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DELEGADO CIVIL DIURNO CARREIRAS JURÍDICAS Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO Disciplina: Direito Constitucional Professor: Flávio Martins Aulas: 03 e 04 | Data: 29|10|15 ANOTAÇÃO DE AULA SUMÁRIO 1. ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO DE 1988 1.1. Preâmbulo 1.2. Parte Permanente 1.3. Atos das Disposições Constitucionais Transitórias 2. ELEMENTOS DAS CONSTITUIÇÕES 2.1. Elementos Orgânicos 2.2. Elementos Limitativos 2.3. Elementos Socioideológicos 2.4. Elementos Formais de Aplicabilidade 2.5. Elementos de Estabilização Constitucional 3. CLASSFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES ____________________________________________________________________________________________ ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO DE 1988 Basicamente a Constituição tem três partes: 1) preambulo; 2) Parte Permanente; 3) ADCT (atos das disposições constitucionais transitórias). 1.1. Preâmbulo É uma carta de intenções. É apenas um parágrafo. Embora presente em todas as constituições brasileiras, não é obrigatório. É uma tradição brasileira e da américa latina. Vide: Constituição de 1937 (Preâmbulo): questão interessante para curiosidade. Questão: Preâmbulo é norma constitucional? Segundo o STF, o preâmbulo não é norma constitucional. Não é norma de natureza jurídica mas, de natureza política. Questão: Quais as consequências dessa posição? Preâmbulo Parte Permanente (arts. 1º a 250, CF) ADCT Página 2 de 11 a) O preâmbulo não é norma de repetição obrigatória nas constituições estaduais (não precisam repetir ou ter preâmbulo). Exemplo: O Estado do Acre não repetiu. Para preservar o Estado Laico. E os deputados acreanos criaram um ADIN e o STF, respondeu com esse entendimento. b) A palavra Deus, no preâmbulo não fere a laicidade do Estado Brasileiro. Não faz por isso um país ateu. O preâmbulo não diz quem é Deus. Outro ato, é do Banco Central. Exemplo: Nas cédulas está descrito “Deus Seja Louvado”. c) O preâmbulo não pode ser usado como parâmetro ou paradigma no controle de constitucionalidade. Significa você poderá dizer que a lei é inconstitucional por que fere o preâmbulo. 1.2. Parte Permanente Não é imutável. É passível de reforma constitucional. Pois, não possui prazo determinado de vigência. 1.3. Atos das Disposições Constitucionais Transitórias Segundo o STF, ao contrário do preâmbulo, o ADCT é norma constitucional (dez votos contra 1). O fundamento contrariado do Marco Aurélio, é que se ADCT fosse norma constitucional, o artigo começaria no artigo 251, e não novamente, artigo 1º. Se é norma constitucional, poderá ser alterado por Emenda Constitucional. Exemplo: Artigo 2º, ADCT (Presidencialismo X Parlamentarismo). O Plebiscito ocorreu em 1993, mas ocorreu em 21 de Abril, devido à Emenda Constitucional n. 2 de 1992. Art. 2º, CF. No dia 7 de setembro de 1993 o eleitorado definirá, através de plebiscito, a forma (república ou monarquia constitucional) e o sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo) que devem vigorar no País. § 1º Será assegurada gratuidade na livre divulgação dessas formas e sistemas, através dos meios de comunicação de massa cessionários de serviço público. § 2º O Tribunal Superior Eleitoral, promulgada a Constituição, expedirá as normas regulamentadoras deste artigo. Artigo único EC/93. O plebiscito de que trata o art. 2º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias realizar-se-á no dia 21 de abril de 1993. § 1º A forma e o sistema de governo definidos pelo plebiscito terão vigência em 1º de janeiro de 1995. § 2º A lei poderá dispor sobre a realização do plebiscito, inclusive sobre a gratuidade da livre divulgação das formas e sistemas de governo, através dos meios de comunicação de massa concessionários ou permissionários de serviço público, assegurada igualdade de tempo e paridade de horários. Página 3 de 11 § 3.º A norma constante do parágrafo anterior não exclui a competência do Tribunal Superior Eleitoral para expedir instruções necessárias à realização da consulta plebiscitária. Questão: Qual a diferença entre a parte permanente e o ADCT? O ADCT é um conjunto de normas constitucionais temporárias ou excepcionais. Exemplo: CPMF é uma norma constitucional temporária. 2. ELEMENTOS DAS CONSTITUIÇÕES 2.1. Elementos Orgânicos: organizam a estrutura do Estado. Exemplo: Art. 2º, CF, trata da separação de poderes. Art. 18, CF, organização a Federação (União, Estados, DF e Municípios). Art. 92, organiza o Poder Judiciário etc. Art. 2º, CF. São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Art. 18, CF. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. § 1º Brasília é a Capital Federal. § 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar. § 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. Art. 92, CF. São órgãos do Poder Judiciário: I - o Supremo Tribunal Federal; I-A o Conselho Nacional de Justiça; II - o Superior Tribunal de Justiça; III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; Página 4 de 11 V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; VI - os Tribunais e Juízes Militares; VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. § 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal. § 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território nacional. 2.2. Elementos Limitativos: limitam o exercício do Poder do Estado, fixando direitos à população. Em outras palavras, todo o dispositivo constitucional que fixa os direitos fundamentais. Exemplo: Art. 5º, CF é um exemplo. 