Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
4/27/2016 1 Anti-neoplásicos Farmacologia 3 Andréa Barretto Motoyama, PhD Tópicos: lIntrodução – o que são neoplasias, como elas surgem lAgentes alquilantes lAgentes anti-metabólitos lAgentes anti-mitóticos lAgentes mediadores de respostas biológicas lNovas terapias (terapias direcionadas: mAb, peq molec, “oligonucleotídeos antisense”) lResistência a terapias anti-neoplásicas l Um novo paradigma para o surgimento de neoplasias e as implicaçðes futuras: células-tronco tumorais ou células iniciadoras de tumor O que é o câncer •Tumor: Crescimento celular anômalo, podendo ser beningo ou maligno. Proveniente de uma única célula (origem clonal) – embora o tumor apresente diversidade celular •Câncer: tumor maligno, crescimento celular desordenado, com consequências deletérias para o organismo. Neoplasias: Processo patológico que resulta na formação e crescimento de um tumor; Tumores podem ser benignos ou malignos Tumores malignos tendem a crescer de forma descontrolada. Pode haver metástase (= crescimento de um tumor secundario, a partir de um tumor inicial, em órgãos distantes do primeiro orgão afetado). Alta incidência de mortalidade devido ao câncer no mundo ocidental: - segunda causa de mortalidade entre homens e mulheres (a primeira são as doencas cardio-vasculares) Mortalidade nos Estados Unidos 2003 Source: US Mortality Public Use Data Tape 2003, National Center for Health Statistics, Centers for Disease Control and Prevention, 2006. 1. Doenças cardio-vasculares 685,089 28.0 2. Câncer 556,902 22.7 3. Doenças cerebro-vasculares 157,689 6.4 4. Doenças cronicas do trato respir inferior 126,382 5.2 5. Acidentes 109,277 4.5 6. Diabetes mellitus 74,219 3.0 7. Gripe e pneumonia 65,163 2.7 8. Alzheimer 63,457 2.6 9. Nefrite 42,453 1.7 Rank Causa de Morte No de mortes % (de todas as fatalidades) Alguns Dados Epidemiológicos •Câncer é a enfermidade com a segunda maior taxa de mortalidade mundial – em 2005 ocorreram 7,6 milhões de mortes no mundo todo (OMS, 2008); •No Brasil, estima-se que em 2008 sejam diagnosticados 466.000 novos casos (INCA, 2008). •À medida que a população envelhece como um todo, o câncer adquire maior importância. 4/27/2016 2 Etiologia do Câncer •Fatores genéticos – ex: câncer familiar de mama (BRCA1); leucemia mielóide crônica (BCR-ABL) •Exposição ambiental – ex: radiação •Exposição ocupacional – asbestos (câncer de pulmão) •Fatores de hábito – fumo e álcool (câncer oral); comidas queimadas e muito temperadas (câncer colo-retal) •Virus – HTLV-1 e HPV Incidência de Casos de Câncer por Orgão ou Tecido Inca 2005 Dados Epidemiológicos Adicionais Local do Tumor Taxa Relativa de Sobrevida (5 anos) Cav. Oral e Faringe 58,8% Mama 88,5% Próstata 99,9% Colo e Reto 64,1% Pâncreas 5% American Câncer Society, 2007 Origem Clonal do Câncer Origem Clonal do Câncer 4/27/2016 3 Os marcadores moleculares do câncer Insensibilidade a fatores anti- crescimento Auto-suficiência c/ relação a fatores de crescimento Invasão de tecidos e metástase Potencial Replicativo ilimitado Angiogênese Resistência ou fuga à apoptose Adaptado de Hannahan & Weinberg, 2000 H-Ras Telomerase VEGF Produção de IGF Inativ E- caderina Inativ Rb Os marcadores moleculares do câncer Hannahan & Weinberg, 2011 Metabolic Hallmark Aplicações do princípio de Warburg Genes VII - Lewin Mol Biol Cell - Lodish Atuação de quinases como Aurora A, Aurora B e Polo quinase (Plk). 