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DOS CONTRATOS EM GERAL
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Teoria Geral dos Contratos
Os fatos humanos considerados geradores de obrigação são: os contratos; as declarações unilaterais de vontade; os atos ilícitos (culposos ou dolosos).
A lei (fonte mediata ou primária da obrigação) dá eficácia a estes fatos (fontes diretas ou imediatas).
O contrato é uma espécie de negócio jurídico que depende da participação de pelo menos duas partes
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CONCEITO
O contrato constitui uma espécie de negócio jurídico, de natureza bilateral ou plurilateral, dependendo, para a sua formação, do encontro da vontade das partes, por ser ato regulamentador de interesses privados.
Contrato é o acordo de duas ou mais vontades, na conformidade da ordem jurídica, destinado a estabelecer uma regulamentação de interesses entre as partes, com o escopo de adquirir, modificar ou extinguir relações jurídicas de natureza patrimonial. 		
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Sempre que o negócio jurídico resultar de mútuo consenso, de um encontro de duas vontades (diferente dos demais atos jurídicos – Teoria Geral dos Fatos Jurídicos), estaremos diante de um contrato. Os contratos não se restringem ao direito das obrigações, estendendo-se a outros ramos do direito privado, e também ao direito público, adaptando-se aos princípios de cada área do direito. 
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Requisitos (art. 104 CC)
Agente capaz (requisito subjetivo), objeto lícito possível, determinado ou determinável (requisito objetivo), e forma prescrita ou não defesa em lei (requisito formal).
É necessária a presença dos requisitos para que o contrato seja válido.
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Requisitos Subjetivos
Existência de duas ou mais pessoas, já que o contrato é um negócio jurídico bilateral ou plurilateral;
Capacidade genérica para praticar atos da vida civil (arts. 3º e 4º, do CC – sob pena de ser nulo - art. 166, I - ou anulável – art.171,I);
Aptidão específica para contratar (não ocorrer limitação legal, como venda à descendente – art. 496 do CC, ou outorga uxória – art. 1.647);
Consentimento. Sem vício. O acordo volitivo é a força propulsora do contrato. É ele que cria a relação jurídica que vincula os contratantes sobre determinado objeto. Autonomia da vontade.
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Requisitos Objetivos
Licitude do objeto do contrato (quando não são contrários à lei, à moral, aos princípios da ordem pública, e aos bons costumes).Objeto imediato do negócio é sempre uma vontade humana (obrigação de dar, fazer ou não fazer), e o objeto mediato são os bens ou prestações sobre os quais incide a relação jurídica.
Possibilidade física ou jurídica do objeto. A física pode ser absoluta (obstáculo insuperável), resolve o vínculo contratual (art. 166, II); ou relativa (temporária), não invalida o contrato gerando multa ou perdas e danos (art. 106). Impossibilidade jurídica gera ineficácia do contrato (herança de pessoa viva – art. 426 CC).
Determinação do objeto. Deve conter elementos necessários e suficientes (especificação do gênero, da espécie, quantidade ou caracteres). Se indeterminável, o contrato é inválido ou ineficaz.
Economicamente apreciável (capaz de se converter em dinheiro.
 
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Requisitos Formais
A regra é a liberdade de forma (art. 107 CC). Se lei exigir forma especial, está será necessária, sob pena de nulidade do contrato. Poderá ser expressa (verbal ou por escrito) ou tácita (decorre dos fatos).
Forma do contrato “é o conjunto de solenidades que se devem observar para que a declaração de vontade tenha eficácia jurídica”, Clóvis Beviláqua.
Forma especial, prova específica. Forma geral, qualquer meio de prova admitida em lei. 
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Síntese histórica
Contrato era considerado um pacto, acordo de vontade. Com a Revolução Francesa de 1789, tornou lei entre as partes. A autonomia da vontade e o individualismo imperavam nas relações comerciais. O Estado era chamado para fazer cumprir o acordo de vontades.
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O desenvolvimento econômico alterou profundamente este instrumento jurídico. Segundo Carlos Roberto Gonçalves, “A economia de massa exige contratos impessoais e padronizados (contratos-tipo ou de massa), que não mais se coadunam com o princípio da autonomia da vontade. O Estado intervém, constantemente, na relação contratual privada, para assegurar a supremacia da ordem pública, relegando o individualismo a um plano secundário.
