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Curso “Execução trabalhista" 
Módulo 1
Conteudista: 
Marcelo Antônio de Oliveira Alves de Moura 
Juiz do Trabalho do TRT da 1ª Região
Curso “Execução trabalhista" – Módulo 1
Marcelo Antônio de Oliveira Alves de Moura, Conteudista
Juiz do Trabalho do TRT da 1ª Região
Capítulo V – DA EXECUÇÃO
Seção I – DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
TÍTULOS EXECUTIVOS
Art. 876. As decisões passadas em julgado ou das quais não tenha 
havido recurso com efeito suspensivo; os acordos, quando não 
cumpridos; os termos de ajuste de conduta firmados perante o 
Ministério Público do Trabalho e os termos de conciliação firmados 
perante as Comissões de Conciliação Prévia serão executados pela 
forma estabelecida neste Capítulo.
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS: EXECUÇÃO DE OFICIO
Parágrafo único. Serão executadas ex-officio as contribuições 
sociais devidas em decorrência de decisão proferida pelos Juízes e 
tribunais do Trabalho, resultantes de condenação ou homologação de 
acordo, inclusive sobre os salários pagos durante o período contratual 
reconhecido.
1.1. Rol de Títulos Executivos
Segundo o princípio da taxatividade, para que determinado documento ou 
instrumento seja enquadrado como titulo executivo, é preciso lei específica 
qualificando-o como tal (Didier-Cunha-Braga-Oliveira, Curso, Vol. 5, 2011, p. 
154). No processo do trabalho os títulos executivos estão previstos no art. 876, 
supra.
Para a maioria da doutrina este rol é exaustivo, não se admitindo a 
inclusão dos títulos extrajudiciais descritos no art. 585 do CPC/73 e art. 784 do 
CPC/2015 (por todos, Rodrigues Pinto, Execução, 2006, p. 27: “...o entendimento 
a prevalecer é de que, por enquanto, só são títulos hábeis à execução trabalhista 
os títulos extrajudiciais de que se ocupa o art. 876 da CLT.”. Referendando está 
dificuldade da doutrina em admitir a inclusão de outros títulos executivos 
extrajudiciais lembra Mauro Schiavi, Execução, 2008, p. 105: “A doutrina tem sido 
refratária à admissão de outros títulos executivos extrajudiciais na Justiça do 
Trabalho, entendendo que o art. 876 da CLT encerra rol taxativo.”.
Mesmo para os que rejeitam os títulos extrajudiciais descritos no CPC, duas 
exceções devem ser feitas: a) a certidão da dívida ativa da Fazenda Pública 
Nacional (art. 585, VII, do CPC/73 e art. 784, IX, do CPC/2015), desde quando a 
EC nº 45/2004 incluiu na competência da Justiça do Trabalho a execução das 
multas trabalhistas (art. 114, VII, da CF), que tem por pressuposto o titulo antes 
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referido; b) o titulo emitido pelo Ministério do Trabalho, que fundamenta a 
execução de contribuição sindical, conforme procedimento previsto no art. 
606, da CLT.
Não obstante a afirmação acima, alguns autores já defendiam, mesmo 
antes da competência trabalhista ter sido ampliada, a inclusão de outros 
títulos executivos extrajudiciais, além daqueles previstos no art. 876. Entre 
estes está Amauri Mascaro, Curso, 2008, p. 689, que sempre admitiu a inclusão 
dos seguintes títulos extrajudiciais: a) o documento público ou particular 
assinado pelo devedor e subscrito por duas testemunhas, do qual conste a 
obrigação de pagar quantia determinada e b) o instrumento de transação 
referendado pelo Ministério Público, pela defensoria pública ou pelos 
advogados dos transatores.”.
Para Tostes Malta, Execução, 1996, p. 66, mesmo antes de previsão legal de 
qualquer titulo extrajudicial de competência da Justiça do Trabalho, já defendia 
a inclusão dos seguintes títulos: a) sentença homologatória de laudo arbitral 
(atual sentença arbitral, com natureza de titulo executivo judicial, CPC/73, art. 
584, III e CPC/2015, art. 515, VII); b) sentença estrangeira sobre matéria 
trabalhista homologada pelo Supremo Tribunal Federal (atualmente a 
competência para tal ato é do STJ, conforme CPC/73, art. 584, IV e CPC/2015, 
art. 515, VIII); c) o formal e a certidão de partilha (CPC/73, art. 584, V e 
CPC/2015, art. 515, IV): aqui quando a parte que coube ao beneficiário é crédito 
trabalhista).
