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PROF. MSC. ROSA ELAINE A. SANTOS ARACAJU, 2016 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO 1 ) Das Origens até 1750 – Fase Pré-Científica da Economia Antiguidade Grega – Teoria do valor, dos preços e da moeda de Aristóteles; Termo Econômico oikos = casa; nomos = lei. Antiguidade Romana – ausência de pensamento econômico geral e independente; Idade Média – século XI ao XIV, atividade econômica regional e inter- regional (feiras periódicas, p. ex. Flandres, Champagne, Beaucaire e outras). 1 ) Das Origens até 1750 – Fase Pré-Científica da Economia Grandes Centros Comerciais da Idade Média: Gênova, Pisa, Florença e Veneza; Interferência da Igreja Católica até metade do século XV – justo preço; No período de 1450 à 1750, o pensamento econômico foi em torno do Mercantilismo; Mercantilismo: imprimiu preceitos de administração pública em que os governantes deveriam usar para aumentar a riqueza da nação e do príncipe; 1 ) Das Origens até 1750 – Fase Pré-Científica da Economia Importantes transformações que marcaram o Mercantilismo: a) transformações intelectuais; b) transformações religiosas; c) transformações do padrão de vida; d) transformações políticas; e) transformações geográficas; f) transformações econômicas. 1 ) Das Origens até 1750 – Fase Pré-Científica da Economia Formas do Mercantilismo: a) bulionista; b) industrialista: c) comercialista; d) fiduciário. Unidade Nacional: recursos econômicos sob o controle e a direção do Estado; 1 ) Das Origens até 1750 – Fase Pré-Científica da Economia Falhas do Mercantilismo: a) demasiado valor ao metal precioso; b) produção apenas em função do Estado ou do enriquecimento público; c) comércio internacional unilateral e agressivo; d) um país não ganha sem que o outro perca. Política Colonial Mercantilista: consistia em explorar a colônia ao máximo e impedir que se desenvolvesse nela qualquer atividade econômica que pudesse, ainda que remotamente, fazer concorrência à Metrópole. 1 ) Das Origens até 1750 – Fase Pré-Científica da Economia Contribuições do Mercantilismo: a) Political Arithmetic: preocupação da análise estatística dos problemas econômicos; b) Essai sur la nature du commerce em général: fase científica da Economia apresentando elementos sobre as funções da produção e os riscos assumidos pelos empresários e explicitando o circuito econômico; c) Cantillon, representou o elo entre Petty, Cantillon e Quesnay, os quais serviram de base para a Escola Fisiocrática. 2 ) A criação científica da Economia: de 1750 à 1870 Marco: O Quadro Econômico de Quesnay (1758) Riqueza das Nações de Adam Smith (1776) Fisiocracia: impôs-se principalmente como da ordem natural – o universo é regido por leis naturais, absolutas, imutáveis e universais, desejadas pela Providência Divina para a felicidade dos homens. Quesnay formulou alguns princípios de filosofia social utilitarista, compatibilidade universal ou complementaridade dos interesses pessoais em sociedade competitiva e da teoria do capital. 2 ) A criação científica da Economia: de 1750 à 1870 No Quadro Econômico: a) fluxo de despesas e bens entre as diferentes classes sociais; b) interdependência entre as atividades econômicas; c) a terra ser produtora da mais-valia (a agricultura fornece um “produto líquido” que se reparte entre as classes da sociedade); d) foi percurso da economia quantitativa que serviu de base para a econometria. 2 ) A criação científica da Economia: de 1750 à 1870 1764: Adam Smith, Quesnay, Turgot e outros Fisiocratas organizam-se e criam a Escola Clássica (início da fase propriamente científica da economia); De acordo com Smith, todo indivíduo tem um egoísmo, em seu próprio benefício, que o faz levar a encontrar o emprego mais vantajoso para seu capital. Tem a tendência de ganhar mais dinheiro e de subir socialmente, levando o trabalhador a poupar, a produzir o que a sociedade precisa e a enriquecer a comunidade. 