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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO TÉCNICO EM SERVIÇOS 
JURÍDICOS 
 
 
 
 
PORTUGUÊS 
INSTRUMENTAL 
 
 
 
 
 
ALUNO (A): _________________________________________ 
INSTRUTOR (A): ____________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 A COMUNICAÇÃO........................................................................................................... 04 
1.1 FUNDAMENTOS E APLICAÇÕES................................................................................. 04 
1.1.1 Objetivos..................................................................................................................... 04 
1.1.2 Dimensões do Objetivo.................................................................................................04 
1.2 O PROCESSO DA COMUNICAÇÃO E SEUS ELEMENTOS.........................................05 
1.2.1 Emissor ou Codificador.............................................................................................05 
1.2.2 Receptor ou Decodificador........................................................................................05 
1.2.3 Mensagem....................................................................................................................05 
1.2.4 Código..........................................................................................................................05 
1.2.5 Canal............................................................................................................................06 
1.2.6 Ruído............................................................................................................................06 
1.2.7 Feedback.....................................................................................................................06 
1.3 BARREIRAS A UMA COMUNICAÇÃO EFICAZ..............................................................07 
1.4 EXERCITANDO – COMUNICAÇÃO................................................................................09 
2 DEFININDO ALGUNS CONCEITOS..................................................................................12 
2.1 A LÍNGUA........................................................................................................................12 
2.2 A LINGUAGEM................................................................................................................12 
2.3 A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA...........................................................................................12 
2.4 EXERCITANDO – ANÁLISE TEXTUAL SOBRE O USO DA LINGUAGEM...................14 
3 GRAMÁTICA DE USOS – HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS................................................17 
3.1 PRINCIPAIS HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS..................................................................19 
3.2 EXERCITANDO – HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS.........................................................28 
4 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS....................................................................23 
4.1 ESTRATÉGIAS DE LEITURA..........................................................................................23 
5 ANÁLISE INTERPRETATIVA E CRÍTICA DE TEXTOS.....................................................25 
5.1 CONHECIMENTO LINGUÍSTICO ...................................................................................25 
5.2 CONHECIMENTO TEXTUAL..........................................................................................25 
5.3 CONHECIMENTO DE MUNDO.......................................................................................25 
5.4 EXERCITANDO – ANÁLISE CRÍTICA E INTERPRETATIVA DE TEXTOS....................26 
5.5 EXERCITANDO – LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO......................................32 
6 EXERCITANDO – GRAMÁTICA DE USOS.......................................................................37 
7 QUALIDADES ESSENCIAIS DO TEXTO ESCRITO.........................................................38 
7.1 CLAREZA........................................................................................................................42 
7.2 OBJETIVIDADE...............................................................................................................42 
7.3 TÉCNICAS PARA ESCREVER COM OBJETIVIDADE...................................................43 
7.4 COERÊNCIA ...................................................................................................................43 
7.5 CONCISÃO......................................................................................................................44 
7.6 REDUÇÃO EXTENSIVA..................................................................................................45 
7.7 CORREÇÃO GRAMATICAL ..........................................................................................46 
7.8 PRECISÃO .....................................................................................................................46 
7.9 IMPESSOALIDADE.........................................................................................................47 
8 OS DEFEITOS DO TEXTO – VÍCIOS DE LINGUAGEM....................................................49 
3 
 
8.1 BARBARISMOS ..............................................................................................................49 
8.2 SOLECISMO ..................................................................................................................49 
8.3 ARCAÍSMO......................................................................................................................49 
8.4 PRECIOSISMO .............................................................................................................. 49 
8.5 CACOFONIA................................................................................................................... 49 
8.6 CACÓFATO ................................................................................................................... 50 
8.7 ECO ............................................................................................................................... 50 
8.8 AMBIGUIDADE OU ANFIBOLOGIA...............................................................................50 
8.9 OBSCURIDADE .....................................................................................................50 
8.10 CLICHÊS E CHAVÕES.................................................................................................50 
8.11 ESTRANGEIRISMO......................................................................................................51 
8.12 JARGÃO TÉCNICO FORA DE CONTEXTO................................................................ 51 
8.13 REDUNDÂNCIA OU PLEONASMO............................................................................. 51 
8.14 PETIÇÃO DE PRINCÍPIO..............................................................................................53 
8.15 EXERCITANDO – QUALIDADES E DEFEITOS DO TEXTO........................................54 
9 A IMPORTÂNCIA DE PLANEJAR O TEXTO ...................................................................57 
9.1 CARACTERÍSTICAS DO PLANO....................................................................................58 
9.2 O ASSUNTO....................................................................................................................59 
9.3 A INTENÇÃO/FINALIDADE ............................................................................................59 
9.4 O RECEPTOR.................................................................................................................59 
9.5 EXERCITANDO – ORGANIZAÇÃO DAS IDEIAS NA REDAÇÃO..................................609.6 REDAÇÃO – ORGANIZAÇÃO DAS IDEIAS.................................................................. 61 
10 REFORMA ORTOGRÁFICA ...........................................................................................63 
10.1 ACORDO ORTOGRÁFICO ...........................................................................................63 
10.2 MUDANÇAS NO ALFABETO .......................................................................................63 
10.3 TREMA .........................................................................................................................63 
10.4 MUDANÇAS NAS REGRAS DE ACENTUAÇÃO .........................................................64 
10.5 USO DO HÍFEN ............................................................................................................67 
10.6 EXERCITANDO – REFORMA ORTOGRÁFICA .......................................................... 70 
11 SINAIS DE PONTUAÇÃO ...............................................................................................74 
11.1 PRINCIPAIS EMPREGOS DA VÍRGULA .................................................................... 74 
11.2 PRINCIPAIS CASOS EM QUE A VÍRGULA É PROIBIDA ......................................... 75 
11.3 PONTO-E-VÍRGULA ................................................................................................... 75 
11.4 DOIS-PONTOS ............................................................................................................ 76 
11.5 ASPAS ........................................................................................................................ .76 
11.6 TRAVESSÃO ................................................................................................................77 
11.7 RETICÊNCIAS ............................................................................................................ .77 
11.8 PARÊNTESES ..............................................................................................................77 
11.9 EXERCITANDO – SINAIS DE PONTUAÇÃO ............................................................ .78 
APOIO BIBLIOGRÁFICO .................................................................................................... .79 
 
4 
 
 
1 A COMUNICAÇÃO 
 
1.1 FUNDAMENTOS E APLICAÇÕES 
1.1.1 Objetivos 
 
Aristóteles definiu o estudo da retórica (comunicação) como a procura de 
“todos os meios disponíveis de persuasão” – meta principal da comunicação, ou 
seja, a tentativa de levar outras pessoas a adotarem o ponto de vista de quem 
fala. 
Deste modo, o objetivo básico da comunicação é nos tornarmos agentes 
influentes, e influenciarmos os outros, nosso ambiente físico e a nós próprios e 
também nos tornarmos agentes determinantes. Em suma, nós nos comunicamos 
para influenciar com intenção. 
Todo comportamento de comunicação tem um objetivo, uma meta: 
produzir certa reação. Quando aprendemos a exprimir nossos objetivos em termos 
de respostas específicas, da parte daqueles que recebem nossas mensagens, 
temos dado o primeiro passo para a comunicação positiva e eficiente. 
 Uma das principais tarefas do consultor de comunicação é fazer com que 
as pessoas analisem seus objetivos ao se comunicarem e os especifiquem em 
termos de reações que pretendem obter. 
 
1.1.2 Dimensões do Objetivo: o “Quem” e o “Como” 
 
Uma das dimensões de qualquer análise de propósito comunicativa é a 
descoberta do receptor a quem se destina a mensagem e como pretende a fonte 
ou o receptor influenciar o comportamento, ou seja, que espécie de efeito se 
deseja produzir. 
Todo comportamento de comunicação tem como objetivo a obtenção de 
uma reação específica de uma pessoa específica ou de um grupo específico de 
pessoas. Quando os objetivos da fonte e do receptor são incompatíveis, rompe-se 
a comunicação. 
Dado que a comunicação ocorre porque alguém quer influenciar algum 
comportamento, devemos perguntar: 
Quem é o receptor pretendido? 
Que objetivo tem o receptor ao empenhar-se na comunicação? 
Como se pretende influenciar o receptor? 
Que espécie de efeito se deseja produzir? 
 
5 
 
1.2 O PROCESSO DA COMUNICAÇÃO E SEUS ELEMENTOS 
 
No ato comunicatório, deve haver um objeto de comunicação, ou seja, a 
mensagem com um conteúdo (referente), transmitido ao receptor por um emissor, 
por meio de um canal, com seu próprio código. Assim, temos: 
 
1.2.1 Emissor ou Codificador 
 
Quem envia ou codifica a mensagem; é quem dá origem a um estímulo. A 
fonte deve preocupar-se em adequar um código para a mensagem de acordo 
com o conhecimento do receptor, analisar as habilidades de comunicação 
(decodificação) do receptor, suas atitudes, conhecimento e posição sociocultural. 
 