Wagner Giglio e Cláudia Corrêa, Direito Processual, 2007, p. 527, diante das 
alterações no art. 876 da CLT e da ampliação da competência trabalhista, 
passaram a defender que: “Impõe-se a conclusão, diante de tantas exceções, 
que a execução de títulos extrajudiciais já é admitida como normal, no processo 
trabalhista, anulando a restrição decorrente do disposto no art. 876 da CLT.”.
Confirmando esta tendência para se ampliar o rol do art. 876 da CLT, 
defende Mauro Schiavi, Execução, p. 99-103, a inclusão dos seguintes títulos, 
judiciais e extrajudiciais: a) execução de sentença penal condenatória transitado 
em julgado (art. 475-N, inciso II, do CPC/73 e art. 515, VI, do CPC/2015), no que 
diz respeito à cobrança de danos morais e patrimoniais da relação de trabalho, 
cujo valor será apurado em liquidação por artigos; b) o acordo extrajudicial 
submetido à homologação da Justiça do Trabalho (art. 475-H, inciso V e art. 
515, III, do CPC/2015); c) a sentença arbitral (art. 475-N, IV, do CPC/73 e art. 515, 
VII, do CPC/2015); e d) a certidão da dívida ativa da Fazenda Pública (art. 585, 
VII, do CPC/73 e art. 784, IX, do CPC/2015).
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1.2. Execução de Contribuição Previdenciária
O § único, do art. 876, prevê a execução de oficio das contribuições 
previdenciárias decorrentes das sentenças condenatórias e acordos 
homologados na Justiça do Trabalho. Esta execução de oficio também está 
prevista no art. 114, VIII, da CF.
A jurisprudência do TST, através da S. 368, interpretou que a execução das 
contribuições previdenciárias limita-se às sentenças condenatórias em pecúnia, 
não incluindo as contribuições previdenciárias devidas sobre parcelas já 
quitadas na relação de emprego, e tampouco as contribuições decorrentes das 
sentenças declaratórias de reconhecimento de relação jurídica de emprego.
O STF confirmou o entendimento do TST, no julgamento do RE 569056/PR, 
rel. Min. Menezes Direito, 11.9.2008, divulgado no Informativo nº 519 do 
próprio Supremo. O julgamento destacou que “a decisão trabalhista que não 
dispõe sobre pagamento de salário, mas apenas se restringe a reconhecer a 
existência do vínculo empregatício não constitui título executivo no que se 
refere ao crédito de contribuições previdenciárias. Assim, considerou-se não ser 
possível admitir uma execução sem título executivo. O Min. Ricardo 
Lewandowski, em acréscimo aos fundamentos do relator, aduziu que a execução 
de ofício de contribuição social antes da constituição do crédito, apenas com 
base em sentença trabalhista que reconhece o vínculo empregatício sem fixar 
quaisquer valores, viola também o direito ao contraditório e à ampla defesa.”.
2. SÚMULAS E ORIENTAÇÕES JURISPRUDENCIAIS
Súmula nº 368, I/TST
DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS. COMPETÊNCIA. 
RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO. FORMA DE CÁLCULO (redação 
do item II alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 16.04.2012) - 
Res. 181/2012, DEJT divulgado em 19, 20 e 23.04.2012
I. A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento das 
contribuições fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto à 
execução das contribuições previdenciárias, limita-se às sentenças 
condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo 
homologado, que integrem o salário de contribuição. 
II. É do empregador a responsabilidadepelo recolhimento das contribuições 
previdenciárias e fiscais, resultante de crédito do empregado oriundo de 
condenação judicial, devendo ser calculadas, em relação à incidência dos 
descontos fiscais, mês a mês, nos termos do art. 12-A da Lei nº 7.713, de 
22/12/1988, com a redação dada pela Lei nº 12.350/2010.
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III. Em se tratando de descontos previdenciários, o critério de apuração 
encontra-se disciplinado no art. 276, §4º, do Decreto n º 3.048/1999 que 
regulamentou a Lei nº 8.212/1991 e determina que a contribuição do 
empregado, no caso de ações trabalhistas, seja calculada mês a mês, 
aplicando-se as alíquotas previstas no art. 198, observado o limite máximo 
do salário de contribuição. (ex-OJs nºs 32 e 228 da SBDI-1 – inseridas, 
respectivamente, em 14.03.1994 e 20.06.2001).
Súmula nº 454 - TST
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. EXECUÇÃO DE OFÍCIO. 
