Buscar

OPIÓIDES ENDÓGENOS

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA 
DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
OPIÓIDES ENDÓGENOS 
 
 
 
 
Aluno: Jurandy Mauro Penitente 
Filho – 48756 
Seminário apresentado como parte 
das exigências da disciplina ZOO 
702 – Endocrinologia. 
 
 
 
Viçosa, Novembro 2008 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
1 – INTRODUÇÃO ............................................................................................. 1 
2 – RECEPTORES OPIÓIDES: ......................................................................... 2 
2.1 – Mecanismo de Ação: ........................................................................... 6 
2.1.1 – Inibição da Adenil-ciclase: ........................................................... 7 
2.1.2 – Ativação da condutância do Potássio: ........................................ 8 
2.1.3 – Inibição da condutância do Cálcio: ............................................. 8 
2.1.4 – Inibição da liberação de neurotransmissores: ........................... 8 
2.1.5 – Ativação da Proteína quinase C (PKC): ....................................... 8 
2.1.6 – Liberação do Cálcio dos reservatórios internos: ....................... 9 
2.1.7 – Transporte do receptor: ................................................................ 9 
2.1.8 – Sinalização nuclear: .................................................................... 10 
3 – PEPTÍDEOS OPIÓIDES ENDÓGENOS: ................................................... 10 
3.1 – Ações dos Opióides Endógenos: ..................................................... 11 
3.1.1 – Opióides Endógenos e o Sistema Imune: ................................. 12 
3.1.2 – Opióides Endógenos e Funções Reprodutivas: ....................... 13 
3.1.3 – Opióides Endógenos e Os Mecanismos de Estresse: ............. 14 
3.1.4 – Opióides Endógenos e Neurogênese: ....................................... 17 
3.1.5 – Modulação da Dor: ...................................................................... 17 
4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS: ...................................................................... 18 
5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ......................................................... 19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
 
1 – INTRODUÇÃO 
 
O ópio é extraído de frutos imaturos da papoula, Papaver somniferum. 
No início do século XIX, o farmacêutico Sertürner isolou um importante 
princípio ativo do ópio, o alcalóide morfina. Durante o século XIX muitos outros 
alcalóides foram isolados do ópio, alguns deles com uma ação comparável a 
da morfina, e outros com um diferente perfil farmacológico. Em meados do 
século XIX, a morfina era administrada via parenteral como pré-medicação 
para procedimentos cirúrgicos, para o pós-operatório e dor crônica. Durante o 
século XX, algumas drogas com ação parecida com a da morfina foram 
sintetizadas, mas com uma estrutura um pouco diferente: a meperidina e a 
metadona (VAN REE et al., 1999). 
Estudos sobre estrutura e atividade, tendo a molécula de morfina como 
ponto de partida, resultaram na síntese da nalorfina, um misto de agonista-
antagonista: esta droga antagoniza as ações típicas da morfina, mas também 
possui propriedades analgésicas. Pesquisas adicionais levaram à descoberta 
de antagonistas opióides puros como a naloxona (VAN REE et al., 1999). 
Desde a descoberta de receptores para a morfina, houve um grande 
impulso na pesquisa relativa à existência de uma substância endógena capaz 
de atuar no organismo animal, pois seria impossível conceber que receptores 
opiáceos teriam se desenvolvido apenas para combinar-se com os alcalóides 
da planta do ópio. Assim, após anos de intensa pesquisa, Hughes e cols. 
(1975) isolaram, a partir do cérebro de porco, dois pentapeptídeos com potente 
atividade agonista opióide, que foram denominados encefalinas. 
Posteriormente, foram isoladas da hipófise a β-endorfina e a dinorfina. Cada 
um destes compostos é derivado de precursor geneticamente distinto e tem 
uma distribuição anatômica característica. São denominados de pró-encefalina 
(ou pró-encefalina A), pró-opiomelanocortina (POMC) e pró-dinorfina (ou pró-
encefalina B) (SPINOSA et al., 2002). 
 
 
 
 
2 
 
 
2 – RECEPTORES OPIÓIDES: 
 
As similaridades estruturais entre todas as substâncias com ação 
opióide e a descoberta de agonistas opióides, misto de agonista/antagonista e 
antagonistas opióides, gerou o conceito de receptor opióide. Goldstein et al. 
(1971) usou levorfanol radiomarcado para descobrir sítios de ligação opióide 
em frações subcelulares de cérebro de camundongo. 
A partir de estudos empregando-se radioligantes com atividade opióide 
(peptídeos endógenos, alcalóides, ou análogos sintéticos) em sítios específicos 
do sistema nervoso central (SNC) e outros tecidos (sistema nervoso autônomo, 
coração, rins, canal deferente, pâncreas, plexo mioentérico no trato 
gastrointestinal, glândulas adrenais, células adiposas e linfócitos) observou-se 
que, enquanto alguns agonistas provocavam respostas típicas em 
determinadas regiões, isto não ocorria em outras. Além disso, estudos com 
antagonistas opióides mostraram que estes eram extremamente eficazes em 
contrapor certos efeitos dos opióides em alguns tecidos, sem causar qualquer 
alteração em outros (SPINOSA et al., 2002). 
Assim, com base nos efeitos da relação agonista/antagonista, tem-se 
sugerido que existam diferentes tipos de receptores opióides. No SNC foram 
identificadas, até o momento, as seguintes categorias de receptores opióides, 
designados pelas seguintes letras gregas: µ (mi), κ (kappa), σ (sigma) e δ 
(delta), os quais possuem ainda subtipos de receptores; assim, recentemente, 
por meio de técnicas de biologia molecular, o receptor µ foi subdividido em µ1, 
µ2 e µ3 (Figura 01). Foi ainda descrito o receptor ε (epsilon), que teria afinidade 
apenas por peptídeos endógenos. No entanto, nem todos os receptores estão 
perfeitamente caracterizados e persistem muitas controvérsias a respeito dos 
efeitos observados quanto à atuação nestes receptores (SPINOSA et al., 
2002). Pesquisas adicionais revelaram que o receptor σ não é um receptor 
opióide in natura (MANNALACK et al., 1986). 
De fato, existem alguns pesquisadores que classificam os receptores 
opióides em apenas três tipos: µ (OP3), κ (OP2) e δ (OP1), com várias 
subdivisões. Apesar de haver diferenças na distribuição anatômica dos 
receptores opióides entre as espécies animais, tem-se verificado que cada tipo 
3 
 
 
de receptor, quando estimulado, produz efeitos farmacológicos específicos 
(SPINOSA et al., 2002). 
 
 
Figura 01 – Receptor Opióide µ3 (STEFANO &. KREAM, 2008). 
 
