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Aula 2 Santo Agostinho e S+úo Tom+ís de Aquino

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SANTO AGOSTINHO
1 BIOGRAFIA
	O mais profundo filósofo da era patrística� e um dos maiores gênios teológicos de todos os tempos foi santo Agostinho, cuja influência plasmou a Idade Média. 
	Nasceu em Tagaste (Numídia), filho de um funcionário municipal, Patrício, e de Mônica, fervorosa cristã, que a Igreja venera como santa.
	Como estudante, vivia desregradamente. Contraiu uma ligação – que iria durar até 384, e da qual teve um filho, Adeodato. 
	Em 374, lendo o Hortensius, de Cícero, sentiu-se atraído por uma vida menos sensual e mais dedicada à busca da verdade. Passou a frequentar as lições dos maniqueus, que lhe pareciam propor a autêntica forma de cristianismo, em oposição à doutrina da Igreja, "uma história de velhas". 
	De 375 a 383 estabeleceu-se em Cartago, como professor de eloquência, e daí por diante obteve exercer a mesma função do outro lado do mar, em Milão. Já o inquietavam agora fortes dúvidas sobre a verdade do maniqueísmo. 
	Em Milão, travou conhecimento com o neoplatonismo. Ao mesmo tempo ouvia regularmente os sermões de santo Ambrosio, onde percebia um catolicismo mais sublime do que o imaginado, e lia são Paulo. 
	Um dia, julgando ouvir a voz de uma criança: "Tolle, lege�, abriu ao acaso as Epístolas de são Paulo, que tinha ao lado e passou a sentir que "todas as trevas da dúvida se dissipavam". Fez-se batizar no sábado santo de 387, com seu filho Alípio. 	Pouco depois morria a mãe, que muito havia orado por sua conversão. 
	Voltando à África, viveu vários anos em retiro de oração e estudos. Em 390, perdeu o filho. 
	Tanta era a fama que granjeara, de ciência e virtudes, que o povo o escolheu para o sacerdócio. 
	Em 395 foi sagrado bispo no pequeno porto de Hipona. Ali, então, desenvolveu a intensa atividade teológica e pastoral, dando máxima expressão a seus dotes extraordinários no plano da especulação, da exegese e da penetração psicológica da alma humana. 
	Lutou contra as heresias da época, o maniqueísmo, o donatismo, o arianismo e o pelagianismo. 
	Morreu em Hipona a 28 de agosto de 430. 
2 PENSAMENTO POLÍTICO
	Uma de suas principais obras: A Cidade de Deus, apologia da antiguidade cristã e ensaio de filosofia da História.
	Na obra a Cidade de Deus, Agostinho faz oposição entre sensível e inteligível, alma e corpo, espírito e matéria, bem e mal e ser e não ser. Acrescenta a história à filosofia, interpretando a história da humanidade como o conflito entre a Cidade de Deus, inspirada no amor a Deus e nos valores que Cristo pregou, presentes na Igreja, e a Cidade humana, baseada nos valores imediatos e mundanos. Essas cidades estariam presentes na alma humana, e no final a Cidade de Deus triunfaria.
	O amor-próprio, que leva ao desprezo por Deus, fez a cidade terrena (formada pelos descendentes de Caim, marcados pelo pecado, que não vivem na fé, comungam com os valores e exigências do mundo pagão); o amor a Deus, que leva ao desprezo por si próprio, erigiu a cidade celeste (fundada por Abel e integrada por entes libertos do pecado, em peregrinação ao céu e muito próximos do ser divino). 
	Percebe-se assim, presente no pensamento agustiniano o dualismo maniqueísta da cidade celestial que, corporificada pela Igreja, se ocupará dos interesses espirituais e reinará soberana sobre seus inimigos, e da cidade civil identificada com o Estado temporal que se encarregará das coisas materiais. As duas cidades existem, lado a lado, e continuarão até o final dos tempos, quando então a cidade de Deus subsistirá para constituir a eternidade dos santos.
	Em A cidade de Deus, ele defende uma concepção teocrática de poder, em que a Igreja cristã tem toda a legitimidade de jurisdição sobre a Sociedade política. Por conseguinte, a autoridade que exerce o poder terreno só será perfeita se for um governante cristão.
	No contexto de uma mundialidade marcada pelo pecado, qualquer que seja a forma de ser do governo, este deverá contribuir na “tarefa espiritual de ajudar a Igreja na sua luta contra a maldade inata do homem, por meio de ordens e castigos”.
