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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO DE JANEIRO - IFRJ 
CURSO: BACHARELADO EM PRODUÇÃO CULTURAL – 2º PERÍODO
DISCIPLINA: OFICINA DE REDAÇÃO 
CARGA HORÁRIA: 27 h/a
I. EMENTA 
Texto escrito: características e estruturação. Coesão e coerência textuais. Intertextualidade. Tipos e gêneros textuais. Exposição e argumentação. Gêneros textuais acadêmicos: resumo e resenha. Leitura, análise e produção de textos.
II. OBJETIVO GERAL
 Ampliar as habilidades de produção de textos expositivos e argumentativos.
III. METODOLOGIA
	Aulas expositivas, leitura e análise de textos, debates, pesquisas, produção textual.
IV. AVALIAÇÃO
1. Serão realizadas, no mínimo, três avaliações escritas.
2. O aluno que faltar a alguma avaliação em aula deverá apresentar documento de justificativa (atestado, declaração de trabalho, etc.) para realizar “avaliação de reposição” AO FINAL DO SEMESTRE, em que serão abordados conteúdos selecionados pelo professor.
3. O aluno só terá direito a uma “avaliação de reposição”.
4. O aluno que não conseguir alcançar média (aritmética) igual ou superior a 6,0 (seis) fará uma prova escrita com todo o conteúdo ao final do semestre.
5. O aluno só terá direito a faltar 25% das aulas da disciplina (4 semanas = 8 aulas).
6.O aluno que tiver suas faltas justificadas mediante requerimento à coordenação deverá realizar avaliações para compensar essas faltas, além das aplicadas na turma.
IV. BIBLIOGRAFIA BÁSICA
ABREU, Antônio soares. Curso de redação. São Paulo: Ática, 2004. 
ANDRADE, , M. M. Guia de redação em língua portuguesa. 2 ed. rev. amp. São Paulo: Jubela Livros, 2007.
______; MEDEIROS, J.B. Curso de língua portuguesa: para a área de humanas. São Paulo: Atlas, 1997.
EMEDIATO, W. A fórmula do texto: redação, argumentação e leitura. São Paulo: Geração editorial, 2004. 
GARCIA, O.M. Comunicação em prosa moderna. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1987.
GOLDSTEIN, N; LOZADA, M.S.; IVANOTO, R. O texto sem mistério: leitura e escrita na universidade. São Paulo: Ática, 2009.
KOCH, I. V. ; TRAVAGLIA, L.C. A coerência textual. São Paulo: Contexto, 1990.
______. A coesão textual. São Paulo: Contexto, 1989.
OLIVEIRA, J.L. de. Texto acadêmico: técnicas de redação e pesquisa científica. Petrópolis: Vozes, 2005.
�
bacharelado EM PRODUÇÃO CULTURAL
oficina de REDAÇÃO
Professora claudia teixeira
 IFRJ – CAMPUS NILÓPOLIS
2013�
1. O TEXTO ESCRITO
Os alunos costumam ter problemas com relação à produção de textos escritos. Em geral, não apresentam dificuldades em se expressar através da fala coloquial. Os problemas começam a surgir quando têm necessidade de se comunicar formalmente e, mais ainda, no momento de produzirem um texto escrito. Nessa última situação, é útil lembrarem que há diferenças marcantes entre falar e escrever.
O conhecimento da situação facilita a produção oral. Nela, o interlocutor, presente fisicamente, é ativo, tendo possibilidade de intervir, de pedir esclarecimentos, ou até de mudar o curso da conversação. O falante pode ainda recorrer a recursos que não são propriamente linguísticos, como gestos ou expressões faciais. Na linguagem escrita, a falta desses elementos extratextuais precisa ser suprimida pelos recursos do texto, que se deve organizar de forma a garantir a sua inteligibilidade.
O fato de um texto escrito não ser satisfatório não significa que seu produtor tenha dificuldades quanto ao manejo da linguagem cotidiana e sim que ele não domina os recursos específicos da modalidade escrita.
A escrita tem normas próprias, tais como regras de ortografia - que, evidentemente, não é marcada na fala - de pontuação, de uso de tempos verbais. Entretanto, a simples utilização de tais regras e de outros recursos da norma culta não garante o sucesso de um texto escrito. É necessário preocupar-se com a constituição de um discurso, entendido aqui como um ato de linguagem que representa uma interação entre o produtor do texto e seu receptor; além disso, é preciso ter em mente a figura do interlocutor e a finalidade para a qual o texto foi produzido.
Para que esse discurso seja bem-sucedido, deve constituir um todo significativo e não fragmentos isolados justapostos. No interior de um texto, devem existir elementos que estabeleçam uma ligação entre as partes, isto é, elos significativos que confiram coesão ao discurso. Considera-se coeso o texto em que as partes referem-se mutuamente, só fazendo sentido quando consideradas em relação umas com as outras.
(adaptado de DURIGAN, R.H. de A. et alii. A dissertação no vestibular. In: ___. A magia da mudança – vestibular UNICAMP: língua e literatura. Campinas: Editora da UNICAMP, 1987. p.13-14.)
Exigências de um bom texto escrito 
 I - Clareza na exposição do assunto. 
II - Ligação entre as partes do texto e entre as idéias apresentadas. 
III – Ausência de contradição. 
IV - Progressão - desenvolvimento, evolução do texto. 
V - Variedade vocabular. 
VI - Criatividade - busca pelo incomum, fuga do banal, do clichê, da frase feita, do jargão popular.
VII - Correção linguística: Os aspectos em que se divide a correção linguística são os seguintes: 
-Ortografia: grafia das palavras, acentuação, maiúsculas e minúsculas, separação de sílabas;
-Morfossintaxe: conjugação de verbos, uso de pronomes, concordância verbal e nominal, regência verbal e nominal, crase, construção da frase (com lógica e bem estruturada);
-Semântica: vocabulário adequado, preciso, eficiente, sem repetições e sem omissões; 
-Estrutura: construção de frases e parágrafos
       
2. COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAIS
2.1. COESÃO TEXTUAL
 	 Diz respeito ao modo como as palavras e frases encontram-se ligadas entre si estabelecendo dependência gramatical e semântica. A coesão pode realizar-se por meio de conectivos (conjunções, preposições, expressões denotativas como “por exemplo”, “ou seja” etc.), por expressões nominais de sentidos semelhantes (ex: Pelé – o ex-jogador/o rei do futebol), pronomes, advérbios etc. A elipse (supressão do termo) também pode ser utilizada.
 No texto abaixo, estão destacados alguns elementos coesivos:
Um inofensivo ursinho de pelúcia protagonizou um incidente internacional no fim de 2007. A professora britânica Gillian Gibbons foi detida em Cartum, capital do Sudão, por permitir que seus alunos de 6 e 7 anos dessem ao brinquedo – adotado como mascote da turma – o nome do profeta muçulmano Maomé. O incidente chegou ao conhecimento da justiça do país, que condenou a docente a 15 dias de cárcere e posterior deportação por blasfêmia. O fato chamou a atenção do Sindicato Nacional dos Professores Ingleses, que negociou com o presidente da nação africana, Omar al Bashir. Em cinco dias, este/ele ordenou a libertação de Gillian e Ø reconheceu que houve um “mal-entendido infeliz”. (Bichinho de pelúcia leva professora à cadeia no Sudão, Nova Escola. fev/2008.)
 2.2. COERÊNCIA
	A coerência pode ser entendida como a unidade textual. Ela resulta não só das relações que ocorrem no interior do texto, mas também da compatibilidade entre este e os elementos situacionais.
	Fatores de coerência: 
Retomada de elementos do tema
Progressão – novas informações precisam ser acrescentadas no desenvolvimento do texto.
Não-contradição 
Relação – as informações devem estar relacionadas entre si e com o mundo considerado.
 
Exemplos de textos com problemas de coerência:
Texto 1  
(Disponível em: <http://biblioamigos2010.blogspot.com/2010/07/na-semana-dele-domingo-nao-e-dia-sera.html>. Acesso em 07 fev. 2011.)
Texto 2
“A evolução da vida, alimentada pelos conceitos darwinistas, revelam que o equilíbrio entre as sociedades contemporâneas está cada vez mais longe de constituir uma harmoniaentre as diferentes etnias que circundam, nossa sociedade.” (Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/bancoderedacoes/redacao/a-igualdade-historica-das-etnias.jhtm>. Acesso em: 07 fev. 2011)
 
Obs:
Coesão sem coerência
O gato comeu o peixe que meu pai pescou. O peixe era grande. Meu pai é alto. Eu gosto do meu pai. Minha mãe também gosta. O gato é branco.
Coerência sem coesão
O show
O cartaz O dia A música
O desejo A preparação A vibração
 A ida A participação
O pai O estádio O fim
O dinheiro A multidão A volta
O ingresso A expectativa O vazio
(KOCH & TRAVAGLIA, 1990)
Exercícios
1. Reúna as frases em um só período por meio de conectivos, fazendo as alterações necessárias. Não utilize a conjunção E: 
a) Ele gostava de estar entre muitas pessoas. Queria conversar. As pessoas não lhe davam a mínima atenção.
b) Os dois astronautas decidiram fazer a experiência por conta própria. Queriam provar sua teoria. Foram advertidos pelos chefes. 
c) Decidiu estudar muito. Queria passar no concurso para juiz. Comprou muitos livros.
2. Utilizando recursos de coesão, substitua os termos sublinhados de modo a evitar a repetição. A elipse também poderá ser usada.
 O golfinho nada velozmente e sai da água em grandes saltos fazendo acrobacias. O golfinho é mamífero e, como todos os mamíferos, só respira fora da água. O golfinho vive em grupos e comunica-se com outros golfinhos através de gritos estranhos que são ouvidos a quilômetros de distância 
 
INTERTEXTUALIDADE
 A Intertextualidade pode ser definida como um diálogo entre dois textos. Está ligada ao "conhecimento de mundo", que deve ser compartilhado pelo produtor e pelo receptor (interlocutores). Ocorre quando o texto, seja ele literário ou não, faz referência a informações ou remete a recursos de outros. A citação também é considerada um exemplo de intertextualidade.
 A publicidade faz uso muito frequentemente da intertextualidade como recurso persuasivo.
Exemplo 1:
“Era uma vez uma garota branca
como a neve, que causava muita inveja
não por ter conhecido sete anões.
Mas vários morenos de 1,80m.”
 (Disponível em: <http://mundofabuloso.blogspot.com.br/2008/01/o-boticario-e-suas-
 princesas.html >. Acesso em: 17 maio 2013)
Exemplo 2:
 
 (Disponível em: <http://dibbledop.blogspot.com.br/2008
 /12/testingone-two-three.html >. Acesso em: 17 maio 2013)
Exercício:
 Explique de que forma a intertextualidade está presente na charge abaixo.
 
(Disponível em: <http://www.matutando.com/charge-o-naufrago/>. Acesso em: 17 maio 2013)
4. TIPOLOGIA TEXTUAL (MODALIDADES DISCURSIVAS)
4.1. INJUNÇÃO
 Indica como realizar uma ação; aconselha. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, em sua maioria, empregados no modo imperativo. Há também o uso do futuro do presente, do infinitivo e de expressões como “ter que/precisar/ dever “. 
Exemplo:
 “Clicar no botão ‘Instalar’ e informar em que pasta está o instalador. Depois, seguir os procedimentos que aparecerem na tela, comandando a instalação na nova subpasta que foi criada para esse programa.”
 
