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25 a 27 de maio de 2010 – Facom-UFBa – Salvador-Bahia-Brasil
PLURAL: ATUAÇÃO DINÂMICA E TRANSVERSAL DO GESTOR
CULTURAL
Ludmila Ferreira Ribeiro 1
Resumo: O presente artigo tem como proposta refletir sobre o processo de
profissionalização do campo da cultura, considerando a importância da área para o
desenvolvimento sustentável e a necessidade de reunir na prática técnicas e
conhecimentos transversais que favoreçam a dinâmica de atuação dos profissionais na
cadeia produtiva da cultura. Tendo como base a produção contemporânea
especificamente sobre a organização da cultura, gestão e produção e a formação dos
profissionais da área, são apresentados desafios e responsabilidades do gestor cultural
em contexto de globalização, diversidade cultural e estruturação de políticas públicas
para a cultura.
Palavras-chave: Gestão. Cultura. Cidadania. Profissionalização.
1 INTRODUÇÃO
O fortalecimento do campo da cultura ocasiona o surgimento de novas formas de
organização e possibilidades de ação diferenciadas como área de atuação profissional,
como fator de desenvolvimento e como princípio de cidadania. Um novo segmento de
trabalho se estrutura em torno das práticas culturais, exigindo conhecimentos e técnicas
transversais dos envolvidos nesta área profissional ainda em fase de definição.
A cultura se constitui “como campo social singular, que articula e inaugura
instituições, profissões, linguagens, símbolos, valores e tensões”, (RUBIM, 2008: p.
47). Cada vez mais reconhecida como pilar do desenvolvimento sustentável, juntamente
com a dimensão econômica, social e ambiental, a cultura passa a ocupar papel
estratégico na atualidade, o que exige a estruturação e profissionalização da área,
considerando sua dimensão executiva e conceitual.
A mediação entre o universo subjetivo das artes e da cultura com o mercado e as
políticas públicas, requer a atuação integrada de um profissional que, conhecendo a
1 Pós-graduada em Gestão Cultural e Organização de Eventos pelo Centro de Estudos Latino
Americanos de Comunicação e Cultura da Escola de Comunicação e Cultura da Universidade
de São Paulo, CELACC/ECA/USP, ludmila@oraboa.art.br
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ligação e as influências das diversas esferas societárias, possa viabilizar processos
artísticos, desencadear o fortalecimento de identidades e contribuir para a superação de
problemas sociais históricos.
A discussão contemporânea sobre a formação dos profissionais da cultura,
especialmente do gestor e produtor cultural, tem resultado em cursos, publicações e
seminários que são hoje a principal referência para quem atua e pesquisa nesta área.
Baseando-se nas discussões e reflexões de profissionais e pesquisadores de Minas
Gerais, Bahia e São Paulo, pretende-se pensar a atuação do gestor de projetos culturais
considerando a sua esfera micro – desafios de estruturação da equipe de profissionais e
demanda por métodos e técnicas para aprimorar o desenvolvimento de processos
culturais; e sua interface com a esfera macro – impactos da ação cultural na sociedade,
orientada por diretrizes nacionais e internacionais, especialmente no que tange à
Convenção da UNESCO sobre a Proteção e a Promoção da Diversidade das Expressões
Culturais e o Plano Nacional de Cultura – PNC que institui no Brasil o Sistema
Nacional de Cultura – SNC.
A demanda por métodos e técnicas que possam aprimorar o fazer cultural e
viabilizar a concretização de propostas e princípios conceituais da cultura é crescente no
contexto atual mundial e vivenciada diariamente na esfera privada. O desafio é alcançar
uma atuação profissional na área cultural que garanta qualidade e resultados,
fundamentando essa prática em conceitos e reflexões que permitam à cultura garantir a
sua interação permanente com as diversas esferas do social, do político e do econômico,
não se rendendo a nenhum deles e configurando-se como uma alternativa real e de
convergência.
2 EMPREENDENDO PROCESSOS CULTURAIS
A construção do campo profissional da cultura requer análise permanente dos
desdobramentos e potencialidades do campo mais amplo da cultura e a sistematização
das práticas usuais e possíveis nesse campo. Os profissionais à frente destes processos
podem contribuir de forma efetiva para a organização do setor, aliando sua referência
empírica às reflexões e propostas para consolidação do campo da cultura.