Tabela 01 - Efeitos dos principais receptores opióides (SPINOSA et al., 2002). 
Tipo de receptor Principais Efeitos 
µ (mi) Analgesia supra-espinal, depressão 
respiratória, euforia e dependência 
física 
κ (kappa) Analgesia medular, miose e sedação 
σ (sigma) Disforia, alucinações e estimulação 
δ (delta) Acredita-se que cause alterações no 
comportamento afetivo 
ε (epsilon) analgesia 
 
4 
 
 
A International Union of Pharmacology propôs outra terminologia para 
distinguir os receptores opióides: OP1, OP2 e OP3, para δ, κ e µ, 
respectivamente (DHAWAN et al., 1996). Outro receptor opióide foi clonado, 
denominado ORL-1 (FUKUDA et al., 1994; MOLLEREAU et al., 1994; 
LACHOWITZ et al., 1995). Além disso, novos opióides endógenos foram 
isolados, denominados orfanina FQ que parece ser um opióide endógeno 
ligante do ORL-1 e endomorfina-1 e endomorfina-2 que parecem ter alta 
afinidade pelo receptor µ (MEUNIER et al., 1995, REINSCHEID etal., 1995; 
ZADINA et al., 1997). 
 
Tabela 02 – Nomenclatura dos receptores opióides (recomendações da 
IUPHAR) (DHAWAN et al., 1996). 
Opióides endógenos 
ligantes 
preferenciais 
Receptores opióides 
Recomendação 
IUPHAR 
Nomenclatura 
farmacológica 
Nomenclatura 
biologia molecular 
Encefalinas OP1 δ DOR 
Dinorfinas OP2 κ KOR 
Β-endorfina OP3 µ MOR 
 
Tabela 03 – Afinidade dos peptídeos opióides pelos receptores 
(SPINOSA et al., 2002). 
 Receptor 
Peptídeos µ (mi) κ (kappa) σ (sigma) δ (delta) 
β-endorfina +++ +++ +++ -- 
encefalina + -- +++ -- 
dinorfina ++ +++ + -- 
Afinidade pelo receptor: (+) discreta; (++) moderada; (+++) grande. 
 
O leque de evidências moleculares para a existência de mais de três 
subtipos de receptores opióides indica que a subclassificação de receptores 
pode resultar de mecanismos que incluem regulação pós-translacional, 
dimerização do receptor ou interações com proteínas acessórias (WILLIAMS et 
al., 2001). 
5 
 
 
O uso de ligantes com eficácia em diferentes tecidos com receptores 
variando de reserva é um problema potencial na classificação farmacológica 
dos múltiplos receptores opióides (WILLIAMS et al., 2001). A descrição do 
receptor ε em vasos deferentes de ratos é um exemplo, nessas preparações a 
β-endorfina diminuiu a contração muscular evocada pela estimulação elétrica 
liberada dos nervos, a morfina foi ineficaz nessa preparação, dessa 
observação, o receptor opióide ε, seletivo para β-endorfina, foi caracterizado 
(GARZON et al., 1985; SCHULZ et al., 1981). Em trabalhos subseqüentes 
mostrou-se que a reserva de receptor do receptor µ nessa preparação foi baixa 
o suficiente para que um agonista parcial, como a morfina, agisse como um 
antagonista puro (SHEEHAN et al., 1988; SMITH & RANCE, 1983). A 
caracterização de múltiplos receptores baseada em resultados obtidos em 
tecidos mais complexos utilizando testes indiretos está sujeita às mesmas 
dificuldades de interpretação (WILLIAMS et al., 2001). 
Atualmente, parece que muitos receptores acoplados a proteína G 
existem como dímeros (CVEJIC & DEVI, 1997). A mais dramática 
demonstração de dimerização de receptores acoplados a proteína G é do 
receptor GABAB, onde a heterodimerização com dois subtipos do receptor é 
exigida para a expressão funcional (JONES et al., 1998; KAUPMANN et al., 
1998; KUNER et al., 1999; WHITE et al., 1998). Os receptores opióides κ e δ 
foram relatados formando homodímeros. Recentemente, heterodímeros destes 
receptores foram encontrados em células ovarianas de hamster (JORDAN & 
DEVI, 1999). A heterodimerização de receptores in vivo poderia ser 
responsável pela farmacologia complexa, mesmo se houver apenas um único 
gene, para cada receptor (WILLIAMS et al., 2001). 
A distribuição celular e anatômica de receptores opióides é importante 
para a identificação de sistemas neuronais e redes locais envolvidos no início 
de ação da droga e do subseqüente desenvolvimento de adaptações, resultado 
do uso repetido de drogas. Distintas distribuições e padrões de 
desenvolvimento de subtipos de mRNA e de receptores foram identificados em 
todo o neuroeixo bem como em tecidos parácrinos e exócrinos (ARVEDSSON 
et al., 1995a; ARVEDSSON et al., 1995b; MANSOUR et al., 1988; MANSOUR 
et al., 1994; ZHANG et al., 1998; ZHU et al., 1998). 
6 
 
 
A ocorrência generalizada destes receptores indica que os opióides 
têm o potencial para afetar múltiplos sistemas, tanto nervoso quanto o 
hormonal. A distribuição celular do µ-κ-receptores parece ser em grande parte, 
ao longo da membrana plasmática, tanto a nível de corpo celular como 
dendritos e terminais nervosos. Os receptores são normalmente encontrados 
em áreas pré-sinápticas, em vez dos sítios sub-sinápticos (MOYSE et al., 
1997). O receptor δ difere, e é mais freqüentemente encontrado dentro de 
células, associado a vesículas (ZHANG et al., 1998) 
A atividade dependente de redistribuição dos receptores κ e δ de 
vesículas para a membrana plasmática sugere que os receptores não são 
estáticos e sua localização pode variar consideravelmente com a atividade 
(WILLIAMS et al., 2001). 
 
2.1 – Mecanismo de Ação: 
 
Os opióides atuam na maioria das células nervosas, promovendo 
hiperpolarização, inibição da deflagração do potencial de ação e inibição pré-
sináptica da liberação de neurotransmissores. Verifica-se em alguns neurônios 
despolarização, mas provavelmente este efeito seria indireto, através da 
supressão de uma determinada via inibitória. A ativação do receptor opióide 
causa inibição da atividade da Adenil-ciclase (SPINOSA et al., 2002). 
As ações promovidas pela ativação de receptores opióides mais 
comumente relatadas incluem a inibição da adenil ciclase, a ativação de uma 
condutância de potássio, inibição da condutância de cálcio, e uma inibição da 
liberação de neurotransmissor (Figura 02). Observações mais recentes 
estenderam as ações dos opióides, incluindo a ativação da proteína quinase C 
(PKC), a liberação de cálcio do reservatório intracelular e a ativação da MAPK 
em cascata. A realização do transporte dos receptores desempenha um papel 
importante na função dos receptores (WILLIANS et al., 2001). 
 
 
 
7 
 
 
 
Figura 02 - Uma ilustração bem caracterizada do percurso de ativação dos efetores 
dos opióides. As três principais classes de efetores incluem a inibição do adenil 
ciclase, inibição da liberação vesicular, e interações com um número de canais 
iônicos. Estes efetores são afetados tanto pela forma GTP-ligada da subunidade α 
quanto pela subunidade β/γ livre de proteínas G toxina-sensíveis (WILLIANS et al., 
2001). 
 