2 ) A criação científica da Economia: de 1750 à 1870 Smith defendia em sua obra o desenvolvimento econômico por meio da divisão do trabalho (especialização e alocação da força de trabalho); O mercado é o regulador da divisão do trabalho, distribuição de renda a partir dos salários, lucros e rendas da terra. O modelo teórico de Smith tem como base a contestação do mercantilismo (regulamentação estatal), apoiava a concorrência que maximizava o desenvolvimento econômico; 2 ) A criação científica da Economia: de 1750 à 1870 Discípulos de Smith: a) Malthus; b) Ricardo; c) Stuart Mill; d) Say. 2 ) A criação científica da Economia: de 1750 à 1870 Thomas Malthus (1766-1834): desenvolveu a teoria dos salários de subsistência, a qual diz que os males da sociedade está no excesso populacional. A população crescia em progressão geométrica e a produção de alimentos em progressão aritmética. David Ricardo (1772-1834): desenvolveu a teoria das vantagens competitivas que analisa o comércio internacional, partindo da negociação entre as nações (se é o ideal) e quais produtos devem ser comercializados. Contribuiu para a formação da corrente neoclássica (abstrações simplificadoras) e da corrente marxista (questão distributivas e os aspectos sociais). 2 ) A criação científica da Economia: de 1750 à 1870 John Stuart Mill (1806-1873): foi o sistematizador do pensamento clássico por ter incorporado mais elementos a teoria econômica até então, definindo restrições, vantagens e funcionamento de uma economia de mercado. Jean-Baptiste Say (1768-1832): criou a Lei de Say – “a oferta cria sua própria demanda”, onde o aumento da produção transforma-se em renda para a população que irá comprar produtos e serviços. 2 ) A criação científica da Economia: de 1750 à 1870 Marxismo: teoria desenvolvida por Karl Marx (1818-1883) que se opôs aos processos analíticos clássicos, modificando a análise do valor com base na filosofia alemã, na economia política inglesa e o socialismo francês. Desenvolveu conceitos, como, o da mais-valia, capital variável, capital constante, exército de reserva industrial, acumulação de capital, distribuição de renda, crises econômicas, dentre outros. 3) A elaboração dos princípios teóricos fundamentais: 1870- 1929 No início (1870), surgimento da análise econômica moderna em que o economista se preocupa com a alocação dos recursos escassos entre usos alternativos, com o fim de maximizar a utilidade ou satisfação dos consumidores. No fim (1929), fase marcada pela Grande Depressão e pelo fato dos economistas de darem conta de que a ciência clássica não lhes permitia analisar integralmente a expansão da atividade econômica e elaborar políticas econômicas adequadas. 3) A elaboração dos princípios teóricos fundamentais: 1870- 1929 Surgimento do Neoclassicismo ou Marginalismo, que buscou a teoria da utilidade do valor com a teoria do custo de produção dos clássicos, bem como, explicar os preços dos bens e dos fatores, a alocação dos recursos com o auxílio da análise marginal. A Análise Marginal representou um instrumento, rapidamente difundido, para explicar a alocação de determinados recursos escassos entre os usos correntes, com o objetivo de se chegar a resultados ótimos. 3) A elaboração dos princípios teóricos fundamentais: 1870- 1929 Escola de Viena e a Teoria da Utilidade Marginal: desenvolvida por Karl Menger foi voltada para o deslocamento da finalidade dos estudos econômicos da preocupação com a riqueza para a análise das necessidades dos homens, sua satisfação e valoração subjetiva dos bens. Fundamentou o valor sobre a utilidade de um bem que existe em quantidade limitada (noção de margem). 3)A elaboração dos princípios teóricos fundamentais: 1870- 1929 Escola de Lausanne e a Teoria do Equilíbrio Geral: desenvolvida por Léon Walras que construiu um sistema matemático para demonstrar o equilíbrio geral, enfatizando a interdependência de todos os preços dentro do sistema econômico, bem como da micro e macroeconomia (abordagem alternativa para o problema de determinação do preço). 3) A elaboração dos princípios teóricos fundamentais: 1870- 1929 Escola de Cambrigde e a Teoria do Equilíbrio Parcial: desenvolvido por Alfred Marshall por sua obra Principles of Economics (1890), foi por meio de técnicas para o estudo sistemático da economia, por meio da redução do número de variáveis a proporções manejáveis e da criação de um método de mensuração do comportamento. Notou em seus estudos que grande parte da vida do homem é para a obtenção de ganho econômico, sendo que as motivações podem ser por meio da moeda. 3) A elaboração dos princípios teóricos fundamentais: 1870- 1929 Escola Neoclássica Sueca: fundada por Knut Wiscksell com ênfase no papel da moeda e do crédito na atividade econômica, sendo sua importância e complexidade em torno dos bancos como criadores de meios de pagamentos. Integração da análise monetária à análise real. Criação da teoria quantitativa da moeda, que relaciona a quantidade de dinheiro com os níveis gerais de atividade econômica e de preços. 