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A produção intelectual sobre o campo profissional da cultura é recente e está em
pleno desenvolvimento, gerando inúmeras propostas e apontamentos. Intelectuais e
profissionais experientes sistematizam sua prática e compartilham métodos em diversas
publicações, seminários, cursos e encontros. É o caso de publicações como “O Avesso
da Cena: notas sobre produção e gestão cultural”, de Romulo Avelar; “Organização e
Produção da Cultura”, organizado por Linda Rubim, “Gestão Cultural: profissão em
formação”, de Maria Helena Cunha, e o livro “Diversidade Cultural: da proteção à
promoção”, organizado por José Márcio Barros.
Os Anais dos ENECULT – Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura,
realizados em 2006, 2007 e 2008 pela Faculdade de Comunicação da Universidade
Federal da Bahia sob coordenação do Professor Albino Rubim, apresentam artigos de
inúmeros pesquisadores, dentre os quais se destaca, além dos autores já citados, Albino
Rubim, Enrique Saraiva, Lala Dehezelin, dentre outros. A Revista Observatório Itaú
Cultural, número seis, dedicada ao tema “Os profissionais da cultura: formação para o
setor cultural”, também reúne dados referenciais para pesquisa na área.
As discussões conceituais sobre cultura e sua relação com o “macrossocial,
processual e público”, como sugere o professor Antonio Albino Canelas Rubim, no
artigo “Formação em Organização da Cultura no Brasil”, são recorrentes e fundamentais
para construção da práxis do gestor cultural, que precisa ter uma visão global do
processo para atuar dentro da capacidade máxima do potencial da cultura em seus
desdobramentos sociais, educacionais, políticos e de desenvolvimento.
Da mesma forma, na estruturação do campo da cultura é preciso diferenciar o
papel dos profissionais envolvidos e agregar métodos e técnicas que contribuam para o
melhor desempenho das equipes atuantes na cadeia produtiva, garantindo, por
conseguinte, qualidade e fortalecimento das práticas artísticas e culturais, respeitando-se
a diversidade e as especificidades de cada grupo, projeto ou instituição.
Na realização de projetos e ações culturais estão envolvidos profissionais que
atuam nas diversas etapas de produção, circulação, distribuição e consumo que
compõem a cadeia produtiva da cultura. O trabalho criativo dos artistas e intelectuais é
central nesta cadeia, uma vez que a partir das formas de expressão artística são
desencadeados outros processos, realizados por profissionais que, em outros elos da
cadeia, tornam possível o exercício profissional no campo cultural.
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Para atuar com esta matéria prima da ordem do subjetivo e do intangível,
historicamente se envolveram pessoas que possuíam afinidade e sensibilidade com o
universo artístico e buscavam de forma amadora executar as demandas burocráticas que
precediam a criação e não eram de competência dos artistas. Com o crescimento do
cenário cultural, a ampliação das fontes definanciamento e a estruturação de políticas
públicas para o setor, são requeridos conhecimentos profissionais que tangenciem áreas
como a administração, comunicação, gestão, antropologia, finanças, dentre outros. O
compartilhamento de saberes e experiências nestas áreas tem sido estratégico para
definição do perfil dos profissionais da cultura.
A especificidade da área cultural requer um trabalho integrado que se apropria
de técnicas e conhecimentos interdisciplinares, ao mesmo tempo em que precisa
desenvolver métodos próprios e específicos. Cada realização cultural, por mais que
possua etapas básicas comuns de planejamento, estruturação de cronogramas, check
lists, indicadores, dentre outros, apresenta peculiaridades que vão exigir inovação e
criatividade dos profissionais no momento de solucionar as demandas.
Este espaço de práticas e formulações encontra-se em fase de construção o que
faz com que a denominação dos profissionais envolvidos e a divisão de suas funções
não estejam sedimentadas no mercado cultural.
“A pluralidade de denominações não só indica a idade recente
das práticas e dos estudos acerca da organização da cultura,
mas sugere pensar em itinerários e peculiaridades nacionais no
desenvolvimento do tema, com forte incidência sobre a
formação de seus profissionais”(RUBIM, 2008: p. 52)
As diferentes nomenclaturas e a definição das atribuições de cada um destes
ofícios oscilam seja por região, por entidade e por área de expressão artística e esta
questão ganha espaço nas principais instâncias de discussão contemporânea.