2.3. Elementos Socioideológicos: fixam uma ideologia estatal, ou seja, são dispositivos de cunho mais principiológicos. Exemplo: Art. 1º, CF (como a dignidade da pessoa humana). Art. 1º, CF. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui- se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 2.4. Elementos Formais de Aplicabilidade: auxiliam na aplicação de outros dispositivos constitucionais. Ou seja, um artigo que ajuda outro artigo. Exemplo: Art. 5º, parágrafo 1º, Constituição Federal. “As normas definidoras dos direitos fundamentais têm aplicação imediata”.A ideia é que os incisos que você acabou de ler no artigo 5º, da Constituição Federal, têm aplicação imediata. Exemplo: Mandado de Injunção (Não tem Lei Regulamentadora), mas o remédio constitucional usa-se analogicamente o procedimento do mandado de segurança (STF). Exemplo (cai em concurso): Parte da Doutrina, também dá como exemplo de elemento formal de aplicabilidade, o preâmbulo da Constituição. Art. 5º, CF. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. Página 5 de 11 2.5. Elementos de Estabilização Constitucional: dispositivos que buscam a estabilidade em caso de tumulto institucional. Ou seja, caso de insegurança de generalizada. Exemplo: Intervenção (arts. 34 ao 36, CF). Estado de Defesa (art. 136, CF), medida regional. Estado de Sítio (art. 137 e seguintes, CF), medida nacional. Art. 34, CF. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: I - manter a integridade nacional; II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação; V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que: a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei; VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. Art. 35, CF. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando: I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada; II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei; III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde; IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial. Art. 36, CF. A decretação da intervenção dependerá: Página 6 de 11 I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário; II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral; III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal. § 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas. § 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembleia Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas. § 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade. § 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal. Art. 136, CF. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. § 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes: I - restrições aos direitos de: a) reunião, ainda que exercida no seio das associações; b) sigilo de correspondência; c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes. Página 7 de 11 § 2º O tempo de duração do estado de defesa não será superior a trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as razões que justificaram a sua decretação. § 3º Na vigência do estado de defesa: I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será por este comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial; II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do estado físico e mental do detido no momento de sua autuação; III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário; IV - é vedada a incomunicabilidade do preso. § 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República, dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta. § 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado, extraordinariamente, no prazo de cinco dias. § 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias contados de seu recebimento, devendo continuar funcionando enquanto vigorar o estado de defesa. § 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa. Art. 137, CF. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de: I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa; II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira. Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para decretar o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por maioria absoluta. Questão: Imagina se o Rio Grande do Sul quiser se separar do Brasil? E declara independência? O artigo 34, inciso I, CF não permite. Ocorre aqui, a intervenção. Página 8 de 11 Art. 34, CF.A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: I - manter a integridade nacional; Obs.: Até agora não houve no Brasil, apenas menção há 12 (doze) anos. Quando os traficantes, mandaram o Rio de Janeiro cessar suas atividades. Ou seja, o Rio de Janeiro parou. Alguém cogitou instaurar o Estado de Defesa no Rio de Janeiro. 3. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES 3.1. Quanto ao Conteúdo a) Material, é aquela que possui apenas conteúdo constitucional. Ou seja, somente trata de matéria constitucional, qual seja, estrutura do Estado, direitos fundamentais etc. b) Formal, ou seja, além de possuir conteúdo constitucional, possui outros assuntos. O termo “formal” significa que não importa o seu conteúdo, mas a forma através da qual foi aprovada. A Constituição Federal Brasileira é Formal, pois além do conteúdo constitucional, ela possui outros assuntos. Exemplo: Art. 242, CF (Colégio Pedro II, localizado no Rio de Janeiro será mantido pela Âmbito Federal). Importa aqui, como foi aprovada. Tudo é constitucional, para alteração necessita de emenda constitucional. Art. 242, CF. O princípio do art. 206, IV, não se aplica às instituições educacionais oficiais criadas por lei estadual ou municipal e existentes na data da promulgação desta Constituição, que não sejam total ou preponderantemente mantidas com recursos públicos. § 2º O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal. Obs.: Alguns autores, começaram a dizer que desde 2004, a Constituição Brasileira começou a ser uma mistura (conforme art. 5º, parágrafo 3º, CF). Mas segundo o professor, entende que é formal (prova objetiva é formal) 3.2. Quanto à Forma a) Escrita: Documento solene, como a Constituição Federal Brasileira. b) Não-Escrita (Costumeira): Fruto dos Costumes da Sociedade. Não está escrita em um Corpo somente. Exemplo: Inglaterra, curioso, pois antes, eram escritas “common law”. Página 9 de 11 3.3. Quanto ao Modo de Elaboração a) Dogmática: fruto de um trabalho legislativo específico. O nome é “dogmática”, pois reflete os dogmas de um momento da história. É uma “fotografia” da sociedade. Todas as Constituições Brasileiras foram dogmáticas, refletindo o contexto histórico brasileiro. Exemplo: A ordem dos incisos do artigo 5º, CF. I – Igualdade, II – Liberdade, III – Proibição de Tortura (pois, foi realizada logo após a Ditatura militar). Art. 5º, CF. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; b) Histórica: fruto de uma lenta evolução histórica. Exemplo: A Inglaterra. Com o passar do tempo o rei foi cedendo alguns poderes aos parlamentos. 3.4. Quanto à Origem a) Promulgada, será a democrática, feita pelos representantes do povo. Exemplo: As constituições brasileiras foram as CF1891, CF1934, CF1946 e CF1988. b) Outorgada, imposta ao povo, pelo governante. Exemplo: No Brasil foram as CF 1824 (D. Pedro I), CF1937 (Getúlio Vargas) e CF 1967 (Militares). Polêmica: CF 1969 (essa não é pacífica se houve ou não uma constituição, pois houve uma emenda constitucional n. 1 que alterou a CF 1967, mas foi tão grande, que alguns entendem que foi uma nova constituição. Uma das mudanças foi transformar os atos institucionais em norma constitucional. Obs.: No Brasil somente existiu constituições promulgadas e outorgada. c) Cesarista ou Bonapartista, feita pelo governante e submetida à apreciação do povo, mediante referendo. Exemplo: Constituição do Hugo Chávez. Ela também se chama Bonapartista por causa de Napoleão, que não era nobre. Todavia, ele se aliou a um constitucionalista e tomou o poder. E se legitimou pela elaboração de uma Constituição Cesarista. d) Pactuada ou Dualista, fruto do acordo entre duas forças políticas de um país. Fruto de um pacto. Exemplo: Magna Carta de 1215. 3.5. Quanto à Extensão Página 10 de 11 a) Sintética, constituição resumida, concisa, trata apenas dos temas principais. Exemplo: Constituição dos Estados Unidos (1787). Somente é a mesma, porque é resumida. b) Analítica, constituição extensa, entra nos detalhes de várias instituições. Exemplo: Constituição Brasileira. Comuns em regime pós-ditatoriais, tentar colocar mais estabilidade ao Estado, principalmente no que tange os direitos fundamentais. 3.6. Quanto à Função (José Joaquim Gomes Canotilho) a) Garantia, limita-se a fixa os direitos e garantias fundamentais, ou seja, é uma espécie de carta declaratória de direitos. b) Dirigente, além de fixa os direitos e garantias fundamentais, fixa metas estatais (direção). Exemplo: Constituição Brasileiro em seu artigo 3º (Objetivos da República). 3.7. Quanto à Ideologia a) Ortodoxa, fixa uma única ideologia estatal. Adotada e países cuja cultura é muito rígida. Exemplo: Constituição da China e a Constituição da ex-URSS. b) Eclética, permite a existência de ideologias diversas. Exemplo: Constituição Brasileira, ela é eclética e estimular a prática (art. 1º, CF – pluralismo político como fundamento da República). O pluralismo político não quer dizer aos partidos, mas também os diversos pensamentos políticos. O professor Canotilho usa a expressão “Compromissória”, ou seja, tendências ideológicas diferentes assumem um compromisso. Art. 1º, CF. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui- se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 3.8. Quanto à Essência ou Ontológica (Karl Loewenstein – Teoria da Constituição) Página 11 de 11 Karl acreditava que a Constituição era uma “camisa”. a) Semântica, esconde a “dura” realidade de um país, é comum em regimes ditatoriais. Exemplo: CF 1824 (D. Pedro I), falava de liberdade, mas havia a escravidão. A famosa Lei Áurea, era uma lei ordinária “Camisa esconde as cicatrizes”. b) Nominal ou Nominalista, não reflete a realidade atual do país, pois se preocupa com o futuro “Camisa com dois números, abaixo do manequim”. c) Normativa, reflete a realidade atual do país “Camisa que veste bem”. A maioria da doutrina brasileira, e os concursos públicos, de bancas diferentes, gabaritaram normativa, a Constituição Federal. 3.9. Quanto à Sistematização a) Unitária ou Codificada, formada por um único documento. b) Variada, formada por mais de um documento. Exemplo: Emenda Constitucional 45/04 trouxe o artigo 5º, parágrafo 3º, CF. Ou seja, a possibilidade de tratados sobre os Direitos Humanos ingressarem ao ordenamento brasileiro, como norma constitucional, logo, a Convenção dos Direitos da Pessoas com Deficiência. Logo, atualmente, a Constituição Brasileira passou a ser variada. Art. 5º, CF. Todossão iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
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