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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo Engenharia Mecânica Caio Luís Mendes Dayton Lopes da Silva Deivison Cesar Da Silva Gonçalves Jussara Brandão Venturini Thiago Henrique Gava Relatório de Física Experimental Prática 1: Medições Elétricas Piracicaba, 2016. 1 Relatório de Física Experimental Prática 1: Medições Elétricas Relatório técnico da disciplina de Física Geral, no curso de Engenharia Mecânica, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, Campus Piracicaba. Prof. Huyra Estevão Piracicaba, 2016. 2 INDICE 1. Objetivo .............................................................................................................3 2. Introdução Teórica............................................................................................4 2.1. Corrente Elétrica ........................................................................................4 2.2. Tensão (DDP) ..............................................................................................4 2.3. Resistencia .................................................................................................4 2.4. Multímetro ...................................................................................................5 2.5. Resistor …………………………………………………………………………..6 3. Procedimento Experimental ............................................................................7 3.1. Parte I ..........................................................................................................7 3.2. Parte II .........................................................................................................8 4. Resultados e Discussões.................................................................................9 4.1. Resistencia Teórica x Prática....................................................................9 4.2. Valores de Resistencia em função da corrente elétrica ........................10 4.3. Gráficos da variação de tensão por corrente de um resistor...............11 5. Conclusão……………………………………………………………………………16 6. Referencias……………………………………………………………………....…..17 3 1. OBJETIVO Esta prática tem como objetivo demonstrar os princípios básicos para medições de circuitos elétricos, entre tensão (DDP), corrente e resistência elétrica, tendo a finalidade de encontrar a relação entre corrente, tensão e resistência além de apresentar toda a instrumentação necessária para a realização desses procedimentos. 4 2. INTRODUÇÃO TEÓRICA 2.1. Corrente (i) Corrente elétrica (denotada pela letra “i”), é o nome dado ao movimento ordenado das partículas carregadas. Cargas livres apresentam movimento constante e aleatório graças a agitação térmica na região. Por meio da ação de um campo elétrico, as cargas passam a ter movimento ordenado. A corrente elétrica pode ser definida por: 𝐼 = lim ∆𝑡→0 ∆𝑄 ∆𝑡 = 𝑑𝑄 𝑑𝑡 A intensidade I da corrente elétrica é definida como a razão entre o módulo da quantidade de carga ΔQ que atravessa certa secção transversal (corte feito ao longo da menor dimensão de um corpo) do condutor em um intervalo de tempo Δt. 2.2. Tensão (V) Tensão elétrica (denotada por ∆V; segundo o Sistema Internacional de Unidades (SI), medida em volts), conhecida também como Diferença de Potencial (DDP) é a diferença de potencial elétrica entre dois pontos. Ela é a força responsável pela movimentação dos elétrons, logo a tensão é a tendência que uma carga tem de ir para um ponto para o outro, sendo calculada a partir da integral de linha do campo elétrico: 𝑉𝑎 − 𝑉𝑏 = ∫ 𝐸. 