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Direito Processual Civil I 2016 (1)

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Teoria Geral do Processo
Profª. Iris Lippi 
e.mail: elippi@uol.com.br
Material obrigatório nas aulas
Código de Processo Civil e leis extravagantes
Constituição Federal
Bibliografia básica: 
Curso de Direito Processual Civil. Humberto Theodoro Júnior. Volume, I , 56ª. ed. (Forense) 
Teoria Geral do Processo - Antonio Carlos de Araújo Cintra, Ada Pelegrine Grinover e Cândido Rangel Dinamarco (Malheiros) 
Novo Curso de Direito Processual Civil - Marcos Vinícius Rios Gonçalves (Saraiva) 
Premissas metodológicas
Constitucionalização do Direito Processual : Interpretar as regras processuais de acordo com o direito processual constitucional 
Instrumentalidade do processo: Perseguir a pacificação de sujeitos ou grupos na solução dos seus conflitos – escopo da jurisdição – O DPC não é o fim, mas o meio para que sejam conferidos resultados justos.
Sociedade e direito
Ubi societas, ibi jus
Função do Direito: controle social pacificação 
“direito material” ou “direito substancial” preveem hipoteticamente um conflito intersubjetivo de interesses – descumprimento de um dever
“conflitos intersubjetivos de interesses” são compostos pelos detentores dos interesses, segundo as normas de direito material Pretensão e resistência
A finalidade da jurisdição é exatamente compor a lide, e o instrumento para isso é o “processo” realização concreta de um direito
Da autotutela à jurisdição
As regras de conduta por si, não são suficientes para garantir o seu cumprimento 
Autotutela (ou autoproteção): o titular do direito impõe pela força o seu interesse – no conflito há composição ou prevalece o interesse do mais forte (justiça com as próprias mãos)
Jurisdição: O Estado tomou para si o poder-dever de solucionar conflitos – elaborando regras de conduta e impondo o seu cumprimento. 
O Estado detém com exclusividade o uso da força física. Na solução de conflitos o Estado substitui a vontade das partes realizando “Justiça”. 
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Jurisdição e Processo
Jurisdição é o Poder Estatal de dirimir conflitos.
 Capacidade de decidir imperativamente e impor decisões. 
 Objetivo da jurisdição: a pacificação social.
 
Processo: instrumento a serviço da paz social, voltada a resolução de conflitos intersubjetivos
Objetivo do Processo: regulamentar a atividade jurisdicional (Poder Judiciário) cuja aplicação deve sempre visar a satisfação do direito material violado 
Direito Processual
Conceito: Direito Processual é o complexo de normas e princípios que regem o método do trabalho, ou seja, o exercício conjugado da jurisdição pelo Estado Juiz. 
Interpretação clássica:
Direito Processual nada mais é que uma “técnica de solução de conflitos”.
Interpretação contemporânea
“O Direito Processual não obstante tenha identidade, função, finalidade e natureza próprias, serve, atende e volta-se para aplicação concreta do direito material” (Cássio Scarpinella).
Aplicação do direito no caso concreto: o processualista deve compreender a razão da sua existência
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Novo rumos do DPC
Alterações legislativas no intuito de solucionar os anseios sociais, denominadas por Mauro Cappelletti, como as três “ondas renovatórias” do Direito Processual :
1º) Aceso à justiça - iniciada pela Lei das Pequenas Causas, Juizados itinerantes 
2º) Tutelas coletivas - superando o individualismo (Ação Civil Pública, Código de Defesa do Consumidor)
3º) Efetividade – Reformas internas visando a otimização – processo como instrumento da realização da justiça (valores sociais e políticos)
Meios alternativos de solução de conflitos
Visa a redução ou dispensa da participação do Poder Judiciário 
1) A arbitragem (Lei 9.306/96): julgamento por um ou mais árbitros escolhidos pelas partes
a) convenção de arbitragem (cláusula contratual); 
b) litígios sobre direitos patrimoniais disponíveis e capacidade das partes que escolhem as regras (desde que de acordo com os PGD, usos e costumes e regras internacionais do comércio); 
c) sentença arbitral irrecorrível; 
d) execução forçada - Judiciário
Meios alternativos de solução de conflitos
2) Mediação: atividade técnica exercida por terceiro imparcial que, escolhido ou aceito pelas partes interessadas, as escuta, orienta e estimula, sem apresentar soluções, com o propósito de lhes permitir a prevenção ou solução de conflitos de modo consensual
3) Conciliação: vontade dos próprios indivíduos autocomposição) 
Pode ser judicial ou extrajudicial e, se houver interesse, homologado pelo juiz posteriormente
Conselho Judicial da Magistratura no Estado de São Paulo: Provimento 783-2002 criou o “Plano Piloto de Conciliação em Segundo grau de Jurisdição” - CNJ – “Conciliar é legal”
Meios alternativos de solução de conflitos
4) Jurisdição voluntária extrajudicial– (Lei 11.441/07) Divórcio e arrolamentos consensuais pelo Cartório de Notas (tabelião) – obrigatória presença do advogado 
5) Juizados Especiais Cíveis e Criminais (Justiça comum e Federal): princípio da oralidade, simplicidade e informalidade, buscando sempre que possível conciliação e a transação.
