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Atualidade_Mediatica_-_Compos_2009_revisado_2

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Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação 
 
 
www.compos.org.br 1 
 
 
 
A Atualidade Mediática: 1 
o conceito e suas dimensões 
 
Luiz C. Martino2 
 
 
 
Resumo: O conceito de atualidade tem sido empregado desde a origem dos estudos 
de comunicação. Este artigo revisa algumas fontes e principais acepções do termo. 
Discute criticamente a redução dessa noção à demanda de informação, enquanto 
uma qualidade intrínseca ao ser humano (curiosidade, sede de conhecimento), bem 
como a fatores estritamente de ordem da produção da notícia (atualidade 
jornalística). Propõe o conceito de atualidade mediática, entendida como um 
produto da atividade dos meios de comunicação em consonância com a 
organização social da sociedade complexa. Discute sua relação com o 
acontecimento e sua relação com a mediação tecnológica, destacando o papel 
estruturante dos meios de comunicação na produção do acontecimento social. 
Como conclusão indica as diferentes dimensões em que se desdobra o conceito 
(organização social, cultura, história, representação coletiva, tecnologia) e discute 
seu valor epistemológico para os estudos de comunicação como objeto desta 
disciplina. 
 
Palavras-Chave: Atualidade mediática, epistemologia da comunicação, objeto de 
estudo da comunicação. 
 
 
 
1. Introdução 
 
A noção de atualidade não é nova, conta com uma história de cerca de três séculos. 
Segundo o prof. Wilmont Haacke, “pouco antes de 1700 já se formulava a experiência de 
atualidade” (p.180) e autores como Tobias Peucer (1690) e Caspar von Stieler (1695) já 
destacavam as funções das notícias e o papel do jornalismo na sociedade. Nas palavras desse 
último: 
Nós, pessoas honradas, que vivemos agora no mundo, devemos também 
compreender o mundo de agora... se quisermos ser sábios. Mas aquele que 
quer ser sábio e chegar a sê-lo – qualquer que seja a classe social em que 
viva, seja a do comércio, seja a da burguesia –, então deve conhecer os 
jornais, deve lê-los sempre, tê-los em conta, recordar o que dizem e saber 
como se servir deles (apud Haacke, p.180). 
 
 
1
 Versão revisada (novembro de 2012) do trabalho apresentado no Grupo de Trabalho “Epistemologia da 
Comunicação”, do XVIII Encontro da Compós, na PUC-MG, Belo Horizonte-MG, em junho de 2009. 
2
 Professor da Universidade de Brasília, pesquisador do CNPq, martino@unb.br. 
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Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação 
 
 
www.compos.org.br 2 
Sabedoria e jornais começavam a ser associados à compreensão do mundo e ao 
conhecimento da realidade. Evidentemente, isto não significa produzir filósofos, no sentido 
acadêmico; tampouco cientistas. Não se trata de um apelo à educação de massa, ou a 
qualquer conversão do homem comum. Embora tenha repercussões importantes sobre estas 
duas esferas do conhecimento acadêmico (ver MARTINO, 2003), o conhecimento em jogo é de 
outra ordem, refere-se ao mundo imediato e a como se orientar nele. Portanto, diz respeito ao 
homem comum, ou seja, a todos nós, que vivemos em sociedade e precisamos de 
informações para desempenhar nossos papéis sociais. Informações que se encontram 
fortemente identificadas ao produto dos jornais (no entanto, sem reduzir-se a eles, como 
veremos mais adiante ao tratar a atualidade mediática como cultura do presente). 
Não obstante o reconhecimento de sua importância, a noção de atualidade não tem 
gerado muita polêmica e sua definição gira em torno de noções como as de: tempo presente, 
informação, novidade e notícia. Creio que as razões disso se devem a certa insistência e 
mesmo redução do termo à atividade jornalística; e de outra parte, à idéia, bastante difundida 
entre os teóricos, de que o fluxo de informações jornalísticas tem por base a curiosidade 
humana (avidez por notícias). 
Aqui, como em outros pontos relevantes para a fundamentação do saber 
comunicacional, certas evidências superficiais, assim como uma tentadora facilidade de 
compreender os fenômenos a partir de uma compreensão banal (senso comum) geram 
certezas aparentes (como, por exemplo, “o homem sempre comunicou” ou o homem é um ser 
curioso), que acabam se constituindo em verdadeiros obstáculos epistemológicos. 
 
