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ANUÁRIO 2014 2015

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2 - HORTIFRUTI BRASIL - Dezembro de 2014/Janeiro de 2015
Dezembro de 2014/Janeiro de 2015 - HORTIFRUTI BRASIL - 3
4 - HORTIFRUTI BRASIL - Dezembro de 2014/Janeiro de 2015
Dezembro de 2014/Janeiro de 2015 - HORTIFRUTI BRASIL - 5
Neste fim-de-ano, a Hortifruti Brasil presenteia o setor hortifrutícola com o seu mais novo projeto: pesquisas sobre o mercado de melancia! Esta 
é décima terceira cultura do portfólio da equipe Hortifruti/Cepea, que há 14 
anos pesquisa e divulga ininterruptamente informações sobre o mercado de 
frutas e hortaliças. A inclusão da melancia se baseou em levantamentos de 
opinião realizados com nossos leitores e, adicioná-la ao escopo das nossas 
pesquisas, passou a ser o novo desafio da Hortifruti Brasil para 2015. 
O Projeto Melancia ainda está no início, mas muito já foi feito para que, 
neste final de ano, possamos anunciá-lo. Em parceria com a Syngenta, os 
pesquisadores responsáveis pela inclusão desta fruta ao grupo da Hortifruti 
Brasil foram a campo ao longo de 2014 em importantes regiões produtoras 
de melancia do Brasil. Conheceram de perto a produção e a comercializa-
ção desta fruta, ao mesmo tempo em que iam apresentando o Projeto Horti-
fruti/Cepea aos produtores, engenheiros agrônomos e comerciantes da fruta. 
A partir desse levantamento de campo, a equipe Hortifruti/Cepea defi-
niu que, a princípio, suas pesquisas se concentrarão nas melancias graúda 
(maior de 12 kg), média (10 a 12 kg) e miúda (7 a 10 kg), com semente, pro-
duzidas em cultivo convencional. Nesta primeira etapa do projeto, a apura-
ção de informações será realizada no interior do estado de São Paulo (região 
de Marília/Itápolis), em Uruana (GO), Lagoa da Confusão (TO), Teixeira de 
Freitas (BA), Arroios dos Ratos, Encruzilhada do Sul e Bagé (RS), além da 
Ceagesp. No próximo ano, deverão ser ampliadas as regiões de coleta e, 
provavelmente, a melancia sem semente. Portanto, entre em contato conos-
co caso queria ser um colaborador do mercado de melancia, mesmo que a 
sua região não esteja na primeira etapa do nosso projeto. Todos são bem-
-vindos! Para conhecer melhor do Projeto Melancia, leia nossa apresentação 
na página 16.
Além deste lançamento, como de costume, trazemos para você no 
Anuário 2014-2015 os principais acontecimentos do mercado das 12 frutas 
e hortaliças já acompanhadas e perspectivas para 2015. Por mais um ano, 
não teve como fugir: o clima acabou “pegando para valer” o setor hortifrutí-
cola, interferindo no calendário de produção de muitas culturas, na oferta e 
na qualidade dos produtos. 
Para encerrar o ano, gostaríamos de agradecer imensamente todos os 
nossos colaboradores e parceiros. Nosso trabalho é realizado graças a Vocês, 
que confiam na nossa equipe e colaboram com valiosas informações que 
contribuem com desenvolvimento da hortifruticultura! 
Que 2015 seja um ano cheio de realizações para todos nós!
MELANCIA: 
A DÉCIMA TERCEIRA CULTURA 
NA PAUTA DA HF BRASIL
Equipe Hortifruti Brasil 
Hábito saudável 
desde criança! 
Uma parceria entre do Instituto do Hospital das 
Clínicas (HC) e do Instituto do Coração (InCor), 
ambos da Faculdade de Medicina da Universidade 
de São Paulo (FM/USP) com a LatinMed, resultou 
em um projeto que incentiva os hábitos saudáveis 
em crianças: o Meu Pratinho Saudável. O projeto 
já conseguiu bons resultados. Em uma escola da 
cidade de São Paulo, por exemplo, 82% dos alunos 
começaram a comer mais frutas desde o início de 
2013, e as crianças tem levado os novos hábitos 
pra dentro de suas casas, incentivando as mães a 
comprarem mais hortifrutis! Os profissionais foram 
até a escola e, além de medir peso, altura e cir-
cunferência abdominal da criançada, deram uma 
aulinha com gincanas sobre os alimentos saudáveis 
e os “não saudáveis”. Essa iniciativa vem sendo 
acompanha pela Secretaria de Estado da Educação 
e, com os bons resultados, tudo indica que pode 
haver um convênio para se expandir em outras es-
colas. E aí, será que o consumo de HF aumenta 
ainda mais com essa iniciativa? Quer saber mais? 
Acesse: www.meupratinhosaudavel.com.br
Por Letícia Julião
Gente bonita 
come fruta feia!
Recentemente abordamos na Radar HF que uma rede 
de supermercados da França tem promovido em su-
as lojas a venda de frutas e hortaliças julgadas como 
“feias”, com valor de mercado bem menor em relação 
aos seus respectivos “bonitos”. Pelo jeito, vender pro-
dutos feios é uma tendência que veio para ficar, pelo 
menos na Europa! A cooperativa Fruta Feia – Gente Bo-
nita Come Fruta Feia, de Portugal, completou um ano 
em novembro deste ano e tem o propósito de comba-
ter os desperdícios com alimentos e o gasto desneces-
sário com recursos utilizados em sua produção. A Fruta 
Feia compra semanalmente alimentos com cerca de 
30 produtores cadastrados na cooperativa, recolhendo 
produtos disformes, pequenos e que provavelmente 
não seriam absorvidos pelo mercado, e prepara cestas 
de dois tamanhos (4 e 8 quilos) com frutas e hortaliças 
da época para vender aos consumidores, que vão até 
às sedes e escolhem suas cestas. O projeto acaba crian-
do um mercado alternativo para a fruta e hortaliças 
“feias” na tentativa de alterar padrões de consumo. Se 
você estiver em Portugal e se interessar pelo Fruta Feia, 
acesse o site deles: www.frutafeia.pt.
Por Daiana Braga
RAdAR hf - Novidades do setor hortifrutícola
O Ministério da Saúde lançou no dia 5 de novembro 
o Guia Alimentar Para a População Brasileira 2014, 
uma atualização do Guia de 2006. A nova versão 
reforça a importância de o brasileiro combinar ali-
mentação saudável com exercícios físicos. Destaca 
que a boa alimentação promove a saúde e o prazer 
das pessoas, previne tanto deficiências nutricionais quanto a obesidade e outros males. O novo Guia substitui a lin-
guagem técnica por uma mais didática, tornando-se mais acessível à população. Como primeira recomendação para 
uma boa base alimentar, está a ingestão frequente de alimentos frescos, como as nossas queridas frutas e hortaliças 
in natura. São recomendados também o tradicional arroz com feijão, carnes e castanhas. O Guia Alimentar mostra a 
importância de se consumirem esses alimentos no contexto justamente em que avança a ingestão de alimentos ultra-
processados (comida instantânea, refrigerantes, fast foods). O documento também sugere cardápios mais saudáveis 
para o café da manhã, almoço e jantar. Na primeira versão, 60 mil exemplares do Guia Alimentar serão distribuídos 
gratuitamente a hospitais, centros de saúde públicos e escolas. Mas se você também tem interesse em conhecer o 
Guia, saiba que ele está disponível na íntegra na internet! Acesse: http://goo.gl/SAzAxu 
Guia Alimentar 2014 recomenda 
o consumo de HF in natura 
Por Larissa Pagliuca
6 - HORTIFRUTI BRASIL - Dezembro de 2014/Janeiro de 2015
Dezembro de 2014/Janeiro de 2015 - HORTIFRUTI BRASIL - 7
expediente
ÍNdICE
SEÇÕES
folhosas 22
Cebola 28
Citros 41
Tomate 34
Manga 48
Melancia 16
Melão 24
Cenoura 32
Maçã 46
Uva 50
Banana 38
Mamão 44
ANUÁRIO
Acompanhe a evolução dos preços 
dos hortifrutícolas de 2013 a 2014 
no Caderno de Estatísticas.
CADERNO DE ESTATÍSTICAS
O setor hortifrutícola enfrentou mais 
um ano de fortes impactos climáticos. 
Relembre os principais acontecimentos 
em 2014 e as projeções para 2015 das 
13 frutas e hortaliças, contando com 
a mais nova integrante: a melancia. 
A Hortifruti Brasil é uma publicação do CEPEA - Centro de 
Estudos Avançados em Economia Aplicada - ESALQ/USP 
ISSN: 1981-1837
Coordenador Científico: 
Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros
Editora Científica: Margarete Boteon
Editores Econômicos: 
João Paulo Bernardes Deleo, Renata Pozelli Sabio, 
Letícia Julião e Larissa Gui Pagliuca
Editora Executiva: 
Daiana Braga MTb: 50.081
Diretora Financeira: MargareteBoteon
Jornalista Responsável: 
Ana Paula Silva Ponchio MTb: 27.368
Revisão: 
Daiana Braga, Alessandra da Paz, 
Flávia Gutierrez e Flávia Romanelli
Equipe Técnica: 
Amanda Abdo Pereira, Amanda Rodrigues da Silva, 
Ana Luisa Antonio Pacheco, Bruna Abrahão Silva, 
Carolina Camargo Nogueira Sales, Caroline Ochiuse 
Lorenzi, Fabrício Quinalia Zagati, Felipe Cardoso, Felipe 
Vitti de Oliveira, Fernanda Geraldini Palmieri, Flávia 
Noronha do Nascimento, Gabriela Boscariol Rasera, 
Isadora do Nascimento Palhares, João Gabriel Ruffo 
Dumbra, Júlia Belloni Garcia, Lucas Conceição Araújo, 
Matheus Marcello Reis e Renato Garcia Ribeiro. 
Apoio: 
FEALQ - Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz
Diagramação Eletrônica/Arte: 
Guia Rio Claro.Com Ltda 
19 3524-7820
Foto: 
Fernando Tavares Studio
19 3371-5161
Impressão: 
www.graficamundo.com.br
Contato: 
Av. Centenário, 1080 
Cep: 13416-000 - Piracicaba (SP) 
Tel: 19 3429-8808 
Fax: 19 3429-8829 
hfcepea@usp.br 
www.cepea.esalq.usp.br/hfbrasil
A revista Hortifruti Brasil pertence ao Cepea
A reprodução dos textos publicados pela revista 
só será permitida com a autorização dos editores.
HF BRASIL NA INTERNET
Acesse a versão on-line da Hortifruti Brasil no site: 
www.cepea.esalq.usp.br/hfbrasil
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hortifrutibrasil.blogspot.com
Batata 18
Dezembro de 2014/Janeiro de 2015 - HORTIFRUTI BRASIL - 9
AO LEITOR
AO LEITOR
 Especial Uva
Essa edição reflete o quadro atual da viticultura no estado 
de São Paulo. Acredito que a tendência seja mesmo a de 
aumentar a produção de niagara devido à dificuldade de 
se conseguir mão de obra. Percebo também que o sistema 
“Y” está começando a ser implantado em minha região, e 
as vantagens já têm sido observadas. O futuro da viticultu-
ra está em cultivar variedades mais resistentes a doenças e 
com menor necessidade de mão de obra.
Jeoji Kawakami - Dracena/SP
Sou viticultor e todo tema envolven-
do a cultura desperta-me interesse. 
Concordo que mais produtores po-
dem optar pelo cultivo da niagara em 
razão das vantagens mencionadas na 
matéria. Além disso, tem uma exce-