3) A elaboração dos princípios teóricos fundamentais: 1870- 1929 Economia do bem-estar (oposição ao Neoclassicismo): desenvolvida por Artur Pigou (1920) afirma que certos empreendimentos não lucrativos para o setor privado são muito necessários à comunidade, ou seja, a presença de “influências externas” na produção justificam a intervenção do Estado, para a provisão de bens ou de serviços. 3) A fase contemporânea: de 1929 em diante A partir de 1930, por conta dos problemas do Pós-Guerra e da Crise de 1929, e das críticas apresentadas anteriormente as teorias neoclássicas, surgiram novos estudos e debates em torno do comportamento dos preços (entre monopólio puro e concorrência perfeita), comportamento ótimo do produtor e do consumidor, a teoria do monopólio e da concorrência imperfeita, os problemas da “grande empresa” resultantes da concentração do poder econômico e outros. 3) A fase contemporânea: de 1929 em diante Teoria Keynesiana: desenvolvida por John Maynard Keynes (1883- 1946), rompeu com a tradição neoclássica e apresentou um programa de ação governamental para a promoção do pleno emprego; Em 1936, publica Teoria Geral do Emprego, dos Juros e da Moeda; Em 1943, criou o Plano Keynes para estabilização internacional das moedas; Participou ativamente dos trabalhos de criação do Fundo do Monetário Internacional (FMI) e do Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento (Bird); 3) A fase contemporânea: de 1929 em diante Segundo o pensamento Keynesiano, um dos principais fatores responsáveis pelo volume de emprego é o nível de produção nacional de uma economia, determinado, por sua vez, pela demanda agregada ou efetiva. Ou seja, sua teoria inverte o sentido da Lei de Say (a oferta cria sua própria procura) ao destacar o papel da demanda agregada de bens e serviços sobre o nível de emprego; Intervenção do Estado por meio dos gastos públicos Princípio da Demanda Efetiva; 3) A fase contemporânea: de 1929 em diante A partir da teoria de Keynes, surgiram debates teóricos em torno do seu trabalho, a saber: a) Os monetaristas: privilegiam o controle da moeda e um baixo grau de intervenção do Estado; b) Os fiscalistas ou keynesianos: recomendam o uso de políticas fiscais ativas e acentuado grau de intervenção do Estado; c) Os pós-keynesianos: enfatizam o papel da especulação financeira e, como Keynes, defendem um papel ativo do Estado na condução da atividade econômica. 3) A fase contemporânea: de 1929 em diante Principais Tendências Atuais da Ciência Econômica: a) Revolução Matematizante da Ciência Econômica – reformulação matemática da maioria das áreas do conhecimento econômico; b) A oposição Econometristas versus Economistas Institucionalistas – tem como característica a diversificação, a amplitude dos programas, a recusa de separar a economia da realidade social e a busca de caminhos alternativos com base nas instituições, nos valores sociais, nas tecnologias e na própria evolução da sociedade; 3) A fase contemporânea: de 1929 em diante Principais Tendências Atuais da Ciência Econômica: c) Os grandes modelos macroeconômicos – grande parte surgiu nos Estados Unidos, pós II Guerra Mundial, criação da RAND que é um organismo privado de pesquisa e desenvolvimento. Importantes pesquisa foram desenvolvidas como a utilização da teoria dos jogos, programação linear, análise de sistema, alocação ótima de recursos, pesquisa operacional, dentre outras. 3) A fase contemporânea: de 1929 em diante Principais Tendências Atuais da Ciência Econômica: d) Controvérsias dos anos 1970/1980 sobre a prática da Econometria – anos marcados por grandes debates em torno da prática econométrica, surgimento da nova macroeconomia clássica, com as principais características: volta ás teorias pré-keynesianas, interação entre micro e macroeconomia e desenvolvimento de uma visão monetarista na abordagem neoclássica tradicional. 3) A fase contemporânea: de 1929 em diante Principais Tendências Atuais da Ciência Econômica: e) Neoliberalismo – implantada nos últimos anos, no mundo inteiro, tendo como base a desregulamentação da economia, privatização do setor empresarial do Estado, liberalização dos mercados, redução de déficit público, controle da inflação, corte nas despesas sociais, entre outros itens. Referências VASCONCELOS, M. A. S. de; GARCIA, M. E. Fundamentos de Economia. 5ª edição. Editora Saraiva. 2014. São Paulo. SP. PINHO, D. B.; VASCONCELOS, M. A. S. de; TONETO JR, R. Manual de Economia da USP. 6ª edição. Editora Saraiva. 2011. São Paulo. SP.
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