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL REFERENTE AO SEGURO DE ACIDENTE DE 
TRABALHO (SAT). ARTS. 114, VIII, E 195, I, “A”, DA CONSTITUIÇÃO DA 
REPÚBLICA. (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 414 da SBDI-1) 
- Res. 194/2014, DEJT divulgado em 21, 22 e 23.05.2014 
Compete à Justiça do Trabalho a execução, de ofício, da contribuição 
referente ao Seguro de Acidente de Trabalho (SAT), que tem natureza de 
contribuição para a seguridade social (arts. 114, VIII, e 195, I, “a”, da CF), pois 
se destina ao financiamento de benefícios relativos à incapacidade do 
empregado decorrente de infortúnio no trabalho (arts. 11 e 22 da Lei nº 
8.212/1991).
3. INFORMATIVOS DO TST
Recurso ordinário. Depósito recursal. Inclusão das 
contribuições previdenciárias. Ausência de previsão 
no ordenamento jurídico. Deserção. Não 
configuração.
Não encontra previsão no ordenamento jurídico 
pátrio a exigência de recolhimento, a título de 
depósito recursal, do montante atribuído às 
contribuições previdenciárias em acréscimo ao 
valor da condenação. Nos termos da Instrução 
Normativa nº 3, item I, do TST e do art. 83 da 
Consolidação dos Provimentos da Corregedoria-
Geral da Justiça do Trabalho, o pagamento da 
contribuição previdenciária somente é devido 
quando finda a execução, pois, no momento em 
que proferida a sentença, não há certeza acerca 
das parcelas objeto da condenação, uma vez que, 
em caso de provimento de eventuais recursos, os 
valores podem ser alterados. Assim, a SBDI-I, por 
maioria, afastando a deserção do recurso ordinário, 
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conheceu dos embargos e, no mérito, deu-lhes 
provimento para determinar o retorno dos autos ao 
TRT de origem, a fim de que julgue o recurso 
ordinário da reclamada como entender de direito. 
Vencido o Ministro Ives Gandra Martins Filho. TST-E-
RR-136600-30.2008.5.23.0051, SBDI-I, rel. Min. Luiz 
Philippe Vieira de Mello Filho, 2.8.2012 (Informativo 
nº 16)
AR. Ação autônoma que reconhece a 
responsabilidade subsidiária do tomador de 
serviços. Existência de sentença condenatória 
definitiva em que figurou como parte apenas o 
prestador de serviços. Alteração subjetiva do 
título exe- cutivo judicial. Ofensa à coisa julgada e 
ao direito à ampla defesa e ao contraditório. Art. 
5º, XXXVI e LV, da CF.
A decisão em ação autônoma que reconhece a 
responsabilidade subsidiária do tomador de 
serviços, quando há sentença condenatória 
definitiva prolata- da em ação anteriormente 
proposta pelo mesmo reclamante em que figurou 
como parte apenas o prestador de serviços, 
altera a titularidade subjetiva do título executivo e 
ofende a literalidade do art. 5o, XXXVI e LV, da 
Constituição Federal (coisa julgada e direito ao 
contraditório e à ampla defesa). Com esse 
entendimento, a SBDI-II, por unanimidade, deu 
provimento ao recurso ordinário para 
desconstituir o acórdão proferido nos autos da 
reclamação trabalhista e, em juízo rescisório, dar 
provimento ao recurso ordinário do reclamado 
para julgar improcedente o pedido formulado na 
inicial da referi- da reclamatória. TST-RO-100200- 
60.2010.5.03.0000, SBDI-II, rel. Min. Pedro Paulo 
Manus. 27.3.2012. (informativo nº 4)
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COMPETÊNCIA PARA EXECUÇÃO: TITULO JUDICIAL
Art. 877. É competente para a execução das decisões o Juiz ou 
Presidente do Tribunal que tiver conciliado ou julgado 
originariamente o dissídio.
COMPETÊNCIA PARA EXECUÇÃO: TITULO EXTRAJUDICIAL
Art. 877-A. É competente para a execução de título executivo 
extrajudicial o juiz que teria competência para o processo de 
conhecimento relativo à matéria.
O próprio juiz que proferiu o julgamento terá competência para cobrar o 
cumprimento do acordo ou da sentença, conforme prevê o art. 877, supra. O 
TRT terá competência para execução das ações de sua competência originária, 
v.g., ação rescisória. Observa-se, com esta regra, a consagração do princípio da 
perpetuação da jurisdição (perpetuatio jurisdictionis), segundo o qual a 
demanda começa e termina no juízo no qual foi proposta.
O titulo extrajudicial é autônomo e sua eficácia não depende de 
homologação judicial. A regra do art. 877-A se refere à execução destes títulos, 
cujo rol se encontra no art. 876, supra; a competência para executar o título 
extrajudicial será definida pelo critério territorial, conforme o art. 651 da 
CLT. Assim, a título de exemplo, um empregado que firma um acordo na CCP 
(art. 625-E, § único, da CLT), cujas obrigações assumidas pelo empregador não 
foram cumpridas, este titulo extrajudicial será objeto de execução na localidade 
onde o empregado trabalha ou trabalhou, tão logo seja ajuizada a ação de 
execução.
