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CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA – CCET CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Adriana da Silva Monteiro Rita de Cássia Alves dos Santos PLANEJAMENTO E CONTROLE NA CONSTRUÇÃO CIVIL, UTILIZANDO ALVENARIA ESTRUTURAL BELÉM – PA 2010 ii Adriana da Silva Monteiro Rita de Cássia Alves dos Santos PLANEJAMENTO E CONTROLE NA CONSTRUÇÃO CIVIL, UTILIZANDO ALVENARIA ESTRUTURAL BELÉM – PA 2010 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas da Universidade da Amazônia, para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Civil. Orientador: Prof. Alexandre de Moraes Ferreira. iii Adriana da Silva Monteiro Rita de Cássia Alves dos Santos PLANEJAMENTO E CONTROLE NA CONSTRUÇÃO CIVIL, UTILIZANDO ALVENARIA ESTRUTURAL Banca Examinadora ______________________________________ Prof. Alexandre de Moraes Ferreira Orientador ______________________________________ Prof: José Zacarias Rodrigues da Silva Júnior _______________________________________ Prof: Wandemyr Mata dos Santos Filho Apresentado em: 17 /12 / 2010 Conceito: ________________________ BELÉM – PA 2010 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas da Universidade da Amazônia, para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Civil. Orientador: Prof. Alexandre de Moraes Ferreira. iv DEDICATÓRIA Dedicamos este Trabalho a Deus, por ter nos dado a oportunidade de estar no mundo, e realizarmos mais este sonho, ao concluirmos o curso de Engenharia Civil. E aos nossos familiares que nos apoiaram no decorrer destes anos. v AGRADECIMENTOS Adriana Monteiro Agradeço primeiramente a Deus, pela conclusão de mais uma etapa de minha vida, dando-me força e saúde no percorrer destes anos de batalha. À minha mãe, obrigada pelo sonho realizado, pela confiança, incentivo, e por todo apoio em minha caminhada, pois a conquista não é apenas minha, é NOSSA. À minha tia Rita (in memorian), por todo seu carinho, amor e dedicação enquanto esteve ao meu lado, fazendo-me acreditar que sonhos – e pessoas – nunca morrem. Aos excelentes professores do curso, por toda dedicação, apoio e conhecimentos repartidos. Em especial ao professor Alexandre Ferreira, orientador deste trabalho, pela amizade, dedicação e paciência no exercício da docência. Ao Ernesto Andrade, que, apesar da distância, foi um dos meus motivadores a seguir a carreira de Engenheira Civil, sabendo o exato momento das broncas e incentivos necessários, fazendo-me perseverar mesmo nos momentos de fraqueza. Muito obrigada pelo carinho de sempre. A minha prima Verônica Monteiro, que precisou aprender a diferença entre Alvenaria Estrutural x Alvenaria Convencional, suas vantagens e desvantagens e sobre o planejamento e gerenciamento de uma obra, para que assim pudesse realizar a correção deste trabalho. Muito obrigada por sua paciência e dedicação. Ao Celso Davi por seu apoio incondicional ao final deste trabalho, não medindo esforços para me ajudar na entrega do mesmo. Aos colegas e amigos que conquistei durante o curso em especial ao André Monteiro, Davison Vieira, Dílson Jacob, Fábio Moreira, Jorge Dorival, Renato Lameira, Rita de Cássia, Rodrigo Augusto que permaneceram ao meu lado nesse final de curso. Ao Fábio Castro, pelo seu companheirismo, paciência e amizade de sempre, que por diversas vezes me socorreu e me tranqüilizou no decorrer da realização deste trabalho. Muito obrigada. vi Aos amigos Márcia Costa, Elaine Melo, Luanna Alysse, Mônica Lisboa, Rafella Brito, Carol Sousa, Márcio Azevedo, Helaine Coelho, por acreditarem em mim, compreenderem e aturarem o meu “mau humor” nos momentos de pressão decorrentes da realização deste trabalho. É assim que reconhecemos grandes e verdadeiras amizades. Aos meus ex-chefes, Délio Arnour, Aricles Filho, Armindo Bitar, e ao atual Alexandre Neno, que muito contribuíram para o meu aprendizado no decorrer do curso. À minha família, em especial aos tios Zezinho (in memorian), Helena, Carmita e Ana, por tudo que sempre fizeram por mim, pelo exemplo, amizade, e carinho, fundamentais na construção do meu caráter. A todos aqueles que estiveram presentes me incentivando, transmitindo forças e vibrações positivas através de orações, sei que isso muito contribuiu para o meu bom desempenho na conclusão deste trabalho. E a todos os outros que compartilharam momentos únicos e especiais. vii Rita de Cássia Agradeço primeiramente a Deus, por ter me dado a chance de ser aquilo que escolhi, por ter confiado em mim o dom de construir e por todas as coisas maravilhosas que tem feito em minha vida. Aos meus avôs maternos, Orlandina (in memorian) e Henrique, pela criação que me deram, onde por muitas vezes se sacrificaram para me dar o melhor. A minha mãe Socorro, acreditou, se dedicou e se sacrificou por mim durante esses cinco anos de graduação, ajudando-me a construir. A todos meus familiares, que acompanharam minha jornada e me deram força para conseguir os meus objetivos. A minha amiga Adriana, que compartilhamos ansiedades, alegrias e tristezas no decorrer desses anos. Agradeço pelas palavras de apoio, puxões de orelha na hora certa e pelo seu carinho. A todos meus amigos que contribuíram direta ou indiretamente para a conclusão deste ciclo. Ao meu mestre Engº. João Nassar, pela contribuição para minha aquisição da experiência, pelo despertar para aprender, por ter apontado novos horizontes e perspectivas e por repartir comigo o seu conhecimento, transformando meus ideais em realização. Mas agradeço acima de tudo pelo apoio e carinho e a certeza que sempre poderei contar com ele. Aos meus professores, pela contribuição para minha construção e o meu crescimento. Muitos acrescentaram, contribuíram e continuam acrescentando e contribuindo para o meu crescimento profissional e pessoal. Nessa caminhada, muitos são lembrados e alguns são esquecidos. Aos que foram esquecidos, o meu eterno agradecimento. viii EPÍGRAFE “Espero que a nossa sabedoria cresça com a nossa força, e que nos ensine que quanto menos usamos nossa força, maior ela será.” (Thomas Jefferson). ix RESUMO O presente trabalho aborda o processo de gerenciamento das construções, dando-se em três etapas: planejamento, programação e controle. Agrupa-se os procedimentos realizados de acordo com a seqüência temporal de implementação na obra, tendo como elemento principal a utilização da Alvenaria Estrutural. Propondo, assim, a utilização deste sistema alternativo com blocos de concreto como técnica construtiva para a obtenção de parâmetros importantes, como: qualidade e produtividade das obras, racionalização e economia de materiais e serviços, treinamento da mão de obra, entre outros. Concluiu-se que, quando comparada à Alvenaria Convencional, a Alvenaria Estrutural obtém grandes vantagens econômicas, destacando-se como principais: menor tempo de execução, menos resíduos gerados, número reduzido de pilares, vigas e especialidades na obra, além de servir como isolante termo-acústico. Palavras Chave: ConstruçãoCivil, Planejamento, Controle, Gerenciamento, Alvenaria Estrutural, x ABSTRACT This paper approaches the process of managing the buildings, which appears in three stages: planning, programming and controlling. We can classify the procedures performed according to the temporal sequence of implementation in the work, having as main element the use of Structural masonry. We can propose, therefore the use of this alternative system with concrete blocks as a construction technique for obtaining important parameters, such as quality and productivity of work, rationalization and economy of materials and services, training of the labors, among others. It was concluded that when compared to conventional masonry, the Structural Masonry obtains great economic advantages, especially: shorter execution time, less waste generated, reduced number of columns, beams and specialties in the work, besides serving as an insulator thermo-acoustic. Keywords: Construction, Planning, Control, Management, Masonry Structures. xi LISTA DE FIGURAS Figuras 01: Estrutura de um setor de planejamento técnico ..................................... 27 Figura 02: Ciclo de vida de um projeto de construção .............................................. 30 Figura 03: Etapas da Orçamentação ......................................................................... 36 Figura 04: Exemplos de cronograma de Barras Gantt .............................................. 45 Figura 05: Placas de sinalização de Segurança ........................................................ 53 Figura 06: Farol de Alexandria ................................................................................. 57 Figura 07: Pirâmides de Gizé .................................................................................... 58 Figura 08: Edifício Monadnock .................................................................................. 59 Figura 09: Hotel Excalibur ......................................................................................... 60 Figura 10: Blocos Estruturais .................................................................................... 63 Figura 11: Blocos Estruturais .................................................................................... 63 Figura 12: Argamassa de Assentamento em Alvenaria Não Armada ....................... 64 Figura 13: Argamassa de Assentamento em Alvenaria Armada ............................... 