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Essa situação tem sugerido a existência de um dirigismo contratual, em certos setores que interessam a toda a coletividade. Pode-se afirmar que a força obrigatória dos contratos não se afere mais sob a ótica do dever moral de manutenção da palavra empenhada, mas da realização do bem comum”.
O contrato, como veículo de circulação de riqueza, tem uma função social importante. O CC 2002 tornou explícito que a liberdade de contratar só pode ser exercida em consonância com os fins sociais do contrato, implicando os valores primordiais da boa-fé e da probidade (arts. 421 e 422).
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Função Social do Contrato
O CC 2002 procurou afastar-se das concepções individualistas e se aproximar das concepções contemporâneas, que refletem a prevalência dos valores coletivos sobre os individuais, sem perda, porém, do valor fundamental da pessoa humana. Tem por escopo promover a realização de uma justiça comutativa, aplainando as desigualdades substanciais entre os contratantes.
A função social do contrato somente estará cumprida quando a sua finalidade – distribuição de riqueza – for atingida de forma justa, ou seja, quando o contrato representar uma fonte de equilíbrio social.
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A função social é cláusula geral. Cláusulas Gerais são normas orientadoras sob forem de diretrizes, dirigidas ao juiz, vinculando-o , ao mesmo tempo em que lhe dá liberdade para decidir.São formulações contidas nas leis , de caráter genérico e abstrato. A cláusula geral que proclama a função social do contrato é a que exige um comportamento condizente com a probidade e a boa-fé objetiva. Segundo Nelson Nery Jr., sendo norma de ordem pública, o juiz pode aplicar as cláusulas gerais em qualquer ação judicial, independentemente de pedido da parte ou do interessado, pois deve agir ex officio.
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Princípios do Direito Contratual
Princípio da Autonomia da Vontade: se alicerça na ampla liberdade contratual, no poder dos contratantes de disciplinar os seus interesses mediante acordo de vontades, suscitando efeitos tutelados pela ordem jurídica. Seu apogeu se deu após a Revolução Francesa – pacta sunt servanda. 
A autonomia da vontade envolve, além da liberdade de criação do contrato, a liberdade de contratar, de escolher o outro contratante e de fixar o conteúdo do contrato, limitadas pelo princípio da função social do contrato, pelas normas de ordem pública, pelos bons costumes e pela revisão judicial dos contratos.
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Princípio da Supremacia da Ordem Pública: o interesse da sociedade deve prevalecer quando colide com o interesse individual. A ampla liberdade de contratar provocava desequilíbrios e a exploração do economicamente mais fraco. Em alguns setores da economia fazia-se mister a intervenção do Estado, para restabelecer e assegurar a igualdade dos contratantes. Ex.: Lei do Inquilinato, Lei da Economia Popular, Código de Defesa do Consumidor.
Ordem pública é cláusula geral e corresponde aquilo que é indispensável à organização social, como: organização da família, administrativa do Estado ou das relações do trabalho.
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Princípio do Consensualismo: Basta o acordo de vontades,contrapondo-se ao formalismo e ao simbolismo que vigoravam em tempos primitivos. Os contratos são em regra consensuais, mas existem os que exigem formalismos (casamento, compra de imóveis). A compra e venda torna-se perfeita e obrigatória, desde que as partes acordem no objeto e preço (art. 482 CC), independentemente da entrega do bem. O pagamento e a entrega do objeto constituem outra fase, a do cumprimento das obrigações assumidas pelos contratantes (art. 481 CC). Alguns contratos só se aperfeiçoam com a entrega do objeto, subseqüente ao acordo de vontades (direitos reais)*
Princípio da obrigatoriedade da convenção: as estipulações feitas no contrato deverão ser fielmente cumpridas, sob pena de execução patrimonial contra o inadimplente. O ato negocial é intangível, a menos que ambas as partes o rescindam voluntariamente ou haja a escusa por caso fortuito ou força maior (CC, art. 393), de tal sorte que não se poderá alterar seu conteúdo. Entretanto tem-se admitido que a força vinculante do contrato seja contida pelo magistrado em certas circunstâncias excepcionais, que impossibilitem a previsão de excessiva onerosidade no cumprimento das prestações. 
