavam excluídos da cidadania as mulheres, os estrangeiros, os escravos e os homens pobres.
Conheça, agora, os fatores religiosos que contribuíram para o surgimento da Filosofia na Grécia Antiga.
Os gregos conseguiram alcançar um patamar de liberdade religiosa muito elevado em relação a outros povos da Ásia Menor e do Oriente Próximo.
Enquanto em outras nações o poder religioso, aliado às monarquias de cunho tributário, servia para legitimar o Estado absoluto e o poder do rei, algumas cidades-estado da Grécia construíram uma relativa liberdade, baseada na autoridade do Pater Familias (Pai de Família).
A religião grega não se baseava em um livro Sagrado. Portanto, os gregos não tinham dogmas a serem defendidos, ortodoxia, nem heresias, ou uma casta sacerdotal. Estava aberto o caminho para o livre pensar.
Veja abaixo os fatores econômicos que contribuíram para o surgimento da Filosofia na Grécia Antiga.
	O florescimento das cidades-estado gregas deveu-se principalmente ao desenvolvimento da indústria artesanal e do comércio. Antes disso, a Grécia era predominantemente agrária, sendo dominada politicamente por grandes proprietários de terras. Neste contexto, é mais compreensível que cultivasse uma visão mítica do mundo, mais ligada aos ciclos do clima.
	O crescimento industrial e comercial fez florescerem as cidades-estado, fazendo surgir novos atores sociais, que começavam a dominar o cenário político e ameaçar o poder da nobreza fundiária. É nessas circunstâncias que a Filosofia nasce, fazendo justificar o poder emergente de comerciantes e artesãos.
Vale notar que essas mudanças ocorreram primeiro nas colônias gregas da Ásia Menor (em Mileto, principalmente), expandido-se, depois, para a região da Itália Meridional, chegando, então, ao centro da Grécia, em Atenas. Isto, porque, estando longe do controle central, puderam desenvolver instituições políticas autônomas e desenvolver um comércio próprio.
Entenda melhor o discurso mítico religioso na Grécia Antiga.
Os gregos cultuavam muitos deuses. Estes múltiplos deuses estavam no mundo e faziam parte dele. 
Diferente dos judeus ou dos cristãos, os gregos não desenvolveram a ideia de um Deus criador, transcendente, absolutamente separado do mundo criado, cuja existência deriva e depende inteiramente dele.
Os deuses gregos nasceram no mundo. A geração dos deuses deu-se ao mesmo tempo da geração do universo. Os deuses e o mundo, a partir de uma espécie de caos primordial, foram diferenciando-se, ordenando-se, até tomarem a sua forma definitiva de cosmo organizado.
 A gênese dos deuses e do mundo operou-se a partir de potências primordiais, como o Caos e a Gaia (terra), donde saíram, ao mesmo tempo e no mesmo movimento, o mundo, tal como pode ser contemplado pelos humanos, e os deuses que presidem a ele invisíveis na sua morada celeste.
Há, portanto, o divino no mundo, assim como o mundano nas divindades. O homem grego vive num mundo cheio de deuses e, por isso, não separa natureza e sobrenatureza, como dois domínios opostos.
	Como você viu anteriormente, a religião dos gregos não se apoiava em um Livro sagrado, fonte da revelação divina para os humanos, e não havia uma verdade que se encontrasse, de uma vez por todas, vertida em texto. Como consequência, também não havia dogma ou ortodoxia, nem profetas ou messias, tampouco uma casta sacerdotal. Talvez, por causa destas características da religião dos gregos, vigorava grande liberdade para pensar e para divergir, o que é fundamental para a Filosofia.
	Ora, então, qual era a fonte de conhecimento sobre os deuses: seus nomes, suas genealogias, seus atributos, suas aventuras, seus respectivos poderes, seu modo de agir, as honras que lhes eram devidas etc.?
	Tais saberes sobre os deuses eram veiculados por narrativas eminentemente orais. Ou seja, por histórias que eram transmitidas de boca a ouvido, e que passavam adiante, de boca em boca, através das fábulas contadas pelas mulheres às crianças nos lares e das vozes e dos cantos dos poetas ao público em geral. Mais tarde, no século VII a.C., esta tradição oral foi escrita por Hesíodo em textos que ficaram conhecidos como Teogonia e Cosmogonia (respectivamente, a origem dos deuses e a origem do mundo). Esta tradição de base oral constitui o que chamamos de mito.
Compreenda, agora, o discurso filosófico na Grécia Antiga:
	A princípio, os filósofos pré-socráticos, também chamados de "naturalistas" ou filósofos da physis, tinham como escopo especulativo o problema cosmológico, ou cosmo ontológico, e buscavam o princípio (ou arché) das coisas.
	Cada um dos filósofos pré-socráticos sugeriu um elemento primordial (princípio) ou causa de todas as coisas que compõem a realidade física. 
	Em um segundo momento, surge a sofística e o foco da filosofia muda do cosmo para o homem e o problema moral. 
Exemplos de elementos primordiais sugeridos pelos filósofos pré-socráticos
 Talesde Mileto - a água
 Anaximandro de Mileto - o apeíron
 Anaxímenes de Mileto - o ar
 Xenófanes de Cólofon - a terra
 Heraclito de Éfeso - o fogo
 Pitágoras de Samos - o número
 Demócrito de Abdera - o átomo
 Empédocles de Agrigento - os quatro elementos (terra, água, fogo e ar)
	Como você deve ter percebido, o pensamento filosófico rompeu com a tradição mítico religiosa na Grécia Antiga.
	A grande ``sacação´´ dos gregos pré socráticos foi a compreensão de que as causas explicativas do próprio mundo. Portanto, através dos elementos primordiais (aguá, terra, fogo, ar, etc) era possível explicar a realidade, sem a necessidade de apelo às forças divinas, sobrenaturais, extramundanas.
OBS: A partir do século VI a.C. os filósofos passaram a utilizar argumentos racionais (não mais os religiosos ou míticos) para teorizar a realidade a partir de elementos presentes no próprio mundo natural, sem que precisassem apelar a um mundo sobrenatural.
AULA 2
Sócrates, Platão e Aristóteles - são os mais importantes expoentes da Filosofia grega. As doutrinas desses filósofos compõem o período clássico da Filosofia grega, tendo longa vigência nos séculos seguintes.
	Ao longo dessa aula, você conhecerá a transformação filosófica provocada por Sócrates, com ênfase nos temas humanísticos; compreenderá o pensamento metafísico de Platão e a sua repercussão para a história do pensamento ocidental; e entenderá a solução metafísica dada por Aristóteles ao problema do conhecimento.
	Sócrates deu uma nova direção à Filosofia. Enquanto o interesse dos filósofos pré-socráticos recaiu sobre os estudos da natureza (physis), Sócrates interessou-se pelas questões humanas, a ética, a política, o conhecimento, a educação, entre outros problemas que afetam o homem. 
As fontes mais importantes de informações sobre Sócrates são as escritas por Platão, Xenofonte e Aristóteles. Sócrates foi mestre de Platão.
	Alguns historiadores afirmam que só se poder falar de Sócrates como um personagem de Platão, por ele nunca ter deixado nada escrito de sua própria autoria.
A principal preocupação de Sócrates era a de levar os seus concidadãos a pensarem.
	Nós diálogos de Platão, Sócrates é apresentado como homem dotado de uma mente rigorosa, racional e inquisitiva, que questionava continuamente as crenças fundamentais das pessoas. O Método Socrático consistia em fazer perguntas e desvendar o que estava oculto em cada uma delas, num processo denominado maiêutica.
	 A filosofia Sócrates exprima-se por meio de diálogos. Na sua doutrina, a confiança na razão assumia um papel central: ``ninguém é mal voluntariamente´´, sendo o mal consequência da ignorância. O grande princípio socrático era o conhecimento de si próprio.
	Sócrates desempenhou um papel importante no Estado ateniense, fazendo parte do governo da cidade. Porém, em 403 a.C., foi acusado e culpado de corromper a juventude ao ensinar doutrinas que feriam as doutrinas religiosas da cidade de Atenas, tendo sido condenado a morte por ingestão de cicuta. Embora pudesse se exilar, Sócrates optou por beber tranquilamente o veneno e submeter-se a um fim doloroso.
	 Platão nasceu em uma família aristocrata de Atenas. Foi brilhante escritor e filósofo e se destacou entre os pensadores mais influentes da civilização ocidental.
Desde jovem, Platão tinha ambições políticas, mas logo se decepcionou com a liderança política de Atenas. Ele se tornou discípulo de Sócrates, seguindo sua filosofia e aderindo ao método por ele utilizado: a busca da verdade através de perguntas, respostas e mais perguntas.
Após a morte de Sócrates, Platão abandonou a cidade. As suas viagens levaram-no a lugares como Egito, Cirene e Sicília. Quando regressou a Atenas, cofundou uma escola que ficou conhecida por Academia, situada no Jardim de Academos, onde se ensinavam os mais diversos assuntos, desde a Matemática à Biologia, da Filosofia à Astronomia.
Os ensinamentos de Platão foram escritos em forma de diálogo (aproximadamente trinta), de uma conversa ou um debate entre várias pessoas. Seus diálogos são divididos em três fases. 
A primeira fase é representada com Platão tentando comunicar a filosofia de Sócrates. Os diálogos da segunda e terceira fase relatam as próprias ideias de Platão, por mais que ele continue a utilizar Sócrates como personagem em seus diálogos.
Em oposição aos sofistas, Platão propõe um novo método: a dialética (ou arte de pensar), que vai das palavras às ideias. Estas constituem a própria essência, fundamento e modelo das coisas sensíveis e individuais.
	Platão foi o responsável pela formulação de uma nova maneira de pensar e de perceber o mundo. Este ponto fundamental consiste na descoberta de uma realidade causal suprassensível, não-material, eterna e imutável. Tal realidade subsistiria num mundo separado do mundo sensível e material: o mundo das formas ou das ideias.
 	Platão, portanto, divide o existente em duas partes: o mundo das ideias e o mundo físico em que vivemos. No mundo das ideias, tudo é constante e real. Já no mundo físico (ou mundo sensível), tudo está sujeito ao fluxo, à mudança, daí seu caráter relativo e aparente. De um lado, o mundo das ideias ou das formas puras e imutáveis, e de outro, o mundo das coisas mutáveis.
O mundo sensível é uma pálida reprodução do mundo inteligível. Trata-se de um mundo de cópias imperfeitas das ideias ou formas, constituindo um mundo de sombras, conforme a famosa Alegoria da Caverna. Segundo Platão, os sentidos físicos não nos revelam a verdadeira natureza das coisas. Por exemplo, ao observarmos algo branco ou belo, jamais chegaremos a ver a brancura ou a beleza plena, embora tragamos, dentro de nós, uma ideia do que elas são.
	Assim, as únicas coisas, de fato, permanentes e verdadeiras para Platão, seriam as ideias. Observar o mundo físico (tal como a ciência faz hoje em dia) pouco serviria, portanto, para alcançarmos uma compreensão da realidade, embora servisse para reconhecermos, ou recordarmos, as ideias perfeitas que traríamos dentro de nós.
	Ideias ou formas são arquétipos imutáveis. De acordo com Platão, só essas ideias/formas são o fundamento do verdadeiro conhecimento. Platão distinguiu dois níveis de saber: opinião e conhecimento. 
Segundo Platão, o conhecimento é derivado da razão e não da experiência. Ele pregava que somente através da razão atingimos o conhecimento das formas
	A República é a maior e mais reconhecida obra política de Platão. A obra se foca na questão de justiça: Como é um Estado justo? Quem é um individuo justo?
Segundo Platão, a melhor forma de governo é a aristocracia por mérito. Ele divide o estado ideal em três classes: a classe dos comerciantes, a classe dos militares e a classe dos filósofos reis.
As classes não são hereditárias, elas são determinadas pelo tipo de educação obtida pela pessoa. Com maior nível de educação, a pessoa pertence à classe dos filósofos reis, que são os encarregados de governar o país.
	A República aborda diversos temas sobre justiça, governo e apresenta um governo utópico. Essa obra vem sendo amplamente lida através dos séculos, por mais que suas propostas nunca tenham sido adotas como uma forma de governo concreta.
 	Na República, também encontramos o famoso Mito da Caverna (ou Alegoria da Caverna). Trata-se de uma metáfora da condição humana perante o mundo, no que diz respeito à importância do conhecimento filosófico e à educação como forma de superação da ignorância. 
	Em outras palavras, podemos dizer que a Alegoria da Caverna trata da passagem gradativa do senso comum, enquanto visão de mundo e explicação da realidade, para o conhecimento filosófico.
	Aristóteles é considerado um dos mais fecundos pensadores de todos os tempos.
Aristóteles nasceu em Estagira, na península macedônica da Calcídica (por isso, ele também é chamado de o Estagirita). Era filho de Nicômano, amigo e médico pessoal do rei Amintas 2º, pai de Filipe e avô de Alexandre, o Grande.
Aos 16 ou 17 anos, Aristóteles mudou-se para Atenas (centrointelectual e artístico da Grécia) e estudou na Academia de Platão até a morte do mestre, no ano 347 a.C.
Após a morte de Platão, Aristóteles passou algum tempo em Assos, no litoral da Ásia Menor (atual Turquia), onde casou-se com Pítias, a sobrinha do tirano local. Sendo este assassinado, o filósofo fugiu para Mitilene, na ilha de Lesbos. Foi depois convidado para a Corte da Macedônia onde, durante três anos, exerceu o cargo de tutor de Alexandre, mais tarde “o Grande”.
Em 355 a.C., Aristóteles voltou a Atenas e fundou uma escola próxima ao templo de Apolo Lício, que recebeu o nome de Liceu. O caminho coberto ("peripatos") por onde costumava caminhar enquanto ensinava deu à escola um outro nome: Peripatética. A escola se tornaria a rival e ao mesmo tempo a verdadeira herdeira da Academia platônica.
Com a morte de Alexandre, em 323 a.C., o imenso império erguido por ele esfacelou-se. Em Atenas eclodiu um movimento que visava a restaurar a independência da cidade-estado. Malvisto pelos atenienses por causa da sua origem macedônica, Aristóteles foi acusado de “ateísmo” ou “impiedade”. Para não ter o mesmo fim de Sócrates, condenado ao suicídio, exilou-se voluntariamente em Cálcida, na ilha da Eubéia, onde morreu um ano depois.
As investigações filosóficas de Aristóteles consideraram várias áreas do conhecimento. Podemos citar a Biologia, a Zoologia, a Física, a História Natural, a Poética, a Psicologia, sem falar em disciplinas propriamente filosóficas como a Ética, a Teoria Política, a Estética e a Metafísica.
	A metafísica aristotélica é a ciência que estuda “o ser enquanto ser”, ou os princípios e as causas do ser e de seus atributos essenciais. Podemos sintetizar a metafísica aristotélica em quatro questões gerais: potência e ato; matéria e forma; particular e universal; e movido e motor. Conheça, inicialmente, duas dessas questões.
A metafísica aristotélica abrange ainda o ser imóvel e incorpóreo, o princípio dos movimentos e das formas do mundo, bem como o mundo mutável e material em seus aspectos universais e necessários.
	A doutrina da potência e do ato é fundamental na metafísica aristotélica.
Todo ser, que não seja o Ser perfeitíssimo (Deus), é uma síntese (um sínolo), um composto de potência e de ato, em diversas proporções, conforme o grau de perfeição, de realidade dos vários seres.
	Um ser desenvolve-se, aperfeiçoa-se, passando da potência ao ato. Esta passagem da potência ao ato é a atualização de uma possibilidade, de uma potencialidade anterior. Por exemplo, um ovo está em ato, mas é potência de uma ave. 
	Esta doutrina é aplicada e desenvolvida por Aristóteles, especialmente, quando este trata da doutrina da matéria e da forma, que representam a potência e o ato no mundo, na natureza em que vivemos.
	Segundo Aristóteles, o indivíduo é composto por dois elementos: a matéria e a forma. 
O composto de matéria e forma (o sínolo) constitui a substância.
	A matéria aristotélica, porém, não é o puro não-ser de Platão (mero princípio de decadência), pois esta é também condição indispensável para concretizar a forma.
	Então, não existe a forma sem a matéria, ainda que a primeira seja princípio de atuação e determinação da segunda. Com respeito à matéria, a forma é, portanto, princípio de ordem e finalidade, racional, inteligível. 
	Diversamente da ideia platônica, a forma aristotélica não é separada da matéria, e sim imanente e operante nela. Ao contrário, as formas aristotélicas são universais, imutáveis, eternas, como as ideias platônicas.
	A substância é o substrato imutável, em que se sucedem os acidentes, as qualidades acidentais. Dando um exemplo prático, a matéria seria o bronze, e a forma seria o formato da estátua de bronze. A matéria sem forma, a pura matéria, chamada matéria-prima, é um mero possível, não existe por si, é um absolutamente interminável, em que a forma introduz as determinações.
	Os elementos constitutivos da realidade são, portanto, a forma e a matéria. A realidade, porém, é composta de indivíduos, substâncias, que são um composto (um sínolo) de matéria e forma. 
	Por consequência, estes dois princípios não são suficientes para explicar o surgir das substâncias e dos indivíduos que não podem ser atuados, a não ser por um outro indivíduo, isto é, por uma substância em ato. 
	Com isso, existe a necessidade de um terceiro princípio, a causa eficiente, para poder explicar a realidade efetiva das coisas. 
	A causa eficiente, por sua vez, deve operar para um fim, que é precisamente a síntese da forma e da matéria, produzindo esta síntese o indivíduo. 
	Daí uma quarta causa, a causa final, que dirige a causa eficiente para a atualização da matéria mediante a forma.
	