1.2.2 Receptor ou Decodificador 
 
Quem recebe ou decodifica o estímulo, amensagem. Por sua vez, o 
receptor é influenciado por fatores diversos: habilidades comunicadoras, por suas 
atitudes, nível de conhecimento, cultura, posição social, componentes de seu 
grupo e formas de conduta. Estes são alguns fatores que irão influenciar no modo 
pelo qual o decodificador receberá e interpretará a mensagem enviada. 
Obs.: fonte e receptor podem ser uma só pessoa. Chamar um indivíduo 
de fonte implica paralisar a dinâmica do processo em determinado ponto, assim 
como chamá-lo de receptor implica também o corte do processo num outro ponto. 
 
1.2.3 Mensagem 
 
É o conteúdo a ser transmitido e deve ser comum ao receptor; é qualquer 
estímulo que pode evocar uma resposta. 
Um gerente deve lembrar que várias mensagens podem ser comunicadas 
simultaneamente. Uma mensagem verbal e uma mensagem de postura corporal 
podem ser enviadas ao mesmo tempo, o que forçará o receptor a conciliar 
diferentes mensagens. Gerentes que desejam comunicação eficaz devem 
minimizar mensagens conflitantes. 
 
1.2.4 Código 
 
Pode ser Verbal (falado e escrito) ou Não- Verbal (por gestos, mímicas, 
cores, odores, símbolos, ícones, índices, etc). 
O código também pode ser Aberto (com dupla interpretação) ou Fechado 
(com interpretação unívoca, de forma concisa e objetiva). Gerentes precisam 
escolher o que querem comunicar e precisam decidir como fazer a comunicação. 
6 
 
Por exemplo, na sexta-feira, um gerente diz a um subordinado que ele 
quer que o relatório esteja terminado até “a semana que vem”. No entendimento 
do gerente, ele quis dizer até segunda-feira, mas para o subordinado a mesma 
frase foi entendida que seria até a próxima sexta-feira. 
Neste caso, o gerente deveria fazer seu pedido utilizando-se de código 
fechado, ou seja, por meio de uma data específica, evitando distorção na 
interpretação da mensagem. 
 
1.2.5 O Canal (veículo) 
 
Pode ser Natural (pela fala , gestos, etc) ou Tecnológico (correio, 
telefone,internet,fax, rádio, etc). A escolha do código e do canal são decisões 
importantíssimas. Se a maneira escolhida para a comunicação não for apropriada 
para a mensagem, haverá uma interferência destrutiva entre o canal de 
comunicação e o conteúdo da mensagem. Considere o exemplo a seguir: 
Um gerente grita com um subordinado para que este faça, imediatamente, 
uma simples tarefa. O canal de comunicação é o natural, código verbal (a fala) e o 
conteúdo da mensagem, a tarefa. O problema surge porque o gerente gritou com 
o subordinado, sugerindo urgência. No entanto a tarefa era simples e o sentido da 
urgência que foi criado não era o apropriado. O subordinado ficou imaginando o 
porquê da necessidade de urgência quando a tarefa claramente era comum e 
rotineira. Se casos como esse acontecerem frequentemente com esse mesmo 
gerente, os empregados aprenderão,rapidamente, a desconsiderar a urgência 
sugerida e o pior ainda pode acontecer: quando o gerente tiver um comando 
realmente urgente, os funcionários poderão desconsiderar o pedido do gerente. 
Portanto, para a eficácia da comunicação, é importante a certeza da escolha 
correta do conteúdo e do veículo. 
 
1.2.6Ruído 
 
Qualquer falha no sistema de comunicação impedirá a perfeita captação 
da mensagem, podendo distorcê-la. Ao obstáculo que fecha o circuito de 
comunicação, costuma-se dar o nome de ruído. Este poderá ser provocado pelo 
emissor, pelo receptor, pelo canal ou pela mensagem. 
 
1.2.7 O Feedback 
 
O feedback é uma ferramenta importante para os gerentes, porque 
fornece informações valiosas sobre o que está sendo comunicado e quão bem 
está sendo comunicado. 
7 
 
Um gerente pode enviar uma mensagem favorável ao funcionário, porém 
descobrir durante o feedback que o funcionário recebeu a mensagem de forma 
negativa, o gerente pode concluir que a mensagem pretendida originalmente ficou 
distorcida. Assim, muitos gerentes embutem um pedido formal de feedback dentro 
da própria mensagem ao pedir a confirmação, ou seja, a repetição da mensagem. 
Por meio deste mecanismo, o gerente pode averiguar se a mensagem pretendida 
foi a mensagem recebida e decodificada. 
 
 
1.3 BARREIRAS A UMA COMUNICAÇÃO EFICAZ 
 
Existem várias barreiras a uma comunicação eficaz, elas servem de 
obstáculos ou resistências à comunicação entre as pessoas. São variáveis que 
interferem no processo de comunicação e que o afetam profundamente, fazendo 
com que a mensagem, tal como é enviada, torne-se diferente da mensagem tal 
como é recebida. 
Podemos destacar três principais tipos de barreiras, pelo quadro a seguir: 
 
 
BARREIRAS HUMANAS 
 
FÍSICAS 
 
SEMÂNTICAS 
Limitações pessoais Espaço físico Interpretação de palavras 
Hábitos de ouvir Interferências físicas Complexidade do vocabulário 
Emoções Falhas mecânicas Significados de sinais 
Preocupações Ruídos ambientais Significados de símbolos 
Sentimentos pessoais Distância Decodificações de gestos 
Motivações Ocorrências locais Falta de clareza 
Avaliação precipitada - Sobrecarga de mensagens 
Estereótipos e generalizações - - 
 
 
Barreiras humanas (pessoais): são interferências que decorrem das 
limitações, emoções e valores humanos de cada um. As barreiras mais 
comuns em situações de trabalho são hábitos deficientes de ouvir, as 
emoções, as motivações e os sentimentos pessoais e, principalmente, o 
grau de percepção que pode limitar ou distorcer a comunicação com 
outras pessoas. 
 
 
Cada pessoa tem seu próprio sistema cognitivo, suas percepções, seus 
valores, suas motivações, constituindo um padrão pessoal de referência que torna 
bastante pessoal e singular sua interpretação das coisas. 
Há sempre, por parte das pessoas, uma codificação perceptiva, um 
padrão pessoal de referência, agindo como filtro codificador, bloqueando 
8 
 
informações não desejadas ou não relevantes. Esta defesa pode prejudicar tanto o 
envio quanto a recepção da informação. 
Portanto, as pessoas possuem lentes através das quais vêem seu mundo 
exterior e o interpretam a sua maneira. A ideia comunicada está intimamente 
relacionada com as percepções e motivações tanto da fonte (emissor) quanto do 
destinado, dentro de determinado contexto situacional. 
Barreiras físicas: são interferências ocorridas no ambiente em que 
acontece o processo de comunicação. Um trabalho que possa distrair, 
uma porta que se abre, a distância física entre as pessoas, canal 
saturado, paredes que se antepõem entre a fonte e o destinatário, ruídos 
estáticos na comunicação por telefone, etc. 
Barreiras semânticas: são as limitações ou distorções decorrentes dos 
símbolos, por meio dos quais a comunicação é feita. As palavras ou outras 
formas de comunicação como gestos, sinais, símbolos etc. apresentam 
diferentes sentidos para as pessoas envolvidas no processo, podendo 
distorcer o seu significado. As diferenças de linguagem se constituem 
fortes barreiras semânticas entre as pessoas. 
 Um vocabulário comum consiste em palavras que possuam significados 
formalmente definidos, aceitos por um grupo específico, facilitando a comunicação 
ao limitar em muito os significados conotativos das palavras. Grupos profissionais 
como engenheiros, médicos, advogados, economistas e outros desenvolvem um 
vocabulário específico. 
Assim, os gerentes, muitas vezes, usam um vocabulário quando estão 
falando com gerentes de outras áreas e outro vocabulário quando estão falando 
com os operários chamados de chão de fábrica. Isso não significa esnobismo 
linguístico, mas o reconhecimento de que uma comunicação eficaz depende da 
compreensão. 
Gerentes que usam palavras estranhas ao universo cognitivo de seus 
funcionários têm extrema dificuldade em se comunicar com os funcionários de 
forma precisa. 
Outro fator prejudicial, merecedor de destaque, é a sobrecarga de 
mensagens ou de estímulos. Pouca informação é ruim, porém informações em 
demasia também são maléficas. Os gerentes devem evitar estes dois extremos. 
As mensagens precisam ser priorizadas, obviamente as mais importantes, 
para a situação atual, deverão ser as primeiras. Muitas vezes a sobrecarga pode 
produzir um colapso e paralisar o sistema. 
9 
 
