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i UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CENTRO DE ESTUDOS GERAIS INSTITUTO DE MATEMÁTICA DEPARTAMENTO DE ESTATÍSTICA NÚMEROS ÍNDICES Ana Maria Lima de Farias Luiz da Costa Laurencel Com a colaboração dos monitores Maracajaro Mansor Silveira Artur Henrique da Silva Santos Maio 2005 Conteúdo PREFÁCIO iv Números índices 1 1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 ii CONTEÚDO iii Solução dos exercícios propostos 59 Bibliografia 90 CONTEÚDO iv PREFÁCIO . Estas notas de aula foram preparadas pelos autores para a disciplina Introdução à Estatística Econômica, ministrada pelo Departamento de Estatística da UFF a alunos do curso de graduação em Ciências Econômicas. Trata-se de uma abordagem quantitativa simplificada da teoria de Números Índices. Uma seção especial sobre a metodologia de cálculo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor foi elaborada pelo monitor da disciplina no ano de 2003, Maracajaro Mansor Silveira. No primeiro capítulo apresenta-se a teoria que se pretende abordar, incluindo relativos ou índices simples; índices compostos ou agregativos, simples e ponderados, dentre os quais os índices de Laspeyres, Paasche, Fisher, Divisia e Marshall-Edgeworth. Apresenta-se também uma discussão sobre mudança de base e deflacionamento de séries de valores. No segundo capítulo é dado o gabarito detalhado de todos os exercícios propostos; estas soluções devem servir de guia para conferência do aluno, que, no entanto, deverá tentar resolver os exercícios sozinho. Niterói, maio de 2005 . Ana Maria Lima de Farias Luiz da Costa Laurencel Capítulo 1 Números índices 1.1 Introdução De uma forma simplificada, podemos dizer que o índice ou número índice é um quociente que expressa a variação relativa entre os valores de qualquer medida. Mais especificamente, vamos lidar com índices que medem variações verificadas em uma dada variável ao longo do tempo. Quando lidamos com grandezas simples (um único item ou variável), o índice é chamado índice simples; por outro lado, quando pretendemos fazer comparações de um conjunto de produtos ou serviços, estamos lidando com o que é chamado índice sintético ou composto. É neste segundo caso que temos a parte mais complexa do problema, uma vez que desejamos “uma expressão quantitativa para um conjunto de mensurações individuais, para as quais não existe uma medida física comum”.[1: Ragnar Frisch (1936). The problem of index numbers, Econometrica.] Nestas notas de aula, nossa ênfase está nos índices econômicos, que envolvem variações de preços, quantidades e valores ao longo do tempo. 1.2 Relativos Os relativos (ou índices simples) fazem comparação entre duas épocas - época atual e época base para um único produto. Relativo de preço Denotando por p0 e pt os preços na época base e na época atual (de interesse), define-se o relativo de preço - p0,t - como: (1.1) Relativo de quantidade Analogamente, denotando por q0 e qt as quantidades na época base e na época atual (de interesse), define-se o relativo de qauntidade - q0,t - como: (1.2) Relativo de valorVale lembrar que 1 Valor = Preço × Quantidade (1.3) 1. Denotando por v0 e vt os valores na época base e na época atual (de interesse), define-se o relativo de valor - v0,t - como: (1.4) Atente para a notação: p0,t faz a comparação entre o preço no mês t com relação ao preço no mês 0; definições análogas para q0,t e v0,t. Então, o primeiro subscrito indica o período base e o segundo subscrito, o período “atual”. Essas notações podem variar em diferentes livros; assim, é importante prestar atenção nas definições apresentadas. Das definições acima, podemos ver que: (1.5) O relativo de preço nos diz quanto o preço de hoje é maior ou menor que o preço da época base. A partir dele podemos obter a taxa de variação, que mede a variação relativa. A variação relativa é definida como p% = (1.6) e normalmente é apresentada em forma percentual, ou seja, multiplica-se o valor por 100. No numerador da taxa de variação temos a variação absoluta de preços: pt − p0. Definições análogas valem para quantidade e valor. Exemplo 1.1 Na tabela a seguir temos o preço e a quantidade de arroz consumida por uma família no último trimestre de 2001: Outubro Novembro Dezembro Preço Quant. Preço Quant. Preço Quant. Arroz (kg) 2 5 2 8 3 8 Valor 2 5 = 10 2 8 = 16 3 8 = 24 × × × Tomando Outubro como base, temos os seguintes relativos: pO,N pO,D Não houve variação de preços entre Novembro e Outubro, isto é, o preço de Novembro é igual ao preço de Outubro, mas o preço de Dezembro é uma vez e meia o preço de Outubro, o que corresponde a um aumento de 50% - essa é a taxa de variação dos preços no período em questão, obtida de acordo com a equação (1.6): 50% = (1,5 − 1) × 100% Com relação à quantidade, tanto em novembro como em dezembro, houve um aumento de 60% com relação a outubro. Os relativos são, em geral, apresentados multiplicados por 100. Assim, as séries de relativos de preço e quantidade com base Outubro = 100 são: Relativos - Out=100 Out Nov Dez Preço 100 100 150 Quantidade 100 160 160 Com relação ao valor, temos que vO,N vO,D Se mudarmos a base para Dezembro, teremos: p pD,O O 2 33% pD,N 33% q q qD,O O 5 5% qD,N =1) × 100% = 0% 1.3 Critérios de avaliação da fórmula de um índice Os relativos satsifazem uma série de propriedades, que são propriedades desejadas e buscadas quando da construção de fórmulas alternativas de números índices. Vamos representar por I0,t um índice qualquer: pode ser um relativo de preço ou um índice de preços qualquer, por exemplo (nas seções seguintes veremos a definição de outros índices). As propriedades ideais básicas são: Identidade It,t = 1 (1.7) Se a data-base coincidir com a data atual, o índice é sempre 1 (ou 100, no caso de se trabalhar com base 100). Reversão (ou inversão) no tempo (1.8) Invertendo-se os períodos de comparação, os índices são obtidos um como o inverso do outro. 3. Circular I0,1 × I1,2 × I2,3 × ··· × It−1,t = I0,t ⇔ I0,1 × I1,2 × I2,3 × ··· × It−1,t × It,0 = 1 (1.9) Se o intervalo de análise é decomposto em vários subintervalos, o índice pode ser obtido como o produto dos índices nos subintervalos. A propriedade circular é importante no seguinte sentido: se um índice a satisfaz e se conhecemos os índices nas épocas intermediárias, o índice de todo o período pode ser calculado sem que haja necessidade de recorrer aos valores que deram origem aos cálculos individuais. Note que, como decorrência desta propriedade, podemos escrever: I0,t = I0,t−1 × It−1,t (1.10) Se o índice satisfizer também o princípio de reversibilidade, então (1.9) é equivalente a I0,1 × I1,2 × I2,3 × ··· × It−1,t × It,0 = 1 Decomposição das causas (ou reversão dos fatores) Denotando por IV , IP e IQ os índices de valor, preço e quantidade respectivamente, o critério da decomposição das causas requer que IV = IP × IQ (1.11) Homogeneidade Mudanças de unidade não alteram o valor do índice. Proporcionalidade Se todas as variáveis envolvidas no índice tiverem a mesma variação, então o índice resultante terá a mesma variação. Todas essas propriedades são satisfeitas pelos relativos. De fato: identidade reversibilidade circular decomposição das causas Mudanças de unidade envolvem multiplicação por uma constante (quilo para tonelada, reais para milhões de reais, etc). Tais operações não alteram o valor do relativo, uma vez que numerador e denominador são multiplicados pelo mesmo valor. Exemplo 1.2 (continuação) pO,N pD ⇒ pO,D = 1,0 × 1,5 = 1,5 = = pO pN,D qD ⇒ qO,D = 1,6 × 1,0 = 1,6 = = qO 1.4 Elos de relativo e relativos em cadeia Na apresentação da propriedade circular, aparecem índices envolvendo épocas adjacentes. No caso de relativos, tais relativos são, às vezes,denominados elos relativos, ou seja, os elos relativos estabelecem comparações binárias entre épocas adjacentes Esta mesma propriedade envolve a multiplicação desses índices; para os relativos, tal operação é denominada relativos em cadeia e como a propriedade circular é satisfeita pelos relativos, tal multiplicação resulta no relativo do período. elos relativos : p1,2; p2,3; p3,4; ...; pt−1,t relativos em cadeia : p1,2 × p2,3 × p3,4 × ··· × pt−1,t = p1,t Exemplo 1.3 Na tabela a seguir temos dados de preço para 5 anos e calculam-se os elos de relativos e os relativos em cadeia, ano a ano. Ano Preço Elos relativos pt/pt−1 Relativos em cadeia 1995 200 1996 250 250/200 = 1,25 1,25 = p95,96 1997 1998 1999 300 390 468 300/250 = 1,20 390/300 = 1,30 468/390 = 1,20 1,2 × 1,25 = 1,5 = p95,97 1,2 × 1,25 × 1,3 = 1,95 = p95,98 1,2 1,25 1,3 1,2 = 2,34 = 995,99 × × × o que está em concordância com: Ano Relativo de preço Base: 1995 = 100 1995 100 1996 1997 1998 1999 × 250/200 = 125 ⇒ 25% × 300/200 = 150 ⇒ 50% × 390/200 = 195 ⇒ 95% 468/200 = 234 134% × ⇒ 1.5 Índices agregativos simples Consideremos agora a situação em que temos mais de um produto e estamos interessados em estudar variações de preços ou quantidade para todos os produtos conjuntamente. Vamos utilizar a seguinte notação: - preço, quantidade e valor do produto i no mês t; - relativos de preço, quantidade e valor do produto i no mês t com base em t = 0. Note que o sobrescrito i indica o produto; vamos assumir que temos n produtos. 