 Gêneros de textos injuntivos: Mensagem religiosa-doutrinária, instrução, receita de cozinha e receita médica, prece, etc.
4.2. DESCRIÇÃO
Caracteriza-se por ser um “retrato verbal” de pessoas, objetos, animais, sentimentos, cenas ou ambientes. 
Os elementos mais importantes no processo de caracterização são os adjetivos e locuções adjetivas. Desta maneira, é possível construir a caracterização tanto no sentido denotativo (olhos azuis) quanto no conotativo (olhos de ressaca), como forma de enriquecimento do texto.
Enquanto uma narração faz progredir uma história, a descrição consiste justamente em interrompê-la, detendo-se em um personagem, um objeto, um lugar, etc. Na descrição não há sucessão de acontecimentos no tempo, de sorte que não haverá transformações de estado da pessoa, coisa ou ambiente que está sendo descrito diferentemente da narração, mas sim a apresentação do estado do ser descrito em um determinado momento. 
 Gênero de textos descritivos: classificado, descrição em manuais de instrução ou textos de propaganda, etc.
Exemplo:
	“Vendo Polo, ano 2003, completo, motor 2010.1.6 8v. Com 20 mil km, ar gelando, precisa de pintura no carro todo. 2013 pago, placa final 0, com 4 pneus novos. Carro com excelente mecânica, só pintura. Valor 13500, valor de tabela 20mil. Carro pronto para viajar. Motor, pneu, tudo ok. Ar revisado gelando, funciona tudo. Sobe e desce os vidros na chave.”(Disponível em: <http://anapolis.olx.com.br/polo-hatch-1-6-8v-completo-barato-iid-511395841>. Acesso em: 18 maio 2013. Adaptado)
	
 4.3. NARRAÇÃO
A narração consiste em organizar uma sequência de fatos na qual os personagens se movimentam num determinado espaço à medida que o tempo passa.
O texto narrativo apresenta a seguinte estrutura: Apresentação - Complicação ou desenvolvimento - Clímax - Desfecho
 Elementos da Narrativa 
Os elementos que compõem a narrativa são: 
Foco narrativo (1ª e 3ª pessoa)
Personagens (protagonista, antagonista e coadjuvante)
Narrador (narrador-personagem, narrador-observador)
Tempo (cronológico e psicológico)
Espaço
Fatos ( Enredo)
A narrativa deve, então, tentar relatar os acontecimentos, respondendo às seguintes perguntas essenciais: 
O QUÊ? - o(s) fato(s) que determina(n) a história
QUEM? - a personagem ou personagens
COMO? - o enredo, o modo como se tecem os fatos
ONDE? - o lugar ou lugares da ocorrência
QUANDO? - o momento ou momentos em que se passam os fatos
*POR QUÊ? - a causa do acontecimento
Exemplo: 
Poema tirado de uma notícia de jornal
João Gostoso era carregador de feira-livre e morava no morro da Babilônia, num barracão
 [ sem número
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro.
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.
 (Manuel Bandeira)
 Gêneros de textos narrativos: Ata, notícia, peça de teatro, romance, novela (literária, de rádio e TV), conto, fábula, apólogo, parábola, mito, lenda, anedota, piada, fofoca, caso, biografia, epopéia, poema narrativo, etc.
ANÁLISE DE TEXTO:
Um homem de consciência (Monteiro Lobato)
Chamava-se João Teodoro, só. O mais pacato e modesto dos homens. Honestíssimo e lealíssimo, com um defeito apenas: não dar o mínimo valor a si próprio. Para João Teodoro, a coisa de menos importância no mundo era João Teodoro.
Nunca fora nada na vida, nem admitia a hipótese de vir a ser alguma coisa. E por muito tempo não quis nem sequer o que todos ali queriam: mudar-se para terra melhor.
Mas João Teodoro acompanhava com aperto de coração o deperecimento visível de sua Itaoca.(...)
João Teodoro entrou a incubar a idéia de também mudar-se, mas para isso necessitava dum fato qualquer que o convencesse de maneira absoluta de que Itaoca não tinha mesmo conserto ou arranjo possível.
- É isso, deliberou lá por dentro. Quando eu verificar que tudo está perdido, que Itaoca não vale mais nada de nada de nada, então arrumo a trouxa e boto-me fora daqui.
Um dia aconteceu a grande novidade: a nomeação de João Teodoro para delegado. Nosso homem recebeu a notícia como sefosse uma porretada no crânio. Delegado, ele! Ele que não era nada, nunca fora nada, não queria ser nada, não se julgava capaz de nada...
Ser delegado numa cidadinha daquelas é coisa seriíssima. Não há cargo mais importante. É o homem que prende os outros, que solta, que manda dar sovas, que vai à capital falar com o governo. Uma coisa colossal ser delegado - e estava ele, João Teodoro, de-le-ga-do de Itaoca! ...
João Teodoro caiu em meditação profunda. Passou a noite em claro, pensando e arrumando as malas. Pela madrugada botou-as num burro, montou num cavalo magro e partiu.
_ Que é isso, João? Para onde se atira tão cedo, assim de armas e bagagens?
_ Vou-me embora, respondeu o retirante. Verifiquei que Itaoca chegou mesmo ao fim.
_ Mas , como? Agora que você está delegado?
_ Justamente por isso. Terra em que João Teodoro chega a delegado , eu não moro. Adeus.
E sumiu.
 
Classifique o texto quanto ao tipo, justificando sua resposta. 
Identifique o momento que corresponde ao clímax da história. 
Retire do texto um trecho de discurso direto.
Indique o foco narrativo e o tipo de narrador. 
Identifique um trecho descritivo. 
4.4. EXPOSIÇÃO (DISSERTAÇÃO EXPOSITIVA)
Apresenta informações , expõe idéias; explica, reflete, sem haver opinião contra ou a favor.
 