	Conheça, agora, as outras duas questões gerais que sintetizam a metafísica aristotélica.
Particular e universal
	Mediante a doutrina da matéria e da forma, Aristóteles explica o indivíduo, a substância física, a única realidade efetiva no mundo, que é precisamente o composto (sínolo) de matéria e de forma. 
A essência, que é igual em todos os indivíduos de uma mesma espécie, deriva da forma. Já a individualidade, pela qual toda substância é original e se diferencia de todas as demais, depende da matéria. 
O indivíduo é, portanto, potência realizada, matéria enformada, universal particularizado. 
Mediante a doutrina da matéria e da forma é explicado o problema do universal e do particular, que tanto atormenta Platão. Aristóteles faz o primeiro (a ideia) imanente no segundo (a matéria), depois de ter eficazmente criticado o dualismo platônico, que fazia os dois elementos transcendentes e exteriores um ao outro.
Movido e motor
	Da relação entre a potência e o ato, entre a matéria e a forma, surge o movimento, a mudança, o vir-a-ser, a que é submetido tudo que tem matéria, potência. A mudança é, portanto, a realização do possível. 
Esta realização do possível, porém, pode ser levada a efeito unicamente por um ser que já está em ato, que possui já o que a coisa movida deve vir-a-ser, visto ser impossível que o menos produza o mais, o imperfeito o perfeito, a potência o ato, mas vice-versa. 
Mesmo que um ser se mova a si mesmo, aquilo que move deve ser diverso daquilo que é movido, deve ser composto de um motor e de uma coisa movida. Por exemplo, a alma é que move o corpo.
O motor pode ser unicamente ato, forma. A coisa movida, enquanto tal, pode ser unicamente potência, matéria. 
Eis a grande doutrina aristotélica do motor e da coisa movida, doutrina que culmina no motor primeiro, absolutamente imóvel, ato puro, isto é, Deus.
Como todo pensamento e todo juízo, a proposição aristotélica está submetida aos três princípios lógicos fundamentais, condições de toda verdade
Princípio da identidade - Um ser é sempre idêntico a si mesmo: A é A.
Princípio da não-contradição - É impossível que um ser seja e não seja idêntico a si mesmo ao mesmo tempo e na mesma relação. É impossível que A seja A e não-A.
Princípio excluído - Dadas duas proposições com o mesmo sujeito e o mesmo predicado, uma afirmativa e outra negativa, uma delas é necessariamente verdadeira e a outra necessariamente falsa. A é x ou não-x, não havendo terceira possibilidade.
Relembre os principais pontos estudados sobre Aristóteles.
	Como você pôde perceber, o sistema aristotélico invalida o dualismo platônico, representado pela teoria das ideias. 
	Ora, a forma aristotélica não existe separada, num mundo inteligível e apartado do mundo das coisas sensíveis e materiais. 
	A forma, junto com a matéria, constituiria os indivíduos, as substâncias. Portanto, a forma é parte constitutiva das coisas e faz parte do único mundo existente.
	Aristóteles, diferente de Platão, valoriza o conhecimento sensível, desvalorizado por Platão, como fonte de erro e de engano. 
	Ao contrário de Platão, Aristóteles entende que todo o conhecimento possível inicia-se com os sentidos ou a sensação. 
	Os sentidos, entretanto, são insuficientes, e precisam ser superados por outros graus mais elevados de abstração, passandopela memória, a experiência, a arte (téchne) e chegando à teoria (epistemé), grau mais perfeito do conhecimento.
	Apesar de Aristóteles ter sido discípulo da Acadêmica de Platão, após a morte do mestre (o Estagirita), ele invalidou a doutrina platônica dos dois mundos e apresentou nova doutrina sobre o ser das coisas.
	Sócrates deu uma nova direção à Filosofia. Enquanto o interesse dos filósofos pré-socráticos recaiu sobre os estudos da natureza (physis), Sócrates interessou-se pelas questões humanas, a ética, a política, o conhecimento, a educação, entre outros problemas que afetam o homem. Desenvolveu o método maiêutico deixando clara a sua concepção inatista do conhecimento.
	Platão foi o responsável pela formulação de uma nova maneira de pensar e de perceber o mundo. Este ponto fundamental consiste na descoberta de uma realidade causal supra-sensível, não-material, eterna e imutável. Tal realidade subsistiria num mundo separado do mundo sensível e material: o mundo das formas ou das ideias. A alegoria da caverna nos ajuda a entender a sua concepção de mundo.
	A metafísica aristotélica é a ciência que estuda “o ser enquanto ser”, ou os princípios e as causas do ser e de seus atributos essenciais. Podemos sintetizar a metafísica aristotélica em alguns conceitos gerais: movido e motor; matéria e forma; potência e ato.
Teoria do Conhecimento
Platão, ao considerar que o mundo das formas puras é a verdadeira realidade, despreza o conhecimento sensível, fonte de erro e de engano, pois tem por base as cópias imperfeitas, materiais e mutáveis.
Aristóteles, ao considerar que apenas a substância individual é real, valoriza o conhecimento da experiência. A sensibilidade é o primeiro grau do conhecimento que evolui até o conhecimento teórico, o mais afastado das coisas sensíveis.
Aula 03 – Filosofia Medieval – Parte I
A Filosofia Medieval compreende um período histórico que vai do final do helenismo (séculos IV e V) até o Renascimento (final do século XV e início do século XVI). É a maior parte da produção filosófica da Idade Média.
Possivelmente, você já ouviu falar que a Idade Média apresenta uma imagem negativa. Você sabe o porquê disso?
A imagem negativa da Idade Média é entendida pela transição entre os clássicos e os novos tempos, movimento que culmina no humanismo renascentista, procurando recuperar as glórias da antiguidade greco-romana.
 A fase final da Filosofia Medieval (séculos XI e XV) equivale ao desenvolvimento da escolástica e a criação das universidades.
1 - O termo escolástica designa todos aqueles que pertencem a uma escola ou que se vinculam a uma determinada escola de pensamento de ensino.
2- Posições controvertidas que foram assumidas na Filosofia, na Teologia e na Política.
3 - A presença da tradição aristotélica na Europa ocidental.
4 - O levantamento de questões que aproximavam a Teologia da Filosofia, investigando racionalmente os fundamentos da fé cristã.
5 - O pensamento de Santo Agostinho.
6 - A transição do helenismo para o cristianismo.
Como você viu é no período final da Idade Média que ocorre a transição do helenismo para o cristianismo.
 