1.4 EXERCITANDO - COMUNICAÇÃO 
 
1 Qual é o principal objetivo da comunicação? 
....................................................................................................................................
....................................................................................................................................
........................................................................................................................ 
2 Cite quais são os principais elementos que compõem o processo de 
comunicação. 
....................................................................................................................................
....................................................................................................................................
........................................................................................................................ 
3 Por que é necessário ao emissor conhecer bem as características do receptor? 
....................................................................................................................................
....................................................................................................................................
....................................................................................................................... 
4 Analise as frases abaixo e identifique qual é o tipo de código que elas possuem 
(aberto ou fechado). 
a) “Aguardo resposta o mais breve possível”. 
.................................................................................................................................... 
b) “Gostaria de suas impressões sobre o projeto”. 
.................................................................................................................................... 
c) Aviso a todos os funcionários da empresa: 
“Amanhã todos deverão tirar fotos para o crachá, este deverá ser usado a partir da 
semana que vem, caso contrário, no mês seguinte, os salários serão suspensos 
automaticamente”. 
.................................................................................................................................... 
5 O que significa feedback e qual é a sua importância no processo da 
comunicação? 
........................................................................................................................................................................................................................................................................
........................................................................................................................ 
6 Quais são as principais barreiras à comunicação eficaz? 
....................................................................................................................................
....................................................................................................................................
........................................................................................................................ 
7 O que é sobrecarga de mensagens e como você orientaria um líder a lidar com 
este problema? 
....................................................................................................................................
....................................................................................................................................
........................................................................................................................ 
 
10 
 
8 A falta de habilidade em ouvir é um dos componentes das barreiras à 
comunicação. A história a seguir, embora cômica, retrata muito bem alguns 
problemas que podem ocorrer na comunicação realizada entre funcionários de 
diferentes níveis na organização. 
 
 1 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5 6 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para o psicoterapeuta Carl Rogers, a comunicação real se dá quando nós 
ouvimos a outra pessoa com compreensão. Buscamos entender a ideia e a atitude 
expressa do ponto de vista dessa pessoa, sentir como ela sente a respeito. 
De: Gerente
Para: Supervisor
A convite do nosso querido presidente, o 
cientista Halley de 78 anos vai aparecer nu na 
fábrica, usando apenas capacete, quando irá
explicar o fenômeno da chuva para os 
seguranças no pátio.
De: Chefe
Para: Todos
Nesta sexta-feira, o presidente fará 78 anos, a 
festa será às 17 horas, no pátio da fábrica. Vão 
estar lá Bill Halley e seus cometas. Todo o 
mundo deve estar nu e de capacete. O 
espetáculo vai rolar mesmo que chova, porque a 
banda é um fenômeno.
De: Presidente
Para: Diretor
Na próxima sexta–feira, às 17 horas, o cometa 
Halley estará passando por esta área. Trata-se 
de um evento que ocorre a cada 78 anos. Assim, 
por favor, reúna os funcionários no pátio da 
fábrica, todos usando capacete de segurança, 
quando explicarei o fenômeno. Se chover, não 
veremos o raro espetáculo a olho nu.
ILUSTRAÇÃO DE UMA FORMA DE 
COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL DE CIMA 
PARA BAIXO
De: Diretor
Para: Gerente
A pedido do presidente, na sexta-feira, às 17 
horas, o cometa Halley vai aparecer sobre a 
fábrica. Se chover, por favor, reúna os 
funcionários, todos com capacete e os 
encaminhe ao refeitório, onde o raro fenômeno 
terá lugar, o que ocorre a cada 78 anos a olho 
nu.
De: Supervisor
Para: Chefe
Todo o mundo nu, na próxima sexta, às 17 
horas, pois o manda-chuva do presidente, Sr. 
Halley, estará lá para mostrar o raro filme 
Dançando na Chuva. Caso comece a chover 
mesmo, o que ocorre a cada 78 anos, por motivo 
de segurança, coloque o capacete.
11 
 
Na instituição onde você trabalha, ou mesmo em seu dia a dia, já 
vivenciou ou presenciou casos criados pela impropriedade de escolha entre 
código, canal e mensagem a ser enviada? Descreva que tipo de conflito ocorreu e 
como foi solucionado. 
.................................................................................................................................... 
.................................................................................................................................... 
.................................................................................................................................... 
.................................................................................................................................... 
.................................................................................................................................... 
.................................................................................................................................... 
.................................................................................................................................... 
.................................................................................................................................... 
.................................................................................................................................... 
.................................................................................................................................... 
.................................................................................................................................... 
.................................................................................................................................... 
.................................................................................................................................... 
.................................................................................................................................... 
.................................................................................................................................... 
 
12 
 
2 DEFININDO ALGUNS CONCEITOS 
 
2.1 A LÍNGUA 
 
A Língua é um código de que se serve o homem para elaborar mensagens, para se 
comunicar e interagir com outras pessoas. Assim, quanto maior o domínio que temos da 
língua, maiores são as possibilidades de termos um desempenho linguístico/comunicativo 
eficiente. 
A língua pertence a todos os membros de uma comunidade. Como ela é um código aceito 
convencionalmente, um único indivíduo não é capaz de criá-la ou modificá-la. A fala, 
entretanto, é sempre individual e seu uso depende da vontade do falante. Nem a língua 
nem a fala são imutáveis. A língua evolui, transformando-se historicamente. 
 
2.2 A LINGUAGEM 
 
A Linguagem é a representação do pensamento por meio de sinais que permitem a 
comunicação e a interação entre as pessoas. 
Existem muitos tipos de linguagem. A fala, os gestos, o desenho, a pintura, a música, a 
dança, o código Morse, o código de trânsito, tudo isso podemos classificar como sendo 
linguagem. As linguagens podem ser organizadas em dois grupos: a linguagem verbal, 
modelo de todas as outras, e as linguagens não verbais. A linguagem verbal é aquela que 
tem por unidade a palavra; as linguagens não verbais têm outros tipos de unidade, como 
o gesto, o movimento, a imagem, etc. Existem também as linguagens mistas, que 
combinam unidades próprias de diferentes linguagens. Nas histórias em quadrinhos, por 
exemplo, a linguagem geralmente é mista, pois elas contêm imagens e palavras. 
 
2.3 A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA 
 
Uma língua nunca é falada de maneira uniforme pelos seus usuários: ela está sujeita a 
muitas variações as quais, sinteticamente, podem ser: 
 
a) de época para época: o português de nossos antepassados é diferente do que 
falamos hoje. Repare que em algumas obras literáriasencontramos palavras como 
“cousa”, “pharmácia” etc. 
 
13 
 
b) de uma região para região: o carioca, o baiano, o paulista e o gaúcho falam de 
maneiras nitidamente distintas observadas pelo emprego de palavras para dar 
nomes a alguns objetos, plantas, situações e também pela articulação fonética. 
 
c) de grupo social para grupo social: pessoas com um nível de escolaridade maior 
consequentemente empregam a língua de uma forma considerada mais “culta” em 
relação àqueles que nunca frequentaram uma escola. Aqui também encontramos a 
fala muito peculiar dos grupos de pessoas que compartilham os mesmos gostos, 
lugares, ideias, como a fala dos surfistas, dos roqueiros, dos que apreciam o funk; 
aqui entramos em contato com as gírias que, em determinadas situações, devem 
ser usadas com mais cuidado independentemente do grupo do qual fazemos parte. 
 
 
d) de situação para situação: cada uma das variantes pode ser falada com mais 
cuidado e vigilância (a fala formal) e de modo mais espontâneo e menos controlado 
(a fala informal). Um executivo, por exemplo, pode fazer uso da linguagem formal 
em seu ambiente de trabalho tendo em vista as pessoas com quem se relaciona, 
mas esse mesmo executivo pode fazer uso da linguagem informal se estiver com 
amigos numa conversa despreocupada e divertida. 
 
Diante de tantas variantes linguísticas, é possível que alguém pergunte qual delas 
é a correta. A resposta para esta pergunta é que não existe a mais correta em termos 
absolutos, mas sim, a mais adequada para cada contexto em que nos encontramos. 
Dessa maneira, fala bem aquele que se mostra capaz de escolher a variante adequada a 
cada situação e consegue o máximo de eficiência dentro da variante escolhida. 
Usar o português rígido, próprio da língua escrita formal, numa situação descontraída da 
comunicação oral é falar de modo inadequado. Soa como pretensioso, pedante, artificial. 
Por outro lado, é inadequado em situação formal usar gírias, termos chulos, 
desrespeitosos. Usar a língua é parecido com vestir-se: assim como existe uma roupa 
adequada para cada situação, também existe uma variedade lingüística adequada a cada 
situação. 
 
