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Anotações sobre Atos Unilaterais

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Atos unilaterais:
Promessa de Recompensa
Gestão de Negócio
Pagamento Indevido
Enriquecimento sem causa
Segundo a autora Maria Helena Diniz: Os atos unilaterais “é uma declaração unilateral de vontade, ou seja, é uma das fontes das obrigações resultantes da vontade de uma só pessoa, que é formada a partir do instante em que o agente se manifesta com intenção de se obrigar, independentemente da existência ou não de uma relação creditória, que poderá surgir depois. Não haverá liberdade para se estabelecerem obrigações, que só se constituirão nos casos preordenados em lei. As obrigações nascem da declaração unilateral da vontade manifestada em circunstancias tidas pela lei como idôneas para determinar sua imediata constituição e exigibilidade, desde que o declarante a emita com intenção de obrigar-se, e desde que chegue ao conhecimento da pessoa a quem se dirige, e seja esta determinada ou pelo menos determinável.”
Promessa de recompensa:
Todo aquele que publicamente se comprometer a gratificar quem desempenhar certo serviço, contrai obrigação de fazer o que foi prometido (art. 854, ex: recompensa para quem encontrar um cachorro perdido, para quem denunciar um criminoso, para quem descobrir a cura do câncer, etc). O promitente tem que ter capacidade (art. 104, I). A promessa exige publicidade (ex: imprensa, carro de som, panfletos, cartazes). A promessa é feita a qualquer pessoa, ou a determinando grupo social, pois se feita à pessoa certa não é ato unilateral, mas contrato de prestação de serviço (ex: pago cem a Seu Antonio para procurar meu gatinho fujão, neste caso não é ato unilateral mas bilateral). 
Se mais de uma pessoa fizer o serviço, com quem fica a recompensa: art. 857 e 858.
Requisitos: 1° Capacidade do promitente; quem emite a declaração de vontade deve ser um agente capaz. (art. 104, I). 2° Licitude e possibilidade do objeto no serviço pedido ou das condições estipuladas. 3º Publicidade da promessa; o promitente pode escolher qual o melhor tipo de publicidade que lhe convém, desde que ela aconteça, pois sendo o credor incerto é indispensável ser levada ao conhecimento do publico.
Efeitos: Os efeitos da promessa de recompensa se dão no instante em que o promitente realiza a promessa de oferta ao publico. A partir dai o credor que satisfazer ou realizar as condições exigidas terá o direito a recompensa, art. 855. Mas é possível a revogabilidade da promessa pelo promitente, desde que pelos mesmos meios de publicidade utilizada na oferta e antes dos serviços prestados ou preenchida as condições. Se houver fixado prazo à execução da tarefa entender-se-á que renunciou o arbítrio de retirar, durante ele, a oferta, art. 856. Com a revogabilidade da oferta o promitente se isenta de qualquer responsabilidade ou pretensões de indenizações por quem tenha efetuado a tarefa, contudo, a obrigatoriedade da oferta se estende aos herdeiros se o promitente falecer ou se tornar incapaz, cabendo a estes revoga-la por meios públicos se lhes for conveniente. Caso haja pluralidades de credores na concorrência da recompensa, o primeiro que executar a tarefa será recompensado, art. 857, ou sendo a execução simultânea, cada credor terá direito a sua quota parte igual na recompensa, mas, sendo esta indivisível, a sorte decidirá o premiado, art. 858.
Nessa escala geral o instituto preconiza ainda a promessa de recompensa mediante concurso (arts. 859 e 860 do CCB/02), uma espécie de promessa publica de recompensa, os interessados competem com intuído de realizarem a prestação da obrigação mediante concurso, ou seja, certame em que o promitente oferece um prêmio á aquele, dentre vários outros, que apresente o melhor resultado; o promitente deverá, obrigatoriamente, fixar prazo de vigência, sobrevindo à irrevogabilidade da promessa.
Gestão de negócio.
É a atuação de uma pessoa que, espontaneamente e sem mandato, administra negócio alheio, presumindo o interesse do próximo (art. 861, ex: é gestor de negócio alheio o morador de um edifício que arromba a porta do vizinho para fechar torneira que ficou aberta enquanto o vizinho saiu em viagem; então o gestor fecha a torneira, enxuga o apartamento, manda secar os tapetes e troca a fechadura arrombada, devendo o vizinho indenizá-lo pelas despesas, art. 869). O gestor não tem autorização e nem obrigação de agir, mas deve fazê-lo por solidariedade, garantindo a lei o reembolso das despesas feitas. 