𝑑𝑙 𝑏 𝑎 = ∫ 𝐸 𝑐𝑜𝑠∅ 𝑑𝑙 𝑏 𝑎 2.3. Resistência (Ω) Resistência elétrica é a capacidade de um corpo qualquer se opor à passagem de corrente elétrica mesmo quando existe uma diferença de potencial aplicada. Exemplo a aplicação da mesma diferença de potencial em barras de mesma dimensão feitas de cobre e de vidro, o resultado é muito diferente. Seu cálculo é dado pela Primeira Lei de Ohm, e, segundo o Sistema Internacional de Unidades (SI), é medida em ohms. 5 A lei de Ohms é a afirmação de que a corrente que atravessa um dispositivo é sempre diretamente proporcional a diferença de potencial aplicada em um dispositivo, onde sua aplicação é dada por: 𝑉 = 𝑅. 𝑖 Onde, R é a resistência elétrica (Ω). 2.4. Multímetro O multímetro pode ser utilizado, para medir a resistência de um resistor na sua função Ohmímetro. Para medir a diferença de potencial entre dois pontos de um circuito elétrico na função Voltímetro e para medir a intensidade de corrente elétrica em um trecho do circuito como Amperímetro. Ele é classificado como analógico ou digital. O multímetro analógico baseado nos Galvanômetros, cuja verificação da leitura acontece por meio de força eletromagnética em seu ponteiro. O multímetro digital mostra, em um display, o valor medido com ou sem as casas decimais dependendo de sua precisão. Neste relatório, trataremos apenas do digital. Figura 1: Multímetro Digital 6 2.5. Resistores Resistores são componentes elétricos que dificultam a passagem dos elétrons. Geralmente são utilizados em circuitos elétrico/eletrônicos para reduzir a corrente no sistema ou transformar energia elétrica em energia térmica. Os resistores comerciais possuem anéis coloridos que servem para indicar o valor da resistência. Geralmente são quatro faixas de cores, a leitura deve se iniciar pela faixa que está mais próxima de uma das extremidades do resistor. Para fazer a leitura deve se usar a tabela da Figura 1. Figura 2: Relação entre as cores dos anéis dos resistores aos seus valores Cada cor leva a um número. O primeiro e o segundo anel representam o primeiro e o segundo digito, respectivamente. O terceiro anel representa o múltiplo do número já formado, que é sempre uma potência de dez, o resultado é o valor nominal da resistência e, por fim, o quarto número representa a tolerância percentual. 7 3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Foram utilizados neste experimento os seguintes materiais: Fio; Multímetro digital; Matriz de contato (Protoboard); Fonte de tensão DC; 10 Resistores; O experimento foi feito em duas partes: 3.1. PARTE I Inicialmente foi utilizado um multímetro, na função ohmímetro para a medida da resistência dos cinco resistores com valores distintos. Logo, os mesmos resistores foram utilizados em um circuito montado em uma matriz de contato Protoboard (figura 3), onde foram alimentados com uma tensão constante de 7,3V. Os dados obtidos estão dispostos na tabela 2. 3.2. PARTE II Na parte 2 deste experimento foram fornecidos outros cinco resistores (diferentes da parte 1), que foram montados em uma matriz de contato Protoboard para que se obtivesse o valor de corrente elétrica (figura 3). Figura 3: Circuito montado em uma matriz de contato Protoboard 8 O circuito foi alimentado a partir de uma fonte de alimentação DC (figura 4) que forneceu uma tensão elétrica DDP, sendo esses valores de tensão variados dez vezes para cada resistor(valores dispostos na tabela 4). Neste caso, o multímetro foi usado novamente, na função amperímetro, para se registrar os valores de corrente elétrica. Figura 4: Fonte de alimentação DC Para plotar os gráficos exigidos e a obter as curvas de regressão (melhor curva entre os pontos), foi utilizado o programa Excel. 