14 
 
2.4 EXERCITANDO - ANÁLISE TEXTUAL SOBRE O USO DA LINGUAGEM 
 
COMO UM ADVOGADO TERMINA UM NAMORO!!!!! 
 
Prezada "NOME DA FULANA" 
Em face dos acontecimentos de nosso relacionamento, venho, por meio desta, na qualidade de 
homem que sou apesar de V Sa. não me deixar demonstrar, uma vez que não me foi permitido 
devassar vossa lascívia, retratar-me formalmente, de todos os termos até então empregados à 
sua pessoa, o que faço com sucedâneo no que segue: 
 
A) DA INICIAL: MÁ-FÉ DE VOSSA SENHORIA 
 
1 CONSIDERANDO QUE nos conhecemos na balada e que nem precisei perguntar seu nome 
direito, para logo chegar te beijando-a; 
 
1.2 CONSIDERANDO seu olhar de tarada enquanto dançava na pista esperando eu me 
aproximar; 
 
1.3 CONSIDERANDO QUE com os beijos nervosos que trocamos naquela noite, V.Sa. me induziu 
a crer que logo estaríamos explorando nossos corpos, em incessante e incansável atividade 
sexual. 
 
Passei então, a me encontrar com Vossa Senhoria. 
 
B) DOS PREJUÍZOS 
 
1 CONSIDERANDO QUE fomos ao cinema e fui eu quem pagou as entradas e também o jantar 
após o filme; 
 
2 CONSIDERANDO QUE já levei V. Sa. em boates das mais badaladas e caras, sendo certo que 
fui eu, de igual sorte, quem bancou os gastos; 
 
3 CONSIDERANDO QUE até à praia já fomos juntos, sem que Vossa Senhoria gastasse um 
centavo sequer, eis que todos os gastos eram por mim experimentados, e que V.Sa. não quis nem 
colocar biquíni alegando que estava ventando muito. 
 
C) DAS RAZÕES DE SER DA PRESENTE 
 
15 
 
1 CONSIDERANDO AINDA QUE até a presente data, após o longínquo prazo de duas semanas, 
V.Sa. não me deixou tocar, sequer sua panturrilha; 
 
3CONSIDERANDO QUE Vossa Senhoria ainda não me deixa encostar a mão nem na sua cintura 
com a alegação barata de que sente cócegas; 
 
DECIDO SOBRE NOSSO RELACIONAMENTO O SEGUINTE: 
1 Vá até a mulher de vida airada que também é sua progenitora, pois eu não sou mais um ser 
humano do sexo masculino que usa calças curtas; 
 
2 Não me venha com colóquios flácidos para acalentar bovinos de que pensava que eu era 
diferente; 
 
3 Saiba que vou te processar por me iludir aparentando ser a mulher dos meus sonhos, quando, 
na verdade, só me fez perder tempo, dinheiro, e jogar elogios fora, além de me abalar 
emocionalmente. 
 
Dou assim por encerrado o nosso relacionamento, nada mais subsistindo entre nós, salvo o dever 
de indenização pelos prejuízos causados. 
 
Nestes Termos, 
Pede Deferimento. 
 
 Data e assinatura 
16 
 
QUESTÕES 
1) Como você estudou nos conceitos anteriores, usar o português rígido numa situação 
descontraída da comunicação é falar de modo inadequado, pedante, artificial. 
Considerando o texto em análise, você o considera adequado ou inadequado para a 
situação em questão? Justifique sua resposta. 
.................................................................................................................................... 
.................................................................................................................................... 
.................................................................................................................................... 
 
2) “Usar a língua é parecido com vestir-se: assim como existe uma roupa adequada para 
cada situação, também existe uma variedade linguística adequada a cada situação.” Você 
concorda com essa afirmação? Justifique sua resposta. 
.................................................................................................................................... 
.................................................................................................................................... 
.................................................................................................................................... 
 
3) Como você reescreveria essa carta, terminando o relacionamento com o (a) 
namorado(a)? Ao concluir seu texto, leia-o em para os colegas. 
.................................................................................................................................... 
.................................................................................................................................... 
.................................................................................................................................... 
.................................................................................................................................... 
............................................................................................................................. ............ 
............................................................................................................................. ............ 
 
17 
 
3 GRAMÁTICA DE USOS – HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS 
 
Palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma grafia ou a mesma pronúncia, 
ou mesmo as duas coisas a um só tempo. Mas trazem significados diferentes. 
Os homônimos poder ser: 
1) Homófonos: mesma pronúncia, grafia diferente. 
Ex.: seção – sessão; cela – sela. 
2) Homógrafos: mesma grafia, pronúncia diferente. 
Ex.: acordo (s.) – acordo (verbo); reis – réis. 
3) Perfeitos (ou homófonos e homógrafos). 
Ex.: são (verbo) – são (adjetivo). 
 
Palavras parônimas são aquelas muito parecidas na escrita. Os parônimosnão possuem 
nem a pronúncia nem a grafia iguais. 
Ex.: eminente – iminente; descrição – discrição, deferir - diferir 
 
3.1 PRINCIPAIS HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS 
 
 
cozer (cozinhar) coser (costurar) 
eminente (ilustre) iminente (prestes a acontecer) 
flagrante (no ato) fragrante (aromático) 
discrição (relativo a discreto) descrição (ato de descrever) 
fluir (correr em estado líquido) fruir (desfrutar) 
emergir (vir à tona, aparecer) imergir (mergulhar) 
lustre (luminária) lustro (cinco anos) 
proscrito (desterrado) prescrito (ordenado, vencido) 
despercebido (não notado) desapercebido (desprevenido) 
infringir (transgredir) infligir (aplicar pena, castigo) 
mandado (ordem) mandato (gestão, procuração) 
ratificar (confirmar) retificar (corrigir) 
tráfego (trânsito) tráfico (comércio ilícito) 
sessão (reunião) seção (departamento) 
insipiente (ignorante) incipiente (principiante) 
conserto (reparo) concerto (audição musical) 
18 
 
cela (cubículo) sela (arreio) 
xá (soberano do Irã) chá (bebida) 
preito (homenagem) pleito (disputa, eleição) 
acender (iluminar) ascender (subir) 
intemerato (puro) intimorato (corajoso) 
cervo (veado, gamo) servo (escravo) 
broxa (pincel) brocha (prego) 
taxa (imposto) tacha (prego) 
buxo (árvore) bucho (estômago) 
incerto (duvidoso) inserto (inserido) 
cavaleiro (que monta cavalo) cavalheiro (cortês) 
comprimento (medida) cumprimento (saudação, ato de cumprir) 
prover (abastecer) provir (vir de) 
soar (ecoar) suar (transpirar) 
assoar (limpar o nariz) assuar (vaiar) 
cegar (tirar a visão de) segar (cortar o milho, o trigo) 
descriminar (absolver) discriminar (separar) 
arrochar (apertar) arroxar (tornar roxo) 
extrato (que se extraiu) estrato (camada) 
peão (operário de obras) pião (brinquedo) 
chácara (habitação campestre) xácara (narrativa popular em verso) 
estada (permanência de alguém) estadia (tempo de um navio no porto) 
 
19 
 
3.2 EXERCITANDO - HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS 
 
1 Meus avós saíram do Japão e vieram para o Brasil em 1933. Portanto, aqui no Brasil, 
eles podem ser considerados ____________. 
a) emigrantes 
b) imigrantes 
 
2 Na __________ de erupção do vulcão Etna, os habitantes da Sicília foram retirados de 
suas casas pelo governo italiano. 
a) eminência 
b) iminência 
 
3 Com o ajuste no preço da gasolina marcado para a próxima semana, muitos 
consumidores _____________-se em encher o tanque do seus automóveis. 
a) apressaram 
b) apreçaram 
 
4 Por (I) o limite de velocidade, os guardas rodoviários (II) advertências e multas aos 
motoristas mais descuidados. 
(I) a) infligirem 
 b) infringirem 
(II) a) inflingem 
 b) infringem 
 
5 A __________ de Hugo Chávez foi decisiva na libertação dos sequestrados pelas 
FARC. 
a) intercessão 
b) interseção 
 
6 Vinte e quatro horas após terem prestado depoimentos, o casal recebeu ____________ 
de prisão preventiva. 
a) mandado 
b) mandato 
 
20 
 
7 O novo ministro, ao (I) no Palácio do Planalto, jurou comprometimento e transparência 
até o fim de seu (II). 
(I) a) empossar 
 b) empoçar 
(II) a) mandado 
 b) mandato 
 
8 Correndo sem parar debaixo desse sol, as crianças __________ muito e se desidratam. 
a) soam 
b) suam 
 
9 O IGPM e o INPC, assim como outras tantas _________, foram anunciados com 
moderados aumentos. 
a) taxas 
b) tachas 
 
10 Com o (I) de drogas descendo os morros e invadindo a cidade, o (II) nas principais 
avenidas tem se intensificado devido às constantes blitze policiais. 
(I) a) tráfego 
 b) tráfico 
(II) a) tráfego 
 b) tráfico 
 
11 Espera-se que os _____________ mantenham a paz no estádio no clássico de 
domingo. 
a) expectadores 
b) espectadores 
 
12 Com a (I) de um novo prédio, todas as audiências acontecerão somente na (II) de 
Audiências e poderão ser realizadas em mais de uma (III). 
 