65 Figura 14: Armadura ................................................................................................. 67 Figura 15: Lançamento do Graute ............................................................................. 69 Figura 16: Blocos Vazados de Concreto da Família 29 ............................................ 72 Figura 17: Blocos Vazados de Concreto da Família 39 ............................................ 72 Figura 18: Tipos de Amarrações de Blocos............................................................... 73 Figura 19: Amarração Direta de Paredes .................................................................. 74 Figura 20: Seqüência de Fiadas ................................................................................ 75 Figura 21: Bloco e Meio (14x44x19) .......................................................................... 75 xii Figura 22: Fechamento com Bloco e Meio ................................................................ 76 Figura 23: Fechamento com Bloco em Transito ........................................................ 76 Figura 24: Marcação da 1ª Fiada .............................................................................. 84 Figura 25: Execução da 1ª Fiada .............................................................................. 84 Figura 26: Limpeza e Umedecimento da 1ª Fiada .................................................... 85 Figura 27: Colocação e Fixação do Eixo ................................................................... 85 Figura 28: Verificação da Verticalidade Externa ........................................................ 85 Figura 29: Alinhamento Externo ................................................................................ 86 Figura 30: Alinhamento ............................................................................................. 86 Figura 31: Conferência de Locação .......................................................................... 86 Figura 32: Conferência de Esquadro ......................................................................... 86 Figura 33: Junta entre Blocos .................................................................................... 90 Figura 34: Canaleta Grauteada ................................................................................. 90 Figura 35: Tela Eletrosoldada ................................................................................... 91 Figura 36: Caixas Elétricas........................................................................................ 91 Figura 37: Início da 2ª Elevação ................................................................................ 91 Figura 38: Gabaritos Metálicos .................................................................................. 92 Figura 39: Gabaritos Metálicos .................................................................................. 92 Figura 40: Forma do Beiral Externamente ................................................................ 93 Figura 41: Forma do Beiral Internamente .................................................................. 93 Figura 42: Escoramento da Laje ............................................................................... 93 Figura 43: Forma pronta para ser concretada ........................................................... 94 Figura 44: Bloco Hidráulico ..................................................................................... 100 xiii Figura 45: Shaft Hidráulico ...................................................................................... 101 Figura 46: Enchimento em pia da Cozinha ............................................................. 102 Figura 47: Sanca ..................................................................................................... 102 xiv LISTA DE TABELAS Tabela 01: Tabela Salarial......................................................................................... 40 Tabela 02: Resistência à Compressão Característica ............................................... 63 Tabela 03: Ferramentas e Equipamentos ................................................................. 82 Tabela 04: Tolerâncias Dimensionais ..................................................................... 107 xv LISTA DE PROJETOS Projeto 01: Projeto Arquitetônico ............................................................................... 80 Projeto 02: Elevação Frontal ..................................................................................... 81 Projeto 03: Primeira Fiada ......................................................................................... 87 Projeto 04: Segunda Fiada ........................................................................................ 89 Projeto 05: Elevação da Paredes ..............................................................................95 Projeto 06: Elétrico .................................................................................................... 98 Projeto 07: Hidráulico .............................................................................................. 104 xvi SUMÁRIO 1- INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 18 2- PLANEJAMENTO E CONTROLE NA CONSTRUÇÃO CIVIL ............................. 24 2.1- Planejamento .................................................................................................. 24 2.1.1- Estudos Preliminares da Obra .................................................................. 28 2.1.2- Memorial Descritivo .................................................................................. 29 2.1.3- Gerenciamento de Projetos ...................................................................... 30 2.1.4- Identificação da Equipe de Trabalho ........................................................ 32 2.1.5- Orçamento ................................................................................................ 32 2.1.5.1- Tipos de Orçamentos .......................................................................... 34 2.1.5.2- Elaboração de Orçamentos ................................................................. 35 2.1.5.3- Estudo das Condicionantes ................................................................. 36 2.1.5.4- Composição de Custos ........................................................................ 37 2.1.5.5- Fechamento do Orçamento ................................................................. 41 2.2- Programação .................................................................................................. 43 2.2.1- Cronograma .............................................................................................. 44 2.2.2- Logística e Programação de Materiais e Mão-de-Obra ............................ 46 2.3- Controle .......................................................................................................... 47 2.3.1- Segurança e Medicina do Trabalho .......................................................... 52 2.3.2- Controle de Materiais e Mão-de-Obra ...................................................... 53 2.3.3- Controle do Desempenho Financeiro da Obra ......................................... 53 2.3.4- Relatório Gerencial Mensal ...................................................................... 54 2.3.5- Controle de Execução e da Qualidade ..................................................... 55 3- ALVENARIA ESTRUTURAL ................................................................................ 56 3.1- Histórico .......................................................................................................... 56 3.2- Conceito .......................................................................................................... 61 3.3- Componentes da Alvenaria Estrutural ............................................................ 62 xvii 3.3.1- Bloco Estrutural ........................................................................................ 62 3.3.2- Argamassa de Assentamento ................................................................... 63 3.3.3- Armadura .................................................................................................. 66 3.3.4- Graute....................................................................................................... 67 3.4- Projeto em Alvenaria Estrutural ...................................................................... 70 3.4.1- Coordenação Modular .............................................................................. 71 3.4.2- Amarração das Paredes ........................................................................... 74 3.4.3 Simetria na Modulação .............................................................................. 76 3.4.4- Projeto Estrutural ...................................................................................... 78 3.5- Execuções em Alvenaria Estrutural ................................................................ 79 3.5.1- Ferramenta e Equipamentos .................................................................... 82 3.6- Processo Executivo ........................................................................................ 83 3.6.1- Marcação da Primeira Fiada ..................................................................... 