2.1.1 – Inibição da Adenil-ciclase: 
Até recentemente, nada se sabia das conseqüências fisiológicas da 
inibição aguda da adenil ciclase por opióides. Dois efeitos já foram 
identificados: um é mediado pela modulação de uma corrente voltagem-
dependente (Ih), que também é denominado corrente "pacemaker" (INGRAM & 
WILLIAMS 1994; SVOBODA & LUPICA 1998). Esta corrente de cátion não-
seletivo é ativada em potenciais hiperpolarizados para causar uma corrente 
interna que despolariza o potencial de membrana em direção ao limiar. A 
voltagem desta corrente é regulada por AMPc, sendo ativada em potenciais 
menos negativos quando os níveis de AMPc estão elevados (INGRAM & 
WILLIAMS, 1996). Os opióides passam a voltagem para potenciais mais 
negativos, por meio da diminuição do AMPc intracelular. 
8 
 
 
A segunda conseqüência da inibição de adenil ciclase foi a inibição da 
liberação de neurotransmissor que era dependente da ativação da adenil 
ciclase (CHIENG & WILLIAMS 1998; INGRAM et al., 1998; SHOJI et al 1999). 
 
2.1.2 – Ativação da condutância do Potássio: 
Todos os três receptores opióides mostraram ativar esta condutância. 
O segundo mensageiro está delimitado na membrana, mediado por uma 
proteína G toxina-sensível (AGHAJANIAN & WANG, 1986), e presume-se que 
a condutância de potássio seja ativada pela subunidade β/γ (JAN & JAN, 
1997). 
 
2.1.3 – Inibição da condutância do Cálcio: 
A inibição da condutância do cálcio por opióides, em comum com 
outros receptores ligados a proteínas G toxina-sensíveis: 1) é membrana 
delimitado; 2) é mediada pela subunidade β/γ das proteínas G; 3) reduziu 
drasticamente a taxa de ativação; e 4) mostrou redução da inibição seguinte a 
uma despolarização de potenciais positivos (WILDING et al., 1995). 
 
2.1.4 – Inibição da liberação de neurotransmissores: 
A ativação da condutância do potássio e/ou a inibição da condutância 
do cálcio e não a inibição do adenil ciclase são responsáveis por esta ação 
(BHOOLA& PAY, 1986; NORTH & VITEK, 1980; SCHOFFELMEER et al., 
1986), embora trabalhos recentes sugerem que, sob certas condições a 
inibição de adenil ciclase pode também ser responsável pela redução na 
liberação de neurotransmissores. A inibição direta da maquinaria de liberação, 
independente das condutâncias de potássio e cálcio, também tem sido relatada 
(CAPOGNA et al., 1993). 
 
2.1.5 – Ativação da Proteína quinase C (PKC): 
A ativação da PKC por opióides parece resultar da ativação da 
fosfolipase C e/ou fosfolipase A2, que é resultado de uma interação da 
subunidade β/γ da proteína G e pode exigir a coativação com a subunidade α 
(FUKUDA et al., 1996; MURTHY & MAKHLOUF, 1996; OKAJIMA et al., 1993; 
9 
 
 
SMART et al., 1997). Os resultados sugerem que para os opióides terem um 
efeito sólido, a coativação com proteínas Gqα é requerida. 
 
2.1.6 – Liberação do Cálcio dos reservatórios internos: 
Parece que a ativação da fosfolipase pelos opióides resulta de uma 
interação com a subunidade β/γ da proteína G e subseqüente produção de IP3 
e DAG, que libera o cálcio dos reservatórios intracelulares e ativa a PKC, 
respectivamente. Essa ação dos opióides é significativamente ou 
completamente dependente da coativação de receptores que estão 
diretamente acoplados a fosfolipase. Embora os opióides tenham mostrado 
levar a um aumento do cálcio intracelular em neurônios aferentes, a sinalização 
deste efeito ainda é desconhecida (WILLIANS et al., 2001). 
 
2.1.7 – Transporte do receptor: 
Com a clonagem de receptores opióides, chegou-se a uma melhor 
compreensão dos mecanismos que regulam a ciclo de vida destes receptores. 
Os receptores opióides, claramente, como os muitos receptores ligados à 
proteína G, não são estáticos e são transportados de e para a membrana 
plasmática (WILLIANS et al., 2001). 
Os receptores opióides κ foram encontrados em vesículas nos 
terminais nervosos de neurônios produtores de vasopressina, e foram 
translocados para a membrana plasmática após um estímulo fisiológico. 
Curiosamente, 1 hora após o estímulo, o receptor desapareceu da membrana 
plasmática e reapareceu no compartimento vesicular (SHUSTER et al., 1999) 
O transporte do receptor iniciado pelo agonista e a interiorização 
através do percurso endossomal podem estar envolvidos na dessensibilização 
e/ou no início de sinalização nuclear. O terminal COOH de receptores opióides, 
tal como outros receptores ligados à proteína G, regula a amplitude e eficiência 
da interiorização (WILLIANS et al., 2001). 
A internalização do receptor opióide δ pode depender da fosforilação 
do terminal COOH (TRAPAIDZE et al., 1996). Experimentos foram conduzidos 
usando duas isoformas do receptor opióide µ, MOR1 e MOR1B, A isoforma 
MOR1B é a mais curta das duas e carece de um sítio de fosforilação. O 
MOR1B foi mais resistente à dessensibilização, mais rapidamente 
10 
 
 
internalizado, e recuperou-se da dessensibilização mais rapidamente que o 
MOR1. Assim parece que a regulação da internalização é altamente 
dependente da cauda COOH-terminal (KOCH et al., 1998). 
 
2.1.8 – Sinalização nuclear: 
A ativação dos receptores opióides pode levar à ativação de 
ERK/MAPK, com efeitos nucleares. Há diferentes caminhos para esta ativação. 
Um desses caminhos envolve a ativação pela subunidade β/γ da 
fosfatidilinositol-3-fosfato, que ativa a MAPK através de uma série de 
fosforilações (FLORIL et al.,1999; POLAKIEWICZ et al., 1998a; POLAKIEWICZ 
et al 1998b). 
Outro caminho envolve fosforilação do receptor por uma receptor 
quinase; translocação e ligação da arrestina ao receptor que é seguida pela 
internalização do receptor (IGNATOVA et al., 1999; LUTTRELL et al 1999). 
Uma vez interiorizado, o receptor ativa o ERK, que é translocado para o núcleo 
onde afetará a transcrição genética por meio de alguns fatores de transcrição 
(KHOKHLATCHEV et al., 1998). No SNC, o ERK/MAPK pode ser ativado pela 
PKA (IMPEY et al., 1999). 
 
