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O MÉTODO CIENTÍFICO Ciência da Informação Engenharia de Petróleo e Gás Profa Elaine Ferreira MÉTODO CIENTÍFICO A palavra método é de origem grega e significa conjunto de etapas e processos a serem vencidos ordenadamente na investigação dos fatos ou na procura da verdade. (RUIZ, 1993, p.137) 2 MÉTODO CIENTÍFICO ÉÉ o conjunto das o conjunto das atividades sistematividades sistemááticasticas e e racionaisracionais queque, com maior seguran, com maior segurançça e economia,a e economia, permite permite alcanalcanççar o objetivo.ar o objetivo. que, no casoque, no caso, , consiste consiste em caminhar em direem caminhar em direçção a melhores modelosão a melhores modelos para para os fenômenos que observamos no mundo realos fenômenos que observamos no mundo real, , tratraççando o caminho a ser seguido, detectando ando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientistaerros e auxiliando as decisões do cientista. . (LAKATOS; MARCONI, 1998, p.40)(LAKATOS; MARCONI, 1998, p.40) 3 MÉTODO CIENTÍFICO É um conjunto de procedimentos por intermédio dos quais problemas científicos podem ser analisados e hipóteses científicas verificadas. (BUNGE, 1974) 4 MÉTODO CIENTÍFICO “É um procedimento regular, explícito e passível de ser repetido para conseguir-se alguma coisa, seja material ou conceitual.” (BUNGE, 1980) 5 MÉTODO CIENTÍFICO • O papel do método é o de ordenar o encaminhamento da investigação, contrapondo-se a uma busca aleatória, sem objetivos definidos. • Esta concepção traz, implícito, a necessidade da definição dos objetivos da pesquisa, antes mesmo do desenvolvimento do método. 6 Esta metodologia leva ao seguinte plano formal de desenvolvimento de uma pesquisa: • Apresentar o tema; • Enunciar o problema; • Rever a bibliografia existente; • Formular hipóteses e definir variáveis; • Observar e fazer os experimentos; • Interpretar as informações obtidas; • Tirar conclusões. ( 7 OS DIFERENTES MÉTODOS CIENTÍFICOS Cada cientista, em função da sua área de conhecimento, suas crenças pessoais e do grupo a que pertence, vai privilegiar uma epistemologia. • Epistemologia Teoria da ciência Teoria do conhecimento 8 OS DIFERENTES MÉTODOS CIENTÍFICOS Epistemologia: “Estudo crítico dos princípios, hipóteses e resultados das ciências já constituídas e que visa determinar os fundamentos lógicos, o valor e o alcance objetivo delas”. (FERREIRA, 1986, p. 673) 9 OS DIFERENTES MÉTODOS CIENTÍFICOS 1. MÉTODO INDUTIVO 2. MÉTODO DEDUTIVO 3. MÉTODO HIPOTÉTICO DEDUTIVO 4. MÉTODO DIALÉTICO (HEGEL) 5. MÉTODO FENOMENOLÓGICO (HUSSERL) 6. MÉTODO HERMENÊUTICO INTERPRETATIVO ETC. 10 MÉTODO INDUTIVO A indução científica ou incompleta estabelecida por Galileu e aperfeiçoada por Francis Bacon, fundamenta-se na causa ou na lei que rege os fenômenos ou fatos observados, em um número significativo de casos (um ou mais), mas não em todos os casos. 11 MÉTODO INDUTIVO Neste sentido, a lei não exprime a totalidade, mas expressa uma parte dos fenômenos. Assim, a partir da observação de um ou mais fatos particulares, pode-se induzir para todos os fatos semelhantes. 12 MÉTODO INDUTIVO • “Indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas partes observadas”. (LAKATOS; MARCONI, 1994, p.46)LAKATOS; MARCONI, 1994, p.46) 13 MÉTODO INDUTIVO “O objetivo dos argumentos indutivos é levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais se basearam”. (LAKATOS; MARCONI, 1994, p.46) • Premissa = Fato ou princípio que serve de base a um raciocínio 14 MÉTODO INDUTIVO “[...] premissas verdadeiras [...] nos indutivos conduzem apenas a conclusões prováveis [...]” (LAKATOS; MARCONI, 1982, p.47) Ex: Premissas: • Cobre conduz energia. • Petróleo é um combustível natural constituído basicamente de hidrocarbonetos. 