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Atividade Estruturada Educação Especial

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UNIVERSIDADE ESTACIO DE SÁ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Educação Especial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Felipe de Souza Oliveira 
201310075158 
 
 
 
 
Belo Horizonte 2015 
 
 
 
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
 
 
Educação Especial 
 
 
 
 
 
 
 
 
Relatório elaborado como Atividade Estruturada, 
parte da disciplina de Educação Especial, sob a 
orientação da Professora Magaly Vasques de 
Faria. 
 
 
 
 
 
 
 Curso: Letras - Inglês 
 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte 2015 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Saibam que essa criança será 
capaz” – Natalie Merchant 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO 
2. METODOLOGIA 
3. ANÁLISE DOS DADOS 
4. CONCLUSÃO 
5. ANEXOS 
a. Anexo 1 – Formulário de Entrevista Padrão 
b. Anexo 2 – Respostas dos Entrevistados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O objetivo deste relatório visa relacionar o conteúdo teórico estudado na 
disciplina Educação Especial com a prática profissional documentada por 
professores, monitores e pedagogos no exercício da função. Relacionando 
teoria e prática, podemos ter uma visão mais realista do progresso da 
educação inclusiva no Brasil, analisando os avanços obtidos e o que ainda 
deve ser feito para alcançá-la. 
2. METODOLOGIA 
 
Foi realizada uma entrevista (Anexo I) presencial ou online; com 13 
profissionais, de três estados brasileiros, Minas Gerais (10), São Paulo (2) e 
Espírito Santo (1); tanto da rede pública (estadual ou municipal) e privada. O 
objetivo da entrevista era conhecer melhor o funcionamento da educação 
inclusiva na prática, observando os diferentes ambientes de trabalho, as 
diferentes atividades, o preparo dos profissionais através das diferentes 
formações acadêmicas e ainda se possível, observar mudanças ao longo do 
tempo em relação à inclusão. 
 
 
 
3. ANÁLISE DOS DADOS 
 
Com o grande número de entrevistados, naturalmente as opiniões e 
práticas se divergiram. Um fator que tentei observar foi como a inclusão 
progrediu através dos tempos, ao entrevistar profissionais de diversas idades. 
Porém, talvez por serem geralmente pessoas de minha convivência e com as 
quais tenho para mim uma noção de suas idades, esqueci-me de perguntar no 
questionário a idade de cada entrevistado, o que facilitaria a análise de dados 
quando feita por terceiros. 
Um fator importante a ser apontado é que o tema da educação inclusiva 
não era abordado nos cursos de Licenciatura até há poucos anos atrás, 
portanto professores mais antigos sequer tiveram acesso a esse estudo teórico 
durante a sua formação acadêmica. Isso faz com que muitos professores 
acabem aprendendo ao fazer, sem ter um respaldo teórico ou exemplos a 
seguir. Mesmo os professores com formação mais recente às vezes não 
tiveram acesso a um estudo mais aprofundado sobre o tema, como é o caso do 
entrevistado Adriano Leite, que se graduou entre os anos de 2006 e 2008 e no 
seu currículo o tema de educação especial não era abordado. Outro caso – da 
entrevistada Sarah Silva, graduada em 2011 – mostra que o tema foi incluído 
dentro da disciplina de Didática, sem ter tido uma atenção detalhada. 
 Em meio às divergentes ideias, parece ser uma opinião comum de que 
há um longo caminho a ser percorrido. Apesar do avanço dos últimos anos ser 
reconhecido, parece que todos concordam que é difícil e desafiador aliar a 
teoria com a prática. Muitos consideram o preparo insuficiente e avaliam que 
até mesmo os monitores (profissionais que são encarregados de prestar auxílio 
individual a estudantes especiais) não são altamente capacitados para lidar 
com as inúmeras particularidades apresentadas pelos alunos. 
Quanto às adaptações das aulas, leva-se muito em conta o tipo de 
limitação do estudante, e quando há a presença de um monitor individual, 
percebi que recai sobre ele a função de adaptar o conteúdo estudado para o 
aluno. Dessa forma, seria ideal que professores, monitores, gestores e 
pedagogos trabalhassem em conjunto, mas não sei até que ponto há uma 
colaboração efetiva. Imagino que isso varie caso a caso, mas considero ideal 
que eles trabalhem em conjunto previamente, e não que o monitor seja o único 
responsável a adaptar as atividades. 
A forma como a aula é planejada influi diretamente na forma como o 
aluno vai ser avaliado também. Novamente isso depende do seu tipo de 
limitação. Porém, achei interessante que a maioria dos professores planeja 
avaliações adaptadas, sendo elas mais curtas e até mesmo feitas oralmente. 
Em muitos casos, há um cuidado de se observar periodicamente o progresso 
do aluno, analisar os resultados e avaliar o que está funcionando e o que não 
está, para que sejam feitas as mudanças necessárias. Considero importante 
esse acompanhamento periódico para o desenvolvimento do aluno. 
4. CONCLUSÃO 
 