	No seu conceito de Justiça esta resulta numa “qualidade que abrange devoção. Crer, venerar e adorar a Deus e dar à sua Igreja o lugar que lhe compete na comunidade, tudo isso agora está incluído no conceito de Justiça”.
	Santo Agostinho é conhecido por seu “pessimismo antropológico”. Ele se localiza justamente entre o fim da Antigüidade e o começo da Idade Média.
	Santo Agostinho, através de sua obra, oferece-nos ricos subsídios para a interpretação sobre a relação entre Estado e Igreja. 
	Sua obra traça os marcos iniciais de uma doutrina do Estado e fornece os elementos teóricos para a justificação política da Igreja ocidental. Não só o Estado apresenta limites que a Igreja não conhece, como só poderá integrar-se à Cidade de deus subordinando-se à Igreja em todos os assuntos e gestões espirituais.
SÃO TOMÁS DE AQUINO
1 BIOGRAFIA
	Tomás de Aquino nasceu em 1224 ou 1225 no castelo de Roccaseca, perto da cidade de Aquino, no reino da Sicília (hoje parte da Itália).
	Sua família era proprietária de um pequeno feudo e ligada politicamente ao imperador Frederico 2o. Tomás foi encaminhado ainda criança para o monastério de Monte Cassino, com o objetivo de seguir carreira religiosa.
	Depois de nove anos, por causa de um conflito entre o imperador e o papa, ele foi tirado do monastério e enviado para a Universidade de Nápoles, onde entrou em contato com a obra de Aristóteles. Pouco depois, decidiu juntar-se à ordem mendicante dos frades dominicanos. 
	Quando seus superiores o enviaram para a Universidade de Paris, os pais do noviço chegaram a seqüestrá-lo no caminho. Apesar de ter ficado um ano proibido de sair da propriedade da família, a vontade de Tomás prevaleceu e ele se mudou para Paris. 
	O resto de sua vida foi bastante simples, se resumindo à atividade acadêmica, com apenas uma interrupção de alguns anos para trabalhar como conselheiro da Cúria Papal, em Roma. Já perto do fim da vida, Tomás voltou à Universidade de Nápoles, para dar aula. Sua passagem pela Universidade de Paris foi marcada por polêmicas com outros pensadores, quase sempre em torno da obra de Aristóteles.
	São Tomás de Aquino foi um célebre filósofo e teólogo medieval que procurou harmonizar a doutrina aristotélica com a doutrina cristã e defendeu a existência de um acordo entre a fé e a razão. 
	Ele apresentou uma proposta filosófica e educacional denominada Escolástica – que era a concordância da fé e da razão, bem como a compilação do conhecimento neste assunto.
	Tomás de Aquino morreu em 1274, na abadia de Fossanova (hoje centro da Itália), onde havia se recolhido ao ficar doente durante nova viagem a Roma. Foi canonizado em 1323 e nomeado "doutor da Igreja" em 1567.
2 PENSAMENTO POLÍTICO
	 A escolástica representou o ápice da produção intelectual, filosófica e teológica da Europa cristã nos séculos XII e XIII. Como corrente filosófica hegemônica dominada pela forte presença dos dominicanos, procurava colocar um fundamento filosófico sob todo o edifício da fé, tendo como principal objetivo demonstrar, por um raciocínio lógico formal, a autenticidade dos dogmas cristãos.
	São Tomás de Aquino procurou realizar a grande síntese entre a cultura pagã antiga (a “razão” aristotélica”) e os ensinamentos e os dogmas da Igreja Católica ( a teologia cristã da “revelação” e da “fé”). Sua principal obra é a Suma Teológica.
	São Tomás recupera Aristóteles por meio das versões árabes e judaicas, apregoando a qualidade e o uso humano da “razão”. Distancia-se da visão pessimista agostiniana sobre a natureza humana, pois mesmo que o homem tenha caído no pecado é capaz de discernir o bem e o mal, e guiado pela razão (inspirada na luz divina) habilita-se a conhecer a verdade e praticar a virtude.
	São Tomás, a partir das premissas aristotélicas, constrói uma doutrina teológica do poder e do Estado. Primeiramente, compreende que a natureza humana tem fins terrenos e necessita de uma autoridade social.Se o poder em sua essência tem uma origem divina, é captado e se realiza por meio da própria natureza do homem, capaz de seu exercício e sua aplicação. Certamente, tanto o poder temporal quanto o poder espiritual foram “instituídos” por Deus. Deus é o criador da natureza humana e, como o Estado e a Sociedade são coisas naturalmente necessárias, Deus é também o autor e a fonte do poder do Estado.