1.5.1 Índice agregativo simples (Bradstreet) Uma primeira tentativa para resolver o problema de agregação de produtos diferentes foi o índice agregativo simples, que é a razão entre o preço, quantidade ou valor total na época atual e o preço, quantidade ou valor total na época base. Mais precisamente, Então, o índice de Bradstreet é um relativo das médias aritméticas simples. O índice de Bradstreet tem sérias limitações, a principal sendo o fato de se estar somando preços ou quantidades expressas em diferentes unidades. Note que apenas o índice de valor não apresenta esse problema, uma vez que todos os valores estão expressos na mesma unidade monetária. Em função disso, esse é o índice usado para comparar valores em diferentes épocas, ou seja, o índice de valor é definido como (1.12) Uma solução para resolver essa limitação do índice agregativo foi a proposta de se trabalhar com os relativos de preço e quantidade, que são números puros, adimensionais. 1.5.2 Índice da média aritmética simples (índice de Sauerbeck) Sauerbeck propôs que se trabalhasse com a média aritmética dos relativos, dando origem aos seguintes índices: • p0,t - índice de preço baseado na média aritmética simples dos relativos (1.13) - índice de quantidade baseado na média aritmética simples dos relativos (1.14) 1.5.3 Índice da média harmônica simples A mesma idéia se aplica, trabalhando com a média harmônica dos relativos. - índice de preço baseado na média harmônica simples dos relativos (1.15) - índice de quantidade baseado na média harmônica simples dos relativos (1.16) 1.5.4 Índice da média geométrica simples Aqui considera-se a média geométrica dos relativos. - índice de preço baseado na média geométrica simples dos relativos (1.17) - índice de quantidade baseado na média geométrica simples dos relativos (1.18) Exemplo 1.4 Considere os dados da tabela a seguir: Produto 1999 2000 2001 P Q P Q P Q Carne (kg) 8,50 10 8,50 12 9,00 15 Feijão (kg) 1,20 5 1,80 6 1,80 7 Pão (unid.) 0,10 200 0,12 220 0,14 240 Vamos calcular os índices de preço, quantidade e valor, com base em 1999, baseados nas três médias vistas. Os valores gastos com cada produto estão calculados na tabela abaixo. Valor 1999 2000 2001 Carne Feijão Pão 8,5 × 10 = 85 1,2 × 5 = 6 0,1 × 200 = 20 8,5 × 12 = 102,0 1,8 × 6 = 10, 8 0,12 × 220 = 26, 4 9 × 15 = 135 1,8 × 7 = 12, 6 0,14 × 240 = 33, 6 Total 85 + 6 + 20 = 111 102 + 10,8 + 26,4 = 139, 2 135 + 12,6 + 33,6 = 181, 2 Como os relativos satisfazem a propriedade da identidade, no ano base todos são iguais a 1 ou 100, se estivermos trabalhando com base 100. Para os oustros anos, os relativos com base 1999=1 são: Relativos -1999 = 1 Produto 2000 2001 P Q P Q Arroz (kg) 8,5/8,5 = 1,0 12/10 = 1,2 9/8,5 = 1,0588 15/10 = 1,5 Feijão (kg) 1,8/1,2 = 1,5 6/5 = 1,2 1,8/1,2 = 1,5 7/5 = 1,4 Pão (unid,) 0,12/0,10 = 1,2 220/200 = 1,1 0,14/0,10 = 1,4 240/200 = 1,2 e os índices, com base 1999=100, baseados nas três médias são: Já o índice agregativo de Bradstreet é: e o índice de valor é Resumindo: Preço Quantidade Valor 1999 2000 2001 1999 2000 2001 1999 2000 2001 Média aritmética 100 123,33 131,96 100 116,67 136,67 Média geométrica 100 121,64 130,52 100 116,57 136,08 Média harmônica 100 120,00 129,01 100 116,47 135,48 Agregativo 100 106,33 111,63 100 110,7 121,86 100 125, 41 163, 24 Como visto na parte inicial do curso, p ≥ pG ≥ pH 1.5.5 Propriedades dos índices agregativos simples A propriedade de identidade é obviamente satisfeita por todos os índices agregativos simples. Vamos mostrar com os dados do exemplo anterior que os índices das médias simples e harmônica não satisfazem a propriedade de reversibilidade. Vamos calcular esses índices com base em 2000. Note que Logo, Analogamente, obtemos que Com relação à média geométrica simples, temos que ou seja, o índice baseado na média geométrica simples satisfaz a propriedade de reversibilidade. Com relação ao índice agregativo simples de Bradstreet, temos que esse índice também satisfaz a reversibilidade, como se mostra a seguir: Os índices da média aritmética e da média harmônica simples não satisfazem a propriedadecircular. Vamos mostrar este resultado através de um contra-exemplo, baseado nos dados do exemplo 1.4. Com relação ao índice da média geométrica, temos que: Para o índice agregativo de Bradstreet, temos que: Logo, o índice da média geométrica simples e o índice agregativo de Bradstreet satisfazem o princípio da circularidade. Vamos analisar agora a propriedade da decomposição das causas para esses índices. Estapropriedade exige que o produto do índice de preço pelo índice de quantidade seja igual ao índice simples de valor Usando os dados do exemplo 1.4, temos: Logo, o índice de média aritmética simples não satisfaz o critério de decomposição das causas. Analogamente, concluímos que o índice de média harmônica simples também não satisfaz o critério de decomposição das causas. Logo, o índice de média geométrica simples não satisfaz o critério de decomposição das causas. Para o índice de Bradstreet, temos: PA99,00 × QA99,00 = 1.0633 × 1.107 × 100 = 117,71 =6 V A99,00 = 125,41 ou seja, este índice também não satisfaz a propriedade da decomposição das causas. A seguir temos o resumo das propriedades dos índices: Índice agregativo simples Critério Identidade Reversibilidade Circularidade Decomposição das causas Média Aritmética SIM NÃO NÃO NÃO Média Harmônica SIM NÃO NÃO NÃO Média Geométrica SIM SIM SIM NÃO Bradstreet SIM SIM SIM NÃO 1.6 Índices agregativos ponderados Uma forte limitação dos índices baseados em médias simples é o fato de se dar o mesmo peso para todos os produtos. Surgem, então, os índices agregativos ponderados, onde cada produto tem um peso diferente. A forma mais comum de se definir os pesos é tomar a participação de cada bem no valor total, ou seja, os pesos são definidos como (1.19) Como um número índice compara preços e quantidades em dois instantesde tempo, uma questão relevante aqui é definir a que momento se referem os preços e quantidades que aparecem na definição dos pesos. Temos, então, que especificar a base de ponderação. 1.6.1 Índice de Laspeyres ou índice da época base O índice de Laspeyres é definido como uma média aritmética ponderada dos relativos, com os pesos sendo definidos na época base. Então, os pesos são (1.20) onde é o valor total na época base, um valor constante. Note que (1.21) Índice de Laspeyres de preço O índice de preços de Laspeyres é definido por: (1.22) Essa expressão pode ser simplificada, bastando para isso substituir os termos envolvidos pelas respectivas definições: . Logo, (1.23) Vamos analisar essa última expressão: no denominador temos o valor total no mês base. Já no numerador, temos os valores das quantidades da época base aos preços atuais. Então, comparando esses dois termos, estamos comparando a variação de preços da mesma cesta de produtos, a cesta da época base, nos dois instantes de tempo. Note que as quantidades ou a cesta de produtos é a cesta da época base e, portanto, fica fixa, enquanto não houver mudança de base. Note também que o fato de os pesos serem fixados na época base não significa que temos um sistema fixo de ponderação, o que só acontece quando os pesos independerem da base de comparação. No caso do índice de Laspeyres, os pesos mudam quando mudamos a base de comparação. Índice de Laspeyres de quantidade O índice de Laspeyres de quantidade é definido por: (1.24) Como antes, essa expressão pode ser simplificada, substituindo-se os termos envolvidos pelas respectivas definições: Logo, (1.25) Como antes, no denominador temos o valor total no mês base. Já no numerador, temos os valores das quantidades da época atual aos preços da época base. Então, comparando esses dois termos, estamos comparando a variação no valor gasto para se comprar as diferentes quantidades aos mesmos preços da época base. Os preços aqui são os preços da época base, também permanecendo fixos enquanto não houver mudança de base. No índice de preços, a variação no valor gasto é devida à variação de preços, enquanto no índice de quantidade, o valor total varia em função da variação nas quantidades. 1.6.2 Índice de Paasche ou índice da época atual O índice de Paasche é uma média harmônica dos relativos, ponderada na época atual, isto é, os pesos são definidos como (1.26) n onde Vt = P vtj é o valor total da época atual. Como antes,. j=1 =1 Índice de preços de Paasche O índice de preços de Paasche é definido como (1.27) Note a inversão dos relativos, uma vez que. A simplificação é feita da seguinte forma: ou seja, (1.28) Nessa fórmula fica clara a comparação sendo feita: estamos analisando a variação de preços da cesta atual. No numerador temos o valor gasto na época atual e no denominador temos o valor que seria gasto para comprar a cesta atual (quantidade atual) aos preços da época base. Uma séria limitação no emprego dos índices de Paasche é o fato de as ponderações variarem em cada período; note que os pesos são dados pelo valor da época atual. Índice de Paasche de quantidade O índice de quantidades de Paasche é definido como (1.29) A simplificação é feita da seguinte forma: ou seja, (1.30) Nesse fórmula fica clara a comparação sendo feita: estamos analisando a variação da quantidade aos preços atuais. No numerador temos o valor gasto na época atual e no denominador temos o valor que seria gasto para comprar a cesta da época base (quantidade da época base) aos preços atuais. A ponderação é definida pelos valores atuais, mudando a cada período. 