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PRT,III,CASO 3 PENAL

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Caso concreto da semana 3
A Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Sul recebe notícia de crime identificada, imputando a Maria Campos a prática de crime, eis que mandaria crianças brasileiras para o estrangeiro com documentos falsos. Diante da notícia de crime, a autoridade policial instaura inquérito policial e, como primeira providência, representa pela decretação da interceptação das comunicações telefônicas de Maria Campos, dada a gravidade dos fatos noticiados e a notória dificuldade de apurar crime de tráfico de menores para o exterior por outros meios, pois o modus operandi envolve sempre atos ocultos e exige estrutura organizacional sofisticada, o que indica a existência de organização criminosa integrada pela investigada Maria. O Ministério Público opina favoravelmente e o juiz defere a medida, limitando-se a adotar, como razão de decidir, os fundamentos explicitados na representação policial.
No curso do monitoramento foram identificadas pessoas que contratavam os serviços de Maria Campos para providenciar expedição de passaporte para viabilizar viagens de crianças para o exterior. Foi gravada conversa telefônica de Maria com um funcionário do setor de passaportes da Polícia Federal, Antônio Lopes, em que Maria consultava Antônio sobre os passaportes que ela havia solicitado se já estavam prontos, e se poderiam ser enviados a ela. A pedido da autoridade policial, o juiz deferiu a interceptação das linhas telefônicas utilizadas por Antônio Lopes, mas nenhum diálogo relevante foi interceptado.
O juiz, também com prévia representação da autoridade policial e manifestação favorável do Ministério Público, deferiu a quebra de sigilo bancário e fiscal dos investigados, tendo sido identificado um depósito de dinheiro em espécie na conta de Antônio, efetuado naquele mesmo ano, no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais). O monitoramento telefônico foi mantido pelo período de quinze dias, após o que foi deferida medida de busca e apreensão nos endereços de Maria e Antônio.
A decisão foi proferida nos seguintes termos: diante da gravidade dos fatos e da real possibilidade de serem encontrados objetos relevantes para investigação, defiro requerimento de busca e apreensão nos endereços de Maria (Rua dos Casais, 213) e de Antonio (Rua Castro, 170, apartamento 201). No endereço de Maria Campos, foi encontrada apenas uma relação de nomes que, na visão da autoridade policial, seriam clientes que teriam requerido a expedição de passaportes com os nomes de crianças que teriam viajado para o exterior. No endereço indicado no mandado de Antônio Lopes, nada foi encontrado. Entretanto, os policiais que cumpriram a ordem judicial perceberam que o apartamento 202 do mesmo prédio também pertencia ao investigado, motivo pelo qual nele ingressaram, encontrando e apreendendo a quantidade de cinquenta mil dólares em espécie. Nenhuma outra diligência foi realizada.
Relatado o inquérito policial, os autos foram remeti dos ao Ministério Público, que ofereceu a denúncia nos seguintes termos: “O Ministério Público vem oferecer denúncia contra Maria Campos e Antônio Lopes, pelos fatos a seguir descritos: Maria Campos, com o auxílio do agente da polícia federal Antônio Lopes, expediu diversos passaportes para crianças e adolescentes, sem observância das formalidades legais. Maria tinha a finalidade de viabilizar a saída dos menores do país. A partir da quantidade de dinheiro apreendida na casa de Antônio Lopes, bem como o depósito identificado em sua conta bancária, evidente que ele recebia vantagem indevida para efetuar a liberação dos passaportes.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 15ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE PORTO ALEGRE – RIO GRANDE DO SUL
ANTÔNIO LOPES, policial federal, brasileiro, portador do RG____, inscrição no CPF/MF___, natural de ____, domiciliado na rua Castro 170 apto 201, vem, por seu advogado constituído conforme procuração em anexo, perante Vossa Excelência, apresentar, 
RESPOSTA DO ACUSADO
Com base no art. 396-A, CPP, pelos fatos abaixo expostos:
1. DOS FATOS
	A Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Sul recebe notícia de crime identificada, imputando a Maria Campos a prática de crime, eis que mandaria crianças brasileiras para o estrangeiro com documentos falsos. Diante da notícia de crime, a autoridade policial instaura inquérito policial e, como primeira providência, representa pela decretação da interceptação das comunicações telefônicas de Maria Campos, dada a gravidade dos fatos noticiados e a notória dificuldade de apurar crime de tráfico de menores para o exterior por outros meios, pois o modus operandi envolve sempre atos ocultos e exige estrutura organizacional sofisticada, o que indica a existência de organização criminosa integrada pela investigada Maria. O Ministério Público opina favoravelmente e o juiz defere a medida, limitando-se a adotar, como razão de decidir, os fundamentos explicitados na representação policial.