lente aceitação, cada vez mais exi-
gente, do mercado consumidor pelas 
suas características organolépticas 
(cor, aroma e sabor). A elevação do 
custo de produção é fato, mas, para o 
nosso estado [Santa Catarina], os cus-
tos ainda encontram-se abaixo dos de 
(continua na próxima página)
10 - HORTIFRUTI BRASIL - Dezembro de 2014/Janeiro de 2015
AO LEITOR
São Miguel Arcanjo (SP), por exemplo. 
Acredito que a tendência são custos de 
produção cada vez mais elevados, com 
a necessidade de se produzir uma fruta 
diferenciada, que venha a agregar valor 
e a compensar esses custos. A forma de 
apresentação e tipo de embalagem uti-
lizada ajudam a ganhar o consumidor, 
a dar credibilidade ao produtor. 
Bruno Marques Felippe – 
Pedras Grandes/SC 
Acredito que mais produtores vão 
migrar para o cultivo de uva niagara, 
dados os altos custos de produção de 
uvas finas. A mão de obra também é 
um gargalo que aumenta os custos de 
produção. Como requer pouca mão 
de obra, a niagara é uma opção pa-
ra pequenos produtores que não têm 
muito capital para o cultivo de uvas fi-
nas. Ainda é pequena a adesão ao sis-
tema “Y” em minha região; a maioria 
é de pequenos produtores que perma-
necem no antigo sistema de condução 
(latada). Devido à escassez de mão de 
obra, a tendência da viticultura pode 
ser a diminuição das áreas de plantio, 
onde somente famílias de viticultores 
que passam gerações no negócio con-
tinuarão suas atividades. 
Diogo Pereira – Pilar do Sul/SP
A migração para a niagara é uma ten-
dência. Ela tem se sobressaído em qua-
lidade de produção, com vantagens 
no custo de produção e no mercado. 
Por enquanto, na região Norte de Mi-
nas Gerais, o sistema "Y" ainda não foi 
usado.
Ildeu de Souza – Janaúba/MG
Já estava na hora de se reconhecer que a 
niagara é uma das cultivares mais apre-
ciada pelos consumidores brasileiros e 
pelos produtores, por sua rusticidade. 
Em praticamente todos os estados do 
País existem produtores desta varieda-
de. O produtor tem visto os custos de 
produção das uvas finas subir sem uma 
compensação nos preços. Acredito que 
mais produtores devem cultivar a nia-
gara. Em relação ao sistema “Y”, exis-
tem poucas iniciativas. Aqui em Mato 
Grosso, os custos são um pouco mais 
elevados, pois não temos a cadeia da 
vinicultura constituída. Com a melho-
ria do sistema de produção e redução 
nos custos, a tendência da viticultura é 
de um aumento da área plantada, pois 
a uva é uma das frutas que está caindo 
no gosto da população. Seu alto preço, 
por enquanto, é que dificulta o acesso 
ao consumo, sobretudo de pessoas de 
menor renda.
 Carlos Antonio Távora Araújo – 
Tangará da Serra/MT 
Dezembro de 2014/Janeiro de 2015 - HORTIFRUTI BRASIL - 11
ESCREvA PARA NóS. 
Envie suas opiniões, críticas e sugestões para:
hortifruti Brasil - Av. Centenário, 1080 - Cep: 13416-000 - Piracicaba (SP)
ou para: hfcepea@usp.br 
Para receber a revista Hortifruti Brasil eletrônica, acesse 
www.cepea.esalq.usp.br/hfbrasil/comunidade, 
faça seu cadastro gratuito e receba todo mês a revista 
em seu e-mail!
Para produzir, a niagara é muito boa, 
não se compara com a uva fina, sem 
contar que é excelente para processa-
mento. A aceitação do mercado por 
ela, no entanto, ainda está muito longe. 
Leocadio Barroso – varjota/CE
Muito boa a edição. Acredito que pos-
sa haver, na verdade, uma migração 
para novas áreas, inclusive devido às 
mudanças climáticas. 
Hélio Antonio Silva Rodrigues – 
Goiânia/GO 
Custo de produção de batata
Quero parabenizar 
toda a equipe sobre 
o excelente traba-
lho Especial Batata. 
A cultura da batata 
é, sem dúvida, uma 
das mais conserva-
doras que existe. 
Trabalho com batatas há mais de três 
décadas e, neste tempo, pouca coi-
sa mudou. A adubação que usavam 
quando comecei a plantar continua 
sendo usada, a mesma fórmula e do-
sagem. Outras culturas dobraram a 
produtividade e a batata melhorou 
devido à mudança de variedade. Vale 
lembrar que a mudança não foi por 
vontade dos produtores, mas, sim, 
pela impossibilidade de se continu-
ar a cultivar a variedade substituí-
da por questões fitossanitárias. Nas 
entrevistas da edição, notei que os 
pensamentos continuam focando as 
mesmas coisas de décadas atrás. Não 
comentam que, além da redução dos 
custos com a mão de obra, há tam-
bém outros pontos relevantes, como 
aumento da produtividade. Outro 
ponto não lembrado seria a indus-
trialização. Sabemos que o consumo 
fresco de batata diminui a cada ano. 
Vale a pena insistir no modelo atual? 
Não deveríamos buscar alternativas 
como a comercialização de produtos 
minimamente processados? Diante 
deste cenário, cada vez que a batata é 
rentável para o produtor significa que 
houve algum problema climático que 
reduziu ainda mais a produtividade 
que já é baixa. Então na próxima safra, 
se tudo correr bem, os preços vão ser 
baixos, se depender do produtor.
Pedro Hayashi – 
vargem Grande do Sul/SP
ANUÁRIO 2014/15
A HORTIFRUTICULTURA 
FICOU COM SEDE EM 2014
O clima foi novamente a grande preocupação da 
hortifruticultura em 2014. Desta vez, os índices de chuva 
ficaram bem abaixo da média em boa parte das regiões 
produtoras de frutas e hortaliças, atingindo mínimas histó-
ricas. As temperaturas também foram elevadas, agravando 
a situação. Segundo a Agência Espacial dos Estados Uni-
dos (Nasa), o mês de setembro de 2014 pode ter sido o 
mais quente da história mundial desde 1880. A região que 
mais sentiu os efeitos do clima seco foi o Sudeste, espe-
cialmente os estados de São Paulo e de Minas Gerais. O 
Nordeste também enfrentou um ano de pouca chuva, masesse cenário não é novo por lá. Na Chapada Diamanti-
na (BA), Livramento de Nossa senhora (BA) e em Mossoró 
(RN), por exemplo, não chove suficientemente há pelo 
menos dois anos.
O Sistema Produtor Alto Tietê (SPAT), conjunto de 
cinco reservatórios que abastece o estado de São Paulo, 
abrangendo, por exemplo, áreas de cultivo de alface (Mo-
gi das Cruzes e Ibiúna), chegou ao nível mais baixo que se 
tem registro. No início de dezembro, mesmo após algumas 
chuvas, a água preenchia apenas 5,4% de sua capacidade 
total. No Nordeste, o volume útil da barragem de Sobradi-
nho, no rio São Francisco, que abastece regiões produto-
ras de frutas e hortaliças do Vale do São Francisco, era de 
15,6% no mesmo período, sendo que a vazão de saída de 
água seguia maior que a vazão de entrada, podendo redu-
zir ainda mais o nível de água deste reservatório. 
No Sul, o cenário foi bem diferente. As chuvas 
ocorreram em excesso, sobretudo no segundo semestre 
de 2014 e isso também trouxe prejuízos. Houve perdas 
na qualidade da batata e o granizo danificou lavouras de 
tomate.
ÁREA DA HORTIFRUTICULTURA 
 RECUA 0,6% EM 2014
Fo
nt
e:
 C
ep
ea
ÁREA dOS hORTIfRUTÍCOLAS EM 2013 E 2014*
* As estimativas de produção da equipe Hortifruti/Cepea baseiam-se em levantamentos 
amostrais, obtidos a partir do contato com agentes do setor nas principais regiões produ-
toras. Refletem, portanto, apenas a área das regiões acompanhadas pelo Hortifruti/Cepea. 
 Produto 2013 2014 Var %
 TOMATE 39.730 38.736 -2,5%
 BATATA 102.392 102.772 0,4%
 CEBOLA 43.893 42.162 -3,9%
 CENOURA 16.125 15.722 -2,5%
 FOLHOSAS 15.828 15.828 0,0%
 MANGA 49.887 48.804 -2,2%
 MELÃO 14.950 14.350 -4,0%
 MAMÃO 14.100 14.000 -0,7%
 MAÇÃ 32.207 32.586 1,2%
 BANANA 74.535 76.327 2,4%
 UVA 24.980 24.894 -0,3%
 TOTAL 428.626 426.181 -0,6%
 ÁREA POR GRUPO 2013 2014 Var% (14/13)
 HORTALIÇAS 202.139,50 199.392,00 -1,4%
 FRUTAS 210.658,90 210.961,20 0,1%
Por Renata Pozelli Sabio, Larissa Gui Pagliuca, Letícia Julião, 
João Paulo Bernardes Deleo e Margarete Boteon
HORTALIÇAS: 
Estimativas do Cepea indicam ligeiro recuo de 1,4% da área 
cultivada em 2014 e na safra verão 2014/15 nas principais 
regiões de produção – as quais compõem a base amostral do 
Centro. A área com batata ficou praticamente estável, en-
quanto a de tomate tem queda de 2,5% devido à diminuição 
do cultivo nas safras tanto de verão quanto de inverno e ainda 
na destinada à indústria. A área de cebola recuou 3,9% de-
vido à estiagem, à baixa rentabilidade em 2013 e ainda pelo 
baixo rendimento em algumas regiões do Sul. Para a cenoura, 
o Cepea estima que a redução foi de 2,5% no ano devido à 
seca. O cultivo de folhosas, por sua vez, se manteve estável. 
FRUTAS: 
A área total de frutas em 2014 teve pequeno acréscimo de 
0,1%. Apesar de mantida a estimativa de aumento para a 
banana e a maçã, as áreas de melão, mamão, uva e manga 
recuaram. Em uva, a redução deve ocorrer no Paraná, refle-
tindo a baixa rentabilidade e geada de 2013. Para o melão, o 
desânimo de produtores do Vale do São Francisco quanto ao 
cultivo do segundo semestre e a falta de água para irrigação 
no RN/CE causaram redução da área também desta cultura. 
No caso da manga, a diminuição ocorre em Livramento de 
Nossa Senhora e em Dom Basílio, devido à forte estiagem na 
região baiana. Em mamão, houve forte recuo no Oeste da 
Bahia por conta de problemas com mão de obra. 
12 - HORTIFRUTI BRASIL - Dezembro de 2014/Janeiro de 2015
Anuário Hortifruti Brasil - Retrospectiva 2014 & Perspectiva 2015
Dezembro de 2014/Janeiro de 2015 - HORTIFRUTI BRASIL - 13
O Brasil ainda está exportando mais frutas 
do que importando. Porém, esta diferença está 
se estreitando devido à crescente importação, à 
quebra de safra de algumas frutas brasileiras e à 
perda de competividade decorrente do elevado 
“custo Brasil”. Além disso, vender para o brasi-
leiro também tem sido uma opção atrativa para o 
hortifruticultor. 
BALANÇA COMERCIAL DA FRUTICULTURA 
ESTÁ CADA VEZ MAIS APERTADA
As vendas externas de fruta neste ano devem 
ser inferiores às de 2013. A queda deve ser causada 
pela maçã e uva. A baixa qualidade da maçã, sobre-
tudo da gala, reflexo do calor excessivo no começo 
do ano, limitou as exportações. Já no caso da uva, 
além de o mercado interno estar bastante atrativo, a 
quebra de safra do Vale, devido às chuvas durante 
a brotação (abril/maio), impediu avanço dos em-
barques. A banana também pode fechar o ano com 