 
2. A demanda de Informação 
 
Não obstante o fato de que importantes teóricos da atualidade tenham focado a 
curiosidade humana como o impulso que leva as pessoas a buscarem informação, tal 
formulação se revela pouco adequada para entender a atualidade. Segundo Haacke, 
Todos os homens estão providos de qualidades inatas, indispensáveis para sua 
conservação. Uma destas características é a curiosidade. Quem tem que cuidar de 
uma comunidade tem que recolher notícias, a cujo conteúdo deve conformar seu 
comportamento, deste modo a protege a ela e a si mesmo. Estar bem inteirado dos 
últimos acontecimentos pode ter um efeito decisivo sobre o que esta por vir (p.170). 
 
O autor não se refere apenas aos profissionais da notícia, mas aos indivíduos em 
geral. “Para que o homem não perca seu caminho neste labirinto do atual, ele foi dotado com 
o dom da curiosidade” (p. 171). Trata-se de uma qualidade necessária à existência, pois é 
através da curiosidade que o indivíduo percebe a atualidade, de modo que sua ausência nos 
deixaria “inertes frente aos golpes da fatalidade, sem proteção em seu presente, nesse ‘espaço 
do destino’, segundo denomina Hans Freyer” (p. 171). 
Ángel Benito, professor da Universidade Complutense de Madrid, seguindo Haacke, 
evoca esta mesma curiosidade para marcar a competência do profissional da notícia, que 
recolhe e transmite a informação. Mesmo aqueles que chegam a esboçar uma crítica, como 
Mittechel Stephens, restam ambíguos: 
Os sociólogos Harvey Molotch e Marilyn Lester atribuem o interesse em notícias a 
uma ‘necessidade invariável de relatos acerca de coisas desconhecidas’. Os 
humanóides em que nossos genes se desenvolveram, devem ter sobrevivido 
parcialmente porque eram curiosos em relação ao ‘desconhecido’, com suas 
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ameaças potenciais e suas potenciais recompensas. Nosso interesse compulsivo 
pelos acontecimentos na aldeia ao lado pode ter surgido dessa curiosidade 
instrumental, mas se transformou numa necessidade generalizada de permanecer 
consciente (p. 46-47). 
 