DA INTERPRETAÇÃO DA LEI PROCESSUAL
Integração do sistema
Apesar da unidade do sistema legislativo, sendo o Direito Processual apenas um ramo, é suficiente autônomo - não se confunde com o direito material que é a sua finalidade – por se tratar de método de atuação do Estado.
 O Direito Processual é ramo de direito público, portanto, suas normas são cogentes. 
 Para melhor compreensão metodológica, exporemos as subdivisão do Direito Processual codificado:
a) Código de Processo Civil: regra geral para todo e qualquer conflito não penal ou trabalhista
Integração do Sistema
b) Código de Processo Penal: aplicação do direito penal (art. 3o. do CPP permite a utilização do CPC em caso de lacuna)
c) Regras Processuais de Direito do Trabalho (CLT): Processo Trabalhista regras específicas (utiliza subsidiariamente as regras do CPC – art. 769 da CLT)
d) Regras Processuais de Direito Público: segunda fase das “ondas renovatórias do processo”, os interesses deixam de ser meramente individuais, são os denominados direitos metaindividuais ou coletivos, cuja legislação traz regras específicas para a efetividade do direito pretendido (ex. consumidor, mandado de segurança, ações coletivas etc.) 
 
1) Integração do sistema: lacuna aplicação subsidiária
Na lacuna, aplicação subsidiária do CPC*: 
Direito processual civil é regra geral para todo e qualquer conflito não penal ou trabalhista, bem como para os procedimentos próprios estabelecidos de acordo com a especialização do direito material 
Regras previsto no CPC servem para complementar a legislação específica que rege a matéria processual
Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente.
Lacuna não preenchida pelo CPC: aplicação do art. 4º. e 5º. da Lei de Introdução das Normas de Direito Brasileiro: analogia e costumes
2) Integração do sistema: constitucionalização do DP
A interpretação e aplicação das regras processuais de acordo com os princípios e normas constitucionais. 
A CF é eleita como elo metodológico fundamental de compreensão: art. 1º. do CPC
CAPÍTULO I: DOS PRINCÍPIOS E DAS GARANTIAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL
 Art. 1º: O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código.
Integração do sistema: atual ordem jurídica da atividade jurisdicional 
Mudança de paradigma na mera interpretação gramatical
Abertura interpretativa da regra ante a valoração dos princípios constitucionais (art. 8º. CPC*)
 + 
 Conceitos vagos e indeterminados das regras no intuito de dar efetividade ao direito material
		 =
 Juiz ao aplicar o direito ao caso concreto (fato) cria formas de concretizar
o direito material: subsunção da norma ao fato, ou seja, a premissa maior é o fato, não a lei. 
*Art. 8º: “Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e da eficiência”. 
Desafio
 Compatibilizar a compreensão e a sistematização desses valores dispersos pela sociedade.
Conceder poder aos magistrados sem que haja abuso.
Juízes legisladores?
3) Integração do sistema: Valor normativo dos precedentes jurisdicionais
Precedentes jurisdicionais: incontestável importância através das súmulas (algumas delas vinculantes) ou jurisprudência dominante dos Tribunais Superiores 
Proporciona celeridade processual (cria atalhos – ex. 932 do CPC*) e segurança jurídica pela isonomia de tratamento: “padrão” 
Método de estudo na análise das súmulas ou leis
Característica da estrutura do common law
*Art. 932. O relator negará seguimento a recurso que for contrário a súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em acórdãos proferidos em Instância Superiores em Recursos Repetitivos
Princípios constitucionais do processo
Constitucionalização do direito
 
O fenômeno chamado de constitucionalização do direito induz à necessidade de todo o sistema jurídico ser analisado, interpretado e aplicado a partir da Constituição. 
Isto quer dizer que a Constituição é o elo metodológico fundamental de compreensão do direito processual civil, e por isso não há mais espaço para que as normas processuais sejam interpretadas sem que tenham a Constituição como base. 
Aplicação dos princípios
Os princípios não se revogam, mas convivem. 
Em caso de conflito, o juiz deverá verificar no caso concreto, qual princípios deverá prevalecer, através das regras da adequação (correspondência entre meios e fins), necessidade (meios para atingir os fins) e proporcionalidade. 
Ponderação de interesses: Para a aplicações dos princípios, a escolha deve ser ponderada de acordo com situações conflituosas, examinando entre os meios e os fins, sopesando vantagens e desvantagens. 
 
Aplicação dos princípios
O intérprete deve medir os valores dos bens jurídicos postos em conflito e decidir, de forma proporcional, qual princípio deverá prevalecer, justificando-o como o mais adequado, pois o mais necessário, sempre tendo como base o respeito maior àquele princípio que na verdade paira sobre todos os demais: a dignidade da pessoa humana (art. 1º, III CF)
Toda decisão judicial deve ser motivada.
Art. 8º. do CPC
STJ: AgRg no REsp 1531181/AL – Rel Min. Assusete Magalhães
CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS. RESPONSABILIDADE DA UNIÃO. ALEGADA OFENSA AO ART. 535 DO CPC. INOCORRÊNCIA. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DOS ENTES FEDERATIVOS. ACÓRDÃO RECORRIDO EM SINTONIA COM A JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE. SÚMULA 83/STJ. MEDICAMENTO NÃO INCORPORADO AO SUS (...).