A religião cristã originária do judaísmo surge e se desenvolve no contexto do helenismo. A cultura ocidental da qual somos herdeiros até hoje é a síntese entre o judaísmo, o cristianismo e a cultura grega.
O helenismo permitiu a aproximação entre a cultura judaica e a filosofia grega, que tornou possível, mais tarde, o surgimento de uma filosofia cristã. Em Alexandria, essas culturas conviveram e se integraram, de forma que se falavam várias línguas na região. Nessa época, foi possível encontrar uma aproximação entre a cosmologia platônica e a narrativa da criação do mundo.
Inicialmente, o cristianismo não se distinguia claramente do judaísmo. Ele era visto como uma seita reformista dentro da religião da cultura judaica.
Para os gregos, o príncipe divino operava no mundo, essa visão influenciou fortemente o desenvolvimento da filosofia cristã.
É em São Paulo que encontramos a concepção de uma religião universal. Ele defendia a necessidade de pregar a todos. Esta é uma diferença básica em relação ao judaísmo e as demais religiões da época.
	Podemos dizer que a cultura de língua grega hegemônica permitiu a concepção de uma religião universal, que corresponde, no plano espiritual e religioso, a concepção de império no plano político e militar. Essa concepção foi consolidada com o batismo do imperador Constantino, em 337, e com a institucionalização do cristianismo como religião oficial. Entretanto, não havia ainda uma unidade no cristianismo.
 
	A filosofia grega teve uma importância fundamental no processo de unificação do cristianismo, quando as discussões levaram a formulação de uma unidade doutrinária hegemônica, ortodoxa. Os primeiros representantes dessa filosofia cristã pertenceram a, assim, chamada escola neoplatônica cristã Alexandria.
	 Uma questão que acompanhou todo o pensamento medieval foi o conflito entre razão e fé, que era foco de tensão permanente. Diversos concílios fixaram a doutrina considerada legitima e condenaram os que não aceitavam esses dogmas expulsando-os da Igreja.
	 Podemos dizer que a filosofia grega se incorporou de maneira definitiva à tradição cristã: a lógica e retórica forneceram meios de argumentação; e a metafísica de Platão e de Aristóteles forneceu conceitos chaves (substâncias, essências e etc.), em função dos quais questões teológicas eram discutidas.
Um dos grandes pensadores cristãos foi Santo Agostinho. A sua influência filosófica e teológica se estendeu até o período moderno. Veja abaixo os três aspectos fundamentais da contribuição desse pensador para o desenvolvimento da Filosofia. 						 	A formulação das relações entre Teologia e Filosofia, entre razão e fé.
	A criação da teoria do conhecimento com ênfase na questão da subjetividade e da interioridade.
	A elaboração da teoria da história que foi desenvolvida na monumental cidade de Deus.
	Santo Agostinho pode ser considerado o primeiro pensador a desenvolver uma noção de uma interioridade que prenuncia o conceito de subjetividade do pensamento moderno.
Encontramos no pensamento de Santo Agostinho a oposição interior/exterior e a concepção de que a interioridade é o lugar da verdade: é olhando para a sua interioridade que o homem descobre a verdade pela iluminação divina. 
	A teoria da iluminação divina vem substituir a teoria platônica, explicando o ponto de partida do processo de conhecimento e abrindo o caminho para a fé.
	A concepção agostiniana teve uma grande influência no desenvolvimento da noção ocidental de tempo histórico, raiz da visão hegeliana. 
	Santo Agostinho viveu em tempos conturbados: a ruína do mundo antigo, a decadência do Império Romano, as invasões dos bárbaros pagãos. Ele mostrou que os eventos históricos devem ser interpretados à luz da revelação, que a cidade divina prevalecerá, já que a história tem uma direção.
	
