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Resumo II empresarial I (Rached)

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Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Direito Empresarial I 
 
1 
I. TEORIA GERAL DO DIREITO EMPRESARIAL 
 
1. PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS DO DIREITO EMPRESARIAL 
 
1.1 Princípios do direito empresarial 
 
 Liberdade de iniciativa: Art 170, CF: “A ordem econômica, fundada na valorização 
do trabalho humano e na livre-iniciativa, tem por fim assegurar a todos a existência 
digna, conforme ditames da justiça social, observados os seguintes princípios”. Nas 
palavras de André Luis Santa Cruz “A ideia de que a livre iniciativa é algo antagônico a 
outros princípios ditos “sociais” é deveras equivocada. A história é pródiga em 
exemplos que demonstram que as sociedades mais livres e que defendem com mais 
veemência o princípio da livre iniciativa são mais desenvolvidas, social e 
economicamente, e ostentam menos desigualdade e mais qualidade de vida.” 
 
 Liberdade de concorrência 
 
 Proteção à propriedade privada. 
Art 170, CF: “A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na 
livre-iniciativa, tem por fim assegurar a todos a existência digna, conforme ditames da 
justiça social, observados os seguintes princípios: II – Propriedade privada” 
 
 Regime mais benéfico às micro empresas e empresas de pequeno porte 
 Segurança jurídica (Tutela da confiança) 
 Preservação da empresa. (da atividade empresarial e não do sujeito) 
 
1..2 Características do direito empresarial 
 
 Avesso às formalidades. 
 Voltado ao patrimônio mobiliário e a bens imateriais. 
 Cosmopolita: voltado à internacionalização 
 Voltado para as massas e não ao sujeito 
 
2. A EMPRESA 
 
2.1 Conceito: 
 
A definição de empresa possui relação direta com o âmbito de atuação do direito 
empresarial, já que este regula tanto a atividade empresarial quanto os atos praticados 
por quem exerce essa atividade. 
 
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Direito Empresarial I 
 
2 
 Conceito econômico de empresa: É uma noção ligada à organização dos 
fatores de produção (capital, trabalho e natureza) para realização de uma 
atividade econômica. Partindo dessa noção econômica determina-se o 
conceito jurídico de empresa: 
 
 
 Atividade: É o conjunto de atos destinados a uma finalidade comum. 
 Econômica: Criação de novas utilidades. Criação de riquezas, que consiste na 
basicamente na transformação de matéria prima ou interposição na circulação de 
bens, aumentando o valor destes. 
 Organizada: Coordenação e programação dos atos para atingir um fim. A 
organização deve ter um caráter relevante dentro da atividade. 
 Finalidade: A atividade deve ser dirigida ao mercado e não para uso pessoal. 
 A empresa não se confunde com o empresário, que é quem exerce atividade 
empresarial, nem com o estabelecimento empresarial, que é o conjunto de bens que o 
empresário utiliza para exercer a empresa. 
2.2 Quatro perfis da empresa – Alberto Asquini: 
“o conceito de empresa é o conceito de um fenômeno jurídico poliédrico, o qual tem 
sob o aspecto jurídico não um, mas diversos perfis em relação aos diversos elementos 
que ali concorrem”. (Alberto Asquini) 
A) Perfil subjetivo  A empresa como sujeito (empresário). PF ou PJ. 
B) Perfil funcional  Empresa como atividade empresária. “particular força em 
movimento que é a atividade empresarial dirigida a um determinado escopo 
produtivo” 
C) Perfil Objetivo  Empresa como estabelecimento empresarial 
D) Perfil Corporativo  Empresa como “comunidade laboral, uma instituição que 
reúne o empresário e seus auxiliares ou colaboradores”. “Núcleo organizado em 
função de um fim econômico comum.” (Concepção ultrapassada) 
 
 
 
Art 966  “ (...) atividade econômica organizada para a produção ou a circulação 
de bens ou de serviços” 
 
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Direito Empresarial I 
 
3 
3. O EMPRESÁRIO 
 
3.1 Conceito: 
Pode ser tanto pessoa física (empresário individual) como pessoa jurídica (sociedade 
empresária). CC, Art. 966: 
 
 
 
Elementos característicos da condição de empresário: 
 Economicidade: Exerce atividade para criação de riquezas 
 Organização: Organiza os fatores de produção (natureza, trabalho e capital). A 
organização dos fatores de produção é preponderante sobre a atividade 
pessoal. 
 Profissionalidade: Deve exercer a atividade com estabilidade e habitualidade. 
 Assunção do risco: O empresário assume o risco total da empresa 
 Direcionamento ao mercado: A atividade é voltada para satisfação de 
necessidades alheias e não pessoais. 
3.2 Exclusão do conceito de empresário 
Art 966, Parágrafo único, CC  “Não se considera empresário quem exerce profissão 
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de 
auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de 
empresa.” 
 
Nesses casos, a atividade pessoal é preponderante em relação à organização dos 
fatores de produção, não constituindo o “elemento de empresa”. 
Enunciado 194, III JDC “Os profissionais liberais não são considerados empresários, 
salvo se a organização dos fatores da produção for mais importante que a atividade 
pessoal desenvolvida” 
Caso a situação se inverta e a organização dos fatores de produção torne-se mais 
relevante que a atividade pessoal, a sociedade passará a ser considerada empresária. 
(Ex.: Consultório médico que, incialmente explora atividade médica, passa a contratar 
diversos médicos, a vender produtos, abre filiais etc.. Sendo que os sócios pouco 
exercem atividade pessoal, dedicando-se exclusivamente à organização dos FP) 
“Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica 
organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.” 
Em suma, empresário é aquele que exerce empresa. 
 
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Direito Empresarial I 
 
4 
3.3 O empresário individual 
Empresário individual é a pessoa natural que exerce profissionalmente 
atividade econômica organizada para produção ou circulação de bens ou serviços. Se 
não fizer de forma empresarial, será considerado profissional liberal. 
 Empresário individual não tem patrimônio próprio e distinto da empresa. (como 
acontece na maioria das sociedades), logo não possui autonomia patrimonial, 
possuindo no máximo, um benefício de ordem, segundo o qual primeiro os bens da 
empresa devem ser executados e depois os do empresário. Enunciado 5, I JDC “Quanto 
às obrigações decorrentes de sua atividade, o empresário individual tipificado no 
artigo 966 do Código Civil responderá primeiramente com os bens vinculados à 
exploração de sua atividade econômica, nos termos do artigo 1.024 do Código Civil”. 
 Responsabilidade: É direta e ilimitada. Responde com todos os seus bens pelas 
dívidas contraídas tanto na vida civil quanto no exercício da atividade empresarial. 
 O empresário individual só pode iniciar uma empresa se tiver capacidade civil plena 
ou quando for emancipado, como no caso do estabelecimento civil ou comercial, 
desde que tenha economia própria e no mínimo 16 anos. Contudo, poderá o 
empresário incapaz continuar a atividade empresarial, se preenchidos os requisitos 
legais. 
3.4 Impedimentos para o empresário individual 
Há duas hipóteses de impedimento para o exercício individual da atividade 
empresária: A) Impedimento legal; B) Incapacidade civil 
- Impedimentos legais 
(exemplificativo) 
 Militares 
 Membros ministério público e magistrados 
 Servidores públicos federais 
- Incapacidade 
 A regra é que o incapaz não pode exercer individualmente a atividade de empresa. 
 Exceção:◌ Por meio de representante ou assistido 
◌ Para continuar a empresa (o incapaz NÃO pode abrir uma empresa) 
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Direito Empresarial I 
 
5 
◌ Incapacidade superveniente (o sujeito já era empresário individual e torna-se 
incapaz) OU 
◌ Sucessão causa mortis (adquire a titularidade por sucessão) 
◌ O magistrado observará a conveniência do caso e os riscos (mediante 
jurisdição voluntária) 
 Se o assistente ou representante for impedido – Juiz nomeará um ou mais 
gerentes. 
 Se o juiz achar conveniente -- Nomeará um ou mais gerentes. 
o Não exime o Representante Ou assistente dos atos praticado pelos 
gerentes nomeados. 
 Os bens do incapaz não ficam sujeitos ao resultado da empresa, desde que não 
pertencentes ao acervo desta. Esses bens, juridicamente protegidos, devem constar no 
alvará de autorização para exercício da atividade. (Apenas os bens que o incapaz 
possuía ao tempo da interdição ou sucessão e estranhos à empresa) 
 A vedação é para exercício individual de empresa. O incapaz pode ser sócio, pois 
sócio não é empresário, empresário é a sociedade. 
 Para ser sócio o incapaz: 1) não pode exercer poderes de administração; 2) o capital 
deve estar totalmente integralizado; 3) deve ser representado ou assistido. 
 A autorização é precária, podendo ser revogada a qualquer tempo, ouvidos os 
representantes legais. 
2.5 O Empresário Rural 
O ordenamento jurídico confere uma faculdade ao exercente de atividade 
rural, seja pessoa física ou jurídica, de constituir-se como sociedade empresária, 
registrando-se devidamente na junta comercial. Se optar por não fazer tal registro, 
não estará sujeito ao regime empresarial e não será considerado empresário. 
Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, 
observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer 
inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, 
depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a 
registro. 
 
