Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
INSTITUTO DE FI´SICA - UFRJ Parte 2 - P1 de Fı´sica I - 2015-2 Questo˜es Discursivas Nas questo˜es em que for necessa´rio, considere que: todos os fios e molas sa˜o ideais; os fios permanecem esticados durante todo o tempo; a resisteˆncia do ar e´ desprezı´vel; a gravidade tem mo´dulo g conhecido. Questa˜o 1 [valor 2,6] Dois blocos A e B, de massas iguais a m, sa˜o ligados entre si por um fio ideal e colocados, em repouso, sobre uma rampa inclinada de um aˆngulo θ em relac¸a˜o a` horizontal. Os coeficientes de atrito cine´tico entre a superfı´cie do plano inclinado e as superfı´cies do bloco A e do bloco B sa˜o, respectivamente, iguais a 2µ e µ. Num dado instante o bloco A e´ puxado por uma forc¸a "F de mo´dulo constante, e paralela a` superfı´cie, de forma que ele passa a se deslocar superfı´cie acima, como mostra a figura. A forc¸a "F tem mo´dulo suficiente para manter os blocos em movimento e o fio esticado. a) Isole os blocos e represente todas as forc¸as que agem em cada bloco, separadamente, identificando-as; b) determine o mo´dulo da acelerac¸a˜o com que os blocos se movem; c) determine o mo´dulo da trac¸a˜o que age no fio que liga os blocos; d) se trocarmos os blocos de posic¸a˜o, mantento a mesma forc¸a aplicada sobre o bloco de cima, qual a diferenc¸a entre os novos valores de acelerac¸a˜o e trac¸a˜o em relac¸a˜o aos encontrados nos itens (b) e (c)? Justifique sua resposta. Questa˜o 2 [valor 2,6] Um certo sistema de propulsa˜o e´ formado por uma mola ideal de constante ela´stica k presa na base de um plano inclinado, de atrito desprezı´vel. Um bloco de massa m e´ colocado pressionando a mola de modo que ele permanece em equilı´brio (Figura 1). Determine: a) a deformac¸a˜o d0 sofrida pela mola em relac¸a˜o ao seu comprimento relaxado. Suponha, agora, que este bloco e´ pressionado ate´ que a mola sofra uma deformac¸a˜o d > d0 em relac¸a˜o ao seu comprimento relaxado, quando, enta˜o, ele e´ solto com velocidade inicial nula (Figura 2). Determine: b) a velocidade do bloco ao passar pela posic¸a˜o de equilı´brio, onde a deformac¸a˜o da mola vale d0. c) Qual deve ser o valor mı´nimo de d para que o bloco se desprenda da mola? 5 Gabarito Questa˜o 1 a) O diagrama de forc¸as que age em cada bloco e´ dado pela figura, onde: "F e´ a forc¸a com que o fio e´ puxado; "NA e "NB , sa˜o as forc¸as normais, exercidas pela superfı´cie sobre cada bloco "PA e "PB sa˜o as forc¸as peso "TA e "TB sa˜o as forc¸as de trac¸a˜o do fio exercidas em A e B respecti- vamente "fA e "fB sa˜o as forc¸as de atrito agindo em A e B respectivamente. b) Aplicando a segunda Lei de Newton para cada bloco, Para o blocomA: "F + "TA + "NA + "PA + "fA = m"aA i) Para o blocomB : "NB + "TB + "PB + "fB = m"aB ii) Como os blocos andam juntos |"aA| = |"aB | = a, |"TA| = |"TB | = T , |"fA| = 2µmgcosθ, |"fB | = µmgcosθ e considerando a direc¸a˜o e sentido do movimento dos blocos, das relac¸o˜es i) e ii), F − T −mgsenθ − 2µmgcosθ = ma iv) T −mgsenθ − µmgcosθ = ma v) A soluc¸a˜o do sistema de equac¸o˜es nos permite obter a; a = F (2m) − 3 2 µcosθg − senθg c) Para obter T vamos usar a relac¸a˜o v). Portanto T = ma+ µmgcosθ +mgsenθ. Com o valor da acelerac¸a˜o a, obtido anteriormente, temos T = m ( F 2m − 3 2 µcosθg − senθg ) + µmgcosθ +mgsenθ ∴ T = F 2 − 1 2 µmgcosθ d) trocando os blocos de posic¸a˜o F − T ′ −mgsenθ − µmgcosθ = ma T ′ −mgsenθ − 2µmgcosθ = ma O valor da acelerac¸a˜o na˜o se altera e o valor da trac¸a˜o e´ T ′ = F 2 + 1 2 µmgcosθ, diferente do valor de T . Calculando ∆T = T ′ − T , obtemos, ∆T = F 2 + 1 2 µmgcosθ − ( F 2 − 1 2 µmgcosθ ) → ∆T = µmgcosθ > 0 Assim, colocando-se o bloco de maior coeficiente de atrito atra´s do bloco de menor coeficiente de atrito, a tensa˜o no fio aumenta; T ′ > T . 7 Questa˜o 2 a) Quando o bloco esta´ em equilı´brio, a resultante das forc¸as agindo sobre ele e´ nula. Aplicando a segunda lei de Newton ao bloco nessa situac¸a˜o (com eixo Ox ao longo do plano inclinado e sentido positivo para cima), temos: eixo x: kd0 −mgsenθ = 0→ d0 = mgsenθ k b) Vamos tomar o zero de energia potencial gravitacional no ponto inicial. Aplicando a conservac¸a˜o de energia entre o ponto inicial e o ponto de equilı´brio, temos: 1 2 kd2 = 1 2 kd20 +mg(d− d0)senθ + 1 2 mv20 Do item anterior, vimos quemgsenθ = kd0, portanto: 1 2 kd2 = 1 2 kd20 + kd0(d− d0) + 1 2 mv20 Reagrupando os termos e usando que d > d0 ao extrair a raiz, obtemos: v0 = √ k m (d− d0)→ v0 = √ k m ( d− mgsenθ k ) c) O bloco se desprendera´ da mola se ele alcanc¸ar a posic¸a˜o em que a mola esta´ relaxada com velocidade na˜o-nula. Portanto, o valor mı´nimo de d sera´ aquele para o qual o bloco alcanc¸a essa posic¸a˜o com velocidade zero. Nessas condic¸o˜es, aplicando a conservac¸a˜o de energia entre o ponto inicial e o ponto em que a mola esta´ relaxada, temos: 1 2 kd2min = mgdminsenθ de forma que: dmin = 2d0 = 2mgsenθ k 8
Compartilhar