9 4. DISCUSSÕES E RESULTADOS 4.1. Resistencia Teórica x Resistencia Prática Os dados obtidos na Parte I do experimento (valores de resistência e erro associado para cada resistor) estão dispostos na tabela 1 juntamente com os seus respectivos valores comerciais, tolerâncias nominais e desvio real. Tabela 01 - PARTE I Nº do Resistor Cor Resistencia Nominal (kΩ) Tolerância Nominal Resistencia Aferida (kΩ) Erro associado Desvio Real (%) R1 Marrom, preto, vermelho, dourado 1 ± 5 0,9841 ± 0,0005 1,59 R2 Amarelo, roxo, vermelho, dourado 4,7 ± 5 4,635 ± 0,0005 1,38 R3 Amarelo, roxo, laranja, dourado 47 ± 5 46,54 ± 0,005 0,97 R4 Azul, vermelho, amarelo, dourado 620 ± 5 621,1 ± 0,0005 0,17 R5 Cinza, vermelho, amarelo, dourado 820 ± 5 865,3 ± 0,0005 5,52 Tabela 1: Tabela comparativa de Resistencia Teórica e Prática (PARTE I) É possível observar que somente o resistor de número R5 ultrapassou o valor de 5% de tolerância, apresentando um desvio de 5,52%. Esse erro pode acontecer em virtude de um problema de fabricação e/ou erro de medição. Como o experimento foi realizado em duas partes, nas quais foram utilizados 10 resistores distintos, os dados obtidos na PARTE II do experimento também serão dispostos e analisados na tabela 2. Tabela 02 - PARTE II Nº do Resistor Cor Resistencia Nominal (Ω) Tolerância Nominal Resistencia Aferida (Ω) Erro associado Desvio Real (%) R6 Marrom, preto, marrom, dourado 100 ± 5 100,4 ± 0,05 0,4 R7 Vermelho, vermelho, marrom, dourado 220 ± 5 220 ± 0,5 0 R8 Laranja, laranja, vermelho, dourado 3.300 ± 5 3.220 ± 0,5 2,42 R9 Vermelho, vermelho, amarelo, dourado 220.000 ± 5 218.700 ± 0,5 0,59 R10 Azul, vermelho, amarelo, dourado 630.000 ± 5 630.000 ± 0,5 0 Tabela 2: Tabela comparativa de Resistencia Teórica e Prática (PARTE II) 10 Na PARTE II do experimento, não houve nenhum resistor que ultrapassasse a tolerância comercial de 5%. 4.2. Valores de Resistencia em função da corrente elétrica Na tabela 3, estão dispostos os valores de correntes obtidos na prática (circuito montado na Protoboard alimentado com tensão constante de 7,3V). Tabela 03 – PARTE I Nº do Resistor Resistencia (kΩ) Tensão (V) Corrente (mA) R1 0,984 7,3 7,4 R2 4,635 1,6 R3 46,54 0,16 R4 621,1 0,012 R5 865,3 0,0086 Tabela 3: Valores de corrente em função da resistência (PARTE 1) O resistor que aponta menor corrente é o R3, pois é o que possui maior resistência, enquanto o que aponta maior corrente é o resistor R04, cujo valor da resistência é o menor entre todos os outros. Para que fosse possível relacionar as grandezas de tensão, corrente e resistência, os valores da tabela 03 foram utilizados para plotar o gráfico 1. Gráfico 1: Resistencia x Tensão y = 7.3743x-1.003 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 0 1 2 3 4 5 6 7 8 R e si st ê n ci a (k Ω ) Corrente (mA) Gráfico de relação com à Tensão (V) 11 É possível observar no gráfico que corrente e resistência são inversamente proporcionais, pois quanto maior o valor da resistência, menor é a corrente no final do circuito. Ao calcular a tensão elétrica (DDP) através da equação obtida no gráfico 1 (y = 7,3743x-1,003), como uma integral polinomial definida nos limites máximo e mínimo de resistência (Equação I), o valor obtido foi de 48,76 V, o que não condiz com o valor de tensão utilizado na prática. Equação I: ∫ 𝑖 ∗ 𝑑𝑥 𝑅𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑅𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 = ∫ 7,3743 ∗ 𝑥−1,003 865300 984,1 𝑑𝑥 = 7,3743 ∫ 𝑥−1,003 865300 984,1 𝑑𝑥 = 7,3743 ((−319,9) − (−328,76)) = 𝟒𝟖, 𝟕𝟔 𝑽 Uma vez que o resultado da Equação I não foi igual ao valor da prática, também foi realizado o cálculo de uma integral logarítmica nos limites máximo e mínimo de resistência (Equação II). Equação II: ∫ 7,3743 ∗ 𝑥−1,003 𝑑𝑥 865300 984,1 = 7,3743 ∫ 𝑥−1,003 865300 984,1 𝑑𝑥 = ln|𝑥| = 7,3743 ∗ 6,7791 = 𝟒𝟗, 𝟗𝟗 𝑽 Assim como a Equação I, o resultado da Equação II também indicou um valor muito acima da tensão utilizada no experimento, cujo coeficiente de valor 7,3743V que é o valor da tensão deveria ser semelhantes aos resultados das integrais, por tanto, ambos os cálculos se mostraram inconclusivos. 