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! INTRODUÇÃO A curetagem uterina é um procedimento médico-ginecológico, executado em unidade hospitalar, que objetiva retirar material placentário ou endometrial, feito sob anestesia local, quando usada como exame diagnóstico, ou anestesia geral, quando usada para remoção de resquícios de um aborto, sendo essa função (pós aborto) um dos procedimentos obstétricos mais realizados na rede pública (GESTEIRA; DINIZ; E OLIVEIRA, 2008) O aborto pode ser classificado como: espontâneo ou natural, e provocado ou induzido. (PINTO e TOCCI, 2003). Com o aumento de gravidez indesejada, o número de curetagens uterinas em casos de aborto, funcionando como método contraceptivo, também aumentam. O objetivo desse estudo foi apresentar dados sobre curetagens no Instituto da mulher Dona Lindu, Manaus-Am no ano de 2014, bem como fazer um breve estudo bibliográfico sobre a idade das pacientes. A curetagem pós-aborto foi a cirurgia mais realizada pelo SUS, entre 1995 e 2007. O Ministério da Saúde reconhece que quase a totalidade desses casos corresponde a sequelas por abortos induzidos (FREITAS, 2011). Em Manaus, assim como na maioria dos estudos no resto do Brasil, dados recentes indicam que, nas maternidades públicas, grande parte dos abortos são motivados pelo surgimento de gestação indesejada, são presumidamente induzidos e em pacientes jovens (BOTELHO, 2013). Observou-se cerca de 120 procedimentos ao mês, em uma maior parcela na faixa etária de 16 a 18 anos. Baseado nos dados colhidos e nas referências bibliográficas, sugere-se mais pesquisas elementares sobre o tema para possível padronização de metodologia, além de um trabalho mais efetivo de educação em saúde, aumentando a quantidade de informações acerca de saúde sexual, prevenção e na tentativa de diminuir de modo geral a necessidade de abortos induzidos. METODOLOGIA Com base no referencial consultado, o presente trabalho pode ser caracterizado como uma pesquisa exploratória e descritiva, realizado através de publicações em revistas científicas, artigos e imprensa eletrônica em conjunto aos dados de obstetrícia e neonatologia cedidos pelo Instituto da mulher Dona Lindu, no período de janeiro a dezembro do ano de 2014. A quantidade de curetagens uterinas por período e a faixa etária das pacientes obtiveram destaque. A pesquisa é exploratória porque tem como objetivo procurar padrões, ideias ou hipóteses ao invés de testar ou confirmar hipóteses. A pesquisa é descritiva na medida em que busca descrever um tipo de comportamento e é usada para identificar e obter informações sobre as características de uma determinada problema questão (COLLIS e HUSSEY, 2005). População estudada: pessoas na faixa étaria entre 10 e 18 anos na cidade de Manaus, Amazonas, Brasil. Critérios de inclusão: os pacientes atendidos em um único centro de referência, o Instituto Dona Lindu em Manaus. OBJETIVO Apresentar os achados sobre curetagens uterinas do Instituto da mulher Dona Lindu, destacando o total e média mensal no ano de 2014, bem como a idade das pacientes que se submeteram a esse procedimento e correlacioná-los a uma breve análise bibliográfica sobre o tema. CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS BOTELHO, J. B. Alguns aspectos do aborto no Brasil. Disponível em: <http://www.historiadamedicina.med.br/?paged=130>. Acesso em: 09 mar. 2015. CARVALHO, M. L. de O.; APARECIDA, A.; CARDELLI, M.; CESTARI, M. E. W.; SODRÉ, T. M. Os registros em prontuário de mulheres atendidas por aborto em Hospital Universitário de cidade da região Sul do Brasil de 2001 a 2005. (Universidade Estadual de Londrina). In: Fazendo Gênero 8 - Corpo, Violência e Poder. Florianópolis, de 25 a 28 de agosto de 2008. COLLIS, J.; HUSSEY, R. Pesquisa em Administração. 2ª. Ed. Ed. Bookman, São Paulo, 2005. DINIZ, D. e MEDEIROS, M. Aborto no Brasil: uma pesquisa domiciliar com técnica de urna. Ciência & Saúde Coletiva. 