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Princípio da relatividade dos efeitos do contrato: Por esse princípio, a avença apenas vincula as partes que nela intervieram, não aproveitando nem prejudicando terceiros, salvo raras exceções.
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Princípio da Boa-fé Objetiva: na interpretação do contrato, é preciso ater-se mais à intenção do que ao sentido literal da linguagem, e, em prol do interesse social de segurança das relações jurídicas, as partes deverão agir com lealdade e confiança recíprocas, auxiliando-se mutuamente na formação e na execução do contrato. 
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FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
A PROPOSTA e a ACEITAÇÃO são elementos indispensáveis à formação dos contratos, e entre elas gira toda a controvérsia sobre a força obrigatória do contrato, sobre o momento exato em que ambas se fundem para produzir a relação contratual, e sobre o lugar em que se reputará celebrado o negócio jurídico.
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Fases da formação do 
vínculo contratual
I – NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES: Consistem nas conversações prévias, sondagens e estudos sobre os interesses de cada contratante, tendo em vista o contrato futuro, sem que haja qualquer vinculação jurídica entre os participantes, embora excepcionalmente surja responsabilidade civil no campo da culpa aquiliana.
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II - PROPOSTA 
II.1 – Conceito: Proposta (oferta ou policitação): é uma declaração receptícia de vontade, dirigida por uma pessoa (proponente) à outra (com quem pretende celebrar um contrato), por força da qual a primeira manifesta sua intenção de se considerar vinculada, se a outra parte aceitar. 
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II.2 - Características: 
II.2.1 – É declaração unilateral de vontade, por parte do proponente;
II.2.2 – Reveste-se de força vinculante em relação ao que a formula, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio ou das circunstâncias do caso (CC, arts. 427 e 428)
II.2.3 – é um negócio jurídico receptício. Subordina-se ao recebimento e consentimento do destinatário acerca da oferta.
II.2.4 – Deve conter todos os elementos essenciais do negócio jurídico proposto.
II.2.5 – é elemento inicial do contrato, devendo ser, por isso, séria completa, precisa e inequívoca.
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II.3 – Obrigatoriedade: A obrigatoriedade da oferta consiste no ônus, imposto ao proponente, de não a revogar por um certo tempo a partir de sua existência, sob pena de ressarcir perdas e danos, subsistindo até mesmo em face da morte ou incapacidade superveniente do proponente antes da aceitação, salvo se outra houver sido a sua intenção. Essa força vinculante não é absoluta (art. 427, CC), como: I – sendo feito sem prazo entre presentes, não for imediatamente aceita; II – a ausente, tiver decorrido tempo suficiente; III – a ausente, tiver decorrido o tempo fixado; IV – se antes dela ou simultaneamente houver chegado a outra parte a retratação do proponente (art. 428, CC). 
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III - ACEITAÇÃO
III.1 – Conceito: A aceitação é a manifestação da vontade, expressa ou tácita, da parte do destinatário de uma proposta, feita dentro do prazo, aderindo a esta em todos os seus termos, tornando o contrato definitivamente concluído, desde que chegue, oportunamente, ao conhecimento do ofertante.
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III.2 – Requisitos: 
III.2.1 – Não exige forma, salvo nos contratos solenes, podendo ser expressa ou tácita (CC, art.432);
III.2.2 – Deve ser oportuna (arts. 430 e 431);
III.2.3 – Adesão integral à oferta.
III.2.4 – Deve ser exclusiva e coerente.
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Aceitação nos contratos entre presentes: A oferta poderá estipular ou não prazo para a aceitação. Se não tiver prazo, a aceitação deverá ser manifestada imediatamente, e, se houver prazo, deverá ser pronunciada no termo concedido.
Aceitação nos contratos entre ausentes: Existindo prazo, este deverá ser observado, mas se a aceitação atrasar, sem culpa do oblato, o proponente deverá dar ciência do fato ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos (CC, art. 430). Se o ofertante não estipulou qualquer prazo, a aceitação deverá se manifestada dentro de tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente.