De forma geral, o que percebi é que a inclusão está sim sendo implantada 
cada vez mais nas escolas. Porém, por mais que ela seja uma realidade, 
muitos ambientes escolares ainda não estão completamente preparados para 
receber alunos especiais, sendo que na maioria das vezes as adaptações no 
espaço físico da escola acontecem somente após o ingresso de um aluno 
especial na instituição. Além disso, o suporte dado para professores e outros 
profissionais ainda é muito falho, os deixando desamparados e fazendo com 
que estes aprendam através da convivência qual a melhor forma de trabalhar 
com estes alunos. 
Ainda faltam recursos e estudos para auxiliar a inclusão, portanto a 
prática ainda se encontra longe do modelo ideal proposto pela teoria. 
Entretanto, isso não invalida o trabalho que tem sido feito atualmente, e o 
esforço desempenhado pelos diversos profissionais envolvidos na educação 
inclusiva deve ser reconhecido. 
Anexo 1 - Formulário de Entrevista Padrão 
 
Nome:_________________________________________________________________ 
Formação:______________________________________________________________ 
Local de trabalho:________________________________________________________ 
 
1. Você trabalha ou já trabalhou com alunos com quais características e necessidades 
especiais? 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________ 
2. De que forma a sua formação acadêmica contribuiu para o processo de inclusão 
desses alunos? 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________ 
 
3. Existem adaptações no planejamento da aula? Se sim, como elas são feitas? 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
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_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________4. O tempo e os recursos disponíveis são suficientes e adequados aos alunos incluídos? 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________ 
5. O seu local de trabalho (escola) está totalmente preparado para atender esses 
alunos? 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________ 
6. Durante as aulas existe interação entre os alunos incluídos e os demais? 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________ 
7. Qual é o envolvimento e colaboração entre professores, alunos, equipe pedagógica, 
gestor da escola e pais dos alunos incluídos? 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________ 
8. Como é feita a avaliação de aprendizagem dos alunos com necessidades especiais? 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________ 
9. Quais os maiores desafios enfrentados para a inclusão dos alunos? 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
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Anexo 1 – Respostas dos Entrevistados 
 
Nome: Adriano Flôres Leite 
Formação: Pós Graduado em Ensino na Educação Básica com Ênfase no Ensino de 
Ciências 
Local de trabalho: UMEF¹ “Senador João de Medeiros Calmon”, “UMEF “Marina de 
Silveira Barcellos” e EEEM² “Prof. Agenor Roris” – Localizadas no município de Vila 
Velha, Espírito Santo. 
 