Stephens transfere para a necessidade de “estar-se consciente” o estímulo que 
impulsiona as pessoas às notícias, mas entende está última como “sede de conhecimento” 
(idem), um termo próximo, senão sinônimo de curiosidade (Haacke também destaca a “ânsia 
do conhecimento”). Se neste contexto curiosidade significa a atitude de um ente que se 
orienta a partir de informações extraídas de seu ambiente, então o ser humano não é muito 
diferente de inúmeros outros entes que possuem consciência. Mesmo máquinas auto-
reguláveis são capazes de ajustarem seu comportamento às modificações do ambiente. 
Contudo, o conceito de atualidade não se aplica à Biologia, nem a sistemas artificiais, como 
aqueles estudados pela Cibernética. Afinal de contas, todo ser consciente, por definição, é um 
ser “informado”, construído dinamicamente pelas informações que retira de seu ambiente e as 
representações que produz. 
Sem dúvida o conceito de curiosidade pode ser interessante para expressar o impulso ou a 
motivação que conduz o indivíduoa buscar informação, mas deixa muitas lacunas e não traz 
nenhuma precisão sobre a natureza do processo em jogo. Ao invés dessa observação 
genérica, acredito que seria de mais proveito observar que a curiosidade invocada não é 
qualquer curiosidade, mas aquela que se aplica à vida social. De outra parte, sabemos que há 
muitos tipos de informação: lendas, boatos, conhecimento científico, filosófico, técnico, as 
diversas formas de arte, inclusive a literatura. Genericamente falando, todos eles são 
informações, contudo, o tipo que nos interessa é a notícia, uma forma histórica, que se 
expressa como um tipo de conhecimento da vida social. É esta relação entre uma forma de 
sociedade e um certo tipo de informação que nos interessa. O conceito de atualidade articula 
estas duas instâncias, ele designa a arquitetura da informação ou o sistema de comunicação 
próprio à sociedade complexa, na qual o indivíduo necessita orientar-se em múltiplas 
dimensões e para além de seu ambiente imediato. Por isso de nada nos servem as tentativas 
de explicar a atualidade por uma demanda inata ao homem e fazer das tecnologias da 
comunicação um simples meio para satisfazê-la. É preciso ter-se em conta a especificidade 
tanto da informação quanto do ambiente em questão. 
O duplo movimento de naturalização – da informação e das funções das tecnologias 
de comunicação –, além de ser inexato, embota o problema da atualidade, esconde sua 
dimensão histórica: “os homens sempre se interessaram por notícias”; “as notícias sempre 
existiram e os meios de comunicação evoluem no sentido de fazer isto melhor e mais rápido”. 
Nada mais simples, mas nada tão superficial. É preciso entender e contextualizar esta 
demanda no quadro sócio-histórico equivalente à própria historicidade dessa forma particular 
de informação que é a notícia. A desnaturalização da “curiosidade”, ou da “sede por 
informações”, equivale a entender que não são apenas os recursos dos meios de comunicação 
que se encontram em mudança, o próprio sentido da tecnologia, bem como a função que os 
meios encontram nas sociedades concretas possuem sua historicidade. 
Naturalizar a informação ou sua demanda se encontra em franco desacordo com os 
dados históricos. Do lado da informação, os historiados do jornalismo têm destacado o 
percurso, que nos leva do jornalismo antigo para o moderno, ao longo do qual a notícia é 
construída e assume seu lugar na atividade jornalística. A presença de notícias não constituía 
a tônica dos jornais anteriores ao século XIX. Lembremos também que as técnicas 
jornalísticas não nasceram prontas e acabadas. Reportagens, entrevistas, cobertura de 
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acontecimentos, narrativa... foram sendo desenvolvidas pouco a pouco e caracterizam o 
jornalismo moderno (por exemplo, EMERY, 1965). 
Do lado da demanda, as explicações que evocam qualidades inatas (curiosidade, sede 
de saber) chegam a ser desconcertantes. A atualidade mediática está intimamente ligada ao 
processo de emergência da sociedade complexa. A Revolução Industrial, a instituição do 
regime democrático, a economia de mercado, a formação da cultura de massa e tantos outros 
traços característicos desse tipo de sociedade coincidem com o limiar de aparecimento do 
jornalismo moderno e da cultura de massa na segunda metade do século XIX. Sociedades 
anteriores podem ter se servido de tecnologias de comunicação, mas quase sempre este uso 
esteve voltado para informações administrativas ou comerciais – como atestam os primeiros 
usos da escrita na Antiguidade ou na Idade Média (Renouard, 1961) – e mesmo outros usos, 