redução das vendas externas, principalmente para a 
União Europeia. Nesse caso, o motivo é a mudan-
ça de estratégia de uma empresa do Rio Grande do 
Norte que optou por sair da atividade exportadora. 
Os envios de banana ao Mercosul podem ter au-
mentado, estimulados sobretudo pela maior oferta 
de Santa Catarina, mas ainda não compensariam a 
queda ao bloco europeu.
Por outro lado, as exportações de mamão cres-
ceram em 2014, principalmente com o dólar acima 
dos R$ 2,00. Esse nível do dólar teria favorecido tam-
bém o avanço do comércio da lima ácida tahiti, que 
ultrapassou o de uva in natura. Para manga, a estima-
tiva é que o fechamento do ano aponte estabilidade 
sobre 2013, o que seria suficiente para posicioná-la 
como a fruta mais exportada em 2014, em receita, ul-
trapassando o melão. Este, por sua vez, teve os envios 
limitados pela falta de água para irrigação. 
Para 2015, a tendência geral é de estabilidade 
nas exportações de fruta frente a 2014, baseado na 
previsão de continuidade dos baixos níveis de chuva 
no principal polo exportador de fruta – Nordeste e, 
por outro lado, a valorização do dólar. 
Mesmo com o “dólar caro” (Real desvalorizado) 
na maior parte do ano, a importação de frutas deve fe-
char 2014 maior que a de 2013. A pera continua sen-
do a fruta mais importada, tendo leve alta em 2014. 
Mas o aumento mais significativo está sendo de maçã, 
contrabalançando a menor oferta da fruta nacional 
com qualidade. 
Já as compras de uva podem fechar o ano com 
pequena diminuição, sobretudo da Argentina, por 
conta de geadas que atingiram a produção e da im-
posição do uso de brometo de metila pelo Brasil, para 
controlar o ácaro Brevipalpus chilensis. Essa diminui-
ção pode ter acontecido mesmo com o estímulo à im-
portação gerado pela quebra de safra no Vale do São 
Francisco no segundo semestre e pelo aumento das 
ofertas de países que negociavam com a Rússia antes 
do embargo que lhe foi imposto – Espanha e Itália já 
estão enviando mais fruta ao Brasil. 
Para 2015, as importações podem diminuir, prin-
cipalmente se a safra de maçã e uva se recuperarem, 
em volume e qualidade. Há também tendência de 
mais fruta nacional ser direcionada ao mercado inter-
no. Além disso, o dólar valorizado frente ao Real pode 
frear as compras de frutas estrangeiras. 
EM RECEITA, MANGA É A FRUTA 
 MAIS EXPORTADA EM 2014 
MAÇÃ É DESTAQUE DAS 
 IMPORTAÇÕES EM 2014
14 - HORTIFRUTI BRASIL - Dezembro de 2014/Janeiro de 2015
Anuário Hortifruti Brasil - Retrospectiva 2014 & Perspectiva 2015
Letícia Julião (esq.) e Larissa Gui Pagliuca 
são editoras econômicas de frutas.
João Paulo Bernardes Deleo e Renata Pozelli Sabio 
são editores econômicos de hortaliças.
Profa. Dra. Margarete Boteon 
é editora científica da Hortifruti Brasil.
O QUE ESPERAR 
DO CLIMA PARA 2015?
Há previsão de chuvas mais regulares na região Sudeste durante 
o verão 2014/15. O regime hídrico normalizado será fundamental para 
o plantio da safra das águas e de verão das hortaliças e para revigorar 
os pomares, sobretudo de manga, citros e banana nessa região do País. 
Porém, se as chuvas ocorrerem em excesso, pode prejudicar a quali-
dade das frutas que serão colhidas no início de 2015, como a uva na 
região de Campinas(SP). 
No Sul do País, região que registrou elevado volume de chuvas no 
segundo semestre de 2014, as precipitações devem permanecer acima 
da média pelo menos até fevereiro de 2015, segundo o Centro de Pre-
visão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec/Inpe). Desta forma, a safra 
de frutas e hortaliças nesta região pode ter dificuldades com o excesso 
de água. 
Para o Nordeste brasileiro, a previsão do Cptec/Inpe não é muito 
animadora. As chuvas já foram mais volumosas em novembro de 2014, 
mas devem ficar escassas até fevereiro de 2015, sobretudo na região 
norte do Nordeste. Caso o próximo ano seja mais um ano de escassez 
de água, os plantios da temporada 2015 de batata, tomate, cenoura e 
cebola serão novamente prejudicados, sem contar que o reabasteci-
mento dos reservatórios para irrigação das frutas pode continuar com-
prometido.
PREVISÃO DE ESTABILIDADE DO PIB EM 2014 E LEVE ALTA EM 2015
 Variável 2011 2012 2013 2014 2015
PIB Total (%) 2,9% 1,00% 2,28% 0,21% 0,80%
TAXA DE JUROS (Selic) (% aa) - dez 11,0% 7,25% 10,00% 11,50% 12,00%
INFLAÇÃO (IPCA -% a.a.) 6,6% 5,7% 5,74% 6,40% 6,40%
CÂMBIO (R$/US$) - dez 1,81 2,08 2,34 2,53 2,61
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ANUÁRIO 2014/15
A economia brasileira praticamente não avançou em 
2014, conforme projeções dos analistas consultados pelo 
Banco Central. A baixa atratividade da economia, soma-
da à Copa do Mundo no Brasil e às eleições presidenciais, 
de certa forma, impediram mudanças estruturais urgentes 
como a redução dos gastos públicos e o aumento dos in-
vestimentos em produtividade e em infraestrutura. Em con-
trapartida, a inflação cresceu e a taxa de juros tem sido 
reajustada para cima na tentativa de controlar o avanço dos 
preços no País. Quanto ao câmbio, o nível elevado neste 
final de ano reflete a recente volatilidade nos mercados e as 
turbulências na economia brasileira, sobretudo no período 
das eleições.
Para 2015, a tendência é de um ano de ajuste e, nova-
mente, de baixo crescimento. Já o dólar deve ser mais valo-
rizado que o Real, o que é bom para o segmento exportador. 
Porém, dado o baixo desempenho dos indicadores econô-
micos nacionais, a perspectiva é de que o consumo interno 
de hortifrutícolas cresça pouco. A tendência de melhor dis-
tribuição de renda e de mudança de hábitos de consumo em 
direção a produtos mais saudáveis permanece e favorece o 
setor, mas seus reflexos são esperados no longo prazo.
ECONOMIA BRASILEIRA 
FICA ESTÁVEL EM 2014
Dezembro de 2014/Janeiro de 2015 - HORTIFRUTI BRASIL - 15
Levantamento de dados 
foi iniciado ainda este ano
Em 2015, a revista Hortifruti 
Brasil dará início às análises econô-
micas sobre o mercado de melancia 
nas principais regiões produtoras do 
Brasil. Pesquisadores do Cepea ini-
ciaram o projeto sobre a fruta em 
março de 2014, com visitas a campo 
para conhecer o sistema de produção 
e a comercialização da fruta, além 
de cadastrar colaboradores. A coleta dos 
preços, informações sobre a produção 
e o mercado começaram em agosto nas 
regiões de Marília e Itápolis (SP), Uruana 
(GO), Lagoa da Confusão (TO), Teixeira 
de Freitas (BA) e nas praças gaúchas de 
Arroio dos Ratos, Encruzilhada do Sul e 
Bagé. Neste início dos trabalhos, serão 
coletados os preços da melancia graúda 
(maior de 12 kg), média (10 a 12 kg) e mi-
úda (7 a 10 kg) – em cultivo convencional. 
Semanalmente, a equipe responsável pe-
las pesquisas de melancia já tem entrado 
em contato com produtores, agrônomos e 
comerciantes destas regiões, além de ata-
cadistas da Ceagesp para colher informa-
ções. No próximo ano, os pesquisadores 
pretendem ampliar a rede de colaborado-
res, bem como as regiões de coleta, sem-
pre com objetivo de levar mais informa-
ções ao setor. 
Preços se mantêm 
satisfatórios no segundo 
semestre de 2014 
Desde meados de agosto até a pri-
meira quinzena de setembro, as regiões 
produtoras de Lagoa da Confusão (TO) 
e Uruana (GO) abasteceram o mercado 
atacadista de São Paulo (Ceagesp) com 
melancias de excelente qualidade. Neste 
período, melancicultores dessas praças 
conseguiram alta produtividade e preços 
remuneradores, acima do custo médio 
de produção estimado, em R$ 0,25/kg. 
A partir da segunda metade de setembro, 
mesmo com a finalização da safra no To-
cantins, as cotações da fruta começaram 
a cair na Ceagesp devido ao aumento ex-
pressivo no volume de melancia colhida 
em Goiás e à intensificação da oferta em 
Marília (SP). O tempo quente e seco ele-
vou significativamente a produtividade das 
lavouras goianas, que bateram recordes de 
produtividade (50 a 60 t/ha), segundo pro-
dutores locais. Já em São Paulo, nas lavou-
ras sem irrigação houve atraso no plantio 
e, provavelmente, o rendimento será me-
nor nesta temporada. Em novembro, hou-
ve o encerramento da safra de Goiás, com 
resultados positivos, e início da colheita 
em Teixeira de Freitas (BA). Já na região de 
Itápolis (SP), os preços não reagiram con-
forme se esperava, ficando próximos aos 
custos. Em dezembro, além da intensifica-
ção da colheita no interior paulista, alguns 
produtores de Arroio dos Ratos (RS) inicia-
ram a safra, elevando a oferta nacional. A 
maior demanda pela fruta no final do ano 
e durante o verão 2014/15 pode favorecer 
o escoamento da produção. 
Melancia
hORTIfRUTI BRASIL PASSA 
A PESQUISAR MERCAdO dE MELANCIA
Larissa Gui Pagliuca (esq.), 
Fabrício Quinalia Zagati e Fernanda Geraldini Palmieri 
são analistas de mercado de melancia. 
Entre em contato:
hfmelancia@usp.br
Fo
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 C
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ea Colheita de melancia intensifica em São Paulo e na 
Bahia
Preços médios de venda da melancia graúda (>12 kg) na Ceagesp 
- R$/kg
AGRADECIMENTOS
A Equipe Melancia agradece a Alécio Schiavon, 
Paloma Silva, Helder Damaso, Flávio Loss e João 
Arrebola, representantes da Syngenta, produtores, 
engenheiros agrônomos, comerciantes e ataca-
distas de melancia que gentilmente ajudaram e 
receberam os pesquisadores do Cepea nas visitas 
a campo realizadas ao longo de 2014, tornando 
possível a inclusão da cultura da melancia nas 
pesquisas do projeto Hortifruti/Cepea. O trabalho 
está apenas começando e a contribuição de todos 
os agentes de mercado é fundamental para a am-
pliação e melhoria de nosso sistema de informação. 
Participe você também!
16 - HORTIFRUTI BRASIL - Dezembro de 2014/Janeiro de 2015
Dezembro de 2014/Janeiro de 2015 - HORTIFRUTI BRASIL - 17
Batata
PREÇOS SÃO RECORdES NO PRIMEIRO SEMESTRE, 
Aumento no volume 
de batata pré-frita 
importada em 2014
%8,81
Recuo na área 
da temporada das secas
%-9
%3,4
Aumento na área cultivada 
na safra de inverno
Recorde histórico 
do preço da batata na Ceagesp
(abril)
,77/sc136R$
Números do mercado 
de batata em 2014