 
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Direito Empresarial I 
 
6 
2.6 O Empresário Casado 
 Apenas o empresário individual. Sociedade não casa. 
Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde 
que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da 
separação obrigatória. 
 Essa regra vale apenas para sociedades criadas a partir de 2002. 
 Apenas para regime de comunhão universal ou separação obrigatória de bens. 
 Apenas entre os cônjuges, já que podem contratar sociedade com terceiros. 
Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer 
que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa 
ou gravá-los de ônus real. 
4. REGISTRO DO EMPRESÁRIO 
 
O Registro tem como finalidade dar publicidade aos atos e não eficácia. Tem 
natureza declaratória, visto que a empresa existe mesmo sem estar registrada, e 
excepcionalmente constitutiva, como no caso do exercente de atividade empresarial, 
que será considerado empresário apenas após o registro. 
Enunciado 198 do CJF: “A inscrição do empresário na Junta Comercial não é requisito 
para a sua caracterização, admitindo-se o exercício da empresa sem tal providência. O 
empresário irregular reúne os requisitos do art. 966, sujeitando-se às normas do 
Código Civil e da legislação comercial, salvo naquilo em que forem incompatíveis coma 
sua condição ou diante de expressa disposição em contrário” 
 Empresário: Registro público de empresas mercantis 
 Sociedade simples: Cartório de registro civil das pessoas jurídicas 
 O registro deve ser feito antes de iniciar as atividades Art. 967. É obrigatória a 
inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva 
sede, antes do início de sua atividade. 
 Art. 969. O empresário que instituir sucursal, filial ou agência, em lugar sujeito à 
jurisdição de outro Registro Público de Empresas Mercantis, neste deverá também 
inscrevê-la, com a prova da inscrição originária. 
 Os atos de registro de empresários individuais devem ser visados por advogado 
 
 
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Direito Empresarial I 
 
7 
 Atos de registro: 
A) Matrícula: É o registro de determinados profissionais liberais (leiloeiros, 
tradutores públicos, intérpretes comerciais, trapicheiros e administradores de 
armazéns gerais). 
B) Arquivamento: Inscrição de empresários individuais, constituição, dissolução e 
alteração das sociedades empresárias. 
C) Autenticação: Registro de instrumentos de escrituração. 
5. ESCRITURAÇÃO DO EMPRESÁRIO 
 
Apenas o pequeno empresário está dispensado da escrituração (art 1179, § 2, CC). 
 Funções da escrituração: A) Organizar os negócios; B) Servir de prova de atividade 
para terceiros; C) Servir de prova para o fisco. 
A escrituração deve seguir o mesmo método contábil durante a vida da empresa 
(uniformidade temporal), ser fiel a realidade (fidelidade) e goza de sigilo relativo, que 
pode ser quebrado por interesse público (sigilo). (Princípios da escrituração) 
 Os livros fiscais devem ser autenticados na junta comercial. 
 Único livro obrigatório: Diário (pode ser substituído pelo sistema de fichas ou 
escrituração eletrônica); Para alguns ramos a legislação exige outros livros 
obrigatórios. 
5.1 Força probatória da escrituração 
Art. 226. Os livros e fichas dos empresários e sociedades provam contra as pessoas a 
que pertencem, e, em seu favor, quando, escriturados sem vício extrínseco ou 
intrínseco, forem confirmados por outros subsídios. 
 Contra o empresário: Livros fazem prova plena, mesmo com vícios. 
 A favor do empresário: Livros só fazem prova se não conterem vícios 
extrínsecos ou intrínsecos e acompanhados de outros subsídios. 
6. ESTABELECIMENTO COMERCIAL 
 
 Barreto Filho: “É o complexo de bens, materiais e imateriais, que constituem o 
instrumento utilizado pelo comerciante, para exploração de determinada atividade 
mercantil”. 
Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para 
exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária. 
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Direito Empresarial I 
 
8 
 O local onde o empresário exerce sua atividade empresarial é apenas um dos 
elementos do estabelecimento empresarial. 
 Estabelecimento empresarial não é sinônimo de patrimônio do empresário. Este 
pode ou não compor aquele. O patrimônio fará parte do estabelecimento se guardar 
um liame com o exercício da atividade fim do empresário. É a organização do 
empresário sobre o complexo de bens que dá a este a natureza de estabelecimento 
comercial. O que define um em bem como pertencente ao estabelecimento é o fato 
de ser usado como meio para exercício da atividade. 
 
 O empresário não precisa ser proprietário de todos os bens que compõem o 
patrimônio, já que podem ser locados. 
 
6.1 Natureza jurídica 
 
 Teoria Atomista (Ascarelli): Não há um complexo uno com um regime jurídico uno. 
Cada bem possui um regime de circulação própria e individualizada; 
 
 Teorias universalistas: Estabelecimento é uma universalidade de fato ou de direito: 
 Universalidade: Conjunto de elementos que, quando reunidos, podem ser 
concebidos como coisa unitária, algo novo e distinto que não representa 
mera junção dos elementos componentes. 
 
 De fato: A reunião dos bens é determinada por um ato de vontade 
 De direito: A reunião dos bens é determinada por lei. 
A doutrina majoritariamente considera o estabelecimentoempresarial como uma 
universalidade de FATO. 
 
6.2 Composição 
 
O estabelecimento comercial é composto por todos os bens materiais e 
imateriais que estejam a serviço da atividade fim da empresa. 
 
- Materiais: (ex.) Mercadorias do estoque, mobiliário, equipamentos, maquinarias. 
- Imateriais: (ex.) Patentes de invenção, marcas registradas, nome empresarial, título 
do estabelecimento, ponto comercial e nomes de domínio. 
 
Enunciado 7 da JD comercial: “O nome de domínio integra o estabelecimento 
empresarial como bem incorpóreo para todos os fins de direito.” 
 
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Direito Empresarial I 
 
9 
 Ponto comercial: Não se confunde como imóvel utilizado pelo empresário. É um 
bem imaterial que compõe o estabelecimento comercial. Está relacionado com a 
localização da realização das atividades. 
 
 A Clientela não compõe o estabelecimento comercial, não sendo transferível. 
 
 Aviamento: É um sobrevalor em relação aos valores individuais dos bens que 
compõem o estabelecimento empresarial. É aptidão da empresa de produzir lucro. O 
aviamento compõe o valor do estabelecimento: 
 
Soma dos componentes do estabelecimento: A + B + C + D = X 
Valor do estabelecimento: X + Y (y = aviamento) 
 
STJ Súmula - 451: É legítima a penhora da sede do estabelecimento comercial. 
 
5.3 Negócios sobre o estabelecimento comercial 
 
Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de negócios 
jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza. 
 
Com a venda do estabelecimento ocorre alteração na titularidade do controle da 
sociedade. 
 
 Publicidade dos atos: Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação, o 
usufruto ou arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a 
terceiros depois de averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade 
empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa 
oficial. 
 
 O estabelecimento pode ser alienado como um todo (universalidade de fato) através 
do contrato chamado “trespasse”, alterando-se o titular do estabelecimento. 
 
 Artigo 1145 protege os credores do alienante. “Se ao alienante não restarem bens 
suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento 
depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, de modo 
expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação.” 
 
 Cláusula de não concorrência: Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o 
alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco 
anos subseqüentes à transferência. Enunciado 489 do CFJ: “ A ampliação do prazo de 
5 anos de proibição de concorrência pelo alienante ao adquirente do estabelecimento, 
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Direito Empresarial I 
 
10 
ainda que convencionada no exercício da autonomia da vontade, pode ser revisada 
judicialmente, se abusiva” 
Enunciado 233 da III JDC: A sistemática do contrato de trespasse delineada pelo CC, 
especialmente seus efeitos obrigacionais, aplica-se quando o conjunto de efeitos 
obrigacionais somente bens transferidos importar a transmissão da funcionalidade do 
estabelecimento empresarial. 
Enunciado 59, II JDC: “A mera instalação de um novo estabelecimento, em lugar antes 
ocupado por outro, ainda que no mesmo ramo de atividade, não implica 
responsabilidade por sucessão prevista no art. 1.146 do CCB.” 
 
