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Receitas Publicasppt (2)

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RECEITA PÚBLICA: CLASSIFICAÇÃO, ESTÁGIOS DA RECEITA
Receita pública são os recursos instituídos e arrecadados pela administração pública com a finalidade de atender as necessidades da sociedade. Pode-se dizer que receita é todo recurso arrecadado pelo estado para atender as despesas públicas.
A receita pública apresenta diversas classificações, sendo as mais consagradas pela doutrina:
 Quanto à natureza; Quanto à categoria econômica; Quanto à afetação patrimonial; Quanto à regularidade;
 Quanto à coercitividade; Quanto ao poder de tributar.
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As receitas, quanto à natureza, se dividem em orçamentária e extra-orçamentária.
Os recursos arrecadados pelo estado e que incorporam definitivamente ao patrimônio do Estado são chamados de receitas orçamentárias. Assim as receitas orçamentárias são aquelas que se integram definitivamente ao estado sem qualquer correspondência no passivo, estejam estas receitas previstas ou não no orçamento.
A receita para ser orçamentária não precisa estar prevista na LOA.
Os recursos arrecadados pelo estado, mas que geram um passivo, ou seja, terão que ser restituídos, posteriormente, são denominados receitas extra-orçamentárias. Ou seja, são receitas que não estão previstas no orçamento, e corresponde a uma entrada de recurso que gera para o Estado a obrigação de posterior devolução. Ex. Depósitos diversos, Restos a pagar, serviço da dívida a pagar, Aro, etc.
As receitas extra-orçamentárias por serem apenas entrada de recursos com caráter devolutivo, não são consideradas receitas stricto sensu, tendo em vista que são registradas como receitas somente para controle e posterior devoluções. Todo ingresso de recursos aos cofres públicos é considerado receita lato sensu.
Exemplificando: recebimento de caução em dinheiro para garantia de contrato, o fornecedor deposita um montante na conta bancária do governo, no entanto este recurso não pertence ao Estado, assim no momento de contabilizar esta receita será registrado um débito no banco e em contrapartida um crédito em conta do passivo, evidenciando o caráter devolutivo do recurso.
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As ARO são receitas extraorçamentárias, conforme artigo 3º da Lei 4320/64.
Mas por quê uma operação de crédito por antecipação da receita é extra-orçamentária e uma operação de crédito normal é orçamentária, sendo que as duas geram uma obrigação para o Estado?
Fácil, o próprio nome da operação de crédito por ARO (Antecipação da receita orçamentária) já mata esta questão. A ARO não é uma receita nova que se incorpora ao Estado, é simplesmente uma antecipação da receita orçamentária prevista no orçamento e que, no entanto ainda não se realizou. O procedimento normal é o governo esperar a receita se realizar para aí sim gastá-lo, mas às vezes por problemas de indisponibilidade de caixa o Estado não pode esperar essa realização acontecer. Assim o governo faz um empréstimo e se compromete a pagá-lo com a receita orçamentária que se realizará, por isso é preciso contabilizar a ARO como extra-orçamentária sob pena do Estado duplicar sua receita.
Interessante lembrar que uma receita extra-orçamentária poderá se converter em receita orçamentária, a partir do momento que se constatar que não caracteriza mais uma obrigação a pagar.
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Características
Dos ingressos orçamentários:
 Registrados como receita orçamentária corrente ou de capital;
 Financiam as despesas orçamentárias;
 Geram desembolsos orçamentários;
 Seguem as classificações econômicas, institucionais e por fonte de recursos;
 Tem caráter permanente;
 Pertencem ao Estado.
Dos ingressos extra-orçamentários:
 Registrados como passivo financeiro;
 Não financiam as despesas orçamentárias;
 Geram desembolsos extra-orçamentários;
 Não passam pelos estágios da receita;
 Seguem classificação contábil;
 Tem caráter temporário;
 Pertencem a terceiros.
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As receitas, quanto à categoria econômica
A Lei 4320/64 classificou a receita orçamentária em duas categorias: receitas
Receitas Correntes – São os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou de direito privado, quando destinados a atender despesas classificáveis em despesas correntes. As receitas correntes se dividem em: tributárias, de contribuições, patrimonial, agropecuárias, industrial, de serviços, de transferências correntes e outras receitas correntes.
Receitas de Capital – São recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou de direito privado destinados a atender despesas classificáveis em despesas de capital e ainda o superávit do orçamento corrente. Exemplo: as provenientes da realização de recursos financeiros de constituição de dívidas; da conversão em espécie, de bens e direitos.
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Receita Tributária: São os ingressos provenientes da arrecadação das receitas de impostos, taxas e contribuições de melhoria. É uma receita privativa das entidades competentes para tributar: União, Estados, Distrito Federal e os Municípios.