2. DO DIREITO
2.1. DA INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DO JUÍZO; 
Violação aos artigos 5º, inciso LIII e 109, inciso v da CF. A incompetência da justiça Estadual para apurar e julgar o presente processo, a Constituição Federal estipula que será da competência da justiça Federal , os crimes praticados por funcionário público Federal em razão do exercício da função são da alçada da justiça Federal.
2.2. DA NULIDADE DA INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA; Lei 9296/96 – Lei de interceptação telefônica.
Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovado a indispensabilidade do meio de prova.
A interceptação telefônica se deu de forma ilegal, tornando-se ilícita, não se deve decretar a interceptação como primeira medida investigativa.
2.3. DA NULIDADE DA BUSCA E APREENSÃO PELA AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO; violação ao art. 243, inciso II, CPP, art. 93, inciso IX da CF.
Foi deferida medida de busca e apreensão na casa do acusado, porém o magistrado deixou de declinar os motivos que o fundamentavam a busca e apreensão.
2.4. DA NULIDADE EM RAZÃO DAS PROVAS OBTIDAS POR MEIO ILÍCITO Art. 93, IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentados todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;
Art. 5º, LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; 
2.5. DA NULIDADE EM RAZÃO DA INÉPCIA DA DENÚNCIA POR VIOLAÇÃO À AMPLA DEFESA;
Afronta ao art.41, CPP, cerceamento de defesa art. 5º, inciso LV, CF. O MP deixou de narrar todo o fato, deixando algumas circunstancias de lado. 
Diante de tal vicio, requer que seja reconhecida a nulidade do ato que recebeu a denúncia, para que não venha proferir outra decisão em seu lugar,
Art. 395.  A denúncia ou queixa será rejeitada quando:  
 I - for manifestamente inepta; 
2.6. DA FALTA DE JUSTA CAUSA COM RELAÇÃO AO CRIME
Não existem provas matérias suficientes de que o acusado teria vantagem para confeccionar os passaportes, assim como também não foi demonstrado o mesmo foi obtido de forma ilícita.
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função, ou antes, de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
3. DO PEDIDO	
Consoante o exposto, a defesa pleiteia a remessa dos autos ao juízo competente; a declaração das nulidades acima mencionadas; a absolvição sumária do acusado Em diligências,a defesa requer...
A declaração da incompetência da Justiça Estadual;
O reconhecimento da nulidade da interceptação telefônica; 
O reconhecimento da ilegalidade da decisão que deferiu a busca e apreensão;
O reconhecimento da ilicitude e o desentranhamento da prova apreendida;
A rejeição da denuncia;
A absolvição sumária do acusado.
Ficam indicadas as seguintes testemunhas a serem notificadas para prestarem depoimentos na audiência de instrução e julgamento:
1) Carlos de Tal, residente na Rua 1, n. 10, nesta capital; 
2) João de Tal, residente na Rua 4, n. 310, nesta capital; 
3) Roberta de Tal, residente na Rua 4, n. 310, nesta capital.
Porto Alegre, 08 de novembro de 2010.
___________________
Advogado
Inscrição OAB nº

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