15 (supl. 1), 959-966, 2010. FREITAS, A. Aborto: Guia para profissionais de comunicação. Recife: Grupo Curumim, 2011. GESTEIRA, S. N. A; DINIZ N. M. F; OLIVEIRA, M. Assistência à mulher em processo de abortamento provocado: discursos de profissionais de enfermagem. Acta Paul Enferm v. 3, p. 449-53, 2008. Maternidades registram 300 abortos por mês, sendo a maioria provocada. Disponível em: < <http://new.d24am.com/noticias/ amazonas/maternidades-registram-300-abortos-por-mes-sendo-a-maioria-provocada/84273>. Acesso em 14 mar.2015. PINTO, A. P; TOCCI H. A. O aborto provocado e suas consequências. Rev. Enferm UNISA. v. 04 p. 56-61, 2003. REBOUÇAS, M. S. S; DUTRA, E. M. S. Não nascer: Algumas reflexões fenomenológico-existenciais sobre a história do aborto. Psicologia em estudo, Maringá. v. 16, p. 419-428, 2011. Anne Caroline Caria, Lucas Amaral Pedrosa, Maria Fernanda Cabral, Thailiny Azevedo, Volodia Sascho Alunos de Graduação em Medicina – Universidade Nilton Lins – Manaus - AM. Prevalência de Curetagens uterinas no Instituto da Mulher Dona Lindu no ano de 2014 – Manaus - AM. RESULTADOS e DISCUSSÃO Foram detectados 1.439 procedimentos de curetagem uterina, com uma média mensal de 120 procedimentos por mês, 30 procedimentos a menos do que um estudo do ano anterior, feito pelo Diário do Amazonas, que relatou ser no Instituto da Mulher, o maior número de procedimentos de curetagem, sendo realizados até 132 atendimentos mensais, onde destes 50% não foram espontâneos e, sim, provocados pelas pacientes. Ainda que haja um crescente acesso a informação e métodos mais seguros de contracepção, a gravidez não planejada é mais frequente entre mulheres de baixa escolaridade. Essa afirmação corrobora com os achados de Rebouças e Dutra (2011), que relataram que a situação sócio econômica é um fator de grande peso para a prática do aborto. Nos achados do Instituto em questão, observou- se que do número total de curetagens realizadas em 2014, 24% se deram entre meninas de 13 a 15 anos, a grande maioria (74%) entre jovens de 16 a 18 anos e somente 2% em crianças de 10 a 12 anos. Esse achados corroboram com Botelho (2013) que relata serem os achados de aborto, em grande maioria serem encontrados em adolescentes. Segundo artigo publicado em jornal eletrônico em 2013, pelo menos 300 casos de aborto são registrados por mês nas maternidades públicas de Manaus e a faixa etária das mulheres que recorrem às unidades de saúde com complicações de abortamento está, principalmente, entre 14 e 18 anos. Nesse artigo, observou-se também que em uma unidade de saúde localizada na zona centro-sul de Manaus, a idade das pacientes variava entre 14 e 18 anos, mas que existiam casos de meninas mais novas. Os dados coletados do instituto são de um arquivo de domínio público, o qual pôde ser disponibilizado para fins didáticos pela instituição. Quaisquer outros fatores tais como: renda familiar, escolaridade e município de origem, que ajudariam a traçar o perfil de maior incidência do procedimento em questão, somente seriam coletados mediante prontuário, os quais não podem ser disponibilizados pois caracterizaria infração ética. É notório que a curetagem seja principalmente utilizada em casos de aborto e que esse, por sua vez é em sua grande maioria do tipo induzido, em jovens mulheres de baixa renda, representando um sério problema na saúde pública no Brasil, tornando evidente a necessidade de intervenção. Além disso, a diversidade de metodologias utilizadas nos estudos sobre o tema, leva a estimativas por muitas vezes discordantes. Sugere-se com isso mais pesquisas correlacionando técnicas e fontes similares para melhor saber sobre a magnitude da utilização da curetagem. É também necessário um trabalho humanizado e multidisciplinar de educação que permita o acesso a informações sobre saúde sexual e reprodutiva, permitindo à mulher a prevenção de doenças,e aquisição de conhecimentos para a escolha de métodos anticoncepcionais adequados ao planejamento familiar de cada uma. III Reunião Brasil - França de História da Medicina Figura 2 – Curetagens Realizadas em Jovens em 2014 por faixa etária. 722 16-18 Figura 3 – Relação entre Partos e Curetagem em Jovens de 10 a 18 anos em 2014. 7 2 Part
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