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1 Título V – Dos crimes contra o sentimento religioso e contra o respeito aos mortos Capítulo I Dos crimes contra o sentimento religioso (art 208, CP) Art. 208 Ultraje ao culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo Nota-se que são vários os comportamentos narrados no tipo penal. Inicialmente proíbe-se a pratica de escarnecer alguém publicamente, por motivo de crença ou em função religiosa. Escarnecer é utilizado no texto legal com sentido de zombar, ridicularizar, humilhar etc. O agente portanto pratica qualquer comportamento no sentido de fazer com que a vítima se sinta humilhada publicamente, se não ocorrer publicamente o crime seria então a injúria. A crença deve ser entendido como a fé religiosa e a ocupação entendida como função/ministério que a vítima ocupa (pastores, padres, rabinos, freiras etc.). A norma ainda responsabiliza criminalmente o agente que impedir ou perturbar cerimonia ou pratica de culto religioso. Impedir é evitar que se inicie ou que se prossiga com o culto e perturbar é atrapalhar, tumultuá-lo. É necessária uma alteração material visível, não basta apenas aqui desviar a atenção dos fiéis, mas efetivamente causar desordem (como por exemplo gritar, vaiar, fazer ruídos com matracas, disparar tiros, explosão, emissão de gases tóxicos ou fumaça incomodativa etc.). A cerimônia em questão consiste num ato solene, como casamento ou batismo e o culto religioso é o ato de adoração, sem solenidade. E por fim a última modalidade diz respeito ao vilipêndio público de ato ou objeto de culto religioso. Vilipendiar deve ser entendido no sentido de desprezar, tratar como vil o ato ou objeto. Mais uma vez o texto da lei exige que o ato seja realizado publicamente. Mesmo que se trate de apenas de um único artigo, o agente que cometer mais de uma conduta tipificada responderá por duas ou mais infrações penais. Objeto jurídico: Sentimento religioso Objeto material: Depende da conduta praticada pelo agente. Pode ser a pessoa escarnecida publicamente, a cerimonia ou o culto perturbado ou o objeto ou ato vilipendiado. Elemento subjetivo: Dolo, não havendo modalidade culposa. Sujeito ativo: Qualquer pessoa Sujeito passivo: 2 No caso do ultraje, é a pessoa de quem se zomba (sacerdote, ministro, crente). Ou então, no caso de turbação ou vilipêndio de culto, a ofendida é a coletividade religiosa atingida – Paulo José da Costa Jr. Consumação: No caso de ultraje, quando a pessoa é efetivamente e publicamente ofendida. No caso de impedimento ou turbação quando o agente efetivamente o consegue e em caso de vilipendio pode ser tanto material ou de mera conduta (destruir imagem ou ofendê-la publicamente). Tentativa: É admissível Classificação: Comum, formal, doloso, material, instantâneo, permanente (no caso de impedimento), de forma livre e unissubjetivo. Causa de aumento de pena: No caso em estudo, entendo que o melhor conselho para entender a violência utilizada é que esta seria de natureza leve, praticada contra pessoa ou coisa para fins de majoração da pena, seria nesse caso concurso informal impróprio. Se a violência for grave, caracterizando-se por exemplo nas lesões previstas no art 129, §§ 1 e 2 do CP, o agente deverá responder pelo delito do art. 208 sem aumento de pena, mas em concurso material com o delito de lesões corporais de natureza grave ou gravíssima. . Ação Penal é publica incondicionada e competência do Juizado Especial Criminal. Gostou do arquivo? Compartilhe! Visite meu blog: fazdireiti.blogspot.com
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