 Gêneros de textos expositivos: Relatórios de pesquisa, artigo de divulgação científica, reportagem, conferência, etc.
Características do texto expositivo: 
intenção de transmitir conhecimentos de natureza científica; 
estrutura constituída por uma idéia central, desenvolvida por exemplos, comparações, resultados de testes, dados estatísticos, etc.; 
linguagem clara, objetiva e geralmente impessoal; 
normalmente emprego do padrão culto da língua; 
presença de terminologia científica de uma ou mais áreas do conhecimento; 
verbos empregados predominantemente no presente do indicativo. 
Estratégias do discurso expositivo
(Adaptado de SOUTO, A.M. da S.; SOUSA, V. de. Construindo explicações: o discurso expositivo. SEEMG, 2009. p. 10-11. Disponível em: < >. Acesso em: 14 maio 2013)
	Veja, no quadro a seguir, a caracterização de algumas das estratégias de uso comum no discurso expositivo. Em seguida, leia os fragmentos de textos apresentados nas alternativas e identifique a estratégia ou as estratégias utilizadas em cada um deles. 
Definição: apresentação dos atributos, das características específicas de um determinado ser ou ideia.
Paráfrase: reprodução com outras palavras o que já foi dito. As explicações podem aparecer entre parênteses ou travessões duplos ou após dois pontos; podem ser introduzidas ou não por articuladores ou operadores argumentativos, como isto é, ou seja, ou, quer dizer.
Enumeração: listagem de uma série de seres ou fenômenos que se incluem em determinada classe. 
Causa-e-efeito: encadeamento de informações por meio do estabelecimento de relações de causas e efeitos (consequências) de um fato ou fenômeno. As relações de causa são explicitadas por meio de articuladores como porque, já que, posto que, devido a, por isso; as de consequência, por articuladores do tipo por conseguinte, consequentemente, assim, logo, de tal modo que. A seleção de substantivos e verbos do campo semântico de causa ou de consequência também pode marcar essas relações.
	