(I) a) seção 
 b) sessão 
 c) cessão 
(II) a) Seção 
21 
 
 b) Sessão 
 c) Cessão 
(III) a) seção 
 b) sessão 
 c) cessão 
 
13 Cumprindo (I) preventivo, a suspeita do crime foi colocada em (II) individual para não 
sofrer agressões de outras presas. 
(I) a) mandado 
 b) mandato 
(II) a) sela 
 b) cela 
 
14 Os organizadores das Olimpíadas em Pequim já encerraram as medições dos (I) de 
todas as pistas de atletismo. Estão todas de acordo com o (II) dos regulamentos. 
(I) a) comprimentos 
 b) cumprimentos 
(II) a) comprimento 
 b) cumprimento 
 
15 Comprar um carro zero com seus ________ pode ficar até R$ 6.000,00 mais caro. 
a) assessórios 
b) acessórios 
 
16 Apesar de ter passado por um impeachment e seus direitos políticos terem sido 
__________, o ex-presidente elegeu-se senador na última eleição. 
a) cassados 
b) caçados 
 
17 Embora o pedido tenha sido (I) pelo reitor, os alunos (II) em suas opiniões quanto à 
(III) de almoço gratuito para estudantes de baixa renda. 
(I) a) deferido 
b) diferido 
(II) a) deferem 
 b) diferem 
22 
 
(III) a) seção 
 b) sessão 
 c) cessão 
 
18 O prefeito já pensa em instituir outro tipo de rodízio de veículos, (I) o intenso (II) na 
capital nos últimos meses. 
 
(I) a) haja visto 
 b) haja vista 
(II) a) tráfego 
 b) tráfico 
 
23 
 
4 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 
 
Um dos grandes desafios no estudo da leitura tem sido como interpretar de modo 
adequado o significado dos textos a que somos diariamente expostos, já que vivemos em 
uma sociedade letrada. 
Esse desafio se acentua quando, em sala de aula, é proposta a análise e a 
discussão de um texto. Uma das grandes queixas dos alunos é que suas considerações 
só estão corretas quando vão ao encontro do que os professores pensam. 
Isso não é verdade, os textos trazem ideias reveladas explicitamente, ou de 
maneira implícita (mas que podem ser depreendidas); fazem referências a verdades 
externas ao texto ou a outros textos e ainda trazem ideias periféricas cuja função é dar 
sustentação à ideia central. Esses aspectos são a base da interpretação e compreensão 
que, portanto, devem ser percebidos e utilizados no processo de leitura e entendimento 
dos textos. 
Até mesmo as questões da área de exatas pedem senso crítico e compreensão de 
enunciados, muitas vezes erra-se uma questão de física por não entender o que foi 
pedido. Trata-se então de interpretação de textos, que se torna exigência de todas as 
disciplinas e também da vida profissional. 
Quando você for buscar uma vaga no mercado de trabalho a criticidade, a 
capacidade de comunicação e de compreensão do mundo serão atributos importantes 
nessa concorrência. (RUSSO, 2004, p.15). 
Assim, nossos estudos visam a minimizar esse problema. Para iniciar esse 
processo é necessário ampliar o conhecimento de mundo, ou seja, ler um pouco de tudo 
e entrar em contato com algumas técnicas de leitura que, certamente, o auxiliarão em 
seus estudos. 
 
4.1 ESTRATÉGIAS DE LEITURA 
Há procedimentos que podem ser utilizadas na leitura de um texto. Observe: 
a) o texto deve ser lido na íntegra, ou seja, a leitura se inicia no título e termina na fonte 
de onde foi retirado o texto. Essas referências, muitas vezes, estão ao final do texto. 
Recomenda-se uma primeira leitura sem interrupções para que se tome conhecimento do 
texto como um todo. 
b) uma segunda leitura deveser feita com o auxílio do dicionário, a fim de dirimir dúvidas 
em relação a uma ou outra palavra cujo significado não se pôde apreender pela leitura do 
todo. 
24 
 
c) observar palavras repetidas ou retomadas, já que elas orientam a identificação do tema 
abordado no texto. 
d) perceber as evidências tipográficas que também nos oferecem informações relevantes 
à compreensão dos textos como, por exemplo, letras maiúsculas, negrito, itálico, aspas. 
e) muitas vezes, lemos com o objetivo de encontrar informações específicas no texto, os 
procedimentos dos itens anteriores certamente favorecerão a localização dessas 
informações. 
f) a verificação de palavras do mesmo contexto semântico (índices, inflação, taxa de juros, 
porcentagem, longo prazo), a observação de elementos do contexto não-linguístico como 
gravuras, gráficos, tabelas, números e até a própria estrutura do texto ( a divisão de 
parágrafos e a disposição das imagens) nos auxiliam a inferir o conteúdo do texto - trata-
se de acionar nosso conhecimento prévio, nosso conhecimento de mundo. 
 
25 
 
5 ANÁLISE INTERPRETATIVA E CRÍTICA DE TEXTOS 
 
De acordo com Ângela Kleiman (2000), a leitura se dá no momento em que 
confrontamos nossos conhecimentos anteriores com os dados fornecidos pelo autor 
mediatizados pelo texto. 
Assim, esses conhecimentos prévios podem ser de 3 ordens: linguístico, textual e 
conhecimento de mundo. 
 
5.1 CONHECIMENTO LINGUÍSTICO 
É o domínio que o leitor tem da língua em que está escrito o texto. 
Domínio do vocabulário e da gramática que facilitam de compreensão do texto. 
O vocabulário específico da área deve ser compreendido. 
 
5.2 CONHECIMENTO TEXTUAL 
Permite ao leitor distinguir os diferentes tipos de texto. 
Dissertação: exposição organizada de ideias. Objetiva a adesão do leitor. 
Narração: relato ou narrativa ficcional 
Descrição: caracterização de seres que podem ser apreendidos pelos sentidos. 
 
Conhecimento Textual também permite ao leitor: 
Numa Dissertação, buscar a tese, levantar os argumentos, conhecer os objetivos do 
autor, seu poder de persuasão. 
Na Narração, entender em que tempo e lugar se passa a ação, quais as personagens, a 
ordem cronológica dos acontecimentos, o tipo de narrador. 
Na Descrição: identificar cenários e ambiente. 
 
5.3 CONHECIMENTO DE MUNDO 
Advém de experiências prévias de 2 ordens: 
Conhecimento Formal: adquirido na escola, na instrução formal 
Conhecimento Informal: adquirido por meio de experiências no convívio social 
Concluindo: 
Pensar a dificuldade de leitura de nossos alunos significa pensar nos conhecimentos 
prévios que trazem, não só do ponto de vista linguístico e textual, mas também de seus 
conhecimentos de mundo, suas experiências no meio em que convivem, nas 
comunidades a que pertencem, no local em que moram. 
26 
 
5.4 EXERCITANDO – ANÁLISE CRÍTICA E INTERPRETATIVA DE TEXTOS 
 
Segundo Severino (2002), as Diretrizes para Leitura e Compreensão de Textos deve 
seguir, pelo menos, três níveis de análise: 
 1- Análise Textual: Nível das Palavras 
 2- Análise Temática: Nível das Ideias 
 3- Análise Interpretativa e Crítica: Nível dos Sentidos 
 
Com base no que você estudou até agora sobre leitura e compreensão de textos, 
faça a análise crítica e interpretativa do texto “Considerações em torno do ato de 
estudar”, de Paulo Freire. Depois, em equipes previamente organizadas, apresente 
os três níveis de análise textual propostas por Severino (2002): Análise Textual, 
Análise Temática e Análise Interpretativa e Crítica. Ao final do texto, você encontrará 
uma breve análise sobre as ideias do autor e que o ajudará a entender as ideias do 
autor. 
Bom trabalho em equipe! 
27 
 