84 3.6.2- Segunda Fiada ......................................................................................... 88 3.6.3- Primeira Elevação .................................................................................... 90 3.6.4- Segunda Elevação ................................................................................... 91 3.7- Passagem das Tubulações ............................................................................. 96 3.7.1- Instalações Elétricas, Telefone, de TV e Interfone .................................. 96 3.7.2- Instalações Hidro-Sanitárias ..................................................................... 99 3.8- Recomendações para o Controle Tecnológico de Construção em Alvenaria Estrutural .............................................................................................................. 105 3.8.1- Controle do Recebimento de Materiais e Componentes ....................... 105 3.7.2- Controle de Produção de Paredes Estruturais e da Estrutura da Edificação .......................................................................................................................... 106 3.9- Vantagens da Alvenaria Estrutural ................................................................ 108 3.9.1- Redução no desperdício de materiais e mão-de-obra ........................... 108 3.9.2- Economia de fôrmas ............................................................................... 108 3.9.3- Redução significativa na utilização de argamassa nos revestimentos ... 108 xviii 3.9.4- Redução no número de especialidades na obra .................................... 108 3.9.5- Simultaneidade das etapas da construção ............................................ 109 3.9.6- Conforto Térmico-Acústico ................................................................... 109 3.10- Desvantagens da Alvenaria Estrutural ........................................................ 109 3.10.1- Dificuldades de adaptação da arquitetura para novo uso .................... 109 3.10.2- Impossibilidade de execução com mão-de-obra não qualificada ......... 109 3.10.3- Limitações de projeto arquitetônico ..................................................... 110 3.10.4- Controle dos blocos estruturais ............................................................ 110 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 111 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 112 19 Introdução A Construção Civil é um setor industrial de importante estratégia para a economia, apresentando sérias deficiências em seus processos de gestão e, portanto, necessita cada vez mais de ferramentas que auxiliem os profissionais atuantes na área. O Processo Construtivo forma um conjunto de atividades multidisciplinares e rotineiras de um cronograma seqüencial que algumas vezes não se tornam práticas constantes devido a alguns contratempos existentes, destinadas a cumprir uma determinada meta, caracterizadas por um inícioe um fim, delimitadas no tempo, compatibilizadas no custo e otimizadas no desempenho técnico e produtivo. Assim, gerenciá-lo significa utilizar recursos materiais, financeiros e humanos, empregados de acordo com o escopo de trabalho pré-estabelecido em um plano que fixa datas, um planejamento que define prioridades e um controle para garantir sua qualidade assegurando o lucro e o prazo de execução, almejando técnicas construtivas que ofereçam rapidez, economia e redução da geração de resíduos. O mercado da Construção Civil está cada vez mais exigente, sempre buscando a qualidade e o menor custo. Uma obra para ser bem executada e gerar lucros para construtora, necessita, antes de tudo, de um bom planejamento e gerenciamento em todas as suas etapas, principalmente em sua fase projetual. Vieira Netto (1988) afirma que “o gerenciamento geral compreende a atuação sobre as áreas de: Projetos; Recursos Financeiros e Construção.”. Todavia, agrupa- se estes itens de acordo com seu encadeamento temporal de implantação na obra, que ocorre em três diferentes fases: Planejamento, Programação e Controle. Atualmente, com o avanço da tecnologia de construção, a Alvenaria Estrutural surge como um sistema construtivo que superou a fase experimental e se desenvolveu como opção eficiente e econômica, suprindo as necessidades de construções com baixo custo, atendendo o mercado consumidor sem exigência de um alto grau de sofisticação construtiva. Porém, os projetos de Alvenaria Estrutural têm de ser racionalizados desde a sua concepção. Percebe-se, desta maneira, a necessidade da busca de novas 20 tecnologias no ramo construtivo para que, então, se possa fazer uso do empreendimento com o melhor custo benefício possível, tanto para a construtora, quanto para os clientes que por ventura venham adquirir esses empreendimentos. Foi pensando nesse critério de melhor custo-benefício que o presente trabalho expõe o planejamento e controle de um edifício de 15 pavimentos utilizando a Alvenaria Estrutural, mostrando que Tentando mostrar que o emprego desta tecnologia em uma obra propicia a redução de tempo e custo. O planejamento é fundamental na vida de todas as pessoas, seja no ambiente profissional, familiar ou pessoal, podendo interferir de maneira positiva ou negativa, modificando-se conforme sua necessidade. No âmbito da construção civil não é diferente. Porém, este processo consiste, basicamente, em uma análise minuciosa da lógica construtiva do empreendimento, relacionando todas as suas partes a um detalhado estudo de todos os métodos, materiais e práticas construtivas. Passando a cumprir um papel fundamental nas empresas, o planejamento e o controle têm um forte impacto no desempenho da função de produção. Inúmeros estudos realizados no Brasil e no exterior comprovam este fato, indicando que deficiências relacionadas a este assunto estão entre as principais causas da baixa produtividade do setor, de elevadas perdas, da baixa qualidade de produtos e no grande atraso na entrega dos empreendimentos. Segundo Formoso (1991), planejamento é o processo de tomada de decisão que envolve o estabelecimento de metas e dos procedimentos necessários para atingi-las, sendo efetivo quando seguido de um controle. No atual estágio da construção, não se pode mais dispensar o auxílio de computadores no planejamento, projeto, gerenciamento e acompanhamento das obras. Assim sendo, um número imenso de softwares vem sendo desenvolvido para cada uma dessas diferentes atividades, convergindo sempre para o mesmo ponto: melhoria da qualidade e aumento da produtividade na ação de construir (THOMAZ, 2001 p.277). De acordo com Franco (1993), “a evolução tecnológica na Construção Civil, como qualquer outro setor industrial, tem que ser baseada na pesquisa e no desenvolvimento tecnológico”. Vale destacar que o processo de desenvolvimento 21 tecnológico é de vital importância para uma empresa, pois está fortemente associado à sobrevivência dela. Já Agopyan (1998) ressalta que, na construção de edifícios, a evolução tecnológica passa pela criação e pelo aperfeiçoamento não só de materiais e componentes, mas também de procedimentos organizacionais (planejamento, administração e controle das operações construtivas). Franco (1993) lembra que a etapa de concepção é de fundamental importância, visto que não existem soluções construtivas que sejam padronizadas. As soluções devem estar submetidas tanto às condições da cultura e da economia dos locais onde vão ser aplicadas, quanto ao perfil e à estrutura da empresa que a aplicará. O autor também reforça que o desrespeito a esses condicionantes levará a erros graves de concepção e ao inevitável insucesso. No mesmo sentido, Almeida (1990) afirma que “está exaustivamente comprovado que, em qualquer projeto, as etapas de concepção e planejamento, têm peso decisivo no desenvolvimento de fases seqüentes e no resultado final”. Percebe-se que o índice de perdas de materiais e a falta de ritmo na produtividade têm aumentado consideravelmente, ocasionando atrasos na entrega dos empreendimentos. O custo global de uma obra utilizando Alvenaria Convencional é bastante elevado, podendo ser reduzido com a utilização da Alvenaria Estrutural, já que não há necessidade da presença de pilares e vigas, tendo assim um processo de execução mais acelerado. É necessário que se faça um planejamento inicial para a obra desde a elaboração de seus projetos até a sua execução e entrega, de modo que se evitem os excessivos gastos presentes na construção civil, que variam dos insumos de materiais à mão-de-obra. Um planejamento pode ser definido como uma seqüência de atividades ou eventos, com início e fim, definidos e dirigidos por pessoas que se destinam a alcançar um dado objetivo dentro de parâmetros de custo, tempo, recursos e 22 qualidade. Todavia é único, mesmo que haja alguma similaridade com um empreendimento executado, há características específicas e diferenciadoras. Segundo Araújo (2005), o controle gerencial nada mais é que a comparação sistemática entre o previsto e o realizado, tendo como objetivo fornecer subsídios para as análises físicas, econômicas e financeiras e estabelecer critérios lógicos para a tomada de decisões. Para Varalla (2003), planejar é um processo de previsão de decisões que envolve o estabelecimento de metas e a definição dos recursos necessários para atingi-las, enquanto que controlar é acompanhar o que foi planejado, de forma a subsidiar a tomada de decisões apropriadas. Sendo assim, é notório que Planejamento e controle são atividades essenciais em qualquer ramo de atividade econômica. A ausência de planejamento em uma obra atrapalha seu desenvolvimento, podendo apresentar, desta maneira, dificuldades administrativas, financeiras e/ou executivas. Cabe, portanto, ao engenheiro encontrar soluções para evitar e/ou minimizar as dificuldades encontradas na obra, dando seguimento a execução sem permitir que estes contratempos venham intervir de forma negativa no andamento da construção. Com base nestas considerações iniciais, destaca-se a questão da pesquisa: “como executar um bom planejamento em uma obra edificada em Alvenaria Estrutural, de forma a acelerar seu processo de execução, evitando gastos excessivos onde os mesmos variam dos insumos à mão-de-obra, fazendo-se uso das vantagens e superando as limitações encontradas?”