4.3. Gráficos da variação de tensão por corrente de um resistor. Na tabela 4 estão listados os valores de corrente coletados na prática para cada valor de tensão de cada resistor: 12 R6 R7 R8 R9 R10 Tensão (V) Corrente (mA) Tensão (V) Corrente (mA) Tensão (V) Corrente (mA) Tensão (V) Corrente (µA) Tensão (V) Corrente (µA) 0,5 4,154 0,5 2,364 0,5 0,146 5 0,23 5 8,03 1 9,444 1 4,534 1 0,303 5,5 0,27 5,5 8,79 1,5 13,3 1,5 6,731 1,5 0,53 6 0,275 6 9,65 2 17,07 2 9,124 2 0,642 6,5 0,3 6,5 10,39 2,5 22,52 2,5 10,67 2,5 0,783 7 0,321 7 11,24 3 28,96 3 12,75 3 0,971 7,5 0,34 7,5 12,09 3,5 33,55 3,5 15,69 3,5 1,097 8 0,368 8 12,79 4 38,53 4 17,897 4 1,26 8,5 0,397 8,5 13,44 Tabela 4: Tensão e Corrente variáveis de cada resistor Os gráficos 2, 3, 4, 5 e 6 correspondem, respectivamente, aos valores de tensão e corrente nos resistores R6, R7, R8, R9 e R10. Gráfico 2: Tensão x Corrente (R6) y = 0.1011x + 0.1319 0 1 2 3 4 5 6 0 10 20 30 40 50 Te n sã o ( V ) Corrente (mA) Tensão x Corrente (R6) 13 Gráfico 3: Tensão x Corrente (R7) Gráfico 4: Tensão x Corrente (R8) y = 0.2242x + 0.0128 0 1 2 3 4 5 6 0 5 10 15 20 25 Te n sã o ( V ) Corrente (mA) R7 y = 3.1973x - 0.0345 0 1 2 3 4 5 6 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 Te n sã o ( V ) Corrente (mA) R8 14 Gráfico 5: Tensão x Corrente (R9) Gráfico 6: Tensão x Corrente (R10) Através das equações de regressão dos gráficos obtidas pelo Excel, foi possível calcular o valor de cada resistor. Sendo: 𝑈6 = 0,1011 ∗ 𝑖6 + 0,1319 ⇒ 𝑅6101,1 Ω 𝑈7 = 0,2242 ∗ 𝑖7 + 0,0128 ⇒ 𝑅7224,2Ω 𝑈8 = 3,1973 ∗ 𝑖8 − 0,0345 ⇒ 𝑅83,197 kΩ 𝑈9 = 222,21 ∗ 𝑖9 − 0,194 ⇒ 𝑅9222,21kΩ y = 222.21x - 0.194 4.5 5.5 6.5 7.5 8.5 9.5 10.5 0.0202 0.0252 0.0302 0.0352 0.0402 0.0452 Te n sã o ( V ) Corrente (mA) R9 y = 634.86x - 0.1086 4.5 5.5 6.5 7.5 8.5 9.5 10.5 0.007 0.008 0.009 0.01 0.011 0.012 0.013 0.014 0.015 0.016 Te n sã o ( V ) Corrente (mA) R10 15 𝑈10 = 634,86 ∗ 𝑖10 − 0,1086 ⇒ 𝑅10634,86kΩ Os valores obtidos pelas equações são praticamente os valores dos resistores medidos na prática. Existem três maneiras de se medir a resistencia de um resistor: I) Através da tabela de cores comerciais, procedimento já descrito na Introdução Teórica deste relatório (verificar item 2.5.Resistores, página 6). II) Medida direta realizada com o multimetro digital (verificar item 3.1 PARTE I, página 7); III) Utilizar as equações de regressão dareta obtidas pelos graficos de Tensão x Corrente (graficos 2, 3,4,5 e 6 deste relatório). Dentre as três opções supracitadas, o item III é o mais confiavel, já que os resultados são os que mais se aproximam do valor real do resistor. 16 5. CONCLUSÃO A prática evidencia a necessidade de um bom ajuste no aparelho de medição, pois sem considerar erros na leitura ainda existe um erro associado à tolerância dos resistores e ao próprio aparelho de medição. A relação entre tensão e resistência é inversamente proporcional, o que influencia o valor final da corrente, por analogia a resistência é similar a um funil, e a tensão se assemelha a uma pressão exercida sobre a corrente. O cálculo da resistência quando a tensão se mantem constante foi realizado como descrito pelo professor, porém houve discrepância na obtenção da integral com a equação fornecida pelo programa sugerido, esse erro está associado ao baixo número de pontos analisados, pois com um pequeno desvio do esperado o programa pode adequar o mesmo conjunto de dados a uma grande quantidade de equações sem alterar o gráfico, mas influenciando o resultado final, portanto conclui- se que seria necessária uma quantidade maior de pontos para uma melhor adequação do programa a equação real e a um resultado final mais preciso. Contudo, o experimento atende o esperado. 6. REFERÊNCIAS Halliday, David; Resnick, Robert, Fundamentos de Física, volume 3: Eletromagnetismo, 9.ed - Rio de Janeiro, LTC: 2009.
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