4/27/2016 4 Mol Biol Cell - Lodish Controle do Ciclo celular •Controle do ciclo celular e feito por complexos formados por ciclinas e CDKs (quinases depedentes de ciclinas); •CDKs possuem atividade enzimatica, fosforilando alvos que contribuem para a progressao no ciclo. •CDKs sao tambem alvo de desenvolvimento de drogas. Controle do Ciclo celular •Alem dos complexos ciclina-CDK, controlam a progressao do ciclo celular os CKI (ou inibidores do complexo enzimatico cic-CDK); •A natureza ciclica das ciclinas e dada pela degradação seletiva, mediada por proteassoma. •Enzimas do complexo proteassoma sao tambem alvos farmacologicos para o desenvolvimento de drogas antineoplasicas. p-Rb CDC25A p14 p15 p16 Rb Modificado de Sherr 2000 A Bioquímica do Ciclo celular Mol Biol Cell - Lodish Pontos de “checagem” (conferência) do ciclo celular Genes VII - Lewin 4/27/2016 5 Lullmann et al, 1996 Efeitos Indesejá- veis dos Quimiote- rápicos Classificação de Tumores Malignos Classificação TNM: T - a extensão do tumor primário N - a ausência ou presença e a extensão de metástase em linfonodos regionais M - a ausência ou presença de metástase à distância T0, T1, T2, T3, T4 N0, N1, N2, N3 M0, M1 Propósitos da Classificação: 1. Ajudar o médico no planejamento do tratamento 2. Dar alguma indicação do prognóstico 3. Ajudar na avaliação dos resultados de tratamento 4. Facilitar a troca de informações entre os centros de tratamento 5. Contribuir para a pesquisa contínua sobre o câncer humano Protocolos de tratamento quimioterápico do câncer • Determinados por comitês internacionais • No Brasil, são recomendados por portarias ministeriais do Min. Saúde • Baseados em ensaios clínicos (em geral, mais de um, com grande número de pacientes) • Em geral, combinam vários tipos de drogas • A escolha é feita pelo oncologista, de acordo com o perfil do paciente e do tumor Quimioterapia - protocolos de tratamento (combinações) ABVD – Adriamicina, bleomicina, vimblastina, dacarbazina CHOP – Ciclofosfamida, Hidroxidaunorrubicina, vincristina (Oncovin), Prednisona FOLFOX – 5FU, Leucovorin, Oxiplatin CMF – Ciclofosfamida, metrotexato, fluoruracil 4/27/2016 6 Tópicos: lIntrodução – o que são neoplasias, como elas surgem lAgentes alquilantes lAgentes anti-metabólitos lAgentes anti-mitóticos lAgentes mediadores de respostas biológicas lNovas terapias (terapias direcionadas: mAb, peq molec, “oligonucleotídeos antisense”) lResistência a terapias anti-neoplásicas l Um novo paradigma para o surgimento de neoplasias e as implicaçðes futuras I.AGENTES ALQUILANTES: �Alquilação: alvos inespecíficos (grupos sulfidrila, amino, hidroxila, carboxila, fosfato e imidazol); �Citotoxicidade por alquilação do DNA �No DNA, maioria em posição N7 de guanina; muitas em dupla ligação �Pareamento G-T; Despurinação do DNA, Cross-link inter-fitas �Compostos quimicamente instaveis �Podem depender de um p53 intacto Exemplos: � Bis(cloroetil)aminas: mecloretamina, melfalano, clorambucil � Nitromustardas: ciclofosfamida, isofosfoamida � Nitrosuréias: carmustina (BCNU – bis- cloroetil nitrosureia), lomustina (CCNU), semustina (metil-CCNU); � Alquil-sulfonados: bussulfano e tiotepa � Triazenos: dacarbazine • Atuam principalmente em células nos fases G1 e S, embora não sejam considerados ciclo-específicos; • Utilizados, em geral para leucemias e linfomas EFEITOS TÓXICOS • mielosupressão, náusea, vômitos • depressão da medula óssea, com leucopenia, trombocitopenia, e sangramento; • cistite hemorrágica com ciclofosfamida, que pode ser evitada com hidratação adequada; RESISTÊNCIA • Resistência adquirida inclui mecanismos de reparo no DNA, diminuição da permeabilidade da célula a droga, produção aumentada de glutation, inativando a droga • Resistência cruzada : uma droga � a todas mesma classe (exceto: nitrosureias) AGENTES ALQUILANTES: 4/27/2016 7 NITROSURÉIAS (ALQUILANTES) � Exemplos: carmustina (BCNU), lomustina (CCNU), semustina (metil- CCNU); e estreptozocina (nitrosuréia + açúcar) � toxicidade medular minima � carcinoma das ilhotas de Langerhans do pâncreas; � Altamentelipossolúveis (atravessam barreira hematoencefálica) � tumores cerebrais; � Ligação cruzada de guaninas no DNA; � Parecem atuar sobre células em fase de platô ou retardar a fase S; EFEITOS TÓXICOS • mielosupressão, náusea, vômitos • leucopenia, trombocitopenia; Nitrosureias •Carmustina (BCNU), Lomustina (CCNU), Semustina (metil-CCNU) •Altamente lifopofilicos c/ capacidade p/ cruzar barreira hemato-encefalica � uso em tumores do cerebro; Melfalan e Clorambucil •Oral; •Mefalan: mieloma multiplo; •Clorambucil: leuc. linfocitica cronica; •Clorambucil: pode levar ao aparecimento de leucemias; •Monitorar cels sanguineas (aplasia celular da medula). Fosfamidas •Ciclofosfamida e ifosfamida •Oral ou intravenosa; •Ativacao por citocromo P450; •Trombocitopenia menos severa, alopecia mais acentuada; •Linfomas (non-Hodgkin e Burkitt) •Em combinacao c/ metotrexato e 5FU ca mama •Mieloma multiplo; carcinoma de mama, pulmao, ovario; neuroblastomas, •Possivel uso em transplantes por mielossupressão. •Mielossupressão •Tto LMC (reduz no. leucocitos e reduz esplenomegalia) •Pancitopenia c/ doses altas e prolongadas •Uso no preparo pacientes c/ LMA p/ transplante Bulsufano 4/27/2016 8 Complexos de Platina •Exemplos: cisplatina, carboplatina, oxaliplatina •Ligação cruzada das fitas de DNA, principalmente guaninas (algumas vezes, adeninas e citosinas) •Induz morte celular em todos os estágios do ciclo •Cisplatina (1 ger): ampla atividade em grande espectro de tumores sólidos: ca. de pulmão de células não-pequenas, ca. cabeça e pescoço, cânceres genito-urinários •Carboplatina (2 ger) •Oxaliplatina (3 ger): não apresenta resistência cruzada. Complexos de Platina Adaptado de Lullmann et al, 1996. II. Agentes anti-metabólitos: � Inibem direta ou indiretamente a biossíntese de metabolitos necessarios para o processo de replicação celular (ex: aminoacidos, deoxi- nucleotídeos), principalmente purinas e pirimidinas, bloqueando assim a divisao celular. � Análogos do ácido fólico: metotrexato (MTX) �Análogos das pirimidinas: fluoruracil e derivados, gencitabina, Citosina arabinoside (Citarabina ou AraC); �Análogos das purinas: mercaptopurina Metotrexato (MTX) •Ao se ligar a DHFR, inibe a síntese de timidilato, purinas e dos aminoácidos serina e metionina; •Formação de poliglutamatos, aumentam a duração de ação do MTX; •LLA para prevenção de leucemia do SNC; •Outras aplicações: artrite reumatóide e psoríase; •RESISTÊNCIA: � menor transporte fármaco; �Formação diminuida de poliglutamato; �Niveis aumentados de DHFR; �Alteração na DHRF; �Ativação de glicoproteína P170 METOTREXATO (MTX) análogos 4/27/2016 9 METOTREXATO (MTX) MTX 5FU (metabólito de) 5’ Fluoruracil (5’FU) 5-Fluoruracila (5-FU) • Análogo de uracil; antagonista de pirimidinas • Sofre extensa metabolização apos administração IV; • Um dos metabólitos, a Fluor-deoxi-Uridina-Mono-Fosfato (FdUMP), liga-se covalentemente a timidalto sintetase e folato reduzido 5 FU FUTP RNA •Câncer colorretal (1. escolha e/ou adjuvante); •Câncer mama, estomago, pancreas, esofago, figado, cabeca e pescoco e anus •EFEITOS TÓXICOS: � Nausea, vômitos, mucosite, mielossupressão, neurotoxicidade. 5-Fluoruracila (5FU) Mecanismo de Inibição por 5- Fluoruracil 4/27/2016 10 Gencitabina •Sofre fosforilação, formando di e tri-fosfato de nucleotídeo; •Inibe a ribonucleotídeo redutase pelo difosfato de gencitabina � redução dos níveis de trifosfato de desoxirribonucleotídeos; •Incorporação do nucleotídeo de gencitabina no DNA impede a adição de outros nucleotídeos III. AGENTES ANTI-MITOGÊNICOS: �Vinca-alcalóides: vimblastina, vincristina �Taxanos: paclitaxel, docetaxel; �Etoposídeos; �Antibióticos: Actinomicina D, Doxorubicina, Bleomicina, Mitomicina Agentes que Inteferem com os Microtubulos Vinca-Alcaloides •Atuam na polimerização dos microtubulos (e tambem no citosqueleto); •Ligam-se a tubulina dimerizada, complexo que e adicionado a ponta crescente dos microtubulos, impedindo a adição de novas moleculas; •Impedem, portanto, a formação do fuso mitotico, parando o ciclo no metafase Vinca-Alcaloides •Derivados de Vinca rosea. •Exemplos: vimblastina, vincristina, vinleurosina, vinrosidina; •Usos: linfomas de Hodgkin e nao-Hodgkin; Ca mama e carcinomas de células germinativas •Vincristina parece ter > espectro de ação clinica � uso (em combinação) em LLA e outras doencas hematologicas e infantis; •Efeitos Indesejaveis: �Nausea, vomitos, mielosupressao, alopecia, neurotoxicidade Estrutura Quimica dos Derivados de Vinca-Alcaloides 4/27/2016 11 Taxanos •Ex: paclitaxel (Taxol) e docetaxel; •Aumento da polimerização dos microtubulos (antagonismo a despolimerização); •Parada do ciclo celular na mitose; •Morte celular depende da dose e do tempo de exposição; •Utilizados em tumores solidos, como: ca ovario, ca mama avancado, ca esofageal, ca cabeca e pescoco, ca bexiga e ca pulmao (cels pequenas e nao-pequenas); Outras Drogas Derivadas de Plantas Iinibidores da Topoisomerase I Exemplos: Irinotecano, topotecano, trbectedina Isolados originalmente da Campotheca asuminata Efeitos tóxicos: Diarréia e depressão da medula óssea Etoposídeo Isolado de Podophyllum peltatum (mandragora) Inibição da função mitocondrial e transporte de nucleosídeo Efeitos adversos: Mielossupressão Náusea, vômitos, Alopecia Taxanos •Eliminação por metabolismo por citoc. P450; •Resistencia (cultura de células) por hiperexpressao de mdr-1 (glicoproteina P), mutação na tubulina ß, hiperexpressao de survivina ou de aurora quinase; •Efeitos Toxicos: �Neurotoxicidade periferica, retenção de fluido, neutropenia; Antibióticos 1. Dactinomicina (actinomicina D) •Liga-se ao DNA, e impede síntese RNA dependente de DNA •rRNA parece ser o mais afetado •Derivado do fungo Streptomyces •Utilizado para tratamento de malignidades infantis, inclusive sarcoma de Edwig’s e leucemias � Reação de memoria de radiação: aparecimento de eritema e escamação da pele nos locais onde foi aplicada radio- terapia. Antracíclicos •Derivados do fungo Streptococcus peucetius; •Anel tetraciclico; •Exemplos: Daunorrubicina, Doxorrubicina, Epirrubicina, Idarrubicina e Mitoxantrona 4/27/2016 12 Antracíclicos •Intercalam no DNA, impedindo a transcrição e a replicação; •Formam trimeros com DNA e topoisomerase II, enzima responsavel pela quebra do DNA e rotação de uma fita sobre a outra, “desenrolando” o DNA supercoiled. •Topoisomerase II: normalmente promove tambem re-ligação quimica das extremidades do DNA, o que constitui etapa final do reparo de “double-strand breaks”. •Formação de especies reativas de O2 e radicais livres (por causa do grupo quinona); Modo de Ação da Topoisomerase I (Revisao) Modo de Ação da Topoisomerase II (Revisao) Modo de Ação da Topoisomerase II (Revisao) Antracíclicos • Efeitos toxicos: �Mielosupressao, principalmente neutropenia �Mucosite � Efeito toxico de maior significancia no grupo: cardiomiopatia Cardiomiopatia: aguda (entre 2-3 dias apos inicio administração): arritmias, mudancas no eletrocardiograma, pericardite e miocarditie; �Cronica: cardiomiopatia associada a parada cardiaca; resultado da dose total (dose-dependente) e parece ocorrer devido a formação de radicais livres e ROS (especies reativas de oxigenio) � Reação de memoria de radiação: aparecimento de eritema e escamação da pele nos locais onde foi aplicada radio-terapia. Mitoxantrona •Mitoxantrona (dihydroxiantracenediona, DHAD): composto antracenico •Estrutura similar ao anel antraciclico •Ligas-se ao DNA produzindo quebras na fita de DNA, e inibindo a síntese de DNA e RNA. •Utilizado para tratamento de ca de prostata avancado erefratario a hormonio, e linfoma non-Hodgkin, ca mama e LMA. •Toxicidade: mielosupressao com leucopenia; •Nauseas, vomitos, mucosite, alopecia •Menos cardiotoxica que doxurrubicina, mas pode gerar cardiomiopatias •Coloração azul nas unhas e urina durante o tto e apos 1-2 dias 4/27/2016 13 Bleomicinas Antibiótico glicopeptídeo Quelante de metal (sobretudo Fe ferroso, p/ efeito quimioterápico) Geração de radicais livres e espécies reativas de oxigênio Degradam DNA Mais efetiva na fase G2 do ciclo celular Uso: câncer de células germinativas NÃO CAUSA MIELOSUPRESSÃO Toxicidade: FIBROSE PULMONAR Inibidores/Moduladores Hormonais •Antagonistas ER: �Tamoxifeno, Raloxifeno �Utilizados em ca. mama ER+ � Tamoxifeno com atividade antagonista/agonista parcial •Inibidores de Aromatase: �Utilizados em ca. mama ER+ �Anastrozol, Letrozol •Inibidores de Androgenio: �Flutamida �Ciproterona �Bicalutamida Alvos da finasterida e do anastrozol ER e Câncer de mama � Entre 25-30% dos tumores de mama são dependentes e/ou responsivos ao estrôgenos � Antagonistas de ER são capazes de inibir o crescimento de células tumorais in vitro e de tumores in vivo 4/27/2016 14 Tamoxifeno: Antagonista na mama – utilizado para mulheres em alto risco de desenvolvimento de câncer de mama ou como terapia para o mesmo Possui atividade agonista no tecido ósseo, inibindo a atividade de ostecolastos, via TGFbeta3 Possui efeitos metabólicos indesejáveis, como aumeto TG e colestorol total, possibilidade de esteatose heática, pela elevação da produção endógena de TG 2ª geração Bazedoxifeno (3ª geração) � Antagonista da atividade estrogênica na mama � Atividade neutra no endométrio � Atividade preventiva na osteoporose � Não apresenta modificações deletérias no metabolismo A subfamília dos PPARs como alvos farmacológicos � Receptores ativados por proliferadores peroxissomais � Três isoformas: alfa, beta (ou gama) e delta � Envolvidos em metabolismo de ácidos graxos (esteatose hepática e aterosclerose), acúmulo de líqudo intersticial, sensibilidade/resistência periférica a insulina 4/27/2016 15 p-Rb CDC25A p14 p15 p16 Rb Modificado de Sherr 2000 A Bioqumica do Ciclo celular Os Os marcadoresmarcadores molecularesmoleculares do do câncercâncer Insensibilidade a fatores anti- crescimento Auto-suficiência c/ relação a fatores de crescimento Invasão de tecidos e metástase Potencial Replicativo ilimitado Angiogênese Resistência ou fuga à apoptose Adaptado de Hannahan & Weinberg, 2000 H-Ras Telomerase VEGF Produção de IGF Inativ E- caderina Inativ Rb Os Os marcadoresmarcadores molecularesmoleculares do do câncercâncer Hannahan & Weinberg, 2011 Modelo progressivo da tumorigênese �Aplicacoes praticas: � diagnóstico de tumor por PET (tomografia por emissão de pósitrons); �tratamento direto no tumor Pedersen, 2007 Era Molecular do Descobrimento e Desenvolvimento de Drogas Pacientes Modelos AnimaisAlvos em Potencial de Drogas Modelos Celulares HTS (HighThroug h Put Screening) OCH3 OH OCH3 CH3 Validação do Alvo Selecao do Alvo Testes Pre-Clinicos Quimica Medicinal Testes Clinicos Passos: Triagem de drogas pelo alvo 4/27/2016 16 Tecnicas Modernas de Pesquisa Descobriment o de Novos Biomarcadores Desenvolvimento de Novas Drogas/ Terapias � Micro-arranjos de ac nucleicos (Gene-chip); �Micro-arranjos de tecidos (“Tissue Micro- array”) � Genomica; � Proteomica; � SAGE; � RNAi; � Genetica Direta; � Genetica Reversa. � Anticorpos Monoclonais; �Inibid Molec. de baixo peso molecul./ Peq Molec Inibid Quinase; � “Anti-sense”; � Transducão por virus; � Nanoparticulas. Entender os processos biologicos (i.e célulares e moleculares) que levam a neoplasia Lindsay, 2003 O Processo de Descobrimento de Drogas �Manning et al, 2002 Chromosomal rearrangement The Ph Chromosome 22 bcr abl Ph (22q-) bcr-abl 9 9 (q+) Fusion protein Imatinibe e Dasatinibe em molecula Bcr-Abl (T315I) �Anticorpos monoclonais cujos alvos são membros da família de EGFR 4/27/2016 17 �Estagios de Desenvolvimento de Drogas anti-RTK �Gschwind et al., 2004. �Gschwind et al., 2004. Terapias Direcionadas: •Anticorpos Monoclonais; •Pequenas Moleculas Inibidoras de Quinase; •Nanoparticulas •Moleculas “antisense” •Vacinas Anticorpos Monoclonais Rang & Dale, 7ª ed. 4/27/2016 18 A.Anticorpos Monoclonais: �Especificos para a molecula em questão: �Funcionam em células cuja proliferacão depende da molecula-alvo; �Devem ser humanizados; �Podem elicitar respostas imunes; �Podem ser combinados com toxinas para atingir especificamente células tumorais; �Exemplos: �Trastuzumabe (Herceptina®), �Cetuximabe �Bevacizumabe Tratamento de células do câncer da mama com anticorpo trastazumabe leva ao bloqueio da proliferacão 4/27/2016 19 B. Pequenas Moleculas Inibidoras de Quinases � Especificas para o alvo; � Podem ser quimicamente modificadas para obtencão de maior especificidade � Ligam-se diretamente ao sitio P, de ativacão da quinase, impdendindo o acoplamento do ATP. �Penetram a membrana celular; � Exemplos: Tarceva, RAD001, Glivec 4/27/2016 20 Fabbro et al., 2002 Exemplo da Quimica Medicinal em acão l células tumorais em geral proliferam mais rapidamente que células normais; l A proliferacão celular e mantida por quinases do ciclo celular, especialmente CDK2, cuja acão determina a passagem da fase G1 para a fase S (onde ocorre a replicacão do DNA) do ciclo celular. l CDK2 e, portanto, um bom alvo para drogas. Exemplo da Quimica Medicinal em acão (cont.) Agentes anti-angiogenicos: � Baseiam-se no fato de que os tumores necessitam ser vascularizados para sobreviver; � Inibem a formacão de novos vasos sanguineos; � Vasculatura associada ão tumor e distinta da vasculatura normal, apresentando ‘assinaturas’ � Exemplos: bevacizumab (anticorpo monoclonal contra VEGF); 4/27/2016 21 Estabilidade protéica – Bortezomibe Inibiidor do complexo proetassoma (responsável pela degradação de proteínas) Aprovado para o tratamento de neoplasias hematológicas pelo FDA em 2003 Landré et al. 2014 Bortezomibe � Liga-se ao sítio “quimiotripsina-like” � Administração: intravenoso ou subcutâneo � Administração intratecal pode levar à òbito � Indicação para mieloma múltiplo e linfoma de células do manto Efeitos adversos do Bortezomibe �Hipotensão (10-12% dos casos) �Neuropatia periférica (sobretudo sensorial) �Desenvolvimento ou exacerbação da insuficiência cardíaca � Aumento de níveis de enzimas hepáticas � Trombocitopenia Reguladores EpigenéticosI Controladores Epigenéticos SAHA (Vorinostat) aprovado para tratamento do linfoma cutâneo de cèlulas T (EUA) E. Peptideos direcionados (‘homing-peptides) e Nanoparticulas: � Não são, por si só, agentes anti-neoplasicos; � Considerados parte de ‘drogas intelegentes’ por mediarem o carreamento dos compostos ativos diretamente ao tumor; � No caso das nanoparticulas, propriedades fisico-quimicas podem funcinar para destruir o tumor � Exemplos: “Nanocapsulas” ou ‘nano-arroz’ de ouro (Halas) 4/27/2016 22 Biogênese e atuação de miRNAs Rottiers & Näär Nat Rev Molec Cell Biol2012) Biogênese e atuação de miRNAs Rottiers & Näär Nat Rev Molec Cell Biol2012) Gleave & Monia, 2005 1 dia 12 semanas 16 semanas Rudin et al, 2003. Tratamento com Onyx-15 Resistência a agentes anti-neoplasicos: � Grande parte mediada pela glico-proteina P, traduzida pelo gene MDR (multi-drug resistance), e que e capaz de promover o efluxo de drogas parafora das células. (Resistência a nivel celular). �Pode ocorrer atraves de interacoes moleculares com outras proteinas/outros agentes, em sitios distintantes das células-alvo. (Resistência a nivel de organismo). Ex: Glivec e a α-1-glicoproteina acida (AGP). � Resistência adquirida: pacientes/células não mais respondem ao tratamento. Ex: câncer de mama e tamoxifeno. 4/27/2016 23 Mutacoes no dominio de quinase e fator preditivo de resposta a medicamento contra a LMC (Ph+) Imunomodulação do Câncer Imunomodulação do Câncer Visoes para o Futuro: Um novo paradigma l Medicina individualizada, com mapeamento genomico e fármaco- genomico de cada individuo. Dificuldade, custo, problemas eticos e legais; l células-tronco do câncer: � pluripotentes; � resistentes a apoptose; � capacidade ilimitada de replicacão; � divisão assimetrica; Capacidade de Divisão Assimétrica Vescovi et al, 2006 Diferenciação no Sistema Hematopoietico Baird, in Sell, 2004
Compartilhar