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Aula 02 (1)

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EDUCAÇÃO E ECONOMIA POLÍTICA
O PENSAMENTO POLÍTICO E ECONÔMICO SOB A ÓTICA DO CAPITAL: LIBERALISMO 
CURSO DE PEDAGOGIA – professora BEATRIZ PINHEIRO
Rio de Janeiro, 11 de agosto de 2011
Objetivos da aula:
a) Identificar as bases históricas e conceituais do liberalismo; b) Problematizar o liberalismo e suas determinações na base do sistema capitalista atual
Modo de produção capitalista : condições para sua consolidação
Processo de acumulação de capital propiciado pela revolução comercial
Existência de trabalhadores livres para vender sua força de trabalho:
livres no sentido de “libertos”, desimpedidos para que possam participar de relações de troca sob uma aparência legal
livres no sentido de “despossuídos”, destituídos de propriedade. Os trabalhadores sem a propriedade dos meios de produção e dos instrumentos de trabalho, perdem as condições objetivas de transformarem a natureza e produzir sua sobrevivência. Não lhes resta outra alternativa se não vender sua força de trabalho, em troca de um salário.
Modo de Produção Capitalista: características
Se caracteriza pela presença de relações sociais de produção marcadas por uma cisão: de um lado os proprietários dos meios e instrumentos de produção e de outro os não-proprietários, que dispõem apenas da força de trabalho criadora de valor. Essa cisão delineia a presença de duas classes sociais fundamentais: a burguesia e a classe trabalhadora.
É um modo de produção mercantil, onde a produção se organiza não em função do valor de uso, da utilidade, do consumo dos bens para seus produtores, mas em função do valor de troca. É uma produção para a produção. Tudo o que é produzido, não tem utilidade para o capitalista, mas tem utilidade para os outros. Então tem que trocar de mãos no mercado. No capitalismo, portanto, são produzidas mercadorias. Esta é uma economia de mercado, ou seja, a produção de mercadorias é predominante e esta forma regula a produção de não-mercadorias.
Modo de Produção capitalista: a mercadoria força de trabalho e a mais valia
Existe uma mercadoria que, uma vez adquirida e consumida em combinação com as matérias-primas e os instrumentos de trabalho, incorpora um valor adicional às mercadorias produzidas.
Esta mercadoria é a força de trabalho. Ela tem a capacidade de criar valor. Ela incorpora um valor adicional às mercadorias produzidas.
A mercadoria força de trabalho gera uma quantidade de valor maior do que seu próprio valor, isto é, do que o salário. Esse valor a mais irá compor o lucro do capitalista.
A intenção do capitalista é a ampliação da taxa de mais valia, que mede o grau de exploração da força de trabalho.
A história do capitalismo é a história da submissão do trabalho ao capital: COOPERAÇÃO SIMPLES
O comércio de longa distância inaugura uma nova forma de comercialização e de divisão do trabalho. O artesão que produz e vende seus produtos diretamente, não tem condições de vender seus produtos em terras tão distantes. O comerciante passa então a comprar os produtos dos artesãos e a vendê-los. 
Esse esquema evolui para a primeira forma de organização do trabalho: a cooperação simples. Os operários ficam no mesmo local, mas realizam a totalidade do trabalho, ainda como na produção doméstica. 
Os trabalhadores dominam o ritmo e conhecimento sobre o trabalho, além de terem a posse dos instrumentos, isto é, a tecnologia está ligada ao trabalhador. A posse do instrumento de trabalho dá ao trabalhador um poder de resistência, impondo um limite aos interesses do capital
MANUFATURA : submissão formal do trabalho pelo capital
A segunda forma de organização do trabalho é a manufatura, que foi favorecida pela primeira Revolução Industrial (carvão, vapor)
Cada trabalhador realiza tarefas parciais, fica fixo em uma parte do processo produtivo, especializando-se.
O trabalhador perde o controle sobre o processo de produção 
Nasce a divisão técnica do trabalho.
O capitalista controla a divisão e a organização do processo de trabalho. Ele se apropria da força produtiva do trabalho coletivo. 
Entretanto, o trabalhador controla o manejo dos meios de produção. É ele que alimenta as máquinas. As máquinas dependem do trabalhador para funcionar. Isso ainda dá ao trabalhador um poder de resistência
MAQUINARIA - submissão real do trabalho pelo capital
A terceira forma de organização do trabalho é a maquinaria, que foi favorecida pela segunda Revolução Industrial (petróleo, aço, energia elétrica).
Substituição da força física pela força eletro mecânica. A atividade do operário é regulada pela máquina.