Receita de Contribuições: É o ingresso proveniente de contribuições sociais de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de intervenção nas respectivas áreas.
Receita Agropecuária: É o ingresso proveniente da atividade ou da exploração agropecuária de origem vegetal o animal.
Receita Industrial: É o ingresso proveniente da atividade industrial de extração mineral, de transformação, de construção e outras, provenientes das atividades industriais definidas como tal pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
Receita de Serviços: É o ingresso proveniente da prestação de serviço de transporte, saúde, comunicação, portuário, armazenagem, de inspeção e fiscalização, judiciário, processamento de dados, vendas de mercadorias e produtos inerentes a atividades da entidade e outros serviços.
Transferências Correntes: É o ingresso proveniente de outros órgãos ou entidades, referentes a recursos pertencentes ao ente ou entidade recebedora ou ao ente ou entidade transferidora, efetivados mediante condições preestabelecidas ou mesmo em qualquer exigências, desde que o objetivo seja aplicação em despesas correntes. IMPORTANTE: Para o ente ou órgão transferidor, a transferência do recurso é classificada como despesa e para o recebedor é uma receita. MUITO IMPORTANTE: O órgão que transfere o recurso empenha, liquida e paga a despesa. O órgão recebedor considera como receita sua, no momento em que o repassador liquida a despesa, mesmo que ainda não tenha recebido o recurso.
Outras Receitas Correntes: São os ingressos provenientes de outras origens não classificáveis nas subcategorias econômicas anteriores.
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Receitas de Capital
Operações de Crédito: É o ingresso proveniente da colocação de títulos públicos ou da contratação de empréstimos e financiamentos obtidos junto a entidades estatais, instituições financeiras, fundos, etc. REGRA DE OURO: O montante previsto para as receitas de operações de crédito não poderá ser superior ao das despesas de capital constantes do projeto de lei orçamentária. A CF prevê exceção a regra de ouro: as receitas de operações de crédito poderiam ser superiores às despesas de capital, desde que autorizadas, durante o exercício financeiro, mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta.
Alienação de Bens: É o ingresso de recursos provenientes da alienação de componentes do ativo permanente, ou seja, é a conversão em espécie de bens e direitos.
Amortização de Empréstimos: É o ingresso proveniente da amortização, ou seja, recebimento de valores referentes a parcelas de empréstimos ou financiamentos concedidos em títulos ou contratos.
Transferências de Capital: É o ingresso proveniente de outros entes ou entidades referentes a recursos, pertencentes ao ente ou entidade recebedora ou ao ente ou entidade transferidora, efetivado mediante condições preestabelecidas ou mesmo sem qualquer
exigência, desde que o objetivo seja a aplicação em despesas de capital.
Outras Receitas de Capital: São os ingressos provenientes de outras origens não classificáveis nas subcategorias econômicas anteriores.
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o superávit do orçamento corrente resultante do balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes, apurados no balanço orçamentário, não constituirá item da receita orçamentária. ATENÇÃO! O superávit do orçamento corrente é receita de capital extra-orçamentária. 
Mas por que o superávit do orçamento corrente é receita de capital e ainda por cima receita extra-orçamentária? Simples, o superávit é considerado receita de capital, porque normalmente é utilizado para cobrir déficit de capital. Como essa receita já foi considerada como orçamentária no exercício em que houve o resultado positivo ela é contabilizada como extra-orçamentária para que não haja duplicidade de receita.
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Quanto à afetação patrimonial
As receitas orçamentárias podem causar aumento no patrimônio, ou seja, podem causar variação na situação líquida, neste caso são chamadas de receita efetiva. Essas receitas integram o patrimônio sem quaisquer condições, restrições ou correspondências no passivo, inserindo-se no conceito de fato contábil modificativo aumentativo. Exemplos: receita tributária, receita de serviços, etc.
Há, no entanto, casos em que os ingressos de recursos orçamentários não provocam afetação no patrimônio líquido por serem oriundas de fatos permutativos, essas receitas são denominadas receitas não efetivas ou receitas por mutações patrimoniais. Exemplo: receitas de operações de crédito, receita de amortização de empréstimos concedidos, etc.
Em regra toda receita corrente é receita efetiva e toda receita de capital é receita não efetiva, há, entretanto, exceções. 
As receitas de capital via de regra são receitas não efetivas, pois toda a vez que se registra uma receita de capital faz-se o registro de uma mutação patrimonial, a exceção são receitas de transferências de capital, que não geram uma mutação patrimonial, decorrente da incorporação de um direito ou de um bem ou da baixa de obrigações.
As receitas correntes, em regra, são receitas efetivas, porém também existe uma exceção, a dívida ativa, que apesar de ser registrada como receita corrente dentro da subcategoria “outras receitas correntes”, causa uma mutação patrimonial, referente à baixa do direito.
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Mais Classificações
quanto à regularidade:
Receitas Ordinárias – Ingressos permanentes e estáveis do Estado, arrecadados regularmente em cada período financeiro, ou seja, possuem caráter de continuidade, sendo fonte perene de recursos para o Estado.
Receitas Extraordinárias – Ingressos com caráter de não continuidade, a sua arrecadação acontece de maneira excepcional, provenientes de calamidade pública, doações, etc.
quanto a coercitividade:
Receita Originária – Consiste na receita proveniente da exploração do patrimônio público, ou seja, são produzidas pelos ativos do Estado. O Estado atua como particular por meio da exploração de atividades privadas, exemplos: serviços comerciais, industriais; alugueis, etc. A receita originária também é classificada na categoria receita corrente.
Receitas Derivadas – Consistem nas receitas provenientes do exercício do poder de tributar, do Estado, os rendimentos ou o patrimônio da coletividade, essa receita é obtida pelo Estado em função da sua soberania, por meio de tributos, indenizações e restituições. A receita derivada é classificada na categoria receita corrente.
quanto ao poder de tributar, se classificam em federal, estadual e municipal.
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ESTÁGIOS DA RECEITA
Previsão: a previsão,constante da LOA, indica a expectativa da receita por parte da Fazenda Pública e configura o que se pretende arrecadar no exercício financeiro, com o objetivo de custear os serviços públicos programados para o mesmo período.
Lançamento: ato da repartição competente que verifica a procedência do crédito fiscal, a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta.
Arrecadação: é o ato pelo qual o Estado recebe os tributos e demais créditos a ele devidos. Tais receitas são arrecadadas pelos agentes da arrecadação, que os recebem dos contribuintes e entregam-nos ao Tesouro Público. Caracteriza como OBJETO DA RECEITA PÚBLICA. Agentes de arrecadação públicos (tesouraria,postos fiscais, etc.) e agentes privados (bancos autorizados).
 Recolhimento: é constituído da entrega do numerário, arrecadado pelos agentes públicos ou privados, às repartições ou ao Banco Oficial. É o momento a partir do qual o valor está disponível para o Tesouro do Estado. Momento que se verifica o princípio da unidade de tesouraria (ou caixa), segundo o qual devem ser englobadas, no recolhimento, todas as receitas orçamentárias e extra-orçamentárias, bem como as provenientes de operações de créditos legalmente autorizadas.
A contabilidade pública apresenta diversas particularidades, dentre as quais, podemos citar o regime contábil misto, desta forma adota-se o regime de caixa para a receita e o regime de competência para a despesa. Por hora basta sabermos que diferentemente da contabilidade privada, a contabilidade pública adota o regime de caixa para a receita, e que a inscrição da dívida ativa constitui exceção ao regime de caixa da receita.
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DIVIDA ATIVA
A dívida ativa constitui-se em um conjunto de direitos ou créditos de natureza tributária ou não tributária, em favor da fazenda pública, com prazos estabelecidos na legislação pertinente, vencidos e não pagos pelos devedores, ou seja, são os créditos da fazenda exigíveis pelo transcurso do prazo para pagamento.
Divida ativa tributária: É o crédito da Fazenda Pública, proveniente da obrigação legal relativa a tributos e respectivos adicionais e multas.
Divida ativa não tributária: São os demais créditos da Fazenda Pública tais como os provenientes de empréstimos compulsórios; contribuições estabelecidas em lei; multas de qualquer origem ou natureza, exceto as tributárias; foros, laudêmios; alugueis ou taxas de ocupação; custas processuais; preços de serviços prestados por estabelecimentos públicos; indenizações; reposições; alcances dos responsáveis definitivamente julgados, bem assim os créditos decorrentes de obrigações em moeda estrangeira, de sub-rogação de hipoteca, aval ou outras garantias de contratos em geral ou de outras obrigações legais.
Esses créditos somente serão inscritos, na forma da legislação própria, como dívida ativa depois de apurada a sua liquidez e certeza. Essa certeza não é absoluta é relativa, ou seja, admite prova em contrário por parte do sujeito passivo, contribuinte de fato ou de direito. Por força da CF/88, na União a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional – PGFN – é responsável pela apuração da liquidez e certeza dos créditos da União tributários ou não, já a LC 73 atribuiu aos órgãos jurídicos das autarquias e fundações públicas a mesma competência em relação a sua dívida ativa.
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ATENÇÃO: a inscrição da dívida ativa é um fato de natureza extra-orçamentária e provoca um aumento no patrimônio líquido representado por uma conta de variação patrimonial aumentativa, como uma superveniência ativa (acréscimo patrimonial).

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