3 – PEPTÍDEOS OPIÓIDES ENDÓGENOS: 
 
A primeira indicação da existência de opióides endógenos veio de 
estudos mostrando que extratos de cérebro continham atividade opióide 
(TERENIUS & WAHLSTRÖM, 1974; KOSTERLITZ & WATERFIELD, 1975). 
Outras investigações levaram ao isolamento e caracterização das encefalinas, 
os primeiros opióides endógenos descobertos (HUGHES et al. 1975), que 
pareceram ser dois pentapeptídeos, Met- e Leu-encefalina. A estrutura da Met-
encefalina estava também presente como a parte N-terminal do fragmento C, 
parte do hormônio pituitário β-lipotropina (BRADBURY et al., 1976). O 
fragmento C, posteriormente denominado β-endorfina, e as encefalinas 
mostraram ter efeitos similares aos da morfina em vários testes in vivo e in vitro 
(VAN REE et al., 1999). 
11 
 
 
Após a descoberta de outra classe de opióides endógenos, a dinorfina, 
concluiu-se que a maioria dos opióides era gerada pelo processamento 
enzimático de três moléculas precursoras, pro-opiomelanocortina (POMC), pro-
encefalina (ProEnk), e pro-dinorfina (ProDyn) (NAKANISHI et al., 1979; 
KAKIDANI et al., 1982; NODA et al., 1982). Cada um desses precursores tem 
uma única distribuição anatômica através do sistema nervoso central (SNC) e 
em órgãos periféricos (AKIL et al., 1984; KHACHATURIAN et al., 1985). Os 
lobos anterior e intermediário da pituitária são os principais sítios de 
biossíntese de POMC. No cérebro, há dois núcleos distintos que contém 
neurônios produtores de POMC: o núcleo arcuado do hipotálamo e o núcleo 
tractus solitarius. O opióide β-endorfina é gerada do POMC. Os neurônios 
produtores de ProEnk são amplamente distribuídos pelo cérebro. A ProEnk é a 
fonte de Leu- e Met-encefalina. Os corpos celulares dos neurônios produtores 
de ProDyn têm uma distribuição generalizada característica pelo SNC. Os 
neurônios produtores de ProDyn podem gerar diversos peptídeos opióides, 
incluindo α e β neoendorfina, dinorfina A e dinorfina B (VAN REE et al., 1999). 
Demorou-se um longo tempo até a descoberta do quarto peptídio 
opióide endógeno, a endomorfina, em 1997. De forma geral, enquanto a 
endomorfina foi considerada como um puro agonista do receptor opióide μ a 
dinorfina é considerada um agonista relativamente puro para o receptor κ, e a 
encefalina e a β-endorfina são um misto de agonistas dos receptores μ e δ 
(HAN, 2004). 
Estudos da distribuição da endomorfina por radioimunoensaio indicam 
que ela é encontrada no tálamo, hipotálamo e córtex (ZADINA et al., 1997) 
 
3.1 – Ações dos Opióides Endógenos: 
 
Dependendo da ativação de determinados receptores, os opióides 
endógenos podem causar diversas respostas no organismo, dentre as quais se 
podem destacar: Analgesia, euforia, constipação, dependência física e 
pisíquica, imunossupressão, depressão respiratória, vômitos, 
imunoestimulação, sedação, miose, diurese, disforia (FERREIRA & 
FACCIONE, 2005). 
 
12 
 
 
Tabela 04 – Seletividade dos Opióides endógenos nos receptores 
(FERREIRA & FACCIONE, 2005): 
Opióide 
endógeno 
Receptor µ 
Analgesia, euforia, 
constipação 
dependência física e 
psíquica, 
imunossupressão, 
depressão 
respiratória, 
vômitos. 
Receptor δ 
Analgesia, 
imunoestimulação, 
depressão 
respiratória. 
Receptor κ 
Analgesia, sedação, 
miose, diurese, 
disforia 
Met-encefalina ++ +++ 
Leu-encefalina ++ +++ 
β-endorfina +++ +++ 
Dinorfina A ++ +++ 
Dinorfina B + +++ 
α-neoendorina + +++ 
Endomorfina-1 +++ * 
Endomorfina-2 +++ * 
(+) = Agonista; (*) Baixa afinidade e concentração 
 
 
3.1.1 – Opióides Endógenos e o Sistema Imune: 
O conceito de uma relação funcionalentre opiáceos endógenos e o 
sistema imunológico são baseadas nas demonstrações desses compostos na 
circulação e na presença de receptores opiáceos especiais (µ3) nas células 
imunes de vertebrados e invertebrados (STEFANO et al., 1993; CADET et al., 
2003). 
A Met-encefalina aumentou a formação de roseta imune (WYBRAN et 
al., 1979; MILLER et al., 1983). É interessante que os alcalóides opióides 
tendem a agir em concentrações mais altas (10-8M) do que a Met-encefalina, 
que estimula a atividade imunocítica a 10-11M (STEFANO et al., 1992; 
SCHARRER & STEFANO, 1994a; SCHARRER & STEFANO , 1994b). 
13 
 
 
Os opióides circulantes podem contribuir para a soma total de sinais 
mediados por moléculas atingindo o SNC a partir de várias fontes, incluindo o 
sistema imunológico e o tecido adrenal (GOUMON et al., 2006). 
Parece haver um acordo geral sobre o fato de desafios graves ou 
fatais criarem um estado de alerta, provocado pela liberação instantânea de 
moléculas mensageiras estimulatórias, durante o qual, toda a energia 
disponível está direcionada para esta emergência. O que deve ser considerado 
igualmente importante é que esses sinais estimulatórios devem ser parados 
assim que não sejam mais necessários, a fim de preparar o organismo para um 
desafio posterior (SCHARRER & STEFANO, 1994b). 
Os opióides endógenos têm ação regulatória sobre o sistema imune 
através dos receptores µ3 e µ4, levando à produção e liberação de óxido nítrico 
(STEFANO & KREAM, 2008). 
 
3.1.2 – Opióides Endógenos e Funções Reprodutivas: 
Durante os últimos anos aumentaram as evidências para indicar que 
os opióides endógenos modulam a liberação de diferentes hormônios pituitários 
e, assim, desempenham papel chave na regulação da reprodução (AURICH et 
al., 1996). BRUNI et al. (1977) demonstraram que o antagonista opióide 
naloxona aumentou a liberação de LH em ratos machos. 
De acordo com muitos autores, os opióides endógenos têm 
participação na inibição da liberação de LH em várias espécies, foi 
demonstrado que os opióides inibem a liberação de LH na mulher e em outros 
primatas, ratas, ovinos, suínos e bovinos. Os opióides agem primariamente no 
SNC e regulam a liberação de LH via inibição da secreção de GnRH do 
hipotálamo (AURICH et al., 1996). 
Os opióides inibem a liberação de LH em éguas durante a fase luteal, 
mas não na fase folicular (Figura 03), sugerindo que o feed-back negativo da 
progesterona sobre o LH é mediado pelos opióides (AURICH et al., 1996). 
 
14 
 
 
 
Figura 03 – Liberação de LH para o período de tempo entre 0 a 120 min 
após a injeção de naloxona (300 mg IV; colunas pretas) ou salina (colunas riscadas) 
durante a fase folicular (n = 10 naloxona, salina n = 8), luteal (n = 12 naloxona, salina n 
= 11), e de anovulação (n = 10 naloxona, salina n = 11). * Diferenças significativas 
entre naloxona e respectivas experiências com salina (p <0,05) (AURICH et al., 1996). 
 
Os opióides regulam a secreção de LH do garanhão assim como nas 
éguas e assim como nas éguas, esse sistema opióide está submetido às 
mudanças sazonais. Durante a estação de monta, quando a liberação de LH é 
relativamente alta, nenhum aumento significativo nas concentrações 
plasmáticas de LH é observado após injeções de naloxona, sugerindo que 
nesta época do ano os opióides não inibem marcadamente a liberação de LH 
(AURICH et al., 1996). 
 