As tarefas ficam fragmentadas e o trabalhador perde o controle do processo de trabalho. Alienação
O trabalhador fica subordinado aos meios de produção: a máquina é que comanda o trabalhador. 
O trabalhador não é mais um limite ao capital. Trata-se agora de uma submissão real do trabalho ao capital
A constituição do capitalismo como um modo de produção: antecedentes – A Idade Moderna
Esfacelamento da sociedade feudal
a) Grandes navegações
b) Revolução Comercial 
c) Formação dos Estados Nacionais pela associação entre a burguesia e a realeza, que asseguram aos burgueses a liberdade de comércio e, aos reis, proteção.
d) Reforma e Humanismo, que expressam uma cisão ideológica com a visão de mundo feudal
Revolução Industrial: pré-condições
A Revolução Industrial foi decisiva para que o modo de produção capitalista se tornasse predominante.
Ao longo da Idade Moderna ocorrem as pré-condições para a Revolução Industrial:
processo de acumulação de capital propiciado pelo controle das terras, utilização de novas técnicas agrícolas, criação de manufaturas, expansão do comércio
liberação de mão de obra, que se deu pela liberação dos trabalhadores pelo êxodo rural (ocorrido em função do cercamento dos campos) e pela falência das corporações de ofício (que não conseguem concorrer com as manufaturas)
ampliação dos mercados, sobretudo do mercado externo, propiciado pela colonização
A construção da hegemonia burguesa
Com a Revolução Industrial, a burguesia torna-se a classe dominante do ponto de vista econômico, mas sua posição política era limitada. A burguesia, que já se destacava na esfera econômica, passa a lutar pela conquista de uma estrutura política - o Estado Moderno - que viabilizasse a expansão de suas conquistas econômicas. A burguesia vinha representando um papel fundamental na economia dos Estados Modernos, absolutistas, mas a ideologia das classes dominantes predominava e a burguesia agiu por muito tempo de acordo com a ideologia do Antigo Regime.
Com o movimento iluminista, o Antigo Regime passa a ser contestado e uma nova ordem política e ideológica passa a ser gestada. As idéias iluministas constituem os fundamentos ideológicos que favorecem a direção do movimento revolucionário pela burguesia. A Revolução Francesa simboliza a conquista do poder burguês no plano político. Trata-se da construção de uma nova ordem jurídico-política que expressa os interesses da burguesia: os Estados Liberais
O século XVIII: o século das luzes
O Iluminismo foi um movimento intelectual, sobretudo francês, cujos principais pensadores foram: Locke, Montesquieu, Voltaire e Rousseau.
Temas básicos do Iluminismo: liberdade, progresso e o homem. A burguesia encontra nessa ideologia o fundamento para assumir a direção do movimento revolucionário e realizar a conquista do poder político.
“A burguesia elabora uma doutrina universalista no momento em que toma consciência de sua originalidade social”.
O Iluminismo e a contestação ao Antigo Regime
Os iluministas contestavam o Antigo Regime nos níveis:
político-ideológico: combatiam a monarquia absoluta, pois ao princípio do direito divino dos reis pregavam a soberania do povo, a separação de poderes e a liberdade dos cidadãos.
econômico: ao mercantilismo opunham o “laissez-faire”, e à intervenção do Estado na economia, opunham a idéia de que a economia se faz por si mesma, sendo regida por leisnaturais. O Estado deveria apenas incentivar o progresso econômico, eliminando os obstáculos ao livre jogo das forças do mercado.
Liberalismo
Doutrina elaborada para justificar a nova ordem jurídico-política proposta pela burguesia revolucionária. 
Essa mesma doutrina, após a constituição do Estado burguês, contribui para manutenção das relações de produção capitalistas, justificando a dominação burguesa e a desigualdade social.
Liberalismo: princípios
a) Individualismo: 
O Estado deve assegurar a cada indivíduo o direito ao desenvolvimento de seus talentos e capacidades. Os direitos dos indivíduos são naturais
Locke parte da idéia de que os homens vivem em um estado de natureza e saem dele por um contrato para fundar a sociedade civil. O Estado de natureza era um estado de liberdade e igualdade, onde reinava a paz e a harmonia. No estado de natureza os homens desfrutavam do direito à vida, à liberdade e à propriedade. Eles sentem necessidade de abandonar esse estado de natureza porque a fruição de seus direitos naturais fica incerta e perigosa. É sempre possível que sua vida, liberdade e propriedades, sejam violados pelos outros homens. Para preservar a propriedade e proteger a comunidade dos perigos internos e externos, os homens se unem e estabelecem, livremente e por unanimidade, um contrato social, por meio do qual é formado um único corpo político. O contrato social é um pacto de consentimento, onde os homens concordam livremente em formar a sociedade civil para preservar seus direitos naturais. Nesta sociedade os direitos inalienáveis do ser humano (vida, liberdade e bens) estariam melhor protegidos e amparados pela lei, pelo árbitro e a força do Estado.