1.6.3 Índice de Fisher O índice de Fisher é definido como a média geométrica dos índices de Laspeyres e Paasche. (1.31) (1.32) 1.6.4 Índice de Marshall-Edgeworth Com os índices de Laspeyres e Paasche de quantidades, estamos analisando a variação no valor gasto, em função da variação das quantidades, para adquirir os produtos aos preços da época base e da época atual, respectivamente. O índice de Marshall-Edgeworth considera as médias desses preços e quantidades. Mais precisamente, define-se o índice de preços de Marshall-Edgeworth como um índice que mede a variação no valor gasto, em função da variação dos preços, para adquirir a quantidade definida pela quantidade média da época base e da época atual: , ou seja, o índice de preços é: (1.33) Para o índice de quantidade, toma-se o preço médio da época base e da época atual . Logo, (1.34) 1.6.5 Índice de Divisia Esse índice é definido como uma média geométrica ponderada dos relativos, com sistema de pesos fixo na época base. (1.35) (1.36) Exemplo 1.5 Vamos considerar os seguintes dados: Produto 1999 2000 2001 P Q P Q P Q Arroz (kg) 2,50 10 3,00 12 3,25 15 Feijão (kg) 1,20 5 1,80 6 1,80 7 Pão (unid.) 0,10 200 0,12 220 0,14 240 Com base nesses dados, vamos calcular os índices de Laspeyres, Paasche, Fisher, Marshall-Edgeworth e Divisia, tanto de preços quanto de quantidade. Vamos tomar 1999 como base. Na tabela a seguir, temos os valores em forma absoluta e relativa (pesos). Produto 1999 2000 Valor Peso Valor Peso Arroz (kg) Feijão (kg) Pão (unid.) 2,5 × 10 = 25,0 1,2 × 5 = 6,0 0,10 × 200 = 20,0 25/51 = 0,490196 6/51 = 0,117647 20/51 = 0,392157 3 × 12 = 36,0 1,8 × 6 = 10,8 0,12 × 220 = 26,4 36,0/73,2 = 0,491803 10,8/73,2 = 0,147541 26,4/73,2 = 0,360656 Soma 51,0 1,000000 73,2 1,000000 Produto 2001 Valor Peso Arroz (kg) Feijão (kg) Pão (unid.) 3,25 × 15 = 48,75 1,8 × 7 = 12,60 0,14 × 240 = 33,60 48,75/94,95 = 0,513428 12,60/94,95 = 0,132701 33,60/94,95 = 0,353870 Soma 94,95 1,000000 Os relativos são: Relativos -1999 = 100 Produto 1999 P Q Arroz (kg) Feijão (kg) Pão (unid.) 2,5/2,5 × 100 = 100 1,2/1,2 × 100 = 100 0,10/0,10 100 = 100 10/10 × 100 = 100 5/5 × 100 = 100 200/200 100 = 100 × × Produto 2000 P Q Arroz (kg) Feijão (kg) Pão (unid.) 3/2,5 × 100 = 120 1,8/1,2 × 100 = 150 0,12/0,10 100 = 120 12/10 × 100 = 120 6/5 × 100 = 120 220/200 100 = 110 × × Produto 2001 P Q Arroz (kg) Feijão (kg) Pão (unid.) 3,25/2,5 × 100 = 130 1,80/1,2 × 100 = 150 0,14/0,10 100 = 140 15/10 × 100 = 150 7/5 × 100 = 140 240/200 100 = 120 × × Usando ambas as fórmulas (1.22) e (1.23), temos que: Usando as fórmulas (1.24) e (1.25), temos que: Analogamente, usando as fórmulas (1.27), (1.28), (1.29) e (1.30), temos que: Note que é mais fácil (e mais preciso numericamente) calcular os índices de Laspeyres e Paasche pelas fórmulas (1.23), (1.25), (1.28) e (1.30). D99P ,00 = (120)0,490196 × (150)0,117647 × (120)0,392157 = 123,191977 D99P ,01 = (130)0,490196 × (150)0,117647 × (140)0,392157 = 136,105701 Como exercício, você deve calcular esses mesmos índices com base 2000 = 100; o resultado é dado na tabela abaixo, onde se excluem os resultados para o ano base: Índices - 2000=100 1999 2001 P Q P Q Laspeyres Paasche Fisher Marshall-Edgeworth Divisia 1.6.6 Propriedades dos índices agregativos ponderados Vamos verificar agora quais critérios os índices acima satisfazem. Identidade É fácil verificar que todos os índices vistos satisfazem o princípio da identidade. Reversibilidade • Laspeyres e Paasche Com os dados do exemplo 1.5, vamos mostrar que esses índices não satisfazem a propriedade de reversão. De fato: LP99,00 × LP00,99 P99P,00 × P00P,99 = = 1,23529412 × 0,808743 = 99, 90354725 6= 1 1,23648649 × 0,809524 = 100, 0965489 6= 1 Fisher índice de Fisher satisfaz o critério de reversibilidade, como provamos a seguir: De forma análoga, prova-se para o índice de quantidade. Marshall-Edgeworth índice de Marshall-Edgeworth satisfaz ocritério de reversibilidade, como provamos a seguir: Divisia importante a notar aqui é que o sistema de pesos, no índice de Divisia, é fixo. Sendo assim, o índice de Divisia satisfaz o critério de reversibilidade, como provamos a seguir: Note que temos o mesmo peso, independente da base de comparação! Circularidade Laspeyres e Paasche Vamos usar os dados do exemplo 1.5 para mostrar que esses índices não satisfazem o princípio da circularidade. Temos que: LP99,00 × LP00,01 = 1,23529412 × 1,10109 × 100 = 136,017 = 1366 ,274510 = L99P,01 P99P,00 × P00P,01 = 1,23648649 × 1,09896 × 100 = 135,88 = 1356 ,836910 = P99P,01 Fisher Vamos usar os dados do exemplo 1.5 para mostrar que esse índice também não satisfaz o princípio da circularidade. Temos que: Marshall-Edgeworth Com os dados do mesmo exemplo, temos: Divisia Como na propriedade de reversão, note que os pesos são fixos, independente da época de comparação. Assim, o índice de Divisia satisfaz o princípio da circularidade, como se mostra a seguir: Decomposição das Causas • Laspeyres e Paasche Esses índices não satisfazem esse critério, conforme se mostra a seguir com os dados do exemplo: No entanto, esses índices satisfazem a propriedade de decomposição das causas, desde que se mescle os índices. Mais precisamente, (1.37) conforme se mostra a seguir: Fisher Esse índice satisfaz o critério da decomposição das causas, como se mostra a seguir: Uma maneira mais elegante de provar este resultado é dada a seguir, onde se usa o resultado (1.37): Marshall-Edgeworth Esse índice não satisfaz o critério da decomposição das causas, como mostra o contra-exemplo abaixo. Divisia Esse índice não satisfaz o critério da decomposição das causas, conforme mostra o contraexemplo a seguir: No quadro a seguir apresentamos o resumo das propriedades dos índices: Índice Critério Identidade Reversibilidade Circularidade Decomposição das causas Laspeyres SIM NÃO NÃO NÃO Paasche SIM NÃO NÃO NÃO Fisher SIM SIM NÃO SIM Marshall-Edgeworth SIM SIM NÃO NÃO Divisia SIM SIM SIM NÃO 1.7 Relações entre índices 1.7.1 Laspeyres e Paasche Vamos, agora, analisar a relação entre os índices de Laspeyres e Paasche. Para isso, recordemos que o estimador do coeficiente de correlação para dados agrupados é dado por (1.38) onde ni é a freqüência absoluta e σx e σy são, respectivamente, os desvios padrão de X e Y . Sabemos também que a covariância pode ser reescrita como . (1.39) onde é a freqüência relativa (lembre-se: covariância é a média dos produtos menos o produto das médias). Para o caso específico dos números índices, consideremos que os X’s e Y ’s sejam, respectivamente, os relativos de preço e quantidade e as frequências relativas sejam os pesos definidos pelos valores. Mais precisamente, . (1.40) Substituindo (1.40) em (1.39), obtemos: Mas sabemos que ; substituindo em (1.41), obtemos que ou seja, . (1.42) Analisando essa equação, podemos ver que os índices de Laspeyres e Paasche serão idênticos quando rxy = 0 ou σx = 0 ou σy = 0. As duas últimas condições significam que, tanto os relativos de preço, quanto os relativos de quantidade são constantes (não têm variabilidade), uma hipótese bastante irrealista. A condição rxy = 0 significa que os relativos de preço e de quantidade são não correlacionados, hipótese também bastante improvável de ocorrer na prática. Assim, na prática, os índices de Laspeyres e Paasche serão diferentes. Nesse caso, como σx > 0, σy > 0 e V0,t > 0, a relação entre os índices dependerá de rxy. Se rxy > 0 (relativos de preço positivamente correlacionados com os relativos de quantidade, o que acontece quando estamos analisando um problema pelo lado da oferta, por exemplo), o índice de Laspeyres será menor que o de Paasche. Caso contrário, isto é, relativos de preço negativamente correlacionados com os relativos de quantidade (análise pelo lado da demanda), o índice de Laspeyres será maior que o de Paasche. A situação mais comum, na prática, é termos rxy < 0 e, portanto,. Neste caso, temos que ou Analogamente, ou Vemos, assim, que, em geral ou seja, o índice de Paasche tende a subestimar o valor, enquanto o índice de Laspeyres tende a superestimar. 