MAS dESPENCA M NO SEGUNdO
Seca eleva cotações 
a recorde na safra 
das águas 2013/14 
Em abril de 2014, a batata ágata pa-
drão especial teve a maior média da série 
histórica do Cepea em termos nominais, 
de R$ 136,77/sc de 50 kg. O valor pago 
pela saca no período ficou 20,35% maior 
que o de abril/13 e 6,85% superior ao re-
gistrado em maio/13, o maior preço até 
então. A valorização da ágata é resultado 
da quebra de produtividade no Triângulo 
Mineiro/Alto Paranaíba, ocasionada pela 
estiagem na região. Além de reduzir a pro-
dução, a seca também fez com que mais 
de 1.000 hectares de batata tenham sido 
perdidos, pois boa parte da área mineira 
é de sequeiro. Já as áreas mineiras irriga-
das, apresentaram boa produtividade. Por 
outro lado, no Sul do País, sobretudo no 
Rio Grande do Sul, foi o excesso de chuva 
que causou perdas de sementes durante o 
plantio, além de reduzir a produtividade. 
Em contrapartida, as regiões de Guara-
puava (PR) e Água Doce (SC)obtiveram 
os melhores resultados da temporada das 
águas, pois foram mínimas as perdas nes-
sas praças, fazendo com que os bataticul-
tores locais conseguissem aproveitar as 
elevadas cotações do período.
Temporada das secas 
tem redução de 9% 
na área cultivada
Produtores do Sul de Minas Gerais 
reduziram a área das secas em 34,8% em 
relação à temporada anterior em razão da 
forte estiagem deste ano. Esse cenário re-
fletiu em um recuo de 9% na área total 
cultivada na temporada das secas. Assim, 
durante a colheita (maio a julho), as cota-
ções da batata foram superiores aos custos 
de produção. Porém, os resultados foram 
pontuais, uma vez que alguns bataticulto-
res tiveram baixa produtividade e renta-
bilidade limitada. No Sul de Minas, parte 
dos produtores teve resultados fracos pela 
perda de área e de produtividade, mas os 
que plantaram em áreas irrigadas conse-
guiram produtividade satisfatória. Já em 
Ibiraiaras/Santa Maria (RS), foi o excesso 
de chuva que prejudicou a safra. Produ-
tores gaúchos tiveram acentuada perda 
por apodrecimento e quase não consegui-
ram realizar a colheita em junho. Assim, 
estima-se que houve redução de 35% na 
produtividade do Rio Grande do Sul, com 
prejuízos financeiros aos produtores. Ba-
taticultores paranaenses de Curitiba, Irati, 
Ponta Grossa e São Mateus do Sul tam-
bém foram afetados pelas precipitações 
volumosas em julho. Mas, de um modo 
geral, o saldo foi positivo, pois os preços 
ficaram acima dos custos durante os me-
ses de colheita mais intensa, em maio e 
junho. No Sudoeste Paulista, a temporada 
começou apenas em junho, prosseguindo 
até setembro. No início, houve problemas 
com a produtividade em função da forte 
incidência de canela-preta. Nos meses 
seguintes, quando a produtividade me-
lhorou, os preços da batata despencaram 
com o início da safra de inverno e excesso 
de oferta. Na média da safra do Sudoeste 
Paulista, de junho a setembro, os preços 
ponderados pelo calendário de colheita e 
classificação ficaram em R$ 24,68/sc de 
50 kg ao produtor, valor 28,2% abaixo das 
estimativas de custos.
Com área e produtividade 
maiores, preços do inverno 
ficam abaixo do custo
A safra de inverno 2014 teve aumen-
to de área total de 3,4% frente à passada 
impulsionado principalmente por Vargem 
Grande do Sul (SP), que é a principal re-
gião produtora na temporada e por Cris-
talina (GO), com crescimentos de 5% e 
6,5%, respectivamente. A área de cultivo 
de inverno já vinha aumentado nos últi-
18 - HORTIFRUTI BRASIL - Dezembro de 2014/Janeiro de 2015
mos anos e, aliada à boa produtividade re-
sultou em excedente de oferta, pressionan-
do as cotações bem abaixo dos custos de 
produção. Em alguns períodos, produtores 
relataram inclusive dificuldades em nego-
ciar, e algumas batatas de classificação de 
menor valor de mercado chegaram a ser 
descartadas. Assim, as cotações ficaram 
na média da safra (julho a outubro) em 
R$ 21,38/sc, valor 30,06% inferior à mé-
dia dos custos de produção. Em meados 
de outubro, os preços voltaram a reagir 
com o fim da colheita em Vargem Grande 
do Sul e com a desaceleração dos traba-
lhos em outras regiões. Deste modo, a re-
gião mais beneficiada na safra de inverno 
foi o Sudoeste Paulista, que iniciou a tem-
porada na segunda quinzena de outubro, 
quando as cotações já estavam acima dos 
custos. Produtores da Chapada Diaman-
tina, Cristalina e Triângulo Mineiro, que 
ainda seguem ofertando, também devem 
ser favorecidos pelos melhores preços até 
o final da temporada, em dezembro.
Estiagem pode reduzir ainda 
mais área das águas 2014/15 
A área em 2014/15 deve seguir es-
tável, com tendência de queda. O mo-
tivo é expectativa de falta de chuva que 
ainda assombra os produtores de batata. 
No Sul de Minas Gerais, a intenção ini-
cial era a de aumentar o cultivo, visto 
que havia grande disponibilidade de ba-
tata semente armazenadas em câmaras 
frias. Porém, no decorrer dos trabalhos, 
os níveis pluviométricos ficaram abaixo 
do ideal, obrigando os agricultores a re-
duzir a área, que em sua maioria é de 
sequeiro. No Rio Grande do Sul, tam-
bém houve recuo no cultivo, em função 
da baixa rentabilidade no ano passado, 
sobretudo devido à quebra de produ-
ção em função do excesso de chuvas. 
Em Bom Jesus (RS), houve redução de 
10% na área cultivada e em Ibiraiaras/ 
Santa Maria (RS), de 12,5%. Com isso, 
a área total só vem se mantendo por-
que deve haver aumento em Água Doce 
(SC) e Guarapuava (PR), de 11% e 5,5%, 
respectivamente. Se o regime de chuvas 
retornar ao normal até o fim do ano, no 
Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba pode 
haver recuperação da área perdida em 
2013. Com o plantio iniciado em agos-
to, produtores do Sul de Minas temem 
ainda uma quebra de safra, já que até fi-
nal de novembro os níveis de chuva ain-
da estavam abaixo do ideal. Os produto-
res do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba 
vivem situação parecida, mas por terem 
começado o plantio em outubro, ainda 
podem se beneficiar com as chuvas a 
partir de novembro, se forem confirma-
das - o plantio deve se estender até o 
fim de janeiro. Neste ano, produtores do 
Sudeste têm optado por plantar inicial-
mente as áreas irrigadas. Em Curitiba, 
Irati, Ponta Grossa, São Mateus do Sul 
(PR), a expectativa é de manutenção da 
área, porém com produtividade prejudi-
cada. Isso porque em setembro houve 
chuvas acima da média, que causaram 
lixiviação de fertilizantes e requeima. Já 
em outubro, houve falta de água, sobre-
tudo em Curitiba e São Mateus do Sul.
Crescem importações 
de batata pré-frita 
Pelo segundo ano consecutivo, o 
Brasil registrou volumes recordes de im-
portação de batata pré-frita congelada 
nos 10 primeiros meses. Foram 247 tone-
ladas, 8,81% a mais que no acumulado 
do ano anterior. O principal motivo do 
impulso nas compras externas é a cres-
cente demanda pelo produto, em função 
de sua praticidade e boa qualidade. Se-
gundo pesquisadores do Cepea, essa ten-
dência de aumento do consumo da bata-
ta industrializada e redução da in natura 
deve se manter no Brasil. 
Importações de 
semente sobem pelo 
segundo ano consecutivo
Na parcial de 2014 (até novembro), 
o volume total de batata-semente impor-
tada foi de 6.051 mil toneladas, quantida-
de 3,76% superior a do mesmo período 
do ano passado, conforme dados da Se-
cretaria do Comércio Exterior (Secex). O 
montante comprado pelo Brasil nestes 
dois últimos anos está entre as maiores 
da séria da Secex, iniciada em 1989. Em 
2014, dados disponíveis até novembro, já 
foi comprado o segundo maior volume da 
série, enquanto 2013 ficou no terceiro lu-
gar na importação de semente de batata 
estrangeira, de 6.007 mil toneladas, per-
dendo apenas para o volume de 1998. O 
que explica esses números é que os pre-
ços domésticos da batata, que estiveram 
em patamares bastante altos do início do 
segundo semestre de 2012 até o mesmo 
período de 2014, motivaram produtores 
a reservar menos batata para propagação 
e enviar mais ao mercado in natura, ne-
cessitando, assim, importar mais semente 
para multiplicação. Além disso, as eleva-
das cotações também podem ter dado um 
possível ânimo aos produtores para au-
mentar a área com o tubérculo nas safras 
futuras, o que já ocorreu no inverno de 
2014, mas foi limitado na temporada das 
águas 2014/15 pela falta de chuva. Parte 
dessa importação se deve também a uma 
renovação do vigor genético das semen-
tes que serão propagadas. Agentes do se-
tor consultados pelo Cepea acreditam que 
parte das compras também sejam destina-
das à produção com foco industrial. 
PREÇOS SÃO RECORdES NO PRIMEIRO SEMESTRE, 
Felipe Cardoso 
e Amanda Rodrigues da Silva 
são analistas de mercado de batata. 
Entre em contato:
hfbatata@usp.br
MAS dESPENCA M NO SEGUNdO
Dezembro de 2014/Janeiro de 2015- HORTIFRUTI BRASIL - 19
Batata
ESTATÍSTICA dE PROdUÇÃO - BATATA*
*As estatísticas de produção divulgadas pelo Cepea não representam a área total cultivada em cada região. 
Os dados refletem a opinião dos principais agentes do setor e são considerados as principais referências de mercado
 Safra das secas e safra de inverno (junho a novembro) Área plantada (ha)
 Região Praças de Coleta 2013 2014 Variação (%)
 Safra das águas (dezembro a maio) Área plantada (ha)
 Região Praças de Coleta 2013/14 2014/15 Variação (%)
 Sul de Minas Gerais Sul de Minas Gerais¹ 9.900 9.000 -9%
 Araxá, Ibiá, Perdizes, Pedrinópolis, Sacramento, 
 Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba (MG) Tapira, Santa Juliana, Patrocínio, Iraí de Minas, 12.100 13.000 7% 
 Uberaba, Uberlândia, Rio Paranaíba e São Gotardo 
 Guarapuava, Campina do Simão, Cândoi, 
 Guarapuava (PR) 1º e 2° safra Foz do Jordão, Pinhão, Prudentópolis 4.500 4.750 6% 
 e Reserva do Iguaçu 
 Agudos do Sul, Almirante Tamandaré, Araucária, 
 Balsa Nova, Campo Tenente, Campo Largo, 
 Curitiba (PR) Campo Magro, Contenda, Fazenda Rio Grande, 5.590 5.590 0% 
 Lapa, Mandirituba, Piên, Piraquara, Quitandinha, 
 Rio Negro e Tijucas 
 Arapoti, Castro, Imbaú, Ipiranga, Iraí, Jaguariaíva, 
 