Se o Estado não coloca impedimentos ao desenvolvimento individual, o fracasso ou sucesso social passam a ser de responsabilidade individual.
Liberalismo: princípios
b) Liberdade
Associada ao indivíduo. A todos deve ser assegurada a liberdade para o exercício de seus talentos individuais.
Da liberdade individual decorrem todas as outras: econômica, religiosa, política
Qualquer um deve ser tão livre quanto os outros para atingir a posição social compatível com seus talentos
c)Propriedade
Direito natural do indivíduo (que o Estado não pode alienar, sob pena de ferir o princípio da liberdade individual). O Estado deve proteger o homem que pelo seu próprio esforço acumulou bens, foi industrioso e racional
A propriedade é um prêmio ao esforço e talento individual
Liberalismo: princípios
d) Igualdade
Todos são iguais perante a lei. Trata-se de uma igualdade formal, não de igualdade de condições materiais. 
A igualdade de condições materiais seria absurda, já que os homens são diferentes em relação ao talento e a riqueza é um prêmio ao talento. Se os homens são desiguais em talento, serão desiguais materialmente. A igualdade política e jurídica se mede pela desigualdade social.
A igualdade legal se completa na igualdade de oportunidades, isto é, pela abolição das restrições legais à livre competição dos indivíduos. Ninguém deve ser impedido pelo poder político de desenvolver suas potencialidades
e) Segurança
É a condição para o exercício dos outros princípios. 
O Estado garante a conservação dos direitos de cada um perseguir seus interesses.
O Estado é o agente da ordem e da paz
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Liberalismo e educação
A educação está a serviço do indivíduo, desenvolvendo suas aptidões.
Oferece a todos iguais oportunidades sociais.
Através da escola, todos os indivíduos (sem distinção social, de raça, credo religioso) ocupariam uma posição social de acordo com seus talentos e aptidões
A ascensão social do indivíduo assim, estará condicionada à sua educação, e não aos seus privilégios de sangue. 
“ A realização destes princípios liberais garantiria uma sociedade aberta, onde todos teriam iguais oportunidades, onde os talentos individuais assegurariam a aquisição da riqueza e a ascensão social”
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O Liberalismo econômico
Adam Smith se destaca como o principal defensor do liberalismo econômico. É possível afirmar que suas formulações teóricas acabam configurar uma teoria sobre a sociedade capitalista
O liberalismo clássico conviva com duas proposições conflitantes. 
De um lado, Hobbes afirmava que o egoísmo era inato ao homem e que, sem mecanismos coercitivos, esse egoísmo levaria a um “estado natural” de guerra. A solução para isso seria a presença de um poder absoluto, governo central forte, ao qual todos os homens se submeteriam em troca à proteção da ameaça representada pelos outros homens.
De outro lado, um dos princípios fundamentais do liberalismo era que os homens (sobretudo os de negócio) deveriam ter liberdade para dar vazão a seus impulsos egoístas, o que supunha a supressão de todos os mecanismos de coerção impostos pela sociedade.
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A mão invisível
A “mão invisível” do mercado conduz as pessoas no sentido de promover o bem social de forma involuntária.
O mercado, sem intervenção estatal, se auto-regularia baseado na lei da oferta e da procura. Com isso haveria um equilíbrio dos preços, beneficiando a todos, o capitalista e o consumidor.
Em um mercado livre, os produtores, movidos pelo desejo egoísta de obter mais lucros, empregariam seu capital da forma mais produtiva, e concorreriam entre si para oferecer no mercado produtos com a qualidade e o preço compatível com a necessidade dos consumidores, que eles estariam dispostos a adquirir. Os produtos de melhor qualidade e preço atrairiam mais consumidores, levando os demais produtores a aprimorar seus preços e a qualidade de seus produtos, de modo a permanecer no mercado. Isso levaria necessariamente à maior satisfação dos consumidores.
Assim, o mercado livre, com sua mão invisível, garantiria o bem social. Todos estariam com suas necessidades econômicas satisfeitas. Agindo todos de forma egoísta, isto é, pensando em seus interesses e procurando maximizar seu lucro (ofertadores) e satisfação (consumidores) garantiriam um equilíbrio perfeito pelo livre jogo das forças da oferta e da procura.