	Enquanto o homem necessita do estado, este deve servir à comunidade dos cidadãos, promovendo a moralidade e o bem-estar públicos, efetivando sua plena missão de incentivar uma vida verdadeiramente boa e virtuosa, e criando as condições satisfatórias do bem comum. Por conseqüência, os fins do Estado são fins morais (o bem-estar de toda comunidade), sendo que os cidadãos estão comprometidos com um fim temporal (representado pela autoridade Estatal) e com um fim espiritual (corporificado pela Igreja, que atua como instância maior). O poder do Estado não fica subordinado de forma absoluta ao poder da igreja (como defendia santo Agostinho), mas sim de modo relativo; a autoridade da Igreja é superior em matéria espiritual.
	
	Para São Tomás, a lei eterna é a razão suprema existente em deus e está acima de todas as outras, regulamentando toda a ordem da criação divina, presidindo os fenômenos naturais e a existência humana. Estando além da natureza física do homem, este só terá compreensão parcial da lei eterna mediante a faculdade da razão instrumentalizada na lei natural. A lei natural é a manifestação incompleta e imperfeita da lei eterna em todos os seres humanos. A lei natural é produzida pela razão, determinando a prática de atos virtuosos, sendo comum a todos, cristãos e pagãos. A lei humana deriva da lei natural e nela inspira-se, sendo destinada a presidir as ações ou os atos humanos. A lei humana é variável, imperfeita e organizada pelo poder da própria sociedade, aparecendo o costume como a fonte maior e mais rica, podendo a lei positiva dividir-se em “jus gentium” (Direito das gentes) e “jus civile” (direito civil). Por último, a lei divina, que não é descoberta da razão, mas revelação proveniente das Sagradas Escrituras (Velho e Novo Testamento), destinada a sanar as imperfeições da lei humana.
	Para São Toma, a Justiça é aquela virtude da vontade que ordena ao homem nas coisas relativas a outro. Implica igualdade, e esta igualdade se estabelece em relação ao outro. Portanto, é a proporcionalidade entre duas pessoas ou entre os indivíduos e a comunidade, daí advindo um conceito de justiça comutativa e de justiça distributiva. 
	As propriedades essenciais da justiça são configuradas nas premissas de: a) alteridade e b) exigência de um dever. 
	A injustiça e a tirania, quando se tornam intoleráveis e quando se esgotam todas as possibilidades de resolução, conduzem a uma doutrina da resistência civil que é extraída das formulações sobre as leis e sobre o poder.
	O abuso da autoridade pública colocada no poder pelo povo dá direito a este de sublevar-se e de nomear um outro governante mais moderado e justo.
		
	Em sua obra Do reino ou do governo dos príncipes ao rei de Chipre, São Tomás traz uma teoria das formas de governo, distinguindo monarquia, aristocracia, oligarquia, democracia e uma forma mista (combinação de aristocracia e democracia). Existe legitimidade em todo governo desde que seus responsáveis (receberão recompensa celeste) administrem o ofício régio no interesse da coletividade de forma digna e louvável.
	Sua filosofia política tende a reconhecer a monarquia (“o ótimo governo de um só”) como a melhor e a mais eficiente modalidade de governar, pois assegura “a ordem e o cumprimento da lei, com o argumento dogmático de que um rei reflete um Deus no universo”. Ou ainda um misto de monarquia e democracia, uma monarquia eletiva com um parlamento consultivo.
� Patrística é o nome dado à � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia" \o "Filosofia" �filosofia� � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Crist%C3%A3" \o "Cristã" �cristã� dos primeiros sete séculos, elaborada pelos � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Padres_da_Igreja" \o "Padres da Igreja" �Padres da Igreja�, os primeiros teóricos —- daí "Patrística" —- e consiste na elaboração doutrinal das verdades de fé do Cristianismo e na sua defesa contra os ataques dos "� HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Paganismo" \o "Paganismo" �pagãos�" e contra as � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Heresia" \o "Heresia" �heresias�.
Foram os pais da Igreja responsáveis por confirmar e defender a fé, a liturgia, a disciplina, criar os costumes e decidir os rumos da Igreja, ao longo dos sete primeiros séculos do Cristianismo. É a Patrística, basicamente, a � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia" \o "Filosofia" �filosofia� responsável pela elucidação progressiva dos dogmas cristãos e pelo que se chama hoje de � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Tradi%C3%A7%C3%A3o_Cat%C3%B3lica" \o "Tradição Católica" �Tradição Católica�.
� Toma, a lei.

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