Comparação: aproximação entre seres ou fenômenos para destacar semelhanças entre eles. Pode ser marcada sintaticamente por articuladores e operadores argumentativos: como, mais que, menos que, tanto quanto, igual a, do mesmo modo que, de forma análoga, entre outros. 
Contraste ou distinção: é uma modalidade de comparação: aproximamos dois fatos ou fenômenos para ressaltar diferenças ou oposições. Articuladores e operadores do tipo mas, entretanto, ao contrário, enquanto um... o outro, podem ser marcas sintáticas do contraste.
Citação: informação extraída de outra fonte textual.
a) Diversos fatores podem tornar as unhas quebradiças: o hipertireoidismo (doença relacionada aos baixos níveis de hormônio tireoidiano); doenças de pele (psoríase, dermatite atópica e eczemas em geral); desnutrição, ocasionada muitas vezes por dietas “radicais”; exposição prolongada a produtos químicos, como removedor de esmalte, entre outros.( Vivasaúde. São Paulo, Escala, n. 79, p. 10, s/d. – adaptado)
b) Um exame de sangue diferente promete mais agilidade e eficácia no diagnóstico de doenças durante o pré-natal. É o teste em papel filtro, padronizado pelo Laboratório de Pesquisas de Marcadores Biológicos do Instituto Vital Brasil (IVB), no Rio de Janeiro. O exame convencional, feito com a retirada do sangue da veia da paciente, exige jejum e precisa de um extenso aparato que inclui materiais como seringa, agulha, tubos de ensaio e anticoagulante, além de condições especiais de armazenagem e transporte da amostra. Já o exame em papel filtro dispensa o jejum, é realizado com apenas seis gotas de sangue da paciente, e o resultado sai em até 10 dias. Além disso, a amostra do sangue é seca, o que facilita a conservação e o transporte: ela pode ser enviada até pelo correio. (Ciência Hoje. Rio de Janeiro, SBPC, n. 264, v. 44, p. 60, out. 2009. – adaptado).
c) O provérbio, também conhecido como dito popular, ditado, rifão, máxima, é uma frase concisa, que expressa, por meio de figuras e termos concretos, um tema abstrato, geralmente um ensinamento prático de caráter ético ou moral. Anônimos, os provérbios cristalizam conceitos e preconceitos populares. (Língua Portuguesa. São Paulo, ano 4, n. 4, dez. 2009, p. 26-28. - adaptado)
d) Também conhecida como gripe, a influenza é uma infecção do sistema respiratório, que se inicia com febre alta, em geral acima de 38ºC, seguida de dor muscular, dor de garganta, dor de cabeça e tosse seca. São conhecidos 3 tipos de vírus da influenza: A, B e C. Esses vírus são altamente transmissíveis e podem sofrer mutações (transformações em sua estrutura genética).A influenza A(H1N1), antes conhecida como influenza (gripe) suína, é uma gripe causada por um novo tipo de vírus identificado laboratorialmente no estado da Califórnia, Estados Unidos da América, em 2009. Os testes de laboratório indicam que esse vírus é o resultado da combinação de vírus da influenza de origem humana, suína e aviária. (Influenza a (h1n1) ex-gripe suína; perguntas e respostas. Disponível em <http://www.saude.rs.gov.br/dados/12418033459271241401939549Perguntas_e_respostas_influenza_A_final.
pdf> Acesso em 10 set. 2010 - adaptado).
e) “A descoberta resultou na primeira evidência de um evento desses envolvendo este tipo de astro. “Cometas sempre visitam nossos céus – eles são bolas de neve sujas, gelo misturado com poeira – mas nunca antes na história o material de um cometa foi achado na Terra”, diz o professor David Block, da Universidade de Wits, que participou da pesquisa.” (Galileu, 2013. Disponível em: < http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common.. >. Acesso em: 12 out. 2013.)
f) No século XVII, o cérebro era visto como uma máquina, que abrigaria em seu pequeno centro geométrico (a glândula pineal) a sede da alma, o fantasma da máquina. Tal qual um relógio que sincronizava nossas engrenagens como funções superiores independentes, o cérebro cartesiano refletia e traduzia o mundo mecanicista e determinista do homem ocidental. No século XIX, o cérebro era o centro de comando de uma linha de montagem industrial, cujas regiões, umas executivas e outras subalternas, se interligavam por conexões fixas. Com o advento dos computadores, o cérebro passou a ser descrito como um grande e potente gerenciador cibernético. Atualmente, depois do intenso desenvolvimento da neurociência e da ciência cognitiva, o cérebro é considerado um ecossistema. (Viver Mente & Cérebro. São Paulo, Ediouro-Duetto, n. 8, p. 41-42. Edição especial. - adaptado)
Exemplo (Artigo de divulgação científica)
O futuro transumano 
Um mundo habitado por seres com habilidades sobre-humanas parece ficção científica, masessa poderia ser a visão que nossos antepassados longínquos teriam de nós. Vivemos mais e com melhor qualidade que eles; podemos cruzar grandes distâncias em poucas horas e nos comunicar instantaneamente com pessoas do outro lado do planeta, só para citar alguns exemplos que deixariam nossos tataravôs boquiabertos. O que esperar então dos humanos do futuro?
Uma das tendências, segundo especialistas, é a integração da tecnologia a nossos corpos – uma espécie de hibridização. Seguindo o movimento que ocorreu ao longo do século 20, de miniaturização dos artefatos tecnológicos, estes ficariam tão pequenos a ponto de serem incorporados a nosso organismo e conectados a nosso sistema nervoso. “Isso não é tão assustador quanto parece”, observa o cientista da computação Fabio Gandour, chefe de pesquisa da IBM Brasil. “O celular é o dispositivo mais popular da atualidade. Se ele estivesse dentro do nosso corpo e mantivesse sua funcionalidade, as pessoas achariam tão ruim assim?”, provoca.
Gandour conta que esse caminho foi aventado pelos cientistas da computação norte-americanos Marvin Lee Minsky e Seymour Papert no livro Perceptrons, publicado em 1969. A obra é considerada um marco no campo de estudos das redes neurais artificiais.
Com o avanço dessa hibridização, haveria uma escala de radicalidade na adoção da tecnologia, com alguns indivíduos optando por todas as modificações possíveis e outros sendo mais contidos.[...]
 Para Oliveira, essas mudanças suscitarão a discussão do que se entende por normalidade. “Quem estabelecerá o limite do que pode ser feito? O Poder Legislativo costuma sempre chegar por último nesse tipo de debate. Caberá à sociedade civil esclarecida decidir se é aceitável ampliar a inteligência ou não”, pondera. 
Para Gandour, uma coisa é certa: haverá competição nesse futuro. “Assim como hoje temos Ferraris e carros populares, roupas de grife e lojas de departamento, antibióticos novos e penicilina, as tecnologias de melhoramento humano concederão vantagens competitivas. Hoje, por exemplo, ter o tablet mais novo nos torna mais competitivos. Vai ser assim com os implantes. A classe dominante terá acesso a melhores dispositivos ou tratamentos”, prevê.
Mais fortes e velozes 
Superar os limites físicos é o mote do mundo esportivo. Os atletas buscam aprimorar seu desempenho para obter melhores marcas e, quando alguns milésimos de segundo representam a diferença entre um vencedor e um perdedor (e a consequente obtenção de patrocínio), alguns apelam para outros meios além dos usuais treinamento e dieta. 
O doping, uso de substâncias controladas para melhorar a performance, é um problema tão grande que existe uma organização desde 1999 para lidar diretamente com isso, a Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês). A Wada coordena os esforços para combater o uso dessas drogas e formas de se detectar novas substâncias – algo descrito como uma ‘corrida de gato e rato’.
No futuro, contudo, drogas podem não ser o único desafio para a Wada. Especialistas da área já falam sobre doping genético: uma alteração no DNA do atleta que incluiria instruções para que seu corpo desenvolvesse, por exemplo, músculos mais fortes ou com maior poder de explosão. Testes de doping não detectariam qualquer anormalidade no desportista, porque ele de fato não estaria usando drogas para melhorar seu desempenho – sua vantagem já estaria codificada no seu corpo. “É preciso lembrar que isso ainda não existe, então estamos falando de algo no campo das hipóteses”, ressalta o médico Gustavo Campos, coordenador de ações médicas do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). [...]
(FURTADO, Fred. O futuro transumano. Ciência Hoje on line, 12 set. 2013. Disponível em: <http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2013/307/o-futuro-transumano/?searchterm=O futuro transumano >. Acesso em: 12 out. 2013.)
Exercícios:
1. O texto aborda um tema de natureza científica. Qual?
2. O texto é um artigo de divulgação científica. Indique, entre os itens que seguem, aquele que traduz melhor a finalidade desse gênero de texto.
a) Ensinar como se faz um relatório científico.
b) Convencer o interlocutor do ponto de vista defendido pelo autor.
c) Expor um conteúdo de natureza científica.
d) Relatar experiências pessoais.
3. A estrutura de um artigo de divulgação científica não é rígida, pois depende do assunto e de outros fatores da situação de produção, como: quem produz o texto, para quem, com que finalidade, em que veículo etc. Apesar disso, o autor geralmente apresenta no início a ideia principal (uma afirmação, um conceito). Qual é a ideia principal que o autor desenvolve no texto?
4. É comum o artigo de divulgação científica fazer uso de uma linguagem que inclui termos e conceitos científicos básicos.
a) Identifique, no texto, palavras ou expressões próprias da linguagem científica.
b) A que área(s) científica(s) pertencem esses termos?
5. Observe a linguagem do texto.
a) Que tempo e modo predominam entre as formas verbais utilizadas pelo autor?
b) Foi utilizada a variedade culta ou coloquial da língua?
6. Quando produzimos um texto, podemos nos colocar nele de modo pessoal ou impessoal. No texto lido, predomina uma linguagem pessoal ou uma linguagem impessoal? Por quê?
7.Identifique, no texto, trechos em que são utilizadas as seguintes estratégias:
a) Definição 
b) Paráfrase
b) Enumeração
c) Causa-e-efeito
d) Comparação 
e) Contraste ou distinção
f) Citação
	