1. Você trabalha ou já trabalhou com alunos com quais características e 
necessidades especiais? 
Já trabalhei com alunos com Deficiência Visual, Auditiva e Mental. Atualmente tenho 
alunos com deficiência mental, baixa visão, autismo e síndrome de down. 
2. De que forma a sua formação acadêmica contribuiu para o processo de inclusão 
desses alunos? 
A minha formação acadêmica foi bem falha no que diz respeito aos alunos com 
necessidades especiais. Terminei a minha graduação entre 2006 e 2008 e o currículo 
da universidade ainda não contemplava esta realidade que estava sendo incorporada 
à realidade escolar, a não ser por meio de discussões de textos que falavam sobre a 
inclusão, mas nada com aplicação prática. 
3. Existem adaptações no planejamento da aula? Se sim, como elas são feitas? 
Normalmente não. Em algumas das escolas, os alunos com necessidades especiais 
têm um professor que faz os atendimentos e estes ficam responsáveis por auxiliar 
adaptando os conteúdos, atividades e avaliações para o nível do aluno. 
4. O tempo e os recursos disponíveis são suficientes e adequados aos alunos 
incluídos? 
Não. Infelizmente muito se fala acerca da inclusão, mas o que se vê na prática são 
alunos matriculados, muitas vezes sem um professor especializado o acompanhando, 
sem material pedagógico apropriado. Muitas vezes os próprios professores 
especializados não têm o preparo necessário para lidar com os alunos especiais visto 
que existem hoje uma série de síndromes novas, uma série de novos problemas 
cognitivos que, infelizmente, não conseguem ser acompanhados pelos profissionais 
devido à falta de capacitação e atualização. Em muitas oportunidades, chegaram 
alunos especiais às escolas com síndromes que eram, até o momento, 
desconhecidas por nós. 
5. O seu local de trabalho (escola) está totalmente preparado para atender esses 
alunos? 
De modo algum. Falta material e espaço apropriados para o atendimento a estes 
alunos capacitação para os professores e, principalmente, um trabalho de 
acompanhamento médico, psicológico e psiquiátrico aos próprios alunos e à família 
dos mesmos. 
6. Durante as aulas existe interação entre os alunos incluídos e os demais? 
Depende muito do tipo de necessidade que o aluno especial apresenta, mas de modo 
geral, há sim uma interação entre os alunos incluídos e os demais. Muitas vezes a 
interação é até entre os alunos incluídos e os colegas do que entre os demais alunos. 
7. Qual é o envolvimento e colaboração entre professores, alunos, equipe 
pedagógica, gestor da escola e pais dos alunos incluídos? 
Em virtude do excesso de trabalho à qual se é submetido nas escolas, a colaboração 
acaba se tornando difícil. Os professores, tanto na rede municipal quanto na rede 
estadual, têm um dia por semana de planejamento. No caso da prefeitura, os 
planejamentos dos professores de ciências (minha disciplina) e inglês são na quarta-
feira. Na rede estadual, o planejamento de Biologia também ocorre na quarta-feira em 
conjunto com as disciplinas de Química, Física e Matemática. Porém, apesar do dia 
de planejamento, é difícil a integração entre professores e equipe pedagógica visto 
que existem dias em que os professores estão participando de cursos de formação e 
em outros, os pedagogos não estão na escola porque têm reunião na prefeitura ou na 
Superintendência de Educação do Estado. Ou quando ambos estão na escola, 
professores estão abarrotados de provas, trabalhos e pautas para fazer, pedagogos 
entupidos de relatórios e gráficos de rendimento para elaborar, diretores em reunião 
ou enlouquecidos com as verbas que não chegaram ou que são insuficientes para 
manter as escolas funcionando. Enfim, no papel a educação inclusiva é maravilhosa, 
mas na prática da realidade escolar, as coisas não funcionam como deveriam por 
diversos fatores. Eu poderia gastar bem umas 5 ou mais páginas para responder 
somente a esta questão, mas não vale a pena. 
8. Como é feita a avaliação de aprendizagem dos alunos com necessidades 
especiais? 
Quando os alunos especiais têm laudo, normalmente as avaliações são feitas 
simbolicamente. Eles fingem que fazem as avaliações, os professores fingem que 
corrigem e no final do trimestre o aluno fica com a média trimestral. Salvo raras 
situações, em que o professor de educação especial faz uma avaliação específica 
para o aluno com o conteúdo que está sendo trabalhado. Este último ponto esbarra 
na dificuldade que os professores têm em se reunir para discutir estas situações. 
Normalmente as conversas entre os professores regentes e os professores de 
educação especial são feitas no horário de recreio, ou no intervalo entre as aulas, ou 
num momento em que seesbarram no corredor entre as aulas. 
9. Quais os maiores desafios enfrentados para a inclusão dos alunos? 
Falta de estrutura e material pedagógico adequados, falta de acompanhamento 
médico, psicológico e psiquiátrico nas escolas, visto que muitas vezes é necessário 
que se tenha um especialista para esclarecer aos profissionais da educação quais 
são as dificuldades e obstáculos que o aluno apresenta. A dificuldade de reunião de 
toda a equipe escolar para discutir estes casos e pensar em estratégias e alternativas 
para se fazer um trabalho decente com estes alunos. O preconceito das famílias que 
muitas vezes não aceitam que o filho tenha alguma necessidade especial e, por este 
motivo, não procuram acompanhamento médico e muitos alunos acabam não sendo 
atendidos pela educação especial por não terem laudo médico. 
 