1.7.2 Fisher, Laspeyres e Paasche O índice de Fisher é definido como a média geométrica dos índices de Laspeyres e Paasche. Então P . Pelo resultado anterior, temos que, em geral, os índices de Laspeyres e Paasche são diferentes. Se eles são iguais, obviamente temos F = L = P. Das propriedades da função segue que para 0 < x < 1. Consideremos inicialmente que L < P. Então, como L e P são positivos, segue que . Então ou seja, L < F < P. Se P < L, obtemos, de forma análoga, que P < F < L. Em resumo, se os índices de Laspeyres e Paasche são diferentes, então o índice de Fisher está compreendido entre eles: L < P ⇒ L < F < P (1.43) P < L ⇒ P < F < L L = P ⇒ L = F = P 1.7.3 Marshall-Edgeworth, Laspeyres e Paasche O índice de Marshall-Edgeworth é definido como . Vamos provar que esse índice se encontra sempre entre os índices de Laspeyres e Paasche. Mas para isso vamos provar que, se X1,X2,Y1 e Y2 são números positivos tais que então . De fato: como os números são positivos, temos que Analogamente, Note que esse resultado não vale quando algum dos números é negativo. Por exemplo, se fizermos X1 = −2, X2 = 3, Y1 = 1 e Y2 = −2, então mas Para provar a relação entre os índices de Laspeyres, Paasche e Marshall-Edgeworth, basta fazer Nesse caso, os índices de Laspeyres e Paasche de preço são: e se L < P, então ou seja, L < M < P. Se, ao contrário , temos P < L então ¢ e, portanto, P < M < L. E se L = P, então L = P = M. Resumindo, o índice de Marshall- Edegeworth está entre os índices de Laspeyres e Paasche: L < P ⇒ L < M < P (1.44) P < L ⇒ P < M < L L = P ⇒ P = M = L 1.8 Mudança de base Considere a seguinte série de relativos de preço com base em 1997: Ano 1997 1998 1999 2000 2001 Relativo 100 110 115 116 118 Isso significa que Suponhamos, agora, que queiramos colocar essa série com base em 2001, para atualizar o sistema de comparação. Como proceder? Na verdade, o que queremos é Como os relativos satisfazem as propriedades de reversão e circular, temos que: Logo, a série de relativos na nova base é obtida dividindo-se a série original pelo valor do relativo no ano da base desejada. Esse procedimento, ilustrado para relativos, será sempre válido se o índice satisfizer as propriedades circular e de reversão. No entanto, vários índices utilizados na prática não satisfazem tal propriedade. Os índices de Laspeyres e Paasche são um exemplo. Para fazer a mudança de base de uma série de índices de Laspeyres, por exemplo, é necessário mudar os pesos e isso significa trazer a antiga cesta base para a época atual. Esse procedimento, além de caro, nem sempre é viável. Assim, na prática, a mudança de base é feita como se o índice satisfizesse a propriedade circular, ou seja, obtém-se a série na nova base dividindo a antiga pelo valor do índice no ano da base desejada. Vamos ilustrar os procedimentos correto e aproximado com os dados utilizados anteriormente. Exemplo 1.6 Produto 1999 2000 2001 P Q P Q P Q Arroz (kg) 2,50 10 3,00 12 3,25 15 Feijão (kg) 1,20 5 1,80 6 1,80 7 Pão (unid.) 0,10 200 0,12 220 0,14 240 Anteriormente, calculamos os índices de Laspeyres com base em 1999, obtendo para os preços a seguinte série: Ano t 1999 2000 2001 100 123,529412 136,274510 Vamos calcular o índice com base em 2001 pelo método exato e pelo método aproximado. Logo, pelo método exato a série de índices com base em 2001 é: Ano t 1999 2000 2001 73,618 90,995 100 Pelo métodoprático, temos: 1.9 Deflacionamento e poder aquisitivo Suponhamos que em 1999 um quilo de carne custasse 8,00 reais e em 2000, 10 reais. Se nos 2 anos dispuséssemos da mesma quantia de 250 reais para comprar essa carne, em 1999 poderíamos comprar 250R$ = 31,25 kg 8R$/kg e em 2000 250R$ = 25kg 10R$/kg Logo, a relação entre as quantidades é que corresponde a uma taxa de variação de 20% Então, com esse aumento de preço, mantido o mesmo valor disponível, houve uma queda de 20% na quantidade de carne adquirida. Consideremos, agora, uma situação mais geral, onde o salário de uma pessoa se mantém fixo em R$2.500,00 nos anos de 1999 e 2000 mas a inflação em 2000, medida pelo INPC, foi de 5,27%. Como avaliar a perda salarial desta pessoa? Primeiro, vamos interpretar o significado da inflação de 5,27% em 2000. Isto significa que o preço de uma cesta de produtos e serviços aumentou 5,27% em 2000, comparado com 1999, ou seja, o índice de preços de 2000 com base em 1999 é 1,0527. Por outro lado, como o salário é o mesmo, o índice de valor (salário) de 2000 com base em 1999 é 1. Usando a relação aproximada IV = IP ×IQ, resulta que o índice de quantidade de 2000 com base em 1999 é ou seja, esta pessoa, com o mesmo salário em 2000, consegue comprar 0,94994 do que comprava em 1999, o que representa uma taxa de (0,94994 − 1) × 100 = −5,006. O índice 0,94994 é chamado índice do salário real, já que ele representa o que a pessoa pode realmente adquirir em 2000, com base em 1999. Uma outra forma de olhar este mesmo problema é a seguinte: dizer que houve uma variação de preços de 5,27% em 2000 é o mesmo que dizer que 1,0527 reais em 2000 equivalem (em poder de compra) a 1 real em 1999. Então, para determinar quanto valem os 2500 reais de 2000 a preços de 1999, basta aplicarmos a regra de três simples: 1999 2000 1 R$ 1,0527 R$ x 2500 R$ Logo, o que significa que o salário de 2500 reais em 2000 equivale a um salário de 2374,85 reais em 1999, o que é lido como 2374,85 reais a preços de 1999. A perda salarial pode ser obtida como mesmo valor obtido através do índice do salário real. Estes exemplos ilustram o conceito de deflacionamento de uma série de valores, que permite equiparar valores monetários de diversas épocas ao valor monetário de uma época base, ou ainda, o deflacionamento permite eliminar uma das causas de variação de uma série de valores monetários, qual seja, a variação de preços. 1.9.1 Deflator Um índice de preços usado para equiparar valores monetários de diversas épocas ao valor monetário de uma época base é chamado deflator. Como visto acima, para obter a série de valores deflacionados ou valores a preços da época base, basta dividir a série de valores pelo respectivo índice de preços. Os valores estarão a preços constantes do ano base do índice de preços. Podemos também dividir a série de índices de valores pelo respectivo índice de preço para obter o índice do valor real (quantidade) com base no período base do deflator. Exemplo 1.7 Considere a série do faturamento nominal de uma empresa e o índice de preço apropriado, dados na tabela abaixo. Ano Faturamento nominal Índice de preços (Mil R$) 1999=100 1999 1600 100,000 2000 1800 105,272 2001 2400 115,212 2002 2800 132,194 2003 3000 145,921 2004 3200 154,870 Para obter o faturamento real a preços de 1999, basta fazer, como antes, uma regra de três, tendo em mente a interpretação do índice de preços: 100 R$ em 1999 equivalem a 105,272 R$ em 2000, a 115,212 em 2001, etc. Por exemplo, para o ano de 2002 temos: 1999 2002 100 R$ 132,194 R$ x 2800 R$ Com o mesmo procedimento para os outros anos, obtemos a série do faturamento a preços de 1975 dada por: Ano Faturamento (Mil R$ de 1999) 1999 2000 2001 2002 2003 2004 (1600/100) × 100 = 1600,0 (1800/105,272) × 100 = 1709, 9 (2400/115,212) × 100 = 2083, 1 (2800/132,194) × 100 = 2118, 1 (3000/145,921) × 100 = 2055, 9 (3200/154,870) 100 = 2066, 2 × Para obter o índice do faturamento real com base em 1999 temos que calcular o índice do faturamento nominal e dividí-lo pelo respectivo índice de preços. Para o ano de 2002, por exemplo, temos: Completando para os outros anos obtemos: Ano Índice do faturamento real (quantidade) 1999=100 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Note a seguinte equivalência (ano de 2002): O termo no numerador é o faturamento de 2002 a preços de 1999, enquanto o termo no denominador é o faturamento de 1999 a preços de 1999. Ou seja, podemos obter a série de índices do faturamento real a preços de 1999 simplesmente dividindo a série de faturamento a preços de 1999 pelo faturamento real do ano base: Ano Índice do faturamento real 1999=100 1975 1976 1977 1978 1979 3000 145.921 × 100 100 = : 128.49 1600 × 1980 Se no exemplo tivessem sido dadas as taxas de variação do faturamento e do preço, o deflacionamento seria feito, primeiro transformando as taxas em índices. Taxa Índice (taxa nominal) → 1 + i Deflacionamento: (taxa de inflação) → 1 + j Exemplo 1.8 Na tabela abaixo temos o salário de um funcionário nos meses de janeiro a maio de 2002 e as respectivas taxas de inflação mensal medidas pelo INPC: Mês Salário (R$) INPC (%) dez-01 3868,81 0,74 jan-02 4060,03 1,07 fev-02 4797,79 0,31 mar-02 4540,89 0,62 abr-02 4436,14 0,68 mai-02 4436,14 0,09 Vamos calcular o salário real a preços de dezembro de 2001 e também o índice do salário real com base em dez-01. As taxas de inflação medem a variação mês t/mês t − 1. O primeiro passo, então, consiste em calcular a série do INPC com base em dezembro de 2001. Em janeiro de 2002 a taxa de inflação foi de 1,07%, com relação a dezembro de 2001, ou seja, Em fevereiro, temos que e Para março, temos: Para abril: e para maio: Obtida a série do INPC com base em dezembro de 2001, para obter o salário real basta dividir o salário nominal de cada mês pelo respectivo valor do índice: Mês Salário (R$) INPC Salário real % dez-01=100 a preços de dez-01 dez-01=100 dez-01 3868,81 0,74 100,000 3868 , 81 100 × 100=3868 , 81 3868 , 81 3868 , 81 × 100=100 , 00 jan-02 4060,03 1,07 101,070 4060 , 03 101 , 070 × 100=4017 , 05 4017 , 05 3868 , 81 × 100=103 , 83 fev-02 4797,79 0,31 101,383 4797 , 79 101 , 383 × 100=4732 , 34 4732 , 34 3868 , 81 × 100=122 , 323 mar-02 4540,89 0,62 102,012 4540 , 89 102 , 012 × 100=4451 , 33 4451 , 33 3868 , 81 × 100=115 , 06 abr-02 4436,14 0,68 102,706 4436 , 14 102 , 706 × 100=4319 , 26 4319 , 26 3868 , 81 × 100=111 , 64 mai-02 4436,14 0,09 102,798 4436 , 14 102 , 798 × 100=4315 , 40 4315 , 40 3868 , 81 × 100=111 , 54 Ao deflacionarmos esses salários, estamos colocando todos eles na “mesma moeda”, ou seja, eles são comparáveis para efeitos de poder de compra. É como se tivéssemos duas pessoas em dezembro de 2001 ganhando, por exemplo, uma R$ 3668,81 e a outra R$ 4315,40; com essa comparação fica claro que a segunda pessoa ganha mais que a primeira, ou seja, em termos reais, o salário de maio de 2002 é maior que o salário de dezembro de 2001. 