Ao decidir a controvérsia, o Tribunal de origem considerou ser devido o fornecimento de medicamentos, com base no art. 196 da Constituição Federal, sobretudo porque, diante da ponderação do direito à saúde com os demais princípios constitucionais que lhe são contrapostos, bem como da conclusão do laudo pericial, restou demonstrada a indispensabilidade do medicamento para a manutenção da vida e saúde do paciente. Assim, verifica-se que o Tribunal de origem decidiu a controvérsia, acerca do fornecimento de medicamentos, sob o enfoque eminentemente constitucional, o que torna inviável a análise da questão, em sede de Recurso Especial, sob pena de usurpação da competência do STF. Precedentes do STJ (STJ, AgRg no AREsp 584.240/RS, Rel. Min. BENEDITO 1ª.T, DJe de 03/12/2014; STJ, AgRg no REsp 1.473.025/PR, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, 2ª.T, DJe de 03/12/2014).
Princípios constitucionais
1 - Princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional ou do acesso à justiça (direito de ação) 
artigo 5º XXXV, da CF: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça de direito” 
Garanta a toso o acesso à Justiça e destaca a função preventiva: afastar ameaça (tutelar direito)
Função jurisdicional: Estado
Negar o acesso ao Judiciário seria inconstitucional?
Arbitragem: Lei 9.307/96 (ampliada pela Lei 13.129/15)
decisão arbitral = sentença judicial (títulos executivo judiciais)
Acesso à justiça e Arbitragem
Requisitos da arbitragem: pessoas capazes e direitos patrimoniais disponíveis
Lei 9.317/96 - : Art. 3º. “As partes interessadas podem submeter a solução de seus litígios ao juízo arbitral mediante convenção de arbitragem, assim entendida a cláusula compromissária e o compromisso arbitral”;
A Lei da Arbitragem seria inconstitucional? STF: SE-AgR 5206/EP - Espanha: Rel. Sepúlveda Pertence (2001)
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=345889
Art. 3º “Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. 
§ 1º é permitida a arbitragem, na forma da lei”. 
Para que haja o afastamento da jurisdição pela arbitragem, deverá ser suscitado pelo réu na sua defesa (art. 485, VII).
Acesso à justiça: Assistência judiciária integral e gratuita
Art. 5º, LXXIV da CF: O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recurso
Onda de acesso à justiça
Lei nº 1.060, de 05 de novembro de 1959
(Lei da Assistência Judiciária aos necessitados)
Defensoria pública 
Lei dos Juizados Especiais (pagamento de despesas e honorários apenas em fase recursal) 
Previsão da gratuidade nos art. 98/102 do CPC 
Acesso à justiça: vedado limitação
Súmula Vinculante 28 
É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário. 
2 – Princípio do devido processo legal ou due process of law
Art. 5º, LIV da CF: “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”
Condições para o desenvolvimento do processo – método de atuação do Estado-Juiz
Processo justo, conforme as regras previamente estipuladas: legitimação do procedimento (forma específica)
Desde a sua provocação até o final do processo 
Desdobra-se em inúmeras garantias que estão espalhadas nos própria constituição que estudaremos separadamente
STF: RE 158215/RS
COOPERATIVA - EXCLUSÃO DE ASSOCIADO - CARÁTER PUNITIVO - DEVIDO PROCESSO LEGAL. Na hipótese de exclusão de associado decorrente de conduta contrária aos estatutos, impõe-se a observância ao devido processo legal, viabilizado o exercício amplo da defesa. Simples desafio do associado à assembléia geral, no que toca à exclusão, não é de molde a atrair adoção de processo sumário. Observância obrigatória do próprio estatuto da cooperativa.
3 - Princípio do juiz natural (princípio da imparcialidade)
art. 5º, XXXVII da CF: “não haverá tribunal de exceção” (contingências particulares – o órgão julgador deve preexistir ao fato posto sob o julgamento) 
art. 5º, LIII da CF: “ninguém será processado senão pela autoridade competente” (alguém investido de jurisdição)
julgamento pelo juiz natural Juiz imparcial
Declaração Universal do Direito do Homem (ONU 1948): “toda pessoa tem direito de condições de plena igualdade, de ser ouvida publicamente e com justiça por um tribunal independente e imparcial, para a determinação de seus direitos e obrigações ou para o exame de qualquer acusação contra ela em matéria penal”.
Princípio do juiz natural
Juiz natural (imparcialidade) há três conceitos: 
a) os órgão jurisdicionais são apenas instituídos na Constituição Federal (art. 92 da CF)
b) ninguém pode ser julgado por órgão constituído depois da ocorrência do fato (art. 5º, XXXVII CF)
c) ordem imperativa de competência (art. 5º, LIII CF) impede o direcionamento ou discricionariedade
d) o juiz deve ser imparcial, isento, sem vínculo com as partes. Vedado ao juiz julgar em caso de impedimento ou suspeição (art. 144 e 145 CPC).
A imparcialidade do juiz é uma garantia de tratamento igualitário entre as partes (art. 7º CPC) e de um justo julgamento. 
4 - Princípios do contraditório e da ampla defesa
art. 5º, LV da CF: “os litigantes em processo judicial ou administrativo e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”. 