A regra da CLT não se aplica para a execução de multas trabalhistas 
impostas ao empregador. Segundo o CPC/73, art. 578, a execução promovida 
pela União para cobrança das referidas multas, com base na certidão da divida 
ativa da Fazenda Pública, será ajuizada no foro do domicilio do devedor; se 
não o tiver, no de sua residência ou no do lugar onde for encontrado. 
A regra do paarágrafo único, do art. 578 do CPC/73, ainda dispôs que: “Na 
execução fiscal, a Fazenda Pública poderá escolher o foro de qualquer um dos 
devedores, quando houver mais de um, ou o foro de qualquer dos domicílios 
do réu; a ação poderá ainda ser proposta no foro do lugar em que se praticou 
o ato ou ocorreu o fato que deu origem à dívida, embora nele não mais resida 
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o réu, ou, ainda, no foro da situação dos bens, quando a dívida deles se 
originar.”.
Marinoni-Mitidiero, Código, 2008, p. 598, entendem que o foro do 
domicilio do devedor (art. 578, caput, do CPC/73) prefere sobre os demais 
critérios estabelecidos no § único, do art. 578, do CPC/73. Para os autores, esta 
preferência é regra de facilitação da defesa do executado, que também foi 
consagrada no art. 109, § 1º, da CF, que deve conformar a legislação 
infraconstitucional. 
Em sentido contrário, Leonardo Cunha, A Fazenda, 2010, p. 378, entende 
que é faculdade da Fazenda Pública, autora da ação executiva, escolher entre o 
foro do domicilio do devedor ou onde se praticou/ocorreu o ato que deu 
origem à dívida, que, na hipótese da Justiça do Trabalho, é o lugar onde o 
estabelecimento empresarial foi autuado pela infração à legislação do 
trabalho. Ambas as hipóteses são de competência territorial,portanto, se não 
arguida pelo executado, no momento de sua defesa na execução, se prorroga 
a competência do juízo onde a ação foi proposta.
A posição doutrinária de Leonardo Cunha, acima posta, acabou 
prevalencendo a na redação do CPC/2015, art. 46, § 5º: 
“A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no 
de sua residência ou no do lugar onde for encontrado.”.
Em qualquer hipótese, a competência funcional para a Fazenda ajuizar a 
ação de execução será sempre do primeiro grau de jurisdição, seguindo o 
procedimento da Lei nº 6.830/80. 
2. INFORMATIVOS DO TST
CC. Art. 475-P, parágrafo único, do CPC. Aplicação 
subsidiária ao processo do trabalho. 
Impossibilidade. Ausência de omissão na CLT.
A existência de previsão expressa no art. 877 da CLT 
sobre a competência para a execução das decisões 
judiciais torna incabível a aplicação subsidiária, ao 
processo do trabalho, do parágrafo único do art. 475-P 
do CPC, que permite ao exequente optar pelo 
cumprimento da sentença pelo Juízo do local onde 
se encontram bens sujeitos à expropriação ou do 
atual domicílio do executado. Com esse 
entendimento, a SBDI-II, por maioria, vencido o 
Ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, conheceu 
do conflito negativo de competência e julgou-o 
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procedente, declarando a competência da Vara do 
Trabalho de Indaial/SC para prosseguir na execução. 
Na espécie, a juíza titular da 7ª Vara do Trabalho de 
São Paulo/SP suscitou conflito de competência, em 
face do encaminhamento de reclamação trabalhista 
pelo juiz titular da Vara do Trabalho de Indaial/SC 
que acolhera requerimento formulado pelo 
exequente, nos termos do art. 475-P do CPC. TST-
CC-3533- 59.2011.5.00.0000, SB- DI-II, rel. Min. 
Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, 6.3.2012. 
(informativo nº 1)
CC. Ação coletiva. Decisão com efeitos erga omnes. 
Execução individual. Art. 877 da CLT. Não incidência.