1.9.2 Poder aquisitivo O poder aquisitivo de um determinado volume de unidades monetárias, com relação a uma certa época base, é o seu valor deflacionado com referência a essa época base. Consideremos novamente o exemplo visto no início da seção: em 1999 um quilo de carne custava 8,00 reais e em 2000, 10 reais. Se nos 2 anos dispuséssemos da mesma quantia de 250 reais para comprar essa carne, em 1999 poderíamos comprar 250 R$ = 31,25 kg 8R$/kg e em 2000 250R$ = 25kg 10R$/kg Logo, a relação entre as quantidadesé Isso significa que o poder aquisitivo (para esse único produto) caiu 20%. Note que: No denominador temos o relativo de preço da carne com base em 1999, ou seja, o poder aquisitivo é obtido tomando-se o inverso do índice de preço escolhido. Exemplo 1.9 Considere a série do IGP dada a seguir. Calcule o poder aquisitivo de 1Cr$ com base no cruzeiro de 1977. Ano IGP - 2000=100 Poder aquisitivo de 1R$ (2000=100) 2000 100 (1/100) × 100 = : 1.0 2001 110 (1/110) × 100 = : 0.90909 2002 140 (1/140) × 100 = : 0.71429 2003 150 (1/150) × 100 = : 0.66667 2004 168 (1/168) 100 = : 0.59524 × Em 2002, 1R$ tem o mesmo poder aquisitivo de 0,71429 R$ de 2000, enquanto em 2004, 1R$$ tem o poder aquisitivo de 0,59524 R$ em 1977. Exemplo 1.10 O salário de um trabalhador foi reajustado em 80% em um dado período, enquanto a inflação foi de 92% no mesmo período. Qual foi a perda do poder aquisitivo desse trabalhador? Para resolver esse problema, temos que colocar ambas as taxas em forma de índice. Assim o índice do salário real é Logo, o poder aquisitivo do salário no final do período é igual a 0,9375 do poder aquisitivo no início do período, o que equivale a uma perda de 6,25%. 1.10 Análise dos dados da PME Nesta seção vamos analisar dois artigos publicados no jornal Folha de São Paulo, reproduzidos mais adiante. Ambos se baseiam em resultados da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE e foram publicados quando da divulgação dos resultados da PME referentes ao mês de dezembro de 2001. A ênfase dos dois artigos é a queda do rendimento médio real do trabalhador. Vamos, então, analisar as informações dadas nos artigos e descrever como os resultados foram obtidos a partir da PME. . Uma das variáveis publicadas na PME é o rendimento médio nominal do trabalho principal, estimado como uma média dos rendimentos individuais dos informantes da amostra. Estima-se também o rendimento nominal médio dos trabalhadores com carteira assinada. Para estimar o salário médio real, os salários nominais são deflacionados pelo INPC. Na tabela 1 temos os dados necessários para a análise. Na primeira coluna temos os dados oriundos da PME, onde os salários são dados na moeda corrente. Note que no período em estudo houve duas mudanças de moeda: uma em agosto de 93 (cruzeiro para cruzeiro real) e outra em julho de 94 (cruzeiro real para real). A análise é feita com base nos salários reais, dando-se ênfase ao período do Plano Real (início em julho de 1994). Vamos, então, calcular os salários médios reais com base em julho de 1994. Para isso, temos inicialmente que calcular o INPC com base em julho de 1994. A forma mais fácil de fazer isso é calcular, primeiro, o índice com base dez-92=1 e depois fazer a mudança de base. Os dados e cálculos de mudança de base estão na Tabela 2. INPC- base: dez-92=1 Temos que acumular as inflações mensais, ou seja, primeiro transformamos as taxas em índices e depois acumulamos mês a mês (ver exemplo 1.8). INPC - base: jul-94=1 Para mudar a base, basta dividir toda a série pelo valor do índice (com base em dez-92) no mês de julho de 1994, ou seja, temos que dividir toda a série pelo valor 239,68148900. Podemos ver da Tabela 2 que a inflação acumulada desde o Plano Real até dezembro de 2001 é de 97,71%. Esta é a taxa correspondente ao índice do mês de dezembro, com base em julho de 1994. Este mesmo resultado pode ser obtido a partir do índice com base em dezembro de 1992, simplesmente dividindo o índice de dezembro pelo índice de julho: Como a série foi construída acumulando os índices mensais, esta divisão nos dá: Figura 1.1: Artigos sobre a PME Tabela 1 Rendimento médio nominal do trabalho principal das pessoas ocupadas de 25 anos ou mais - Total das áreas - PME Salário Salário Salário nominal nominal nominal Moeda (Moeda Moeda (Moeda Moeda (Moeda corrente corrente) e corrente corrente) corrente corrente) jan/93 Cr$ 4287933,73 jan/96 R$ 576,38 jan/99 R$ 687,15 fev Cr$ 5143301,54 frv R$ 587,91 fev R$ 678,78 mar Cr$ 6619473,88 mar R$ 587,37 mar R$ 677,90 abr Cr$ 8981479,19 abr R$ 594,71 abr R$ 676,92 mai Cr$ 11389161,90 mai R$ 609,63 mai R$ 676,78 jun Cr$ 14389468,98 jun R$ 619,36 jun R$ 683,35 jul Cr$ 18710695,94 jul R$ 639,63 jul R$ 674,76 ago CR$ 26478,71 ago R$ 644,18 ago R$ 676,05 set CR$ 36674,12 set R$ 636,43 set R$ 679,52 out CR$ 47894,50 out R$ 636,95 out R$ 688,36 nov CR$ 67997,71 nov R$ 641,44 nov R$ 707,15 dez CR$ 96592,30 dez R$ 686,66 dez R$ 757,68 jan/94 CR$ 130445,49 jan/97 R$ 641,75 jan/00 R$ 707,66 fev CR$ 187295,51 fev R$ 642,73 fev R$ 702,00 mar CR$ 288739,80 mar R$ 634,11 mar R$ 698,34 abr CR$ 401208,65 abr R$ 649,94 abr R$ 699,57 mai CR$ 558514,64 mai R$ 666,70 mai R$ 711,64 jun CR$ 726230,00 jun R$ 664,50 jun R$ 727,58 jul R$ 341,21 jul R$ 675,23 jul R$ 723,91 ago R$ 363,88 ago R$ 684,17 ago R$ 731,50 set R$ 374,09 set R$ 618,18 set R$ 733,99 out R$ 371,02 out R$ 689,63 out R$ 745,84 nov R$ 405,56 nov R$ 695,49 nov R$ 743,99 dez R$ 440,53 dez R$ 744,11 dez R$ 805,07 jan/95 R$ 420,34 jan/98 R$ 700,70 jan/01 R$ 738,50 fev R$ 435,78 fev R$ 696,29 fev R$ 742,25 mar R$ 450,71 mar R$ 685,00 mar R$ 740,08 abr R$ 467,60 abr R$ 679,52 abr R$ 746,12 mai R$ 487,02 mai R$ 675,01 mai R$ 740,40 jun R$ 499,44 jun R$ 682,89 jun R$ 750,80 jul R$ 509,48 jul R$ 678,72 jul R$ 758,05 ago R$ 521,96 ago R$ 685,74 ago R$ 749,53 set R$ 530,43 set R$ 685,86 set R$ 746,35 out R$ 537,86 out R$ 695,24 out R$ 752,82 nov R$ 561,62 nov R$ 715,28 nov R$ 750,92 dez R$ 600,62 dez R$ 758,10 dez R$ 803,45 Tabela 2 INPC - Taxas de variação e índices dez-92=1 e jul-94=1 Mês INPC INPC % dez-92=1 jul-94=1 % dez-92=1 jul-94=1 dez/92 1,0000 0,0042 jan/93 28,77 1,2877 0,0054 jan/96 1,46 329,8291 1,3761 fev 24,79 1,6069 0,0067 fev 0,71 332,1709 1,3859 mar 27,58 2,0501 0,0086 mar 0,29 333,1342 1,3899 abr 28,37 2,6317 0,0110 abr 0,93 336,2323 1,4028 mai 26,78 3,3365 0,0139 mai 1,28 340,5361 1,4208 jun 30,37 4,3498 0,0181 jun 1,33 345,0653 1,4397 jul 31,01 5,6987 0,0238 jul 1,20 349,2060 1,4570 ago 33,34 7,5986 0,0317 ago 0,50 350,9521 1,4642 set 35,63 10,3060 0,0430 set 0,02 351,0223 1,4645 out 34,12 13,8224 0,0577 out 0,38 352,3561 1,4701 nov 36,00 18,7985 0,0784 nov 0,34 353,5542 1,4751 dez 37,73 25,8911 0,1080 dez 0,33 354,7209 1,4800 jan/94 41,32 36,5893 0,1527 jan/97 0,81 357,5941 1,4920 fev 40,57 51,4336 0,2146 fev 0,45 359,2033 1,4987 mar 43,08 73,5912 0,3070 mar 0,68 361,6459 1,5089 abr 42,86 105,1324 0,4386 abr 0,60 363,8158 1,5179 mai 42,73 150,0555 0,6261 mai 0,11 364,2160 1,5196 jun 48,24 222,4422 0,9281 jun 0,35 365,4907 1,5249 jul 7,75 239,6815 1,0000 jul 0,18 366,1486 1,5276 ago 1,85 244,1156 1,0185 ago -0,03 366,0387 1,5272 set 1,40 247,5332 1,0328 set 0,10 366,4048 1,5287 out 2,82 254,5137 1,0619out 0,29 367,4674 1,5331 nov 2,96 262,0473 1,0933 nov 0,15 368,0186 1,5354 dez 1,70 266,5021 1,1119 dez 0,57 370,1163 1,5442 jan/95 1,44 270,3397 1,1279 jan/98 0,85 373,2623 1,5573 fev 1,01 273,0701 1,1393 fev 0,54 375,2779 1,5657 mar 1,62 277,4939 1,1578 mar 0,49 377,1167 1,5734 abr 2,49 284,4035 1,1866 abr 0,45 378,8138 1,5805 mai 2,10 290,3759 1,2115 mai 0,72 381,5412 1,5919 jun 2,18 296,7061 1,2379 jun 0,15 382,1135 1,5943 jul 2,46 304,0051 1,2684 jul -0,28 381,0436 1,5898 ago 1,02 307,1059 1,2813 ago -0,49 379,1765 1,5820 set 1,17 310,6991 1,2963 set -0,31 378,0010 1,5771 out 1,40 315,0489 1,3144 out 0,11 378,4168 1,5788 nov 1,51 319,8061 1,3343 nov -0,18 377,7357 1,5760 dez 1,65 325,0829 1,3563 dez 0,42 379,3222 1,5826 Continua... Tabela 2 (Conclusão) Mês INPC INPC % dez-92=1 jul-94=1 % dez-92=1 jul-94=1 jan/99 0,65 381,7878 1,5929 jul/00 1,39 421,7458 1,7596 fev 1,29 386,7128 1,6134 ago 1,21 426,8489 1,7809 mar 1,28 391,6628 1,6341 set 0,43 428,6844 1,7886 abr 0,47 393,5036 1,6418 out 0,16 429,3703 1,7914 mai 0,05 393,7003 1,6426 nov 0,29 430,6154 1,7966 jun 0,07 393,9759 1,6437 dez 0,55 432,9838 1,8065 jul 0,74 396,8913 1,6559 jan/01 0,77 436,3178 1,8204 ago 0,55 399,0742 1,6650 fev 0,49 438,4557 1,8293 set 0,39 400,6306 1,6715 mar 0,48 440,5603 1,8381 out 0,96 404,4767 1,6876 abr 0,84 444,2610 1,8535 nov 0,94 408,2788 1,7034 mai 0,57 446,7933 1,8641 dez 0,74 411,3000 1,7160 jun 0,60 449,4741 1,8753 jan/00 0,61 413,8090 1,7265 jul 1,11 454,4632 1,8961 fev 0,05 414,0159 1,7274 ago 0,79 458,0535 1,9111 mar 0,13 414,5541 1,7296 set 0,44 460,0689 1,9195 abr 0,09 