7. NOME EMPRESARIAL 
 
O nome empresarial é o traço identificador do empresário. “Nome empresarial 
é aquele sob o qual o empresário e a sociedade empresária exercem suas atividades e 
se obrigam nos atos a elas pertinentes.” (IN/DNRC 104/07). 
 
Nome empresarial não se confunde com: 
 Nome fantasia: Título de estabelecimento (semelhante a um apelido) 
 Marca: Identifica marcas e serviços do empresário 
 Nome de domínio: Endereço eletrônico 
 Sinais de propaganda: Função de chamar atenção dos consumidores 
 
7.1 Firma x Denominação 
 
FIRMA 
 
É formada pelo nome completo ou abreviado do empresário, sendo facultativo 
designação mais precisa de sua pessoa ou gênero de atividade (art 1156,CC). Contudo, 
a firma não pode conter apenas as inicias do nome do empresário. 
 
 Pode ser individual ou social 
 Individual: Formada pelo nome do próprio empresário 
 Social: Formada pelo nome de um ou mais sócios. 
 É facultativo: adicionar expressão que designe de forma mais precisa a pessoa do 
empresário ou ramo de sua atividade. 
 Serve de assinatura 
 
 
 
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Direito Empresarial I 
 
11 
 
DENOMINAÇÃO: 
 
Caracteriza-se por não levar o nome do empresário, mas sim expressão que indique o 
local, objeto social ou simplesmente uma expressão fantasia. 
 
 Só pode ser social 
 Formada por qualquer expressão linguística 
 Deve indicar o objeto da empresa 
 Pode indicar o nome civil ou qualquer outra expressão 
 Não serve de assinatura 
 
ADOTA SÓ FIRMA EXEMPLOS 
Empresário individual Jorge menezes, J. Meneses, J Meneses produções 
Soc. em nome coletivo Jair & Clara, Jair & Cia, Jair & Cia veículos 
Soc. comandita simples Joel & Cia 
 
ADOTA SÓ DENOMINAÇÃO EXEMPLOS 
Soc. Anônima 
 
S/A tecidos oliva; Tecidos oliva S.A; Tecidos oliva 
sociedade anônima; Companhia tecidos oliva; 
tecidos oliva Cia de roupas 
 
ADOTA F OU D EXEMPLOS 
Soc. Limitada 
Joelma & Cia LTDA; Joelma & Cia Limitada; 
Sorvetes Ali LTDA; Sorvetes Ali Limitada 
Soc. Comandita por ações 
Comandita por ações bijuterias ouro e prata; C.A 
bijuterias ouro e prata; Bijuterias ouro e prata C.A; 
Paulo bijuterias comandita por ações 
 
Sociedade Regras 
Sociedade anomia 
“Sociedade anônima” (S/A) no início ou no fim OU 
“Companhia” (Cia) no início ou no meio 
Sociedade limitada “Limitada” (Ltda) no fim 
Comandita por ações Comandita por ações (C.A) no início ou no fim 
 
7.2 Princípios do nome empresarial 
 
 Veracidade: O nome empresarial não pode induzir a erro. Não se pode indicar uma 
atividade que não exerce. Não se pode indicar nome de pessoa que não seja sócio. Art. 
1.165. O nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar, não pode ser 
conservado na firma social. 
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12 
 
 Novidade: Art. 1.163. O nome de empresário deve distinguir-se de qualquer outro já 
inscrito no mesmo registro. Não pode ser idêntico nem semelhante aponte de causar 
confusão. 
 Não são exclusivos para fins de proteção: Denominações de atividade 
genéricas, gênero, espécie, natureza, lugar ou procedência, termos técnicos, 
científicos, literários, de uso vulgar ou nomes civis 
 Como regra a proteção do nome é no âmbito da junta comercial (estadual), 
mas pode ser registrado de forma especial, estendendo-se ao território 
nacional. 
 
 Unicidade: O empresário só pode ter um nome. Uma pessoa pode ter duas 
empresas individuais, mas cada uma deverá ter apenas um nome. 
 
Art. 1.164. O nome empresarial não pode ser objeto de alienação. 
 
II. TEORIA GERAL DO DIREITO SOCIETÁRIO 
 
 
1. O QUE É DIREITO SOCIETÁRIO 
 
Para a doutrina Alemã é o direito da cooperação privada. É o fenômeno da 
cooperação entre duas ou mais pessoas para a exploração, em conjunto, de uma 
determinada atividade e o atingimento de um fim. Ainda para essa doutrina, o 
fenômeno associativo é a criação de uma entidade de direito privado para o alcance de 
um fim. Esse conceito não abarca todos os fenômenos societários,como a sociedade 
unipessoal, por exemplo. É importante diferenciar a associação lato sensu – gênero - 
de suas espécies: associação estrito sensu e sociedade. 
 
Princípios do direito societário 
 
 São princípios estruturantes do direito societário: 
A) O ordenamento das sociedades; B) Ordenamento patrimonial; C) Ordenamento da 
atividade (empresa) 
 
 São princípios valorativos do direito societário a proteção aos direitos individuais do 
sócio, das minorias, dos investidores, dos credores, e aos interesses dos trabalhadores. 
 
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13 
2. DISTINÇÕES BÁSICAS 
 
2.1 Sociedade x Comunhão (copropriedade) 
 
Na sociedade o foco está no fim comum e na no bem jurídico. comunhão
Naquela o bem está em função da atividade e nesta a atividade em função do bem 
(Ferri) 
 
Ex.: (Comunhão) Um apartamento recebido de herança por três irmãos. Estes 
resolvem aluga-lo, dividindo o aluguel em ¹/ 3 para cada um. Nesse caso, tudo gira em 
torno do bem (casa), ela é elemento principal da reunião de esforços e não a atividade. 
 
Ex.: (Sociedade) Três irmãos recebem um imóvel de herança e resolvem transformá-lo 
em um minimercado, onde cada um dos irmãos será sócio e responsável por um setor. 
O imóvel não é o centro das relações, mas está em função da atividade. 
 
A comunhão é uma relação de direito real, podendo ter origem em um contrato ou em 
um fato/ato não contratual. Cabe ressaltar que nas sociedades personificadas impera 
em regra o princípio da autonomia patrimonial, onde o ente criado possui patrimônio 
próprio e distinto do dos sócios, qualidade esta ausente na comunhão. 
 
 
2.2 Associação estrito sensu x Sociedade 
 
Associação Sociedade 
Atividade não empresária Atividade empresária 
Finalidade não econômica Finalidade econômica 
Pode explorar atividade econômica Divide lucro entre sócios 
Não divide lucro entre associados 
 
 
2.3 Associação estrito sensu x Fundação 
 
Ao contrário da associação e da sociedade, a fundação não é um fenômeno 
associativo, pois não tem sócios nem associados. É um complexo patrimonial 
destinado a um fim. 
 
2.4 Sociedade x Empresa 
 
Enquanto a sociedade é sujeito, a empresa é objeto. A empresa é exercida pela 
sociedade. 
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14 
 
2.3.5 Sociedade Simples x Sociedade empresária 
 
 O Empresário pode ser pessoa física (individual) ou pessoa jurídica (sociedade 
empresária). Ambas as sociedades, simples e empresária, exercem atividade 
econômica, porém nem toda atividade econômica configura atividade empresarial. 
As sociedades simples exercem atividade econômica não empresarial, ou seja, 
carecem do elemento de empresa. Já as sociedades empresárias exercem 
profissionalmente atividade econômica organizada para produção ou circulação de 
bens ou serviços. Um exemplo de sociedade simples é a sociedade formada por 
profissionais intelectuais cujo objeto social é a exploração da respectiva exploração da 
profissão intelectual de seus sócios, enquanto não o fizerem com empresarialidade 
(elemento de empresa – organização dos fatores de produção) 
 
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem 
por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art.967); 
e, simples, as demais. 
 
3. NATUREZA JURÍDICA DO ATO CONSTITUTUVO 
 
3.1 Teorias anticontratualistas 
Não buscam no contrato a resposta para a natureza do ato constitutivo da sociedade. 
 Teoria do Ato coletivo: Há diversas partes cujas manifestações de vontade 
convergem para um determinado sentido, formando uma vontade unitária. A 
vontade das partes mantém-se paralelas, nunca se cruzam. 
 NO ATO COLETIVO as particularidades (elementos componentes) de cada 
vontade são visíveis no ato final. É negócio jurídico unilateral, pois representa 
a formação de uma única vontade, já que não há divergências. 
 