	Além de Santo Agostinho, é necessário mencionar Boécio (470-525), como um pensador fundamental para a mediação entre na filosofia antiga e a filosofia cristã medieval. 
Você já estudou que o termo escolástica designa todos aqueles que pertencem a uma escola ou que se vinculam a uma determinada escola de pensamento e de ensino. Conheça, agora, os fatores históricos que contribuíram para o seu desenvolvimento. 	
	1. As culturas bárbaras que se estabelecem na Europa Ocidental não tinham conhecimento e, nem tampouco, interesse pela Filosofia. Só a partir do século IX, cinco séculos após a morte de Santo Agostinho, a situação começa a mudar.
	2. Em 529, São Bento fundou, na Itália, a ordem monástica beneditina, diferente das ordens monásticas das igrejas orientais, que eram exclusivamente contemplativas. Graça aos monges copistas foram preservados os textos da antiguidade clássica grego romana, nas bibliotecas.
	3. Progressivamente, o mundo europeu ocidental começava a se reestruturar. A primeira grande tentativa dereestruturação aconteceu no natal do ano 800, quando o papa Leão III, convidou Carlos Magno para ir à Roma e lá o consagrou imperador do sacro império romano-germânico. Após a morte de Carlos Magno, seu império foi dividido entre o seu filho e os sucessores deste, levando a uma nova fragmentação política, que gerou grandes conflitos. 
	4. É, portanto, em torno dos séculos XI e XII que vamos assistir o surgimento da chamada escolástica. Neste contexto, aparece a famosa querela entre a razão e a fé que percorre toda a Filosofia Medieval. No entanto, o desenvolvimento da Filosofia torna-se possível devido à difusão de consolidação das escolas nos mosteiros e catedrais.
	Santo Anselmo é considerado o primeiro grande pensador da escolástica. Ele elaborou sua filosofia buscando articular a razão e a revelação, a fé e o entendimento.
	Santo Anselmo deu a sua principal contribuição à Filosofia na formulação do famoso argumento ou prova ontológica, como ficou conhecido posteriormente (desde Kant). Trata-se de um dos argumentos mais clássicos da tradição filosófica, tendo sido questionado por outros filósofos na Idade Média, dentre eles São Tomás de Aquino.
	Prova ontológica - Essa prova concilia razão e fé, aquilo que a fé nos ensina pode ser entendido pela razão e a Filosofia nos ajuda a argumentar em favor disso. Esses aspectos caracterizam bem o estilo da escolástica em utilizar a Filosofia.
	A conclusão de Santo Anselmo é que não se pode pensar a inexistência de um ser do qual nada maior pode ser pensado sem contradição. Desse modo, fica provada a existência de Deus.
 
O Império Macedônio e o Helenismo
 
Após as conquistas de Alexandre, o Grande, rei da Macedônia, que criou um dos maiores impérios da Antiguidade, a cultura grega foi disseminada por vastas regiões do mundo antigo (do Egito à Índia), originando o que foi chamado de helenismo. Apesar da brevidade do império alexandrino, o impacto cultural das suas conquistas durou séculos.
Diálogos entre helenismo e cristianismo
1. Vocação universal do cristianismo, judaísmo e helenismo: de Yeshua a Iesus Christós.
2. Linguagem bíblica e língua grega (koiné).
3. Dogmática, heresia, ortodoxia cristã e filosofia grega pagã.
4. Fé e razão cooperam no entendimento do cristianismo como verdadeira filosofia.
Santo Agostinho
Agostinho (354-430 d.C.) foi um dos grandes pensadores cristãos e a sua influência filosófica e teológica se estendeu até o período moderno. Em seu pensamento, são marcantes:
1) A formulação das relações entre Teologia e Filosofia, entre razão e fé;
2) A criação da teoria do conhecimento com ênfase na questão da subjetividade e da interioridade;
3) A elaboração da teoria da história que foi desenvolvida na monumental cidade de Deus.
Queda do Império Romano e bases da cristandade
Fim da civilização romana e novo panorama político, econômico e cultural do mundo europeu:
 o feudalismo;
 Cristianização dos povos bárbaros: o monasticismo;
 Carlos Magno e o Sacro Império Romano (800 d.C.);
 O surgimento da escolástica (séculos XI e XII).
EXERCÍCIOS 3
Na Europa no século XVIII havia o conflito entre a fé e a razão. O Estado português, ainda centralizado nas práticas mercantilistas e no absolutismo monárquico, vai entrar em choque com a Igreja Católica. Isso resultou na: 
 expulsão dos Jesuítas de Portugal e Colônias;
A longa administração pombalina (1750-1777) causou controvérsias ao expulsar os jesuítas de Portugal e de todos seus domínios, em 1759. Tal expulsão, que implicava o confisco dos bens dos religiosos, pode ser atribuída: ao processo de centralização administrativa que exigia a eliminação da Companhia de Jesus, acusada de formar um estado à parte.
Após a morte de D. João V, em 1750, ascendeu como ministro Sebastião José de Carvalho Melo, futuro Marquês de Pombal. A administração pombalina destacou-se pela: redefinição da estrutura do ensino português, implementando o financiamento estatal.
As Aulas Régias foram criadas devido ao desmantelamento da estrutura administrativa escola portuguesa baseada na educação religiosa jesuítica em1759. Tal proposta, capitaneada pelo Marques de Pombal, inseriu as reformas da instrução pública e teve suas bases estruturadas: no pertencimento das mesmas ao Estado.
Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal (Primeiro-Ministro de Portugal), pensava em reerguer Portugal da decadência que se encontrava diante de outras potências europeias da época. Para tanto expulsou os padres jesuítas e tentou organizar a educação no Brasil sob a supervisão do seu governo, promovendo o início da educação pública brasileira. Podemos avaliar que o objetivo do Marquês de Pombal era: Utilizar a escola para servir aos interesses do Estado, no caso, a Coroa Portuguesa, e não mais da igreja.
 
	
	
	
	
	
	Com a expulsão dos jesuítas do império português, o Marquês determinou que a educação na colônia passasse a ser transmitida por leigos nas chamadas Aulas Régias. Até então, o ensino formal estivera a cargo da Igreja.
	
	
	O fim das escolas jesuíticas de Portugal e de todas as colônias, bem como a criação das aulas régias de Latim, Grego e Retórica.
	
	
	Pombal introduziu importantes mudanças no sistema de ensino do reino e das colónias - que até essa época estava sob a responsabilidade da Igreja -, passando-o ao controle do Estado.
	
	
	A escalada de Pombal, marcada pelo anti-clericalismo teve como característica a expulsão dos jesuítas de Portugal e seus domínios. Para justificar seu ato, o ministro acusou a ordem de participar de uma tentativa de regicídio e de tentar fundar no Brasil um Império Teocrático.
	
	
	Com a expulsão dos jesuítas da colônia, foram criadas as aulas régias do ensino que passaria do domínio dos jesuítas para o domínio dos franciscanos, o que levou à criação de mais um tributo, o subsídio literário.
Aula 04 – Filosofia Medieval – Parte II
A Filosofia Medieval contou com a valiosa contribuição do pensamento árabe.
Conheça os fatores históricos que contribuíram para a fusão entre a cultura árabe, a filosofia grega e o pensamento cristão.
		A fusão começa a partir do momento em que Alexandre (século IV a.C.) inicia a expansão do seu Império, levando e difundindo a cultura grega pelo Oriente Médio, conquistando a Índia. 
A partir desse momento, não restou mais dúvida a mistura entre a língua local e a grega com suas ricas tradições, formando os principais núcleos de cultura
	No período cristão (IV e V d.C.), outro marco se dará aprofundando essa fusão. Vários cristãos foram condenados e buscaram exílio no Oriente, principalmente na Síria e na Mesopotâmia. Esses cristãos, além de conhecedores da filosofia e da ciência grega, usavam a língua grega.
	A fusão também foi influenciada pelo profeta Maomé (570-632), quando este assumiu a liderança religiosa do povo árabe, fundando a religião islâmica. Esse contexto, sem dúvida, favoreceu o encontro dos árabes com os núcleos de cultura de origem grega e cristã. Portanto, os cristãos da escolástica tiveram o primeiro contato com o pensamento de Aristóteles através desses núcleos de cultura.
Logo, podemos concluir que o grande desenvolvimento da filosofia escolástica, a partir do século XIII, foi devido à influência do pensamento árabe.
1- Com o desenvolvimento de uma intensa atividade artesanal e comercial, no século XIII, surgiram núcleos urbanos importantes que tiveram grande influência no enriquecimento de uma pequena parte da população.
2 - Consequentemente, houve o rompimento com a ordem econômica (política feudal), dando lugar a um mundo em que as relações sociais permitiam a mobilidade social. Além disso, os artesões passaram a se organizar em ligas nas cidades, fazendo nascer um novo tipo de convívio social. 
3 - As obras de Aristóteles, com as suas preocupações científicas e empíricas, foram adequadas a esse novo contexto, devido a dois fatores fundamentais que são característicos do século XIII: o surgimentodas universidades e a criação das ordens religiosas (franciscanos e dominicanos).
São Tomás foi um dos grandes pensadores da alta escolástica.
- teve uma profunda ligação com as universidades do século XIII, sobretudo a de Paris.
- Tornou-se um grande pensador com criatividade e originalidade.
- Desenvolveu uma filosofia própria, tratando praticamente de todas as grandes questões da Filosofia e da Teologia de sua época.
- Teve grande interesse pelas obras de Aristóteles e dos pensadores árabes.
- Mostrou que a filosofia de Aristóteles era compatível com o cristianismo.
O tomismo tornou-se uma espécie de representante de “uma filosofia cristã oficial”, isto se deu devido à grandeza da obra de São Tomás e da complexidade das questões tratadas. Como exemplo disso, ele desenvolveu as cinco vias da prova da existência de Deus.
 