 
¹ Unidade Municipal de Ensino Fundamental 
² Escola Estadual de Ensino Médio 
Nome: Carla Cristina Rocha 
Formação: Pedagoga – Coordenadora Pedagógica 
Local de trabalho: Núcleo Educacional Cantinho Feliz 
 
1. Você trabalha ou já trabalhou com alunos com quais características e 
necessidades especiais? 
Trabalhei durante dois anos com uma criança portadora de necessidades especiais. A 
deficiência dele é conhecida como “deleção 13q”. 
2. De que forma a sua formação acadêmica contribuiu para o processo de inclusão 
desses alunos? 
Na minha visão como pedagoga, a minha formação não me ajudou em praticamente 
nada. Uma vez que as aulas de inclusão da universidade aconteceram em apenas um 
semestre, isso lá no 4º semestre. Penso que, as aulas de inclusão deveriam ser 
ministradas desde o inicio do curso. Assim, nós pedagogas teríamos um suporte a 
mais como embasamento teórico. 
3. Existem adaptações no planejamento da aula? Se sim, como elas são feitas? 
Eu trabalho em uma escola de rede privada, hoje não temos alunos com tais 
necessidades. Durante os anos letivos em que lecionei para uma criança de inclusão, 
não tínhamos um planejamento feito pela instituição, onde o inseria no programa. Eu 
como pedagoga da turma, o inseri nas atividades em grupo com outras crianças, isso 
é uma inclusão. Deixá-lo de lado sem fazer parte dos acontecimentos da instituição ia 
contra a todos os meus princípios como orientadora e esse apoio eu tive da minha 
direção, em trabalhar de forma que facilitasse o meu dia-a-dia com a turma no geral. 
4. O tempo e os recursos disponíveis são suficientes e adequados aos alunos 
incluídos? 
No meu ponto de vista o tempo de hora-aula é insuficiente, uma vez que é uma turma 
diferenciada, ou seja, o professor necessita programar duas aulas diferentes. Isso 
independente da deficiência que esse aluno de inclusão venha ter. Não trabalho com 
auxiliar em sala, então, o tempo acaba sendo insuficiente por ter que atender a todos 
os alunos da mesma forma. 
 
5. O seu local de trabalho (escola) está totalmente preparado para atender esses 
alunos? 
De forma alguma. Depois que passamos a atender a inclusão desse aluno é que as 
modificações passaram a ser feitas na instituição. Isso levou em média uns três 
meses para concluir. 
6. Durante as aulas existe interação entre os alunos incluídos e os demais? 
Por ser uma escola de Educação Infantil, sempre trabalhei essa interação entre eles 
de forma lúdica. Brincando pude ensinar os demais alunos a respeitarem o limite e o 
tempo do meu aluno com deficiência. Passando para eles que não somos todos 
iguais, todos têm dificuldades, seja de uma forma ou de outra. 
7. Qual é o envolvimento e colaboração entre professores, alunos, equipe 
pedagógica, gestor da escola e pais dos alunos incluídos? 
Eu não tive dificuldades nesse aspecto entre os demais profissionais da instituição, 
todos sempre colaboraram comigo, desde a merendeira até o diretor. Costumavam 
dizer que eu sempre vinha com uma ideia mirabolante para ensinar meu aluno. Com 
os outros pais não era diferente, sempre deixei claro o meu respeito por seus filhos e 
assim esperava que os mesmos fossem recíprocos diante ao aluno de inclusão e 
seus pais. 
8. Como é feita a avaliação de aprendizagem dos alunos com necessidades 
especiais? 
Depois de um ano trabalhando com esse aluno, tive suporte de outros profissionais da 
área médica que o acompanhava. Pois, ele passou a evoluir, uma vez que era muito 
agressivo com as pessoas, inclusive com os pais. A partir daí passei a acompanhá-lo 
uma vez por mês em suas consultas com psicólogo e fonoaudiólogo. E juntos 
desenvolvemos um trabalho bacana em prol desse anulo. 
9. Quais os maiores desafios enfrentados para a inclusão dos alunos? 
Acredito que os espaços oferecidos nas instituições nem sempre estão de acordo 
com suas necessidades, seja elas nos espaços oferecidos até os brinquedos e 
parques. Como também os profissionais não estão altamente capacitados para 
recebê-los, lembrando que hoje as universidades oferecem cursos de inclusão social 
apenas como pós-graduação. Sendo que quando um aluno de inclusão vem para nós 
professores, não nos é questionado esse curso preparatório, você pode ser formada 
apenas no magistério e terá um aluno de inclusão em sua turma. 
Nome: Sarah Aline Morais Silva 
Formação: Licenciatura Plena em História. 
Local de trabalho: Colégio Teixeira Neto e Escola Estadual Santa Chiara. 
 