Publicações como dos profissionais e pesquisadores Linda Rubim, Maria Helena
Cunha e Romulo Avelar buscam elucidar processos, características e práticas próprias
do gestor e do produtor cultural. Estes profissionais não encontram graduação específica
no Brasil e desde meados de 1980 vem experimentando uma prática intuitiva e no atual
contexto precisam aprimorar competências e se profissionalizar para atuar no cenário de
leis de incentivo, economia criativa e busca por políticas públicas para a cultura.
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Especialmente a publicação “O Avesso da Cena”, de Romulo Avelar, detalha as
etapas do trabalho no campo profissional da cultura, que envolve desde elaboração de
projetos e captação de recursos, passando pela pré-produção e execução das ações, até a
estruturação de relatórios e prestação de contas. Sendo um compartilhamento de sua
experiência profissional a frente de grupos e projetos consolidados, “O Avesso da
Cena” traz referências de sistematização e exemplos de ferramentas de planejamento,
monitoramento e avaliação, propondo uma aproximação da gestão cultural com as
práticas de administração de empresas, como forma de potencializar este recente ofício.
A diferenciação entre as atribuições do produtor e do gestor de projetos culturais
é fundamental para se aproximar do perfil esperado destes profissionais, discriminando
suas responsabilidades e demandas de ferramentas de trabalho.
Entre os estudiosos da área, parece ser um consenso à diferenciação entre estes
dois profissionais, sendo o produtor ligado “a projetos de caráter mais eventual e
microssocial” e o gestor atuando com projetos culturais mais permanentes, processuais
e amplos. (RUBIM, 2008: p. 54). O produtor é o agente diretamente envolvido e
responsável pela realização de eventos e projetos culturais, garantindo a qualidade e a
concretização do produto cultural, executando para isso todas as demandas e
imprevistos resultantes da produção. (AVELAR, 2008: p. 52). O gestor por outro lado
tem uma atribuição que antecede e precede o trabalho do produtor, uma vez que cabe a
este profissional atuar em rede e planejar, avaliar as ações em todos os contextos,
macro, micro e nano, criando oportunidades para o futuro. (AVELAR, 2008: p. 54).
Ambos os profissionais estão diretamente ligados às etapas da cadeia produtiva
da cultura, desempenhando papéis diferentes e complementares, sendo “imprescindível
afirmar a pertença das duas noções ao registro de organização da cultura e, por
conseguinte, a inevitável proximidade entre elas” (RUBIM, 2008: p. 54). No entanto,
este artigo opta por focar no papel do gestor de projetos culturais, considerando a maior
abrangência de sua atuação e sua capacidade de intervenção nas outras áreas de
interface.
O gestor de projetos culturais tem uma atuação permanente, complexa e
transversal, desenvolvendo “programas e atividades essenciais ao funcionamento de
grupos, empresas e instituições ligadas ao fazer cultural.” (AVELAR, 2008: p. 55). Seu
trabalho não se inicia, nem mesmo se esgota na realização de uma ação, seja um evento,
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um espetáculo ou um seminário e tem impactos de longo prazo. O trabalho de
estruturação da proposta artística e elaboração de um projeto cultural; a avaliação dos
possíveis meios de incentivo e financiamento; o planejamento de estratégias de ação
para garantir sucesso em todas as etapas do trabalho; a coordenação da equipe e da
divulgação das ações; o atendimento de demandas dos stakeholders; a reestruturação
das metas e procedimentos sempre que necessário e a avaliação e relatoria das ações
realizadas visando aprimoramento e continuidade; todas essas atribuições fazem parte
do escopo de atuação do gestor, responsável ainda pela contratação e coordenação das
equipes indispensáveis ao cumprimento de todas as etapas.
A visão global é indispensável ao gestor, que precisa ter conhecimento
aprofundado da cadeia produtiva, das etapas da ação cultural e dos conceitos
interdisciplinares que permeiam a sua atuação, como apresentam Cunha e Bertelli
(2008):
“O gestor da cultura lida com temáticas complexas e amplas.