	Guilherme de Ockham foi o maior dos lógicos escolásticos. Ele combinou o racionalismo do pensamento aristotélico com a fé revelada do cristianismo.
Pelas posições que assumiu na Filosofia, na Teologia e na Política, e pelos constantes enfrentamentos com as autoridades, Ockham foi perseguido pelo Papa. 
Foi graças as suas ideias, que foram lançadas as sementes que levaram o sistema filosófico medieval à ruína, dando lugar ao novo senso de investigação crítica inspirado diretamente dos gregos.
	 As bases da filosofia e da ciência moderna foram lançadas nos séculos XV e XVI, levando ao Renascimento e à Reforma
Nesse período, em oposição à escolásticas, é defendida a separação radical entre os campos da razão e da fé, da Filosofia e da Teologia.
No final do século XIV, a escolástica e o tomismo sobrevivem no período moderno, e até hoje encontram adeptos.
 AULA ON LINE 4
Nova ordem medieval a partir do ano mil
* Na baixa Idade Média, o incremento da atividade artesanal e comercial favoreceu a reconstituição dos núcleos urbanos, livres dos laços feudais, de modo a se constituírem autonomamente. É neste contexto que aparece um novo personagem social, o mercador, protótipo do homem burguês.
* As transformações econômicas dão lugar a um mundo em que as relações sociais permitiam a mobilidade social. Além disso, os artesões passaram a se organizar em ligas nas cidades, fazendo nascer um novo tipo de convívio social.
* As obras de Aristóteles, com as suas preocupações científicas e empíricas, foram adequadas a esse novo contexto, devido a dois fatores fundamentais que são característicos do século XIII: o surgimento das universidades e a criação das ordens religiosas medicantes (franciscanos e dominicanos).
São Tomás de Aquino
São Tomás foi um dos grandes pensadores da alta escolástica e teve uma profunda ligação com as universidades recém criadas no século XIII, em especial, a de Paris.
Desenvolveu uma filosofia própria, tratando praticamente de todas as grandes questões da Filosofia e da Teologia de sua época. Destacamos as cinco vias ou provas da existência de Deus.
Teve grande interesse pelas obras de Aristóteles que se tornaram acessíveis através das traduções latinas feitas pelos árabes, com destaque para Averróis e Avicena.
 O tomismo tornou-se, a partir do Concílio de Trento, uma espécie de “filosofia cristã oficial” e uma alternativa ao agostinismo platônico.
Guilherme de Ockham
Guilherme de Ockham, o maior dos lógicos escolásticos, defendeu o nominalismo ou conceitualismo. Suas posições polêmicas nos campos da Filosofia, da Teologia e da Política ocasionaram constantes enfrentamentos com as autoridades e a perseguição do Papa.
Graças as suas ideias, foram lançadas as sementes da modernidade, à medida que propõe a separação entre os âmbitos da razão e da fé, da Filosofia e da Teologia.
As bases da filosofia e da ciências modernas foram lançadas a partir do século XIV levando ao Renascimento e à Reforma.
A escolástica entrou em crise, porém, isso não significou o seu fim. A filosofia escolástica e o tomismo sobrevivem no período moderno e, até hoje, possuem adeptos.
Nessa aula, você conheceu os fatores fundamentais que permitiram o encontro da filosofia árabe com a filosofia do ocidente.
Conheceu a importância de São Tomás de Aquino, seu papel na escolástica e como a sua teoria tornou a filosofia de Aristóteles compatível com o cristianismo.
Entendeu que as ideias de Guilherme de Ockham contribuíram para a crise do grande sistema filosófico medieval, culminando com o Renascimento.
Compreendeu que a separação entre razão e fé, filosofia e teologia abriram campo para o surgimento do pensamento moderno, em especial para o humanismo e uma ciência nova.
Aula 05 – Filosofia Moderna – Parte I
A ideia de modernidade foi sendo construída com o passar dos tempos.
O termo moderno já era usado na Filosofia Medieval, mas o conceito de modernidade veio de duas noções fundamentais relacionadas - a ideia de progresso e a valorização do indivíduo, que são decorrentes de fatores históricos como: o Humanismo Renascentista (século XV);a Reforma Protestante (século XVI); a Revolução Científica (século XVII); a redescoberta do ceticismo.
O primeiro fator histórico que você conhecerá é o Humanismo Renascentista do século XV. A obra faz parte da Capela Sistina de Michelangelo e retrata o início da vida em Adão.
O conceito de Renascimento abrange os séculos: XV e XVI, que foi o período histórico intermediário entre o medieval e o moderno. Podemos dizer que o traço mais característico desse período foi o humanismo.
	O humanismo teve também uma grande importância na política. As partes centrais do ideário humanista tratam da rejeição da tradição escolástica em favor de uma recuperação da natureza humana individual, ponto de partida de uma nova ordem. O principal pensador político mais original desse período foi sem dúvida Nicolau Maquiavel (autor de O Príncipe, publicado em 1532).
A Reforma Protestante do século XVI também contribuiu para o conceito de modernidade.
	Em uma visita a Roma (1510), Lutero ficou chocado com a corrupção da sede da Igreja e começou a defender a necessidade de uma reforma.
Portanto, o marco do início da Reforma Protestante foi a pregação por Lutero das suas 95 teses contra os teólogos católicos da universidade e contra o papa Leão X (1517).
 	A ideia de reforma foi bastante comum no desenvolvimento do cristianismo. 
A ruptura provocada pela Reforma é um dos fatores propulsores da modernidade, embora Lutero se aproxime mais da filosofia medieval agostiniana.
	O protestantismo, o movimento de oposição a Roma, difundiu-se por outros países, a exemplo de Calvino na Suíça, em Genebra.
Com isso, a Igreja Católica inicia uma ofensiva contra o protestantismo. O Concílio de Trento estabeleceu as bases doutrinárias e litúrgicas. A Inquisição ganhou nova força e, assim, surgiram novas ordens religiosas como a Companhia de Jesus, de caráter militante.
	No século seguinte, a Guerra dos Trinta Anos opõe católicos e protestantes por toda Europa. 
A ética protestante, principalmente calvinista, proporcionou grande desenvolvimento econômico da Europa, permitindo a acumulação do capital.
Lutero combateu a escolástica, sua concepção teológica é uma interpretação da doutrina de santo Agostinho sobre a luz natural que todo o indivíduo tem em si e que permite entender e aceitar a revelação, não necessitando da intermediação da igreja, dos teólogos, da doutrina dos concílios, a fé é suficiente.
Se a discussão em torno da “regra da fé” abre caminho acerca do livre arbítrio e da salvação. Essa discussão levanta questões de natureza moral. 
Para Lutero, a salvação só é possível pela graça divina, dom de Deus que independe do saber adquirido, ou da obediência da autoridade eclesiástica, assim rejeita a doutrina ética da escolástica tomista e o esforço humano não desempenha nenhum papel na salvação.
Além do Humanismo Renascentista e da Reforma Protestante, a Revolução Científica também contribuiu para o conceito de modernidade.
* A Revolução Cientifica moderna teve seu ponto de partida na obra de Nicolau Copérnico,através de cálculos dos movimentos por meio dos corpos celestes.
* A obra de Nicolau Copérnico rompeu com o sistema geocêntrico, em que a terra se encontra imóvel no lugar central do universo, indo contra uma teoria estabelecida a praticamente vinte séculos.
* Copérnico sacudiu a visão de mundo medieval estática imaginando a terra girando em torno do sol, desenvolvendo sua pesquisa propondo a hipótese heliocêntrica. Ele conserva uma concepção de um cosmo fechado, tendo como limite a esfera das estrelas fixas, típica da visão antiga. A ideia de um universo infinito foi incorporada progressivamente à ciência moderna.
* A revolução científica moderna inspirou-se em Platão, que já havia antecipado o modelo heliocêntrico. 
* Em 1609, o astrônomo alemão Johannes Kepler defendeu a ideia de que o universo é regido por leis matemáticas. 
* Porém, é na verdade Galileu quem diz “a natureza é um livro escrito em linguagem geométrica”. Esse é o ponto de partida do mecanicismo que vê a natureza como um mecanismo, como as engrenagens de um relógio impulsionado por uma força externa.
* Galileu ainda postulava a ideia de órbitas circulares. Podemos considerá-lo como ponto de chegada de um processo da antiga visão de mundo e de ciência. 
* São duas as grandes transformações científicas:
do ponto de vista da cosmologia - o modelo empreendido por Galileu - universo infinito e movimento dos corpos celestes, principalmente da terra;
do ponto de vista da ideia de ciência - a valorização da observação do método experimental que se opõe à ciência contemplativa dos antigos.
Outro fator histórico que contribuiu para o conceito de modernidade foi a redescoberta do ceticismo.
1) O interesse pelo ceticismo antigo é retomado no Renascimento como parte do movimento de volta aos clássicos.
A Idade Média havia sido, em grande parte, ignorada pelos céticos devido à refutação do ceticismo por santo Agostinho.
2) Possivelmente, os céticos foram os primeiros filósofos a questionar a possibilidade do conhecimento e a levantar a questão sobre os limites da natureza humana do ponto de vista cognitivo, o que será uma das grandes temáticas do pensamento moderno até Kant. 
Um dos primeiros a tratar dessa temática argumentou que os limites do nosso entendimento só podem ser superados pela fé. A revelação e a fé são as únicas possibilidades de superar a incerteza de uma ciência incapaz de alcançar o verdadeiro saber.
3) Podemos considerar Michele de Montaigne o filósofo mais importante desse período, quanto à retomada e ao desenvolvimento do ceticismo, inclusive devido a sua influência em Descartes.