“Ciência e Resistência” ou “informação e reação”
Contraditório é o direito de influir, de influenciar, na formação do magistrado. 
O Estado-juiz não pode decidir sem garantir previamente ampla e real possibilidade de participação, daqueles que sentirão os efeitos da decisão – “Processo Democrático”.
Princípios do contraditório e da ampla defesa
Proibição da “decisão surpresa”: Art. 10. O Juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento ao qual não tenha se dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício . 
Art. 9º: Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida (obs. Inc. I e II)
“princípio da cooperação” – a forma de melhor decidir com todas as informações possíveis – busca da verdade real (art. 6º)
Questionamento: Amplo contraditório prejudicaria a celeridade? 
Princípio da ampla defesa
Permitir que o réu tenha meios efetivos, concretos, de se defender, através de mecanismos (recursos) e técnicas.
Meios efetivos para permitir a ampla defesa: assistência jurídica integral e gratuita, mandado de citação com informações sobre a ação que está sendo ajuizada (local, prazo para defesa, resumo dos fatos, pedido), intimações, notificações, etc..
Nos processos criminais, mesmo o acusado (réu) sendo revel, será nomeado um defensor (art. 261 e 263 CPP), caso a defesa for em padrão inferior ao mínimo tolerável, o réu será dado como indefeso e processo será anulado.
 
Princípio da ampla defesa
O inquérito policial é mero procedimento administrativo que visa colheita de provas para informar sobre fato infringente da norma e sua autoria.
SÚMULA VINCULANTE Nº 14: 
“É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa”. 
5- Princípio da isonomia ou igualdade
Art. 5º, caput e I da CF: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I -  homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
Igualdade perante a lei é premissa para igualdade de tratamento pelo juiz no processo
Art. 7º do CPC: isonomia, juiz deve zelar.
Conhecido como “princípio da igualdade de tratamento isonômico das partes”, o Estado-juiz deve tratar de forma igual os litigantes, dando-lhe as mesmas oportunidades: paridade ou igualdade de armas.
Princípio da isonomia ou igualdade
Igualdade substancial: tratar igual os iguais e de forma desigual os desiguais, na medida exta da desigualdade combatida
Tratamento diferenciado no processo visa atingir o equilíbrio entre as partes, sem caracterizar “privilégio” – suficiente justificado 
ex. art. 6º do CDC (inversão do ônus da prova), assistência judiciária aos hipossuficientes (art. 5º, LXXIV da CF)
Prazo distinto para MP e Fazenda Pública: A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da vista pessoal dos autos, mediante carga ou remessa), 
.
Princípio do contraditório + isonomia
Questionamento: Na ausência da Lei, o próprio juiz deve criar condições efetivas para realização do princípios constitucionais do contraditório e isonomia ou restaria comprometido o princípio do devido processo legal?
6 - Princípio da publicidade dos atos processuais
Art. 5º, LX da CF: “a lei só poderá restringir publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou interesse social o exigirem” - art. 93, IX e X da CF “todos os julgamentos dos órgão do Poder Judiciário são públicos ”.
Não admite julgamentos “secretos” – amplo acesso aos processos em andamento, audiência portas abertas, publicações das decisões em imprensa oficial – disponível a quem quer que seja.
Meios eletrônicos e mídias televisivas: julgamentos audiovisual.
Regra: publicidade 
Princípio da publicidade dos atos processuais
As restrições da publicidade: defesa da intimidade ou interesse social o exigirem 
Segredo de justiça: Acesso ao processo limitado às partes e seus advogados
Art. 11. CPC: Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. 
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada somente a presença das partes, de seus advogados ou defensores públicos, ou do Ministério Público.
Princípio da publicidade dos atos processuais x direito à intimidade
Art. 93, IX da CF: Preservação do direito à intimidade da informação x interesse público das informações: deverá ser ponderado (justificado)
CPC: Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia, tramitam em segredo de justiça os processos:
 I - em que o exigir o interesse público ou social; 
Il - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes; 
III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade; 
IV – que versem sobre arbitragem, inclusive à respeito ao cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo. 
7 - Princípio da decisão motivada ou fundamentação
Art. 93, IX e X da CF: “fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade”.
Visa evitar discricionariedade do julgador e dar resposta ao jurisdicionado dos “motivos” que levaram a conclusão do magistrado – razões de decidir – explicação, fundamentação suficiente (questões de fato e de direito)
Fundamentação aliada à publicidade: permite controle das decisões judicias, razão do magistrado decidir: “prestar contas do exercício de sua função jurisdicional”.
Princípio da decisão motivada ou fundamentação
A decisão deverá (necessariamente) ser fundamentada, sob pena de nulidade.
O juiz deve indicar os motivos de seu convencimento.
Poderá a motivação ter defeito:
a) Intrínseco: falta de lógica entre a fundamentação e a decisão (contradição) ou
b) Extrínseco: deixa de analisar provas ou alegações (obscuridade e omissão)
 Análise de cada decisão (casuística) para saber se está suficiente fundamentada, não sendo exigido que tenha abordado todas as questões controvertidas suscitadas no processo.