	4.5. ARGUMENTAÇÃO (DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA) 
No texto argumentativo, defende-se uma idéia, opinião ou ponto de vista, uma tese, procurando fazer com que o ouvinte/leitor aceite-a, creia nela. 
Gêneros de textos argumentativos: resenha, editorial, artigo de opinião, “carta dos leitores”, etc.
Exemplo (artigo de opinião)
Erros não podem ofuscar o calor da lógica do novo ENEM
“A sucessão de problemas relacionados à aplicação do Enem tem gerado reações acaloradas. É compreensível que seja assim, especialmente entre alunos que se veem prejudicados com falhas tanto na organização quanto no conteúdo de provas.
São erros que obviamente exigem correção. No entanto, o calor dos protestos não deveria ofuscar a lógicapor trás do novo Enem, uma iniciativa de mérito, que pode trazer numerosos benefícios uma vez superados problemas iniciais, muito deles relacionados a questões de logística. 
Os erros de natureza operacional derivam da grande importância que o Enem adquiriu ao atrair milhões de estudantes. Nenhuma das falhas deveria pôr em xeque o valor do Enem e do sistema nacional de avaliação. 
Deve-se reconhecer, antes de tudo, que o Brasil se mantém líder na região em sistema de informação educacional e de avaliação. Convém que isso fique claro, de maneira a evitar que se interrompa um grande avanço. 
Até porque o Enem traz consigo a perspectiva do fim do vestibular, ao lançar um modelo de avaliação mais realista e humano quanto à mensuração da capacidade dos estudantes. Ele representa a concretização de propostas de várias correntes, que há décadas criticam a "peneira" do vestibular e a indústria de cursos preparatórios. 
Ao abrir a perspectiva de substituir o vestibular, o Enem traz automaticamente a possibilidade de mudanças no currículo do ensino médio e, por conseguinte, também no do ensino fundamental. 
Em vez de esses currículos se estruturarem com o objetivo de capacitar estudantes para um exame, eles passariam a ter em vista uma formação mais ampla e adequada às exigências do mundo atual, privilegiando a capacidade de raciocínio e a compreensão, em vez da memorização. 
A lógica do Enem, portanto, faz sentido, pois se fundamenta em uma nova visão educacional, mais compatível com o século 21. 
(WERTHEIN, Jorge. Erros não podem ofuscar o calor da lógica do novo ENEM. Disponível em: < http://www. jusbrasil. com.br /politica/6499146/erros-nao-podem-ofuscar-o-calor-da-logica-do-novo-enem.>. Acesso em: 10 fev. 2011.)
4.5.1. Composição do texto argumentativo: tese e argumento
TESE, ou proposição, é a idéia defendida, necessariamente polêmica, pois a argumentação implica divergência de opinião.
Os ARGUMENTOS são as provas apresentadas com o propósito de defender a Tese e convencer o leitor de que esta é a correta. São facilmente localizados: identificada a tese, faz-se a pergunta por quê? 
Ex.: O autor é contra a pena de morte (tese). Por quê?
 Porque a sua aplicação, em alguns países, provou que não reduz a violência. (Argumento)
Conclusão: 
 
4.5.2. Diferença entre fato e opinião
 
 Fato: Informa o que acontece. Exemplo:
 Ex: “A sucessão de problemas relacionados à aplicação do Enem tem gerado reações acaloradas.”
	Opinião: Julga o que acontece. Exemplo:
 Ex: “São erros que obviamente exigem correção. No entanto, o calor dos protestos não deveria ofuscar a lógica por trás do novo Enem, uma iniciativa de mérito, que pode trazer numerosos benefícios uma vez superados problemas iniciais, muito deles relacionados a questões de logística.”
		
Atividade: Elabore uma opinião sobre os temas abaixo: 
a) Aumento do número de adolescentes grávidas
c) Pornografia nos meios de comunicação
d) Soluções para a educação pública
e) Antecipação da maioridade para punição penal
4.5.3. Análise de texto argumentativo (editorial)
 
 SENSO E UNIVERSIDADES 
Os dados do Censo da Educação superior divulgados nesta semana pelo Ministério da Educação revelam a opção inequívoca do governo federal pela "escolarização" da universidade pública. 
O ministro Paulo Renato Souza celebra como "extremamente positivos" o crescimento das matrículas nas instituições superiores federais, notada mente no Nordeste, o aumento dos cursos de pós-graduação e a expansão do ensino noturno. Todas essas tendências estão escoradas em números bastante eloquentes. (...)
É claro que, no Brasil, ainda há grande carência de quadros com formação superior. É igualmente certo que não há espaço para que todas as 57 instituições federais se tornem centros de excelência. Diante disso, faz sentido buscar uma maior democratização do acesso ao ensino de terceiro grau, aumentando o número de vagas disponíveis e oferecendo a opção dos cursos noturnos. 
O que não faz tanto sentido é esperar que os já sofríveis níveis qualitativos se conservem os mesmos. Até por razões físicas, o aluno que trabalha e estuda tende a render menos. 
Obviamente essa aposta do governo envolve riscos. Mesmo sendo razoável abrir mão de excelência em troca de maior acesso, essa política tem limites. Se as universidades federais, nivelando-se pelas exigências do mercado, se igualarem aos estabelecimentos privados sem nada oferecer a mais, a própria idéia de instituição pública perde um pouco do seu sentido. 
Ainda que seja extremamente difícil manter 57 institutos de excelência, a existência de um número mais reduzido deles não só é pensável como necesssária. A dúvida que fica é se, nesse processo de escolarização, o governo conseguirá resguardar a qualidade imprescindível para conservação de alguns centros de produção de idéias realmente inovadoras de que o país tanto precisa. 
(Folha de S Paulo, 30 jun. 2000, Caderno A, p. 2) 
 Depois de ler o texto, responda as questões seguintes:
Que fato dá origem ao comentário do editorialista? 
Em que consistiria a “escolarização” da universidade pública?
Que fato principal (argumento) justifica essa política?
Qual o problema apontado pelo autor com relação a essa política?
Qual seria, então, a tese principal que ele defende? Complete a frase abaixo com sua resposta:
O autor defende que o governo deve ..................................................................................................... porque é necessário ................................................................................................................................ 
 6. Um texto dissertativo-argumentativo pode ser desenvolvido a partir de dois procedimentos básicos: pela indução e pela dedução:
 Indução - o autor parte da análise de alguns aspectos isolados, de exemplos, para, finalmente, explicitar a visão mais geral sobre o problema. 
 Dedução - o autor explicita inicialmente sua posição e, em seguida, fundamenta-a com argumentos. 
 No caso do texto lido, qual foi o procedimento utilizado? Justifique sua resposta. 
 7. Observe a linguagem do texto e responda: 
Que tempo e modo predominam entre as formas verbais empregadas? 
O autor se coloca no texto de forma pessoal ou impes​soal? Justifique sua resposta com base em elementos da linguagem. 
Quanto ao nível de linguagem, qual foi utilizado no texto: culto ou coloquial? 
4.5.4. Partes do texto argumentativo
 Não há uma regra ou um modelo único para a construção de um texto dissertativo-argumen​tativo. As possibilidades para se iniciar, desenvolver ou concluir um texto desse tipo são muitas e dependem do tema, das idéias que o autor pretende desenvolver, do enfoque que deseja dar a elas. 
A estrutura convencional do texto dissertativo-argumentativo é constituída de três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão. 
Introdução 
Quando o texto é construído pelo método dedutivo (do geral para o particular), é nela que se lança a tese, isto é, a idéia princi​pal do texto a ser desenvolvida. 
Alguns tipos básicos de introdução:
Formulação de uma tese
“É um grave erro a liberação da maconha. Provocará de imediato violenta elevação do consumo. O Estado perderá o precário controle que ainda exerce sobre as drogas psicotrópicas e nossas instituições de recuperação de viciados não terão estrutura suficiente para atender à demanda. (Alberto Corazza. Isto é, 20 dez. 1995.)
 