. Faz-se necessário a realização de uma análise da redução do cronograma inicial dentro do planejamento apresentado, visando a redução dos insumos de materiais e do tempo de utilização da mão-de-obra necessária para a execução. Apresentando os princípios básicos que regem a correta utilização da Alvenaria Estrutural, como integração de projetos, modulação, racionalização construtiva,entre outros. Examinando as principais vantagens e limitações trazidas pelo 23 emprego deste sistema estrutural para a construção civil a fim de definir os pontos mais críticos da execução deste sistema. Sabe-se que na construção civil há muito desperdício de material, falta de controle das etapas, gastos excessivos e muitas vezes desnecessários, deficiências que atrapalham o andamento da obra, distanciando-se do almejado. Logo, é fundamental elaborar um planejamento de obra, indicando os principais pontos críticos, para que, assim, os obstáculos e contratempos que ocorrerem possam ser, se não solucionados, minimizados, dando continuidade ao andamento da construção sem nenhuma intervenção. Na adequação de custo e tempo, a Alvenaria Estrutural surge como opção segura e eficaz quando comparada à Alvenaria Convencional. É possível diminuir o desperdício de materiais e tempo de execução de uma obra em Alvenaria Estrutural através do planejamento e controle efetivo sobre os processos construtivos. O presente trabalho tem como roteiro de estudo as seguintes etapas: 1 - Planejamento: Estudos Preliminares da Obra, Gerenciamento de Projetos, Identificação da Equipe e Orçamento. 2 - Programação: Cronograma, Logística e Programação de Materiais e Mão-de-Obra e Planejamento do Controle de Obras. 3 - Controle: Segurança e Medicina do Trabalho, Controle de Materiais e Mão-de-Obra, Controle do Desempenho Financeiro da Obra, Relatório Gerencial Mensal, Controle de Execução e Qualidade e Diário de Obras. 4 - Conceitos Básicos de Alvenaria Estrutural: Aspectos Técnicos e Econômicos. 5 - Componentes da Alvenaria Estrutural, onde estudamos Blocos de Concreto, Argamassa, Groute e Aço. 6 - Noções Básicas do Projeto: Coordenação Modular, Projetos Complementares e Projeto Estrutural. 7 - Vantagens e Desvantagens da Alvenaria Estrutural. O objetivo deste trabalho é elaborar o planejamento de execução de uma obra utilizando Alvenaria Estrutural, a fim de diminuir os custos com materiais e mão- de-obra, além de reduzir o tempo de execução, contribuindo, assim, para a execução mais acelerada, garantindo o retorno financeiro para a construtora. Tendo como parâmetros a realização de um planejamento e controle para a execução da obra, de forma a se identificar os pontos críticos de cada etapa expondo soluções adequadas para minimizar os contratempos existentes no canteiro. 24 2- Planejamento e Controle na Construção Civil utilizando Alvenaria Estrutural 2.1- Planejamento Com o avanço da tecnologia no ramo construtivo surgem novas técnicas, procedimentos, métodos e processos que conduzem a necessidade de que sejam efetuadas mudanças, particularmente, no setor estratégico e na visão sistêmica, direcionando, sem qualquer dubiedade, a implementação de tecnologias de informação que possam proporcionar um ambiente integrado e produtivo. Desta maneira, faz-se necessário instigar primeiramente a conscientização do caráter imprescindível de tais mudanças de posicionamento para depois partir efetivamente para a transformação. Segundo Goldman (2004), planejamento se constitui atualmente em um dos principais fatores para o sucesso de qualquer empreendimento. Na construção civil, é essencial um sistema que possa canalizar informações e conhecimentos dos mais diversos setores e, em seguida, direcioná-los de tal forma que todas essas informações e conhecimentos possam ser utilizados pela empresa, sendo a realimentação do sistema uma de suas características. O planejamento é uma função de apoio à coordenação das várias atividades de acordo com os planos de execuções, de modo que os programas preestabelecidos possam ser atendidos com economia e eficiência. Dessa feita, o planejamento é a definição do momento em que cada atividade deve ser concluída e o desenvolvimento de um plano de produção que mostre as entregas das atividades conforme necessidade e ordem de execução. Além disso, o mesmo é responsável em demonstrar o tipo de atividade a ser executada, quando executar, os sistemas construtivos e os recursos utilizados (CARDOSO; ERDMANN, 2001). Planejamento pode ser definido como um método de decisão adotada, realizado para antecipar uma ação futura almejada, usando de meios eficazes para materializá-la. O objetivo do planejamento é reduzir o custo, juntamente com o tempo de execução dos projetos e as incertezas relacionadas ao seu escopo. Do mesmo modo, SYAL et al. (1992 apud SANTOS; MENDES, 2001) cita que o planejamento é considerado como processo de tomada de decisão que resulta em 25 um conjunto de ações necessárias para transformar o estágio inicial de um empreendimento em um desejado estágio final. O planejamento é a ferramenta administrativa que permite compreender a realidade, avaliar os caminhos, organizar um referencial futuro, estruturando o caminho adequado e reavaliar todo o processo a qual o mesmo se destina, sendo, portanto, a parte racional da ação. Com relação à elaboração do projeto básico, que serve como fundamento para as concorrências, o projetista desenvolve o planejamento geral do empreendimento, considerando todos os elementos disponíveis. Maffei (2007) afirma que é nesta fase onde são gerados os números para serem gerenciados a fim de cumprir os objetivos do gerenciamento. O planejamento requer muito tempo para a sua elaboração, exige profissionais com ampla experiência no ramo, representa um trabalho intenso – mesmo para as pessoas com experiência considerável – e deve ser elaborado no canteiro, utilizando-se das equipes mobilizadas. Caso o planejamento venha a ser elaborado nos escritórios centrais das empresas interessadas, por equipes afastadas dos problemas a serem enfrentados, certamente, conterá imperfeições. Uma parte importante do planejamento de obras é a programação das diferentes atividades necessárias para a conclusão efetiva do empreendimento. Esta tarefa exige vivência e conhecimento das práticas construtivas. Bons planejadores adquirem considerável conhecimento em programação, participando no planejamento e no controle de projetos reais. O planejamento é essencial para o sucesso de um empreendimento, sua importância aumenta quando, na sociedade, existe pouca disponibilidade de recursos, instabilidade no mercado, entre outros obstáculos. O planejamento da construção torna-se indispensável para que se canalize informações e conhecimentos, direcionado à utilização nas execuções dos serviços da construção civil. Em função destas situações, é fundamental a criação de um sistema capaz de garantir o perfeito cumprimento das metas preestabelecidas para a execução da obra. O planejamento tem várias funções, entre elas a de servir como assessor para 26 aquisição de materiais, para fechamentos de contratos, para orientações técnicas nas aplicações de materiais ou nas execuções de serviços (GOLDMAN, 1997). O planejador, antes de tudo, deve deixar claro que planejamento não é adivinhação. As principais funções do planejamento são: orientar, estudar, definir os métodos construtivos e o caminho crítico, dimensionar os recursos, e detectar as dificuldades da obra em tempo. A sua essência assessorial à produção pesa significativamente para acentuar a diferença entre obra bem ou mal administrada. O resultado de todo o trabalho deverá ser o mais conciso e simples possível. Aqueles que contêm excesso de detalhes, inúteis à produção, são os mais cheios de falhas, sendo assim com maiores possibilidades de não serem acompanhados e se converterem em malogro e duras críticas. A linguagem deve ser a mais abrangente e natural, para ser entendida pelos envolvidos. Em outras palavras: o planejamento deve ser simples o bastante para que o mestre-de-obras possa entender, e sintético o suficiente para o presidente da empresa tertempo para isto. O planejamento e gerenciamento implicam em organizar o canteiro de obra, dimensionar e administrar os recursos humanos, os materiais, fornecer e gerir os equipamentos, estabelecer metas, identificar e agir sobre as causas dos problemas que surgirão, entre outros. A execução conforme o planejado permite ter processos estabilizados nas execuções das