Princípio da decisão motivada ou fundamentação
REsp Nº 639.239DF (2004/0014238-6) Min rel. Luiz Fux
“Inexiste ofensa ao art. 535 do CPC, quando o Tribunal de origem, embora sucintamente, pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos. Ademais, o magistrado não está obrigado a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisão”. 
Ver artigo 489 § 1º. (peculiarize o caso julgado) e § 2ºdo CPC (critérios de ponderação)
8 - Princípio da proibição da prova ilícita
 art. 5 LVI da CF: “são inadmissíveis no processo, as provas obtidas por meio ilícito”.
Prova ilícita: aquela que fere (contra) o ordenamento jurídico
 Igualmente fere o ordenamento jurídico a forma da obtenção da prova, por mais que seu conteúdo seja real.
 Prova ilícita por
derivação ou denominada teoria do fruto da árvore envenenada (fruits of the poisonous tree): prova obtiva pelo meio ilícito contamina as demais provas que dela decorrem, mesmo que lícitas.
Princípio da proporcionalidade: verificação no caso concreto se há interesses maiores, por ex. a segurança pública ou se puder beneficiar o acusado.
Princípios da Ampla Produção Probatória e da Proibição da Prova Ilícita 
art. 5 XII da CF: Preservação da intimidade: "é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal“.
A Lei 9.296/96, permite quebra de sigilo telefônico para fins de instrução criminal: 
Art. 1º. “A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça”.
Lei Complementar 105/2010: dispõe sobre o sigilo das operações financeiras
Princípios da Ampla Produção Probatória e da Proibição da Prova Ilícita 
Correspondência eletrônica – sigilo
Direito à intimidade x Direito à propriedade
 1ª. Turma do TST : “Pode o empregador monitorar e rastrear a atividade do empregado no ambiente de trabalho, em "e-mail" corporativo, isto é, checar suas mensagens, tanto do ponto de vista formal quanto sob o ângulo material ou de conteúdo. Não é ilícita a prova assim obtida, visando a demonstrar justa causa para a despedida decorrente do envio de material pornográfico a colega de trabalho. Inexistência de afronta ao art. 5º, incisos X, XII e LVI, da Constituição Federal” (ARE - 61300-23.2000.5.10.0013).
Princípios da Ampla Produção Probatória e da Proibição da Prova Ilícita 
Princípio da atipicidade da prova: Todos os meios legais e moralmente legítimos
Art. 369 do CPC: As partes têm direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar fatos em que se funda a ação ou a defesa e influir eficazmente na livre convicção do juiz.
Questiona-se:
A juntada de página das redes sociais privadas (bloqueada) na internet, seria considerada válida? 
Princípios da Ampla Produção Probatória e da Proibição da Prova Ilícita 
Questionamentos:
A gravação de conversa entre duas pessoas, captada por terceiro, sem consentimento ou conhecimento dos interlocutores, é válida como prova no processo cível?
A gravação de conversa entre duas pessoas é válida quando apenas uma delas tem ciência do fato? (vide STF RE 402.717-8, Rel. Min. Cezar Peluso)
Princípios da Ampla Produção Probatória e da Proibição da Prova Ilícita 
PROVA. Criminal. Conversa telefônica. Gravação clandestina, feita por um dos interlocutores, sem conhecimento do outro. Juntada da transcrição em inquérito policial, onde o interlocutor requerente era investigado ou tido por suspeito. Admissibilidade. Fonte lícita de prova. Inexistência de interceptação, objeto de vedação constitucional. Ausência de causa legal de sigilo ou de reserva da conversação. Meio, ademais, de prova da alegada inocência de quem a gravou. Improvimento ao recurso. Inexistência de ofensa ao art. 5º, incs. X, XII e LVI, da CF. Precedentes. Como gravação meramente clandestina, que se não confunde com interceptação, objeto de vedação constitucional, é lícita a prova consistente no teor de gravação de conversa telefônica realizada por um dos interlocutores, sem conhecimento do outro, se não há causa legal específica de sigilo nem de reserva da conversação, sobretudo quando se predestine a fazer prova, em juízo ou inquérito, a favor de quem a gravou.
 STJ - É válida escuta autorizada para uma operação e utilizada em outra (HC 123285)
Interceptações telefônicas autorizadas em diferentes operações da Polícia Federal são consideradas legais. 
As investigações na Operação Saúva, a Polícia Federal descobriu que o principal beneficiário de um esquema de fraudes em licitações no Amazonas mantinha contato com o auditor para receber orientação de como comportar-se perante a Receita Federal. 
A defesa afirma que o auditor é vítima de constrangimento ilegal, já que a quebra do sigilo telefônico é nula, pois ele não participava da investigação inicial e, por isso, não existe qualquer indício que fundamente a escuta. 
O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) havia negado o pedido, por entender que foi demonstrada a indispensabilidade da quebra do sigilo telefônico do acusado, em razão da sua necessidade para a apuração dos crimes noticiados por meio de outra interceptação telefônica autorizada judicialmente, que serviu como notícia-crime para a autorização da abertura de uma nova investigação e, até mesmo, com nova interceptação telefônica
A decisão foi mantida pelo STJ – Rel. Ministro Jorge Mussi.
9 - Princípio do duplo grau de jurisdição
Princípio expresso apenas no art. 158 Constituição do Império de 1.824.