Ponta Grossa (PR)
 Ortigueira, Palmeira, Piraí do Sul, Ponta Grossa, 
2.300 2.300 0% Porto Amazonas, Reserva, São João do Triunfo, 
 Telemaco Borba, Tibagi e Ventania 
 Mallet, Rio Azul, Rebouças, Irati, Fernandes Pinheiro, 
 Irati (PR) Teixeira Soares, Imbituva, Guaramiranga 1.280 1.500 17% 
 e Inácio Martins 
 
São Mateus do Sul (PR)
 União da Vitória, São Mateus do Sul, 
1.800 1.800 0%
 
 Antônio Olímpio, Paulo Freitas e Paulo Frontin 
 Santa Catarina Água Doce (SC) e Palmas (PR) 4.500 5.000 11%
 
Rio Grande do Sul
 Bom Jesus, São José dos Ausentes, Ibiraiaras, 
8.650 7.800 -10%
 
 Santa Maria e São Francisco de Paula 
1 Cambuí , Pouso Alegre, Ipuiúna, Poços de Caldas, Areado, Bom Repouso, Camanducaia, Senador Amaral, Maria da Fé, Bueno Brandão, Espírito Santo do Dourado, São 
João da Mata, Andradas, Alfenas, Alterosa, Serrania, Machado, Paraguaçu, Três Corações, São Gonçalo do Sapucaí, São Bento do Abade, Santa Rita de Caldas e Congonhal.
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 Vargem Grande do Sul, São João da Boa Vista, 
 
Vargem Grande do Sul (SP) - inverno
 Mogi Guaçu, Aguaí, Casa Branca, 
11.850 12.500 5% Santa Cruz das Palmeiras, Mococa, Itobi, 
 São José do Rio Pardo e Porto Ferreira 
 
Sudoeste Paulista - seca
 Capão Bonito, São Miguel Arcanjo, Pilar do Sul, 
2.350 2.350 0%
 
 Itapetininga, Tatuí e Paranapanema 
 
Sudoeste Paulista - inverno
 Capão Bonito, São Miguel Arcanjo, Pilar do Sul, 
2.830 2.830 0%
 
 Itapetininga, Tatuí e Paranapanema 
 Almirante Tamandaré, Araucária, Balsa Nova, 
 
Curitiba (PR)
 Campo Tenente, Campo Largo, Campo Magro, 
3.207 3.207 -2%
 
 Contenda, Fazenda Rio Grande, Lapa, Mandirituba, 
 Piraquara, Quitandinha, Rio Negro e Tijucas 
 Arapoti, Castro, Imbaú, Ipiranga, Iraí, Jaguariaíva, 
 
Ponta Grossa (PR)
 Ortigueira, Palmeira, Piraí do Sul, Ponta Grossa, 
1.800 1.800 -2%
 
 Porto Amazonas, Reserva, São João do Triunfo, 
 Telemaco Borba, Tibagi e Ventania 
 