3.1.3 – Opióides Endógenos e Os Mecanismos de Estresse: 
BILKEI-GORZO et al. (2008) analisaram a reação ao estresse em 
camundongos deficientes em peptídeos opióides endógenos por meio da 
investigação comportamental, resposta hormonal, hipertermia e ativação 
neuronal em áreas límbicas, e concluíram que a falta de peptídeos opióides 
endógenos não afetou a reação geral ao estresse, mas alterou a coordenação 
e dinâmica da resposta ao estresse. Este fenômeno foi, talvez, mais aparente 
em animais deficientes em encefalinas. 
15 
 
 
 
 
 
Figura 04 – Níveis plasmáticos de ACTH de camundongos normais e deficientes em 
opióides endógenos. As concentrações basais não diferiram entre os animais. O 
estresse induzido aumentou o nível de ACTH em animais normais e deficientes em β-
endorfina, mas não em animais deficientes em encefalinas e dinorfinas (BILKEI-
GORZO et al., 2008). 
 
Os camundongos deficientes em encefalinas mostraram um aumento 
da sensibilidade comportamental em modelos de ansiedade e um maior tempo 
de elevação dos níveis corticosterona, embora o estresse não tenha provocado 
hipertermia. Os camundongos deficientes em dinorfinas mostraram resposta 
comportamental aumentada ao estresse, mas reduzido estresse induzido por 
hipertermia (BILKEI-GORZO et al., 2008). 
 
16 
 
 
 
 
Figura 05 – temperatura corporal foi mensurada quatro vezes com intervalos de dez 
minutos. O próprio procedimento suscitou estresse e induziu hipertermia nos animais 
normais. A hipertermia induzida pelo estresse foi totalmente ausente nos animais 
deficientes em encefalinas e foi diminuída nos animais deficientes em dinorfinas 
(BILKEI-GORZO et al., 2008). 
 
A conexão entre a β-endorfina e a resposta ao estresse foi sugerida 
por estudos que mostraram aumento na expressão e liberação de β-endorfina 
após o estresse (BILKEI-GORZO et al., 2008). 
A área pré-optica anterior do hipotálamo envolvida na regulação da 
temperatura corporal e hipertermia induzida por estresse contem alta 
densidade de receptores opióides δ e µ (MOSKOWITZ & GOODMAN, 1984) e 
também de encefalinas (ABE et al., 1987). 
 
 
 
17 
 
 
3.1.4 – Opióides Endógenos e Neurogênese: 
Recentemente, a neurogênese em adultos mostrou aumentar a 
memória de longo prazo. A taxa de neurogênese é dinamicamente regulada 
por condições fisiológicas e patológicas como aprendizado, epilepsia, 
desordens mentais e lesões cerebrais. Juntos, estes achados sugerem que a 
neurogênese hipocampal poderia desempenhar papel importante na 
recuperação da perda de funções neurológicas após um dano cerebal 
(KOLODZIEJ et al., 2008). 
Está estabelecido que exposições repetidas a psicoestimulantes 
incluindo opióides exógenos afetam negativamente a neurogênese hipocampal. 
A aplicação de antagonistas µ e δ opióides em culturas de progenitores 
hipocampais de ratos aumentou a neurogênese (KOLODZIEJ et al., 2008). 
Os opióides endógenos têm uma profunda influência sobre a 
excitabilidade neuronal, liberação de neurotransmissores e plasticidade 
neuronal no hipocampo. Trabalhos recentes mostram um papel importante dos 
opióides na neurogênese hipocampal (KOLODZIEJ et al., 2008). 
Os opióides podem suprimir o aumento da neurogênese pos-
isquêmica indiretamente por meio da modulação dos neurotransmissores 
hipocampais. O receptor µ é expressado em grandes proporções nos neurônios 
GABAérgicos do hipocampo e inibe a transmissão GABAérgica. Assim, os 
opióides endógenos podem reduzir o tônus GABAérgico que é essencial para a 
neurogênese hipocampal (KOLODZIEJ et al., 2008). 
 
3.1.5 – Modulação da Dor: 
Um importante papel das endomorfinas na modulação da dor é 
indicado pela sua presença em sistemas nociceptivos bem caracterizados 
(FIELDS & BASBAUM, 1994; GUILBAUD et al., 1994). 
Elementos neuronais produtores de endomorfinas são encontrados no 
núcleo caudal do trato trigeminal espinal, núcleo parabraquial, núcleo do trato 
solitário, periaquedutal cinzento, núcleo ambíguo, locus coeruleus e núcleos 
talâmicos, todas estas estruturas são conhecidas por estarem envolvidas na 
transmissão da informação nociceptiva por meio de contato direto com 
aferências primárias e/ou retransmissão para outros circuitos deprocessamento da dor (FICHNA et al., 2007). 
18 
 
 
ZADINA (2002) sugeriu que a endomorfina-2 poderia estar envolvida 
nos estágios iniciais do processamento da informação nociceptiva. A 
endomorfina-2 poderia ter uma função regulatória, hiperpolarizando as 
membranas dos neurônios intrínsecos do corno dorsal e diminuindo a 
excitabilidade dos receptores opióides µ pós-sinápticos (WU et al., 1999) e uma 
função auto-regulatória, limitando a liberação de neurotransmissores 
excitatórios, como o glutamato, substância P, GABA e glicina através da 
ativação de receptores µ pré-sinápticos em fibra aferentes primárias no cordão 
espinal (WU et al., 2003). 
A endomorfina-2 poderia também modificar a sensação de dor de 
órgãos viscerais e alterar os componentes do sistema nervoso autônomo pela 
interação com seus neurônios pré-ganglionares (FICHNA et al., 2007). 
 
4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS: 
 
O entendimento sobre os opióides se expandiu tremendamente nos 
últimos anos. Os três principais receptores opióides foram identificados e, 
embora os agonistas de cada receptor tenham diferentes efeitos, as 
conseqüências da ativação dos receptores opióides são similares a nível 
celular (WILLIANS et al., 2001). 
Desde a sua descoberta nos anos 70, os opióides endógenos têm se 
tornado muito importantes para o entendimento da função cerebral (FICHNA et 
al., 2007). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
 
ABE, J., OKAMURA, H., MAKINO, S., YANAIHARA, N., IBATA, Y. 
Immunocytochemical distribution of [Met]enkephalin-Arg-Gly- Leu 
immunoreactivity in the rat diencephalon. Brain Res. Bull. 19, 735–741. 
1987 
 
AGHAJANIAN GK; WANG YY. Pertussis toxin blocks the outward currents 
evoked by opiate and alpha-2-agonist in locus coeruleus neurons. 
Brain Res 371: 390–394, 1986. JAN LY AND JAN YN. Receptor-regulated 
ion channels. Curr Opin Cell Biol 9: 155–160, 1997. 
 
AKIL H, WATSON SJ, YOUNG E, LEWIS ME, KHACHATURIAN H; WALKER 
JM. Endogenous opioids: Biology and function. Annu Rev Neurosci 
7:223–255(1984) 
 
ARVEDSSON U, RIEDL M, CHAKRABARTI S, VULCHANOVA L, LEE JH, 
NAKANO AH, LIN X, LOH HH, LAW P, WESSENDORF MW, ELDE R. The 
κ-opioid receptor is primarily postsynaptic: combined 
immunohistochemical localization of the receptor and endogenous 
opioids. Proc Natl Acad Sci USA 92: 5062–5066, 1995. 
 
