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aula 5 Obrigação Positiva de Fazer

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Obrigação positiva de fazer
A obrigação de fazer (obligatio ad faciendum) pode ser conceituada como uma obrigação positiva cuja prestação consiste no cumprimento de uma tarefa ou atribuição por parte do devedor.
Exemplos típicos ocorrem na prestação de serviço e no contrato de empreitada de certa obra.
 
 
Em inúmeras situações a obrigação de fazer confunde-se com a obrigação de dar, sendo certo que os seus conteúdos são completamente diferentes. 
Exemplifica-se com uma obrigação cuja prestação é um quadro (obra de arte). Se o quadro já estiver pronto, haverá obrigação de dar. Caso o quadro seja encomendado, devendo ainda ser pintado pelo devedor, a obrigação é de fazer. 
 
A obrigação de fazer pode ser classificada da seguinte forma, já constando os efeitos do seu inadimplemento com culpa do devedor:
 
 Obrigação de fazer fungível, que é aquela que ainda pode ser cumprida por outra pessoa, à custa do devedor originário, por sua natureza ou previsão no instrumento. 
 Havendo inadimplemento com culpa do devedor, o credor poderá exigir:
1. O cumprimento forçado da obrigação, por meio de tutela específica, com a possibilidade de fixação de multa ou “astreintes” (art. 461 do CPC e art. 84 do CDC, em havendo relação de consumo).
2. O cumprimento da obrigação por terceiro, à custa do devedor originário, nos termos do que dispõe os arts. 633 e 634 do CPC (art. 249, caput, do CC).
3. Não interessando mais a obrigação de fazer, o credor poderá requerer a sua conversão em perdas e danos (art. 248 do CC).
 
Observação:
As medidas existem no plano judicial. 
No plano extrajudicial, o art. 249, parágrafo único, do CC, passou a possibilitar a autotutela civil, para cumprimento das obrigações de fazer fungível, nos seguintes termos: 
“Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido”. 
Para ilustrar, imagine-se o caso de contratação de uma empreitada. Sendo pago o preço antecipadamente e negando-se o empreiteiro a desempenhar sua tarefa, o tomador que tem urgência poderá contratar o serviço de outrem, pleiteando depois a indenização cabível do empreiteiro original.
b) Obrigação de fazer infungível, que é aquela que tem natureza personalíssima ou intuitu personae, em decorrência de regra constante do instrumento obrigacional ou pela própria natureza da prestação. 
Em casos de inadimplemento com culpa do devedor, o credor terá as seguintes opções:
 
1. Exigir o cumprimento forçado da obrigação, por meio de tutela específica, com a possibilidade de multa ou “astreintes” (art. 461 do CPC e art. 84 do CDC, se a relação for de consumo).
Não interessando mais a obrigação de fazer, exigir perdas e danos (art. 247 do CC).
Segundo o art. 248 do CC/2002, caso a obrigação de fazer, nas duas modalidades, torne-se impossível sem culpa do devedor, resolve-se a obrigação sem a necessidade de pagamento de perdas e danos. 
A título de exemplo, imagine-se a hipótese de falecimento de um pintor contratado, que tinha arte única.
 
Obrigações consistentes em emitir declaração de vontade 
A execução da obrigação de prestar declaração de vontade não causa constrangimento à liberdade do devedor, pois é efetuada pelo juiz (CPC, art. 466-A). 
Os arts. 466-A, 466-B e 466-C do Código de Processo Civil cuidam das obrigações de emitir declaração de vontade. 
Dispõe o segundo: “Se aquele que se comprometeu a concluir um contrato não cumprir a obrigação, a outra parte, sendo isso possível e não excluído pelo título, poderá obter uma sentença que produza o mesmo efeito do contrato a ser firmado”.
Os efeitos jurídicos que se pretende obter resultam do trânsito em julgado da sentença, independente da vontade do devedor, ou da instauração de processo de execução.
O novo Código Civil não tratou dessa questão no capítulo concernente às obrigações de fazer, mas no atinente aos contratos preliminares:
 “Art. 463. Concluído o contrato preliminar, com observância do disposto no artigo antecedente, e desde que dele não conste cláusula de arrependimento, qualquer das partes terá o direito de exigir a celebração do definitivo, assinando prazo à outra para que o efetive. 
Parágrafo único. O contrato preliminar deverá ser levado ao registro competente”. 
Aduz o art. 464 “Esgotado o prazo, poderá o juiz, a pedido do interessado, suprir a vontade da parte inadimplente, conferindo caráter definitivo ao contrato preliminar, salvo se a isto se opuser a natureza da obrigação”.

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