 
 Teoria do Ato complexo: Assim como na teoria do ato coletivo: Há diversa 
partes cujas manifestações de vontade convergem para um determinado 
sentido, formando uma vontade unitária. A vontade das partes mantém-se 
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15 
paralelas, nunca se cruzam. A grande particularidade em relação à teoria 
mencionada é que nesta o ato unilateral constitutivo dissolve todas as 
vontades, formando uma única vontade. Essa vontade única é fruto da decisão 
da maioria dos sócios. 
 
Críticas às teorias do ato complexo e do ato coletivo: Nem sempre, no ato 
constitutivo, há completa convergência de vontades. As relações entre os sócios se 
cruzam, como por exemplo, na existência de deveres recíprocos entre os sócios. Nem 
todos os sócios possuem os mesmos fins, e não raro defendem seus próprios 
interesses. 
 Teoria da fundação ou ato corporativo: Todas as manifestações de vontade dos 
sócios seriam antecipação de uma única vontade – do próprio ente a ser criado. As 
declarações dos sócios não possuem validade se consideradas isoladamente. Ao 
manifestarem suas vontades, os sócios já estariam constituindo a pessoa jurídica. O 
ato de vontade possui natureza unilateral. 
 Críticas: 
o Pessoa jurídica e sociedade NÃO se confundem. Existem sociedades que 
não são pessoas jurídicas; 
o Não se pode conceber a vontade antecipada do ente, no próprio ato 
que o cria. 
3.2 Teorias Contratualistas 
Buscam explicar o fenômeno societário com base no contrato. Partem do 
pressuposto de que em todas as teorias anticontratualistas realiza-se um contrato 
como ato constitutivo. Porém não há possibilidade de explicar o fenômeno societário 
sob a ótica de um contrato bilateral. Ao contrário dos atos constitutivos das 
sociedades, nos contratos bilaterais, as vontades não são convergentes, a exemplo do 
contrato de compra e venda, onde uma das partes quer comprar e a outra quer 
vender. Outra diferença consiste na qualidade do chamado “sinalagma” atribuído aos 
contratos bilaterais, porque deve haver equivalência nas prestações. Diante disso, 
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16 
Túlio Ascarelli desenvolve a teoria do contrato plurilateral, a fim de explicar a natureza 
do ato constitutivo das sociedades. 
3.2.1 Características do contrato plurilateral 
Possibilidade de participação de mais de duas pessoas. 
 Fim comum. As partes apontam recursos para dentro do “circulo” para o 
desenvolvimento de uma finalidade comum para auferir e posteriormente distribuir 
resultados. 
 Direitos e deveres recíprocos entre as partes. Se um dos sócios não cumprir com 
seus deveres, afetará, por exemplo, o lucro dos outros sócios. 
 Função instrumental: O contrato não é um fim em si mesmo. Sua função não 
termina com o cumprimento das obrigações pelas partes. Nos contratos plurilaterais, 
Significa que o contrato é um instrumento para atingir determinadas finalidades, 
gerando continuidade nos deveres de cada sócio. 
 Subsistência ante a vícios: Se um sócio aderiu ao contrato sob coação, apenas a 
manifestação de vontade desse sócio será anulada e não o contrato como um todo 
(como aconteceria em um contrato plurilateral). Se um sócio aderiu à sociedade sem 
um representante ou assistente, é nula sua adesão, não o contrato. Contudo, se a 
manifestação de vontade desse sócio for indispensável à manutenção das atividades 
da sociedade, pode ocorrer a dissolução desta, como exemplo: Uma sociedade que 
explora uma jazida tem a manifestação de vontade de um de seus sócios anulada. 
Porém é esse sócio quecontém autorização para pratica das atividades, tornando-as 
inviáveis. 
Aberto a novas adesões. Não existe limite de adesões ao contrato plurilateral. Ainda 
que tenha apenas duas partes, é um contrato plurilateral, aberto a novas adesões. Os 
contratos bilaterais serão sempre de duas partes. 
 Inaplicabilidade da exceção do contrato não cumprido. Exceção é entendida como 
defesa, apontar um argumento contra. Um sócio não pode deixar de cumprir com seus 
deveres, alegando que outro sócio também não o fez. O inadimplemento de um dos 
sócios não justifica o de outros. 
 Duração não instantânea. Podem ser de prazo indeterminado ou até mesmo 
determinado, mas não instantâneos. A duração pode ser certa (com data definida) ou 
incerta (após a realização de determinado fim). 
 As deliberações ocorrem, em regra, por decisão de uma maioria. (Princípio 
majoritário). Já nos contratos em geral, não pode ocorrer alterações sem o 
consentimento de todas as partes. 
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17 
 
3.2.2 Teoria da instituição: Segundo M. Hauriou as sociedades são “uma organização 
social, estável em relação à ordem geral das coisas, cuja permanência é assegurada por 
um equilíbrio de forças ou por uma separação de poderes, e que constitui, por si 
mesma, estado de direito.” Essa teoria reduz a importância da vontade dos sócios, 
considerando que estes apenas aderem ao modelo de sociedade pré-estabelecido e 
aceitam tal disciplina; 
o Exemplo: Lei 6.404/76, Art 116, parágrafo único: “o acionista 
controlador deve usar o poder com o fim de fazer a companhia realizar 
o seu objeto e cumprir sua função social, e tem deveres e 
responsabilidades para com os demais acionista da empresa que nela 
trabalham e para com a comunidade em que atua, cujos direitos e 
interesses deve lealmente respeitar e atender.” Percebe-se que o sócio 
deve fazer esforções para consecução dos fins da sociedade e adequar-
se (aderir) aos direitos e interesses já estabelecidos, atendendo-os e 
respeitando-os. 
 
 Crítica: Há situações em que o modelo pré-estabelecido é moldado pela 
vontade dos sócios. (não apenas aderem, como modificam) 
 
 
 4. RELAÇÃO SÓCIO SOCIEDADE 
- Quem pode ser sócio de uma sociedade: 
 Pessoa Natural 
 Pode ser sócio desde que: 
o Não seja com seu cônjuge, quando casados no regime comunhão 
universal de bens (Art 977,CC). A restrição é apenas entre os cônjuges, 
nada impede que sejam sócios de terceiros. (Apenas para sociedades 
criadas a partir de 2002) 
o Se incapaz: (Não pode ser empresário, mas sócio pode) 
 Estiver devidamente representado ou assistido 
 Não exercer poderes de administração 
 Capital social deve estar totalmente integralizado (Porque nas 
sociedades limitadas todos os sócios respondem pela 
integralização do capital social (Art 1052), esse requisito é uma 
proteção ao incapaz, já que impede a sua responsabilização pela 
integralização do capital). 
 Apenas em sociedades de responsabilidade limitada (Atenção: 
Esse requisito não consta expressamente no art. 974, § 3º, CC.) 
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18 
Observações sobre o incapaz: 
Art. 1.030. Ressalvado o disposto no art. 1.004 e seu parágrafo único, pode o sócio ser 
excluído judicialmente, mediante iniciativa da maioria dos demais sócios, por falta 
grave no cumprimento de suas obrigações, ou, ainda, por incapacidade 
superveniente. 
Críticas ao artigo 1030: A) Contradiz o artigo 974, que permite que o incapaz seja sócio 
quando a incapacidade for superveniente, permitindo a sua exclusão. B) Quem deveria 
excluir o incapaz da sociedade é o seu curador. 
 É apenas uma possibilidade, uma faculdade, em caso de omissão dos sócios, o 
incapaz permanece na sociedade (cumpridos os demais requisitos). 
 Funcionário público: Devem ser observadas as disposições pertinentes ao regime 
jurídico a que o servidor esteja vinculado, como a exemplo dos servidores públicos 
federais, a lei 8.112. Mas como regra, nada impede que o servidor seja sócio, já que 
quem exerce a atividade empresarial é a sociedade e não o sócio. 
 Pessoa jurídica: A regra geral é que a PJ pode ser sócio de sociedade. Nada impede 
também que as associações e fundações sejam sócias de uma sociedade. Há polêmica 
sobre a constituição de uma EIRELI por pessoa jurídica, pois o artigo 980 do código civil 
menciona apenas o termo “pessoa”, não especificando se jurídica, natural ou as duas. 
Na prática, atualmente, a EIRELI é constituída apenas por PESSOA NATURAL. 
 O Objeto social da sociedade pode ou não trazer a previsão de participação em 
outra sociedade. Se determinada sociedade for participar de outra do mesmo 
ramo de atividade, não precisa constar tal previsão, se for de ramo de 
atividade distinto exige-se que no objeto social conste a determinação de que a 
sociedade pretende participar como sócia de outra(s). (Ex.: O Zaffari pode 
comprar participação no Rissul mesmo que o objeto social não traga previsão 
de participação em outras sociedades). 
 