São Mateus do Sul (PR)
 União da Vitória, São Mateus do Sul, 
1.300 1.300 -2%
 
 Antônio Olímpio, Paulo Freitas e Paulo Frontin 
 Mallet, Rio Azul, Rebouças, Irati, Fernandes Pinheiro, 
 Irati (PR) Teixeira Soares, Imbituva, Guaramiranga 850 1.065 25% 
 e Inácio Martins 
 Brasília (DF) e Cristalina (GO) Brasília e Cristalina 5.430 5.800 7%
 Mucugê (BA) e Chapada Diamantina (BA) Mucugê e Ibicoara 5.100 5.230 3%
 Sul de Minas Gerais (seca + inverno) Sul de Minas Gerais¹ 9.100 7.000 -23%
 Araxá, Ibiá, Perdizes, Pedrinópolis, Sacramento, 
 Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba (MG) Tapira, Santa Juliana, Patrocínio, Iraí de Minas, 5.000 5.500 10% 
 Uberaba, Uberlândia, Rio Paranaíba e São Gotardo 
 Ibiraiaras (RS) Ibiraiaras e Santa Maria 1.250 1.250 0%
20 - HORTIFRUTI BRASIL - Dezembro de 2014/Janeiro de 2015
Dezembro de 2014/Janeiro de 2015 - HORTIFRUTI BRASIL - 21
Folhosas
Queda do volume de água 
armazenada do Sistema Alto Tietê
(dezembro/14 ante dezembro/13)
%-44
ANO dE CONTRASTES: PRE ÇOS ALTOS NO VERÃO
Maior média mensal 
da alface crespa na Ceagesp 
(março)
35,29/cxR$
Números do mercado 
de folhosas em 2014
Menor média mensal 
da alface crespa na Ceagesp 
(setembro)
7,81/cxR$
Maior queda mensal 
do preço médio da 
alface americana na Ceagesp 
(julho ante junho)
,9-68 %
E BAIXOS NO INVERNO
Ano quente e 
com pouca água
Praticamente em todo o ano de 
2014, o volume mensal de chuva foi in-
ferior ao de 2013 nas regiões produtores 
de alface de Mogi das Cruzes e Ibiúna 
(SP). Em Mogi das Cruzes, os meses de 
fevereiro, junho e outubro foram os que 
tiveram menor volume de chuva em re-
lação ao ano passado, com reduções de 
39%, 64% e 75%, respectivamente, no 
comparativo com os mesmos meses de 
2013, conforme dados da Somar Meteo-
rologia. Em Ibiúna, os meses que tiveram 
menor incidência de precipitações foram 
janeiro (37%), junho (86%) e outubro 
(80%). Em consequência, houve drásti-
ca diminuição do nível das represas que 
abastecem essas regiões. Em dezembro, 
o Sistema Alto Tietê apresentava apenas 
5,4% da sua capacidade, nível 44 pon-
tos percentuais menor que o do mesmo 
mês de 2013, quando a água preenchia 
49,2% da capacidade total, segundo da-
dos da Sabesp. Segundo a Nasa (Agência 
Espacial dos Estados Unidos), o mês de 
setembro deste ano no Brasil pode ter si-
do o mais quente da história. A escassez 
de água somada às altas temperaturas 
intensificaram os problemas nas roças 
paulistas. Alguns produtores de Mogi das 
Cruzes e de Ibiúna precisaram suspender 
a produção de folhosas e investiram em 
outras culturas que não exigem muita 
água. Parte dos que trabalham com ir-
rigação também optou por reduzir essa 
prática, intercalando os dias ou fazendo 
a irrigação por gotejamento e não por 
aspersão, em busca de otimizar o uso 
da água. Os principais problemas ob-
servados nas alfaces foram a queima de 
miolo (apodrecimento interno da folho-
sa), queima de borda (ficam amareladas 
com as variações climáticas) e doença 
do chocolate (manchas pretas por todas 
as folhas). Em novembro, as chuvas vol-
taram a ser mais frequentes, o que enco-
rajou produtores a realizar o transplantio 
da safra de verão 2014/15. A colheita 
da temporada de verão se inicia em ja-
neiro/15 e a expectativa é de resultados 
satisfatórios, dada a previsão de chuvas 
dentro da normalidade.
Safra de verão 2013/14 fecha 
no azul mesmo com perdas 
na produção
A área da safra de verão 2013/14 se 
manteve frente à cultivada em 2012/13 
em Mogi das Cruzes e em Ibiúna, na 
marca de 3.900 e de 5.090 mil hectares, 
respectivamente – estimativa do Cepea. 
O transplantio se iniciou em novem-
bro/13 e ganhou ritmo de dezembro a 
abril/14. A colheita teve início em janei-
ro, com oferta já bastante elevada, pois 
as chuvas moderadas e as temperaturas 
elevadas favoreceram o desenvolvimento 
das folhosas. Porém, a redução das chu-
vas e o calor intenso reduziram a oferta 
em meados de fevereiro, com a ocorrên-
cia de falhas no enraizamento da alface 
e queima de borda das folhas. As cota-
ções, por sua vez, aumentaram a partir 
de fevereiro. Segundo a Somar Meteo-
rologia, no verão 2013/14 (dezembro a 
março), o volume de chuvas nas regiões 
de Mogi das Cruzes e de Ibiúna foi cer-
ca de 25% abaixo da média histórica. 
Alguns produtores estimaram perdas de 
30 a 40% na produção de fevereiro, por 
conta do fortecalor. Os prejuízos não 
ocorreram apenas no campo e atingiram 
também a produção de mudas. Em Mo-
gi das Cruzes, foram estimadas perdas 
de até 35% nos viveiros, enquanto que 
a média é de 15%. A alface crespa foi a 
mais prejudicada e, consequentemente, 
alcançou preços maiores, o que é atípi-
co pois normalmente a americana é a de 
valor mais elevado. Em março, mês das 
cotações de folhosas mais elevadas do 
22 - HORTIFRUTI BRASIL - Dezembro de 2014/Janeiro de 2015
ano, a crespa foi comercializada na Ce-
agesp a R$ 35,29/cx com 24 unidades, 
mas ainda 70% menor que março de 
2013. A partir de abril, a oferta aumen-
tou, resultado do intenso transplantio no 
início do ano, derrubando novamente os 
preços. Na média da safra (dezembro a 
maio), a alface americana foi comercia-
lizada em Mogi das Cruzes a R$ 15,37/
cx com 12 unidades, 30% maior que o 
mínimo estimado pelos produtores para 
serem cobertos os gastos com a cultura. 
A alface crespa foi comercializada na 
mesma região à média de R$ 13,15/cx 
com 20 unidades, valor 39,2% acima do 
custo de produção no período – estima-
do pelos produtores. Para a safra de ve-
rão 2014/15, o transplantio de mudas se 
iniciou em setembro/outubro, em ritmo 
bastante lento. Contudo, a previsão é de 
que ao longo dos próximos meses, as ati-
vidades voltem ao ritmo normal, já que, 
em novembro, as chuvas aumentaram. 
Safra de inverno tem 
boa produtividade 
As condições climáticas favorá-
veis para produção de alface em 2014 
resultaram em oferta elevada ao longo 
da safra de inverno. As áreas cultiva-
das nas regiões de Mogi das Cruzes e 
Ibiúna se mantiveram em relação às de 
2013, com 2.600 mil hectares em Mogi 
e 3.392 mil hectares em Ibiúna, confor-
me estimativa do Cepea. O transplantio 
iniciou em abril conforme o planejado 
e, a colheita, em junho. Os resultados 
obtidos com a produção e comerciali-
zação das folhosas, porém, foram in-
satisfatórios em alguns períodos. Logo 
no início da colheita, as expectativas 
eram de que, com a Copa do Mundo 
no Brasil, as vendas fossem aquecidas. 
Contudo, produtores se desapontaram 
com a demanda aquém do esperado 
durante o evento. As vendas durante a 
Copa só foram melhores para nichos 
de mercado – hotéis e supermercados 
com contratos antecipados – e refe-
rentes a folhosas de maior valor agre-
gado, como as minimamente proces-
sadas. A baixa procura registrada no 
período – que coincidiu com as férias 
escolares –, clima desfavorável para o 
consumo (frio), alface de grande porte 
e oferta elevada baixaram os preços e 
causaram sobras no campo e no ata-
cado. Entre junho e julho, o preço mé-
dio da alface americana recuou 68,9% 
na Ceagesp – a média em julho foi de 
R$ 7,92/cx com 18 unidades. Setem-
bro foi o mês com 
cotações mais bai-
xas, quando a alface 
crespa foi comer-
cializada a R$ 7,81/
cx com 24 unidades 
no atacado. Ao longo da safra, houve a 
ocorrência de algumas doenças, princi-
palmente de míldio. O surgimento de 
raças diferentes desse fungo resultou 
em perdas leves e enfraquecimento das 
alfaces americana, crespa e lisa. Mes-
mo assim, a produtividade da safra de 
inverno se manteve elevada. A oferta se-
guiu alta até meados de outubro, quan-
do a oferta da safra de inverno já havia 
começado a reduzir e também voltou a 
chover. Os preços de todas as varieda-
des, então, começaram a se recuperar. 
Mesmo com períodos de baixos preços, 
no balanço parcial da safra de inverno 
(abril a novembro), a alface crespa foi 
comercializada em Mogi das Cruzes 
por R$ 8,98/caixa com 20 unidades, 
18% maior que o custo estimado pelos 
produtores para que os gastos com a 
cultura no mesmo período fossem co-
bertos. Com a diminuição da qualidade 
das alfaces cultivadas na terra, as ven-
das das hidropônicas ganharam força. 
Com qualidade superior, também tive-
ram seus preços elevados em outubro e 
novembro. 
ANO dE CONTRASTES: PRE ÇOS ALTOS NO VERÃO
 Área plantada (ha) - Área plantada (ha) 
 Região Praças de coleta Safra de inverno (mai/nov) Safra de verão (dez/abril) 
 2013 2014 Variação (%) 2013 2014 Variação (%)
 Ibiúna Ibiúna, Piedade e Vargem Grande Paulista 4.240 4.240 0% 5.088 5.088 0%
 Mogi das Cruzes Mogi das Cruzes, Biritiba Mirim, Salesópolis e Suzano 2.600 2.600 0% 3.900 3.900 0%
fonte: Agentes de mercado consultados pelo Cepea.
ESTATÍSTICA dE PROdUÇÃO - fOLhOSAS*
*As estatísticas de produção divulgadas pelo Cepea não representam a área total cultivada em cada região. 
Os dados refletem a opinião dos principais agentes do setor e são considerados as principais referências de mercado 
Gabriela Boscariol Rasera 
é analista de mercado de folhosas.
Entre em contato:
hfolhosa@usp.br
E BAIXOS NO INVERNO
Dezembro de 2014/Janeiro de 2015 - HORTIFRUTI BRASIL - 23
Melão
fALTA dE ÁGUA LIMITA INVES TIMENTOS EM 2014
Queda na produtividade 
do melão amarelo no RN/CE 
(ago-nov/14 frente ao mesmo 
período de 2013)
-16%
Recuo na área total 
de melão em 2014
4%
Preço recorde nominal 
do melão amarelo tipo 6 e 7 no 
RN/CE desde julho/2009 
(fevereiro)
25,73/cxR$
Aumento das exportações 
(ago-nov) frente ao mesmo 
período de 2013 
11%
Números do mercado 
de melão em 2014
Área de melão recua 4% 
A área de cultivo de melão na sa-
fra 2014 corresponde ao período de co-
lheita do Vale do São Francisco em todo 
este ano somado com a safra do RN/CE 
(agosto/14 a março/15). A área total des-
sas regiões deve ser de 14.350 hectares, 
recuo de 4% frente à temporada anterior 
– tanto o Vale quanto o RN/CE têm regis-
trado queda na área cultivada. No Vale 
do São Francisco, a redução é de 5,1% 
frente a 2013. Comparando-se os primei-
ros semestres de 2014 e 2013, por outro 
lado, a área plantada seguiu estável. Na 
“entressafra” e no período de final de 
ano (segundo semestre), é que a área te-
ve diminuição, de 15,8% (150 hectares), 
frente ao mesmo período do ano anterior. 
Essa redução ocorreu porque a rentabi-
lidade foi prejudicada após a Copa do 
Mundo no Brasil (em junho e julho), e 
produtores desaceleraram os investimen-
tos. Além disso, produtores do Vale estão 
desanimados com a concorrência com o 
RN/CE. Para o início de 2015, produtores 
devem manter os investimentos em tec-
nologia, procurando aumentar a utiliza-
ção de sementes F1, o que garante boas 
produtividade e qualidade. No RN/CE, 
levantamentos da equipe Hortifruti/Ce-
pea também indicam queda na área da 
safra 2014/15 frente à anterior. O recuo 
se deu no pico de plantio (setembro/ou-
tubro de 2014), quando a falta de água 
se tornou crítica para sustentar os 12 mil 
hectares planejados no início da safra. 
Assim, o RN/CE deve cultivar 11.550 
hectares na safra 2014/15, 3,8% a me-
nos que na anterior. Com a redução na 
área e o aumento dos envios ao mercado 
internacional, o mercado interno registra 
queda na oferta de melões. Segundo es-
timativas de agentes do setor, até o final 
de outubro, esse volume foi 15% inferior 
ao do mesmo período do ano passado. A 
expectativa é de chuvas entre o final de 
2014 e o início de 2015, possibilitando 
recuperação e até mesmo aumento nos 
investimentos para o próximo ano.
Preços do início do ano 
garantem boa rentabilidade 
A rentabilidade unitária do melão 
segue positiva, o que estimula produto-
res a continuar na cultura. Entre janeiro 
e março, as cotações do melão amarelo 
chegaram a patamares elevados, superan-
do a expectativa de muitos produtores. 
A média de preços no Vale do São Fran-
cisco naquele período foi de R$ 22,91/
cx de 13 kg – em fevereiro, as cotações 
atingiram a maior média mensal nominal, 
desde junho de 2009, finalizando o mês a 
R$ 25,46/cx. Já no Rio Grande do Norte/
Ceará, entre janeiro e março, os preços 
tiveram média de R$ 23,66/cx de 13 kg, 
com recorde atingido tambémem feve-
reiro – R$ 25,73/cx, maior preço nominal 
desde julho/09. Segundo agentes, o vo-
lume ofertado de janeiro a março corres-
ponde a 25% e 20%, respectivamente, de 
toda a produção anual do Vale e do RN/
CE. Além disso, as cotações da caixa de 
melão no segundo semestre seguem aci-
ma dos custos unitários de produção, de-
vido, sobretudo, ao baixo volume da fruta 
no mercado interno frente ao ofertado no 
mesmo período de 2013. Neste cenário, 
muitos melonicultores estão otimistas pa-
ra o próximo ano. Porém, fatores climáti-
cos decidirão a situação em 2015.
Estiagem prejudica 
lavouras em 2014
Neste ano, o problema com a seca 
no Nordeste do Brasil foi mais crítico do 
que nos anteriores. Segundo a Somar Me-
teorologia, em Mossoró (RN) – umas das 
mais importantes produtoras de melão 
no Brasil –, cerca de 430 mm de chuva 
foram registrados entre janeiro e outubro 
24 - HORTIFRUTI BRASIL - Dezembro de 2014/Janeiro de 2015
fALTA dE ÁGUA LIMITA INVES TIMENTOS EM 2014
ESTATÍSTICA dE PROdUÇÃO - MELÃO*
* As estatísticas de produção divulgadas pelo Cepea não representam a área total cultivada em cada região. 
Os dados refletem a opinião dos principais agentes do setor e são considerados as principais referências de mercado 
 Vale do São Francisco Petrolina, Santa Maria da Boa Vista e 2.950 2.800 -5,1% 
 Floresta (PE); Juazeiro e Curaçá (BA)
 