Abrangido no princípio da ampla defesa (princípio implícito – art. 5º LV: aos litigantes em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes). 
Prevê a possibilidade da parte ter direito, por via de recuso, a revisão de eventual decisão monocrática, de juiz de primeiro grau (primeira instância) injusta ou errada, permitindo sua reforma por órgão colegiado superior – é o reexame da decisão por julgadores de instância superior.
Natureza política: Forma de controle das decisões judiciais.
Princípio do duplo grau de jurisdição 
Primeira revisão é ampla e devolve ao Tribunal (órgão de segundo grau ou segunda Instância) toda a matéria apreciada em pelo juízo monocrático de primeira Instância.
Os recursos nos Tribunais Superiores restringem apenas às previsões constitucionais (art. 102, II e 105, II e 108, II da CF) de matérias explicitamente julgadas (prequestionamento) e não caibam mais recursos nos Tribunais.
Obs. Não há subordinação, mas hierarquia entre os juízes de instância superior e inferior 
Princípio do duplo grau de jurisdição
“Princípio da colegialidade”: manifestação dos Tribunais brasileiros deve ser plural, ou seja, colegiada, não pode ser realizada por um só de seus membros isoladamente, monocraticamente.
Garantia fundamental de boa justiça (Nelson Nery Jr.)
Princípio da colegialidade x racionalidade e celeridade dos julgamentos
Previsto julgamento monocrático em jurisprudência dominante de Tribunais Superiores ou daquele Tribunal (art. 932, IV CPC) – entretanto cabe recurso para que a decisão seja colegiada (agravo interno – art. 1.021) 
Princípio do duplo grau de jurisdição
Exceções:
Do duplo grau: Decisões proferidas pelo Pleno do Supremo Tribunal Federal (art. 102, I da CF)
Do julgamento por órgão superior: Juizados Especiais prevê que os julgamentos dos recurso não sejam realizados por jurisdição superior, mas por juízes da mesma instância (art. 41, § 1º da Lei 9.099/95 e art. 98, I da CF).
Questionamento:
Considerando a necessária celeridade, toda decisão judicial deve ser passível de recurso?
10 - Princípio da Razoável Duração do Processo: Economia e Eficiência Processual
 Reforma do Judiciário: E.C. 45/2004 – inseriu como garantia fundamental a razoável duração do processo.
 art. 5º LXXVIII: “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação”. 
Art. 4º (CPC): “As parte têm direito de obter em prazo razoável a solução integral da lide, incluída a atividade satisfativa”.
Economia processual visa produzir o máximo de resultado com o mínimo de esforço.
Os métodos empregados devem ser mais racionalizados, otimizados, tornando mais eficiente e menos oneroso (economia) no intuito de concretizar (dar efetividade)
o princípio.
Princípio da razoável duração do processo
Previsão legislativa concreta
Autorização de atos por meios exclusivamente eletrônicos (Lei 11.419/06 e art. 193 CPC)
Atividade jurisdicional ininterrupta: vedado férias coletivas de juízos de primeiro e segundo grau e instituído plantão judiciário (Art. 93, inciso de XII da CF)
Distribuição automática dos processos de todos os graus de jurisdição (art. 93, XV da CF) 
Prática de atos administrativos pode ser delegada a servidores(art. 93, XIV da CF)
Câmaras regionais (art. 125, § 6º da CF) 
Justiça itinerante (art. 125, § 6º da CF)
Princípio da razoável duração do processo
CPC: Dever do Estado juiz, das partes e dos procuradores zelar pelo solução rápida da lide
Art. 6º (CPC): “As partes e seus procuradores devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva”.
Art. 139 (CPC): “O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: II – Velar pela razoável duração do processo; III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir postulações meramente protelatórias (...)” 
. 
Princípio da razoável duração do processo
Celeridade X ampla defesa
A busca de um julgamento mais célere, não pode ser entendido de forma generalizada sob pena de colocar em risco a segurança jurídica do “devido processo legal” e “ampla defesa”.
Deverá haver no caso concreto preponderância adequada na escolha do princípio que deverá ser levado em conta. 
Princípios processuais
Princípios gerais do direito processual
Além dos princípios processuais constitucionais, o processo possui outros princípios normatizados que os complementam.
Trata-se de normas-princípios de aplicação prática e força cogente, que da mesmo forma comporta ponderações no caso concreto, ou seja, deve ser verificada a proporcionalidade em sentido estrito, após aferir se o ato ou a aplicação do princípio é adequada e necessária. Vide art. 8º e art. 489, II, § 2º (critérios gerais de ponderação). 
1 - Princípio da ação ou princípio da inércia ou princípio da demanda
Atribui à parte a iniciativa de provocar o exercício da função jurisdicional, visando à satisfação de uma pretensão. 
A jurisdição é inerte e exige provocação do interessado: Nemo judex sine actore (sem autor não há jurisdição).
Garantia de liberdade do indivíduo.
Aliás, caso a demanda pudesse ser instaurada pelo juiz, ficaria propenso a julgar favoravelmente a ela.
Art. 2º. CPC: O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo exceções previstas em lei. 