TEXTO PARA ANÁLISE 
 
Considerações em torno do ato de estudar 
 Paulo Freire 
 Estudar é, realmente um trabalho difícil. Exige de quem o faz uma postura crítica sistemática. 
Exige disciplina intelectual que ano se ganha a não ser praticando-a. 
Isto é, precisamente, o que a “educação bancária”* não estimula. Pelo contrário, sua tônica reside 
fundamentalmente em matar nos educandos a curiosidade, o espírito investigador, a criatividade. 
Sua “disciplina” é a disciplina para a ingenuidade em face do texto, não para a indispensável 
criticidade. 
Este procedimento ingênuo ao qual o educando é submetido, ao lado de outros fatores, pode 
explicar as fugas ao texto, que fazem os estudantes, cuja leitura se torna puramente mecânica, 
enquanto, pela imaginação, se deslocam para outras situações. O que se lhes pede, afinal não é a 
compreensão do conteúdo, mas sua memorização. Em lugar de ser o texto e sua compreensão, o 
desafio passa a ser a sua memorização. Se o estudante consegue fazê-lo, terá respondido ao 
desafio. 
Numa visão crítica, as coisas se passam diferentemente. O que estuda se sente desafiado pelo 
texto em sua totalidade e seu objetivo é apropriar-se de sua significação profunda. 
Esta postura crítica, fundamental, indispensável ao ato de estudar, requer de quem a ele se 
dedica: 
a) Que assuma o papel de sujeito deste ato. 
Isto significa que é impossível um estudo sério se o que estuda se põe em face do texto como se 
estivesse magnetizado pela palavra do autor, à qual emprestasse uma força mágica. Se se 
comporta passivamente, “domesticamente”, procurando apenas memorizas as afirmações do 
autor. Se se deixa “invadir” pelo que afirma o autor. Se se transforma numa “vasilha” que deve ser 
enchida pelos conteúdos que ele retira do texto para pôr dentro de si mesmo. 
Estudar seriamente um texto é estudar o estudo de quem, estudando, o escreveu. É perceber o 
condicionamento histórico-sociológico do conhecimento. É buscar as relações entre o conteúdo 
em estudo e outras dimensões do conhecimento. Estudar é uma forma de reinventar, de recriar, 
de reescrever – tarefa de sujeito e não de objeto. Desta maneira, não é possível a quem estuda, 
numa tal perspectiva, alienar-se ao texto, renunciando assim à sua atitude crítica em face dele. 
A atitude crítica no estudo é a mesma que deve ser tomada diante do mundo, da realidade, da 
existência. Uma atitude de adentramento com a qual se vá alcançando a razão de ser dos fatos 
cada vez mais lucidamente. 
Um texto estará tão melhor estudado quando, à medida que dele se tenha uma visão global, a ele 
se volte, delimitando suas dimensões parciais. O retorno ao livro para esta delimitação aclara a 
significação de sua globalidade. 
Ao exercitar o ato de delimitar os núcleos centrais do texto que, em sua interação, constituem sua 
unidade, o leitor crítico irá surpreendendo todo um conjunto temático, nem sempre explicitado no 
índice da obra. A demarcação destes temas deve atender também ao referencial de interesse do 
sujeito leitor. 
Assim é que, diante de um livro, este sujeito leitor pode ser despertado por um trecho que lhe 
provoca uma série de reflexões em torno de uma temática que o preocupa e que não é 
necessariamente a de que trata o livro em apreço. Suspeitada a possível relação entre o trecho 
lido e sua preocupação, é o caso, então, de fixar-se na análise do texto, buscando o nexo entre 
seu conteúdo e o objeto de estudo sobre que se encontra trabalhando. Impõe-se lhe uma 
exigência: analisar o conteúdo do trecho em questão, em sua relação com os precedentes e com 
os que a ele se seguem, evitando, assim, trair o pensamento do autor em sua totalidade. 
28 
 
Constatada a relação entre o trecho em estudo e sua preocupação, deve-se separá-lo de seu 
conjunto, transcrevendo-o em uma ficha com um título que o identifique com o objeto específico 
de seu estudo. Nestas circunstâncias, ora pode deter-se, imediatamente, em reflexõesa propósito 
das possibilidades que o trecho lhe oferece, ora pode seguir a leitura geral do texto, fixando outros 
trechos que lhe possam aportar novas meditações. 
Em última análise, o estudo sério de um livro como de um artigo implica não somente numa 
penetração crítica em seu conteúdo básico, mas também numa sensibilidade aguda, numa 
permanente inquietação intelectual, num estado de predisposição à busca. 
b) Que o ato de estudar, no fundo é uma atitude frente ao mundo. 
Esta é a razão pela qual o ato de estudar não se reduz à relação leitor-livro, ou leitor-texto. 
Os livros em verdade refletem o enfrentamento de seus autores com o mundo. Expressam este 
enfrentamento. E ainda quando os autores fujam da realidade concreta estarão expressando a 
sua maneira deformada de enfrentá-la. Estudar é também e sobretudo pensar a prática e pensar a 
pratica é a melhor maneira de pensar certo. Desta forma, quem estuda não deve perder nenhuma 
oportunidade, em suas relações com os outros, com a realidade, para assumir uma postura 
curiosa. A de quem pergunta, a de quem indaga, a de quem busca. 
O exercício desta postura curiosa termina por torná-la ágil, do que resulta um aproveitamento 
maior da curiosidade mesma. 
Assim é que se impõe o registro constante das observações realizadas durante uma certa prática; 
durante as simples conversações. O registro das ideias que se têm e pelas quais se é “assaltado”, 
não raras vezes, quando se caminha só por uma rua.[...] 
Estas ideias e estas observações, devidamente fichadas, passam a constituir desafios que devem 
ser respondidos por quem as registra. 
Quase sempre, ao se transformarem na incidência da reflexão dos que as anotam, estas ideias os 
remetem a leituras de textos com que podem instrumentar-se para seguir em sua reflexão. 
c) Que o estudo de um tema específico exige do estudante que se ponha, tanto quanto 
possível, a par da bibliografia que se refere ao tema ou ao objeto de sua inquietude. 
d) Que o ato de estudar é assumir uma relação de diálogo com o autor do texto, cuja 
mediação se encontra nos temas de que ele trata. Esta relação dialógica implica a 
percepção do condicionamento histórico-sociológico e ideológico do autor, nem sempre o 
mesmo do leitor. 
e) Que o ato de estudar demanda humildade. 
Se o que estuda assume realmente uma posição humilde, coerente com a atitude crítica, não se 
sente diminuído se encontra dificuldades, às vezes grandes, para penetrar na significação mais 
profunda do texto. Humilde e crítico, sabe que o texto, na razão mesma em que é um desafio, 
pode estar mais além de sua capacidade de resposta. Nem sempre o texto se dá facilmente ao 
leitor. 
Neste caso, o que deve fazer é reconhecer a necessidade de melhor instrumentar-se para voltar 
ao texto em condições de entendê-lo. Não adianta passar a página de um livro se sua 
compreensão não foi alcançada. Impõe-se, pelo contrário, a insistência na busca de seu 
desvelamento. A compreensão de um texto não é algo que se recebe de presente. Exige trabalho 
paciente de quem por ele se sente problematizado. 
Não se mede o estudo pelo número de páginas lidas numa noite ou pela quantidade de livros lidos 
num semestre. Estudar não é um ato de consumir ideias, mas de criá-las e recriá-las. 
 
Paulo FREIRE. Considerações em torno do ato de estudar. In: Ação cultural para a liberdade. 6. ed. Rio 
de Janeiro: Paz e Terra, 1982. Adaptado. 
 
 
29 
 
Paulo Freire, o mentor da educação para a consciência. 
O mais célebre educador brasileiro, autor da pedagogia do oprimido, defendia como 
objetivo da escola ensinar o aluno a "ler o mundo" para poder transformá-lo. 
Márcio Ferrari 
Paulo Freire 
Paulo Freire (1921-1997) foi o mais célebre educador brasileiro, 
com atuação e reconhecimento internacionais. Conhecido 
principalmente pelo método de alfabetização de adultos que leva 
seu nome, ele desenvolveu um pensamento pedagógico 
assumidamente político. Para Freire, o objetivo maior da educação 
é conscientizar o aluno. Isso significa, em relação às parcelas 
desfavorecidas da sociedade, levá-las a entender sua situação de 
oprimidas e agir em favor da própria libertação. O principal livro de 
Freire se intitula justamente Pedagogia do Oprimido e os conceitos 
nele contidos baseiam boa parte do conjunto de sua obra. 
Ao propor uma prática de sala de aula que pudesse desenvolver a criticidade dos alunos, Freire 
condenava o ensino oferecido pela ampla maioria das escolas (isto é, as "escolas burguesas"), 
que ele qualificou de educação bancária. Nela, segundo Freire, o professor age como quem 
deposita conhecimento num aluno apenas receptivo, dócil. Em outras palavras, o saber é visto 
como uma doação dos que se julgam seus detentores. Trata-se, para Freire, de uma escola 
alienante, mas não menos ideologizada do que a que ele propunha para despertar a consciência 
dos oprimidos. "Sua tônica fundamentalmente reside em matar nos educandos a curiosidade, o 
espírito investigador, a criatividade", escreveu o educador. Ele dizia que, enquanto a escola 
conservadora procura acomodar os alunos ao mundo existente, a educação que defendia tinha a 
intenção de inquietá-los. 
 