Desde as tecnologias digitais voltadas para a produção e
comercialização de produtos e serviços das chamadas
indústrias criativas, as diferentes linguagens artísticas, seus
recursos humanos, políticas específicas e aquelas que afetam
diretamente o campo da cultura, até aspectos da economia, do
direito, da comunicação e dos programas de desenvolvimento
dos territórios em que as práticas culturais são decisivas para
seus resultados”.
Na etapa executiva do trabalho do gestor, faz-se necessário estruturar e definir
técnicas de gerenciamento e administração que possam potencializar e ampliar o
desempenho dos profissionais da cultura neste contexto complexo e em permanente
transformação. Avelar (2008) relaciona as atividades típicas do administrador, “a quem
compete atingir determinados objetivos a partir do desempenho de cinco atividades:
prever, organizar, comandar, coordenar e controlar”, com a dinâmica dos gestores
culturais que, se apropriando desta lógica, poderão ter condições de otimizar e
aprimorar o desempenho profissional no campo da cultura.
Além destes princípios da administração, outros recursos da área são citados
pelo autor como fonte de referência para que as práticas culturais sejam fundamentadas
em resultado e qualidade e possam garantir a sua sustentabilidade. Dentre estes recursos
destaca-se a estruturação de plano de negócios; a construção de planejamento
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estratégico e plano de ação para orientar as práticas da instituição ou grupo cultural a
curto e médio prazo; a definição da estrutura organizacional e a meta por qualidade e
excelência nos produtose serviços culturais ofertados.
Saraiva (2008) sintetiza o papel do gestor cultural, considerando sua atribuição
“implementar normas, planos e projetos, estabelecer estruturas, alocar recursos
humanos, financeiros, físicos e tecnológicos e, principalmente, empenhar criatividade e
capacidade de inovação para atingir esses objetivos da melhor forma possível”.
Detectar as diversas formas de interação entre o fenômeno cultural e o fenômeno
organizacional é um investimento que precisa ser feito principalmente nos programas de
formação dos profissionais da cultura, visando disponibilizar ao administrador cultural
instrumentos aplicáveis à diversidade de frentes de atuação.
O desafio é promover a aproximação do campo profissional da cultura com as
técnicas de administração de forma ética e sustentável, considerando que as ferramentas
de trabalho devem potencializar o trabalho do gestor na mediação das artes como o
mundo, buscando “os pontos de convergência que existem entre as várias linguagens”
(DEHEIZELIN, 2006) que compõe a área cultural, explorando as potencialidades da
cultura de garantir resultados além da realização do projeto.
A introdução da lógica de administração que dialoga com a política, com a
economia e com o mercado, deve ter como finalidade a mediação necessária da arte e da
cultura no mundo global, consolidando o seu espaço estratégico e não apenas servindo
de ferramenta para interesses específicos.
Em entrevista para a Revista Observatório Itaú Cultural, Barros (2008) coloca
que o avanço no campo profissional da cultura se deu “menos pela perspectiva do bem
público e dos compromissos com a cidadania, do que pela pressão do mercado
alimentado pelos mecanismos de patrocínio cultural e incentivo fiscal”. A demanda
crescente do mercado, especialmente nas relações da cultura com o marketing e as leis
de incentivo exige a organização da área, que, entretanto não pode gerar “uma
apropriação mecânica e pouco crítica de ferramentas da área gerencial, desprovidas
de conceitos e teorias”. (BARROS, 2008).
“A cultura como pilar do desenvolvimento sustentável, juntamente com a
dimensão econômica e social” (FÓRUM MUNDIAL U-40, 2009) é dado imperativo no
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contexto atual e este espaço precisa ser ocupado por criadores e gestores fundamentados
em referências conceituais e reflexivas que possam contribuir por meio da dimensão
artística e cultural para o desenvolvimento humano e fortalecimento de identidades em
meio à diversidade.
O gestor cultural munido de ferramentas deve saber recriá-las e colocá-las a
serviço da criação, viabilizando sua expressividade e autenticidade e promovendo o
diálogo desta forma de expressão com outras afins e com o seu público. Conhecer o
universo artístico e a diversidade cultural é fundamental para comunicar e circular a
criação no contexto global. Encontrar meios para a cultura, considerando suas
especificidades, é criar alternativas para a lógica saturada do mercado que não comporta
a complexidade e dinâmica dos processos culturais e nem por isso o inviabiliza.