obras de construção civil e de qualquer outro empreendimento (GUTSCHOW, 1999). O ato de planejar requer muito tempo e conhecimento específico, o planejador, por sua vez, deve ter experiência principalmente no canteiro de obras, pois os fundamentos que se tem nas referências bibliográficas de consumo de material, produtividade e quanto às técnicas construtivas são apenas um parâmetro, sendo assim, para se executar um planejamento da forma mais adequada, é de suma importância a experiência no canteiro de obra, haja vista que é neste ambiente que ocorrem os problemas. No papel tudo ocorre perfeitamente, não apresentando dificuldades nem empecilhos, mas quando começa a implantação das técnicas e procedimentos, surgem as dificuldades que antes eram invisíveis. O planejamento é peça fundamental no campo da construção civil, podendo ser simples ou específico - exigindo pessoas especializadas -, pois à medida que o 27 planejamento passa a ocupar um lugar de destaque no cenário da construção, tornam-se indispensáveis a formação de profissionais. O planejamento visa à organização do trabalho, procurando sempre a utilização racional e econômica da mão-de-obra, associada aos equipamentos e materiais de construção, assegurando o bom desempenho na execução das atividades (CIMINO, 1987). Em qualquer caso é necessário um planejamento adequado antes de dar início ao processo de produção, para evitar uma perda de tempo, ociosidade de mão-de-obra e equipamentos e distorções no abastecimento de materiais, resultando em perda de qualidade, baixa produtividade e perdas financeiras irrecuperáveis (CIMINO, 1987, p.17). Pode-se verificar como o planejamento e controle (físico-financeiro) de uma obra estão diretamente ligados a outros setores importantes para todo o tipo de empreendimento. O planejamento da obra é parte de um processo que tem interfaces com outros processos e sistemas internos da empresa, conforme fluxograma na Figura 1. Figura 1: Estrutura de um setor de planejamento técnico Fonte: GOLDMAN (1997) 28 Na fase inicial - planejamento -, devem ser desenvolvidos o memorial descritivo, as especificações técnicas (definindo as características dos materiais e serviços), o caderno de encargos (que estabelece as normas técnicas e de conduta a serem seguidas) e o orçamento. A seguir serão apresentadas as etapas de um planejamento. 2.1.1- Estudos Preliminares da Obra Para que se possa dar início ao planejamento de uma obra, faz-se necessário efetuar estudos preliminares do empreendimento. É importante também analisar a viabilidade técnica e econômica da construção, que vai desde a escolha do local a estudos geotécnicos e topográficos, para verificar se há alguma interferência significativa que possa vir a trazer problemas futuros, de tal modo que comprometa a margem de lucro esperada. Também se deve montar um cronograma para atendimento das datas de início e fim, fixadas pelo proprietário. Para começar a um projeto, deve-se, primeiramente, fazer o planejamento dos serviços iniciais, iniciando com o levantamento de informações gerais, que serão indispensáveis para a elaboração da planilha orçamentária, a qual determinará em parte a viabilidade do empreendimento. Quanto à metodologia de execução da obra, é importante saber qual sistema construtivo irá ser utilizado, pois a escolha da tecnologia é decisiva na viabilização de unidades econômicas em larga escala, tornando o empreendimento mais econômico através da utilização da Alvenaria Estrutural. O levantamento dessas informações se resume na verificação geral do pedido de orçamento recebido, com o intuito de conhecer minuciosamente o escopo dos serviços, as suas particularidades e os fatores que influenciam em sua execução. De acordo com Vieira Netto (1988), o planejamento deve ser desenvolvido de forma acentuada, desde os primeiros estudos que envolvem o empreendimento, procurando-se as melhores alternativas para orientar as decisões. 29 Além das características reais de cada projeto, devem ser discutidos: • Escopo dos serviços; • Local de execução dos serviços, facilidades e dificuldades dos locais; • Prazos de mobilização, de execução dos serviços, e desmobilização; • Documentos integrantes do pedido (projetos, especificações, planilhas de quantidades, etc.); • Atribuições e responsabilidades da contratada – relativas à execução dos serviços, à mão-de-obra, fornecimento de materiais e equipamentos; • Atribuições e responsabilidades da contratante; • Sistema de contratação e pagamento; • Reajuste de preços; • Critério de medição dos serviços executados; • Critério de aceitação dos serviços; • Considerações sobre serviços extracontratuais; • Cláusulas relativas à multa; • Critérios de garantia dos serviços; • Critérios de rescisão contrato. 2.1.2 – Memorial Descritivo É parte integrante dos contratos de compra e venda na planta ou em construção, descrevendo minuciosamente o que está sendo comprado. Precisam constar no memorial a metragem da área privativa, de uso comum e total, o sistema de localização da vaga na garagem (privativas ou área comum), os acabamentos e sua qualidade, com a especificação de fabricantes ou marca dos materiais. Deve fornecer uma visão global da obra identificando todos os seus elementos construtivos com clareza. Seu objetivo é resumir as etapas para racionalizar o período do planejamento, evitando as perdas qualitativas e quantitativas ao empreendimento, podendo ser feita uma compactação, de forma que no Memorial Descritivo contenha as referências dos materiais, equipamentos e especificações técnicas. 30 2.1.3 – Gerenciamento de Projetos Gerenciamento de projetos é a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas nas atividades de um projeto, objetivando atender ou exceder as necessidades e expectativas do cliente e de nossa empresa, naquele projeto (PARTICELLI, 2002). Segundo Nocêra (2006), um projeto é constituído por cinco fases distintas, que compõem o ciclo de vida do mesmo, que são: Iniciação, planejamento, controle, execução e finalização. Em cada etapa do projeto se ramificam outras etapas e procedimentos necessários para a administração apropriada da obra. Desta forma, em cada fase será exposta sua função, relevância no processo e o modelo prático de formulário para o devido acompanhamento, sendo aplicado a cada processo o modelo de gerenciamento OPCA, ou seja, organização, planejamento, controle e aperfeiçoamento das atividades, pois, assim, pretende-se demonstrar a forma simples e eficaz de controlar a execução e o andamento de uma obra, obtendo resultados significativos, como maiores lucros nos empreendimentos. Figura 2: O ciclo de vida de um projeto de construção. Fonte: NOCÊRA 31 O plano de gerenciamento de projetos é base principal para o sucesso do empreendimento. A partir das idéias iniciais, a equipe deverá expor e registrar o escopo do projeto de forma a caracterizá-lo da melhor maneira. Os objetivos do projeto determinado pelo cliente devem ser claros. Para definir os limites do projeto, deve-se relacionar de forma organizada – inclusive com auxílio de desenhos – todos os itens que o compõem. O gerenciamento de projetos, em toda sua totalidade, garante ao longo do tempo de concepção,planejamento, execução e finalização, a segurança que todas as atividades que compõe o projeto, sejam realizadas dentro das diretrizes e metas pré-estabelecidas. É um processo contínuo e dinâmico durante toda a sua execução e se desenvolve de acordo com um trabalho em equipe, sendo de extrema importância a existência do fator humano e técnico, e o foco será sempre o objetivo estabelecido inicialmente. O trabalho de coordenação na elaboração de projetos constitui-se em tarefa complexa e de cuja eficiência dependerá a qualidade do projeto resultante, justificando-se, portanto, a adoção de procedimentos metodologicamente estabelecidos, que visem orientar simultânea e conjuntamente os vários profissionais e estabelecer adequado fluxo de informações entre eles, além de conduzir as decisões a serem tomadas no desenvolvimento do projeto. (THOMAZ, 2001, p.271). Para a execução do planejamento de projetos, precisa-se considerar os fatores espaço e tempo, prevendo as possíveis interferências que podem existir entre atividades no decorrer da obra. Deve-se determinar, de forma clara, o conteúdo esperado de cada projeto (nível de detalhamentos, memórias de cálculo, quantificações de materiais e insumos) e também abastecer os projetistas com todos os levantamentos necessários (planialtimétrico, cadastral, clima, sondagens), definindo uma referência de nível a ser adotada em todos os projetos. É imprescindível que sejam analisados os riscos de engenharia, como ação do vento, inundações, incêndios ou outros eventos semelhantes na fase de construção. 