Aprendizado conjunto 
Freire criticava a ideia de que ensinar é transmitir saber porque para ele a missão do professor era 
possibilitar a criação ou a produção de conhecimentos. Mas ele não comungava da concepção de 
que o aluno precisa apenas de que lhe sejam facilitadas as condições para o autoaprendizado. 
Freire previa para o professor um papel diretivo e informativo - portanto, ele não pode renunciar a 
exercer autoridade. Segundo o pensador pernambucano, o profissional de educação deve levar os 
alunos a conhecer conteúdos, mas não como verdade absoluta. Freire dizia que ninguém ensina 
nada a ninguém, mas as pessoas também não aprendem sozinhas. "Os homens se educam entre 
si mediados pelo mundo", escreveu. Isso implica um princípio fundamental para Freire: o de que o 
aluno, alfabetizado ou não, chega à escola levando uma cultura que não é melhor nem pior do 
que a do professor. Em sala de aula, os dois lados aprenderão juntos, um com o outro - e para 
isso é necessário que as relações sejam afetivas e democráticas, garantindo a todos a 
possibilidade de se expressar. "Uma das grandes inovações da pedagogia freireana é considerar 
que o sujeito da criação cultural não é individual, mas coletivo". A valorização da cultura do aluno 
é a chave para o processo de conscientização preconizado por Paulo Freire e está no âmago de 
seu método de alfabetização, formulado inicialmente para o ensino de adultos. 
 
30 
 
Seres inacabados 
 
O método Paulo Freire não visa apenas tornar mais rápido e acessível o aprendizado, mas 
pretende habilitar o aluno a "ler o mundo", na expressão famosa do educador. "Trata-se de 
aprender a ler a realidade (conhecê-la) para em seguida poder reescrever essa realidade 
(transformá-la)", dizia Freire. A alfabetização é, para o educador, um modo de os desfavorecidos 
romperem o que chamou de "cultura do silêncio" e transformar a realidade, "como sujeitos da 
própria história". 
 
No conjunto do pensamento de Paulo Freire encontra-se a ideia de que tudo está em permanente 
transformação e interação. Por isso, não há futuro a priori, como ele gostava de repetir no fim da 
vida, como crítica aos intelectuais de esquerda que consideravam a emancipação das classes 
desfavorecidas como uma inevitabilidade histórica. Esse ponto de vista implica a concepção do 
ser humano como "histórico e inacabado" e consequentemente sempre pronto a aprender. No 
caso particular dos professores, isso se reflete na necessidade de formação rigorosa e 
permanente. Freire dizia, numa frase famosa, que "o mundo não é, o mundo está sendo".·.Biografia 
 
Paulo Freire nasceu em 1921 em Recife, numa família de classe média. Com o agravamento da 
crise econômica mundial iniciada em 1929 e a morte de seu pai, quando tinha 13 anos, Freire 
passou a enfrentar dificuldades econômicas. Formou-se em direito, mas não seguiu carreira, 
encaminhando a vida profissional para o magistério. Suas ideias pedagógicas se formaram da 
observação da cultura dos alunos - em particular o uso da linguagem - e do papel elitista da 
escola. Em 1963, em Angicos (RN), chefiou um programa que alfabetizou 300 pessoas em um 
mês. No ano seguinte, o golpe militar o surpreendeu em Brasília, onde coordenava o Plano 
Nacional de Alfabetização do presidente João Goulart. Freire passou 70 dias na prisão antes de 
se exilar. Em 1968, no Chile, escreveu seu livro mais conhecido, Pedagogia do Oprimido. 
Também deu aulas nos Estados Unidos e na Suíça e organizou planos de alfabetização em 
países africanos. Com a anistia, em 1979, voltou ao Brasil, integrando-se à vida universitária. 
Filiou-se ao Partido dos Trabalhadores e, entre 1989 e 1991, foi secretário municipal de Educação 
de São Paulo. Freire foi casado duas vezes e teve cinco filhos. Foi nomeado doutor honoris causa 
de 28 universidades em vários países e teve obras traduzidas em mais de 20 idiomas. Morreu em 
1997, de enfarte.·. 
Quer saber mais? 
Convite à Leitura de Paulo Freire, Moacir Gadotti, 176 pág., Ed. Scipione. 
Pedagogia da Esperança - Um Reencontro com a Pedagogia do Oprimido, Paulo Freire, 254 
pág., Ed. Paz e Terra. 
Pedagogia do Oprimido, Paulo Freire, 218 pág., Ed. Paz e Terra. 
 
ATIVIDADE EM EQUIPE 
ESTRATÉGIAS PARA A LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 
 
 
1.º NÍVEL: CONHECIMENTO DAS CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO 
 
A) Quem é o autor 
 
B) Em que momento escreveu sua mais importante e qual o fato histórico 
marcante daquele momento? 
 
 
C) Qual sua visão de mundo? 
 
D) Que influências Paulo Freire o autor sofreu ao longo de sua vida? 
 
 
E) Qual o significado das seguintes palavras e conceitos do texto: “educação 
bancária”, “ideologizante”, “criticidade”, “alienação”. 
 
2.º NÍVEL: ENTENDIMENTO DAS IDEIAS DO AUTOR 
 
A) De que trata o texto: qual o assunto e o tema? 
 
B) Qual o objetivo do autor ao escrever o texto e com que finalidade foi escrito? 
 
C) O que diz o autor (tese): Qual a afirmação principal do autor? 
 
D) Quais são os principais argumentos que o autor utilizou para defender sua tese? 
 
 
3.º NÍVEL: ATRIBUIÇÕES DE SENTIDOS AO TEXTO 
 
A) As ideias do autor são compatíveis com os problemas apresentados? 
 
B) Em que ponto suas ideias se contrapõem a de outros textos? 
 
 
C) Você percebe a influência de outros autores ou de outras concepções dentro do 
texto? 
 
D) Outros autores abordam esse tema, mas com outro enfoque? 
 
 
E) Há subentendidos, linguagem figurada, metáforas no texto? Se houver, elas foram 
bem colocadas? 
 
F) Que sentidos você atribui às ideias apresentadas pelo autor, considerando o 
tempo e o contexto em que foram escritas? 
 
32 
 
 32 
5.5 EXERCITANDO – LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 
 
O texto que se segue é base para responder às questões numeradas de 1 a 11. Leia-o 
atentamente. 
Deserto de Livros 
 
Desgraçadamente, o brasileiro quase não lê. Segundo o Anuário Editorial 
Brasileiro, existe no país uma livraria para cada 84,4 mil habitantes. A vizinha 
Argentina tem uma para cada 6.200. O brasileiro adquire, em média, 2,5 livros por 
ano, aí incluídos os didáticos, que são distribuídos pelo governo a alunos da rede 
pública. O francês compra mais de sete livros por ano. 
E ler é muito mais que tomar conhecimento de um texto qualquer. Ler é 
participar de uma das mais extraordinárias invenções de todos os tempos: os sistemas 
de escrita. Embora a maioria deles se relacione com o idioma, são diferentes deste. 
Enquanto a linguagem é um atributo humano universal, que pode ser aprendida por 
crianças sem exigência de instrução formal, a escrita é uma tecnologia. Ela surgiu 
milênios depois dos idiomas e precisa ser ensinada de geração a geração. Como o 
arco e a flecha, foi inventada várias vezes em diferentes lugares e tempos. 
O sistema mais antigo é provavelmente o cuneiforme sumério (3.300 a.C.), 
seguido de perto pelo hieroglífico egípcio (3.100 a.C.). No início, essas escritas eram 
bastante concretas. O desenho de um boi designava este animal. Era grande a 
dificuldade para grafar ideias abstratas e nomes próprios, para os quais não existem 
símbolos evidentes. O obstáculo é superado quando os sinais passam a representar 
sons, e não mais objetos. Surgem assim os alfabetos. 
Em que pese alguma controvérsia acadêmica, é razoável indicar como primeiro 
alfabeto o fenício, que surgiu no segundo milênio a.C. O fenício desenvolveu 
elementos que já existiam nos hieróglifos e na escrita cuneiforme, mas os radicalizou. 
Os “desenhos” deixaram de significar o que retratavam para indicar apenas sons. A 
partir daí tudo o que pode ser dito pode ser também escrito. 
Quase todos os alfabetos do mundo – o que inclui as escritas latina, grega, 
russa, hebraica, árabe e muitas outras – são desenvolvimentos desse sistema original. 
É difícil conceber uma invenção mais prolífica. 
Dos primórdios até hoje, as grandes mudanças no que diz respeito à escrita 
foram externas ao sistema. Mesmo a grande revolução, a da imprensa, com 
33 
 
 33 
Gutenberg (1398-1468), não alterou a escrita, apenas permitiu a reprodução rápida e 
em grande escala de textos. Em poucas décadas houve enormes consequências 
religiosas, políticas e sociais, como a Reforma. Com o passar dos séculos, surgiu a 
opinião pública e ampliou-se o aceso à educação. O salto científico do século 19 é 
impensável sem a escrita e sem a circulação de texto. A atual revolução digital 
também parece fadada a preservar a escrita como existe há dois milênios. 
Para participar ativamente do mundo moderno, é preciso domínio da leitura. O 
saber e a tecnologia se reproduzem e avançam por meio de pessoas que pensam e 
estão aptas a comunicar suas ideias pela escrita. É fundamental encontrar formas de 
fazer as novas gerações lerem mais. Sem intimidade dos jovens com o texto escrito, o 
futuro do país não será dos mais brilhantes. Fonte: Folha de S. Paulo, 4 mar. 2001. 
 