A visão cética de Montaigne pode ser considerada um dos pontos de partida do subjetivismo e do individualismo. Diante de um mundo de incerteza, mergulhado em guerras e conflitos religiosos e políticos o homem refugia-se dentro de si.
AULA 5 ON LINE
A arte renascentista; Grécia e Roma como ideal estético
O homem no centro do mundo – Leonardo Da Vinci (Séc. XV)
A Reforma de Lutero, através do livre exame da escritura sagrada, e da justificação pela fé e não pelas obras, abala a autoridade da Igreja e questiona a tradição. A reação contra-reformista da Igreja é organizada pelo Concílio de Trento.
1)Efervescência artística e cultural na Itália pós-bizântina.
2)O termo Renascimento (renascitá);
3)A valorização do homem como medida de todas as coisas (Protágoras);
4)O individualismo;
5)A secularização da cultura.
Nessa aula, você identificou as mudanças profundas que trouxeram a ideia de progresso e valorização do indivíduo na modernidade.
Entendeu como a Reforma e a Revolução Científica questionam a tradição e a autoridade da Igreja e provoca mudanças no panorama político e religioso europeu, alterando profundamente as discussões filosóficas, teológicas e doutrinárias como propulsoras da modernidade.
Analisou a reação da Igreja Católica à Reforma, identificando as suas consequências, assim como os diferentes fatores que permitiram a revolução científica e a redescoberta do ceticismo no contexto do início da modernidade.
AULA 06 – FILOSOFIA MODERNA – PARTE II
Entenderá o pensamento e a contribuição de Descartes, que foi considerado o “pai” da Filosofia Moderna, assim como a modernidade da qual somos herdeiros até hoje.
Descartes (1596 – 1650) viveu em um tempo de profunda crise da sociedade, tempo de transição entre uma tradição que sobrevivia e outra que estava surgindo, resultando em uma nova visão de mundo. Ele acompanhou as grandes transformações da sua época.
O início das grandes navegações e a descoberta das Américas. 					 As teorias científicas de Copérnico e Galileu, que revolucionaram a maneira de se considerar o mundo físico.
A escolástica medieval, que estava longe de desaparecer.
A decadência do sistema feudal, substituído por uma nova ordem econômica baseada no comércio livre e no individualismo.										 A Reforma de Lutero, que abalou a autoridade universal da Igreja Católica no Ocidente, e a Contra Reforma, reação ao Protestantismo, que teve como consequência a Guerra dos Trinta Anos, na qual o próprio Descartes participou. 						 A arte retomando os valores da antiguidade clássica, impondo uma cultura leiga, às vezes, de inspiração pagã. 
A obra de Descartes é uma longa reflexão e tomada de posição sobre o seu tempo. A crença no poder crítico da razão humana individual é traço fundamental da modernidade de Descartes. 
O homem da época de Descartes viveu uma grande diversidade de experiências. 
Devemos compreender o pensamento filosófico de Descartes como o resultado da reflexão sobre a experiência de vida.
É possível considerar Descartes como um dos iniciadores da modernidade, doravante, influenciará o desenvolvimento do pensamento filosófico. Com Descartes, a necessidade de contextualização do pensamento e o sujeito pensante entram em cena: “terei a satisfação de mostrar os caminhos que segui e apresentar minha vida como em um quadro”. Descartes sempre escreveu na primeira pessoa do singular.
Descartes foi excelente aluno, sobretudo interessado pela Matemática; viajou por diversos países da Europa; descobriu sua vocação filosófica decidindo dedicar-se a “descobrir os fundamentos dessa ciência admirável”. 
Ele considerou a Matemática como modelo de sua reflexão filosófica e, com isso, pretendia elaborar uma matemática universal para todos os assuntos. 
Nesse tempo de conflitos, crises e incertezas, Galileu foi proibido de lecionar. Ao tomar conhecimento da condenação de Galileu, Descartes desistiu de publicar a sua obra - O tratado do mundo. 
Em 1637, Descartes publicou, em francês, seus tratados científicos que têm como introdução o discurso do método. Descarte adquiriu fama e sua obra foi condenada.
Segundo Descartes, se no início do discurso do método, o bom senso (isto é, a racionalidade) é natural ao homem, o erro resulta na realidade de mau uso da razão. 
A finalidade do método é: por a razão no bom caminho. Portanto, o método visa o conhecimento, a elaboração de uma teoria científica. Este é o sentido das regras que Descartes formula. 
Utilizando esse método saberemos como usar da intuição.
As regras de Descartes se inspiram na geometria, são simples, mas devem ser seguidas à risca. Jamais devemos deixar de observá-las.
Regra 01- Jamais aceitar como exata coisa alguma que eu não conheça evidentemente.
Regra 02- Dividir cada dificuldade a ser examinada em tantas partes quantas possíveis e necessárias para resolvê-las.
Regra 03- Impor ordem nos meus pensamentos, começando pelos assuntos mais simples de serem conhecidos.
Regra 04- Fazer para cada caso enumerações tão exatas que esteja certo de não ter esquecido nada, assim nunca se confundirá o falso com o verdadeiro, chegando ao verdadeiro conhecimento. 
O conflito entre os dois modelos de ciência, o antigo e o moderno, fazia com que alguns pensadores céticos se perguntassem se as futuras gerações não descobririamas teorias da ciência nova também de forma errônea. 
Na época de Descartes, havia uma crise generalizada da autoridade.
Descartes deixa bem claro que não se pode confiar na tradição, nos ensinamentos do saber adquirido, e constata que a tradição, ao contrário do que pretendia, estava muito longe de ter encontrado a verdade e de ter constituído um sistema sólido e coerente que lhe desse autoridade. 
A única alternativa possível parecia ser a interioridade, a própria razão humana, a luz natural que o homem possui em si mesmo, a sua racionalidade. Portanto, o homem traz dentro de si a possibilidade do conhecimento.
Conheça também o argumento do cogito de Descartes.
“Penso logo existo”, uma das mais célebres expressões filosóficas que existe. Com esse argumento, Descartes busca uma certeza imune ao questionamento cético. 
A etapa inicial da argumentação cartesiana é a formulação de uma dúvida metódica, colocando tudo em questão. Começa-se duvidando de tudo: senso comum, argumento de autoridade, testemunho dos sentidos, das informações da consciência, da realidade do exterior e do próprio corpo. A cadeia de dúvidas se interrompe diante do seu próprio ser que duvida. Se duvido, penso: “Penso logo existo”. 
Assim, Descartes introduz uma grande modificação no pensamento moderno: “ a crença na autonomia do pensamento, a ideia de que a razão bem dirigida basta para encontrar a verdade sem precisar dos livros e dos “dogmas”.
Para Descartes, o espírito humano tem em si os meios de alcançar a verdade, se souber cultivar sua independência e conduzir-se com método. A certeza é possível porque o espírito humano já possui ideias gerais, claras e distintas que são inatas (inerentes à capacidade de pensar), portanto, não estão sujeitas ao erro. A primeira ideia inata é o cogito pelo qual nos descobrimos como seres pensantes.
Enquanto o racionalismo de Descartes prioriza a razão, o filósofo Francis Bacon insiste na necessidade da experiência.
Mesmo hoje, o argumento do cogito e suas consequências suscitam grandes interesses.
O objetivo de Descartes, contudo, é fundamental para a possibilidade do conhecimento científico. É necessário, portanto, encontrar um caminho de superação desse idealismo radical, no qual a única realidade certa é a existência do puro pensamento. 
No entanto, é fundamental encontrar uma ponte entre o pensamento subjetivo e a realidade objetiva.
AULA ON LINE 6 
O contexto do surgimento do racionalismo cartesiano
Descartes (1596–1650) viveu em um tempo de profunda crise da sociedade, tempo de transição entre uma tradição que sobrevivia e outra que estava surgindo, resultando em uma nova visão de mundo. 										 As teorias científicas de Copérnico e Galileu revolucionaram a maneira de se considerar o mundo físico. 									 A decadência do sistema feudal propiciou o surgimento de uma nova ordem econômica baseada no comércio livre e no individualismo.A Reforma de Lutero abalou a autoridade universal da Igreja Católica no Ocidente, e a Contra Reforma, reação ao Protestantismo, teve como consequência a Guerra dos Trinta Anos, na qual o próprio Descartes participou. A arte retomando os valores da antiguidade clássica impôs uma cultura laica, às vezes, de inspiração pagã.
A concepção mecanicista do mundo
O mundo é concebido ao modo de uma máquina e Deus era o criador; mas como a natureza era perfeita, não precisaria de seu criador para continuar funcionando.
A dúvida metódica
A etapa inicial da argumentação cartesiana é a formulação de uma dúvida metódica, colocando tudo em questão. Começa-se duvidando de tudo: senso comum, argumento de autoridade, testemunho dos sentidos, das informações da consciência, da realidade do exterior e do próprio corpo. Descartes lança as hipóteses do sonho enganador, do erro dos sentidos e do gênio malvado.
Cogito, ergo sum ( penso logo existo)
Para Descartes, a cadeia de dúvidas se interrompe diante do seu próprio ser que duvida. Se duvido, penso: e, se, penso, logo existo. Assim, Descartes introduz uma grande modificação no pensamento moderno: a crença na autonomia do pensamento, a ideia de que a razão bem dirigida basta para encontrar a verdade sem precisar dos livros e dos “dogmas”.