Princípio da ação ou princípio da inércia ou princípio da demanda
Exemplos de exceções prevista em lei: 
execução trabalhista (art. 878 da CLT) e a 
arrecadação da herança jacente (art. 738 CPC: Nos casos em que a lei considere jacente a herança, o juiz em cuja comarca tiver domicílio o falecido procederá imediatamente à arrecadação de todos os seus bens). 
Princípio da ação ou princípio da inércia ou princípio da demanda
Do princípio da demanda derivam: 
 - princípio dispositivo: Preconiza que o juiz não pode conhecer de matéria a cujo respeito a lei exige a iniciativa da parte.
 - Princípio da adstrição: Vinculado ao princípio da demanda (ou da ação), estabelece que o juiz não pode tomar providências no processo que superem os limites do pedido realizado pelas partes: Ne eat iudex ultra petita partium (o juiz não pode ir além dos pedidos das partes).
 X
Princípio inquisitivo: A liberdade que o juiz possui tanto na relação processual (que é possível desde que prevista em lei), bem como no seu desenvolvimento.
Princípio da ação ou princípio da inércia ou princípio da demanda
Coexistência dos princípios dispositivos e inquisitivos
O CPC ampliou os poderes do juiz no processo, permitindo de agir de ofício, ou seja, sem iniciativa da parte.
Ex. art. 297 CPC: “O juiz poderá determinar as medidas que considerada adequadas para a efetivação da tutela provisória”.
Medidas de ofício x imparcialidade do juiz 
art. 139: o juiz deverá..I- Assegurar as partes igualdade de tratamento
Princípio da isonomia: igualar as partes sem ferir a imparcialidade
O princípio dispositivo restou adstrito à propositura da ação e ao limite da lide (causa de pedir e pedido).
Princípio dispositivo e da livre investigação das provas (inquisitivo)
Processo penal e na Justiça trabalhista (CLT art. 795) predominou o sistema da livre investigação das provas (verdade real), no processo civil se confiava às partes o interesse no produção da prova (verdade formal).
No atual processo, o juiz deve buscar a verdade real, mesmo se tratar de direitos disponíveis, cumprindo seu ofício de dar a efetiva tutela jurisdicional a quem tem razão, investigando se necessário e determinando a produção de provas que entender pertinentes (art. 370: Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito).
2 - Princípio da persuasão racional (livre convencimento motivado)
O juiz deverá julgar de acordo com as provas realizadas no processo, sem que haja hierarquia entre elas, salvo prova legal (CPC art. 406: Quando a lei exigir o instrumento público como da substância do ato, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta).
Art. 371(CPC) O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação do seu convencimento.
3 - Princípio do impulso oficial
Compete ao juiz, uma vez instaurada a relação processual, assegurar a continuidade dos atos procedimentais, até exaurir o dever estatal de prestar o serviço ao jurisdicionado.
O processo não deve ficar parado, uma vez iniciado, deve chegar ao seu fim em prazo razoável, observado as regras procedimentais, determinado o juiz o cumprimento pelas partes. 
Art. 2o. NCPC: O processo começa por iniciativa da parte, nos casos e nas formas legais, salvo exceções previstas em lei, e se desenvolve por impulso oficial.
Princípio do impulso oficial
Art. 139 (CPC): “O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: II – velar pela duração razoável do processo; III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir postulações impertinentes ou meramente protelatórias (...)” 
4 - Princípio da cooperação 
As partes devem buscar de forma responsável, leal e honesta a melhor forma de solucionar o conflito.
Justiça contemporânea: o juiz deve tomar uma postura de intermediação, facilitando a comunicação, o diálogo entre as partes: “procedimento argumentativo da busca cooperativa da verdade”. 
CPC Art. 6º: “Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si, para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva”.
5 - Princípio da Legalidade
A jurisdição desempenha função de pacificar os conflitos sob dupla submissão ao princípio da legalidade: o procedimento tem que ser o definido em lei, pra garantir o “devido processo legal” e o provimento de mérito que se põe fim o litígio será pronunciado com base em lei material pertinente.
Ninguém é obrigado a fazer nada senão em virtude lei.
Art. 8º juiz atenderá...legaliade
6- Princípio da efetividade
Processo que seja capaz de realizar adequadamente a tutela jurisdicional efetiva e tempestiva – de forma prática e concreta
De acordo com as necessidades concretas das pessoas que vão ao juízo
Novos direitos que só podem ser tutelados de forma preventiva – Tutela inibitória preocupada com o futuro 
Princípio da Efetividade 
Processo é o instrumento (meio) para a realização concreta do direito material
Ex. procedimentos especiais/tutelas diferenciadas
 ações coletivas 
 penhora on line
Art. 4º CPC: As partes têm direito de obter em prazo razoável a solução integral da lide, incluída a atividade satisfativa
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- Princípio da proporcionalidade
Princípio da proporcionalidade (origem alemã), correspondente ao princípio da razoabilidade do direito americano (balance of conveniente) .
Interpretação e aplicação dos princípios no caso concreto pode gerar conflitos por serem antagônicos, em que um deles deve preponderar (prevalecer) sobre o outro.
O juiz deve julgar ponderando de forma proporcional no caso concreto, no intuito de compatibilizar os princípios conflitantes.
Preponderância valorativa em condições reais e no caso concreto que deverá observar a adequação do ato, necessidade e proporcionalidade, para que, através de uma solução fundamentada, os resultado possam ser obtidos com a menor lesão possível.