Retratação do aceitante: OP aceitante poderá arrepender-se, desde que sua retratação chegue ao conhecimento do ofertante antes da aceitação ou juntamente com ela. 
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Momento da conclusão do contrato
Entre presentes: As partes encontrar-se-ão vinculadas no mesmo instante em que o oblato aceitar a oferta; só então o contrato começará a produzir efeitos jurídicos.
Entre ausentes: Segundo a Teoria da Agnição ou Declaração, na sua segunda modalidade, isto é, na expedição, a que se filiou o nosso CC, no art. 434, os contratos por correspondência epistolar ou telegráfica tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, desde que não se apresentem as exceções do art. 434, II e III, hipóteses em que se aplica a Teoria da Recepção. 
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Lugar da celebração do contrato
Pelo CC, art. 435, o contrato reputar-se-á celebrado no local em que foi proposto.
Pela LICC, art. 9ª, § 2º, aplicável no direito internacional privado, a obrigação resultante do contrato considerar-se-á constituída no lugar em que residir o proponente.
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Interpretação dos Contratos
Dada a possibilidade de conter cláusula duvidosa, ou qualquer ponto obscuro ou controvertido, o contrato pode requerer o uso da hermenêutica jurídica para solucionar conflitos. É uma operação difícil que requer saber e prudência, devendo o interprete guiar-se pelo sentimento jurídico. Deve se ater aos princípios da boa-fé objetiva (art. 422) e o da conservação ou aproveitamento dos contratos, procurando presumir que os contratantes agiram com probidade e fazendo com que, havendo dúvida, prevaleça a diretriz interpretativa conducente à produção de algum efeito ou à sua exeqüibilidade. 
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Interpretação dos Contratos
Interpretar é precisar o sentido e o alcance do conteúdo da declaração de vontade. Busca-se apurar a vontade concreta das partes, não a vontade interna, psicológica, mas a vontade objetiva.Diz-se declaratória quando o escopo se limita a descoberta da vontade pelo que foi declarado, e construtiva ou integrativa quando complementa-se o conteúdo declarado por meio de normas supletivas, especialmente as que dizem respeito à sua função social, ao princípio da boa-fé, e aos usos e costumes do local.
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Interpretação dos Contratos
O CC/2002 contém 5 normas interpretativas: I – art. 112: Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem; II – art. 113: Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração; III - art. 114: Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente; IV - art. 423: Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente; V - art. 819: A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva. 
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Classificação dos Contratos
Quanto a natureza da obrigação: I – unilaterais (uma só das partes assume obrigações), bilaterais (ambos obrigam-se), ou plurilaterais (vário se obrigam); II – oneroso (vantagens para ambos) ou gratuitos (vantagens para uma das partes, sem contraprestação); III – comutativos (prestações relativamente equivalentes, certas e determinadas, não envolvem nenhum risco) ou aleatórios (depende de um risco futuro e incerto); IV – paritários (em igualdade, discutemas condições do ato negocial), por adesão (a manifestação de vontade se reduz a mera anuência de uma proposta), ou contrato tipo (cláusulas pré-redigidas, mas com claros para preencherem).
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Classificação dos Contratos
Quanto a forma: I – Consensuais (se perfazem pela simples anuência das partes); II – Solenes (prescreve forma especial, ex.: compra e venda de imóvel); III - Reais (se ultimam pela entrega da coisa ao contratante, ex.: comodato ou depósito)
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Classificação dos Contratos
Quanto a sua denominação: I – nominados ou típicos (regulados em lei, ex.: compra e venda); II – inominados ou atípicos (não são disciplinados ou regulados expressamente pelo Código Civil ou lei esparsa. 
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Classificação dos Contratos
Quanto ao tempo de execução: I – contratos de execução imediata ou instantânea (esgotam num só instante); II – contratos de execução continuada ou de trato sucessivo (a prestação de um ou de ambos os contratantes se dá a termo, cessa com o implemento de ma condição ou decurso de um prazo); contratos de execução diferida ou retardada (devem ser cumpridos em um só ato, mas em momento futuro).
