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PRAGMATICA DA COMUNICACAO HUMANA A COMUNICACAO PATOLOGICA

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PRAGMÁTICA DA COMUNICAÇÃO 
HUMANA: Comunicação Patológica
Álvaro Rebouças Fernandes
Introdução
• Os axiomas conjeturais da comunicação podem
produzir patologias como distorções a cada
princípio axiomático.
• Patologias comunicacionais:
• A impossibilidade de não comunicar;
• Estrutura dos níveis de comunicação;
• A pontuação da seqüência de eventos;
• Erros na tradução do material analógico e digital;
• Patologias na interação simétrica e complementar.
A impossibilidade de não comunicar
• Dilema esquizofrênico: 
negação da comunicação;
• “‘Esquizofrenês’ é, pois,
uma linguagem que deixa ao
ouvinte fazer a escolha entre
significados possíveis, os
quais são não só diferentes
mas podem ser mutuamente
incompatíveis. Assim, torna-
se possível negar qualquer
ou todos os aspectos de uma
mensagem”(p.67).
A impossibilidade de não comunicar
• Quatro tentativas de evitar a comunicação:
1. Rejeição da comunicação – Desinteresse no diálogo.
Silêncio tenso e embaraçoso.
2. Aceitação da comunicação – Confirmação do diálogo.
3. Desqualificação da comunicação – Invalidação da própria
comunicação ou a do outro. “Declarações contraditórias,
as incoerências, as mudanças bruscas de assunto, as
tangencializações, as frases incompletas, as interpretações
errôneas, o estilo obscuro ou os maneirismos de fala, as
interpretações literais de metáforas e as interpretações
metafóricas de comentários literais, etc”(p.70)
A impossibilidade de não comunicar
4. O sintoma como comunicação - Defesas
adotadas como tentativa de evitar a
comunicação: “sono, surdez, embriaguez,
ignorância do idioma ou qualquer outro defeito
ou incapacidade que torne a comunicação
justificadamente impossível” (p.72).
• “A teoria da comunicação concebe um sintoma
como uma mensagem não-verbal”(p.73).
Estrutura dos níveis de comunicação
• Desacordos na emissão e 
compreensão do conteúdo e da 
relação;
• Conteúdo – são as informações 
enviadas ou recebidas;
• Relação – “É a ligação, o
contato, a interação interpessoal,
a capacidade de conviver com
outras pessoas” (Ferreira, 2004,
p.694).
• Conteúdo x Relação
(Metacomunicação).
Estrutura dos níveis de comunicação
• Metacomunicação: Informação sobre a
informação ou detalhamento relacional da
comunicação.
• Definição de eu e outro – as pessoas envolvidas
irão metacomunicar sobre suas definições da
relação que desenvolvem.
• Frase protótipo de sua metacomunicação: “Isto é
como eu vejo a mim próprio com você nesta
situação”(p.77).
Estrutura dos níveis de comunicação
• Três respostas de autodefinição:
1. Confirmação: Aceitação da definição de eu do
outro. “Parece que, à parte a mera troca de
informações, o homem tem de comunicar com
outros para ganhar consciência do seu próprio eu
...”.
2. Rejeição: Não aceitação da definição de eu do
outro. “... a rejeição por muito penosa que seja,
pressupõe, pelo menos, o reconhecimento limitado
do que está sendo rejeitado ...”.
Estrutura dos níveis de comunicação
3. Desconfirmação: A completa negação da
existência do eu do outro. “... Enquanto que a
rejeição equivale à mensagem “Você está
errado”, a desconfirmação diz, com efeito,
“Você não existe” (p.79).
• Confirmação (Verdade), Rejeição (Falsidade) e
desconfirmação (indecisão).
Estrutura dos níveis de comunicação
• Níveis de percepção interpessoal (Relação)
• “Isto é, como eu vejo a mim próprio”, pode
encontrar uma → confirmação, rejeição ou
desconfirmação → que trará com resultado →
“Isto é, como eu estou vendo você”, → e a
resposta seguinte → “Isto é, como eu vejo que
você está me vendo” → e a seqüência → isto é,
como eu vejo que você está vendo que eu o vejo”
(p.81-82).
Estrutura dos níveis de comunicação
• Impermeabilidade: “A desconfirmação do eu pelo
outro é, principalmente, o resultado de um
desconhecimento pecualiar das percepções
interpessoais” (p.82).
• Nível 1: Filho emite uma percepção de seu EU →
Pais respondem incongruentemente a percepção
do EU do filho → filho sente-se incompreendido
→ pais supõem que filho sente-se compreendido
→ filho sente-se desconfirmado e inesxistente na
relação com os pais.
Estrutura dos níveis de comunicação
• Nível 2: Filho emite percepção de seu EU, mas não registra
que sua mensagem não chegou, pois não transmitiu
cuidadosamente → Pais não respondem a percepção do EU do
filho, pois não receberam a mensagem → filho sente-se
incompreendido → filho sente-se desconfirmado e inesxistente
na relação com os pais. (Impermeabilidade a
impermeabilidade).
• “O padrão típico é que a impermeabilidade parental existe no
nível n0 1, enquanto que a impermeabilidade esquizofrênica
existe a nível n02”. Isto é, tipicamente, o pai e a mãe não
registra o ponto de vista do filho, enquanto que o filho registra
que seu ponto de vista não foi (e talvez não possa ser)
registrado” (p.83).
Pontuação da seqüência de eventos
• “As discrepâncias na
pontuação de seqüência de
eventos ocorrem, é claro,
em todos aqueles casos em
que, pelo menos, um dos
comunicantes não possui a
mesma soma de
informações do outro mas
não o sabe” (p.85).