O cenário profissional se amplia, tornando-se também mais complexo, uma vez
que a cultura se configura como espaço de “convergência de interesses governamentais,
multilaterais e empresariais, respaldada por vasta gama de iniciativas do terceiro
setor” (DEHEIZELIN, 2006) e as manifestações artísticas se fortalecem em diversas
esferas, facilitadas pelas novas tecnologias, representando identidades e demandas de
diferentes grupos.
O fortalecimento da cena artística independente e a valorização de manifestações
culturais tradicionais, populares e contemporâneas na diversidade cultural, compõem
um novo cenário não mais submetido apenas à lógica do mercado. A cultura consolida-
se como um campo societário de interface com diversas áreas e com espaços de
articulação, lógicas e demandas próprias. Neste cenário se configura o perfil do gestor
cultural, atuando no gerenciamento de processos, recursos e pessoas, desafiado a criar
novos espaços de difusão e circulação da cultural e participar da construção e
consolidação de políticas e diretrizes para o setor.
Diante da amplitude e alcance da cultura, cresce a responsabilidade de gestores
culturais incumbidos de garantir a execução das dinâmicas culturais sejam eventos,
projetos, ações de formação, espetáculos. Os resultados alcançados em outras esferas
são desdobramentos possíveis da prática cultural e devem ser considerados estratégicos
neste contexto de crise de hegemonia e de busca por alternativas. Desta feita, um
impacto da ação cultural é o estímulo aos cidadãos no desenvolvimento e uso de suas
capacidades para solucionar problemas comuns em âmbito particular e coletivo.
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“A energia política vital e as candentes questões de uma nação
serão encontradas, com mais freqüência, dentro e no entorno
dos movimentos sociais, não nas instituições oficiais da
democracia”. (DOWNING, 2004: p. 58).
A atuação profissional no campo da cultura considerando a dimensão da práxis
pode fortalecer e estimular práticas tradicionais e o surgimento de outras formas
emergentes de criação que expressem anseios e propostas de grupos sociais resistentes
neste cenário de “dominação e subordinação” (HALL, 2003: p. 254).
3 NOVOS DESAFIOS PARA O GESTOR DA CULTURA
Compreender os processos próprios das dinâmicas culturais e investir no
fortalecimento das identidades em um contexto de diversidade cultural torna-se
princípio básico para a interação dos profissionais da cultura na globalização, dispondo
dos recursos da tecnologia e das redes de comunicação, sem serem suprimidos pelas
lógicas hegemônica do capital.
O fortalecimento das experiências culturais, envolvendo as manifestações
artísticas e populares e todas as formas de expressão, hábitos e vivências dos grupos
sociais, favorece a construção de espaços de produção de sentido, de valorização de
identidades e de desenvolvimento humano. Sendo “uma espécie de campo de batalha
permanente, [onde] há um luta contínua e necessariamente irregular e desigual, por
parte da cultura dominante, no sentido de desorganizar e reorganizar constantemente a
cultura popular” (HALL, 2003: p. 255) a cultura ocupa papel estratégico na sociedade,
podendo se configurar tanto como meio de dominação e controle de grupos, ou no
extremo oposto, como forma de resistência, de expressão e de proposição.
Estes extremos podem ser exemplificados pela indústria cultural e a diversidade
cultural como princípio universal e são parte constitutiva do cenário de atuação do
profissional da cultura. Lidar com as contradições e as potencialidades da cultura requer
destes profissionais análises críticas sobre os padrões hegemônicos e as possibilidades
de transformação.
Bases para a atuação crítica e consciente estão propostas em documentos de
relevância internacional, como a Convenção da UNESCO sobre a Proteção e Promoção
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da Diversidade das Expressões Culturais; e em âmbito nacional, no Plano Nacional de
Cultura, que orientará a política pública de cultura no Brasil nos próximos 10 anos e
institui o Sistema Nacional de Cultura. Estes documentos representam desafios para o
gestor ao apresentar diretrizes e propostas conceituais que precisam ser incorporadas às
políticas e dinâmicasculturais em âmbito global e local.