ARVEDSSON U, RIEDL M, CHAKRABARTI S, LEE JH, NAKANO AH, DADO 
RJ, LOH HH, LAW PY, WESSENDORF MW, ELDE R. Distribution and 
targeting of a µ-opioid receptor (MOR1) in brain and spinal cord. J 
Neurosci 15: 3328–3341, 1995. 
 
AURICH, J.E.; HOPPEM, H.O.; HOPPE, H.; AURICH, CHR. Endogenous 
opioids and reproductive functions the horse. Animal Reproduction 
Science 42 (1996) 119- 129 
 
BHOOLA KD; PAY S. Opioid inhibition of adenylate cyclase in the striatum 
and vas deferens of the rat. Br J Pharmacol 89: 109–118, 1986. 
20 
 
 
BILKEI-GORZO, A.; RACZA, I. MICHELA, K.; MAUERA, D.; ZIMMERA, A.; 
KLINGMÜLLERB, D.; ZIMMERA, A. Control of hormonal stress reactivity 
by the endogenous opioid system. Psychoneuroendocrinology (2008) 33, 
425–436 
 
BRADBURY AF, SMYTH DG, SNELL CR, BIRDSALL NJM; HULME EC. C-
fragment of lipotropin has a high affinity for brain opiate receptors. 
Nature (Lond) 260:793–795. (1976) 
 
BRUNI, J.F., VAN VUGT, D., MARSHALL, S.; MEITES, J. Effects of 
naloxone, morphine and methionine enkephahne on serum prolactin, 
luteinizing hormone, follicle stimulating hormone, thyroid hormone 
and growth hormone. Life Sci., 21: 461-466. 1977 
 
CADET P, MANTIONE KJ, STEFANO GB. Molecular identification and 
functional expression of µ3, a novel alternatively spliced variant of the 
human µ opiate receptor gene. J Immunol 2003;170:5118–23. 
 
CAPOGNA M, GAHWILER BH, THOMPSON SM. Mechanism of µ opioid 
receptor-mediated presynaptic inhibition in the rat hippocampus in 
vitro. J Physiol (Lond) 470: 539–558, 1993. 
 
CHIENG B; WILLIAMS JT. Increased opioid inhibition of GABA release in 
nucleus accumbens during morphine withdrawal. J Neurosci 18: 7033–
7039, 1998 
 
CVEJIC S.; DEVI L.A. Dimerization of the δ opioid receptor: implication for 
a role in receptor internalization. J Biol Chem 272: 26959–26964, 1997) 
 
DHAWAN BN, CESSELIN F, RAGHUBIR R, REISINE T, BRADLEY PB, 
PORTOGHESE PS; HAMON M. International Union of Pharmacology. 
XII. Classification of opioid receptors. Pharmacol Rev 48:567–592. 
(1996) 
 
21 
 
 
FERREIRA, D. T.; FACCIONE, M. Opiáceos, Opióides de ação analgésica e 
antagonistas. Semina: Ciências Exatas e Tecnológicas, Londrina, v. 26, n. 
2, p. 125-136, jul./dez. 2005 
 
FICHNA J.; JANECKA A.; COSTENTIN J.; REGO J. The Endomorphin 
System and Its Evolving Neurophysiological Role Pharmacol Rev 
59:88–123, 2007 
 
FIELDS HL; BASBAUM AI. Central nervous system mechanisms of pain 
modulation, in Textbook of Pain (Wall PD and Melzack R eds) pp 243–
257, Churchill Livingstone, New York. 1994 
 
FLORIL T, YAO H, CAREY KD, DILLON TJ, STORK PJS. Somatostatin 
activation of mitogen-activated protein kinase via somatostatin 
receptor 1 (SSTR1). Mol Endocrinol 13: 24–37, 1999. 
 
FUKUDA A, KATO S, MORI K, NISHI M, TAKESHIMA H, IWABE N, MIYATA T, 
HOUTANI T; SUGIMOTO T. cDNA cloning and regional distribution of a 
novel member of the opioid receptor family. FEBS Lett 343:42–46. 1994 
 
FUKUDA K, KATO S, MORIKAWA H, SHODA T, MORI K. Functional 
coupling of the delta, mu and k-opioid receptors to mitogen-activated 
protein kinase and arachidonate release in Chinese hamster ovary 
cells. J Neurochem 67: 1309–1316, 1996 
 
GARZON J, SCHULZ R, AND HERZ A. Evidence for the epsilon-type of 
opioid receptor in the rat vas deferens Mol Pharmacol 28: 1–9, 1985. 
 
GOLDSTEIN A, LOWNEY LI; PAL BK. Stereospecific and nonspecific 
interactions of the morphine congener levorphanol in subcellular 
fractions of mouse brain. Proc Natl Acad Sci USA 68:1742–1747. (1971) 
 
22 
 
 
GOUMON Y, MULLER A, GLATTARD E, MARBAN C, GASNIER C, STRUB 
JM, et al. Identification of morphine-6-glucuronide in chromaffin cell 
secretory granules. J Biol Chem 2006;281:8082–9. 
 
GUILBAUD G, BERNARD JF; BESSON JM. Brain areas involved in 
nociception and pain, in Textbook of Pain (Wall PD and Melzack R eds) 
pp 113–128, Churchill Livingstone, New York. (1994) 
 
HAN, J.S. Acupuncture and endorphins. Neuroscience Letters 
Volume 361, Issues 1-3, 6 May 2004, Pages 258-261 
 
HUGHES J, SMITH TW, KOSTERLITZ HW, FOTHERGILL LA, MORGAN BA; 
MORRIS HR. Identification of two related pentapeptides from the brain 
with potent opiate agonist activity. Nature (Lond) 258:577–580. (1975) 
 
IGNATOVA EG, BELCHEVA MM, BOHN LM, NEUMAN MC, COSCIA CJ. 
Requirement of receptor internalization for opioid stimulation of 
mitogen-activated protein kinase: biochemical and 
immunofluorescence confocal microscopic evidence. J Neurosci 19: 
56–63, 1999. 
 
IMPEY S, OBRIETAN K, STORM DR. Making new connections: role of 
ERK/MAP kinase signaling in neuronal plasticity. Neuron 23: 11–14, 
1999. 
 
INGRAM SL; WILLIAMS JT. Opioid inhibition of Ih via adenylyl cyclase. 
Neuron 13: 179–186, 1994. 
 
INGRAM SL; WILLIAMS JT. Modulation of Ih by cyclic nucleotides in guinea 
pig primary afferent neurons. J Physiol (Lond) 492: 97–106, 1996. 
 
INGRAM SL, VAUGHAN CW, BAGLEY EE, CONNOR M, CHRISTIE MJ. 
Enhanced opioid efficacy in opioid dependence is due to an additional 
signal transduction pathway. J Neurosci 18: 10269–10276, 1998. 
23 
 
 
JONES KA, BOROWSKY B, TAMM JA, CRAIGDA, DURKIN MM, DAI M, YAO 
WJ, JOHNSON M, GUNWALDSEN C, HUANG LY, TANG C, SHEN Q, 
SALON JA, MORSE K, LAZ T, SMITH KE, NAGARATHNAM D, NOBLE SA, 
BRANCHEK TA, GERALD C. GABA(B) receptors function as a 
heteromeric assembly of the subunits GABA(B)R1 and GABA(B)R2. 
Nature 396: 674–679, 1998. 
 