 DIREITO INTERTEMPORAL
Normas processuais e a sua aplicação
Aplicação do Direito Processual no espaço
Todos os processos que correm em território nacional devem se respeitar as regras processuais brasileiras + tratados internacionais (Brasil signatário) 
CPC Art. 13. A jurisdição civil será regida unicamente pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados ou convenções internacionais de que o Brasil seja parte. 
CPC Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes em todo o território nacional, conforme as disposições deste Código. 
 
Aplicação do Direito Processual no espaço e tempo
Sistema federativo: art. 22, I da CF: compete privativamente à União legislar sobre direito processual.
Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015.
Vacatio legis: Art. 1.045.  Este Código entra em vigor após decorrido 1 (um) ano da data de sua publicação oficial, ou seja, 18 de março de 2015.
Art. 6º da LINDB: A lei em vigor terá efeito processual não retroagirá para atingir o ato jurídico perfeito e a coisa julgada
NCPC: Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da lei revogada. 
 
A lei processual nova e os processos em curso
a) Processo já findo (extinto) nada alterará
b) Processo novos – nova lei
c) Processos em andamento: respeitam-se os atos processuais já realizados (tempus regit actum) só valem para os atos futuros
Lei entra em vigor quando o ato ainda não foi concluído, mas já foi iniciado:
 a) observa-se a regra anterior ou
 b) quando beneficia pode ser excepcionalmente utilizada a nova regra (ex. aumento de prazo recursal) 
Aplicação do Direito Processual no tempo
NCPC: Art. 1.046.  Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos processos pendentes, ficando revogada a Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973.
§ 1o As disposições da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973, relativas ao procedimento sumário e aos procedimentos especiais que forem revogadas aplicar-se-ão às ações propostas e não sentenciadas até o início da vigência deste Código.
§ 2o Permanecem em vigor as disposições especiais dos procedimentos regulados em outras leis, aos quais se aplicará supletivamente este Código.
§ 3o Os processos mencionados no art. 1.218 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973, cujo procedimento ainda não tenha sido incorporado por lei submetem-se ao procedimento comum previsto neste Código. 
§ 4o As remissões a disposições do Código de Processo Civil revogado, existentes em outras leis, passam a referir-se às que lhes são correspondentes neste Código.
Art. 1.047. As disposições de direito probatório adotadas neste Código aplicam-se apenas às provas requeridas ou determinadas de ofício a partir da data de início de sua vigência.
 
Aplicação do Direito Processual no tempo
NCPC: Art. 1.046.  Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos processos pendentes, ficando revogada a Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973.
§ 1o As disposições da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973, relativas ao procedimento sumário e aos procedimentos especiais que forem revogadas aplicar-se-ão às ações propostas e não sentenciadas até o início da vigência deste Código.
§ 2o Permanecem em vigor as disposições especiais dos procedimentos regulados em outras leis, aos quais se aplicará supletivamente este Código.
§ 3o Os processos mencionados no art. 1.218 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973, cujo procedimento ainda não tenha sido incorporado por lei submetem-se ao procedimento comum previsto neste Código. 
§ 4o As remissões a disposições do Código de Processo Civil revogado, existentes em outras leis, passam a referir-se às que lhes são correspondentes neste Código.
Art. 1.047. As disposições de direito probatório adotadas neste Código aplicam-se apenas às provas requeridas ou determinadas de ofício a partir da data de início de sua vigência.
 
Aplicação do Direito Processual no tempo
Enunciado do Fórum permanente de processualistas civis
Enunciado 267: Os prazos processuais iniciados antes da vigência do CPC serão integralmente regulados pelo regime revogado. 268.
Enunciado 268. A regra de contagem de prazos em dias úteis só se aplica aos prazos iniciados após a vigência do Novo Código
 
Aplicação do Direito Processual no tempo
A regra da irretroatividade na matéria processual
aplica-se as súmulas
STJ: HABEAS CORPUS Nº 89.568 - RJ (2007/0203717-1) 
RELATOR : MINISTRO OG FERNANDES 
IMPETRANTE : EDMILSON ROSENDO LEITE 
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PACIENTE : EDMILSON ROSENDO LEITE (PRESO) 
EMENTA HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL. MINISTÉRIO PÚBLICO. APELAÇÃO. TEMPESTIVIDADE. MUDANÇA DO ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL. CASOS FUTUROS. 1. A contagem do prazo para a interposição do recurso especial ocorreu de forma correta, em consonância com a orientação firmada, à época, por esta Corte, que entendia que a intimação das decisões judiciais para o Ministério Público deveria ocorrer com a aposição do ciente por seu representante. 2. A mudança de entendimento implementada pela nova leitura feita pelas Cortes Superiores deve alcançar os casos futuros, não aqueles consolidados na constância da orientação anterior. 3. Ordem denegada.
Questionamento
Lei 8.009/90- Institui a impenhorabilidade do bem de família, que se trata de impossibilidade de penhorar a moradia familiar para garantir processos executivos. 
As decisões que desconstituíram a penhora do bem de família, em razão da entrada em vigor da Lei 8.009/90 estão equivocadas?
Processo digital
http://www.tjsp.jus.br/
Proc. 1047948-24.2014.8.26.0100

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