Interrogação
 Por que o brasileiro paga tantos impostos mas os serviços públicos são tão precários?
 					
Alusão a fato(s)
Em muitas cidades brasileiras, é comum encontrar crianças vendendo balas nas esquinas ou nos sinais, enquanto deveriam estar nas escolas.
					OU
         Uma pesquisa inédita realizada por professores do Departamento de Psicologia da Universidade deSão Paulo (USP) de Ribeirão Preto mostrou que o número de casos de violência contra crianças é maior do que as estatísticas divulgada pelos órgãos oficiais. O trabalho também mostra que, diferentemente do que muitas pessoas pensam, a violência doméstica atinge todas as classes sociais.  (Disponível em: <http://www.alphajacarezinho.com.br/ imagens/propaganda/aul%F5es/Dissertacao.ppt.> Acesso em: 11 fev. 2010)
Conclusão
 A conclusão pode ser desenvolvida a partir de duas formas básicas:
a) síntese 
 Nesse tipo de conclusão, há uma síntese das idéias desenvolvidas nos parágrafos anteriores. Geralmente nele se confirma a tese e se retomam alguns aspectos do desenvolvimento. 
b) proposta 
 Nesse tipo de parágrafo-conclusão, o autor faz propostas ou dá sugestões para que o problema analisado seja resolvido. Quanto mais concretas forem as propostas - em vez de sugestões vagas, como "É preciso que todos tomem consciência", "Somente quando cada um de nós fizer sua parte" - , mais persuasivo será o texto.
Desenvolvimento
 O desenvolvimento é constituído por pará​grafos que fundamentam a idéia principal do texto. Geralmente, cada parágrafo corresponde a um dos argumentos que sustentam a idéia princi​pal. 
 A força desses argumentos depende muito da consistência do raciocínio e das "evidências" ou "provas", capazes de fundamentar o ponto de vista do autor. Entre os tipos de argumentos empregados para aumentar o poder de persuasão de um texto argumentativo, encontram-se:
a) Argumento de autoridade - citação de alguma pessoa reconhecida pelo seu saber.
b) Apoio na consensualidade ( “bom senso comum”) – o conteúdo é aceito como válido pelo consenso.(Ex: Violência gera violência.)
c) Fatos – dados concretos, estatísticos ou documentais. (“Contra fatos não há argumentos”).
d) Fundamentação lógica – argumentos baseados na lógica: causa/efeito ou consequência, condição/ ocorrência. (Ex: Se o homem continuar a destruir a natureza, estará provocando a sua própria extinção.)
4.5.6. Etapas da produção de texto
 Portanto, ao se produzir um texto argumentativo, é necessário considerar as seguintes etapas:
definir a tese;
escolher os argumentos (“provas”) que irão fundamentá-la;
traçar um roteiro/plano com algumas idéias a serem apresentadas em uma sequência organizada;
elaborar um rascunho, observando se o texto apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão;
revisar o texto e passá-lo a limpo. 
5. RESUMO E RESENHA
5.1. RESUMO
É a apresentação concisa das ideias de um texto. Ao resumir, deve-se expor, em poucas palavras, o que o autor disse de mais importante. Assim, deve saber discernir o essencial do secundário e relacionar as ideias de forma coerente. Normalmente, dispensam-se exemplos e reforços de informações.
	Sugerem-se alguns passos para que o resumo seja satisfatório: 
a) Ler ou observar a obra (peça de teatro, filme, etc) com atenção, fazendo um levantamento das informações principais;
b) a partir das informações principais, resumir a obra, observando o encadeamento das ideias e a sequência das informações;
c) durante todo o processo, fazer leitura atenta para verificar se está havendo coerência e sequência lógica entre os parágrafos, para fazer os ajustes necessários;
d) passar a limpo o texto;
e) não emitir opinião. O resumo não é comentário crítico; por isso as ideias do resumo devem ser fiéis às expostas no texto original.
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Exemplo de resumo narrativo
 Marley & eu: vida e amor ao lado do pior cão do mundo (GROGAN,John/Editora Prestígio) 
John e Jenny Grogan são um casal que tem em comum o amor por cães. Através de um anúncio de jornal, chegam a uma criadora de labradores. Sem hesitar muito, resolvem ficar com um pequeno labrador amarelo. 
Quando o filhote chega à sua nova casa, John e Jenny, depois de pensarem em inúmeros nomes, resolvem chamá-lo de Marley em homenagem ao cantor Bob Marley, cujas músicas eram a “trilha sonora” do casal na época. Marley entra na história da família desde o começo desta, uma vez que John e Jenny são recém-casados. Ele cresce como um membro da família e participa de todos os acontecimentos: a primeira gravidez, as mudanças de emprego, a chegada do segundo filho, as brincadeiras das duas crianças, entre outros. 
Desde o começo, no entanto, a família Grogan percebe que Marley não é um cão comum. É desobediente, barulhento, tem pavor de chuva e, se ficar sozinho, pode quase destruir tudo dentro da casa. Entre muitas tentativas de tratamento, ele vai se mostrando um cão problemático, porém apaixonante.
Quando Marley chega à velhice, uma doença grave causa a sua morte. Ele ganha uma sepultura no jardim da casa da família e um lugar definitivo no coração dos seus donos. 
5.2. RESENHA
É um texto que, além de resumir a obra, faz uma avaliação sobre ela, uma crítica, apontando os aspectos positivos e negativos. Trata-se, portanto, de um texto de informação e de opinião, também denominado de recensão crítica.
 Na resenha, devem constar os seguintes aspectos:
 