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Classificação dos Contratos
Quanto aos contratos reciprocamente considerados: I - principais (são os que existem por si, exercendo a sua função e finalidade independentemente de outro); II – acessórios (cuja existência jurídica supõe a do principal, ex.: fiança). 
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Efeitos do Contrato
 relativamente a terceiros 
O princípio geral de que o contrato não beneficia e não prejudica a terceiros (relatividade), atingindo apenas partes que nele intervieram, não é absoluto, como se pode ver no pacto de retrovenda, na estipulação em favor de terceiros, no contrato por terceiros, etc.
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Estipulação em Favor de Terceiros
É um contrato estabelecido entre duas pessoas, em que uma (estipulante) convenciona com outra (promitente) certa vantagem patrimonial em proveito de terceiro (beneficiário), alheio à formação do vínculo contratual, que pode se determinável (Ex.: seguros de vida, nas separações judiciais, em relação aos filhos, nas CCTs).
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Requisitos
Subjetivos: exigência da presença de três pessoas: estipulante e promitente (deverão ter capacidade para contratar) e beneficiário (não precisa te aptidão);
Objetivos: liceidade, possibilidade de objeto e vantagem patrimonial que beneficie pessoa alheia à convenção;
Formal: forma livre (consensual).
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Efeitos Jurídicos
Entre estipulante e promitente: I – o estipulante e o promitente agem como qualquer contratante; II – o promitente obriga-se a beneficiar terceiro, mas o estipulante tem o direito de exigir o adimplemento dessa obrigação e de substituir o terceiro, independentemente da anuência do promitente; III – o estipulante pode exonerar o promitente, desde que não haja cláusula que dê ao beneficiário o direito de reclamar a execução da promessa; IV – o estipulante pode revogar o contrato, caso em que o promitente se libera perante terceiro, passando a ter o dever de prestar a obrigação ao estipulante.
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Efeitos Jurídicos
Entre promitente e terceiro: surgem na fase de execução do contrato, quando o terceiro passa a ser credor da prestação prometida (art. 436, parágrafo único)
Entre Estipulante e terceiro: I – o estipulante pode substituir terceiro; I – o estipulante pode exonerar o devedor, se o terceiro não se reservar o direito de reclamar-lhe a execução; III – a aceitação do terceiro consolida o direito, tornando-o irrevogável.
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Promessa de fato de Terceiro
Ocorre se uma pessoa de comprometer com outra a obter prestação de fato de um terceiro (prometer realização de show de cantor sem se seu representante).
Se o terceiro consentir em realizá-la, executa-s a obrigação do devedor primário, que se exonerará. Mas, se terceiro não a cumprir, o devedor primário será inadimplente, sujeitando-se às perdas e danos. Entretanto, o promitente se eximirá, se a prestação do terceiro não puder se levada a efeito por impossibilidade física ou jurídica ou por iliceidade. 
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Contrato com pessoa a declarar
Aquele em que uma parte se reserva o direito de indicar quem adquirirá direito ou assumirá obrigações contratuais, dentro do prazo de cinco dias da conclusão do contrato, se outro não estiver sido estipulado (art. 467, CC), ex.: contrato de promessa de compra e venda de imóvel.
O contrato será eficaz somente entre os contratantes originários: se não houver indicação de pessoa, ou se o nomeado se recusar a aceitá-la; ou se a pessoa nomeada era insolvente, e a outra pessoa o desconhecia no momento da declaração.
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Vícios Redibitórios
Vícios redibitórios são falhas ou defeitos ocultos existentes na coisa alienada, objeto de contrato comutativo, não comum às congêneres, que a tornam imprópria ao uso a que se destina ou lhe diminuem sensivelmente o valor, de tal modo que o ato negocial não se realizaria se esses defeitos fossem conhecidos, dando ao adquirente ação para redibir o contrato ou para obter abatimento no preço.
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Requisitos necessários
I – Coisa adquirida em virtude de contrato comutativo ou doação gravada com encargo;
II – Vício ou defeito prejudicial à utilização da coisa ou determinante da diminuição de seu valor;
III – Defeito grave da coisa;
IV – Vício oculto;
V – Defeito já existente no momento da celebração do contrato.
