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Noção de justiça de Santo Tomás de Aquino

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NOÇÃO DE JUSTIÇA PARA SANTO TOMÁS DE AQUINO
Santo Tomás de Aquino, nascido em 1225 na cidade de Rocasseca na Itália ,filho do conde Landolfo de Aquino e de Teodora . Estudou no mosteiro da ordem de São Bento de Cassino e depois continuou os estudos na Universidade de Napóles onde ganhou o apelido de “boi mudo” por ser calado e discreto , onde se tornou discípulo de Alberto Magno e ficou sabido dos pensamentos aristotélicos , os quais tiveram muita influência em seus estudos e em suas teorias .Sua principal obra : Summa Theologiae.
O pensamento aristotélico estrutura a teoria do pensamento tomista , mas apesar de Tomás falar de assuntos diversos como : metafisica, ciências sociais, política, ética e muitos outros ,ele explica detalhadamente cada um desses conceito ,e englobando dentre eles também o conceito de justiça , que para Santo Tomás de Aquino tem relação com as atitudes do homem (jusnaturalismo, direito natural do homem , que tem relação com as leis divinas ) .
No seu entendimento, justiça é uma virtude, ou seja , uma maneira de dar a cada um aquilo que é seu na medida certa, sem falta, e sem excessos , o que é nitidamente influência do pensamento Aristotélico pois Aristóteles dizia : “Devemos tratar igualmente os iguais, e desigualmente os desiguais na medida da sua desigualdade” (ARISTOTELES ).
Para Aquino justiça é a maneira de discernir aquilo que é meu daquilo que é seu. E seguindo a mesma linha de pensamento de que justiça é uma virtude, ele diferencia virtudes morais de virtudes de justiça, para ele virtudes morais atendem as exigências do indivíduo , já as virtudes da justiça cuida da conduta do indivíduo. 
Direito e justiça não são a mesma coisa, mas se relacionam entre si, justiça é considerada a virtude suprema, já o Direito procura realizar a justiça. O Direito não se limita em ser apenas lei , ele é mais do que isso , Tomás classificou as leis para uma melhor compreensão do que ele entende por justiça , essa classificação separou as leis em quatro categorias , e são elas :
Lex aeterna: as lex aeterna são as ordens de Deus para o universo, a lei que rege o universo. 
Lex naturalis :Lei do homem , o homem só sabe uma parte dessa lei , que é fazer o bem e detestar tudo aquilo que é mal . Podendo dizer que é uma lei com origem no direito natural, não é uma lei positivada , e sim uma lei que nasce na essência do homem ,trazendo também a ideia de que o homem é bom por si só , só não pode se deixar corromper com a maldade. (Visão de tomás sobre essa lei: lei como uma maneira de pensar.)
Lex humana: O homem deve fazer aquilo que é justo , e se revoltar contra os agentes do mal ,os tiranos . Essa lei foi criada pelos homens para conduzir os seus próprios atos. (Visão de Tomás sobre essa lei :lei como forma de combater o mal.)
A lei humana tem que estar de acordo com a lei natural ,pois ela deriva da lei natural, as leis naturais são justas, portanto se a lei humana não for justa , ela não deriva das leis naturais, logo, ela não existe .
4.Lex divina : Lei criada por Deus , para encaminhar a sociedade a “bem-aventurança eterna” , e também é uma lei que supri as lacunas existentes nas leis da terra.
Para Santo Tomás a exteriorização da virtude é em forma de lei.
A noção de justiça tomista , tem grande influência de Aristóteles, e essa justiça se divide em duas partes:
-Justiça distributiva :organiza o relacionamento do individuo com o todo , e da á cada um o que é seu de acordo com aquilo que merece, aquilo que é capaz.
-Justiça comutativa: regula a relação entre os indivíduos que compõe a massa da sociedade com os indivíduos que compõe a esfera particular.
Para Santo Tomás de Aquino “na justiça distributiva a pessoa recebe tanto mais bens comuns, quanto mais destacada é a sua posição na comunidade. Na justiça corretiva, por outro lado, é preciso igualar coisa com coisa, de maneira aritmética, de sorte que as perdas sofridas por alguém em virtude de um ato danoso possam ser reparadas, retificando-se também o injusto enriquecimento de um em detrimento de outro.” (BODENHEIMER, 1966 p. 40).
Tomás também avalia a importância do Estado , pois para ele o Estado serve para satisfazer as necessidades do individuo em sociedade , ele deriva dessa necessidade que o homem tem de conviver em contato com o seu semelhante , por isso o Estado é feito para promover a segurança e o bem comum para todos.
Apesar da vasta abrangência dos temas que Aquino retrata, pode notar que toda a sua profundidade no tema justiça , todas as classificações e especificações usadas, da uma noção clara e firme de qual era a base do pensamento tomista e a sua tese , tese essa que da uma noção mais ampla do que é justiça , tendo em vista que para ele justiça advém da lei divina , deixando claro que todas as demais leis , devem ter como referência as leis divinas á considerando como uma lei superior , tendo-a como base.
Portanto , conclui-se que a noção tomista de justiça é:dar a cada um o que é seu segundo uma certa igualdade.
REFERÊNCIAS:
BITTAR, B . C. EDUARDO. 2010. Curso de Filosofia do Direito. 8ª edição revista e aumentada. São Paulo . Editora Atlas S. A -2010 
BODENHEIMER, Edgar. 1966. Ciência do Direito - Filosofia e Metodologia Jurídicas. [trad.] Enéas Marzano. 1ª. Rio de Janeiro : Forense, 1966.
REALE,GIOVANNI . 2003. História e Escolastica – Volume 2. [trad] Ivos Storniolo. São Paulo. Editora Paulus 2003.
CONCEITO JURIDICO. Disponivel em : <http://www.revistas.usp.br/rfdusp/article/viewFile/67407/70017 >. Acesso em 06 abril.016

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