5. ELEMENTOS EXISTENCIAIS E REQUISITOS DE VALIDADE 
5.1 Elementos existenciais contrato societário 
 Consenso: Todos os sócios devem demonstrar vontade de participar de ingressar na 
sociedade. O consentimento pode ser explícito ou implícito, mas deve ser 
exteriorizado de alguma forma. 
 Vícios: Manifestação de vontade com erro, dolo ou coação; Incapacidade civil – 
em se tratando de sociedades de responsabilidade ilimitada. 
 
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19 
 Objeto lícito: É Conjunto das atividades que a sociedade se propõe a explorar. Deve 
ser determinado e possível fática e juridicamente, estando de acordo com a lei, a 
moral e os bons costumes. 
 Forma: Em regra a forma é livre. O ordenamento exige forma escrita (art 967 e 
968,cc), contudo terceiros podem provar a existência da sociedade por qualquer meio 
(art 987,cc). 
A sociedade pode ser formada por um acordo expresso ou tácito, escrito ou verbal. 
5.2 Requisitos de validade 
 Contribuição para o capital social: Exige-se um patrimônio inicial, composto pelas 
contribuições de cada sócio. No momento da constituição da sociedade, patrimônio e 
capital social se confundem. 
 Participação nos lucros e nas perdas: Nem todo patrimônio líquido precisa ser 
distribuído entre os sócios, e o ideal é que não seja feito, mas uma quantia mínima 
deve ser repartida proporcionalmente à participação de cada sócio. Se a contribuição 
for em serviços a participação se mede pelo valor das quotas do sócio. Alguns autores 
não tratam a participação nas perdas como requisito de validade, outros, a exemplo 
de Marlon Tomazette, o fazem. 
 Affectio societatis: Vontade de cooperação ativa dos sócios para atingir um fim 
comum. É o propósito comum aos contratantes de se unirem para alcançar um 
resultado almejado. 
 Pluralidade de partes: Como regra geral, exige-se a pluralidade de sócios. 
Excepcionalmente admite-se a criação de sociedades com apenas um sócio, como as 
sociedades subsidiárias integrais (PJ única acionista de uma S/A). 
6. OBJETO, FIM E INTERESSE SOCIAL 
O objeto social é o conjunto dos atos que a sociedade se propõe a praticar. É a 
cláusula do contrato que descreve as atividades que determinada sociedade pretende 
exercer. 
 Requisitos do objeto social (visto brevemente no tópico anterior) 
 Deve ser lícito: É importante distinguir ato ilícito de objeto ilícito. Se uma sociedade 
pratica um ato ilícito não torna seu objeto ilícito e vice-versa (ex.: Um bar que venda 
bebidas alcoólicas a menores de idade não tem objeto ilícito, maspratica ato ilícito). 
Objeto lícito é o que não contraria a lei, os bons costumes e a ordem pública. 
 Deve ser possível: Possibilidade jurídica (não impedimento pelo ordenamento) e 
fática (na prática). 
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20 
 Determinado: Conforme artigo 2º, § 2 da Lei das SA, o objeto deverá ser definido de 
modo preciso e completo. Não basta que o objeto social seja determinável, tem de ser 
determinado. (Nos EUA permite-se a indeterminação do objeto social). Não há 
impedimentos para que o objeto social estabeleça diversas atividades de ramos 
distintos a serem exploradas, desde estejam plenamente determinadas. 
 Sociedade de propósito específico: Não constitui novo tipo societário. É um 
instrumento jurídico para realização de determinados empreendimentos. 
Diversas empresas se unem para realização, por exemplo, de uma grande obra 
como um estádio de futebol, uma ponte ou uma estrada. Concluído o propósito 
ocorre o fim da sociedade de propósito específico. 
O objeto social marca o nascimento, o desenvolvimento e, em algumas situações, o 
fim da sociedade. 
 Nascimento: Não existe sociedade sem objeto social definido. É o objeto social 
que determina, na maioria dos casos, se uma sociedade é empresária ou não. 
Se o objeto social for a exploração de atividade intelectual, por exemplo, a 
sociedade será não empresária. (Nem sempre o que definirá o caráter 
empresarial será o objeto social, como nas cooperativas, que serão sempre 
simples, ou nas sociedades anônimas, que serão sempre empresárias, tendo 
por definição um critério formal, isto é, definido por lei). 
 
 Desenvolvimento: Os sócios e administradores devem agir em conformidade 
com o objeto social previamente definido. Art. 117, § 1º da Lei das SA 
(6404/76): “São modalidades de exercício abusivo de poder: a) orientar a 
companhia para fim estranho ao objeto social (...)”1. 
 
o A vinculação quanto ao objeto social é: 
 Fática: Atos praticados deve estar de acordo com objeto social. 
 Jurídica: A alteração do objeto social depende de quórum 
específico de deliberação, de acordo com o tipo societário, 
ressalvado ao sócio dissidente – que não concorda com a 
alteração – a saída da sociedade nos casos em que o quórum 
exigido não for a unanimidade. 
 
o A questão dos atos praticados pelo administrador além do objeto 
social: 
 
 
1
 Cita-se artigos da lei das sociedades anônimas porquanto podem ser usados por analogia na ausência 
de disposição mais específica. 
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21 
 O administrador não é empregado, logo possui maior 
discricionariedade nos meios e modos para realização do objeto 
social. 
 Os administradores devem agir com a diligência que se espera 
do homem médio na concretização do objeto social. 
 Abuso de poder x Excesso de poder: Abuso é quando o ato é 
praticado além dos poderes definidos no objeto social, já o 
excesso de poder é o ato pratico dentro do objeto social, mas 
fora das atribuições previstas no contrato (ex.: Administrador 
comercial faz um contrato com o banco, sendo que essa 
atribuição é do administrador financeiro). 
 
 TEORIA DA APARÊNCIA: Não se pode penalizar terceiros de boa-
fé que realizaram atos com sujeito que, pelas circunstâncias, 
aparentava possuir aptidão para realizar determinado ato. 
 Nesse caso, a sociedade responde perante terceiros e o praticante 
do ato responde perante a sociedade em direito de regresso. 
 Uma das justificativas para essa teoria é o dinamismo das 
relações comerciais, onde nem sempre o contratante 
terá tempo hábil e razoável para verificar se a pessoa 
com quem contrata possui limites expressos no objeto 
social ou não. 
 
 Art. 1.015. No silêncio do contrato, os administradores podem 
praticar todos os atos pertinentes à gestão da sociedade; não 
constituindo objeto social, a oneração ou a venda de bens 
imóveis depende do que a maioria dos sócios decidir. 
Parágrafo único. O excesso por parte dos administradores 
somente pode ser oposto a terceiros se ocorrer pelo menos 
uma das seguintes hipóteses: 
I - se a limitação de poderes estiver inscrita ou averbada no 
registro próprio da sociedade; (aqui se aplica crítica devido o 
dinamismo das relações, pois nem sempre o acesso ao registro é 
rápido). 
II - provando-se que era conhecida do terceiro; 
III - tratando-se de operação evidentemente estranha aos 
negócios da sociedade 
(Enunciado 11 da 1ª JD Comercial: A regra do art. 1.015, 
parágrafo único, do Código Civil deve ser aplicada à luz da teoria 
da aparência e do primado da boa-fé objetiva, de modo a 
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22 
prestigiar a segurança do tráfego negocial. As sociedades se 
obrigam perante terceiros de boa-fé.) 
 
 TEORIA ULTRA VIRES: Presume-se o abuso de poder nos 
contratos celebrados pelos administrados evidentemente 
estranhos ao objeto social. 
 