1. Você trabalha ou já trabalhou com alunos com quais características e 
necessidades especiais? 
Em 2014 trabalhei com um aluno com paralisia cerebral, não falava e tinha os 
movimentos limitados. E 7 alunos (as) com dislexia. 
2. De que forma a sua formação acadêmica contribuiu para o processo de inclusão 
desses alunos? 
Em nada. Minhas aulas de didática apenas mencionaram os problemas e as leis de 
inclusão, pelas quais o Estado é o “único” responsável. Tive que aprender a lidar com 
eles em sala com a ajuda do monitor do aluno com paralisia. 
3. Existem adaptações no planejamento da aula? Se sim, como elas são feitas? 
São exclusivamente trabalho de cada professor. Minhas aulas eram planejadas dentro 
da disciplina, porém de uma forma que eles conseguissem absorver algo. Por 
exemplo: Aulas de Grécia Antiga para colorir, caça-palavras do Feudalismo, etc. 
4. O tempo e os recursos disponíveis são suficientes e adequados aos alunos 
incluídos? 
Não. Os professores tinham apenas uma cota de xerox maior, devido a incapacidade 
dos alunos em acompanhar as atividades do livro e/ou escrever em seu caderno. 
5. O seu local de trabalho (escola) está totalmente preparado para atender esses 
alunos? 
Não. Inclusive no Estado só trabalhei em uma escola que possuía rampas de acesso. 
Além disso, as escolas que tem salas de informática, não comportam muitos alunos e 
o trabalho de inserção deles com a tecnologia ajudaria no processo 
ensino/aprendizagem. 
6. Durante as aulas existe interação entre os alunos incluídos e os demais? 
Raramente. Os alunos regulares não tem paciência com o tempo dos alunos com 
deficiência e o máximo que consegui foi conscientizá-los de não debochar das 
diferenças dos outros. 
7. Qual é o envolvimento e colaboração entre professores, alunos, equipe 
pedagógica, gestor da escola e pais dos alunos incluídos? 
De forma geral nos ajudamos, porém muitos são os desafios de conscientização e 
material específico a cada aluno especial. 
8. Como é feita a avaliação de aprendizagem dos alunos com necessidades 
especiais? 
De forma oral, principalmente. “Leitura” de imagens e atividades práticas que 
relacionem conteúdo com o meio em que o aluno vive (maquetes, recortes em 
jornais). 
9. Quais os maiores desafios enfrentados para a inclusão dos alunos? 
Material adequado, incluir em salas com alunos regulares é maisexclusão que 
inclusão. Não conseguimos dar a atenção devida aos alunos com deficiência e eles 
se frustram por verem que tem atividades que não conseguem fazer. É mais produtivo 
quando eles se unem em grupo pra se ajudar. Desde 2010, quando comecei a dar 
aulas, percebi que houve melhoras na política de inclusão, que inclusive vive se 
modificando pra tentar alcançar o ideal, mas ainda temos muito a aprender com eles e 
para eles.

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