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Resenha - Crise de valores

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Curso: Música Integral – 2º Período
Disciplina: Psicologia da Educação II
Professora: Isabella
Aluno: Gleidson Jordan dos Santos - Matrícula: 0917513-0
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Resenha (Crise de Valores ou Valores em crise?)
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Bibliografia: TAILLE, Yves de La; MENIN, Maria Suzana de Stefano; & Colaboradores. “Crise de valores ou valores em crise?”. (2009) Porto Alegre - Editora Artmed. (pág.15 a 45) �
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Yves de La Taille nasceu na França, mas, desde criança, vive no Brasil. Atualmente é professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo na cadeira de Psicologia do Desenvolvimento Moral. Faz pesquisas nessa área desde a década de 80 e é um dos especialistas mais respeitados do país.
Maria Suzana de Stefano Menin Possui dois Pós-Doutorados na École des Hautes Études en Sciences Sociales (1996 e 2004). Atualmente é Professora Titular da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Desenvolvimento Social Moral e da Personalidade. Em conjunto com o mestre Yves de La Taille e colaboradores lançam, em dois mil e nove, o livro “Crise de valores ou valores em crise?” pela editora Artmed. 
No livro, com a ajuda de um grupo especializado em Psicologia Moral, os professores buscam responder à pergunta presente no título da obra por meio de dados de pesquisas sobre temas como indignação, virtudes morais, solidariedade, civismo, cotas nas universidades, justiça, formação moral, e valores sociais e morais na escola. 
O primeiro capítulo do livro fica por conta das colaboradoras, Luciene Regina Paulino Tognetta (Pedagoga, Doutora Sanduiche pela Universidade de Genebra) e Telma Pileggi Vinha (Pedagoga, doutora em educação na área de psicologia pela Unicamp), com o título “Valores em crise: o que nos causa indignação?”. Esse tema é o foco desta resenha. O texto em si é longo, possuindo uma grande quantidade de informações e citações que justificam as afirmativas das autoras. Por esse motivo, irei dar mais atenção aos pontos que considero essenciais. Como o próprio texto diz, o estudo da ética e moral é extremamente complexo, são assuntos que exigem um grande aprofundamento teórico.
As autoras falam da construção dos valores, fortemente influenciada por fatores externos, citando como exemplo a religião e cometendo um pequeno erro talvez proposital ao chamar de velho ditado, um mandamento de Deus segundo os Cristãos: “amar ao próximo como a si mesmo”. Expõem também os fatores internos, de onde advém a moral a partir de motivações, sendo nesse contexto, a ética referida a uma inclinação em busca de uma ‘vida boa’. 
O capítulo é focado basicamente nas indignações que motivam à construção da moral, criando uma inclinação a formação ética. Ressaltam que existe algo que é mais ou menos valorizado por cada indivíduo; devo aqui acrescentar a questão pouco mencionada no texto que é a ‘bagagem pessoal’ de cada um, ou seja, o meio em que cada um vive incluindo as dificuldades por que passa, a atenção e até o carinho que recebem dentro e fora das salas de aula, além de outros fatores.
A autoestima e o autorespeito são fatores de exímia importância ao se tratar do assunto abordado como apresenta o texto. Segundo Turiel (1986), as crianças pequenas já são capazes de reconhecer diferenças entre domínios morais, sendo capazes de se indignar quando submetidas a algumas situações cotidianas. 
As autoras abordam de forma extensa e super explicativa uma pesquisa que realizaram com alunos de escolas particulares e públicas, os perguntado o que os indignava. Os resultados revelam que a maioria dos alunos se indigna por motivos individualistas ou fechados ao seu convívio particular. Todavia não se pode afirmar completamente que há uma crise de valores, devemos buscar as razões que levam os adolescentes a terem uma indignação mais centrada em si. 
“A primeira delas: parece-nos que esses meninos e meninas ainda encontram-se, do ponto de vista afetivo, longe de integrar diferentes perspectivas e mesmo de incluir o outro em seu universo de valores. Se bem entendemos, a necessidade de atribuir um valor a si em detrimento ou sem considerar o outro é característica de uma moral ainda pouco desperta. Claro, não nos esquecemos que este mesmo homem, em qualquer idade, procurará por um valor positivo de si, como nos afirmaria Adler. No entanto, essa mesma busca, do ponto de vista de uma evolução afetiva, tende a compreender a necessidade de um valor de si e do outro.” (pág. 37)
	O respeito mútuo só é possível em função do respeito próprio; se um indivíduo não se respeita, não será capaz de respeitar o outro. Complementando a citação anterior, as autoras expõem a realidade das escolas, os alunos são convidados a se calarem e nunca podem falar o que sentem, discutindo soluções para os problemas que enfrentam, além de não haver promoção de atividades para que possam interagir socialmente. A segunda consideração proposta pelas pedagogas é a de que se deve trabalhar melhor a integração de valores á personalidade.
Aproveito para citar uma experiência de sucesso; como aluno do ensino fundamental, eu tive a oportunidade de participar de momentos onde o diálogo entre o professor e os alunos nos davam as bases do conhecimento mútuo, podíamos revelar aflições e em troca recebíamos conselhos e informações fundamentais para nosso desenvolvimento. Outras atividades eram promovidas para a interação dos alunos, como resultado havia mais interesse de participação nas aulas e a turma desenvolvia melhor o conteúdo proposto.
Apesar de tentarmos impor a moral como um objeto de conhecimento, temos que refletir a questão de se construir uma atmosfera ‘sociomoral’. As escolas são grandes influenciadoras, e devem estar bem preparadas para fazer com que os alunos tenham experiências de vida social. Contudo vale ressaltar a necessidade de termos bons educadores, aqueles em que se pode confiar como um bom exemplo a ser seguido e que saiba abordar a moralidade de forma humanitária. O estudo abordado nesse texto tem como principal objetivo evidenciar a presença dos afetos na construção de um julgamento moral, este ligado a indignação. Acredito que para termos uma sociedade jovem emersa em valores morais dignos, devemos repensar bem onde estão os valores dos mais experientes, já que a maioria não tem feito seu ‘dever de casa’.
São João Del Rei, 10 de novembro de 2009; terça-feira.
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