414,9272 1,7312 out 0,94 464,3936 1,9375 mai -0,05 414,7197 1,7303 nov 1,29 470,3843 1,9625 jun 0,30 415,9639 1,7355 dez 0,74 473,8651 1,9771 Para obter a série dos índices do salário nominal com base em julho de 1994, vamos transformar todos os salários para R$. Lembrando que 1CR$ = 1000 Cr$ e que 1R$ = 2750 CR$, as transformações se fazem da seguinte forma: os salários em Cr$ devem ser divididos por 1000 × 2750 e os salários em CR$ devem ser divididos por 2750. Com todos os salários na mesma moeda, podemos calcular os índices do salário nominal com base em julho de 1994 simplesmente dividindo todos os salários pelo salário do mês de julho de 1994, que é igual a 341,21. Na tabela 3 temos os resultados. Para obter a série de índices do salário real, basta dividir mês a mês a série de índices do salário nominal pelo INPC com base em julho de 94. O resultado está na Tabela 4. Pequenas diferenças podem ocorrer em função de arredondamentos, uma vez que os valores da tabela foram obtidos no EXCEL, trabalhando com muitas casas decimais e depois arredondando para 6 casas decimais. Tabela 3 Rendimento médio nominal do trabalho principal das pessoas ocupadas de 25 anos ou mais - Total das áreas - PME - R$ e índice jul-94=1 Mês Salário Mês Salário Mês Salário R$ jul-94=1 R$ jul-94=1 R$ jul-94=1 jan/93 1,559249 0,004570 jan/96 576,38 1,689224 jan/99 687,15 2,013862 fev 1,870291 0,005481 frv 587,91 1,723015 fev 678,78 1,989322 mar 2,407081 0,007055 mar 587,37 1,721433 mar 677,90 1,986753 abr 3,265992 0,009572 abr 594,71 1,742944 abr 676,92 1,983881 mai 4,141513 0,012138 mai 609,63 1,786671 mai 676,78 1,983471 jun 5,232534 0,015335 jun 619,36 1,815187 jun 683,35 2,002726 jul 6,803889 0,019940 jul 639,63 1,874593 jul 674,76 1,977550 ago 9,628622 0,028219 ago 644,18 1,887928 ago 676,05 1,981331 set 13,336044 0,039085 set 636,43 1,865215 set 679,52 1,991501 out 17,416182 0,051042 out 636,95 1,866739 out 688,36 2,017409 nov 24,726440 0,072467 nov 641,44 1,879898 nov 707,15 2,072477 dez 35,124473 0,102941 dez 686,66 2,012426 dez 757,68 2,220568 jan/94 47,434724 0,0139019 jan/97 641,75 1,880807 jan/00 707,66 2,073972 fev 68,107458 0,199606 fev 642,73 1,883679 fev 702,00 2,057384 mar 104,996291 0,307718 mar 634,11 1,858416 mar 698,34 2,046657 abr 145,894055 0,427578 abr 649,94 1,904809 abr 699,57 2,050262 mai 203,096233 0,595224 mai 666,70 1,953929 mai 711,64 2,085636 jun 264,083636 0,773962 jun 664,50 1,947481 jun 727,58 2,132353 jul 341,21 1,000000 jul 675,23 1,978928 jul 723,91 2,121597 ago 363,88 1,066440 ago 684,17 2,005129 ago 731,50 2,143841 set 374,09 1,096363 set 618,18 1,996366 set 733,99 2,151139 out 371,02 1,087366 out 689,63 2,021131 out 745,84 2,185868 nov 405,56 1,188887 nov 695,49 2,038305 nov 743,99 2,180446 dez 440,53 1,291082 dez 744,11 2,180798 dez 805,07 2,359456 jan/95 420,34 1,231910 jan/98 700,70 2,053574 jan/01 738,50 2,164356 fev 435,78 1,277161 fev 696,29 2,040649 fev 742,25 2,175347 mar 450,71 1,320917 mar 685,00 2,007561 mar 740,08 2,168987 abr 467,60 1,370417 abr 679,52 1,991501 abr 746,12 2,186689 mai 487,02 1,427332 mai 675,01 1,978283 mai 740,40 2,169925 jun 499,44 1,463732 jun 682,89 2,001377 jun 750,80 2,200404 jul 509,48 1,493157 jul 678,72 1,989156 jul 758,05 2,221652 ago 521,96 1,529732 ago 685,74 2,009730 ago 749,53 2,196682 set 530,43 1,554556 set 685,86 2,010082 set 746,35 2,187363 out 537,86 1,576331 out 695,24 2,037572 out 752,82 2,206325 nov 561,62 1,645966 nov 715,28 2,096304 nov 750,92 2,200756 dez 600,62 1,760265 dez 758,10 2,221799 dez 803,45 2,354708 Tabela 4 Rendimento Médio Real - Índice jul-94=1 Mês Salário Real Mês Salário Real Mês Salário Real Mês Salário Real jul-94=1 jul-94=1 jul-94=1 jul-94=1 jan/93 0,850577 abr/95 1,154921 jul/97 1,295410 out/99 1,195460 fev 0,817575 mai 1,178146 ago 1,312955 nov 1,216655 mar 0,824758 jun 1,182414 set 1,305911 dez 1,294017 abr 0,871741 jul 1,177224 out 1,318287 jan/00 1,201261 mai 0,871928 ago 1,193883 nov 1,327498 fev 1,191058 jun 0,844998 set 1,199225 dez 1,412250 mar 1,183310 jul 0,838680 out 1,199234 jan/98 1,318654 abr 1,184328 ago 0,890108 nov 1,233584 fev 1,303317 mai 1,205365 set 0,908971 dez 1,297832 mar 1,275932 jun 1,228677 out 0,885080 jan/96 1,227532 abr 1,260054 jul 1,205720 nov 0,923958 fev 1,243260 mai 1,242743 ago 1,203796 dez 0,952954 mar 1,238526 jun 1,255368 set 1,202722 jan/94 0,910657 abr 1,242449 jul 1,251206 out 1,220187 fev 0,930166 mai 1,257523 ago 1,270372 nov 1,213641 mar 1,002215 jun 1,260825 set 1,274545 dez 1,306095 abr 0,974796 jul 1,286648 out 1,290557 jan/01 1,188941 mai 0,950742 ago 1,289354 nov 1,330151 fev 1,189151 jun 0,833944 set 1,273587 dez 1,403883 mar 1,180011 jul 1,000000 out 1,269803jan/99 1,264277 abr 1,179732 ago 1,047069 nov 1,274421 fev 1,232972 mai 1,164052 set 1,061586 dez 1,359777 mar 1,215811 jun 1,173363 out 1,023998 jan/97 1,260632 abr 1,208374 jul 1,171688 nov 1,087415 fev 1,256901 mai 1,207520 ago 1,149438 dez 1,161148 mar 1,231668 jun 1,218390 set 1,139547 jan/95 1,092204 abr 1,254887 jul 1,194237 out 1,138722 fev 1,121001 mai 1,285832 ago 1,189975 nov 1,121382 mar 1,140924 jun 1,277119 set 1,191436 dez 1,191014 A partir dos dados do salário real da Tabela 4 podemos obter os vários resultados citados nos artigos. Vamos analisar inicialmente o artigo do economista Lauro Ramos. A questão levantada por ele tem a ver com as possibilidades de se trabalhar com a taxa média ou com a taxa ponta a ponta. Trabalhar com a taxa anual média significa considerar a taxa de variação dos salários médios de dois anos consecutivos, isto é, para cada ano calcula-se a média dos índices do salário real e depois calcula-se a taxa de variação anual. Na tabela 5 temos esses resultados. Tabela 5 Ano Média anual Variação anual % 1993 0,873444 1994 0,998645 14,3 1995 1,180883 18,3 1996 1,268642 7,4 1997 1,294946 2,07 1998 1,289732 -0,4 1999 1,219094 -5,5 2000 1,212180 -0,6 2001 1,165587 -3,8 Por exemplo, o valor 0,873444 foi obtido como e a taxa de variação para 1994 é Estas são as taxas que aparecem no gráfico superior. Há diferenças para os anos de 1994 e 1995 em função de inconsistências nos dados, provavelmente por causa da mudança de moeda. No segundo gráfico temos as taxas ponta a ponta, que se referem a variações de cada mês com relação ao mesmo mês do ano anterior. Para os meses de dezembro, que aparecem no gráfico, estes valores são obtidos dividindo-se os índices do salário real de dezembro de um ano pelo de dezembro do ano anterior, conforme ilustrado na tabela 6. Tabela 6 Mês Taxa ponta a ponta dez-95 dez-96 dez-97 dez-98 dez-99 dez-00 dez-01 Com relação ao artigo de Pedro Soares, da Sucursal Rio, a queda de 3,9% refere-se à taxa de variação calculada em cima do rendimento médio (ver tabela 5). A interpretação da frase sublinhada é a seguinte: acumulando as perdas nos três anos, resulta uma perda de 9,7%. Para obter esse número, temos que acumular os índices relativos a estas taxas, ou seja: que corresponde a uma taxa de 100 × (0,90269613 − 1) = −9,7% A interpretação da expressão “somadas as perdas” tem que ser feita com cuidado; na verdade, estamos acumulando as variações. Finalmente, podemos ver que, desde o início do Plano Real, há uma expansão de 19,1% (no artigo, o número que aparece é 18,6%) do salário médio real, que pode ser obtida a partir do índice de dezembro de 2001, já que esse índice tem como base julho de 1994. 1.11 O Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC Nesta seção apresentaremos um resumo da metodologia de cálculo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC - produzido pelo IBGE. O INPC é calculado a partir dos Índices de Preços ao Consumidor Metropolitanos e um de seus principais objetivos é fornecer subsídios para as políticas de reajuste de salários. Ele é divulgado mensalmente pelo IBGE, basicamente em forma de taxa de variação mensal, que reflete a variação dos preços entre um mês qualquer e o mês imediatamente anterior. Informações sobre metodologia de cálculo, séries históricas dos índices, calendário de divulgação etc, podem ser obtidas na página do IBGE no endereço www.ibge.gov.br. 1.11.1 Índice de Custo de Vida e Índice de Preços ao Consumidor As famílias possuem um padrão de vida e um respectivo custo de vida. O padrão de vida de uma família pode ser caracterizado pela quantidade de bens que ela consome, ou seja, pela sua cesta de compras. O custo de vida, por sua vez, corresponde ao total das despesas efetuadas para se manter um certo padrão de vida. Quando ocorrem variações nos preços das mercadorias que compõem a cesta de compras, ocorre também uma variação no custo de vida, que é medida pelo Índice do Custo de Vida. Por definição, o custo de vida é a despesa referente à cesta de compras mais barata dentre as que refletem um mesmo padrão de vida, mas é impossível determinarmos quais cestas refletem um mesmo padrão de vida, pois essa é uma determinação social. Sendo assim, torna-se impossível medir o verdadeiro Índice do Custo de Vida. No entanto, podemos considerar que as famílias despendem seu dinheiro de forma a obter, aproximadamente, o melhor padrão de vida e, assim, o preço da cesta de compras efetivamente adquirida é aproximadamente igual ao