15 MÉTODO INDUTIVO “ [...] pode-se afirmar que as premissas de um argumento indutivo correto sustentem ou atribuem certa verossimilhança à sua conclusão. Assim quando as premissas são verdadeiras, o melhor que se pode dizer é que sua conclusão é, provavelmente, verdadeira”. (CERVO; BREVIAN 1978 apud LAKATOS; MARCONI, 1982, p.47) 16 MÉTODO INDUTIVO Ex: Premissas: Cobre conduz energia. Zinco conduz energia. Cobre e zinco são metais. Conclusão: Todo metal conduz energia. 17 MÉTODO INDUTIVO • O ponto de partida do método indutivo é a observação dos fatos e dos fenômenos, da realidade objetiva. • O seu ponto de chegada é a elaboração de modelos que regem o comportamento dos fatos e dos fenômenos observados. 18 MÉTODO INDUTIVO • A lei que rege o ponto de chegada para a elaboração de um modelo, expressa realmente a totalidade do comportamento dos fatos e fenômenos observados. 19 MÉTODO INDUTIVO • Na verdade, a indução não é um raciocínio único, mas um conjunto de procedimentos, uns empíricos, outros lógicos, outros ainda, intuitivos. 20 Empíricos= baseado apenas na experiência; sem caráter científico Lógicos = raciocínio com exatidão e coerência MÉTODO DEDUTIVO • Tem o propósito de explicar o conteúdo das premissas. • Utiliza a dedução para a explicação. 21 Dedução = processo pelo qual, com base em uma ou mais premissas, se chega a uma conclusão, em virtude da correta aplicação das regras lógicas. Lógicos = raciocínio com exatidão e coerência MÉTODO DEDUTIVO Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão deve ser verdadeira. Toda a informação da conclusão já estava, pelo menos implicitamente, nas premissas. (LAKATOS; MARCONI, 1982, p.55) MÉTODO DEDUTIVO ARGUMENTOS CONDICIONAIS • AFIRMAÇÃO DO ANTECEDENTE • NEGAÇÃO DO CONSEQUENTE (LAKATOS; MARCONI, 1982, p.57) MÉTODO DEDUTIVO AFIRMAÇÃO DO ANTECEDENTE Se p, então q; Ora, p; Então, q. Ex.: Se José tirar nota inferior a 5, estará reprovado. José tirou nota inferior a 5. José será reprovado. (LAKATOS; MARCONI, 1982, p.57) MÉTODO DEDUTIVO NEGAÇÃO DO CONSEQUENTE Se p, então q; Ora, não q; Então, não p. Ex.: Se a água ferver, então alcançou 100oC. A temperatura não atingiu 100oC. Então a água não ferverá. (LAKATOS; MARCONI, 1982, p.58) MODELO HIPOTÉTICO DEDUTIVO • Sua preocupação é obter o controle a priori das fontes de variação. • É um processo sistemático de investigação, o qual envolve uma série de passos seqüenciais, a saber: 26 MODELO HIPOTÉTICO DEDUTIVO • Identificação de um problema, • Construção de um modelo teórico: formulação de hipótese(s), • Obtenção de dados (procura por suportes racionais ou empíricos), • Teste das hipóteses (aceita ou rejeita) • Adição das conclusões na teoria (generalização e replicação, ajuste do modelo, sugestões para futuros trabalhos). (BUNGE, 1974, apud LACATOS; MARCONI, 1982, p. 68-69) 27 MODELO HIPOTÉTICO DEDUTIVO • Uma hipótese, no senso comum, pode ser definida como uma tentativa de se adivinhar a resposta para um problema. • No meio acadêmico, é definida como uma proposição que possa ser avaliada, refutada ou aceita, por meio de uma investigação. 28 MODELO HIPOTÉTICO DEDUTIVO Existem, pelo menos, quatro abordagens principais utilizadas na pesquisa científica: • correlações, • histórico de casos, • estudos de campo, • estudo experimental. 