 
 Fim da sociedade (extinção) 
Art. 1.034. A sociedade pode ser dissolvida judicialmente, a requerimento de qualquer 
dos sócios, quando: (...) II - exaurido o fim social, ou verificada a sua inexeqüibilidade. 
o O objeto social compõe o fim social. Se este for exaurido ou 
impossibilitado de execução, a exploração do objeto social torna-se 
inviável. O importante é ter em mente que o objeto social pode ser 
causa também para o fim da sociedade. 
Sobre o interesse social, remonta a discussão acerca da função social da empresa, se é 
atender aos interesses dos acionistas, dos trabalhadores, dos consumidores ou da 
sociedade em geral. 
7. CAPITAL SOCIAL E PATRIMÔNIO 
O capital social é a contribuição dos sócios, de expressão monetária, no começo e 
no desenvolvimento dos negócios, ou ainda a reserva financeira que a sociedade 
possui para investimento nas atividades. Pode estar integralizado ou a em vias de ser 
integralizado - subscrito 
 Capital integralizado: Quando o sócio compra sua cota de participação, 
comprometendo-se a investir determinada quantia na sociedade. Quando ele 
realiza o ato a que se comprometeu, integralizou o capital. 
 Capital Subscrito: O capital é subscrito quando houve comprometimento por 
parte do sócio com a integralização, mas esta ainda não ocorreu. 
Art. 1.004. Os sócios são obrigados, na forma e prazo previstos, às contribuições 
estabelecidas no contrato social, e aquele que deixar de fazê-lo, nos trinta dias 
seguintes ao da notificação pela sociedade, responderá perante esta pelo dano 
emergente da mora. 
Art. 1.058. Não integralizada a quota de sócio remisso, os outros sócios podem, sem 
prejuízo do disposto no art. 1.004 e seu parágrafo único, tomá-la para si ou transferi-la 
a terceiros, excluindo o primitivo titular e devolvendo-lhe o que houver pago, 
deduzidos os juros da mora, as prestações estabelecidas no contrato mais as despesas. 
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23 
O Sócio remisso (que se encontra em inadimplência) pode: 
 Ficar obrigado a indenizar os danos emergentes da mora (Art 1.004,cc) 
 Ter sua cota reduzida ao montante já integralizado 
 Ser excluído da sociedade pelos demais sócios, caso em que será devolvido ao 
remisso o capital por ele já integralizado. 
Em regra, o quórum para exclusão do remisso é de maioria absoluta: Enunciado 216 
– CFJ - O quorum de deliberação previsto no art. 1.004, parágrafo único, e no art. 
1.030 é de maioria absoluta do capital representado pelas quotas dos demais sócios, 
consoante a regra geral fixada noart. 999 para as deliberações na sociedade simples. 
Esse entendimento aplica-se ao art. 1.058 em caso de exclusão de sócio remisso ou 
redução do valor de sua quota ao montante já integralizado. 
 O simples fato de o capital ser subscrito não deixa o sócio em inadimplência, 
pois a integralização não precisa, necessariamente, ser à vista. 
 O capital social pode ser constituído por dinheiro ou outros bens passíveis de 
avaliação econômica (Art 7º Lei das SA). Em algumas sociedades é possível o 
aporte (contribuição) em prestação de serviços, como na sociedade em conta 
de participação e na sociedade simples, contudo a relação do sócio com a 
sociedade não se torna subordinada, ou seja, não se transforma em uma 
relação trabalhista -- empregado e empregador. 
7.1 Funções do capital social 
O capital social possui duas funções, uma interna e outra externa, sendo que a 
primeira divide-se em função de produção e função política. 
 Função interna do capital social: 
 Função de produção: O capital social como aporte necessário para início das 
atividades da sociedade. Funciona como meio para realização das primeiras 
atividades relacionadas ao objeto social. Por isso, o capital social deve ser 
compatível com o objeto social, sendo incompatível, por exemplo, que um 
sócio integralize um quadro de um pintor famoso no capital social de uma 
empresa de mineração. 
 
 Função política: Exerce a função de medida de direitos e deveres, gerando 
proporcionalidade entre os votos nas decisões, participação nos lucros e 
prejuízos com a correspondente participação do sócio no capital social. Sendo 
assim, quanto maior for a participação do sócio na sociedade (possuir mais 
quotas ou ações), maior devera ser sua participação nos lucros e prejuízos, e 
maior será o peso do seu voto (em regra, pois em algumas sociedades o voto 
não é medido pela participação). Em decorrência da função política do capital 
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24 
social, é vedada a chamada “cláusula leonina”, a qual prevê desproporção 
entre a participação do sócio no capital social e sua correspondente 
participação nos lucros. (Sócio investe mais e ganha menos que os demais) 
o Art. 1.007. Salvo estipulação em contrário, o sócio participa dos lucros e 
das perdas, na proporção das respectivas quotas, mas aquele, cuja 
contribuição consiste em serviços, somente participa dos lucros na 
proporção da média do valor das quotas. 
 Art. 1.008. É nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de 
participar dos lucros e das perdas. 
 Função externa do capital social: O capital social é um mecanismo indireto de 
garantia aos credores, sendo o patrimônio da sociedade a garantia direta. A função 
social do capital social não é simplesmente uma “garatia” aos credores da sociedade, 
como menciona grande parte da doutrina, porquanto há inúmeras regras e princípios 
que protegem o capital social de não ser executado antes do patrimônio da sociedade. 
 Capital social x Patrimônio da sociedade 
Enquanto o o patrimônio da sociedade é dinâmico. Este é capital social é estático, 
constituído por valores ativos (o que a sociedade possui) e passivos (o que a sociedade 
deve) – bens, direitos e obrigações –, sendo líquido o patrimônio correspondente à 
diferença entre ativo e passivo. 
Já o capital social está designado no contrato social e corresponde a soma dos valores 
de todas as participações (quotas ou ações). 
Nas sociedades de responsabilidade limitada, há uma maior proteção ao capital social, 
sendo que este só será executado quando o patrimônio reduzir-se a zero. 
Ex.: A, B, C e D decidem abrir uma sociedade. No contrato dessa sociedade está 
prevista a quota de participação de cada sócio, que é de R$ 5.000,00. Assim, quando 
integralizado o capital social, este terá o valor de R$ 20.000,00. Esses R$ 20.000,00 
serão utilizados para que a sociedade desempenhe as suas atividades e gere 
patrimônio líquido. Quando o patrimônio líquido ultrapassar a quantia do capital 
social, a quantia excedente poderá ser distribuída entre os sócios, permanecendo R$ 
20.000,00 como uma espécie de “fundo”, que será utilizado para gerar mais 
patrimônio líquido. Nem sempre o excedente será distribuído, aumentando o 
patrimônio total da sociedade (na compra de equipamentos, bens, aumentando 
estoque...) 
Sendo assim, o capital social funciona como um limitador da responsabilidade dos 
sócios nas sociedades limitadas, pois cada sócio responderá, em regra, até o limite do 
capital por ele integralizado. 
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25 
 É permitida a redução do capital social para cobrir perdas ou se o capital torna-
se excessivo em relação ao objeto da sociedade (não precisa tanto capital para 
exploração da atividade) 
Art. 1.082. Pode a sociedade reduzir o capital, mediante a correspondente 
modificação do contrato: 
I - depois de integralizado, se houver perdas irreparáveis; 
II - se excessivo em relação ao objeto da sociedade. 
 
 O capital social também pode sofrer aumento de acordo com artigo 1.081,cc. 
 Tanto para aumento, como para redução, exige-se a modificação do contrato 
social. 
 No caso da confusão patrimonial, percebe-se a ausência de respeito por parte 
sócio com a separação patrimonial, o que justifica a desconsideração da 
personalidade jurídica. 
 
8. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA 
Personalidade jurídica é a aptidão genérica para adquirir direitos e contrair 
obrigações (Caio Mário). A sociedade personificada possui personalidade jurídica, 
adquirida com o registro no órgão competente, e patrimônio distinto do de seus 
sócios. A personalidade jurídica atribui à sociedade uma diversidade de vantagens, 
mas a principal é a autonomia patrimonial, que significa, sobretudo, um incentivo ao 
empreendedorismo, reduzindo os riscos da atividade. Como regra, portanto, o sócio 
não responde com seu patrimônio pelas dívidas contraídas pela sociedade e vice-
versa. 
Todavia, nem sempre o empreendedor utiliza esse benefício da forma correta, o que o 
submeterá a consequências jurídicas previstas no ordenamento (desconsideração) e 
na jurisprudência (desconsideração inversa). 
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de 
finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, 
ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de 
certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares 
dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. 
Com a desconsideração da personalidade jurídica, desconsidera-se o princípio da 
autonomia patrimonial, respondendo o sócio pelas dívidas da sociedade ou esta pelas 
do sócio (desconsideração inversa). 
 
 
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26 
8.1 Requisitos para desconsideração da personalidade jurídica 
8.1.1 Teoria maior 
 Exige mais requisitos, sendo mais difícil ocorrer a desconsideração. 
 Não basta que o patrimônio da sociedade tenha se esgotado, é necessário 
também desvirtuamento da função da autonomia patrimonial, seja por 
confusão patrimonial ou por desvio de finalidade. 
 A jurisprudência reconhece a teoria maior como regra no sistema jur. 
brasileiro. 
 