32 2.1.4- Identificação da Equipe de Trabalho O planejamento da mão-de-obra consiste no arranjo da equipe, partindo de histogramas dos eventos, distribuídos em categorias profissionais, função dos serviços, índices de produtividade previstos de acordo com a cultura da empresa. Partindo do quantitativo dos serviços e jornada de trabalho, a técnica consiste em dimensionar a equipe de trabalho para cada evento. Sendo assim, é possível distribuí-la de maneira uniforme, evitando picos desnecessários, orientando de acordo com a compatibilização dos tempos e das quantidades. As equipes devem ser previstas de forma adequada pela decorrência dos custos diretos de mão-de-obra, e também sobre os indiretos, envolvendo necessidades de escritórios, alojamentos, refeitórios, transportes, apoio administrativo, etc. É importante ter o cuidado na hora de formar as equipes e suas respectivas divisões em grupos nas frentes de trabalho, dando uma atenção maior aos encarregados e mestres, que muitas vezes são desprezados, porém são peças essenciais no desempenho de suas equipes. É necessário que haja o treinamento das equipes em obras pesadas ou no conjunto de obras de menor porte, executadas em programa contínuo, à medida que envolva serviços mais especializados, com um nível de tecnologia mais avançado, como no caso da Alvenaria Estrutural, onde nem todos os operários se encontram aptos a trabalhar com a mesma. Isso tudo é necessário para obter um melhor desempenho técnico, treinamento de funcionário em um local com menor custo de manutenção, reposição de funcionários, acréscimo das equipes dentro do programa de mobilização da obra, com nível requerido de conhecimento. 2.1.5- Orçamento O orçamento é basicamente um exercício de previsão, tendo muitos itens que influenciam e contribuem para o custo de um empreendimento. A técnica orçamentária envolve a identificação, descrição, quantificação, análise e valorização de uma série de itens, assim sendo, requer, portanto, demasiada atenção e habilidade técnica. Como o orçamento é elaborado antes da construção do produto, 33 muito estudo deve ser feito para não deixar lacunas na composição de custos, nem considerações descabidas. Geralmente, um orçamento é determinado somando-se os custos diretos – mão-de-obra de operários, material, equipamentos – aos custos indiretos – equipes de apoio, despesas gerais do canteiro de obras, taxas – e, por fim, adicionam-se os impostos e lucros para se chegar ao preço final. Por basear-se em previsões, todo orçamento é aproximado, por mais que todas as variáveis sejam ponderadas, há sempre uma estimativa associada. O orçamento não precisa ser exato, porém tem que ser preciso. A aproximação de um orçamento está embutida, por exemplo, na produtividade adotada para as equipes de trabalhadores, nas variações de preços dos insumos, no percentual adotado de perdas e desperdício de materiais, na produtividade de equipamentos, imprevistos, entre outros fatores. Uma importante característica a ser observada no orçamento é a especificidade que ele apresenta, cada orçamento é único. Por exemplo, o orçamento de um prédio a ser construído na cidade Belém será diferente do orçamento deste mesmo empreendimento caso seja construído em Marabá. Então para que se possa obter o orçamento mais real possível, torna-se necessário conhecer os preços de insumos e mão-de-obra da região onde será executado o empreendimento, pois os orçamentos calculados com base em outras regiões, geralmente, tendem a ser superestimados ou com valores inferiores aos comprados no mercado local. Outra característica do orçamento é a temporalidade, ou seja, um orçamento que foi elaborado há alguns anos atrás já não é válido hoje. Isto se deve, principalmente, a flutuação no custo dos insumos ao longo do tempo, criação ou alteração de impostos e encargos, evolução dos métodos construtivos, entre outros. Segundo Mattos (2006), o orçamento não se resume à definição do custo da obra, ele tem uma abrangência muito maior, servindo de subsídio para outras aplicações, tais como: 34 • Levantamento dos materiais e serviços; • Obtenção de índices para acompanhamento; • Dimensionamento de equipes; • Capacidade de revisão de valores e índices; • Realização de simulações; • Geração de cronograma físico-financeiro; • Análise de viabilidade econômico-financeira. 2.1.5.1- Tipos de Orçamentos O orçamento pode ser definido de acordo com seu grau de precisão e do conteúdo dos dados do projeto em questão: 1. Orçamento por Estimativas Esse tipo de orçamento é realizado quando há pouca disponibilidade de tempo para o cálculo dos custos para as tomadas de decisões empresariais e pela pouca disponibilidade de dados técnicos relativos ao projeto. Normalmente esse tipo de orçamento é elaborado a partir dos índices sobre o custo unitário do metro quadrado de construção, obtidos através de revistas técnicas. Estes índices são obtidos através de revistas técnicas especializadas, por empresas de consultoria, por experiências de empreendimentos executados anteriormente ou através dos sindicatos estaduais da construção civil. Segundo Goldman(1999), a margem de erro nestes casos pode chegar a mais ou menos quarenta por cento, - margem considerada alta – sendo estas diferenças induzidas pela falta de informação. 35 2. Orçamento Preliminar A elaboração do orçamento preliminar tem como objetivo detalhar os quantitativos e custos dos serviços de construção, embora nem todos os projetos e informações estejam completos. A estimativa do orçamento é feita com base no levantamento das quantidades dos serviços, e na obtenção dos preços unitários dos serviços de construção. Segundo Goldman (1999), a margem de erro nestes casos pode chegar a mais ou menos vinte por cento. 3. Orçamento Detalhado Esse tipo de orçamento busca detalhar os quantitativos e custos de todos os serviços da construção civil com alto nível de precisão e baixo grau de imprevistos. Para este tipo de orçamento é necessário que tenhamos informações completas sobre o empreendimento. A elaboração deste orçamento se dá com base no levantamentodas quantidades e na obtenção dos preços unitários de construção. Segundo Goldman (1999), a margem de erro nestes casos pode chegar a mais ou menos dez por cento. 2.1.5.2- Elaboração de Orçamentos Esquematicamente, a elaboração de orçamentos engloba três grandes etapas de trabalho: estudo das condicionantes (condições de contorno), composição de custos e fechamento do orçamento (MATTOS, 2006), como mostra a Figura 03. 36 Figura 3: Etapas da Orçamentação (MATTOS, 2006) 2.1.5.3- Estudo das Condicionantes Todo orçamento se baseia em um projeto, a partir dele serão identificados os serviços constantes da obra com suas respectivas quantidades, o grau de interferência entre eles, a dificuldade relativa de realização das tarefas, etc. De acordo com Mattos (2006) esta fase de estudo das condicionantes engloba os seguintes passos: • Leitura e interpretação dos projetos e especificações técnicas; • Leitura e interpretação do edital (se existir); • Visita técnica ao local onde será realizada a obra. 37 2.1.5.4- Composição de Custos A composição de custos de um determinado serviço construtivo é a soma dos insumos totais, ou seja, materiais, mão-de-obra e meios de produção que atuam diretamente nesta atividade. No sentido de facilitar e agilizar o trabalho do orçamentista, desenvolveu-se as composições de custo, fazendo-se necessário seguir determinadas etapas para a elaboração de uma composição de custos, como: 1. Identificação dos Serviços Deve-se fazer um levantamento contendo todos os serviços que serão necessários à realização da obra. No decorrer desta etapa, o profissional que está encarregado da elaboração do orçamento deverá ter uma atenção minuciosa, pois a retirada de alguns serviços da obra poderá vir a comprometer o orçamento. 2. Levantamento de Quantitativos Após a identificação dos serviços é necessário quantificá-los. Esta quantificação deve ser determinada com base nos projetos que foram fornecidos pelo projetista. Esta fase é uma das que mais exigem atenção e conhecimento do orçamentista, porque exige leitura do projeto, cálculos de áreas e volumes, consulta a tabelas de engenharia, etc. 3. Discriminação dos Custos Diretos É feito o levantamento de todos os custos que estão diretamente ligados aos serviços de campo, representando o custo orçado dos serviços executados. Pode-se citar como exemplo de custo direto a execução das fundações, fazendo a composição de custos envolvendo todos os insumos necessários, como mão-de-obra (armador, ajudante, pedreiro, servente), materiais (areia, cimento, brita, aço, arame) e equipamentos (betoneira). 38 4. Discriminação dos Custos Indiretos São feitos os levantamentos de todos os custos que não estão ligados diretamente aos serviços de campo, porém são necessários para a execução destes serviços, tais como: transporte de funcionários, alojamento provisório, canteiro de obras, taxas e emolumentos, entre outras. 5. Cotação de Preços É a coleta de preços no mercado para os diversos insumos da obra, presentes no custo direto e no custo indireto. É nesta etapa que os preços são inseridos no orçamento. Os preços devem ser obtidos no mercado de acordo com a lei 8.518, de 08 de janeiro de 1991, que institui normas para a defesa da concorrência e dá outras providências. E da lei n° 8.137, de 27 de dezembro de 1990, que define os crimes contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo. Os preços de mercado devem ser cotados com condições de pagamento a vista, evitando a inclusão de juros por parte dos fornecedores. Quando os materiais são comprados mais baratos e em grandes quantidades geram custos de movimentação e armazenagem não previstos, sendo necessário informar na cotação as quantidades de futuras compras. Os valores de mercado sobreposto aos materiais e equipamentos do orçamento, devem estar de acordo com a realidade da região onde será implantada a obra, porém, caso sejam comprados diretamente nas fábricas, deve-se verificar se o valor final da mercadoria entregue na obra – valor da mercadoria e o frete – torna- se superior ao valor do mercado local, deixando assim o empreendimento, menos rentável. 