“Ao se falar de diversidade cultural nos referimos a modelos
normativos diversos que ordenam não apenas a produção e as
trocas simbólicas no campo estético, religioso e lúdico, mas
que se referem também às maneiras como se definem as formas
de aprendizagem, circulação, apropriação, distribuição,
mercantilização de bens e processos culturais” (BARROS,
2008: p. 2).
No momento em que a cultura passa a ocupar lugar estratégico nas diretrizes
nacionais e internacionais, cabe o gestor, principal interlocutor entre estas diversas
esferas, conhecer, difundir e apresentar propostas que considerem a aplicação efetiva
destas diretrizes. Barros (2008) problematiza a “tensão crítica entre modelos culturais e
gerenciais”, considerando a complexidade do campo da diversidade cultural que não se
restringe às diferenças estéticas, mas remete também aos “modos de gestão que se fazem
presentes nos diferentes padrões culturais.” (BARROS, 2008: p. 2).
É fundamental considerar esta tensão no momento de se propor a inclusão de
ferramentas inteligentes da administração no campo da cultura. A profissionalização dos
agentes envolvidos no processo cultural não pode resultar em padronização e
engessamento. Devem ser desenvolvidas metodologias e ferramentas considerando a
possibilidade de democratização e recriação das mesmas, para adaptá-las às
particularidades de cada contexto e servir para a consolidação do campo da cultura
como “firme e permanente prioridade de governança mundial.” (FÓRUM MUNDIAL
U-40, 2009).
“Tanto no setor público, governamental e não-governamental,
quanto no setor privado, emerge, mesmo que de forma ainda
tímida e heterogênea, uma consciência da necessidade de se
dotar o trabalho com e na cultura, de patamares de
competência gerencial, compatíveis com sua importância
estratégica nos campos da política, da economia, da educação,
da saúde, etc”. (BARROS, 2007: p. 1).
O entendimento da cultura como elemento central na vida contemporânea por
parte das instâncias governamentais e representativas tem resultado na estruturação de
documentos e programas oficiais que, construídos e compartilhados com a atuação de
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organizações públicas, privadas e da sociedade civil, pretendem traçar diretrizes e
garantir a efetividade das práticas culturais.
Neste sentido, conhecer, ratificar, propor e aplicar os princípios presentes na
Convenção da Diversidade Cultural e no Plano Nacional de Cultura é uma forma de
fundamentar práticas e consolidar o campo estratégico da cultura. A aplicação destes
princípios pode ser efetivamente alcançada com a estruturação e profissionalização da
área, sendo relevante o papel do gestor neste processo.
Instituída oficialmente em âmbito mundial no ano de 2005, tendo o Brasil como
um dos principais países signatários, a Convenção da UNESCO sobre a Proteção e
Promoção da Diversidade das Expressões Culturais legitima a diversidade cultural
como "patrimônio comum da humanidade" e requer sua defesa como "um imperativo
ético inseparável do respeito à dignidade da pessoa humana". (UNESCO, 2005). Os
princípios da Convenção consideram que a Diversidade Cultural e o respeito às
diferenças e a promoção do diálogo intercultural é garantia de equilíbrio e paz mundial.
É fator de desenvolvimento, promove a autonomia dos Estados de preservar sua
diversidade e identidade sem sofrer sanções e cria condições propícias para a produção
e a difusão de bens e serviços culturais diversificados, ampliando a possibilidade de
escolha a todos.
A ativa participação do Brasil na aprovação da Convenção da Diversidade foi
concomitante ao processo de estruturação das propostas de política pública para a
cultura brasileira, sendo iniciado na Gestão de Gilberto Gil e tendo hoje Juca Ferreira à
frente do Ministério da Cultura no Governo Lula 2002-2010. Dentre estas propostas
destaca-se a implantação do Plano Nacional de Cultura, que:
“representará um marco de regulação de longo prazo das
políticas públicas do setor em todo o País. Em seus 10 anos de
duração, deverá englobar e indicar parâmetros para
realizações de ações de médio e curto prazo [...] e a execução
orçamentária anual de programas e ações dos poderes
executivos da União, estados, Distrito Federal e municípios”.
(PLANO..., 2008: p. 27).