	Referência da obra QUAL É A OBRA?
	Dados sobre o autor QUEM É O AUTOR? O QUE FAZ?
	Resumo do conteúdo DE QUE FALA A OBRA?
	Avaliação crítica O QUE ACHOU DA OBRA?
	Indicação da obra QUEM É O PÚBLICO ALVO?
 
Exercício
Resenha
Steve Jobs era um gênio brilhante, um líder inspirador e um homem completamente desequilibrado, traumatizado, de humor insuportável, com uma grande tendência à desonestidade. É isso o que mostra o filme JOBS, dirigido por Joshua Michal Stern e estrelado por Ashton Kutcher, que pretende contar a história da juventude do co-fundador da Apple e, ao mesmo tempo, a história da própria empresa e da computação. [...] 
JOBS conta de forma fiel a história da Apple, desde a criação da empresa na garagem dos pais adotivos de Jobs, passando por seu período de crise nos anos 1990 até o momento em que o seu aparelho mais revolucionário, o iPod, é lançado. Os episódios mais conhecidos do empresário como sua parceria com Steve Wozniack, seus desentendimentos com a diretoria da própria empresa e a forma com que ele trabalhava com sua equipe criam uma trama interessante. 
O roteiro falha, no entanto, por tentar fazer com que todas as frases, olhares e momentos de Jobs fossem retratados como o ápice da inspiração. Todas as vezes em que ele fala a seus funcionários, vemos uma plateia de olhar maravilhado e a trilha sonora se torna uma sinfonia que evoca a esperança. Será que todos os discursos do co-fundador da Apple eram tão bem recebidos assim? Os diálogos dos personagens secundários também são forçados como se, a todo momento, todos quisessem abrir seus corações com o protagonista. 
Ashton Kutcher, por sua vez, consegue fazer com que o espectador esqueça que existe um garotão de Hollywood interpretando o protagonista e sua caracterização é impressionante. Um ponto negativo que deve ser mencionado, no entanto, é o andar de Kutcher. Enquanto Steve Jobs era conhecido por andar de uma forma peculiar, a imitação do ator nos fez lembrar de um boneco no carnaval de Olinda (tropeçando). 
Em resumo, JOBS é uma produção bem-feita, de fotografia incrível e altamente educativa. Traz muitas informações valiosas não só sobre a Apple, mas também sobre o início da comercialização do computador pessoal e da chamada “Era da Informação”. Imperdível para os applemaníacos ou para quem quer seguir carreira em TI. Só recomendamos um certo ceticismo com a forma com que Steve Jobs é apresentado. Não estamos dizendo que ele é mostrado como uma pessoa perfeita e incorruptível, como muitos críticos temiam que aconteceria quando o filme foi anunciado. Aliás, o Jobs de Kutcher está bem longe de um modelo de moral e conduta. Mas é impossível acreditar, como o roteiroapresenta, que todas as suas falas viessem em forma de discurso e de que todos os seus olhares fossem responsáveis por revoluções - embora sua vida completa realmente tenha criado uma.
 Direção:Joshua Michal Stern 
Roteiro: Matt Whiteley 
Elenco: Ashton Kutcher, Josh Gad, J.K. Simmons 
Duração: 122 minutos
(GALASTRI, Luciana. Jobs, a história do gênio da Apple. Revista Galileu, 2013. Disponível em: <http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/... >. Acesso em: 12 out. 2013.
2.1 Assinale a alternativa que melhor sintetiza o principal objetivo do texto.
a) A resenhista pretende apresentar a sua avaliação sobre o filme analisado.
b) A resenhista tem a intenção de apontar características formais da obra analisada.
c) A resenhista tem o objetivo de revelar o tema do filme analisado.
d) A resenhista pretende detalhar a metodologia empregada pelo cineasta na organização do filme.
2.2 Tendo em vista a intenção motivadora do gênero textual resenha – apresentar um determinado objeto e avaliá-lo –, a descrição, a narração e a argumentação são os três modos discursivos que costumam ser empregados na sua elaboração. Identifique os parágrafos em que prevalece cada um dos tipos textuais abaixo:
a) descrição
b) narração
c) argumentação
2.3 Destaque o parágrafo em que o filme é resumido – parte integrante de uma resenha crítica. 
2.4 Aponte um aspecto negativo do filme, segundo a resenhista.
2.4 Destaque algumas palavras ou expressões de avaliação positiva usadas pelo resenhista.
2.5 A resenhista apresenta informações sobre o autor ou diretor do filme?
2.6 Qual seria o público alvo do filme?
 AFIRMOU? COMPROVE!

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