39 6. Tabela de Salários A tabela de salários resume-se no preço unitário do salário base dos profissionais da construção civil. Na composição unitária dos serviços a mão-de-obra pode ser quantificada em horas, pois possibilita a definição do prazo para executar cada atividade. Considerando que a mão-de-obra é paga mensalmente, onde os funcionários são mensalistas, há a tabela de salários, onde encontra-se o salário mensal e o valor da hora de cada funcionário variando de acordo com a função. Pois, conforme mostra a tabela do sindicato na figura 04, os funcionários da construção civil são classificados em profissões e faixas salariais, onde cada uma possui um valor específico e envolve diversas funções classificadas de acordo com a qualificação do profissional. 40 41 1. Definição de Encargos Sociais e Trabalhistas São os encargos que recaem sobre a mão-de-obra direta, e são calculadas em função do regime de trabalho, mensalista ou horista. São definidas para cada empresa e calculadas a partir de critérios e formulas que espelhem sua realidade É nesta etapa que definimos o percentual dos encargos sociais e trabalhistas que serão aplicados na mão-de-obra. Envolve os diversos impostos que incidem sobre a hora trabalhada e os benefícios ao qual os trabalhadores têm direito e que são pagos pelo empregador. Como exemplo desses encargos, podemos citar o INSS1, FGTS2, seguro contra acidente de trabalho, férias, 13° salário, etc., os quais poderão ser pagos ao profissional o valor proporcional a qualquer momento, caracterizado como sua rescisão caso o mesmo seja demitido ou solicite o desligamento da empresa. 2.1.5.5- Fechamento do Orçamento No fechamento do orçamento deve-se determinar o lucro que se deseja obter na obra em questão, efetuar o cálculo do BDI – Benefícios e Despesas Indiretas – e realizar o deslocamento da planilha. Para a definição do lucro existem alguns fatores que precisam ser levados em consideração, como a concorrência, risco do empreendimento, necessidade de se conquistar aquela obra, entre outros. Todavia é necessário que sejam adicionados os custos indiretos envolvidos e para isso aplica-se a taxa de Benefícios e Despesas Indiretas (BDI). Após ser calculado o custo da obra, resultado da soma dos custos de todos os serviços que compõem a planilha orçamentária, cujos custos unitários podem ser calculados através das composições de consumo unitário, aplica-se uma porcentagem de acréscimo, também chamada de “margem bruta”, para concluir o orçamento. 1 Contribuição para o Instituto Nacional do Seguro Social, incide sobre a remuneração paga no decorrer do mês em questão. Percentual é fixado por lei. 2 Contribuição para o Fundo de Garantia sobre Tempo de Serviço. Percentual fixado por lei. 42 Para a execução de obras com projetos especiais, complexos ou de maior porte recomenda-se calcular o BDI especificamente para cada situação, observadas as peculiaridades físicas e técnicas de cada uma delas. A equação geral, de acordo com a TCPO 13, para o cálculo do BDI é: ��� � ���1 �100� �1 100��1 �100�1 � �� � � �100 � � � 1� � 100 � �� �1 ���1 ���1 ��1 � �� � �� ! � 1" � 100 Sendo: i= Taxa de administração central; r= Taxa de risco do empreendimento; f= Taxa de custo financeiro do capital de giro; t= Taxa de tributos federais; s= Taxa de tributo municipal– ISS; c= Taxa de despesas de comercialização; l= Lucro ou remuneração líquida da empresa. Onde, as taxas no numerador incidem sobre os custos diretos e as taxas no denominador incidem sobre o preço de venda (faturamento). As letras “i”, “r” e “f” estão no numerador porque são custos que incidem sobre os custos diretos; “t” e “b” estão no denominador porque incidem sobre o valor de venda. As letras em minúsculo são representativos de números decimais. A taxa de risco “r” do empreendimento não é risco de execução, pois, esses podem ser cobertos por seguro. Esta taxa serve para cobrir eventuais serviços que não foram considerados na planilha de orçamento por omissão, esquecimento ou falha na sua elaboração, mas que a contratada terá que assumir, principalmente em 43 contratos de empreitada pelo preço fixo, global ou integral, onde os preços não poderão ser mudados ou aditados. Segundo MATTOS (2006) como forma de melhorar a situação econômica do contrato, o construtor pode realizar uma distribuição não-uniforme do valor total do BDI nos itens da planilha, fazendo uma “jogada de preços” na planilha sem alteração do preço final. Este desbalanceamento da planilha de preços torna possível obter vantagens da seguinte forma: • Aumentando o preço de serviços que ocorrem cedo na obra e diminuindo o preço dos serviços que ocorrem mais perto do fim; • Aumentando o preço dos serviços cujo quantitativo tende a crescer e diminuindo daqueles cujo quantitativo tende a ser menor do que o da planilha. 2.2- Programação Implica na introdução do tempo no planejamento e deve ser efetuada assim que tenha a primeira rede de precedências. A introdução do tempo tem grande influência no tratamento a ser dado às atividades críticas, na redefinição dessas atividades, na antecipação ou retardamento de providências. O uso de rede se precedência, em particular o PERT-CPM3 (Program Evalution and Review Techinique and Critical Path Method), é a base de discussão do método do planejamento e programação (VIEIRA NETTO, 1988). A programação de obras permite a racionalização do processo produtivo do empreendimento por meio do estudo sobre o tempo de execução das atividades, custos e utilização otimizada dos recursos. (SACOMANO, et al., 2004). Vieira Netto (1988, p.37) considera que a programação é um elemento bastante dinâmico que deve ser revista periodicamente, possibilitando a obtenção do produto final dentro de prazos e investimentos compatíveis. 3 As técnicas PERT e CPM foram independentemente desenvolvidas para o planejamento e controle de projetos por volta de 1950, porém a grande semelhança entre estas fez com que o termo PERT/CPM seja utilizado corriqueiramente como uma única técnica. Estas técnicas de planejamento consistem em uma rede com “setas” que representam as atividades e eventos de um projeto. 44 A programação deve ser analisada considerando as necessidades da obra em termos de prazo, recursos financeiros, da disponibilidade dos fornecedores e da capacidade dos projetistas em disponibilizar os documentos técnicos. Considerando que a programação é um elemento dinâmico e mutável, esta deve ser revista periodicamente, possibilitando os devidos ajustes para que os prazos sejam respeitados (AVILA e JUNGLES, 2006). Os softwares especializados são ferramentas que possibilitam uma grande agilidade na elaboração, análise e acompanhamento desta programação. Dentre estes, destaca-se o software MS Project. Com ele, é possível revisar e mudar as datas e prazos periodicamente, possibilitando assim que sejam feitos os devidos ajustes. Ele ainda fornece uma grande variedade de relatórios para facilitar o acompanhamento do projeto. 2.2.1- Cronograma O cronograma é programação da execução das tarefas que compõem uma obra ou serviço, definindo a ordem de sucessão em que serão executadas, em função dos prazos contratuais e dos custos constantes no orçamento. Pode ser do tipo cronograma de barras tipo Gantt que mostra uma programação geral, e quando são definidas datas intermediárias e correlações entre as atividades ele passa a ser um diagrama de precedência, conforme mostra a Figura 04. 45 Figura 04: Barras de Gantt Figura 4: Exemplo de Barras de Gannt 46 É uma das ferramentas de planejamento mais utilizadas em projetos, principalmente pela fácil visualização que oferece, é o mais simples método de planejamento e ainda o mais utilizado na construção civil tanto para planejamento quanto para controle. Ele pode ser elaborado no Software Excel ou pelo Software Microsoft Project, este ultimo é composto por duas partes: uma tabela com as definições das atividades e uma área gráfica com barras indicando o início e o término das atividades (NOCÊRA, 2000). A primeira etapa para iniciar a montagem do cronograma é definir o número de períodos em função do prazo final (pode ser em meses, semanas, dias) e, para cada tarefa a ser executada, deve-se estabelecer um tempo de duração. Este tempo será em função da equipe de operários e de sua produtividade. Para estimar os períodos de execução de cada etapa também deverá ser levado em consideração, a experiência da empresa, dados históricos em construções similares, e a possibilidade de ocorrência de imprevistos como falta de mão-de-obra, atrasos na chegada de materiais, chuvas excepcionais e falta de verba. O desdobramento de um cronograma genérico em outro mais detalhado ocasiona um controle mais eficaz sobre as tarefas, representando melhor o gerenciamento físico financeiro. 