Pontuação da seqüência de eventos
• Um homem convida uma amiga para uma festa e lhe manda
um convite → o convite se perde no correio e a amiga não
recebe → o homem espera a amiga que não vai sentido-se
abandonado e dirige-se a festa sozinho e a amiga sente-se
ofendida e acredita que o homem mudou de idéia e
convidou outra mulher. Como ambos sente-se ignorados
não mantém mais nenhum contato.
• “Podemos apenas especular que, na raiz desses conflitos de
pontuação, reside a convicção firmemente estabelecida e
usualmente incontestada de que só existe uma realidade, o
mundo tal como eu o vejo, e de que qualquer idéia diferente
da minha deve ser devida à irracionalidade ou a má vontade
do outro”.
Pontuação da seqüência de eventos
• Causa e efeito: “Observamos tipicamente nesses casos
de pontuação discrepante um conflito sobre o que é a
causa e o que é o efeito quando, de fato, nem um nem
outro desses conceitos é aplicável por causa da
circularidade da interação em curso.
• A se arma para se defender de B → B se arma para se
defender de A → A aumenta os preparativos por causa
da resposta de B e assim sucessivamente.
Pontuação da seqüência de eventos
• Profecia que promove a sua própria realização: “Por
exemplo, uma pessoa que atua de acordo com a
premissa ‘ninguém gosta de mim’ comportar-se-á de
uma maneira desconfiada, defensiva ou agressiva, à
qual os outros, presumivelmente, reagem de modo
antipático, assim corroborando a premissa inicial”.
• “O que há de típico na seqüência e a torna um
problema de pontuação é que o indivíduo em questão
só concebe reagindo a essas atitudes e não
provocando-as” (p.89).
Erros na tradução do material analógico 
e digital
• “Tal como à escrita chinesa, também ao
material da mensagem analógica faltam,
como já se mencionou, muitos elementos
que abrangem a morfologia e a sintaxe
da linguagem digital. Assim, ao
traduzirem-se mensagens analógicas para
digitais, esses elementos tem que ser
fornecidos e inseridos pelo tradutor...”.
• “A entrega de um presente, por exemplo,
é um item de comunicação analógica
indubitavelmente. Contudo, dependendo
da idéia do receptor sobre as relações
com o emissor, ele poderá interpretar o
presente recebido como uma prova de
afeto, um suborno ou uma
restituição”(p.89).
Erros na tradução do material analógico 
e digital
• “Mesmo quando a tradução parece adequada, a
comunicação digital no nível de relações pode manter-
se curiosamente inconveniente” (p.90).
• “Num relatório inédito, Bateson formulou a hipótese
de que um outro dos equívocos básicos quando se
traduz de um para outro modo de comunicação é a
suposição de que uma mensagem analógicaé, por sua
natureza, afirmativa ou denotativa, tal como são as
mensagens digitais” (p.91).
Erros na tradução do material analógico 
e digital
• “Os materiais analógicos são freqüentemente formalizados
nos rituais das sociedades humanas e, quando canonizados,
acercam-se da comunicação simbólica ou digital, revelando
uma curiosa sobreposição”.
• “No plano patológico, parece que o mesmo mecanismo atua
no masoquismo sexual. A mensagem ‘Eu não destruirei
você’ só seria convincente (e só mitiga, pelo menos
temporariamente, o profundo medo de terrível punição do
masoquista) por meio de uma negação analógica inerente ao
ritual de humilhação e castigo que o indivíduo sabe ficar
certamente aquém do terror imaginado” (p.94).
Patologias na interação simétrica e 
complementar
• Escalação simétrica: “Nos
conflitos maritais, por exemplo, é
fácil observar como os esposos
passam por um padrão de
escalada da frustração, até que
param, finalmente, por pura
exaustão física ou emocional, e
mantém uma trégua instável até
estarem suficientemente refeitos
para o assalto seguinte. Assim, na
interação simétrica, a patologia
caracteriza-se por uma guerra
mais ou menos aberta, ou cisma,
no sentido de Lidz” (p.96).
Patologias na interação simétrica e 
complementar
• Complementaridade rígida: “Surge um problema típico,
numa relação complementar, quando P pede que O
confirme uma definição do eu de P que diverge da maneira
como O vê P. Isto coloca O num dilema muito peculiar: ele
deve mudar a sua própria definição de eu, convertendo-a
numa que complemente e, por conseguinte, apóie a de P,
visto ser da natureza das relações complementares que uma
definição de eu só possa ser mantida pela do parceiro que
desempenha o papel complementar específico” (p.97).
Patologias na interação simétrica e 
complementar
• Complementaridade rígida:
“Surge um problema típico,
numa relação complementar,
quando P pede que O confirme
uma definição do eu de P que
diverge da maneira como O vê P.
Isto coloca O num dilema muito
peculiar: ele deve mudar a sua
própria definição de eu,
convertendo-a numa que
complemente e, por conseguinte,
apóie a de P, visto ser da natureza
das relações complementares que
uma definição de eu só possa ser
mantida pela do parceiro que
desempenha o papel
complementar específico” (p.97).
Conclusão
• O que nós podemos observar, virtualmente em
todos os casos de comunicação patológica, é que
existem círculos viciosos que não podem ser
interrompidos a menos que (e até que) a própria
comunicação se converta no sujeito de
comunicação, por outras palavras, até que os
comunicantes estejam aptos a metacomunicar”
(p.86).
Bibliografia
FERREIRA, A.B.H. Dicionário da Língua
Portuguesa. Curitiba: Posigraf, 2004.
MIERMONT, J. e cols. Dicionário de Terapias
Familiares: Teoria e Prática. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1994.
WATZLAWICK, P., BEAVIN, J. H. & JACKSON,
D. D. Pragmática da Comunicação Humana.
São Paulo: Cultrix, 2003.

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