1.1 Ética e Moral

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Disciplina: Ética e Cidadania I
prof. Mário Sérgio Batista
Ética e Moral
Introdução
Foi o grego Zenão de Cítio (334 a.C., 262 a.C.), o primeiro a propor a divisão da filosofia em três partes principais: física, lógica e ética.
A física trata de saber como funciona o mundo da natureza e dos corpos.
A lógica como se organizam as frases e os raciocínios.
A ética como se pautam os nossos comportamentos e ações.
Ética e Moral são as mesmas coisas?
No sentido prático, a finalidade da Ética e da Moral é muito semelhante. Ambas são responsáveis por construir as bases que vão guiar a conduta do homem, determinando o seu caráter, altruísmo e virtudes, e por ensinar a melhor forma de agir e de se comportar em sociedade.
Definição de Moral e Ética
É o conjunto de regras aplicadas no cotidiano por cada cidadão. Essas regras orientam cada indivíduo, norteando as suas ações e os seus julgamentos sobre o que é moral ou imoral, certo ou errado, bom ou mau.
“[...] A moral é um conjunto de normas, aceitas livre e, conscientemente, que regulam o comportamento individual e social dos homens” (VÁZQUES, 2010, p. 63).
“A ética é entendida como uma reflexão científica, filosófica e eventualmente teológica, sobre os costumes ou sobre as ações humanas” (GOUVÊA, 2002, In: um olhar sobre ética e cidadania). É um conjunto de princípios válidos para todas as pessoas. É a ciência do comportamento humano.
O relativismo Moral
Podemos dizer que a moral é relativa? Sim. Porque o que é aceito entre os índios no Xingu, por exemplo, pode ser rejeitado em outros lugares do Brasil.
 
Como as comunidades humanas são distintas entre si, os valores podem ser distintos de uma comunidade para outra, o que origina códigos morais diferentes.
Desta forma, o que é Moral para um grupo não necessariamente será para o outro.
Senso Moral e Consciência Moral
Senso Moral
Senso Moral: 
Em muitas ocasiões, ficamos contentes e emocionados diante de umas pessoas cujas palavras e ações manifestam honestidade, honradez, espírito de justiça, altruísmo. Sentimos que há grandeza e dignidade nessa pessoa. Sentimos admiração por ela e desejamos imitá-la.
Tais emoções e sentimentos exprimem nosso senso moral, isto é, a maneira como avaliamos a conduta e a ação de outras pessoas segundo ideias como as de mérito e grandeza de alma.
Não raras vezes somos tomados pelo horror diante da violência: chacina de seres humanos e animais, linchamentos, assassinatos brutais, estupros, genocídios e torturas.
Ficamos indignados ao saber que um inocente foi injustamente acusado e condenado, enquanto o verdadeiro culpado permanece impune. Esses sentimentos manifestam nosso senso moral, ou a maneira como avaliamos as condutas alheias segundo as ideias de justiça e injustiça.
Consciência Moral
Consciência Moral:
Nossas dúvidas quanto às decisões a serem tomadas não manifestam nosso senso moral, mas põem à prova nossa consciência moral, pois exigem que decidamos, por nossa conta, o que fazer, que justifiquemos para nós mesmos e para os outros as razões das nossas decisões.
Em outras palavras, a consciência moral não se limita aos nossos sentimentos morais, mas se refere a avaliações de conduta que nos levam a tomar decisões por nós mesmos, a agir em conformidade com elas e a responder por elas perante os outros.
Consciência Moral
Consciência Moral. O que fazer em situações como estas?
1) Uma pessoa querida está com uma doença terminal. Está viva apenas porque seu corpo está ligado a máquinas. Não seria melhor que descansasse em paz? Podemos desligar os aparelhos? Ou não temos o direito de fazê-lo? Qual a ação correta?
2) Uma jovem descobre que está grávida. Sente que seu corpo e seu espírito ainda não estão preparados para a gravidez. Seu parceiro é tão jovem quanto ela. Não sabe se pode contar com o apoio da família (se tiver). Se for estudante vai deixar a escola para trabalhar. Se trabalha receia perder o emprego (discriminação à mulheres grávidas). O que fazer? Abortar nesse caso é correto?
3) Um pai de família desempregado, com vários filhos pequenos e a esposa doente, recebe uma oferta de emprego que exige que seja desonesto e cometa irregularidades que beneficiem seu patrão. O trabalho lhe permitirá sustentar os filhos e pagar o tratamento da esposa. Ele aceita o emprego? Ou deve recusá-lo e ver os filhos com fome e a mulher morrendo?
Os exemplos mencionados indicam que o senso e a consciência morais referem-se a valores (justiça, honradez, espírito de sacrifício, integridade, generosidade), a sentimentos provocados pelos valores (admiração, vergonha, culpa, remorso, contentamento, cólera, amor, dúvida, medo) e a decisões que trazem consequências para nós e para os outros.
Embora os conteúdos dos valores variem, podemos notar que se referem a um valor mais profundo, mesmo que apenas subentendido: o bom ou o mau.
Resumo de Senso Moral e Consciência Moral
Senso Moral: 
Saber que existem valores próprios do seu grupo familiar, social, religioso, profissional, etc., e procurar viver em conformidade com eles.
Consciência Moral:
Importar-se com a existência de valores e princípios universais, que transcendem a moral do grupo, e procurar viver conforme estes princípios, utilizando a razão como referência para compreendê-los (GOUVÊA, 2002, In: um olhar sobre ética e cidadania). 
Referências Bibliográficas
BOBBIO, Norberto. Liberdade e Democracia. São Paulo: Brasiliense, 2000.
De LIBERAL, Marcia Melo Costa (org). Um olhar sobre Ética e Cidadania. São Paulo: Mackenzie, 2002.
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CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1994. 
CORTELLA, Mário Sérgio. Qual é a tua obra? Inquietações propositivas sobre gestão, liderança e ética. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011. 
DROIT, Roger-Pol. Ética: uma primeira conversa. São Paulo: Martins Fontes, 2012.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2010.
NALILI, José Renato. Ética geral e profissional. 9 ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2012.