Rio Grande do Norte e Ceará 
 Mossoró, Baraúna e Apodi (RN); 
12.000 11.550 -3,8% Aracati, Icapuí, Limoeiro do Norte e Quixeré (CE)
fo
n
te
: A
ge
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es
 d
e 
m
er
ca
do
 c
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su
lta
do
s 
pe
lo
 C
ep
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 Área plantada (ha)
 Região Praças de Coleta
 2013 2014 Variação (%) 
 Área plantada (ha)
 Região (safra de agosto a março) Praças de Coleta
 2013/14 2014/15 Variação (%) 
Flávia Noronha do Nascimento 
e Matheus Marcello Reis 
são analistas de mercado de melão. 
Entre em contato:
hfmelao@usp.brdeste ano, volume 40% inferior ao espe-
rado para o período. Neste cenário, mui-
tos melonicultores do RN/CE reduziram a 
área. Vale lembrar que a expectativa ini-
cial era de aumento na temporada 2014, 
pois a rentabilidade unitária positiva das 
últimas safras vinha motivando produto-
res nordestinos. O recuo da área total de 
melão ocorreu devido à dificuldade de 
alguns produtores manterem a qualida-
de da fruta e a produtividade adequada. 
Com a proximidade do verão, chuvas são 
esperadas, o que pode elevar os volumes 
de rios e açudes. 
Incidência de pragas reduz 
produtividade no RN/CE
Com o clima mais quente e seco a 
partir de outubro, a incidência de pragas, 
sobretudo de mosca minadora, aumenta 
nas lavouras do Rio Grande do Norte/Cea-
rá. Isso porque as pragas atacam as planta-
ções irrigadas quando a vegetação nativa 
está seca. Em outubro de 2014, a ocorrên-
cia da mosca minadora aumentou. Com 
isso, a produção da fruta teve redução. 
Além da queda na produtividade, o tama-
nho e o ºbrix (quantidade de açúcar) dos 
melões diminuíram. Assim, houve dificul-
dades para garantir as exportações, tendo 
em vista que parte da fruta não atingiu a 
qualidade exigida pela União Europeia. 
De agosto a novembro, a média da pro-
dutividade no RN/CE foi de 2.023 caixas/
hectare, volume 16% inferior ao registra-
do no mesmo período do ano anterior. 
Em contrapartida, o Vale do São Francisco 
(BA/PE) tem apresentado elevação da pro-
dutividade nesta temporada. Esta região 
não tem problemas com a mosca mina-
dora. Somado a isso, as altas temperatu-
ras aumentaram o calibre dos melões do 
Vale. Segundo levantamentos do Cepea, 
entre janeiro e novembro, a produtividade 
média esteve em 2.548 caixas/hectare no 
Vale, volume 15% superior ao do mesmo 
período de 2013. 
Exportações se aquecem 
no início da temporada
A temporada 2014/15 de expor-
tações (agosto/14 a março/15), embora 
ainda esteja no início, já tem se mostrado 
positiva. Segundo dados da Secex (Secre-
taria de Comércio Exterior), entre agosto 
e novembro, o Brasil embarcou 113 mil 
toneladas da fruta, aumento de 11% fren-
te ao mesmo período da safra anterior. A 
receita gerada por esses envios foi de US$ 
88 milhões, 8% de acréscimo na mesma 
comparação. A expectativa de agentes é 
que esta safra supere, em volume, o em-
barcado na temporada 2013/14, quando 
foram enviadas 177 mil toneladas, tam-
bém de acordo com a Secex. Porém, a 
falta de água que vem limitando a produ-
ção no polo exportador do Rio Grande do 
Norte/Ceará ainda preocupa. O principal 
destino das exportações brasileiras de 
melão ainda é a União Europeia, que, no 
período, importou 109 mil toneladas, vo-
lume que representa 96% do total embar-
cado pelo Brasil. O acréscimo nas vendas 
ao mercado internacional pode estar atre-
lado à boa demanda deste bloco, somada 
à antecipação do encerramento da safra 
espanhola da fruta. Além disso, os preços 
estão satisfatórios na UE. De acordo com 
dados do AMS/USDA, de agosto a novem-
bro, o melão amarelo foi cotado, em mé-
dia, a US$ 1,53/kg no porto de New Co-
vent Garden, no Reino Unido, enquanto 
que, no mesmo período de 2013, a fruta 
chegou a US$ 1,24/kg no mesmo porto. 
O Oriente Médio, que foi destaque em 
compras na safra passada, tem apresen-
tado aumento nas importações da fruta 
brasileira. De agosto a novembro/14, o 
Brasil enviou 1,6 mil toneladas da fruta 
para o bloco, acréscimo de 37% frente ao 
ano anterior. Em relação ao Chile, novo 
comprador em 2014, já adquiriu 273 to-
neladas no período.
Dezembro de 2014/Janeiro de 2015 - HORTIFRUTI BRASIL - 25
26 - HORTIFRUTI BRASIL - Dezembro de 2014/Janeiro de 2015
Dezembro de 2014/Janeiro de 2015 - HORTIFRUTI BRASIL - 27
ceBola
mil toneladas
5
Recorde de cebola 
importada (setembro)
MESMO COM INSTABILIdAdE 
NOS PREÇOS, RENTABILIdAdE É POSITIVA EM 2014
Queda do preço ao produtor 
em Monte Alto (SP) 
(setembro ante agosto)
-49%
Números do mercado 
da cebola em 2014
Aumento nos investimentos 
na safra 2014 em 
Irecê (BA)
4,6%
Redução da área 
na safra 2014/15 do Sul
-3,4%
Santa Catarina tem melhor 
resultado na safra 2013/14
Embora os preços da cebola du-
rante toda a safra do Sul 2013/14 (no-
vembro/13 a janeiro/14) tenham ficado 
acima dos custos de produção, alguns 
produtores tiveram resultados abaixo da 
média. Os mais prejudicados foram os 
do Rio Grande do Sul, pois ofertaram 
principalmente no início da temporada, 
quando as cotações estavam aquém do 
esperado, uma vez que ainda havia ofer-
ta do segundo semestre de 2013. Além 
disso, o excesso de chuva no estado 
resultou em quebra de produtividade, 
pressionando ainda mais a rentabilida-
de. Entre janeiro e março, as cotações 
atingiram elevados patamares, com 
média de R$ 0,80/kg na roça. Em São 
José do Norte (RS) houve adversidades 
climáticas na temporada, com altas tem-
peraturas na fase de desenvolvimento e 
excesso de chuva na colheita. Com isso, 
a rentabilidade gaúcha ficou limitada e 
inferior à de outras praças, o que levou 
produtores gaúchos a reduzirem a área 
da safra 2014/15. Já em Santa Catarina, 
onde predomina o cultivo de cebolas 
crioulas, os resultados foram satisfató-
rios, pois a comercialização foi mais 
tardia. Os preços médios em SC foram 
de R$ 0,74/kg em de novembro/14 a 
abril/15, valor 64% superior às estima-
tivas de custos dos produtores. Irati (PR), 
embora tenha fechado no azul, também 
não apresentou elevada rentabilidade 
por ter ofertado mais no início da tem-
porada, fator que somado à atração dos 
produtores por outras culturas, resultou 
na redução de cultivo em 2014/15. A 
comercialização das cebolas do Sul foi 
mais escalonada, evitando o acúmulo 
de bulbos. Como as variedades preco-
ce e crioula são resistentes à armazena-
gem, a comercialização se estendeu até 
o iníciode abril. 
Mesmo com seca e pragas, 
Cerrado tem boa temporada 
Os produtores do Cerrado con-
cluíram a safra 2014 no final de novem-
bro com rentabilidade positiva. Com 
poucas chuvas no início do ano, o pico 
de colheita foi antecipado para o pri-
meiro semestre. A estiagem prolongada 
elevou a incidência de pragas, porém 
houve um bom manejo e produtores 
conseguiram manter o potencial pro-
dutivo da região, que ficou na média 
de 66 t/hectare. A safra do Cerrado teve 
novo aumento de oferta de bulbos em 
outubro, quando eram esperados bons 
preços, no entanto, a entrada de um 
grande volume de cebolas importadas 
da Europa, o que é atípico em outubro, 
pressionou as cotações do produto na-
cional a valores próximos aos custos de 
produção. Com isso, a rentabilidade 
da região foi positiva, mas limitada, já 
que havia expectativa valorização do 
produto. Os agricultores da região rea-
lizaram o plantio de em janeiro a abril 
e a colheita de maio até o final de no-
vembro, com pico de oferta entre junho 
e julho. 
SP tem resultados positivos, 
apesar da concorrência 
europeia
As regiões produtoras de cebola de 
São Paulo tiveram rentabilidade positiva 
em 2014, em razão da queda na área de 
cultivo na maioria das praças que ofer-
tam no segundo semestre, sobretudo São 
José do Rio Pardo e Monte Alto, de 11% 
e 4% respectivamente e consequente 
menor disponibilidade. A redução no 
plantio se deu por conta dos baixos pre-
ços da safra passada, dado o excesso de 
oferta no pico de colheita. Com isso, 
produtores conseguiram bons valores no 
início da temporada. A colheita come-
28 - HORTIFRUTI BRASIL - Dezembro de 2014/Janeiro de 2015
çou em julho e seguiu com preços satis-
fatórios até setembro, quando houve a 
entrada de cebolas europeias. Com isso, 
Monte Alto registrou queda de 49% no 
preço em setembro frente ao de agosto. 
A inesperada entrada de bulbos estran-
geiros entre setembro e outubro pressio-
nou os valores nacionais, quando a ex-
pectativa era de aumento em função da 
menor área de cultivo nesse ano. A safra 
2014 terminou em outubro com atraso, 
já que a comercialização dos bulbos 
paulistas diminuiu frente à concorrência 
importada. Apesar de as cotações terem 
apresentado quedas significativas em 
outubro, a média ponderada pelo calen-
dário de colheita (julho a outubro) foi de 
R$ 0,70/kg, valor 32% acima das esti-
mativas de custos dos produtores. Com 
resultados melhores que a temporada 
passada, a expectativa é de pelo menos 
manutenção da área para a safra 2015. 
Safra do segundo 
semestre recua no 
Vale e aumenta em Irecê
No primeiro semestre do ano, a 
temporada do Vale do São Francisco te-
ve excesso de chuva durante o semeio. 
Já durante o desenvolvimento dos bul-
bos, a seca predominou, resultando em 
menor produtividade. Além disso, o pi-
co de colheita do Vale e de Irecê (BA) 
coincidiu com o do Cerrado, tornando 
os preços pouco atrativos aos produto-
res. Com resultados limitados, a área 
acabou recuando já na primeira metade 
do ano, com intensificação no segundo 
semestre, quando já se esperava tal ce-
nário em função dos baixos preços. As-
sim, neste ano, a área cultivada com ce-
bola na região caiu 7,4%, com o recuo 
mais concentrado no segundo semestre, 
reduzindo significativamente a oferta de 
cebola nesse período. Já em Irecê, hou-
ve bom volume pluviométrico no início 
do ano, recuperando os níveis dos reser-
vatórios, o que permitiu aumentar a área 
de plantio em 4,6%, seguindo com a sa-
fra até dezembro. Com boa tecnologia e 
volume de água adequado, produtores 
desta região programaram a intensifica-
ção da colheita de outubro até dezem-
bro, para garantir boas cotações diante 
da expectativa de pouca oferta nacional. 
Já Mossoró (RN), com rentabilidade ne-
gativa na temporada passada e a falta de 
água, reduziu em 8,5% os investimentos 
para a safra 2014. A seca na região atra-
sou a colheita em 40 dias, que começou 
em outubro ao invés de setembro. O 
adiamento, por outro lado, foi bom para 
a região potiguar, que não chegou a ser 
prejudicada pela importação de cebola 
europeia, podendo garantir preços satis-
fatórios ao longo de toda a safra, com 
encerramento previsto para janeiro/15. 
Para 2015, a expectativa é que as pra-
ças nordestinas devam manter os inves-
timentos na cultura, já que os resultados 
em 2014 foram positivos, apesar de li-
mitados pelas importações no segundo 
semestre.
Importações 
argentinas caem; 
europeias batem recorde 
A entrada de cebolas da Argenti-
na no mercado brasileiro foi menor em 
relação ao ano passado. Isso ocorreu 
mesmo com elevada oferta no país vi-
zinho e o peso menos valorizado frente 
ao Real nesse ano. 
Segundo a Secex, o 
volume importado 
de janeiro a setem-
bro foi de 132,6 mil 
toneladas, recuo de 
38,09% frente ao do mesmo período 
de 2013. A menor entrada de cebolas 
argentinas foi por conta da maior oferta 
no Sul neste ano na comparação com o 
anterior, quando houve quebra de pro-
dução. Como de costume, no segundo 
semestre, a participação da Argentina 
perdeu força, com pico de colheita do 
Vale do São Francisco e do Cerrado. 
Entretanto, quando era esperada baixa 
oferta do produto no mercado, houve 
uma expressiva e atípica entrada de 
cebolas vindas da Europa. A importa-
ção de bulbos europeus bateu recorde 
em setembro, com 5 mil toneladas. De 
julho a novembro, as importações da 
Europa foi de 35.981 toneladas, o que 
equivale a cerca de 1200 hectares de 
cebola cultivados no Brasil, suficientes 
para gerar o excesso de oferta quando 
somado ao volume que se produziu nas 
lavouras brasileiras. Essa maior oferta 
resultou em acentuada queda nas co-
tações, que chegaram a ficar abaixo 
dos custos para alguns produtores. No 
mesmo período do ano passado foram 
importadas 8,3 mil toneladas, 27,6% a 
menos em relação ao que foi comprado 
até novembro de 2014. A importação, 
além de pressionar os valores da cebo-
la brasileira, afetou a rentabilidade dos 
importadores, que tiveram que vender 
também em patamares mais baixos. 
Para 2015, o volume importado no pri-
meiro semestre pode aumentar, já que 
há previsão de menor oferta no Sul na 
Isadora do Nascimento Palhares 
é analista do mercado de cebola.
Entre em contato:
hfcebola@usp.br
Dezembro de 2014/Janeiro de 2015 - HORTIFRUTI BRASIL - 29
ESTATÍSTICA dE PROdUÇÃO - CEBOLA*
*As estatísticas de produção divulgadas pelo Cepea não representam a área total cultivada em cada região. 
Os dados refletem a opinião dos principais agentes do setor e são considerados as principais referências de mercado.
 Área plantada (ha)
 Região Praças de Coleta
 2013 2014 Variação (%)
 Área plantada (ha)
 Região Praças de Coleta
 2013/14 2014/15 Variação (%) 
 São José do Norte (RS) São José do Norte 2.438 1.950 -20%
 Rio Grande (RS) Rio Grande e Tavares 1.800 1.530 -15%
 