O art. 877 da CLT - segundo o qual é competente 
para a execução das decisões o Juiz ou o 
Presidente do Tribunal que tiver conciliado ou 
julgado originariamente o dissídio - não é aplicável 
à execução individual das decisões proferidas em 
ação coletiva, porquanto possui procedimento 
específico e regulamentado na Lei de Ação Civil 
Pública, combinada com o Código de Defesa do 
Consumidor, ambos plenamente compatíveis com 
o Processo do Trabalho. Assim, na hipó- tese em 
que a exequente, domiciliada em Fortaleza/CE, 
aforou execução individualizada, dizendo-se 
beneficiada pelos efeitos erga omnes da coisa 
julgada produzida em ação coletiva que tramitou na 
Vara do Trabalho de Araucária/PR, a SBDI-II, por 
unanimidade, julgou procedente o conflito negativo 
de competência para declarar competente a Vara 
do Trabalho de Fortaleza/CE. Ressaltou o Ministro 
relator que entendimento em sentido contrário 
imporia aos beneficiá- rios da ação coletiva um 
ônus processual desarrazoado, o que tornaria 
ineficaz o pleno, rápido e garantido acesso à 
jurisdição e violaria a garantia constitucional do 
Devido Processo Legal Substancial. TRT- CC - 1421-
83.2012.5.00.0000, SBDI-II, rel. Min. Alexandre Agra 
Belmonte, 28.8.2012 (informativo nº 20)
Execução. Competência. Local dos bens passíveis 
de expropriação ou atual domicílio do executado. 
Parágrafo único do art. 475-P do CPC. Aplicação 
subsidiária ao Processo do Trabalho. 
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Impossibilidade. Ausência de omissão na CLT.
Existindo previsão expressa no art. 877 da CLT a 
respeito da competência para a execução das 
decisões judiciais trabalhistas, a aplicação 
subsidiária ao Processo do Trabalho do parágrafo 
único do art. 475-P do CPC, no sentido de se 
permitir ao exequente optar pelo cumprimento da 
sentença pelo Juízo do local onde se encontram 
bens sujeitos à expropriação ou do atual domicílio 
do executado, implica contrariedade aos princípios 
da legalidade e do devido processo legal e 
respectiva ofensa ao art. 5º, II e LIV, da CF. Com 
esse entendimento, a SBDI-II, por unanimidade, 
conheceu do conflito negativo de competência e, 
no mérito, por maioria, julgou-o procedente, 
declarando a 1ª Vara do Trabalho de Itabaiana/SE 
competente para prosseguir na execução que se 
processa nos autos da reclamação trabalhista. 
Vencidos os Ministros Cláudio Mascarenhas 
Brandão, Delaíde Miranda Arantes e Douglas 
Alencar Rodrigues. TST-CC-9941-32.2012.5.00.0000, 
SBDIII, rel. Min. Alberto Luiz Bresciani de Fontan 
Pereira, 27.5.2014 (Informativo nº 84)
Competência da Justiça do Trabalho. Execução de 
ofício de contribuição previdenciária. Acordo 
firmado perante Comissão de Conciliação Prévia.
A Justiça do Trabalho é competente para executar, 
de ofício, as contribuições previdenciárias referentes 
ao valor fixado em acordo firmado perante 
Comissão de Conciliação Prévia, nos termos do art. 
114, IX, da CF c/c o art. 43, § 6o, da Lei n. 8.212/91 e 
os arts. 876 e 877-A da CLT. Com esse entendimento, 
a SBDI-I, em sua composição plena, vislumbrando 
divergência jurisprudencial específica, conheceu dos 
embargos, por maioria, e, no mérito, ainda por 
maioria, deu-lhes provimento para restabelecer a 
decisão do Regional. vencidos, quanto ao 
conhecimento, os Ministros Lelio Bentes Corrêa e 
Dora Maria da Costa e, no mérito, a Ministra Maria 
Cristina Peduzzi. TST-E-RR-40600-
80.2009.5.09.0096, SBDI-I, rel. Min. José Roberto 
Freire Pimenta, 24.5.2012. (informativo nº 10)
Execução. Contribuições previdenciárias. 
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Créditos trabalhistas reconhecidos por decisão 
judicial. Juros de mora e multa. Fato gerador. 
Momento anterior à Medida Provisória nº 449/09. 
Art. 195, I, “a”, da CF.
Os juros de mora e a multa incidentes sobre a 
contribuição previdenciária oriunda de créditos 
trabalhistas reconhecidos por decisão judicial são 
devi- dos a partir do dia dois do mês seguinte ao 
da liquidação da sentença, so bretudo na hipótese 
de relação de emprego ocorrida em momento 
anterior à Medida Provisória n.º 449/09, convertida 
na Lei n.º 11.941/09, que alterou o art. 43, §2º, da 
Lei n.º 8.212/91. Ademais, tendo em conta que o 
art. 195, I, “a”, da CF fixou a competência 
tributária referente às contribuições 
previdenciárias devidas pela empresa, prevendo a 
instituição de contribuição incidente sobre os 
rendimentos do trabalho pagos ou creditados ao 
trabalhador, não se pode olvidar a supremacia do 
texto constitucional, de modo que a legislação 
infraconstitucional, ao definir o fato gerador e os 
demais elementos que constituem os tributos, deve 
observar os limites impostos pela Constituição. 