custo de vida. Desta forma, uma variação dos preços ao consumidor é aproximadamente igual a uma variação do custo de vida e, portanto, podemos considerar o índice de preços ao consumidor como uma aproximação do índice do custo de vida. 1.11.2 Conceitos básicos Os principais conceitos envolvidos no cálculo de um índice de preços ao consumidor são os seguintes: • População objetivo: parte da população para a qual se quer fazer o estudo da variação de preços. Cesta de compras: é formada pelo conjunto de mercadorias e respectivas quantidades que uma famíla consome durante um certo período de tempo. Padrão de vida: é caracterizado pela quantidade de bens que uma famíla consome, ou seja, pela sua cesta de compras. Custo de vida: é o total das despesas efetuadas para se manter determinado padrão de vida, sendo o total dessas despesas referido à cesta mais barata dentre as cestas que refletem o mesmo padrão de vida. Cesta padrão: é a união das cestas de compras de toda a população objetivo. Índice de custo de vida (ICV): mede a variação percentual que o salário deve sofrer para possibilitar a manutenção do mesmo padrão de vida. Índice de preços ao consumidor (IPC): mede a variação dos preços da cesta efetivamente adquirida pelas famílias, o que pressupõe que os consumidores não substituem os produtos, isto é, que não existe nenhuma cesta equivalente à cesta efetivamente adquirida. Cadastro de Locais: relação dos locais onde serão coletados os preços para o cálculo do IPC. • Cadastro de Produtos: é uma relação contendo uma amostra das mercadorias consumidas pelas famílas da população objetivo e dos estabelecimentos onde essas mercadorias são adquiridas. Equipe de coleta: é a equipe responsável pela coleta mensal dos preços. 1.11.3 Metodologia de Cálculo do INPC A identificação da população objetivo é conseqüência da utilização que será dada ao índice e de algumas restrições de ordem prática. Em geral, o índice é utilizado para correção de salários. Como as famílias de renda mais baixa são mais sensíveis ao aumento de preços, elas devem estar seguramente representadas no índice, através de suas cestas de compras. Além disso, a grande maioria dos trabalhadores sujeitos à legislação encontra-se nos centros urbanos e apenas nesses centros urbanos é possível identificar o comércio com características definidas de modo a possibilitar o acompanhamento dos preços. Sendo assim, a população objetivo do INPC é formada pelas famílias com chefes assalariados, residentes nos centros urbanos, com rendimento monetário disponível de 1 a 8 salários mínimos. Para calcular um índice de preços, é necessário responder duas perguntas: (1) De quais produtos devem ser coletados os preços? (2) Onde devem ser coletados os preços? Para isso, determina-se a cesta padrão a partir de uma amostra de domicílios extraída da população objetivo, obtendose a relação dos produtos a serem pesquisados. Esses produtos são classificados hierarquicamente em grupos, subgrupos, itens e subitens. Por exemplo, laranja é um subitem do item frutas, que pertence ao subgrupo alimentação no domicílio, que por sua vez faz parte do grupo alimentação.[2: Esse levantamento é feito pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), também realizada pelo IBGE.]A partir de pesquisas específicas complementa-se o Cadastro de Informantes, acrescentando-se os locais de compra e a especificação completa de cada produto a ser pesquisado. Com esse cadastro, a equipe de coleta faz o levantamento mensal de preços em cada uma das 11 regiões metropolitanas contempladas pela pesquisa (ver Fig. 1.2 mais adiante), que são utilizados no cálculo dos IPCs metropolitanos. O INPC é calculado como uma média ponderada dos IPCs metropolitanos, com os pesos definidos a partir da população residente.[3: Pesquisa de Locais de Compra (PLC) e Pesquisa de Especificação de Produtos e Serviços (PEPS)] 1.11.4 Fórmulas de Cálculo dos IPCs metropolitanos A seguir descrevem-se as fórmulas de cálculo de cada IPC metropolitano, válidas para a maioria dos produtos pesquisados. A metodologia básica consiste na aplicação da fórmula de Laspeyres, com a estrutura de pesos definida a partir Pesquisa de Orçamentos Familiares.[4: Existem alguns subitens e itens que recebem tratamento especial, dadas as suas peculiaridades. Alguns exemplos de subitens especiais são os aluguéis, serviços públicos, empregado doméstico. Nos itens Tubérculos, Raízes e Legumes; Hortaliças e Verduras; Frutas, o tratamento especial é devido à característica sazonal.] O nível mais desagregado para o qual se tem peso explícito é o de subitem e cada peso representa a participação na despesa total. O peso Wk do subitem k é dado por: (1.45) onde n = número total de famílias Xej = despesa da famíla e com o subitem j Xe = despesa total da família e Definindo o peso wek do subitem k na famíla e como podemos escrever o peso do subitem k como (1.46) ou seja, o peso agregado do subitem k é uma média ponderada dos pesos do subitem de todas as famílias, com o peso definido pela participação de cada família na despesa total das famílias. Cálculo em nível de produto A estimativa da variação mensal dos preços do produto j entre os meses t−1 e t é dada pelo relativo rtj−1,t do preço médio do produto, calculado como a razão do preço médio do produtot − 1 ao longo de todos os locais: j no período t pelo preço médio no período (1.47) onde preço médio do produto j no mês t, ao longo de todos os locais • nt = número de locais que compõem a amostra do produto j no mês t Embora na fórmula (1.47) apareça o número de locais nos meses t e t − 1, na prática é feita (quando necessário) imputação de dados para manter o painel de informantes fixo nos dois meses consecutivos. Cálculo em nível de subitem Calcula-se o relativo de preços do subitem k entre os meses t−1 e t como a média geométrica dos relativos dos preços médios dos J produtos que o compõem: (1.48) onde m = número de produtos que compõem o subitem k. É interessante lembrar que o índice de média geométrica satisfaz a propriedade circular, de modo que . Esse resultado será usado no cálculo do índice em nível de item. Cálculo em nível de item O índice de preços do item m é calculado pela fórmula de Laspeyres, utilizando-se os relativos de preços e pesos dos K subitens que o compõem: (1.49) Essa fórmula fornece a variação de preços do item m no período completo, desde o período base até o momento atual. Na prática, é necessário obter variações para períodos menores, tais como variações mensais. Neste caso, temos que (1.50) onde índice de preços do item m entre os meses t − 1 e t peso do subitem k, referente ao período t − 1,definido para t ≥ 2 por (1.51) Acumulando-se os índices mensais dados pela fórmula (1.50), obtém-se o índice do período total dado pela fórmula (1.49), conforme se demonstra a seguir para o caso de três períodos. Note que nessa dedução foram feitas simplificações (os termos do tipo se cancelam, o que permite a simplificação dos termos restantes) e foi usada a propriedade de circularidade do índice de média geométrica. Cálculo do IPC metropolitano O índice de preços ao consumidor da região metropolitana A entre os meses t − 1 e t é calculado pela fórmula de Laspeyres, considerando os índices dos M itens relevantes. Novamente o índice para períodos maiores é calculado pelo encadeamento dos índices mensais t/(t − 1): onde o peso de cada item é definido de modo análogo ao peso do subitem, considerando-se os resultados dos itens. 1.11.5 Cálculo do INPC O INPC é uma média ponderada dos IPCs metropolitanos, com o peso de cada região sendo definido em termos da população urbana residente, com base nos dados da Contagem Populacional de 1996. A fórmula de cálculo é Na Fig. 1.2 ilustra-se o peso de cada região metropolitana no INPC e na Fig. 1.3 exibe-se a participação dos diversos grupos no INPC. Figura 1.2: Estruturas regionais de ponderação para cálculo do INPC 0 5 10 15 20 25 30 Alimentação e Bebidas Habitação Transportes Saúde e Cuidados Pessoais Artigos de Residência Despesas Pessoais Vestuário Educação Comunicação Figura 1.3: 1.12 Exercícios propostos do capítulo Seções 1.1 a 1.4 Nas tabelas abaixo temos o PIB nominal do Brasil em milhões de cruzados. Determine osíndices e as taxas de crescimento nominal do PIB nos períodos. Ano PIB (1000 R$) Ano PIB (1000 R$) 1980 914.188 2002 1.346.028 2000 1.101.255 2004 1.769.202 Fonte: www.ipeadata.gov.br Na tabela abaixo temos as esperanças de vida no Brasil. Determine os índices com base em1980 e as taxas de crescimento da esperança de vida nos períodos considerados. Ano Esperança de vida Ano Esperança de vida 1980 62,7 2000 70,4 1990 66,6 2005 71,9 Fonte:www.ibge.gov.br/Tábuas Completas de Mortalidade - Notas Técnicas - Tabela 10 Considere os dados da tabela abaixo. Anos 1994 1995 1996 1997 1998 Relativos de preço 1994=100 100 102 112 115 125 Relativos de quant. 