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Criticando o liberalismo econômico
Smith acredita que a intervenção estatal não é bem vinda. Para ele, a regulamentação do governo aloca mal o capital, o que restringe o “grande” papel do capitalismo, o bem social. 
Esse discurso não é verdadeiro. Porque quanto mais o capitalista aumenta a sua produção e consequentemente o seu lucro, mais o trabalhador é explorado, desvalorizado. 
A lógica de Smith somente beneficia um seleto grupo de proprietários dos meios de produção. 
O liberalismo econômico retira do cenário de análise a oposição de classe: a burguesia versus o proletariado. 
O conflito entre as classes sociais do capitalismo não se resolve pela “mão invisível” do mercado, e não proporciona a harmonia social. 
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A divisão do trabalho e o progresso social 
Para Smith, um mercado livre e sem entraves, possibilitaria um progresso econômico contínuo. Para o autor, a acumulação do capital e a divisão do trabalho levariam ao aumento da capacidade produtiva da economia que, por sua vez, possibilitaria a prosperidade, o progresso.
Se um homem produzisse tudo que ele e sua família necessitavam, a produtividade seria baixa. Se os homens produzissem apenas a mercadoria para a qual estivessem melhor capacitados, vendendo seus produtos e comprando os demais no mercado, a produtividade da economia aumentaria. A produtividade seria ainda maior se o processo de produção de cada mercadoria fosse segmentado em estágios, cada pessoa realizando apenas uma etapa do processo, como nas fábricas.
Essa divisão do trabalho mais complexa levaria à acumulação de capital (ferramentas, equipamentos, etc) em função dos lucros da produção. Os capitalistas continuariam a investir na produção, expandindo seu capital, enquanto a procura pelas mercadorias fosse superior às quantidades produzidas, gerando por sua vez, maior divisão do trabalho. 
Maior divisão do trabalho → maior produtividade →maior lucro →maior acumulaçãodo capital → numa aspiral de progresso social.
Essa aspiral só poderia ser detida caso o Estado interferisse na economia impondo restrições à liberdade do mercado, e atuasse no sentido da retração da procura
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As funções do Estado para Adam Smith
O Estado tem três funções básicas na sociedade capitalista: 
proteger a sociedade da violência e invasão de outras sociedades; 
proteger todo indivíduo, na medida do possível, da injustiça; 
fazer e conservar obras e instituições que não sejam do interesse de particulares, por não possibilitar o lucro necessário para sua manutenção, mas que são essenciais à sociedade.
Essas idéias foram interpretadas pelos capitalistas para justificar: 
a função de defesa das invasões foi estendida para justificar a proteção do Estado às classes proprietárias para a ampliação dos mercados externos, através de coerção militar.
a função de proteção dos indivíduos acaba justificando a proteção estatal da propriedade privada e o controle da dominação pela coerção
a função de fazer obras públicas acaba por justificar a criação pelo Estado de obras que fomentam a produção e a manutenção de subsídios financeiros aos empresários privados
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Adam Smith e a educação 
Adam Smith acreditava que os trabalhadores na sociedade capitalista deveriam receber educação básica, uma vez que passavam a ter um pensamento mais ágil e mais adequado à vida na sociedade urbano-industrial. Entretanto, afirmava: “Instrução para os trabalhadores, porém em doses homeopáticas”. 
Essa afirmação expressa a contradição da educação sob o capitalismo. Por que?
O saber é meio de produção. Na sociedade capitalista, os meios de produção são de propriedade privada da burguesia e, portanto, o saber deveria ficar sob o controle da burguesia. Entretanto, as necessidades econômicas e políticas da sociedade capitalista urbano-industrial exigem dos trabalhadores o acesso ao saber. Sem ele o trabalhador não é capaz de produzir com eficiência. 
Se este acesso ao saber for amplo, os trabalhadores ganham poder (saber é poder), passam a deter um meio de produção.... Nesse sentido, é necessário para a manutenção da estrutura de poder capitalista que os trabalhadores tenham acesso ao saber apenas em “doses homeopáticas”.
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A proposta de Malthus
Malthus entende que a classe subalterna é a própria culpada pela sua miséria. Para ele, a pobreza e a miséria se devem à escassez de alimentos frente ao grande número de pessoas. A população, quando não controlada, aumenta numa razão geométrica. A subsistência aumenta apenas em proporção aritmética. 
Malthus afirma ainda que movimentos sociais, como greves e associações de nada adiantam para resolver a desigualdade social, já que a culpa é dos trabalhadores que tem filhos demais.
Assim, para Malthus a pobreza se justifica pelo aumento da população que não é acompanhada pela produção. A exploração do trabalhador e a busca do lucro exorbitante são desconsideradas por ele.
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