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Efeitos dos Vícios Redibitórios
I – A ignorância do vício pelo alienante não o eximirá da responsabilidade. SE o alienante conhecia o defeito, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se não conhecia, restituirá o valor recebido, mais as despesas contratuais.
II – Os limites da garantia, isto é, o quantum do ressarcimento e os prazos respectivos, poderão ser ampliados, restringidos ou suprimidos pelos contratantes, mas na última hipótese o adquirente assumirá o risco do defeito oculto.
III – A responsabilidade do alienante subsistirá, ainda que a coisa pereça em poder do alienatário, em razão do vício oculto, já existente ao tempo da tradição. 
*
Efeitos dos Vícios Redibitórios
IV - O adquirente poderá rejeita a coisa defeituosa, redibindo o contrato, por meio da Ação Redibitória, ou reclamar o abatimento no preço, mediante Ação Estimatória (Ações Edilícias).
V – O defeito oculto de uma coisa vendida juntamente com outras não autoriza a rejeição de todas.
VI – O terceiro, que veio a adquirir o bem viciado, não sofrerá as conseqüências da redibição.
VII – A renúncia à garantia por parte do adquirente impede a propositura das ações edilícias. 
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Prazos decadenciais
As Ações Edilícias devem ser propostas dentor de trinta dias contados da tradição de bens móveis, e de um ano, se se tratar de bem imóvel. Se já estava na posse do adquirente, o prazo conta-se da alienação, reduzido pela metade.
Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, computar-se-á a partir do instante em que dele se tiver ciência, até o prazo de 180 dias, se se tratar de móveis, e de um ano se se tratar de imóveis.
*
Evicção
É a perda da coisa, por força de decisão judicial, fundada em motivo jurídico anterior, que a conferem a outrem, seu verdadeiro dono, e o reconhecimento em juízo da existência de ônus sobre a mesma coisa, não denunciado oportunamente no contrato.
*
Condições para a responsabilidade pela Evicção
I – Onerosidade da aquisição do bem;
II – Perda, total ou parcial, da propriedade ou da posse da coisa alienada;
III – Sentença judicial declarando a evicção;
IV – Anterioridade do direito do evictor (retomante);
V – Denunciação à lide
*
Reforço, redução e exclusão 
da responsabilidade pela evicção
O CC, art. 448, confere às partes o direito de modificar a responsabilidade do alienante, reforçando, diminuindo ou excluindo a garantia, desde que o faça expressamente. Todavia, apesar de haver cláusula que exclua a responsabilidade pela evicção, se esta se der, o evicto terá direito de recobrar o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do riscoda evicção, ou, dele informado, não o assumiu.
*
Direitos do evicto
I – Demandar pela evicção, movendo Ação contra o transmitente, exceto nos casos do art. 449, CC (exclusão da responsabilidade);
II – Reclamar a restituição do preço ou das garantias pagas, e outros, indenização, custas, etc (art. 450, CC);
III – Obter os valores das benfeitorias;
IV – Receber o valor das vantagens das deteriorações da coisa, desde que não tenha sido condenado a indenizá-las;
V – Haver o que o reforço ou redução da garantia lhe assegurar; 
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Direitos do evicto
VI - Convocar o alienante à integração da lide, se proposta uma ação para evencer o bem adquirido;
VII – Citar como responsável o seu alienante imediato, em caso de vendas sucessivas, embora nada obste que cite todos os alienantes;
VIII – Optar, se parcial a evicção, entre a rescisão contratual e a restituição de parte do preço correspondente ao desfalque sofrido;
IX – Responsabilizar os herdeiros do alienante pela evicção, se este vier a falecer.
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Extinção dos Contratos
Extingue-se normalmente o contrato pela sua execução, e o credor atestará o pagamento por meio de quitação regular (arts. 319, 320, 322 e 323, CC)
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Causas de Extinção Contratual Anteriores ou Contemporâneas a sua Formação
I – Nulidade – É a sanção por meio da qual a lei priva de efeitos jurídicos o contrato celebrado contra preceitos disciplinadores dos pressupostos de validade do negócio jurídico.