O gestor age de improviso numa emergência por puro altruísmo (art. 866), sendo equiparado a um mandatário sem procuração (art. 873). Trata-se de conduta unilateral do gestor com reflexos no patrimônio do dono do negócio (no exemplo, o vizinho). 
É unilateral, pois o gestor age sem combinar com o dono do negócio, não havendo o acordo de vontades (consenso) que caracteriza os contratos. A gestão é gratuita (= altruísmo), mas o gestor pode ser processado caso não exerça bem sua tarefa (arts. 862 e 863).
Requisitos: 1º ausência de acordo ou obrigação legal a respeito do negócio gerido, uma vez que o instituto caracteriza-se por voluntariedade, interferência espontânea no negócio alheio. 2º inexistência de proibição ou oposição do dono, pois a gerencia do negócio pelo gestor é presumida conforme a vontade do dono, respondendo o gestor até por casos fortuitos, conforme art. 862. 3º Vontade do gestor em gerir negócio alheio, não tendo a intenção de pura liberalidade entre as partes. 4º Necessidade de gerir, pois a intervenção de terceiro em negócio alheio deve ser uma necessidade e não mera utilidade, o art. 869 do CCB/2002 refere-se à utilidade da intervenção provocada por uma necessidade patente, cuja atividade deverá ser útil ao dono do negócio, proveitosa e de seu interesse, devendo o gestor realizar o que o dono faria se não estivesse ausente. 5º Licitude e fungibilidade do objeto de negócios, não contrário a lei e suscetível de realização por um terceiro. 6º Atos de natureza patrimonial, uma vez que os atos do gestor não de mera administração.
Efeitos: Artigos – 861, do 864 ao 868, e 872, 870, 875. 
Pagamento indevido:
Ocorre pagamento indevido quando o devedor paga a alguém que não é o credor, ou seja, o accipiens(credor) não é o credor, e o devedor agiu por engano. Quem recebe pagamento indevido enriquece sem causa (ex: A deve a José da Silva, mas paga a outro José da Silva, homônimo do verdadeiro credor; A efetuou pagamento indevido e vai ter que pagar de novo ao verdadeiro credor, pois quem paga mal paga duas vezes; A obviamente vai exigir o dinheiro de volta do outro José da Silva que enriqueceu sem causa, mas o verdadeiro credor não precisa esperar, ele não tem nada a ver com isso).
Há dois efeitos no pagamento indevido: 
 aquele que enriqueceu sem causa fica obrigado a devolver o indevidamente auferido, não só por uma questão moral (= direito natural), mas também por uma questão de ordem civil ( arts. 876, 884). O objetivo dessa devolução é reequilibrar os patrimônios do devedor e do falso credor, alterados sem fundamento jurídico, sem causa justa.
se o falso credor não quiser voluntariamente devolver o pagamento, surge o segundo efeito que é o direito do devedor de propor ação de repetição do indébito contra tal accipiens. Então a ação é para o falso credor devolver aquilo que não lhe era devido. Art. 206, § 3º, IV. 
Também se aplicam as regras do pagamento indevido quando se paga mais do que se deve. Porém não cabe a repetição quando o “solvens”(devedor) agiu por liberalidade (ex: doação, art. 877) ou em cumprimento de obrigação natural (ex: gorjeta, dívida de jogo, dívida prescrita art. 882 e art. 814) ou quando o “solvens” deu alguma coisa para obter fim ilícito, afinal ninguém pode se beneficiar da própria torpeza (Como por exemplo, contratar um pistoleiro errado para cometer um homicídio, não cabe devolução, art. 883).
- “Accipiens” de boa e de má fé: art. 878, art. 1214, art. 1217. 
- Recebimento indevido de imóvel: art. 879.
- Pagamento indevido sem direito a repetição: art: 880, 882, 883.
Enriquecimento sem causa: 
Enriquecersem causa é enriquecer repentinamente sem motivo justo, sem trabalhar, sem herdar. Uma das hipóteses de enriquecimento sem causa é através do pagamento indevido: art. 885.
O sistema jurídico não admite, assim, que alguém obtenha um proveito econômico ás custas de outrem, sem que esse proveito decorra de uma causa juridicamente reconhecida. A causa para todo e qualquer enriquecimento não só deve existir originariamente, como também deve subsistir, já que o desaparecimento superveniente da causa do enriquecimento de uma pessoa, ás custas de outra também repugna o sistema art. 885. 
Gestão de negócio.
Com base no art. 871, pode sim.
Sim. Sim, com base no art. 1318.

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