O espírito humano tem em si os meios de alcançar a verdade, se souber cultivar sua independência e conduzir-se com método. A certeza é possível porque o espírito humano já possui ideias gerais, claras e distintas que são inatas (inerentes à capacidade de pensar), e não estão sujeitas ao erro. A primeira ideia inata é o cogito pelo qual nos descobrimos como seres pensantes.
As regras do método
De acordo com Descartes, se no início do discurso do método, o bom senso (isto é, a racionalidade) é natural ao homem, o erro resulta na realidade de mau uso da razão. Daí a necessidade do método.
 1 - A primeira consistia em nunca aceitar algo como verdadeiro sem conhecê-lo evidentemente como tal: isto é, evitar cuidadosamente a precipitação e a prevenção; não incluir nos meus juízos nada que não se apresentasse tão clara e distintamente à minha inteligência a ponto de excluir qualquer possibilidade de dúvida;
2 - A segunda era dividir o problema em tantas partes quantas fossem necessárias para melhor poder resolvê-lo.
3 - A terceira, conduzir por ordem os meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para subir pouco a pouco, gradualmente, até o conhecimento dos mais compostos; e admitindo uma ordem mesmo entre aqueles que não apresentam nenhuma ligação natural entre si.
4 - Por último, a quarta, sempre fazer enumerações tão completas, revisões tão gerais, que tivesse certeza de nada ter omitido.
AULA 7 – FILOSOFIA MODERNA – PARTE III
O empirismo e o racionalismo (pensamento cartesiano) constituíram conjuntamente algumas das principais correntes do pensamento moderno na sua fase inicial.
	A palavra empirismo, deriva da palavra grega “empeiria”, que significa basicamente uma forma de saber derivado da experiência sensível, e de informações acumuladas com base nesta experiência, permitindo a realização de fins práticos
	Podemos dizer que o empirismo é a posição filosófica que toma a experiência como guia e critério de validade de suas afirmações, especialmente nos campos da teoria do conhecimento e da filosofia da ciência.
	O grito de guerra do empirismo é a frase de inspiração aristotélica: “Nada está no intelecto que não tenha passado antes pelos sentidos”. Ou seja, todo conhecimento resulta de uma base empírica, de percepções ou impressões sensíveis sobre o real, elaborando-se e desenvolvendo-se a partir desses dados da realidade sensorial. Os empiristas, portanto, rejeitam a noção de ideias inatas ou de um conhecimento anterior à experiência ou independente desta.
A seguir, você conhecerá os três principais pensadores do empirismo clássico: Francis Bacon (1561-1626), John Locke (1632-1704), e David Hume (1711-1776).
BACON E O MÉTODO EXPERIMENTAL
Podemos distinguir dois aspectos inter-relacionados da contribuição de filosófica de Bacon:
1) a concepção de pensamento crítico contida na teoria dos ídolos;
A filosofia de Bacon, assim como a de Descartes, caracteriza-se por uma ruptura bastante explícita em relação à tradição anterior, sobretudo a escolástica de inspiração aristotélica. A preocupação fundamental de Bacon é com formulação de um método que evite o erro e coloque o homem no caminho do conhecimento correto. É nesse contexto que encontramos a sua teoria dos ídolos. Os ídolos são ilusões ou distorções que, segundo Bacon, “bloqueiam a mente humana”, impedindo o verdadeiro conhecimento. Os ídolos podem ser de quatro tipos: ídolos da tribo, ídolos da caverna, ídolos do foro e ídolos do teatro.
2) a defesa do método indutivo no conhecimento científico e de um modelo de ciência anti especulativo e integradocom a técnica.
Bacon propõe um modelo para a nova ciência. Segundo ele, o homem deve despir-se de seus preconceitos, tornando-se “uma criança diante da natureza”, somente assim alcançará o verdadeiro saber. O novo método científico é o da indução que, a partir da observação atenta da natureza, permite formular leis científicas que são generalizações indutivas, a partir das quais se pode controlar a natureza e dela tirar benefícios para o homem. Bacon é um pensador que acredita no progresso. Para ele, o conhecimento se desenvolve na medida em que adotamos o método correto e a experiência como guia. Ele teve uma importância fundamental no sentido da ruptura com a tradição.
A TEORIA DAS IDEIAS DE LOCKE E A CRÍTICA AO INATISMO
Locke vê a filosofia como uma tarefa crítica e preparatória para a construção da ciência. Ele desenvolve um modelo empirista, anti especulativo e antimetafísico de conhecimento.
Locke afirma que todas as nossas representações do real são derivadas de percepções sensíveis, não havendo outra fonte para o conhecimento. Portanto, não existem ideias inatas. Isto é, o conhecimento não é inato, mas resulta da maneira como elaboramos os dados que nos vêm da sensibilidade por meio da experiência. 
Para Locke, a mente é como uma folha em branco, a “tábula rasa”, na qual a experiência deixa as suas marcas. Desta forma, para processarmos o conhecimento em nossa mente, precisamos da reflexão, assim como distinguir entre as qualidades primárias e as secundárias das substâncias. 
Locke é considerado como um dos primeiros filósofos do período moderno a desenvolver uma filosofia da linguagem, mais especificamente uma teoria do significado. Ou seja, para esse filósofo, o significado das palavras é a ideia correspondente a elas em nossa mente, e é por meio das ideias que as palavras se referem às coisas. Esta é para Locke a semântica ideacional. A Linguagem é, assim, a expressão de um pensamento, criado anteriormente à linguagem e independente dela.
O CETICISMO DE DAVID HUME
O ceticismo de Hume pode ser interpretado a partir do questionamento que dirige a dois princípios ou pressupostos fundamentais da tradição filosófica: a causalidade e a identidade pessoal. 
Segundo Hume, a causalidade é uma forma nossa (humana) de perceber o real, uma ideia derivada da reflexão sobe as operações de nossa própria mente, e não uma conexão necessária entre causa e efeito, uma característica do mundo natural.
Para Hume, jamais podemos apreender a nós mesmos sem algum tipo de percepção. O “eu” (sef) é um feixe de percepções que temos em um determinado momento e que varia na medida em que essas percepções variam. Estamos, assim, em constante mudança, pois a cada momento novas percepções são acrescentadas ao feixe, e outras empalidecem ou desaparecem.
A única coisa que assegura o nosso “eu”, o que somos e temos, é a força do hábito, do costume e da memória que conseguimos. Portanto, para esse filósofo, jamais temos um conhecimento certo e definitivo; toda a ciência é apenas resultado da indução, e o único critério de certeza que podemos ter é a probabilidade. É neste sentido e por esses motivos que ele é considerado um cético. Por outro lado, Hume também afirma que a maneira pela qual conhecemos e pela qual agimos no real depende apenas de nossa natureza, de nossos costumes e de nossos hábitos. Por esta razão ainda não se chegou a definir se ele é mais cético ou mais naturalista. 
A CONTRIBUIÇÃO VALIOSA DE JEAN-JACQUES ROUSSEAU
Rousseau (1712-78) nasceu em Genebra e foi um dos mais importantes pensadores franceses do século XVIII no campo da política, da moral e da educação, influenciando os ideais do Iluminismo e da Revolução Francesa (1789).
O ponto de partida da filosofia de Rousseau é uma concepção de natureza humana representada pela famosa ideia: “O homem nasce bom, a sociedade o corrompe”, à qual se acrescenta a ideia de que “o homem nasce livre e por toda parte se encontra acorrentado”. 
Para Rousseau, é possível, portanto, formular um ideal de sociedade em que os homens sejam livres e iguais, ideal este que servirá de inspiração à Revolução Francesa. 
A grande questão para Rousseau consiste em saber como preservar a liberdade natural do homem e ao mesmo tempo garantir a segurança e o bem-estar que a vida em sociedade pode lhe oferecer. Sua resposta se encontra fundamentalmente no Contrato Social, mas também é possível observá-la em outros textos.
Segundo a teoria do contrato social, a soberania política pertence ao conjunto dos membros da sociedade. O fundamento dessa soberania é a vontade geral, que não resulta apenas na soma da vontade de cada um. 
A vontade particular e individual de cada um diz respeito a seus interesses específicos, porém, enquanto cidadão e membro de uma comunidade, o indivíduo deve possuir também uma vontade que se caracteriza pela defesa do interesse coletivo, do bem comum.
Segundo a teoria do contrato social, é papel da educação a formação da vontade geral dos membros da sociedade transformando, assim, o indivíduo em cidadão, em membro de uma comunidade. 
	O processo educativo pressupõe o conhecimento profundo e deve dar a devida importância às leis psicológicas do desenvolvimento do educando. Essas leis devem orientar todo o processo educativo, deixando de lado todas as especulações teóricas a esse respeito.
	Na proposta de Rousseau, para que o processo educativo não degenere num exercício estéril e até nocivo, é indispensável partir da estrutura específica do educando. Não se deve ver na criança um adulto em miniatura, como era costume na época, uma etapa passageira, provisória, da existência humana, pois a criança tem uma existência própria e acarreta direitos específicos.
AULA 7 ON LINE
A palavra empirismo, deriva da palavra grega empeiria, que significa uma forma de saber derivada da experiência sensível, e de informações acumuladas com base nesta experiência, permitindo a realização de fins práticos.
O empirismo, então, é a posição filosófica que toma a experiência como guia e critério de validade do conhecimento. A frase de inspiração aristotélica resume a posição empirista: “Nada está no intelecto que não tenha passado antes pelos sentidos”. Significa que todo conhecimento resulta de uma base experimental, de percepções ou impressões sensíveis. Os empiristas rejeitam a noção de ideias inatas ou de um conhecimento anterior à experiência ou independente desta.