Em consonância com as discussões internacionais, o Plano Nacional de Cultura
(PNC) se volta para a realidade brasileira. Considerando a diversidade cultural como
fator indissociável da identidade do país, o PNC propõe diretrizes que garantam o
pluralismo e uma maior igualdade de oportunidades, de forma que “a gestão pública
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ultrapasse o alcance tradicional e restritivo das belas-artes e dos produtos da indústria
cultural”. (PLANO..., 2008: p. 30).
O Plano Nacional de Cultura é resultado de um processo de diagnóstico,
discussão e propostas para o contexto brasileiro, que realizou a I Conferência Nacional
de Cultura, em 2005, com a promoção de encontros municipais, intermunicipais,
estaduais e setoriais e ampla discussão com a participação do estado e sociedade civil.
Em fase de aprovação na Câmara dos Deputados e no Congresso Nacional, o PNC tem
potencial de fortalecer e consolidar o cenário cultural brasileiro em âmbito
internacional, sendo uma proposta de política pública para o Brasil que, com histórico
de “ausência, autoritarismo e instabilidade” (RUBIM, 2008: p. 200), está pela primeira
vez definindo os rumos do desenvolvimento da cultura de forma consistente e
compartilhada.
O Sistema Nacional de Cultura (SNC), instituído pelo PNC será uma ferramenta
de execução, acompanhamento e avaliação do Plano. A ser implementado em âmbito
federal, estadual e municipal, o SNC tem como objetivo articular e integrar políticas
públicas de cultura para serem pactuadas entre os entes da federação e a sociedade civil
de forma a garantir “eficiência, eficácia, eqüidade e efetividade na aplicação dos
recursos públicos” (SNC, 2009: p. 17), visando também a consolidação e continuidade
desta política.
O Plano Nacional de Cultura e o Sistema Nacional de Cultura são formas de dar
institucionalidade e organicidade às propostas de reorganização da política cultural
brasileira neste momento propício de desenvolvimento e consolidação. Trazem
referências, em termos de diretrizes, princípios e também de instrumentos de gestão, da
mesma forma que a Convenção para Proteção e Promoção da Diversidade das
Expressões Culturais serve de orientação política e conceitual para as definições de
ações do poder público, iniciativa privada e sociedade civil. Ambos os documentos são
parâmetros que devem orientar a construção do ethos do profissional da cultura,
responsável por traduzir estes conceitos globais em práticas inovadoras, que assim
fundamentadas podem apontar saídas efetivas para crescimento sustentável da
humanidade.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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A estruturação do campo profissional da gestão cultural é ao mesmo tempo uma
demanda e uma tendência latente em âmbito mundial.
A reflexão conceitual sobre as potencialidades e impactos da atuação do gestor
da cultura nas diversas esferas societárias deve servir para fundamentar e orientar os
profissionais da área em práticas que favoreçam a sustentabilidade, o desenvolvimento e
os meiosde expressão da sociedade.
Os projetos pedagógicos e para formação dos profissionais do setor devem
considerar a essa fundamentação teórica associada também a práticas eficientes
favorecidas por ferramentas de gestão que precisam ser desenvolvidas. A
transversalidade da área da cultura sugere possibilidades de reunir e consolidar
conhecimentos sociais, artísticos administrativos, econômicos, ambientais criando uma
dinâmica própria e profissional de atuação.
Favorecendo a presença da dimensão cultural nos processos de decisão em
âmbito local, regional, nacional e internacional, se reforça uma potencialidade: construir
no campo profissional da cultura novas relações e possíveis soluções para alguns
impasses que rodeiam a sociedade contemporânea.
O atual contexto de estruturação das políticas públicas de cultura para o Brasil
mostra-se favorável a esta proposta, uma vez que o poder público, com a participação da
sociedade civil e instituições privadas, vêm criando novas condições para o
desenvolvimento de ações culturais, sendo estratégica a participação de gestores
culturais neste processo de construção e definição dos rumos da política cultural
brasileira.
Desenvolver métodos e técnicas e alcançar uma nova compreensão do papel da
cultura e, conseqüentemente, dos seus profissionais é um desafio do gestor cultural, que,
por meio de sua atuação integral, pode apontar para novos paradigmas, métodos e
sujeitos que sirvam à diversidade e possibilitem o alcance de formas alternativas e
sustentáveis de relacionamento profissional na contemporaneidade.
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