como a geração de informações acerca de deslocamentos de grupos hostis ou catástrofes 
naturais, mas não para representar e sondar a vida social. Não serviam de apoio à ação 
individual, mas a funções pontuais do Estado e da religião. O que caracteriza a notícia, não é, 
portanto, exclusivamente de ordem da informação. Ela emerge em um mundo unificado pelos 
impérios, pelo comércio, pela cultura... ela ganha seu sentido pleno como um tipo de 
conhecimento correlato ao da complexificação da sociedade e seu corolário, a autonomia do 
indivíduo. 
Por conseguinte, em consonância com a natureza da notícia, a necessidade de 
informar-se diz respeito ao ambiente social e não a um meio ambiente natural. A informação 
em questão é aquela relativa a um mundo globalizado (unificado, universalizado) e às 
demandas do indivíduo moderno, tornado relativamente autônomo em relação ao coletivo 
como exigência do processo mesmo de constituição da sociedade complexa. Neste tipo de 
organização social a integração do indivíduo à sociedade requer atividade, iniciativa, nos 
mais diversos âmbitos de sua existência social. Todos os papéis sociais são relações que o 
indivíduo estabelece com outros, a informação do ambiente social nada mais é que a 
contrapartida necessária desta ação, que caracteriza o indivíduo moderno. Enquanto 
informação, a atualidade mediática corresponde aos dados e representações necessários à 
redução da complexidade, de modo a viabilizar a existência em um ambiente 
multidimensional e complexo, exigindo a intervenção individual em muitos planos de ação, 
decorrentes de uma existência desdobrada pelos papéis sociais. 
Todas as informações constantes nos jornais e revistas, nas rádios e telejornais, 
fornecem subsídios ao indivíduo enquanto agente social: emprego e negócios, para o agente 
econômico; notícias políticas para o cidadão e eleitor (agente político); shows, programação 
de cinema, exposições, restaurantes e esporte, para o lazer e a cultura (agente cultural). A 
informação mediática, da qual a notícia é uma parte importante, mas não sua totalidade (é 
preciso incluir todos os produtos da indústria cultural), é o correlato da ação, é a contrapartida 
da necessidade do indivíduo se orientar em um ambiente complexo, como o da cultura 
contemporânea e da sociedade complexa. Ela viabiliza a administração de si, num mundo 
onde os papéis sociais se multiplicaram e o indivíduo ganhou uma relativa autonomia em 
relação ao coletivo. 
Do lado da tecnologia, não foi diferente. Tomados como “algo que serve para 
comunicar”, os meios de comunicação, foram naturalizados, eles teriam guardado sempre a 
mesma função, o que impede de ver aquilo que realmente interessa, suas diferentes funções 
sociais segundo o tipo de sociedade. É preciso urgentemente resgatar esta dimensão histórica 
dos meios de comunicação (ver MARTINO, 2006). Se as comunidades primitivas conheciam 
tecnologias da comunicação, nunca chegaram a realmente integrá-las como instrumentos para 
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a organização social. Um esboço disto somente começaria a aparecer com o surgimento da 
escrita. A utilização desta, como vimos acima, esteve restrita a funções pontuais do Estado e 
da religião e apenas indiretamente repercute sobre a organização de sociedades de tipo 
tradicional. Aliás, como indicadopor sua designação, estas sociedades continuam tendo por 
referência a tradição. Apenas as sociedades complexas integraram os meios de comunicação 
em sua organização social. O que fica claro quando os indivíduos passam a servir dos meios 
de comunicação para ter uma representação do social e sondar este social, reduzindo sua 
complexidade. 
Então, ao contrário do que pensam alguns de nossos melhores teóricos do assunto, a 
atualidade não pode ser reduzida a uma faculdade intrínseca à natureza humana. Pelo menos 
não podemos fazer isso sem perdemos o sentido histórico da atualidade mediática, 
esvaziando este conceito ao entendê-lo como correlato de uma curiosidade natural. Neste 
caso, toda a singularidade do jornalismo moderno e da estrutura de informação e de 
comunicação contemporâneas ficariam por conta dos avanços tecnológicos. Em outros 
termos, seria difícil escapar do determinismo tecnológico, superestimando o poder dos meios 
de comunicação. Na verdade, em sua primeira relação ao tempo, a atualidade mediática se 
expressa como um período ou uma singularidade histórica, caracterizados pelo forte vínculo 
entre que se estabelece entre a organização social e os meios de comunicação. 
Particularmente na produção do acontecimento mediático como matriz social. 
 