29 MODELO HIPOTÉTICO DEDUTIVO • Correlações:são empregadas para estabelecer relações que permitam predições ou grupamentos de elementos homogêneos. • Histórico de casos, unido à correlação, é útil para estabelecer a causalidade das relações. 30 MODELO HIPOTÉTICO DEDUTIVO • Estudos de campo consistem em se observar eventos ocorrendo em um meio ambiente natural e, diferem da abordagem experimental onde, para se ter controle sobre as variáveis, trabalha-se em um meio ambiente artificial. 31 MODELO HIPOTÉTICO DEDUTIVO • Experimentos exploratórios, confirmatórios e estudos piloto são conduzidos para formular hipóteses, confirmá-las / refutá-las ou reforçá- las, respectivamente. • Demonstrações diferem de experimentos por não exigirem a manipulação de variáveis. • Estudos quasi-experimentais combinam trabalho de campo e de laboratório (projeto piloto). 32 MÉTODO DIALÉTICO • As contradições se transcendem dando origem a novas contradições que passam a requerer solução. • Percebemos a realidade através de uma interpretação dinâmica e totalizante. • Consideramos que os fatos não podem ser considerados fora de um contexto social, político, econômico, etc. 33 MÉTODO FENOMENOLÓGICO • A realidade é construída socialmente. • No método fenomenológico estamos preocupados com a descrição direta da experiência tal como ela é. • A realidade é entendida como o compreendido, o interpretado, o comunicado. 34 MÉTODO HERMENÊUTICO INTERPRETATIVO • Discute a possibilidade de pesquisa qualitativa, considerando a linguagem do inconsciente diferente da linguagem da consciência, simbólica e passível de exegese através dos seus produtos. • O produto do inconsciente proposto para exegese são os mitos vivenciados no cotidiano. 35 • Os métodos, em função dos tipos de variáveis com que trabalhamos em ciência, podem ser classificados em qualitativos, quantitativos e quali-quantitativos. • Pesquisadores que utilizam, metodologia qualitativa e quantitativa de pesquisa, pontuam, pois do ponto de vista epistemológico, nenhuma das duas abordagens é mais científica do que a outra. 36 • Para Lakatos (1983), um programa de pesquisa é formado por um núcleo, um cinturão protetor, e uma heurística (método heurístico). • O núcleo consiste nos pressupostos fundamentais de uma teoria e se mantêm constante ao longo de todo o programa, à medida em que as teorias são modificadas ou substituídas por outras. 37 • O método heurístico propõe que nenhum problema, por mais bem definido que seja, possa ser completamente respondido. • Não temos um produto, a solução, mas um processo interminável de perguntas, soluções, novas perguntas que, a cada giro, iluminam melhor nossa compreensão relativa à questão em estudo. 38 REFERÊNCIAS • BUNGE, M. La investigación científica: su estrategia y su filosofia. 5.ed. Barcelona: Ariel, 1974. • BUNGE, M. Epistemologia: curso de atualização. São Paulo: T.A,Queiroz/EDUSP, 1980. • FERREIRA, A.B.H. Novo Dicionário Aurélio da Lingua Portuguesa.2.ed rev. ampl. Rio de Janeiro/RJ: Editora Nova Fronteira, 1986. • LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos da metodologia científica. São Paulo: Atlas, 1994.. • LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Metodologia científica. São Paulo: Atlas, 1982. • RUIZ, J. A. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. São Paulo: Ed. Atlas, 1990.
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