 Teoria maior Subjetiva – Exige: 
o Inadimplemento não solvido pelo patrimônio da sociedade 
o Desvio da função da pessoa jurídica: Ocorre em casos de fraude ou 
abuso de direito relativos à autonomia patrimonial. 
 Teoria maior Objetiva – Exige: 
o Inadimplemento não solvido pelo patrimônio da sociedade 
o Confusãopatrimonial (inexistência de separação clara entre o 
patrimônio da PJ e da PF) 
 8.1.2 Teoria Menor 
 Exige menos requisitos, sendo mais fácil ocorrer a desconsideração. 
 Exige apenas a insolvência da pessoa jurídica (não possui ativos suficientes 
para solver as dividas). 
 É mais restrita, sendo aplicada somente ao direito do consumidor e do meio 
ambiente. 
 Para passivos trabalhistas não há autonomia patrimonial. 
 O CC abrange tanto a Teoria maior subjetiva quanto a objetiva. 
 A desconsideração não se confunde com despersonalização. A Pessoa jurídica 
não perde sua personalidade. 
8.2 Desconsideração inversa da personalidade jurídica 
Ocorre quando se alcança o patrimônio da sociedade por dívida contraída pelo 
sócio. 
Enunciado 283 do conselho da Justiça Federal: “É cabível a desconsideração da 
personalidade jurídica denominada “inversa” para alcançar bens de sócio que se 
valeu da pessoa jurídica para ocultar ou desviar bens pessoais, com prejuízo a 
terceiros.” 
 
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27 
9. CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES 
 
Art. 983. A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos regulados 
nos arts. 1.039 a 1.092; a sociedade simples pode constituir-se de conformidade com 
um desses tipos, e, não o fazendo, subordina-se às normas que lhe são próprias. 
A sociedade empresária DEVE organizar-se em uma das seguintes formas: 
 Sociedade em nome coletivo 
 Sociedade em comandita simples 
 Sociedade em comandita por ações 
 Sociedade limitada 
 Sociedade anônima (Estudada no próximo semestre) 
A sociedade simples PODE organizar-se em uma das seguintes formas: 
 Sociedade simples pura 
 Sociedade em nome coletivo 
 Sociedade em comandita simples 
 Sociedade limitada 
 
 A sociedade simples não pode constituir-se em sociedade comandita por ações 
nem em sociedade anônima (são sempre empresárias). 
 Lembrando: O que define se a sociedade é empresaria ou não, em regra, não é 
o tipo societário adotado, mas o elemento de empresa. A exceção fica por 
conta dos tipos societários que a lei estabelece como sendo sempre simples 
(cooperativa) ou sempre empresária (comandita por ações e S/A). 
9.1 Sociedades dependentes de autorização: Exercem determinadas atividades de 
indiscutível interesse público como atividades financeiras, de seguro, relacionadas à 
saúde e à educação. 
9.2 Sociedade Nacional: CC,Art. 1.126. “É nacional a sociedade organizada de 
conformidade com a lei brasileira e que tenha no País a sede de sua administração.” 
Não diz respeito à nacionalidade dos sócios ou à origem do capital e sim que a 
sociedade tenha sede no Brasil e esteja organizada em conformidade com a lei 
brasileira. 
9.3 Sociedade estrangeira: Não preenche os requisitos do artigo 1126 do código civil, 
necessitando de autorização governamental para funcionamento no país. Contudo, 
não precisa de autorização para ser acionista de sociedade anônima brasileira. 
 
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9.4 Sociedade Unipessoal 
 Unipessoalidade originária: Três casos PODEM ser considerados como 
unipessoalidade originária. São exceções, sendo a regra a constituição da sociedade 
por mais uma pessoa. 
A) Quando uma sociedade brasileira é a única acionista de uma S/A. (sociedade 
subsidiária integral) 
B) Empresa pública unipessoal: Toda participação societária está nas mãos de 
uma PJ de direito público (apenas alguns autores citam) 
C) EIRELI (alguns autores consideram como Soc. unipessoal, outros não). 
 Unipessoalidade superveniente: É a sociedade que nasce pluripessoal, mas por 
qualquer razão torna-se unipessoal. Além de superveniente e acidental é 
momentânea: 
Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer: IV - a falta de pluralidade de 
sócios, não reconstituída no prazo de cento e oitenta dias; 
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV caso o sócio remanescente, 
inclusive na hipótese de concentração de todas as cotas da sociedade sob sua 
titularidade, requeira, no Registro Público de Empresas Mercantis, a transformação do 
registro da sociedade para empresário individual ou para empresa individual de 
responsabilidade limitada, observado, no que couber, o disposto nos arts. 1.113 a 
1.115 deste Código. 
9.5 Classificação das sociedades quanto à responsabilidade dos sócios 
Essa classificação diz respeito à responsabilização do sócio pelas dívidas da sociedade. 
A responsabilidade dos sócios será sempre limitada ou ilimitada, a da sociedade será 
sempre ilimitada (alguém tem que responder pela dívida). 
 Responsabilidade limitada: A responsabilidade dos sócios é limitada ao capital social 
(aquilo que investiu ou que pretendia investir). 
 Responsabilidade ilimitada: Sócio responde com a integralidade do seu patrimônio. 
Em regra, primeiro responde o patrimônio da sociedade e após este o do sócio. 
 Responsabilidade mista: São constituídas por duas categorias de sócios: Uma que 
não responde com seu patrimônio e outra que responde. 
 
 
 
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 RESPONSABILIDADE 
Empresário individual (ñ é sociedade) ilimitada 
S. em nome coletivo ilimitada 
S. Anônima Limitada 
S. Limitada Limitada 
Cooperativa Limitada 
Eireli Limitada 
S. CoMandita Simples Mista 
S. CoMandita por ações Mista 
 
2.9.5 Classificação das sociedades quanto à composição 
 Sociedade de pessoas – O affectio societatis – vínculo psicológico que une os sócios 
– é muito importante. A entrada de novos sócios sofre maiores restrições. 
 Sociedade de capital – O capital investido é importante do que “quem” investe, a 
exemplo das sociedades anônimas. 
III. SOCIEDADES EM ESPÉCIE 
 
 
Principais tipos 
societários no Brasil 
Não personificadas 
Sociedade em 
comum 
Sociedade em conta 
de participação 
Personificadas 
Sociedade limitada 
Sociedade Anônima 
EIRELI 
Cooperativa 
Sociedade em nome 
coletivo 
Sociedade em 
comandita simples 
Sociedade em 
comandita por ações 
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1. SOCIEDADE EM COMUM 
 
Art. 986. Enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger-se-á a sociedade, exceto 
por ações em organização, pelo disposto neste Capítulo, observadas, subsidiariamente 
e no que com ele forem compatíveis, as normas da sociedade simples. 
Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a 
contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, 
entre si, dos resultados. 
Sociedades em comum são as que, tendo ou não ato constitutivo, ainda não realizaram 
o devido registro no órgão competente. As consequências diretas da falta de registro 
são a ausência de personalidade jurídica e de patrimônio próprio distinto do de seus 
sócios. O termo sociedade em comum substitui os antigos termos utilizados pela 
doutrina “sociedade de fato”, que é a que não possui contrato escrito, e “sociedade 
irregular”, que possui contrato escrito, mas ainda não o arquivou. 
A sociedade em comum não é um tipo irregular, podendo os sócios escolher 
conscientemente se sujeitarem a tal regime societário, contudo, fazendo essa opção 
submetem-se a um regime muito mais gravoso e com menos benefícios que os demais 
tipos societários personificados. Cabe ressaltar que a sociedade em comum pode ser 
tanto empresária quanto simples. 
1.1 Patrimônio 
Art. 988. Os bens e dívidas sociais constituem patrimônio especial, do qual os sócios 
são titulares em comum. 
Traço característicoda sociedade em comum é a ausência de patrimônio 
próprio, existindo apenas um “patrimônio especial”, que pertence aos sócios e não à 
sociedade. O grande problema é provar qual a porcentagem de cada sócio sobre o 
patrimônio especial. Nesse caso, presume-se que o patrimônio especial é divido em 
partes iguais. 
1.2 Responsabilidade dos sócios 
Art. 990. Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações 
sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no art. 1.024, aquele que contratou 
pela sociedade. 
Art. 1.024. Os bens particulares dos sócios não podem ser executados por dívidas da 
sociedade, senão depois de executados os bens sociais. 
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 Sócio que contratou pela sociedade: responde com todo seu patrimônio, não 
sendo necessária a execução do patrimônio social para tanto. 
 