Podemos distinguir dois aspectos inter-relacionados da contribuição de filosófica de Bacon:
1 - a concepção de pensamento crítico contida na teoria dos ídolos. Bacon propõe um modelo para a nova ciência. O homem deve despir-se de seus preconceitos, tornando-se “uma criança diante da natureza”; somente assim alcançará o verdadeiro saber.
2- a defesa do método indutivo no conhecimento científico e de um modelo de ciência antiespeculativo e integrado com a técnica. O novo método científico é o da indução que, a partir da observação atenta da natureza, permite formular leis científicas, a partir das quais se pode controlar a natureza e dela tirar benefícios para o homem.
O EMPIRISMO DE JOHN LOCKE
Locke vê a filosofia como uma tarefa crítica e preparatória para a construção da ciência. Ele desenvolve um modelo empirista, antiespeculativo e antimetafísico de conhecimento.
Locke afirma que todas as nossas representações do real são derivadas de percepções sensíveis, não havendo outra fonte para o conhecimento. Portanto, não existem ideias inatas. Para Locke, a mente é como uma folha em branco, a tabula rasa, na qual a experiência deixa as suas marcas. Desta forma, para processarmos o conhecimento em nossa mente, precisamos da reflexão, assim como distinguir entre as qualidades primárias e as secundárias das substâncias.
O EMPIRISMO DE DAVID HUME
Hume foi, sob muitos aspectos, o mais radical dos empiristas, levando essas teses as suas últimas consequências e assumindo uma posição filosófica cética.
O ceticismo de Hume pode ser interpretado a partir do questionamento que dirige a dois princípiosou pressupostos fundamentais da tradição filosófica: a causalidade e a identidade pessoal.
A causalidade resulta apenas de uma regularidade ou repetição em nossa experiência de um conjunto constante entre fenômenos que, por força do hábito, acabamos por projetar na realidade, tratando-a como se fosse algo existente. A conexão necessária entre causa e efeito não é uma característica do mundo natural.
A crítica à identidade pessoal segue a mesma linha. Hume questiona o modelo cartesiano de mente como substância pensante, a res cogitans de Descartes. Sustenta que não podemos ter representação alguma de nossa mente independente de nossa experiência. Jamais podemos apreender a nós mesmos sem algum tipo de percepção.
O “eu” (sef) é um feixe de percepções que temos em um determinado momento e que varia na medida em que essas percepções variam. Estamos, assim, em constante mudança, pois a cada momento novas percepções são acrescentadas ao feixe, e outras empalidecem ou desaparecem. A força do hábito, o costume e a memória é que assegura a continuidade do “eu”.
THOMAS HOBBES
Hobbes tem uma visão pessimista da natureza humana. O homem é o lobo do homem: homo homini lupus.
Neste sentido, o estado de natureza. – abstraída a ideia de Estado, de obrigação legal e de sociedade é um estado de guerra de todos contra todos. Para que fossem garantidas a vida e a propriedade, o indivíduo, que só visa ao seu interesse próprio, consente assinar um pacto social. Isto significa transferir parte do poder dos indivíduos a um soberano todo poderoso que Hobbes denomina de Leviatã. Assim, nasce a ideia de Estado, que recolhe o poder de cada um dos indivíduos, garantindo-lhes, em troca, o direito à vida e à propriedade.
JOHN LOCKE
Segundo a concepção de Locke, a sociedade resulta de uma reunião de indivíduos, visando a garantir suas vidas, sua liberdade e sua propriedade. É em nome dos direitos naturais do homem que o contrato social entre os indivíduos, que cria a sociedade, é realizado, e o Estado deve, portanto, comprometer-se com a preservação destes direitos.
A legitimidade desse poder reside, em sua origem, no consentimento entre os indivíduos que o constituíram, e que podem, portanto, retirá-lo daqueles que não governam no interesse da maioria ou que ameaçam a liberdade e os direitos dos indivíduos.
JEAN-JACQUES ROUSSEAU
O ponto de partida da filosofia de Rousseau é uma concepção de natureza humana representada pela famosa ideia: “O homem nasce bom, a sociedade o corrompe”.
Segundo a teoria do contrato social, a soberania política pertence ao conjunto dos membros da sociedade. O fundamento dessa soberania é a vontade geral, que não resulta apenas na soma da vontade de cada um.
A vontade particular e individual de cada um diz respeito a seus interesses específicos, porém, enquanto cidadão e membro de uma comunidade, o indivíduo deve possuir também uma vontade que se caracteriza pela defesa do interesse coletivo, do bem comum. É papel da educação a formação da vontade geral dos membros da sociedade transformando, assim, o indivíduo em cidadão, em membro de uma comunidade.
AULA 08 – FILOSOFIA MODERNA – PARTE IV
O Iluminismo foi um movimento de grande importância a partir da segunda metade do século XVIII.
Abrange não só o pensamento filosófico, mas também as artes, as ciências, a teoria política, as teorias pedagógicas e a doutrina jurídica.
Reflete a necessidade de tornar transparente à razão. O pressuposto básico do iluminismo afirma, que todos os homens são dotados de racionalidade que é uma espécie de luz natural. Possui caráter pedagógico. O pensamento iluminista é fortemente voltado para o laico e o secular.
Volta-se contra toda autoridade que não esteja submetida à razão e a experiência. O homem poderá atingir o que Kant chama de sua maioridade, quer dizer pensar por si mesmo. Por isso o Iluminismo tem caráter ético e emancipador.
O pano de fundo do Iluminismo é a filosofia crítica, que tem como características três pressupostos básicos: a liberdade; o individualismo e a igualdade jurídica.
Nesse sentido a Revolução Francesa (1789) pode ser considerada uma tentativa de concretização desses ideais: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. Os homens nascem e permanecem livres, é o artigo primeiro da Declaração dos Direitos do Homem. 
A Enciclopédia é um projeto monumental pedagógico que pretendeu ser uma espécie de grande síntese do saber da época, sua publicação teve grande influência na Revolução Francesa e contribuiu para a contestação da monarquia absoluta, e do poder da Igreja.
Vamos conhecer as propostas do alemão Immanuel Kant, nosso último expoente deste bloco empírico-racionalista e fazer um amálgama entre as duas correntes. 
A obra de Kant pode ser vista como um marco na filosofia moderna e se notabiliza por duas obras clássicas, em especial: a “Crítica da Razão Pura”, na qual desenvolve a crítica do conhecimento, e “Crítica da Razão Prática”, em que analisa a moralidade. 
Entre os neo-humanistas, foi o principal que proclamou a saída do homem do estado de incapacidade, em que jazia sob o peso da tradição da autoridade. Ele desafiou o homem a se atrever servir da razão.
Kant define a filosofia como “a ciência da relação de todo conhecimento e de todo uso da razão com o fim último da razão humana”, caracterizando-se pelo tratamento de quatro questões fundamentais.
O que posso saber? Diz respeito à metafísica, no sentido kantiano de investigação sobre a possibilidade de legitimidade do conhecimento.
O que devo fazer? Cuja resposta é dada pela moral.
O que devo esperar?	 O problema da esperança, de que trata a religião.			 O que é o homem? Objeto da antropologia, à qual em última análise se reduzem as outras três e que é na verdade a mais importante das quatro.
											 O pensamento de Kant também se insere dentro do movimento de crítica à educação dogmática, aberto pela ilustração.
Embora não concebesse as normas e os modelos conforme a própria existência concreta e variável (mas de um sujeito universal), nem por isso admite o modelo tradicional de ideal, que se impôs exteriormente ao indivíduo.
Para ele, são as leis inflexíveis e universais da razão pura e da razão prática que constroem o conhecimento e a lei moral, o que significa a valorização definitiva do sujeito como ser autônomo e livre, para o qual tanto o conhecimento como a conduta são obras suas.
É importante que você conheça a educação na concepção de Kant.
A importância atribuída por Kant à educação encontra-se fundamentada nas obras mais clássicas, como a Crítica da Razão Pura e Crítica da Razão Prática. 
A Crítica da Razão Pura, visa investigar as condições de possibilidade do conhecimento, ou seja, o modo pelo qual, na experiência de conhecimento, sujeito e objeto se relacionam e em que condições. Esta relação pode ser considerada legítima, sujeito e objeto são termos relacionais que só podem ser considerados como partes da relação de conhecimento.
	Kant elabora uma teoria que investiga o valor dos nossos conhecimentos. Condena os empiristas, para quem tudo o que conhecemos vem dos sentidos e também não concorda com os racionalistas, para quem tudo o que pensamos vem de nós. Para ele, a razão não é capaz de conhecer as realidades que não se oferecem à nossa experiência sensível, tal como Deus.
	O filósofo mostra que além do ato do conhecimento, o indivíduo é capaz de outra atividade espiritual, o exercício da consciência moral. Kant concluiu que só o ser humano é moral e agir moralmente é agir pelo dever. Desse raciocínio decorre que a pessoa não realiza espontaneamente a lei moral, mas a moralidade resulta da luta interior. Neste sentido, a verdadeira ação moral tem por fundamento a autonomia e a liberdade.
	Para Kant, cabe a educação formar o caráter moral - “o homem só pode tornar-se homem pela educação”, “ele é tão somente o que a educação fez dele”, e ainda “mandamos

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