Desse modo, a decisão do Regional que estabelece 
a data da prestação de serviços como termo inicial 
para a incidência dos juros e da multa moratória dá 
ensejo ao conhecimento do recurso de revista por 
violação à literalidade do art. 195, I, “a”, da CF, pois 
extrapola os limites nele estabelecidos. Com esses 
fundamentos, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu 
do recurso de Embargos do reclamado, por 
divergência jurisprudencial, e, no mérito, por maioria, 
deu-lhe provimento para reconhecer a ofensa 
literal do art. 195, I, “a”, da CF e determinar a 
incidência dos juros de mora e da multa apenas a 
partir do dia dois do mês seguinte ao da liquidação 
de sentença, nos termos do art. 276, caput, do 
Decreto nº 3.048/99. Vencidos, quanto à violação do 
art. 195, I, “a”, da CF, os Ministros Lelio Bentes 
Corrêa, Antônio José de Barros Leve- nhagen,Luiz 
Philippe Vieira de Mello Filho, Augusto César de 
Carvalho, José Rober- to Pimenta e Delaíde Miranda 
Arantes, e, quanto à fundamentação, os Ministros 
Aloysio Corrêa da Veiga e Dora Maria da Costa. , 
SBDI-I, rel. Min. Aloysio Corrêa da Veiga, red. p/ 
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acórdão Min. João Oreste Dalazen, 12.9.2013. 
(Informativo nº 59)
Competência da Justiça do Trabalho. Execução de 
contribuição previdenciária. Acordo firmado perante 
Comissão de Conciliação Prévia. Art. 114, IX, da CF 
c/c art. 43, § 6º, Lei n. 8.212/90.
Nos termos do art. 114, IX, da CF c/c o art. 43, § 
6º, da Lei n.º 8.212/91, compete à Justiça do 
Trabalho executar de ofício as contribuições 
previdenciárias decorrentes do termo de conciliação 
firmado perante Comissão de Conciliação Prévia - 
CCP. Entendeu-se, na hipótese, que o dispositivo 
constitucional que assegura a competência desta 
Justiça Especializada para processar e julgar 
“outras controvérsias decorrentes da relação de 
trabalho” abarca o termo firmado perante a CCP, 
por se tratar de título executivo extrajudicial 
decorrente da relação de trabalho. Ademais, não 
há falar em incidência do item I da Súmula nº 368 
do TST, editado em 2005, por não alcançar a 
controvérsia trazida nos autos, que remonta à 
regra vigente a partir de 2009, com a introdução 
do §6º no art. 43 da Lei nº 8.212/91 pela Lei nº 
11.491/2009. Com esse posicionamento, a SBDI-I, à 
unanimidade, conheceu dos embargos, por 
divergência jurisprudencial, e, no mérito, deu-lhes 
provimento para reformar o acórdão turmário que 
declarara a incompetência da Justiça do Trabalho 
para executar as contribuições previdenciárias 
advindas de termo conciliatório firmado perante a 
CCP. TST-E-RR-41300-56.2009.5.09.0096, SBDI-I, 
rel. Min. Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, 8.5.2014 
(Informativo execução nº 1)
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Marcelo Antônio de Oliveira Alves de Moura, Conteudista
Juiz do Trabalho do TRT da 1ª Região
LEGITIMIDADE PARA A EXECUÇÃO
Art. 878. A execução poderá ser promovida por qualquer 
interessado, ou ex officio pelo próprio Juiz ou Presidente ou 
Tribunal competente, nos termos do artigo anterior.
DECISÃO DOS TRIBUNAIS
Parágrafo único. Quando se tratar de decisão dos Tribunais 
Regionais, a execução poderá ser promovida pela Procuradoria da 
Justiça do Trabalho.
