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VIA PENTOSE FOSFATO COMPLETA

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PENTOSE-FOSFATO
CONCEITO
O ciclo das pentoses fosfato é uma rota alternativa para a oxidação da glicose-6P, no citosol, sem gerar ATP.
Esta rota corresponde a um processo multicíclico onde:
- 6 moléculas de glicose-6P entram no ciclo;
- 6 moléculas de CO2 são liberadas;
- 6 moléculas de pentose-5P são formadas;
- estas pentoses-5P se reorganizam, regenerando 5 moléculas de glicose-6P.
CONTEXTUALIZAÇÃO
As células dos tecidos animais degradam a glicose 6-fosfato na via glicolítica (glicólise) até piruvato. Grande parte deste piruvato é oxidada a acetil-CoA, que por sua vez será oxidado no ciclo de Krebs (ciclo do ácido cítrico) formando ATP (principalmente, por fosforilação oxidativa).
Porém, existem outros destinos catabólicos para a glicose 6-fosfato, entre eles: o ciclo das pentoses fosfato, também, denominado de via das pentoses fosfato ou via do 6-fosfo gliconato.
A via da pentoses fosfato é uma rota catabólica alternativa de oxidação da glicose-6P, que ocorre no citosol, sem produção de ATP, mas com geração de NADPH e pentoses fosfato.
LOCALIZAÇÃO
O NADPH produzido pela via das pentoses fosfato é utilizado pelas células dos tecidos em que ocorre a síntese de grande quantidade de ácidos graxos (fígado, tecido adiposo, glândulas mamárias durante a lactação). Também ocorre onde há síntese de colesterol e hormônios esteróides (fígado, glândulas adrenais e gônadas).
Os eritócitos, as células da córnea e do cristalino, também, possuem alta atividade da via das pentoses fosfato. Isto, para minimizar os efeitos deletérios das espécies reativas do oxigênio, pois estão diretamente expostos a ele. A manutenção do ambiente redutor (relação alta da concentração de NADPH para NADP+, assim como da glutationa reduzida para a oxidada) previne ou recupera o dano oxidativo sobre lipídios, proteínas e outras moléculas sensíveis.
As células que se dividem rapidamente, como as da medula óssea, da pele, da mucosa intestinal, assim como as dos tumores, também, apresentam alta atividade da via das pentoses fosfato.
FUNÇÕESES
O NADPH é usado em diferentes biossínteses redutoras como a dos ácidos graxos, compostos esteroides e no combate a efeitos prejudiciais das espécies reativas de oxigênio.
O outro produto essencial gerado na via das pentoses fosfato é a ribose 5-fosfato, que faz parte das estruturas químicas dos nucleotídeos (RNA, DNA, ATP) e coenzimas como NAD+/NADH, NADP+/NADPH, FAD/FADH2 e coenzima Q.
Permite a combustão total da glicose em uma série de reações independentes do ciclo de Krebs;
Serve como fonte de pentoses para a síntese dos ácidos nucleicos;
Formar o NADPH extramitocondrial necessário para a síntese dos lipídeos
Converter hexoses em pentoses
Degradação oxidativa de pentoses  pela conversão a hexoses, que podem entrar para a via glicolítica.
FASES
A via das pentoses fosfato é composta por duas fases: a oxidativa e não oxidativa.
Na fase oxidativa ocorre a oxidação de 6 moléculas de glicoses 6-fosfato com formação de 6 moléculas NADPH, oxidação de 6 moléculas 6P-gliconato com formação de mais 6 moléculas NADPH e liberação de 6 moléculas dióxido de carbono e geração de 6 moléculas ribuloses 5-fosfato, que posteriormente se transformam em 6 ribose 5-fosfato.
Na fase não oxidativa, parte das ribuloses 5-fosfato continua a se isomerisar a ribose 5-P e parte se epimerisa a xilulose 5-P. Estas 2 pentoses fosfato reciclam e regeneram 5 moléculas glicoses 6-fosfato, permitindo a formação contínua de NADPH.
FASE OXIDATIVA
A glicose-6P é oxidada a 6P-gliconato com redução NADP+. O NADPH tem como função combater efeitos prejudiciais das espécies reativas de oxigênio e radicais livres, participar da síntese de ácidos graxos e compostos esteróides .
A oxidação de 6P-gliconato com liberação de dióxido de carbono e geração de Ribuloses 5-fosfato e NADPH é a etapa seguinte .
Posteriormente, a Ribulose-5-fosfato se transforma em ribose 5-fosfato 
Os NADPH formados na fase oxidativa são usados para produzir glutationa reduzida (GSH) a partir de glutationa oxidada (GSSG) e para participar das biossínteses redutoras 
A via das pentoses fosfato inicia com a oxidação da glicose 6-fosfato pela glicose 6-P desidrogenase (G6PD) formando 6-fosfoglicono-lactona (éster intra-molecular) e NADPH. O equilíbrio desta reação está deslocado para o sentido de produção da coenzima reduzida
REAÇÕES DA OXIDAÇÃO
A via das pentoses fosfato inicia com a oxidação da glicose 6-fosfato pela glicose 6-P desidrogenase (G6PD) formando 6-fosfoglicono-lactona (éster intra-molecular) e NADPH. O equilíbrio desta reação está deslocado para o sentido de produção da coenzima reduzida.
A 6-fosfoglicono-lactona é hidrolisada a 6-fosfogliconato por uma lactonase específica
O 6-fosfogliconato é oxidado e descarboxilado pela 6-fosfogliconato desidrogenase (6PGD) liberando CO2 , formando a cetopentose ribulose 5-fosfato e outra molécula de NADPH.
A ribulose 5-fosfato é convertida, principalmente, a seu isômero de função (aldose) ribose 5-fosfato, pela fosfopentose isomerase(FPI), e, secundariamente, a seu isômero de posição xilulose 5-fosfato, pela fosfopentose epimerase(FPE).
FASE NÃO-OXIDATIVA
Esta fase ocorre em tecidos que requerem, fundamentalmente, NADPH. Portanto, as ribuloses-5-fosfato, produzidas na fase oxidativa, são transformadas em ribose-5-fosfato por uma isomerase ou em xilulose-5-fosfato por uma epimerase . Estas pentoses-5-fosfato são recicladas mediante a atividade de transcetolases  e transaldolases , regenerando glicoses 6-fosfato, que podem seguir novamente a fase oxidativa, permitindo a formação contínua de NADPH.
REGULAÇÃO
A enzima marca-passo da rota é a glicose-6P desidrogenase. Esta enzima é inibida quando a relação entre as concentrações de NADPH e NADP+([NADPH]/[NADP+]) estiver alta e é ativada quando a relação estiver baixa.
Referencias 
NELSON, D. L.; COX, M.M. Princípios de Bioquímica de Lehninger. Tradução Fabiana Horn e colaboradores. Revisão técnica Carla Dalmaz e Sandra E. Farias. 6 ed. Artmed, Porto Alegre, 2014.
HARVEY, R.A.; FERRIER, D.R. Bioquímica Ilustrada. Tradução Carla Dalmaz e colaboradores. 5. ed. Artmed, Porto Alegre, 2012.

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