JORDAN BA; DEVI LA. G protein-coupled receptor heterodimerization 
modulates receptor function. Nature 399: 697–700, 1999. 
 
KAKIDANI H, FURUTANI Y, TAKAHASHI H, NODA M, MORIMOTO Y, 
HIROSE T, ASAI M, INAYAMA S, NAKANISHI S; NUMA S. Cloning and 
sequence analysis of cDNA for porcine b-neo-endorphin/dynorphin 
precursor. Nature Lond 298:245–249. (1982) 
 
KAUPMANN K, MALITSCHEK B, SCHULER V, HEID J, FROESTL W, BECK P, 
MOSBACHER J, BISCHOFF S, KULIK A, SHIGEMOTO R, KARSCHIN A, 
BETTLER B. GABA(B)-receptor subtypes assemble into functional 
heteromeric complexes. Nature 396: 683–687, 1998. 
 
KHACHATURIAN H, LEWIS EJ, SCHAFER MK; WATSON SJ. Anatomy of the 
CNS opioid systems. Trends Neurosci 3:111–119(1985) 
 
KHOKHLATCHEV AV, CANAGARAJAH B, WILSBACHER J, ROBINSON M, 
ATKINSON M, GOLDSMITH E, COBB MH. Phosphorylation of the MAP 
kinase ERK2 promotes its homodimerization and nuclear 
translocation. Cell 93: 605–615, 1998. 
 
KOCH T, SCHULZ S, SCHRODER H, WOLF R, RAULF E, HOLLT V. 
Carboxyl-terminal splicing of the rat m opioid receptor modulates 
agonist-mediated internalization and receptor resensitization. J Biol 
Chem 273: 13652–3657, 1998 
 
24 
 
 
KOLODZIEJ A.; STUMM, R.; BECKER, A.; HÖLLT V. Endogenous opioids 
inhibit ischemia-induced generation of immature hippocampal neurons 
via the µ-opioid receptor. European Journal of Neuroscience, Vol. 27, pp. 
1311–1319, 2008 
 
KOSTERLITZ HW; WATERFIELD AA. In vitro models in the study of 
structureactivity relationships of narcotic analgesics. Annu Rev 
Pharmacol 15:29–47. (1975) 
 
KUNER R, KOHR G, GRUNEWALD S, EISENHARDT G, BACH A, KORNAU 
HC. Role of heteromer formation in GABA-B receptor function. Science 
283: 74–77, 1999. 
 
LACHOWITZ JE, SHEN Y, MONSMA FJ JR; SIBLEY DR. Molecular cloning 
of a novel G protein-coupled receptor related to the opiate receptor 
family. J Neurochem 64:34–40. (1995) 
 
LUTTRELL LM, FERGUSON SSG, DAAKA Y, MILLER WE, MAUDSLEY S, 
DELLA ROCCA T, LIN GJ, KAWAKATSU H, OWADA K, LUTTRELL DK, 
CARON MG, LEFKOWITZ RJ. b-Arrestin-dependent formation of b2 
adrenergic receptor-Src protein kinase complexes. Science 283: 655–
661, 1999. 
 
MANNALACK DT, BEART PM GUNDLACH AL. Psychotomimetic σ-opiates 
and PCP. Trends Pharmacol Sci 7:448–451. (1986) 
 
MANSOUR A, FOX CA, BURKE S, MENG F, THOMPSON RC, AKIL H, 
WATSON SJ. µ κ e δ opioid receptor mRNA expression in the rat CNS: 
an in situ hybridization study. J Comp Neurol 350: 412–438, 1994. 
 
MANSOUR A, KHACHATURIAN H, LEWIS ME, AKIL H, WATSON SJ. 
Anatomy of CNS opioid receptors. Trends Neurosci 11: 308–314, 1988. 
 
25 
 
 
MEUNIER J-C, MOLLEREAU C, TOLL L, SUAUDEAU C, MOISAND C, 
ALVINERIE P, BUTOUR JL, GUILLEMOT J-C, FERRARA P, MONSARRAT 
B, MAZARGUIL H, VASSART G, PARMENTIER M; COSTENTIN J. 
Isolation and structure of the endogenous agonist of opióide receptor-
like ORL1 receptor. Nature (Lond) 377:532–535. (1995) 
 
MILLER GC, MURGO AJR, PLOTNIKOFF NP. Enkephalins-enhancement of 
active T-cell rosettes from lymphoma patients. Clin Immunol 
Immunopathol 1983;26:446–51. 
 
MOLLEREAU C, PARMENTIER M, MAILLEUX P, BUTOUR J-L, MOISNAD C, 
CHALON P, CAPUT D, VASSART G; MEUNIER J-C. ORL1, a novel 
member of the opioid receptor family: cloning, functional expression 
and localization. FEBS Lett 341:33–38. (1994) 
 
MOSKOWITZ, A.S., GOODMAN, R.R., Light microscopic autoradiographic 
localization of µ and δ opioid binding sites in the mouse central 
nervous system. J. Neurosci. 4, 1331–1342. 1984 
 
MOYSE E, MARCEL D, LEONARD K, BEAUDET A. Electron microscopic 
distribution of µ opioid receptors on noradrenergic neurons of the 
locus coeruleus. Eur J Neurosci 9: 128–139, 1997. 
 
MURTHY KS; MAKHLOUF GM. Opioid mu, delta, and kappa receptor- 
induced activation of phospholipase C-beta 3 and inhibition of adenylyl 
cyclase is mediated by Gi2 and G9o in smooth muscle. Mol Pharmacol 
50: 870–877, 1996. 
 
NAKANISHI S, INOUE A, KITA T, NAKAMRA M, CHANG AC, COHEN SN; 
NUMA S. Nucleotide sequence of cloned cDNA for bovine 
corticotropin-b-lipotropin precursor. Nature (Lond) 278:423–427. (1979) 
 
26 
 
 
NODA M, FURUTANI Y, TAKAHASHI H, TOYOSATO M, HIROSE T, INAYAMA 
S, NAKANISHI S; NUMA S. Cloning and sequence analysis of cDNA for 
bovine adrenal preproenkephalin. Nature (Lond) 295:202–206. (1982) 
 
NORTH RA; VITEK LV. A study of the role of cyclic adenosine 39,59-
monophosphate in the depression by opiates and opioid peptides of 
excitatory junction potentials in the mouse vas deferens. Br J 
Pharmacol 71: 307–313, 1980. 
 
OKAJIMA F, TOMURA H, KONDO Y. Enkephalin activates the 
phospholipase C/Ca system through cross-talk between opioid 
receptors and P-2-purinergic or bradykinin receptors in NG108–15 
cells. A permissive role for pertussis toxin-sensitive G proteins. 
Biochem J 290: 241–247, 1993. 
 