1) Assinale o ponto de vista defendido pelo autor do texto: 
 
a) Os alfabetos são sistemas muitos antigos. 
b) A participação ativa no mundo moderno depende do domínio da leitura. 
c) O francês compra mais de sete livros por ano. 
d) No início, as escritas eram bastante concretas. 
 
2) Assinale a opção que corresponde ao correto entendimento do trecho abaixo. 
Em que pese alguma controvérsia acadêmica, é razoável indicar como primeiro 
alfabeto o fenício, que surgiu no segundo milênio a.C. 
 
a) Em razão de haver certa controvérsia acadêmica, é lícito aceitar como primeiro 
alfabeto o fenício, que surgiu no segundo milênio a.C. 
b) Apesar de alguma polêmica acadêmica, é razoável indicar como primeiro alfabeto o 
fenício, cujo surgimento ocorreu no segundo milênio a.C. 
c) Como houve certo debate acadêmico, é razoável indicar como primeiro alfabeto o 
fenício, que surgiu no segundo milênio a.C. 
d) Se houver alguma controvérsia acadêmica, é lícito indicar como primeiro alfabeto o 
fenício, cujo surgimento ocorreu no segundo milênio a.C. 
 
34 
 
 34 
3) Assinale a alternativa que NÃO dá sequência ao trecho abaixo, de acordo com o 
que se depreende do texto. 
 É preciso o domínio da leitura, 
a) ainda que seja de extrema importância encontrar novos caminhos que permitam 
aos jovens ter mais intimidade com o texto escrito. 
b) pois o saber e a tecnologiase reproduzem e avançam por meio de pessoas que 
pensam e estão aptas a comunicar suas ideias pela escrita. 
c) visto que, sem intimidade dos jovens com o texto escrito, o futuro do país não será 
dos mais brilhantes. 
d) para que se possa participar ativamente do mundo moderno. 
 
4) Considere o trecho a seguir, extraído do texto. Nele há um termo grifado. 
Considerando o contexto em que esse termo aparece, assinale a opção que o substitui 
por um sinônimo. 
É difícil conceber uma invenção mais prolífica. 
a) decifrar 
b) interpretar 
c) imaginar 
d) perceber 
 
5) Considerando o contexto, assinale a opção que traz um sinônimo que melhor 
substitui o termo grifado no seguinte trecho: 
A atual Revolução digital também parece fadada a preservar a escrita como existe há 
dois milênios. 
a) originada 
b) preparada 
c) destinada 
d) confirmada 
 
35 
 
 35 
6) Considerando o contexto, assinale a opção que traz um sinônimo que melhor 
substitui o termo grifado no seguinte trecho: 
 
Dos primórdios até hoje... 
a) dos procedimentos 
b) das origens 
c) dos insipientes 
d) das circunstâncias 
 
7) Considere o trecho a seguir, extraído do texto. Nele há um termo grifado. 
Considerando o contexto em que esse termo aparece, assinale a opção que o substitui 
por um sinônimo. 
O futuro do país é impensável sem a escrita e sem a circulação de texto. 
a) concebível 
b) inimaginável 
c) imaginável 
d) praticável 
 
8) Assinale a opção que apresenta um fator que não está relacionado diretamente 
com a criação, evolução, difusão e preservação da escrita no mundo, segundo o texto. 
 
a) A grande revolução da imprensa, de Gutenberg. 
b) O surgimento do primeiro alfabeto, o fenício. 
c) A atual revolução digital. 
d) A precariedade das bibliotecas públicas. 
 
9) Considerando o contexto em que o termo grifado surge no texto, podemos afirmar 
que uma invenção prolífica é uma invenção que: 
a) teve muitas consequências. 
b) não teve muita repercussão. 
c) teve poucos desdobramentos. 
d) poderia ter tido mais importância. 
 
36 
 
 36 
10) Dos primórdios até hoje, as grandes mudanças no que diz respeito à escrita foram 
externas ao sistema. Mesmo a grande revolução, a da imprensa, com Gutenberg (c. 
1398-1468), não alterou a escrita, apenas permitiu a reprodução rápida e em grande 
escala de textos. 
De acordo com o texto, quais foram as consequências dessa “grande revolução”? 
................................................................................................................................... 
................................................................................................................................... 
................................................................................................................................... 
................................................................................................................................... 
11) O obstáculo é superado quando os sinais passam a representar sons, e não mais 
objetos. Surgem assim os alfabetos. 
Qual era esse obstáculo? 
................................................................................................................................... 
................................................................................................................................... 
................................................................................................................................... 
 
12) Leia o trecho a seguir: 
“Sem a intimidade dos jovens com o texto escrito, o futuro do país não será dos 
mais brilhantes.” (Folha de S. Paulo, 4 mar. 2001) 
 A partir da leitura do fragmento apresentado, analise a problemática em torno 
da falta do hábito da leitura no Brasil, posicionando-se sobre a questão em um 
comentário de, no máximo, 10 linhas. 
................................................................................................................................. 
................................................................................................................................... 
................................................................................................................................... 
................................................................................................................................... 
................................................................................................................................... 
................................................................................................................................... 
................................................................................................................................... 
................................................................................................................................... 
................................................................................................................................... 
................................................................................................................................... 
37 
 
 37 
6 EXERCITANDO - GRAMÁTICA DE USO 
 
1 Os alunos fizeram uma pesquisa prévia sobre o assunto _______ de escreverem 
seus artigos. 
a) a fim 
b) afim 
 
2 (I) dez anos, não se falava (II) celulares, DVDs, i-pods e MP 3. No entanto, (III) 70% 
de crianças da classe média possuem um ou mais desses eletrônicos em casa. 
(I) a) Há cerca de 
 b) Acerca de 
 c) Cerca de 
(II) a) há cerca de 
 b) acerca de 
 c) cerca de 
(III) a) há cerca de 
 b) acerca de 
 c) cerca de 
 
3 O prefeito já pensa em instituir um outro tipo de rodízio de veículos, (I) o intenso (II) 
na capital nos últimos meses. 
(I) a) haja visto 
 b) haja vista 
(II) a) tráfego 
 b) tráfico 
 
4 Tenho (I) tempo disponível durante a semana que não consigo estudar (II) ler o livro 
recomendado pela professora. 
(I) a) tampouco 
 b) tão pouco 
(II) a) tampouco 
 b) tão pouco 
 
38 
 
 38 
5 (I) muitos anos, o homem sonhou em pisar na lua. Hoje (II) aqueles que já podem 
fazer suas reservas para uma (III) espacial. 
(I) a) A 
 b) Há 
(II) a) a 
 b) há 
 c) hão 
(III) a) viagem 
 b) viajem 
6 Quando ficou (I) das causas da doença, o governador verificou também que, cada 
vez mais, (II) pessoas seguem as medidas de prevenção. 
(I) a) ao par 
 b) a par 
(II) a) menas 
 b) menos 
 
7 Os alunos que foram (I) na prova disseram que seu (II) desempenho deveu-se ao 
fato de terem perdido muitas aulas. 
(I) a) mal 
 b) mau 
(II) a) mal 
 b) mau 
 
8 O técnico preferiu realizar uma (I) de condicionamento físico (II) treino com bola. 
(I) a) seção 
 b) sessão 
(II) a) ao invés de 
 b) em vez de 
 
9 Muitas pizzarias devem corrigir suas placas para: “Fazemos entregas 
______________.” 
a) em domicílio 
b) a domicílio 
39 
 
 39 
 
10 Nosso escritório situa-se (I) Avenida Nações Unidas, mas residimos (II) Avenida 
Getúlio Vargas. 
(I) a) na b) à 
(II) a) na b) à 
 
11 _________ estiver de acordo com as exigências do cliente, a encomenda poderá 
ser devolvida e reposta por outro produto. 
a) Senão 
b) Se não 
 
12 O professor está doente. _____________ cancelou a aula de hoje. 
a) Porisso 
b) Por isso 
13 Não adianta você querer ir _________________ novos projetos do

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