Irati (PR)
 Irati, Fernandes Pinheiro, Imbituva, Palmeira, 
1.610 1.445 -10%
 
 Guamiranga, Campo Magro 
 Curitiba (PR) 4.600 4.300 -7%
 Lebon Régis (SC) Caçador, Curitibanos e Lebon Régis 1.500 1.500 0%
 Ituporanga, Petrolândia, Aurora, Atalanta, Imbuia, 
 Ituporanga (SC) Vidal Ramos/Agrolândia, Alfredo Vagner, 14.000 14.350 3% 
 Bom Retiro e Leoberto Leal fo
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* Na região de Divinolândia separou-se a safra de bulbinhos e de híbridas. A área correspondente a híbridas foi somada à região de São José do Rio Pardo.
** Dados com base na Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA). 
 Divinolândia (SP) - bulbinho* Divinolândia 380,0 323,0 -15%
 Piedade (SP) - bulbinho Piedade 130,0 120,0 -8%
 Piedade (SP) - híbrida Piedade 550,0 577,0 5%
 Monte Alto (SP) Monte Alto 1.400,01.250,0 -11%
 
São José do Rio Pardo (SP)
 São José do Rio Pardo , Divinolândia, São Roque, 
2.678,0 2.300,0 -14%
 
 Itobi, Casa Branca, Vargem Grande e Mococa 
 Uberaba, Rio Paranaíba, São Gotardo, Ibiá, 
 Triângulo Mineiro Santa Juliana, Patrocínio, Araxá, Perdizes, 2.230,0 2.341,0 5% 
 Sacramento, Lagoa Formosa e Patos de Minas 
 Mossoró (RN) Mossoró e Baraúna 655,0 600,0 -8%
 Cerrado (GO) Brasília e Cristalina 1.458,0 1.531,0 5%
 João Dourado, Irecê, Lapão, América Dourada, 
 
Irecê (BA)**
 São Gabriel, Canarana, Barro Alto, Cafarnaum, 
1.827,0 1.874,0 3%
 
 Ibititá, Itaguaçú da Bahia, Jussara, Mulungu 
 do Morro, Presidente Dutra e Xique-Xique 
 Casa Nova, Sento Sé, Sobradinho, Remanso, 
 
Vale do São Francisco (BA e PE)
 Juazeiro, Curaçá e Paulo Afonso (BA); Petrolina, 
6.347,0 5.875,0 -7%
 
 Santa Maria da Boa Vista, Orocó, Belém do 
 São Francisco, Cabrobó e Petrolândia (PE) 
 Chapada Diamantina (BA) Mucugê, Cascavel e Ibicoara 269,0 296,0 10%
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temporada 2014/15. Para o segundo se-
mestre, a oferta doméstica vai depender 
da decisão dos importadores, que não 
deverão ser tão agressivos nas compras 
como em 2014, pois acabaram tendo 
prejuízos também.
Área do Sul 
deve recuar 3,4% 
A baixa rentabilidade no Rio 
Grande do Sul na temporada passada 
é o principal motivo da redução esti-
mada de 3,4% na área total da safra 
2014/15 do Sul, na comparação com 
a anterior. Nas praças gaúchas de São 
José do Norte e de Rio Grande, a que-
da no cultivo chegou a 20% e 15%, 
respectivamente. No Paraná, embora 
o resultado médio tenha sido positivo, 
alguns produtores tiveram desempe-
nho inferior à média, ficando desesti-
mulados nesta temporada. Além disso, 
alguns agricultores estão preferindo 
apostar em outras culturas. Assim, a re-
gião de Irati tem expectativa de recuo 
na área de 10% e em Curitiba, de 6,5%. 
A queda no cultivo do Sul só não foi 
maior porque os resultados médios na 
temporada 2013/14 foram bastante sa-
tisfatórios em Santa Catarina. A região 
de Ituporanga, principal produtora na-
cional de cebola, teve um aumento de 
2,5% e, Lebon Régis, de 1,3%. Nesta 
última região, o cultivo acabou menor 
que o planejado inicialmente devido a 
problemas climáticos. A previsão para 
esta safra (novembro/14 a fevereiro/15) 
é de preços acima dos custos de produ-
ção, pois a área cultivada não deve ser 
suficiente para gerar excesso de oferta.
30 - HORTIFRUTI BRASIL - Dezembro de 2014/Janeiro de 2015
Dezembro de 2014/Janeiro de 2015 - HORTIFRUTI BRASIL - 31
cenoura
Safra de verão 2013/14 
fecha com resultados 
inferiores aos da anterior
Os preços na safra 2013/14 de 
verão estiveram acima do custo de pro-
dução, mas abaixo dos da temporada 
2012/13. A área a se manteve em pra-
ticamente todas as regiões (Minas Ge-
rais, Paraná e Goiás), com exceção do 
Rio Grande do Sul, que aumentou os 
investimentos em 10%. Na soma de to-
das as regiões, foram cultivados 9.800 
hectares na safra de verão, 1,9% acima 
do registrado na 2012/13. A produtivi-
dade esteve acima da observada no ano 
passado e, com isso, a oferta foi maior, 
pressionando as cotações. No correr da 
temporada (de janeiro a julho), as lavou-
ras foram beneficiadas pelo clima atípico 
do primeiro semestre (tempo quente e 
seco) – no Rio Grande do Sul, a colhei-
ta ocorreu de março a maio, devido às 
temperaturas tipicamente mais baixas. 
Segundo a Somar Meteorologia, entre ja-
neiro e maio, a chuva acumulada em São 
Gotardo, Santa Juliana e Uberaba (MG) 
foi de apenas 47,8 mm, enquanto que a 
média deste período é de 150 mm. Entre 
janeiro e julho, a raiz foi comercializa-
da em Minas Gerais, Goiás e Paraná por 
R$ 12,84/caixa “suja” de 29 kg, valor 
26,5% acima dos custos de produção, 
mas 43% inferiores aos da safra 2012/13, 
considerando-se produtividade média 
de 50,6 t/ha. O plantio da safra de verão 
2014/15 começou entre setembro e ou-
tubro, e a estimativa inicial é de redução 
de 5% no cultivo em Minas Gerais, na 
comparação com a 2014/15. A queda 
ocorre devido ao clima seco, que difi-
cultou as atividades de campo. Porém, 
caso as precipitações retornem aos níveis 
normais neste verão, o plantio ainda po-
de ser normalizado, uma vez que as ati-
vidades seguem até abril/15. A colheita 
da safra de verão começa em janeiro do 
próximo ano. Nas demais regiões pro-
dutoras, a previsão é de estabilidade nos 
investimentos.
Temporada de inverno 
começa no vermelho, 
mas se recupera 
A colheita das cenouras de inver-
no começou em julho em Minas Gerais, 
Goiás e Paraná, com preços abaixo do 
custo de produção. O clima seco fez 
com que a produtividade das lavouras 
fosse elevada no primeiro trimestre da 
temporada (julho a setembro), o que 
manteve a oferta elevada. Contudo, o 
desenvolvimento das cenouras plantadas 
no Triângulo Mineiro a partir de julho foi 
prejudicado, pois, com o clima seco, as 
irrigações diminuíram. Dessa forma, as 
raízes mineiras colhidas a partir de outu-
bro começaram a apresentar aspecto mi-
údo e murcho. Como esta é a principal 
região produtora, a raiz valorizou. Entre 
julho e novembro, a média de preços da 
caixa “suja” de 29 kg foi de R$ 13,00 em 
MG, GO e PR, valor 21,1% maior que 
o mínimo estimado para cobrir os gas-
tos com a cultura no período, mas 18% 
menor em relação ao mesmo período do 
ano anterior.
Produtividade ultrapassa 
100 t/ha em Goiás
A colheita da safra de inverno 2014 
em Cristalina (GO) se iniciou em julho 
e segue até dezembro. Não houve al-
teração na área cultivada nesta região; 
no entanto, a alta produtividade das la-
vouras resultou em maior oferta frente 
ao mesmo período do ano passado. Em 
setembro, o rendimento na região foi de 
102,4 t/ha, considerado elevado para a 
cultura. Entre julho e novembro, a média 
da caixa “suja” de 29 kg foi de R$ 11,69, 
enquanto que o custo de produção foi 
TEMPO SECO fAVORECE PROdU ÇÃO EM BOA PARTE dO ANO
Maior produtividade 
média em Goiás 
(setembro)
t/ha102,4
Menor preço 
em Minas Gerais 
(junho)
,37/cx5R$
Volume de chuva 
no Rio Grande do Sul 
(junho)
mm320
Redução na área 
da Bahia no segundo 
semestre
%10
Números do mercado 
de cenoura em 2014
32 - HORTIFRUTI BRASIL - Dezembro de 2014/Janeiro de 2015
ESTATÍSTICA dE PROdUÇÃO - CENOURA*
* As estatísticas de podução divulgadas pelo Cepea não representam a área total cultivada em cada região. 
Os dados refletem a opinião dos principais agentes do setor e são considerados as principais referências de mercado.
 Safra de inverno (julho a dezembro) Variedade Área plantada (ha)
 Região Praças de Coleta 2013 2014 Variação (%)
 Goiás Cristalina cenoura safra de inverno 845 845 0,0%
 Minas Gerais São Gotardo, Santa Juliana e Uberaba cenoura safra de inverno 2.123 2.123 0,0%
 Bahia Irecê e João Dourado cenoura safra de verão segundo semestre 1.200 1.080 -10,0%
 Paraná Marilândia do Sul, Apucarana e Califórnia cenoura safra de inverno 800 800 0,0%
 Rio Grande do Sul Caixas do Sul, Antonio Prado e Vacaria cenoura safra de inverno 1.350 1.350 0,0%
TEMPO SECO fAVORECE PROdU ÇÃO EM BOA PARTE dO ANO
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avaliado em R$ 10,50/cx. A expectativa 
para o encerramento da safra de inverno 
de 2014 é que a oferta continue elevada, 
mas, como o volume em Minas Gerais 
(maior região produtora) deve continuar 
reduzindo, produtores goianos podem 
observar aumento nos preço. 
Ao contrário das 
demais regiões, Sul 
tem excesso de chuva 
A área destinada ao cultivo da ce-
noura da safra de inverno 2014 se man-
teve na comparação com 2013 no Rio 
Grande do Sul, totalizando 1.350 hec-
tares em Caxias

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