POLAKIEWICZ RD, SCHIEFERL SM, DORNER LF, KANSRA V, COMB MJ. A 
mitogen-activated protein kinase pathway is required for µ opioid 
receptor desensitization. J Biol Chem 273: 12402–12406, 1998.(a) 
 
POLAKIEWIEZ RD, SCHIEFERL SM, GINGRAS AC, SONENBERG N, COMB 
MJ. m-Opioid receptor activates signaling pathways implicated in cell 
survival and translational control. J Biol Chem 273: 23534–23541, 
1998.(b) 
 
REINSCHEID RK, NOTHACKER HP, BOURSON A, ARDATI A, HENNINGSEN 
RA, BUNZOW JR, GRANDY DK, LANGEN H, MONSMA FJ JR; CIVELLI O. 
Orphanin FQ: A neuropeptide that activates an opioid-like G protein-
coupled receptor. Science (Wash DC) 270:792–794. (1995) 
 
SCHARRER B, STEFANO GB. Neuropeptides and autoregulatory immune 
processes. In: Scharrer B, Smith EM, et al., editors. Neuropeptides and 
immunoregulation. Springer–Verlag; 1994. p. 1–18.(a) 
 
27 
 
 
SCHOFFELMEER AN, WIERENGA EA, MULDER AH. Role of adenylate 
cyclase in presynaptic a2-adrenoreceptor- and m-opioid 
receptormediated inhibition of [3H]-noradrenaline release from rat 
brain cortex slices. J Neurochem 46: 1711–1717, 1986 
 
SCHULZ R, WUSTER M, HERZ A. Pharmacological characterization of the 
epsilon-opiate receptor. J Pharmacol Exp Ther 216: 604– 606, 1981. 
 
SHEEHAN MJ, HAYS AG, TYERS MB. Lack of evidence for ε-opioid 
receptors in the rat vas deferens. Eur J Pharmacol 154: 237–245, 1988. 
 
SHOJI Y, DELFS J, WILLIAMS JT. Presynaptic inhibition of GABAB- 
mediated synaptic potentials in the VTA during morphine withdrawal. J 
Neurosci 19: 2347–2355, 1999. 
 
SHUSTER SJ, RIEDL M, LI X, VULCHANOVA L, AND ELDE R. Stimulus- 340 
WILLIAMS, CHRISTIE, MANZONI. Dependent translocation of k opioid 
receptors to the plasma membrane. J Neurosci 19: 2658–2664, 1999. 
 
SMART D, HIRST RA, HIROTA K, GRANDY DK, LAMBERT DG. The effects 
of recombinant rat mu-opioid receptor activation in CHO cells in 
phospholipase C, [Ca]i and adenylyl cyclase. Br J Pharmacol 120: 1165–
1171, 1997. 
 
SMITH C.F.C.; RANCE M.J. Opiate receptor in the rat vas deferens. Life Sci 
33 Suppl I: 327–330, 1983. 
 
SPINOSA, H. S.; GÓRNIAK, S. L.; BERNARDI, M. M. Farmacologia Aplicada 
À Medicina Veterinária. 3ª Ed. Guanabara Koogan. 752p. 2002. 
 
STEFANO GB, DIGENIS A, SPECTOR S, LEUNG MK, BILFINGER TV, 
MAKMAN MH, et al. Opiate-like substances in an invertebrate, an opiate 
receptor on invertebrate and human immunocytes, anda role in 
immunosuppression. Proc Natl Acad Sci USA 1993;90:11099–103. 
28 
 
 
STEFANO G. B.; KREAM R. Endogenous opiates, opioids, and immune 
function:Evolutionary brokerage of defensive behaviors. Seminars in 
Cancer Biology 18 (2008) 190–198 
 
STEFANO GB, MELCHIORRI P, NEGRI L, HUGHES TK, SCHARRER B. (d-
Ala2)- Deltorphin I binding and pharmacological evidence for a special 
subtype of delta opioid receptor on human and invertebrate immune 
cells. Proc Natl Acad Sci USA 1992;89:9316–20. 
 
STEFANO GB, SCHARRER B. Endogenous morphine and related opiates, 
a new class of chemical messengers. Adv Neuroimmunol 1994;4:57–
68.(b) 
 
SVOBODA KR; LUPICA CR. Opioid inhibition of hippocampal interneurons 
via modulation of potassium and hyperpolarizationactivated cation (ih) 
currents. J Neurosci 18: 7084–7098, 1998. 
 
TERENIUS L; WAHLSTRÖM A. Inhibitor(s) of narcotic receptor binding in 
brain extracts and cerebrospinal fluid. Acta Pharmacol 35 (Suppl 1):15. 
(1974) 
 
TRAPAIDZE N, KEITH DE, CVEJIC S, EVANS CJ, DEVI LA. Sequestration of 
the opioid receptor: role of the C terminus in agonistmediated 
internalization. J Biol Chem 271: 29279–29285, 1996. 
 
VAN REE, J. M.; GERRITS, M. A. F. M.; VANDERSCHUREN, L. J. M. J. 
Opioids, Reward and Addiction: An Encounter of Biology, Psychology, 
and Medicine. Pharmacological Reviews, Vol. 51, No. 2, 1999. 
 
WHITE JH, WISE A, MAIN MJ, GREEN A, FRASER NJ, DISNEY GH, BARNES 
AA, EMSON P, FOORD SM, MARSHALL FH. Heterodimerization is 
required for the formation of a functional GABA(B) receptor. Nature 
396: 679–682, 1998 
 
29 
 
 
WILDING TJ, WOMACK MD, MCCLESKEY EW. Fast, local signal 
transduction between the µ opioid receptor and Ca21 channels. J 
Neurosci 15: 4124–4132, 1995. 
 
WILLIAMS J. T., CHRISTIE M. J., MANZONI O. Cellular and Synaptic 
Adaptations Mediating Opioid Dependence Physiological Rev. Vol. 81, 
No. 1, January 2001 Printed in U.S.A 
 
WU H-E, DARPOLOR M, NAGASE H, TSENG LF. Acute antinociceptive 
tolerance and partial cross-tolerance to endomorphin-1 and 
endomorphin-2 given intrathecally in the mouse. Neurosci Lett 348:139–
142. (2003) 
 
WU S-Y, DUN SL, WRIGHT MT, CHANG J-K, DUN NJ. Endomorphin-like 
immunoreactivity in the rat dorsal horn and inhibition of substantia 
gelatinosa neurons in vitro. Neuroscience 89:317–321. (1999) 
 
WYBRAN J, APPELBOOM T, FAMAEY JP, GOVAERTS A. Suggestive 
evidence for receptors for morphine and methionine–enkephalin on 
normal human blood T lymphocytes. J Immunol 1979;123:1068–70. 
 
ZADINA, J. E.; HACKLER, L.; GE, L.; KASTING, A. J. A potent and selective 
endogenous agonist for the µ-opiate receptor. Nature, 386. 1997. 
 
ZADINA. J.E. Isolation and distribution of endomorphins in the central 
nervous system. Jpn J Pharmacol 89:203–208. (2002) 
 
ZHANG X, BAO L, ARVIDSSON U, ELDE R, HOKFELT T. Localization and 
regulation of the δ-opioid receptor in dorsal root ganglia and spinal 
cord of the rat and monkey: evidence for association with the 
membrane of large dense-core vesicles. Neuroscience 82: 1225–1242, 
1998. 
 
30 
 
 
ZHU Y, HSU MS, PINTAR JE. Developmental expression of the µ, κ and δ 
opioid receptor mRNA in mouse. J Neurosci 18: 2538–2549, 1998.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes