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Desmonte de rochas com EXPLOSIVOS EXPLOSIVOS - HISTÓRICO A pólvora foi o primeiro passo para o desenvolvimento de centenas de produtos conhecidos como explosivos. No início era utilizada pelos chineses como pirotécnico, passando após algumas modificações a propelente de projéteis e armamentos em geral. EXPLOSIVOS - HISTÓRICO 1846 Ascânio Sobrero (italiano) Nitroglicerina (líquido) Maior poder de explosão que a pólvora Sem aplicação prática (dificuldade de fabricação e manuseio) EXPLOSIVOS - HISTÓRICO EXPLOSIVOS - HISTÓRICO 1867 Alfred Nobel (sueco) Nitroglicerina (industrialmente) Adição de base inerte à NG (sílica) DINAMITE (massa moldável) EXPLOSIVOS - HISTÓRICO EXPLOSIVOS - HISTÓRICO Mais tarde surgiram o TRINITROTOLUENO (TNT) e a nitrocelulose permitindo a gelatinização da nitroglicerina. 1923 Oppau (Alemanha) Acidente ao tentar-se dinamitar 4,5 ton de nitrato de amônio empedrados. EXPLOSIVOS - HISTÓRICO 1958 – surgem as primeiras lamas explosivas (nitratos + óleos + água + componentes gelatinizantes) 1962 – primeiras patentes para utilização de emulsões como explosivos (Canadá) EXPLOSIVOS - DEFINIÇÃO Explosivos industriais são substâncias ou misturas de substâncias químicas, que quando iniciadas por um agente externo suficientemente energético decompõe-se quimicamente, gerando considerável quantidade de gases, altas temperaturas e liberando energia em curtíssimo espaço de tempo. EXPLOSIVOS - DEFINIÇÃO Explosivos industriais são substâncias ou misturas de substâncias químicas, que quando iniciadas por um agente externo suficientemente energético, DECOMPÕE-SE QUIMICAMENTE gerando considerável quantidade de gases, altas temperaturas e liberando energia em curtíssimo espaço de tempo. Explosivo QUEIMA, DEFLAGRA ou DETONA Velocidade de decomposição EXPLOSIVOS Reações químicas de decomposição Se a substância ou produto químico se decompõe a velocidades de até 330 m/s, diz-se que esta substância QUEIMA ou se decompõe por COMBUSTÃO (oxidação somente pelo O2 do ar). Ex.: Madeira, papel. Se a substância ou produto químico se decompõe a velocidades superiores às de queima até o limite de 1.200 m/s, diz-se que ocorre DEFLAGRAÇÃO. Ex.: Pólvora. Nesse processo, há participação também do O2 contido na própria substância. EXPLOSIVOS Reações químicas de decomposição Se a substância ou produto químico se decompõe a velocidades superiores às de deflagração, diz-se que ocorre DETONAÇÃO. Ex.: Nitroglicerina e emulsões explosivas. A decomposição ocorre a velocidades muito altas: 1.500 a 9.000 m/s, com a participação exclusiva do O2 intrínseco da substância explosiva. EXPLOSIVOS Reações químicas de decomposição A velocidade de decomposição química de um explosivo poderá variar para valores menores que o esperado. Dependendo das condições (iniciação, confinamento, contaminação) um mesmo explosivo poderá detonar, deflagrar, queimar ou se tornar INERTE. Dessa forma, o explosivo não produzirá o efeito esperado, havendo perda considerável de eficiência. EXPLOSIVOS Reações químicas de decomposição EXPLOSIVOS - Energia de ativação Explosivos são substâncias estáveis do ponto de vista químico para o ambiente usual de temperatura e pressão. Energia de ativação é a energia necessária à substância explosiva que a faça detonar de maneira contínua. O valor da energia de ativação ou grau de estabilidade é a segurança que se tem contra detonações prematuras do explosivo. EXPLOSIVOS - PROPRIEDADES Densidade Força Energia (absoluta ou disponível) Velocidade de detonação Pressão de detonação Resistência Sensibilidade Volume gasoso EXPLOSIVOS - PROPRIEDADES Densidade ou peso específico É a relação entre a massa e o volume dessa massa, expressa comumente em g/cm3. Quanto mais denso, maior quantidade de explosivo por unidade de volume. Para detonações difíceis, em que uma fina fragmentação é desejada, recomenda-se explosivos densos. Portanto, o propósito das variações de densidade dos explosivos é permitir ao usuário concentrar ou distribuir as cargas dentro do furo. EXPLOSIVOS - PROPRIEDADES Densidade ou peso específico A densidade dos explosivos comerciais varia de 0,6 a 1,45 g/cm3. Explosivos com densidade inferior a 1 não devem ser utilizados em furos contendo água. Os valores de densidade constantes nos catálogos de explosivos granulados se referem à densidade aparente ou derramada no furo, valor significativamente inferior ao da densidade específica do produto ou dele adensado. EXPLOSIVOS - PROPRIEDADES Energia No passado, a energia de um explosivo era medida em função da porcentagem de nitroglicerina (NG) contida, o que determinava o teor de FORÇA. Os modernos explosivos, especialmente os agentes detonantes, não possuem NG nas suas fórmulas. Daí a necessidade de se estabelecer um novo padrão de comparações. EXPLOSIVOS - PROPRIEDADES Energia Medidas em unidade de energia (Kcal) AWS (Absolute Weight Strength) – energia por unidade de peso do explosivo. Unidade: Kcal/Kg (quilocaloria liberada na detonação por Kg de explosivo). ABS (Absolute Bulk Strength) – energia por unidade de volume do explosivo. Unidade: Kcal/l (por litro de explosivo). EXPLOSIVOS - PROPRIEDADES Energia Medidas de energia relativamente ao ANFO padrão RWS (Relative Weight Strength) – energia disponível por massa de um certo explosivo comparada com a energia disponível por igual massa de um explosivo tomado como padrão (ANFO). RBS (Relative Bulk Strength) – energia disponível por volume de um certo explosivo comparada com a energia disponível por igual volume de um explosivo padrão. EXPLOSIVOS - PROPRIEDADES Energia Medidas de energia relativamente ao ANFO padrão Exemplo 1: Calcular a RWS de um explosivo: Emulsão: densidade: 1,15 g/cm3 energia termoquímica: 850 cal/g. ANFO: densidade: 0,85 g/cm3 energia termoquímica: 900 cal/g. EXPLOSIVOS - PROPRIEDADES Energia Medidas de energia relativamente ao ANFO padrão Emulsão – densidade: 1,15 g/cm3 ANFO – densidade: 0,85 g/cm3 energia termoquímica: 850 cal/g. energia termoquímica: 900 cal/g. RWS = AWSemulsão = 850 cal/g = 0,944 AWSANFO 900 cal/g RWS = 94,4 % A emulsão em questão possui 5,6% a menos de energia quando comparada com a mesma unidade de massa do ANFO. EXPLOSIVOS - PROPRIEDADES Energia Medidas de energia relativamente ao ANFO padrão Exemplo 2: Calcular a RBS de um explosivo: Emulsão – densidade: 1,15 g/cm3 energia termoquímica: 850 cal/g. ANFO – densidade: 0,85 g/cm3 energia termoquímica: 900 cal/g. EXPLOSIVOS - PROPRIEDADES Energia Medidas de energia relativamente ao ANFO padrão Emulsão – densidade: 1,15 g/cm3 ANFO – densidade: 0,85 g/cm3 energia termoquímica: 850 cal/g.energia termoquímica: 900 cal/g. RBS = AWSemulsão x ρ emulsão AWSANFO ρANFO = 850 cal/g x 1,15 g/cm3 = 1,28 900 cal/g 0,85 g/cm 3 RBS = 1,28 A emulsão em questão possui 28% a mais de energia comparada com o ANFO. EXPLOSIVOS - PROPRIEDADES Velocidade de detonação (VOD) É a velocidade com que a onda de detonação se propaga na coluna de explosivos, consumindo-o. VOD depende de diversos fatores: fórmula, diâmetro da carga, grau de confinamento e umidade. EXPLOSIVOS - PROPRIEDADES Velocidade de detonação (VOD) É de extrema importância, pois seu valor numérico determina se o produto explosivo se aplica a uma certa condição de rocha: rochas duras requerem explosivos de alta VOD. A VOD de um explosivo cresce com o aumento do diâmetro desta carga até valor determinado, quando a partir daí se estabiliza para diâmetros maiores. EXPLOSIVOS - PROPRIEDADES Velocidade de detonação (VOD) Geralmente a VOD é medida com explosivo confinado em tudo de aço galvanizado sem costura de 2” de diâmetro. Usa-se o método de Dautriche, sistema prático que pode ser feito em campo ou aparelhos eletrônicos, que realizam medições mais precisas. A unidade de VOD é o m/s. EXPLOSIVOS - PROPRIEDADES Velocidade de detonação (VOD) Objetivos da medição da VOD dos explosivos: Determinando-se a VOD, calcula-se a pressão produzida no furo durante a detonação; Comparar o desempenho do explosivo quando iniciado com diferentes escorvas, acessórios e deferentes materiais utilizados para o confinamento do tampão; Verificar se os explosivos e acessórios estão detonando de acordo com o valor fornecido pelos fabricantes. Equipamento para a medida da velocidade de detonação dos explosivos e acessórios de detonação ProbeCable (Cabo Coaxial) DIAGNÓSTICOS DA VOD EXPLOSIVOS - PROPRIEDADES Pressão de detonação (Energia de choque ou Brisância) É a pressão da onda de detonação quando ela caminha ao longo da craga explosiva. A pressão de detonação de um explosivo é diretamente proporcional ao quadrado da VOD. Pd = K x VOD2 x ρ Pd - Pressão de detonação (Pa) K – constante (0,25 x 10-6) VOD – velocidade de detonação (m/s) ρ – densidade do explosivo (Kg/m3) EXPLOSIVOS - PROPRIEDADES Pressão de detonação (Energia de choque ou Brisância) Caso a pressão produzida no furo durante a detonação não supere a resistência dinâmica da rocha, a mesma não será fragmentada, entretanto a energia não utilizada no processo de fragmentação e deslocamento da rocha se propagará no terreno sob a forma de vibração. EXPLOSIVOS - PROPRIEDADES Resistência Resistência a água – intervalo de tempo que o explosivo pode ficar em contato com a água sem perder suas características. Emulsões resistem à água. Explosivos granulados são inertes em ambientes úmidos. Resistência ao armazenamento – período em que o explosivo pode ficar estocado a partir da data de fabricação, sem perder a qualidade ou deteriorar-se. Resistência ao choque – propriedade que avalia a possibilidade de detonação por choque. EXPLOSIVOS - PROPRIEDADES Sensibilidade Sensibilidade à propagação É a medida do poder de propagação do explosivo. É importante que os explosivos sejam sensíveis o suficiente para detonar toda a extensão da carga, porém não tão sensíveis a ponto de tornarem-se perigosos. Em testes, considera-se boa sensibilidade quando a detonação propagar-se a distância de uma vez o diâtro da carga. Air gap = detonação por “simpatia” EXPLOSIVOS - PROPRIEDADES Sensibilidade Sensibilidade à iniciação Capacidade de um explosivo ser iniciado por um detonador ou outro explosivo iniciador, isto é, se o explosivo é sensível à espoleta, cordel, booster, etc. A maioria dos explosivos do mercado são sensíveis à iniciação por espoleta no 8 ou cordel detonante NP-10 e são os chamados alto explosivos. EXPLOSIVOS - PROPRIEDADES Sensibilidade Sensibilidade à iniciação Quando um explosivo não é sensível à iniciação por um detonador, ele é dito um “agente explosivo”, sendo necessário para sua detonação a utilização de explosivos reforçadores ou “boosters”. EXPLOSIVOS - PROPRIEDADES Sensibilidade Sensibilidade à iniciação As cargas de explosivos com forma cilíndrica têm um diâmetro abaixo do qual a onda de detonação não se propaga ou propaga-se com uma velocidade muito baixa. A esse diâmetro dá-se o nome de DIÂMETRO CRÍTICO. Os principais fatores que influenciam no diâmetro crítico são: tamanho das partículas, reatividade dos seus ingredientes, densidade e confinamento. Emulsões: 7/8” ANFO: 1 a 11/4” EXPLOSIVOS - PROPRIEDADES Volume gasoso É o volume total de gás gerado na detonação. O volume de gás produzido em uma detonação é dado pela relação entre o volume produzido e o peso de explosivo que o gerou, usualmente em litros/Kg. Propriedade importante para avaliar a capacidade de lançar os fragmentos da rocha detonada. EXPLOSIVOS Classificação gasosa Teoricamente, explosivos bem formulados não produziriam gases tóxicos. Na condição ideal, a reação química de decomposição de uma emulsão explosiva produziria CO2, N2, H2O, todos não tóxicos. Na condição prática de uso haverá sempre contribuições negativas (explosivos mal iniciados, desbalanceados) que desequilibram a reação química, ocorrendo assim gases tóxicos na detonação (CO, NO e NO2). EXPLOSIVOS Classificação gasosa Os gases nocivos ao ser humano, quanto ao nível de toxidade, são classificados como: - Classe 1 - não tóxicos (< que 22,65 l/kg); - Classe 2 - mediamente tóxicos (de 22,65 a menos de 46,7 l/kg); - Classe 3 - tóxicos (de 46,7 a menos de 94,8 l/kg). Uma descrição dos efeitos fisiológicos dos gases nocivos se mostra na figura abaixo. EXPLOSIVOS Balanço de oxigênio de explosivos Os explosivos podem ser representados pela fórmula geral: CaHbOcNdXe onde “X” é um metal EXPLOSIVOS Balanço de oxigênio de explosivos A liberação de energia é otimizada quando o balanço de oxigênio é zero. Balanço zero de oxigênio: ponto no qual uma mistura tem suficiente oxigênio para oxidar completamente todos os combustíveis (óleo diesel, serragem, carvão, palha de arroz etc.) presentes na reação, mas não contém excesso de oxigênio que possa reagir com o nitrogênio na mistura para formação de NO e NO2 e nem a falta de oxigênio que possa gerar o CO, pois além de altamente tóxicos para o ser humano, esses gases reduzem a temperatura da reação e, consequentemente, diminuem o potencial energético e a eficiência do explosivo (ladrões de calor). EXPLOSIVOS Ingredientes de explosivos EXPLOSIVO BÁSICO (ou explosivo base) É um sólido ou líquido que, submetido a uma aplicação suficiente de calor ou choque, desenvolve uma reação exotérmica extremamente rápida e transforma-se em gases a altas temperaturas e pressões. Exemplo típico de explosivos básico é a nitroglicerina C3H5O9N3 EXPLOSIVOS Ingredientes de explosivos Explosivo básico COMBUSTÍVEIS e OXIDANTES São adicionadosao explosivo básico para favorecer o balanço de oxigênio na reação química de detonação. O combustível (óleo diesel, serragem , carvão em pó, parafina, sabugo de milho, palha de arroz) combina com o excesso de oxigênio da mistura explosiva, de forma que previne a formação de NO e NO2; o agente oxidante (nitrato de amônio, nitrato de cálcio, nitrato de potássio, nitrato de sódio) assegura a completa oxidação do carbono, prevenindo a formação de CO. EXPLOSIVOS Ingredientes de explosivos Explosivo básico Combustíveis e oxidantes ANTIÁCIDOS Geralmente são adicionados para incrementar a estabilidade do produto à estocagem, exemplo: carbonato de cálcio, óxido de zinco. DEPRESSORES de chama (cloreto de sódio) Normalmente são utilizados para minimizar as possibilidades de fogo na atmosfera da mina, principalmente nas minas onde ocorre a presença do gás metano (grisu). EXPLOSIVOS Ingredientes de explosivos Explosivo básico Combustíveis e oxidantes Antiácidos Depressores de chama (cloreto de sódio) AGENTES CONTROLADORES de densidade e sensibilidade Dividem-se em químicos (nitrito de sódio, ácido nítrico) e mecânicos (micro esferas de vidro). No controle do pH do explosivo utilizam-se a cal e o ácido nítrico. EXPLOSIVOS Classificação Mecânicos Nucleares Químicos Altos explosivos Agentes detonantes Baixos explosivos EXPLOSIVOS Químicos Baixos explosivos Baixos explosivos (propelantes), ou deflagrantes, são aqueles cuja reação química é uma combustão muito violenta chamada deflagração, que se propaga a uma velocidade da ordem de 100 a 1.300 m/s e pressões de no máximo 50.000 psi. Entre os explosivos deflagrantes, o protótipo é a pólvora negra, cujos componentes são: Nitrato de potássio (KNO3) ou de sódio (NaNO3): 75% Carvão vegetal (C): 15% Enxofre (S): 10% EXPLOSIVOS Químicos Altos explosivos Explosivos caracterizados pela elevadíssima velocidade de reação (1.500 a 9.000 m/s) e alta taxa de pressão (50.000 a 4 milhões de psi). Os altos explosivos serão primários quando a sua iniciação se der por chama, centelha ou impacto. Serão secundários quando, para sua iniciação, for necessário um estímulo inicial de considerável grandeza. Exemplo de altos explosivos: TNT, dinamites, gelatinas. EXPLOSIVOS Químicos Altos explosivos ALTOS EXPLOSIVOS NITROGLICERINADOS Explosivos que têm a nitroglicerina como componente básico. Aumentando-se a % de NG, aumenta-se a VOD, a força e a resistência à água. Geralmente são explosivos de alta densidade e os tipos comercializados no Brasil são apresentados em embalagens plásticas (tubo semi-rígido ou em papel parafinado). EXPLOSIVOS Químicos Altos explosivos ALTOS EXPLOSIVOS NITROGLICERINADOS Há restrições ao uso destes produtos sendo que o maior invonveniente reside nos efeitos fisiológicos adversos da nitroglicerina. Como vaso-dilatadora provoca dor de cabeça. Apresenta também maior risco de detonação acidental, ainda que reduzidos com as técnicas modernas de fabricação. Normalmente, apresentam custos mais elevados se comparados a outros explosivos equivalentes não nitroglicerinados. EXPLOSIVOS Químicos Altos explosivos ALTOS EXPLOSIVOS NITROGLICERINADOS Dinamite simples Nitroglicerina + Serragem + Oxidante + Estabilizante Serragem como absorvente e nitrato de sódio é, em geral, o oxidante usado. Como estabilizante, ou antiácido, usa-se o carbonato de cálcio, com cerca de 1%. A dinamite simples produz boa fragmentação. Em contrapartida, apresenta um alto custo e gera gases tóxicos. EXPLOSIVOS Químicos Altos explosivos ALTOS EXPLOSIVOS NITROGLICERINADOS Dinamites Amoniacais O alto custo da dinamite simples e as qualidades indesejáveis permitiram o desenvolvimento das dinamites amoniacais. São similares em composição às dinamites simples, mas a nitroglicerina e o nitrato de sódio são parcialmente substituídos por nitrato de amônio. EXPLOSIVOS Químicos Altos explosivos ALTOS EXPLOSIVOS NITROGLICERINADOS Gelatinas A gelatina também foi descoberta por Alfred Nobel, em 1875. A gelatina é um explosivo bastante denso, de textura plástica, parecendo uma goma de mascar, constituída de nitroglicerina + nitrocelulose + nitrato de sódio. São utilizadas apenas em casos especiais. Geram gases nocivos. Tem grande velocidade de detonação, produz boa fragmentação e ótimo adensamento no furo. EXPLOSIVOS Químicos Agentes detonantes Explosivos Granulados Os explosivos granulados ou pulverulentos, também conhecidos como agentes detonantes, geralmente consistem em misturas de nitratos inorgânicos e óleo combustível, podendo sofrer adição ou não de substâncias não explosivas (alumínio ou ferro-silício). EXPLOSIVOS Químicos Agentes detonantes ANFO (Ammonium Nitrate and Fuel Oil) Universalmente conhecido, formado pela mistura pura e simples de nitrato de amônio (94,5%) e óleo diesel (5,5%). Maiores vantagens do ANFO: ocupar inteiramente o volume do furo grande insensibilidade aos choques poucos gases tóxicos redução do preço global do explosivo Maiores desvantagens: falta de resistência à água baixa densidade(0,85 g/cm3) necessidade de um iniciador especial 300 600 900 Percentagem de Óleo Combustível Energia (cal/g) ENERGIA VERSUS % DE ÓLEO ADICIONADO AO NITRATO DE AMÔNIO EXPLOSIVOS Químicos Agentes detonantes ANFO (Ammonium Nitrate and Fuel Oil) A reação ideal do ANFO: Outros explosivos granulados, fabricados por diferentes produtores, nada mais são do que formulações similares à do ANFO, com adição de outros ingredientes, explosivos ou sensibilizantes, combustíveis, oxidantes e absorventes. EXPLOSIVOS Químicos Agentes detonantes ANFO (Ammonium Nitrate and Fuel Oil) ANFO/AL O objetivo da adição de alumínio ao ANFO é de aumentar a produção de energia. A adição de alumínio no ANFO varia de 5 a 15% por massa. Acima de 15% a relação custo-benefício tende a não ser atrativa. Reação do ANFO/AL contendo 5% de Al: FABRICAÇÃO GRANULADO - CARAJÁS - PA BOMBEAMENTO DO GRANULADO EXPLOSIVOS Químicos Agentes detonantes LAMAS (SLURRIES) E PASTAS DETONANTES Desenvolvidas e patenteadas nos Estados Unidos, são explosivos que contêm água em sua formulação. As pastas são superiores ao ANFO, apresentam boa resistência à água, todavia são bem mais caras. Com a introdução das emulsões no mercado internacional, este tipo de explosivo foi superado tecnologicamente. EXPLOSIVOS Químicos Agentes detonantes EMULSÕES EXPLOSIVAS Constituem a mais moderna geração de explosivos. Emulsão = mistura entre dois ou mais constituintes imiscíveis, sem que haja interação química entre eles, ou seja, não há mudança de qualquer de suas características químicas particulares. Ex.: maionese. Uma emulsão explosiva é uma mistura homogênea entre duas fases líquidas, uma delas uma solução salina supersaturada de nitrato de amônio, e a outra, uma mistura de óleos, formando gotículas muito pequenas. A fase óleo é o dispersante e a solução salina, o disperso. INGREDIENTE PERCENTAGEM EM MASSA Nitrato de Amônio Água Óleodiesel Agente Emulsificante: Oleato de sódio ou Monoleato de ezorbitol 77,3 16,7 4,9 1,1 _____ 100,0 Composição Química da Emulsão EXPLOSIVOS Químicos Agentes detonantes EMULSÕES EXPLOSIVAS Reação química em explosivos industriais – substância oxidante (O2) e combustível (C). A proximidade física entre as substâncias é fundamental para o acontecimento da reação e, quanto mais juntas, ligadas, mais completa é a reação química. Grau de contato – depende do estado físico e granulometria. Emulsões explosivas: fases líquidas coloidais (partículas muito pequenas); contato íntimo dos constituintes; a grande superfície específica de contato, da solução salina (oxidante) envolvida pela fase dispersante óleo (combustível), proporciona grande eficiência da reação química. EXPLOSIVOS Químicos Agentes detonantes EMULSÕES EXPLOSIVAS Feita a emulsão, para que a mistura oxidante e combustível reaja em ação explosiva e a reação se mantenha até o consumo total da mistura, é necessário a atuação de algo que gere calor. Para as emulsões explosivas, a fonte de calor veio do aproveitamento de um fenômeno físico, o “princípio da redução adiabática” (redução de volume sem perda de calor) de uma bolha de ar. A redução brusca do volume de uma bolha de ar gera “pontos quentes”, liberando calor em grande quantidade. EXPLOSIVOS Químicos Agentes detonantes EMULSÕES EXPLOSIVAS NITRITO distribuído de maneira uniforme na massa da emulsão é que a sensibiliza, produzindo grande quantidade de micro bolhas de ar. Quando se escorva o explosivo, introduzindo acessório explosivo na massa da emulsão, o acessório, ao detonar, gera grande pressão e calor, provocando redução brusca do volume de bolhar de ar ao seu redor, produzindo calor suficiente para início da detonação. Em consequência, a frente de detonação gera sobrepressões, estabelecendo a continuidade do processo. EXPLOSIVOS Químicos Agentes detonantes EMULSÕES EXPLOSIVAS BOMBEADAS Para grandes consumos de explosivos de imediato em uma detonação, têm-se como opção o carregamento de furos através de equipamentos montados sobre caminhões – Unidades móveis de bombeamento. EXPLOSIVOS Químicos Agentes detonantes EMULSÕES EXPLOSIVAS BOMBEADAS Estes caminhões são fábricas de explosivos, equipados com instrumentação adequada e equipamentos mecânicos – bombas, compressores e tanques – e permitem, a partir de um operador, a formulação do explosivo e sua aplicação diretamente nos furos. Sobre o caminhão em um dos tanques reservatório armazena-se a pré-emulsão ou emulsão matriz (agente explosivo), previamente fabricada sem sensibilizantes, ISENTANDO-A DA CONDIÇÃO DE EXPLOSIVO. EXPLOSIVOS Químicos Agentes detonantes EMULSÕES EXPLOSIVAS BOMBEADAS Outro tanque sobre o caminhão guarda o sensibilizante (solução de nitrito de sódio) da emulsão matriz. O caminhão, por bombeamento, lança a emulsão matriz misturada a solução de nitrito para dentro dos furos e no processo químico desta mistura a massa de emulsão é “aerada”, micro bolhas de ar formam-se, sensibilizando a emulsão matriz, tornando-a explosiva. A emulsão matriz é classificada para efeito de transporte como oxidante, o que facilita os processos legais de sua aquisição, transporte, uso e armazenamento. Emulsão Encartuchada Emulsão Bombeada – Yamana - MT CARREGAMENTO SUBTERRÂNEO EMULSÃO ESTRUTURA DA LAMA ESTRUTURA DA EMULSÃO Furos com água BOMBA PARA A RETIRADA D’ÁGUA DOS FUROS - CARAJÁS - PARÁ ENCAMISAMENTO DO FURO
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