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Causas de Extinção Contratual Anteriores ou Contemporâneas a sua Formação
II – Condição Resolutiva – A condição resolutiva pode ser expressa ou tácita. A tácita está prevista no CC, art. 475, que subentende em todos os contratos sinalagmáticos, para o caso em que um dos contratantes não cumpra a sua obrigação, autorizando o lesado pela inexecução a pedir judicialmente a rescisão contratual e a indenização por perdas e danos. Todavia, cada obsta que os contratantes ajustem, expressamente, a condição resolutiva, cosa em que a rescisão contratual operar-se-á de pleno direito, sem necessidade de interpelação judicial, sujeitando o faltoso às perdas e danos, desde que o devedor esteja em mora (CC, 474, 1ª parte, 127 e 128). 
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Causas de Extinção Contratual Anteriores ou Contemporâneas a sua Formação
Direito de Arrependimento – O direito de arrependimento pode estar previsto no próprio contrato, quando os contratantes estipulam, expressamente, que o ajuste será rescindido, mediante declaração unilateral de vontade, se qualquer deles se arrepender de o ter celebrado, sob pena pagar multa penitencial. Mas esse direito poderá decorrer de lei, como sucede nos casos do art. 49, da Lei 8.078/90, e do art. 420, do CC. 
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Causas Extintivas Supervenientes à sua Formação
Resolução por inexecução do contrato – Operar-se-á se houver: inadimplemento culposo por parte de um dos contraentes, dano causado ao outro e nexo de causalidade. Essa resolução produzirá efeitos ex tunc, se se tratar de contrato de execução única, e ex nunc, se o contrato for de duração continuada; não atingirá os direitos creditórios de terceiros, adquiridos medio temporis; sujeitará o inadimplente ao ressarcimento das perdas e danos, abrangendo o dano emergente e o lucro cessante.
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Causas Extintivas Supervenientes à sua Formação
Resolução por inexecução contratual involuntária – Se a total inexecução contratual se der por força maior ou caso fortuito, a resolução do contrato operar-se-á de pleno direito, sem ressarcimento das perdas e danos, porém haverá intervenção judicial para compelir o contratante a restituir o que recebeu e responsabilidade do devedor pelos danos causados, se estiver em mora.
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Causas Extintivas Supervenientes à sua Formação
Resolução por onerosidade excessiva – Se houver onerosidade excessiva, oriunda de evento extraordinário e imprevisível, que dificulte extremamente o adimplemento do contrato por uma das partes, ter-se-á a resolução contratual, por se considerar subentendida a cláusula rebus sic stantibus, de modo que o lesado poderá desligar-se da obrigação, pedindo ao juiz a rescisão do contrato ou o reajustamento das prestações recíprocas. Para tanto, é mister a ocorrência dos seguintes requisitos: a) vigência de um contrato comutativo de execução continuada; b) alteração radical das condições econômicas comparadas com as do momento da sua celebração; c) onerosidade excessiva para um, em detrimento do outro contratante; d) imprevisibilidade e extraordinariedade daquela modificação.
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Causas Extintivas Supervenientes à sua Formação
Resilição bilateral ou distrato – O distrato é um negócio jurídico que rompe o vínculo contratual, mediante a declaração de vontade de ambos os contratantes de Pôr um fim ao contrato que firmaram. Submete-se as mesmas normas e formas relativas aos contratos. O art. 472 só é aplicável, porém, ao caso de distrato de contratos cuja forma é prescrita em lei. O distrato produz efeitos ex nunc. 
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Causas Extintivas Supervenientes à sua Formação
Resilição unilateral – É a dissolução do contrato pela simples declaração de uma das partes; muito comum no mandato, no comodato, no depósito e em contratos de execução continuada, opera-se mediante denúncia notificada à outra parte (CC, art. 473 e parágrafo único). Assume, em certos casos, a feição especial de revogação, renúncia e resgate. Efeitos ex nunc.
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Causas Extintivas Supervenientes à sua Formação
Morte de um dos contratantes – O morte de um dos contratantes só é causa extintiva de contrato se este for intuitu personae. Se ocorrer essa hipótese o contrato extinguir-se-á de pleno direito, produzindo efeitos ex nunc.

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