1996=100 90 98 100 110 120 Calcule os relativos de preço e quantidade com base 1998=1. Que propriedades vocêutilizou nos seus cálculos? Calcule os relativos de valor com base 1998=1. Que propriedade você utilizou nos seuscálculos? Uma empresa deseja aumentar as vendas (quantidades) em 60%. Qual deve ser a variação depreço para que o faturamento duplique? Se a queda de vendas esperada de um produto de uma certa empresa for igual a 10% comrelação ao desempenho atual, qual o aumento percentual de preços que permitirá manter o faturamento no mesmo nível do atual? Um jornal publicou a tabela abaixo com o seguinte comentário: “A produção de soja aumentou50% em 1978 com relação a 1976, e 117% em 1979 com relação a 1978”. Essa afirmação é correta? Ano Quantidade (t) 1976 750 1977 1.000 1978 1.500 1979 1.750 Se, em 2004, uma empresa vendeu uma quantidade de mercadoria 60% superior a de 2003,em quanto por cento a quantidade de mercadoria vendida em 2003 é inferior à de 2004? Que propriedade você usou? Um vendedor vendeu em março 25% mais do que no mês anterior. Quanto por cento elevendeu a menos em fevereiro, com relação a março? Que propriedade você usou? Se o preço de um produto aumentou 20% e a quantidade vendida também aumentou em 20%,qual o aumento percentual do faturamento da empresa com esse produto? Que propriedade você usou? Uma companhia de turismo espera, para o próximo verão, um aumento de 50% na procurade seus pacotes turísticos. Em quanto ela deverá aumentar seus preços se desejar dobrar seu faturamento? Se essa mesma companhia esperasse uma queda de 15% na procura de seus pacotes turísticos,em quanto ela deveria aumentar seus preços para manter inalterado seu faturamento? Se essa companhia vender, este ano, 25% a menos de seus pacotes turísticos do que vendeu noano passado, quantos por cento as vendas do ano passado serão maiores que as deste ano? Em 2004, o preço de um produto aumentou 12% com relação ao preço de 2003, enquanto aquantidade vendida no mesmo período diminuiu de 6%. Qual foi a variação percentual do valor do produto nesse período? Um veículo utilizando gasolina consegue andar, em média, 30% maisdo que utilizando álcool. Se o preço do álcool é 35% inferior ao da gasolina, para percorrer a mesma distância,qual o combustível mais econômico e em que porcentagem? Se o proprietário do veículo gasta em média R$100 mensais com gasolina, qual será seugasto mensal se trocar o veículo a gasolina por outro a álcool, supondo que percorrerá os mesmos trajetos sob as mesmas condições? Se um veículo a gasolina percorre uma distância 30% superior a outro da mesma marca quese utiliza de álcool, quanto espaço esse último anda menos do que o primeiro? Considere as seguintes épocas: 1998, 2000 e 2004. Em 1998, o preço de um bem foi 10% menordo que o preço do mesmo bem em 2000 e, em 2004, 20% superior ao de 2000. Qual será o aumento de preço em 2004 com base em 1998? Que propriedades você usou? Suponha que um índice de preços tenha tido as seguintes variações com relação ao ano imediatamente anterior: 1999: cresceu 9% 2000: cresceu 6% 2001: cresceu 8% Qual o aumento de preço de 2001 com relação a 1998? Que propriedades você usou? Uma funcionária tem um salário anual de R$10.000,00, mas é informada de que terá uma redução salarial de 10% em virtude da queda dos lucros da empresa. Entretanto, ela é informada de que terá um aumento de 10% no próximo ano. Ela aceita, acreditando que a situação não se afigura tão ruim, pois a redução inicial de 10% será compensada pelo aumento posterior de 10%. Qual será a renda anual da funcionária após a redução de 10%? No próximo ano, qual será a renda anual da funcionária após o aumento de 10%? A redução inicial de 10% seguida do aumento posterior de 10% restitui à funcionária arenda anual de R$10.000,00? Qual deverá ser o aumento adicional para que a funcionária volte a ter uma renda anualde R$10.000,00? Um dono de hotel informou que, em setembro, iria reduzir o preço das diárias de seu hotel em25%, em comparação com o mês anterior. Ele não disse, mas tal medida teve que ser tomada porque, em agosto, os hóspedes o denunciaram ao Procon (é que, aí, o dono do hotel tinha reajustado as diárias em 50%, em relação a julho). Determine os preços relativos das diárias em agosto e setembro, tomando julho como mês de referência. As lojas Pirani venderam, em novembro, 50 televisores Colorado, ao preço unitário de US$350,00. Em dezembro, os mesmos televisores eram vendidos a US$500,00 a unidade, razão pela qual só foram vendidas 30 unidades. Determine os índices de preço, quantidade e valor com base em novembro. Dada a tabela abaixo, determine os relativos de preço, quantidade e valor, tomando comodata-base: janeiro julho dezembro Mês Preço Quantidade Mês Preço Quantidade jan. 5.292 201 jul. 6.891 229 fev. 5.436 215 ago. 7.156 226 mer. 5.949 210 set. 7.616 228 abr. 6.411 219 out. 8.315 217 mai. 6.407 230 nov. 9.223 225 jun. 6.869 227 dez. 9.815 231 Considere os seguintes elos de relativo (ou índice mês/mês anterior): Anos 1995 1996 1997 1998 Índices 122 109 104 102 Calcule os índices com base em 1996 e 1994. Que propriedades você usou? O índice constante da tabela abaixo foi calculado com base móvel, isto é, são dados os elos derelativos: Anos 1998 1999 2000 2001 Índices 102 109 106 108 Calcule os índices com base em 2001, 1999 e 1997. Que propriedades você usou? A inflação acumulada até o mês de abril (inclusive) de determinado ano foi 24,73%. Em abril, a taxa de inflação foi de 5,7% sobre março. Se essa taxa se mantiver para os próximos 8 meses, qual será a taxa de inflação do ano? Dadas as variações mensais de um índice de preços, isto é, os elos de relativos, calcule: a variação acumulada até o mês de dezembro;(b) a taxa média mensal de variação. Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez % 2,0 3,2 -2,5 5,1 10,2 -5,8 -4,3 1,5 6,0 7,1 8,3 15,1 O valor do salário de um operário em janeiro de determinado ano é de R$482,00. Segundoas planilhas da empresa, haverá aumentos de 3%, 4,2% e 5% a cada trimestre (aumentos nos salários de abril, julho e outubro). Em dezembro, qual o valor do 13o salário deste operário? A tabela a seguir apresenta a evolução do IGP, no período de 1995 a 2004. Calcular a taxa devariação média anual do IGP no período. Ano 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 IGP-DI (ago/94=100) 117 131 141 146 163 185 205 232 285 312 Fonte: www.ipeadata.gov.br A tabela abaixo refere-se à produção brasileira de laminados de aço, em milhares de toneladas, no período de 1995 a 2000. Calcule os relativos de quantidade para o período considerado, tomando 2000 como base. Anos 1995 1996 1997 1998 1999 2000 Produção de laminados (1000t) 15889 16733 17452 16336 16810 18202 Fonte: www.ipeadata.gov.br (IBS/IE) A quantidade relativa de certo produto no ano de 2000, referida ao de 1991, é igual a 105,enquanto que a de 2000, referida a 1995, é 140. Determine a quantidade relativa de 1995, tomando como base o ano de 1991. Sejam os seguintes elos de relativos de preços no período de 2000 a 2004: 105, 103, 108, 110 e104. Determinar o preço relativo de 2002, tomando por base o ano de 1999. Encadear os elos relativos, tomando por base o ano de 2000. Qual a interpretação do valor obtido para o ano de 2004? Seção 1.5 Dados os preços de cinco produtos, determinar o índice de preço usando o método agregativosimples (Bradstreet) e tomando o ano de 2000 como base. Bens Preços 2000 2001 2002 A 17,00 26,01 27,52 B 19,36 41,88 29,99 C 15,18 15,81 14,46 D 99,32 101,26 96,17 E 12,15 13,49 11,40 Com os dados do problema anterior, determine os índices de preço, com base em 2000, usandoos métodos das médias aritmética, geométrica e harmônica simples. Dadas as tabelas abaixo, calcular os índices agregativos, com base em T0, baseados nas médias aritmética, geométrica e harmônica. (a) Produtos Unidade T0 T1 Preço Quantidade Preço Quantidade carnes kg 155,70 2,0 191,50 1,3 frutas un. 15,00 4,0 20,00 5,0 azeite lata 122,25 1,0 170,00 1,0 bebidas gr. 42,00 6,0 50,00 10,0 limpeza vd. 35,00 2,0 40,60 1,0 legumes bc. 10,00 2,0 10,00 3,0 ovos dz. 46,00 1,0 66,40 2,0 amendoim sc. 30,00 1,0 35,00 1,0 sal kg 25,00 1,0 28,00 1,0 un.=unidade; vd=vidro; gr.=garrafa; bc=bacia; sc.=saco (b) Produtos Unidade t = 0 t = 1 Preço Quantidade Preço Quantidade leite lt. 36,00 2 42,00 3 pão un. 6,00 3 8,00 5 café g. 76,00 500 92,00 500 açucar kg 19,00 2 25,00 1 Verifique se os índices baseados nas médias artimética, geométrica e harmônica simples satisfazem o critério da decomposição das causas. Usando o fato de que podemos escrever mostre que os índices de preço baseados nas médias artimética e harmônica podem ser escritos como: Dê uma interpretação para os termos, lembrando que valor = preço × quantidade. Usando esse fato, interprete o significado de cada um dos índices de preço. Resolva o exercício anterior, trabalhando agora com índices de quantidade. Suponha que um índice de preços, comparando os preços entre o instante base t = 0 e um instante posterior t = 1, e baseado na média artimética simples, tenha sido calculado com base em n produtos. Suponha que se queira acrescentar um novo produto. Mostre como obter o novo índice. Resolva o problema anterior, trabalhando agora com o índice baseado na média geométricasimples. Seções 1.6 e 1.7 Considere os dados da tabela abaixo. Produto Unidade t = 0 t = 1 t = 2 Preço Quant. Preço Quant. Preço Quant. batata kg 65,00
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