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Aula 11 PROCESSO LEGISLATIVO PARTE 5

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PROCESSO LEGISLATIVO PARTE 5
EMENDAS A CONSTITUIÇÃO
Iniciativa (fase introdutória):
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante
proposta:
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos
Deputados ou do Senado Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das
unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas,
pela maioria relativa de seus membros.
	A iniciativa legislativa para a proposição de emenda constitucional é concorrente, ou seja, a Constituição não fez reservas de matérias que só poderiam ter iniciativa da emenda tomada por um ou outro legitimado. Assim, independente do tema tratado, qualquer dos legitimados acima poderá iniciar a “proposta de emenda constitucional (PEC)”.
	
Limitação circunstancial
§ 1º - A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
	Veja que, nos termos da Constituição, não há impedimentos para que haja a deliberação sobre a proposta na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio, o que não pode ocorrer é a efetivação da emenda, ou seja, a sua promulgação. É diferente do que está no §4º onde, “em tese”, sequer poderá haver deliberação sobre o assunto.
Limitação Procedimental (fase constitutiva e fase complementar)
§ 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
§ 3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
	Primeiramente, perceba que emenda constitucional não passa por sanção/veto do Presidente da República, vamos mais além: veja que o Poder Executivo não tem qualquer participação nas fases constitutiva e complementar das emendas.
	Diferentemente do que ocorre no procedimento de elaboração das leis, onde o Executivo é responsável por sancionar, promulgar e publicar a norma, no procedimento de reforma constitucional, a única participação do Executivo é na faculdade que tem o Presidente da República para iniciar a proposta.
Observação – Quem promulga a emenda são as Mesas de ambas as Casas Legislativas e não a Mesa do Congresso.
Limitação Material – Cláusulas Pétreas
§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda
tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
	Perceba que, em princípio, a Constituição protegeu as cláusulas pétreas de tal forma que não se poderá sequer haver deliberação sobre a matéria. Obviamente isso é “em tese”, já que muitas vezes a ofensa está implícita e somente durante as discussões é que tais ofensas são percebidas e impugnadas.
	Segundo o STF, as limitações materiais ao poder constituinte de reforma, que o art. 60, §4º da Lei Fundamental enumera, não significam a intangibilidade literal da respectiva disciplina na Constituição originária, mas apenas a proteção do núcleo essencial dos princípios e institutos cuja preservação nelas se protege.
	Isso quer dizer que é possível haver modificação (literal) nas matérias protegidas como cláusulas pétreas, elas não são imutáveis, o que não pode é reduzir o alcance destas matérias, ferindo o núcleo essencial. Poderá ainda haver alterações no caso de fortalecimento do alcance delas. Embora este seja o entendimento majoritário, algumas
bancas já consideraram estas cláusulas como insuscetíveis de alteração.
Considerações:
• A forma republicana não é cláusula pétrea, é apenas um princípio sensível (CF, art. 34, VII).
• Voto obrigatório não é cláusula pétrea, apenas o fato de ser direto, secreto, universal e periódico.
• Lembre-se que são gravados de forma pétrea apenas os direitos e garantias individuais, mas estes não se resumem ao art. 5º da CF, estando espalhados ao longo dela.
• Os quatro incisos vistos acima são as cláusulas pétreas expressas ou explícitas da CF, temos também outras que são consideradas implícitas, a saber:
o povo como titular do poder constituinte;
o poder igualitário do voto.
o próprio art. 60 (que estabelece os procedimentos de reforma);
	
	Essa vedação à alteração do art. 60 é o que chamamos de proibição à "dupla revisão", ou seja, é vedado que o legislador primeiramente modifique o art. 60, desprotegendo as matérias gravadas como pétreas, e depois edite outra emenda extinguindo as cláusulas.
	Alguns entendem que essa vedação de modificação do art. 60 seria absoluta, não podendo o legislador alterar este rito, nem facilitando, nem dificultando o processo, assim, não poderia, por exemplo, ser aumentado o rol de cláusulas pétreas ou tornar mais rígido os critérios de aprovação das emendas. Este tema não é pacífico.
Limitação Temporal
	A limitação temporal ocorre quando somente depois de decorrido certo lapso temporal a Constituição poderá ser reformada. A CF/88 não estabeleceu nenhuma limitação temporal, mas, tal limitação pode ser encontrada em Constituições de outros países.
Princípio da irrepetibilidade (Limitação Formal)
§ 5º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
	Essa limitação formal conhecida como "princípio da irrepetibilidade", ocorre para projetos de leis (ordinárias e complementares), propostas de emendas constitucionais, e medidas provisórias. A diferença entre eles é que, em se tratando de emendas constitucionais e medidas provisórias, este princípio é absoluto, veja:
• Emendas Constitucionais (CF, art. 60 § 5º) – A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
• Medidas provisórias (CF, art. 62 § 10 ) - É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.
Leis ordinárias e complementares (CF, art. 67) - A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional
	
	Assim, somente para as "leis" (ordinárias e complementares) é que temos a relatividade de poder apresentar novamente o projeto, desde que mediante a proposta da maioria absoluta dos membros da Casa Legislativa.
Emendas de Revisão:
	CF, ADCT, art. 3º → A revisão constitucional será realizada após 5 anos, contados da data de promulgação da CF, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional em sessão unicameral.
	Essas emendas têm o mesmo poder das vistas acima, mas, percebe-se que foi um procedimento mais simples (bastava maioria absoluta em sessão unicameral, enquanto as outras será 3/5, em 2 turnos, nas duas Casas), porém, após o uso deste poder de revisão, ele se extinguiu não podendo mais ser utilizado e nem se pode por EC criar outro similar.

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