1.1. Qualquer interessado
Este dispositivo cuida da legitimidade ativa para a execução. A expressão 
“qualquer interessado” abrange as seguintes pessoas: a) o credor indicado 
como tal no titulo executivo (art. 566, I, do CPC/73 e art. 778 do CPC/2015); b) o 
espólio, os herdeiros e sucessores do credor (art. 567, I, do CPC/73 e art. 778, 
III, do CPC/2015), observada a habilitação incidental dos dependentes do 
trabalhador, quando sua morte não deixar bens, dispensando-se a abertura do 
inventário; a habilitação será feita pelos dependentes indicados na Previdência 
Social para receber a pensão por morte (art. 1º, da Lei nº 6.858/80), cabendo 
aos próprios providenciarem a documentação no INSS; c) O art. 567, II, do 
CPC/73 e art. 778, III, do CPC/2015, confere legitimidade ao cessionário, 
quando o direito resultante do titulo executivo lhe for transferido por ato entre 
vivos, mas a Consolidação de Provimentos da CGJT, DE 28.10.2008, prevê e seu 
art. 100: “a cessão de crédito prevista no art. 286 do Código Civil não se aplica à 
Justiça do Trabalho”, negando ao cessionário, portanto, legitimidade para figurar 
no processo. A cessão de crédito trabalhista, consequentemente, não provocará 
qualquer modificação nos polos da execução trabalhista; d) o art. 567, III, do 
CPC/73 e 778, IV, do CPC/2015, confere legitimidade ao sub-rogado, que 
assume o crédito por imposição legal ou por convenção (sub-rogação 
convencional); dispõe o art. 349 do CC, que a sub-rogação transfere ao novo 
credor, todos os direitos, ações, privilégios e garantidas do credor primitivo; 
Manoel Antonio Teixeira Filho, Curso, Vol. III, 2009, p. 1917, distingue a cessão 
da sub-rogação: “...a diferença nuclear está em que no primeiro (cessão), o ato é 
praticado pelo credor (trabalhador, no plano do direito material do trabalho), 
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que transfere o seu crédito a terceiro, enquanto no segundo (sub-rogação), o 
ato é realizado por terceiro e consiste no pagamento do credor, ou no 
empréstimo ao devedor, de quantia bastante à plena satisfação do crédito.”; nos 
parece que não há obstáculo para que o sub-rogado figura na execução, no 
lugar do credor ou devedor originário, posto que não há aqui ato de vontade 
do credor dispondo de direitos trabalhistas; a doutrina também não vê qualquer 
obstáculo (neste sentido, Teixeira Filho, op. cit., 1918, com apoio em Antonio 
Lamarca, Coqueijo Costa e Wagner Giglio; contra, Mauro Schiavi, Execução, 
2008, p. 70, interpretando que a sub-rogação de um terceiro no crédito 
trabalhista faz cessar a competência da Justiça do Trabalho, além de alterar a 
natureza do crédito, que deixa de ser dívida trabalhista.
1.2. O Ministério Público
Além dos legitimados acima indicados, o § único, do art. 876, supra, também 
faz menção à execução pelo Ministério Público do Trabalho, nas seguintes 
hipóteses:
a) como parte no processo, v.g., quando propõe ações civis públicas e execução 
do Termo de Ajustamento de Conduta, bem como para cobrança de multas 
e custas impostas pelos Acórdãos proferidos nas ações de competência 
originária dos Tribunais (art. 746, “g”, da CLT);
b) o MPT também terá legitimidade na execução da sentença proferida em 
ação civil pública, proposta por sindicato ou outro legitimado, quando este 
não iniciar a execução no prazo de 60 dias de seu trânsito em julgado 
(Teixeira Filho, Curso, Vol. III, 2009, p. 1918);
c) ou, ainda, na hipótese de processo coletivo promovido pelo MPT, na tutela 
de interesses individuais homogêneos (art. 81, III, da Lei nº 8.078/90), 
quando, do prazo de 1 (um) ano do trânsito em julgado da sentença coletiva, 
não houver habilitação de trabalhadores titulares destes direitos, em número 
compatível com a gravidade do dano (art. 100, da Lei nº 8.078/90);
1.3. O devedor?
O art. 570, do CPC/73, revogado pela Lei nº 11.232/2005, permitia ao 
devedor iniciar a execução, na figura denominada devedor-exequente. A 
hipótese era esdrúxula, como lembra Alexandre Câmara, Curso, Vol. III, 2009, p. 
164, e a doutrina equiparava tal atitude do réu a uma Consignação em 
Pagamento. O próprio Câmara, na obra citada, afirma que nada impede, na 
atualidade, tendo sido revogado o art. 570 do CPC/73, que o devedor, após a 
condenação, promova uma ação de consignação em pagamento; de nossa 
parte, pensamos que tal possibilidade é incompatível com o procedimento 
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trabalhista.
1.4. Execução de oficio pelo Juiz
No processo do trabalho a execução pode ser iniciada de oficio pelo juiz da 
execução, diferentemente do que se observa no processo civil, onde, para o 
cumprimento da sentença transitada em julgado, ainda se exige requerimento 
do credor (expedir-se-á mandado de citação, a requerimento do credor, 
conforme art. 475-J, do CPC/73 e art. 523, do CPC/2015). Didier-Cunha-Braga-
Oliveira, Curso, Vol. 5, 2011, p. 208 afirmam que são raras as hipóteses de 
execução civil de oficio,como no exemplo das decisões baseadas nos artigos 
461 e 461-A, do CPC/73 (artigos 497 e 498 do CPC/2015).