 Sócios que não contrataram pela sociedade: Possuem benefício de ordem 
previsto no artigo 1024 do código civil, sendo-lhes garantida primeiramente a 
execução do patrimônio especial (que pertence a todos sócios) e, somente 
depois de esgotado este, é que seus patrimônios pessoais responderão pelas 
dívidas contraídas em nome da sociedade. 
Art. 989. Os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por qualquer dos 
sócios, salvo pacto expresso limitativo de poderes, que somente terá eficácia contra o 
terceiro que o conheça ou deva conhecer. 
 Se o ato foi praticado dentro dos limites de poderes, o patrimônio social está 
vinculado à dívida. 
 O limitativo de poderes só terá eficácia contra terceiro que o conheça ou 
deveria conhecer. (como não há registro do limitativo, protege-se credor de 
boa-fé) 
1.3 Prova da existência 
Art. 987. Os sócios, nas relações entre si ou com terceiros, somente por escrito podem 
provar a existência da sociedade, mas os terceiros podem prová-la de qualquer modo. 
 É uma penalidade pela falta de registro 
 Pode qualquer prova escrita, e não apenas contrato (caderno de anotações, 
cartão de visitas...) 
Art. 227. Salvo os casos expressos, a prova exclusivamente testemunhal só se admite 
nos negócios jurídicos cujo valor não ultrapasse o décuplo do maior salário mínimo 
vigente no País ao tempo em que foram celebrados. 
 Terceiros podem provar a existência da sociedade em comum mesmo sem 
observância desse artigo. (de forma exclusivamente testemunhal, 
independente do valor da causa) 
 Em outras relações o sócio pode usar prova testemunhal, com observância do 
artigo 227,CC. (Ex: Sócio entra em juízo acerca de um contrato de compra e 
venda. Poderá usar prova exclusivamente testemunhal, desde que menor que 
10x salário mínimo) 
1.3 Restrições 
Por não terem o devido registro, as sociedades em comum arcam com alguns ônus: 
(ex.) Não possuem CNJP nem conta em banco, não podem contratar com o poder 
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32 
público, não podem arquivar seus livros obrigatórios na Junta comercial, não podem 
requerer recuperação judicial ou extrajudicial, estão sujeitas à falência. 
2. SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO 
 
 Assim como a sociedade em comum, não possui personalidade jurídica nem 
patrimônio próprio. Sua composição é dividida em duas categorias de sócios, o 
ostensivo, que é quem realmente pratica os atos para consecução dos resultados, e o 
sócio participante, que investe de alguma forma no empreendimento. 
Art. 993. O contrato social produz efeito somente entre os sócios, e a eventual 
inscrição de seu instrumento em qualquer registro não confere personalidade jurídica 
à sociedade. 
 Mesmo que o contrato social seja levado a registro, a SCP não obterá 
personalidade jurídica. 
 Os efeitos do contrato operam apenas entre os sócios ostensivo e participante. 
2.1 Sócios 
Art. 991. Na sociedade em conta de participação, a atividade constitutiva do objeto 
social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome individual e sob sua 
própria e exclusiva responsabilidade, participando os demais dos resultados 
correspondentes. 
 Sócio ostensivo: 
 Pode ser tanto pessoa física quanto jurídica 
 Exerce a atividade em nome próprio. ( A SCP não firma contrato e sim o SO). É 
o sócio ostensivo quem explora a atividade e não a SCP. 
 Age como empresário individual, se pessoa natural, ou sociedade, se pessoa 
jurídica. (A pessoa jurídica é o sócio ostensivo e não a SCP). 
 Deve agir com diligência na gestão do negócio, sob pena de obrigar-se a 
restituir os valores investidos pelos sócios participantes. Uma coisa é o negócio 
fracassar por motivos naturais, outra é fracassar por conta de falta de 
comprometimento. 
 Sócio participante: 
 Pode ser tanto pessoa física quanto jurídica. 
 Não aparece perante terceiros. Por isso já foi chamado de “oculto”. 
 Não possui qualquer responsabilidade perante terceiros, mas apenas perante o 
sócio ostensivo, de acordo com o que com este foi tratado. 
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33 
o Art 991, Parágrafo único. Obriga-se perante terceiro tão-somente o 
sócio ostensivo; e, exclusivamente perante este, o sócio participante, 
nos termos do contrato social. 
 Se tomar parte nas relações do sócio ostensivo com terceiros responderá 
solidariamente pelas obrigações contraídas nestas relações (Art 993, parágrafo 
único). 
 Tem o risco limitado ao que investiu na sociedade. (Pode haver acordo entre 
as partes para o sócio participante responda além do que investiu nas dívidas 
contraídas, mas apenas quando previsto). 
 Não faz um empréstimo para o sócio ostensivo, porquanto participa dos 
resultados e das perdas. Caso o empreendimento venha a ser mal sucedido e o 
lucro for zero, o sócio ostensivo, se não agiu de má-fé, não terá com o sócio 
participante obrigação alguma. 
 Aqueles que não podem explorar atividade empresarial em nome próprio não 
podem ser sócios ostensivos, todavia podem ser sócios participantes. (Ex.: Alguns 
servidores públicos e o incapaz) 
2.2 Características 
O fato de a sociedade em conta de participação não “aparecer” para o mercado não 
faz dela uma sociedade fraudulenta, pois é totalmente regular e de grande 
importância para o mercado, ainda que por vezes tenha uso em negócios ilegais. 
Art. 992. A constituição da sociedade em conta de participação independe de qualquer 
formalidade e pode provar-se por todos os meios de direito. 
 O acerto entre os sócios pode ser feito de forma verbal ou escrita 
 A existência da SCP pode ser provada por qualquer meio. (Não precisa 
preencher requisitos do artigo 227 do CC, ou seja, pode prova exclusivamente 
testemunhal, independe do valor da causa). 
Art. 994. A contribuição do sócio participante constitui, com a do sócio ostensivo, 
patrimônio especial, objeto da conta de participação relativa aos negócios sociais. 
 Há um destaque de certos bens para liga-los a certa atividade. Não há 
transferência de bens. O sócio participante não transfere bens para o sócio 
ostensivo, mas juntos formam um patrimônio especial que será usado na 
exploração da atividade pelo ostensivo. Art 994, § 1º, “A especialização 
patrimonial somente produz efeitos em relação aos sócios.” 
Art. 995. Salvo estipulação em contrário, o sócio ostensivo não pode admitir novo 
sócio sem o consentimento expresso dos demais. 
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34 
 Em regra, a sociedade em conta de participação é uma sociedade de pessoas, 
mas pode ser considerada como de capital se for estipulado a entrada de novos 
sócios sem o consentimento dos demais. 
 A entrada de novossócios depende do consentimento dos demais, assim como 
a circulação de participação (cessão/transferência). 
Art. 1.003. A cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente modificação do 
contrato social com o consentimento dos demais sócios, não terá eficácia quanto a 
estes e à sociedade. 
 Como regra aplica-se este artigo à SCP, mas o contrato pode prever de forma 
diversa, não exigindo modificação no contrato social como condição para 
eficácia. 
2.3 Extinção da sociedade 
Caso a sociedade em conta de participação tenha como finalidade uma 
operação determinada, a dissolução da sociedade dependerá de justo motivo, 
entretanto se a finalidade for operar por tempo indeterminado, a dissolução poderá 
ser feita a qualquer tempo. 
 Dissolução: 
 Exige-se que a SCP tenha no mínimo um sócio ostensivo e um participante, 
caso esse pressuposto não venha a ser cumprido, ocorrerá a dissolução 
total da sociedade. 
 A SCP pode dissolver-se por outras formas, como: por vontade dos sócios, 
por atingir resultado almejado, por exaustão do objeto social, ou por 
qualquer hipótese prevista no contrato social. 
 Falência: 
 Quem fale ou torna-se insolvente são os sócios e não a sociedade. 
 Art. 994, § 2o A falência do sócio ostensivo acarreta a dissolução da 
sociedade e a liquidação da respectiva conta, cujo saldo constituirá crédito 
quirografário. (Se o sócio ostensivo faliu, não há como a SCP continuar) 
 Art. 994, § 3o Falindo o sócio participante, o contrato social fica sujeito às 
normas que regulam os efeitos da falência nos contratos bilaterais do 
falido. ( Se quem faliu foi o sócio participante, a SCP pode continuar de 
acordo com a conveniência do ostensivo, caso ainda tenha outro sócio 
participante). 
 Nesses casos a sociedade é considerada como um contrato, sendo que os 
efeitos ocorrem apenas entre os sócios (um acerto de contas entre os 
contratantes) 
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35 
3. SOCIEDADE SIMPLES 
(apenas até a aula 24/11/15) 
 Está regrada entre os artigos 997 e 1038 do CC. 
 Todas as sociedades estão submetidas a estes artigos de forma supletiva – em 
caso de omissão. 
 É um tipo societário não empresário 
 Em regra, são sociedades de pessoas. 
 Pouco utilizado na prática, devido a falta de limitação da responsabilidade. 
 Os escritórios de advocacia são obrigados a constituir-se em sociedades 
simples.

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