2.2.2- Logística e Programação de Materiais e Mão-de-Obra Logística abrange as ações que estão relacionadas com a otimização e a racionalização no recebimento, armazenagem, movimentação e disponibilização de insumos, materiais, ferramentas, equipamentos, mão-de-obra e informações. O conceito deve ser abordado com base em dois aspectos: o interno e o externo. O interno diz respeito ao arranjo físico do canteiro, trata-se da área de transporte, armazenagem e manuseio do material dentro da obra e será mais bem abordado no subitem de planejamento do canteiro de obras. A logística externa faz interface com os fornecedores, planejamento e programação da entrega, transporte e descarga na obra. 47 O objetivo de um apoio logístico adequado é o estabelecimento de planejamento e estrutura para aquisição, armazenamento, transporte, distribuição e aplicação de materiais para fins operativos e administrativos; recrutamento, seleção e contratação de pessoal; manutenção de máquinas e equipamentos e elaboração de contratos e prestação de serviços. A compra/locação de materiais e equipamentos se desenvolve a partir da preparação de solicitações de cotação que ocorre na fase seguinte à aprovação do orçamento por parte do cliente. Assim, é possível discriminar os materiais nas quantidades necessárias para cada etapa da obra. As solicitações de cotação devem especificar os materiais, fabricante, condições de entrega e condições de pagamento. Feita a cotação de preços, a seleção de fornecedores ocorre com base nos dados levantados através da solicitação de cotação, e também avaliar os dados históricos a respeito de entregas de material e serviços feitos anteriormente. 2.3- Controle O controle tem como objetivo levantar e verificar os desvios apresentados na execução com relação ao planejamento e, principalmente, indicando qual a melhor forma para a correção da execução ou do planejamento. Nele deverão estar inclusos as atividades de levantamento de dados, compilação de dados, comparação com o planejado, análise dos resultados e proposição de ações corretivas. Deve ser iniciado em simultaneidade com a execuçãoda obra e deve ser preventivo ao invés de corretivo, assim, quando for detectada uma tendência à ocorrência de desvios na execução, esta deve ser analisada prontamente e, se possível, tomada as medidas necessárias para que possa ser realizada a correção de forma a evitar prejuízos futuros. Por outro lado, os desvios devidos a fatos não previstos no planejamento e que não são possíveis de correção deverão obrigatoriamente alimentar o replanejamento. O controle efetuado pelo sistema PCO - Planejamento e Controle de Obra -, inicia a partir do orçamento quantificado na fase de planejamento, previamente elaborado através de sua estrutura integrada, segundo as normas usuais da ABNT, para apropriação dos dados, obedecendo a uma mesma classificação de materiais e 48 serviços, permitindo ao sistema iniciar o controle em qualquer etapa da obra. Inicia- se o seu acompanhamento, serviço por serviço, registrando-se, no banco de dados do computador, as quantidades e valores dos itens já devidamente codificados e em análoga correspondência com o orçamento pré-estabelecido (AXSES, 2003). O controle deve ser efetuado em tempo real, ou seja, deve orientar a realização das atividades corretivas durante a realização das mesmas. O conceito de controle expanda-se para além da idéia de inspeção ou verificação, identificado fortemente com a correção das causas estruturais dos problemas e deve ser baseado na pesquisa em estudo e não apenas na intuição e experiência (MOREIRA et al. 1999). A informação produzida pelo processo de controle permite tomar decisões sobre novos objetivos e novos padrões de controle. Freqüentemente, só é possível planejar a partir de informações de controle, e não de projeções ou previsões sobre o futuro. Para melhor conduzir um sistema de controle é necessário que: • O controle seja adequado quanto à atividade e quanto à natureza; • O controle mostre rapidamente as irregularidades; • O controle seja flexível; • O controle seja objetivo; • O controle seja compreensível; • O controle seja econômico; • O controle preveja o futuro; • O controle dê como resultado uma ação corretiva. O controle deve estar interligado ao planejamento, pois um sempre estará assessorando o outro. Para um bom controle deve-se conhecer tudo o que acontece em torno das atividades a controlar, podendo ser dividido em: a) Materiais que serão utilizados na execução das atividades. b) As ferramentas de trabalho dos operários. c) A mão-de-obra necessária à execução. d) O prazo de execução do serviço. e) Considerações sobre o método de trabalho empregado. 49 f) A quantidade produzida de serviço. g) Os custos correspondentes a cada insumo. Segundo SANTOS (2007) existem duas formas de controle, o operacional e o gerencial. O operacional trata-se do controle direto, sob a responsabilidade de mestres e encarregados alocados no canteiro de obras. Sua função é manter as atividades programadas dentro do prazo estipulado, conforme a produtividade prevista e mantendo a qualidade que foi pré-estabelecida para o serviço. O gerencial tem base em relatórios periódicos (semanal, quinzenal ou mensal, dependendo do tipo de empreendimento). Sua função é comparar o previsto com o realizado para detectar anomalias para assim poder tomar as medidas necessárias para a sua correção. A palavra controle indica um processo administrativo que tem três etapas: 1) Obter informações sobre os resultados de uma atividade ou processo; 2) Compará-la com a informação sobre os objetivos; e 3) Implementar alguma ação para assegurar a realização dos objetivos. O controle, em qualquer área de aplicação, desempenha papel extremamente importante na preservação dos objetivos e na identificação da necessidade de mudar os objetivos. Como se sabe, no conjunto de funções administrativas o passo primordial é o planejamento; posteriormente a organização para atender a este planejamento, segue-se como vai ser direcionado o processo e, finalmente caracterizasse o controle, que tem como função principal medir o progresso, impedir desvio dos planos, indicar ação corretiva. A ação corretiva pode envolver medidas simples, como pequenas mudanças. Poderá até estabelecer novos objetivos, formulação de novos planos, modificação da estrutura organizacional e outros aspectos que conduzam ao melhor objetivo, atendendo desta forma ao princípio da flexibilidade (GOLDMAN, 1997). 50 Controle é a função administrativa que consiste em medir e corrigir o desempenho de subordinados para alcançar os objetivos da empresa conforme os planos delineados: • Investigar os erros, faltas, negligências, possíveis fraudes, analisando as causas, comentários, verificando as responsabilidades, a fim de precaver a reincidência com toda a classe de modificações na organização existente; • Analisar e interpretar os resultados, seja qual for o prazo de tempo do período a que se refere; • Analisar e interpretar em idênticas condições cada uma das partes do ativo e passivo do balanço; • Formular uma crítica objetiva e construtiva, propondo sugestões ou modificações. Para Goldman (1997) o controle das atividades de construção, assim como o planejamento é de suma importância para o sucesso do andamento da execução de qualquer empreendimento. O ideal é montar um sistema integrado entre planejamento – obra – compra, de forma que os pedidos de materiais feitos para as obras sejam sempre conferidos pelo setor de planejamento, no sentido de serem estritamente necessários para a execução, não permitindo assim perdas desnecessárias que quase sempre afetam consideravelmente as despesas das obras. O planejamento e controle afetam diretamente do inicio ao fim na execução da obra. A fase de controle se realiza durante a execução da obra, pois está diretamente ligada a qualidade do planejamento elaborado e a qualidade do acompanhamento físico-financeiro da obra, propiciando um controle de boa qualidade e permitindo que se elabore um planejamento de curto prazo durante os serviços em andamento, nos casos de correções. Os resultados são obtidos através de comparação do planejamento com as informações obtidas do controle durante e após a execução da obra. A sistematização do processo de orçamento vem de encontro à necessidade de uma avaliação detalhada dos custos pelo interessado (GOLDMAN, 1997). 51 O inter-relacionamento com o setor de arquitetura e projetos se dá ao longo de todo o andamento da obra, mesmo assim ocorrem inúmeras alterações, devido a novas técnicas de execução de serviço, falta de material no mercado ou criação de novos materiais e muitas vezes por questões financeiras, podendo reduzir o ritmo ou até mesmo aumentá-lo, conforme a necessidade (GOLDMAN, 1997). Geralmente, a construção civil apresenta os seguintes controles: 1) Controle de Custos É o controle de gastos com materiais, mão-de-obra e equipamentos, além de gastos com outros custos indiretos comparando o executado com o planejado. Os custos, porém podem sofrer influências externas, como de oferta e de procura no mercado ou da inflação. 2) Controle de Prazos É o controle realizado por cronogramas, como o de barras. Neste controle as atividades são quebradas em parte seguindo os períodos de execução. Deverá ser colocada a barra do planejamento e embaixo dela uma barra mostrando o que foi realizado. Tem como função garantir a execução dentro dos prazos previstos pelo planejamento. 3) Controle de Recursos É o controle de materiais, mão-de-obra e equipamentos. Assim como o controle de prazos e custos, o controle de materiais e mão-de- obra é executado fazendo a comparação entre o realizado e o planejado, através das notas fiscais (materiais) e os índices de produtividade (mão-de-obra).
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