Para a maioria da doutrina trabalhista, a legitimidade para o juiz iniciar a 
execução é uma faculdade que lhe é atribuída pelo art. 878, acima, e não uma 
imposição legal; neste sentido, Rodrigues Pinto, Execução, 2006, p. 116: “A 
opinião de alguns sobre se tratar de um dever imposto ao juiz não se 
compadece com a falta de imperatividade do texto legal (CLT, art. 878), em que 
se usou a expressão poderá.”; também veem como uma faculdade atribuída ao 
juiz: Amauri Mascaro, Curso, 2008, p. 673; Tostes Malta, Execução, 1996, p. 80 e 
Manoel Antonio Teixeira Filho, Curso, Vol. III, 2009, p. 1920-1922.
Não obstante a literalidade do texto legal, interpretada como faculdade para 
execução de oficio pela maioria da doutrina, entendemos que a norma é 
imperativa, não podendo o magistrado escolher entre tomar ou não a iniciativa 
da execução; estando presentes os requisitos ou pressupostos da execução, 
quais sejam: a existência de titulo líquido e o inadimplemento voluntário da 
obrigação contida no titulo judicial, o Juiz do Trabalho deve iniciá-la de 
oficio, não lhe sendo facultado aguardar a iniciativa da parte interessada. A 
nosso ver, não se coaduna com o processo moderno esta inércia do Juiz, 
quando o direito já foi reconhecido com a formação do titulo judicial. A esta 
afirmação só fazemos uma ressalva: a vontade do titular do direito se sobrepõe 
à iniciativa oficial, mas, para tanto, o credor deve manifestar, expressamente, que 
não tem interesse em iniciar a execução; sua inércia, contudo, legitima a atuação 
de oficio do juiz.
Qualquer que seja a interpretação que se dê ao texto da CLT, no tocante à 
execução das contribuições previdenciárias decorrentes das sentenças e 
acordos homologados pela Justiça do Trabalho, a execução seguirá 
obrigatoriamente de oficio, diante do teor do art. 114, VIII, da CF. De forma 
diferente do que se interpreta quanto ao crédito trabalhista, o art. 876, § único, 
da CLT, prevê que “Serão executadas ex-officio as contribuições sociais...”; o 
tempo verbal, como se nota, foi utilizado no imperativo, impondo ao Juiz do 
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Trabalho esta conduta (neste sentido, Sergio Pinto Martins, Execução da 
Contribuição, 2004, p. 92). Esta interpretação é ratificada pelo teor do art. 878-A, 
a seguir comentado.
O Juiz do Trabalho não atuará de oficio nas execuções provisórias, ou seja, 
aquelas fundadas em sentenças ainda pendentes de julgamento de recursos; 
nestas execuções há o risco da reforma da sentença, podendo os atos 
executórios resultar em danos para o executado (art. 475-O, inciso I, do CPC/73 
e art. 520, I, do CPC/2015); a reparação destes danos, nos próprios autos da 
execução, será de responsabilidade do exequente, daí porque não se processa 
de oficio a execução provisória (neste sentido, Manoel Antonio Teixeira Filho, 
Curso, Vol. III, 2009, p. 1922). Também não se admite a atuação de oficio do 
Juiz do Trabalho quando a liquidação da sentença tiver que ser processada por 
artigos de liquidação, em razão da necessidade da parte demonstrar o “fato 
novo” que legitima este método de liquidação de sentença.
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS: PAGAMENTO IMEDIATO
Art. 878-A. Faculta-se ao devedor o pagamento imediato da 
parte que entender devida à Previdência Social, sem prejuízo da 
cobrança de eventuais diferenças encontradas na execução ex 
officio.
Este dispositivo demonstra o caráter bipartido que passou a assumir a 
execução trabalhista, desde que a EC nº 20/98 introduziu no art. 114 da CF, a 
competência para a Justiça do Trabalho executar as contribuições 
previdenciárias decorrentes de suas sentenças e acordos judiciais. Como se 
percebe da redação do texto legal, o devedor poderá quitar, de imediato, a 
divida tributária (previdenciária), sem prejuízo de ser cobrado de eventuais 
diferenças apuradas no curso do procedimento de liquidação. Este pagamento 
se dá de forma autônoma e independente quanto ao crédito trabalhista devido 
pelo empregador ao empregado.
A CLT não prevê o procedimento para o devedor proceder a tal pagamento; 
na prática tal quitação também não tem sido observada, mas sendo do devedor 
tal iniciativa, este poderá, a qualquer tempo, requerer em juízo a expedição da 
guia própria para pagamento ou, proceder ao pagamento por meio eletrônico.
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