 
2. Atualidade e Acontecimento 
 
O conceito de atualidade mediática que adotamos aqui deve ser distinguido de alguns 
outros encontrados na literatura específica. Principalmente em relação a aquele de atualidade 
jornalística, que é, de longe, o sentido mais empregado. Embora Haacke assim como Benito 
se esforcem em apresentar uma variedade de usos, repertoriando o termo entre os filósofos ou 
em diferentes campos das ciências humanas, a verdade é que, até então, o termo atualidade 
não chega a ter muita importância fora da questão do jornalismo. 
Segundo Benito, “o conceito de Atualidade jornalística faz referência à essência da 
missão informativa: comunicar as novidades mais recentes (...)”. Mas não vemos razão para 
limitar a noção de atualidade à produção e circulação da notícia. A atualidade não se resume 
a notícias, embora tenha uma relação visceral com esta. Ela é o produto da atividade 
mediática como um todo; antes de mais nada, ela se expressa como uma dimensão virtual, 
que interliga e unifica as existências individuais. Como tal, ela abrange os produtos da 
indústria cultural e da cultura em geral, na medida em que são mediatizados ou que fornecem 
a matéria para a atualidade. Objetos artísticos, peças de teatro, obras literárias, filmes, 
músicas, peças publicitárias, etc. povoam e fornecem os conteúdos para a atualidade. O 
importante não é exatamente a natureza desses produtos ou sua qualidade intrínseca. Tais 
como os fatos jornalísticos, eles valem por seu potencial de mediação, pela capacidade de 
concentrarem a atenção coletiva e tornarem-se matrizes sociais. 
Enquanto tal, a atualidade guarda uma relação muito direta com a produção e difusão 
do acontecimento social. O artigo de Haacke fornece um amplo e valioso panorama das 
idéias sobre a atualidade, muitas das quais diretamente relacionadas ao acontecimento. Neste 
trabalho singular ele se concentra na apresentação e crítica de vários autores de língua alemã, 
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compreendidos entre 1900 e 1945, período que, segundo ele, a noção deixa de ser simples 
referência e passa a ter um tratamento mais sistemático. 
Entre estes autores destaca-se Paul FECHTER (Poesia e Jornalismo, 1924), para quem 
o jornalismo é um processo de “socialização continuada e crescente” (p. 187). Ao transformar 
o acontecimento em informação, ele se torna “um fator da união e incorporação do indivíduo 
na grande marcha da generalidade que mostra a vida e a existência de todos nós” 
(p. 187). Walter Hagemann (Princípios de Publicística, 1947) se interessou pela forma como 
os respectivos meios de comunicação trabalham o espaço e o tempo até atingirem a 
simultaneidade completa do acontecimento e sua recepção pelo público. Ele também propõe 
a diferença entre atualidade primária e secundária para marcar a diferença entre o 
acontecimento em si mesmo e o acontecimento mediatizado. O que torna possível admitir 
que, não somente os acontecimentos presentes, mas também passado e futuro possam se 
tornar atual. Esta afirmação está de acordo com as idéias de Demetrius GUSTI (Os Conceitos 
de Fundamentais do Direito de Imprensa, 1909), para quem a noção de atualidade não 
expressa os acontecimentos em si mesmos, mas o interesse que temos neles. Por conseguinte, 
“a atualidade só pode existir na consciência” (p.187), ou como forma da consciência e não no 
mundo enquanto tal. Não são fatos naturais, mas fatos sociais, construções coletivas. Para 
Erich EVERTH (A Opinião Pública na Política Exterior, 1931), a noção de atualidade 
expressa uma dinâmica dos acontecimentos que ultrapassa um recorte temporal, não estando 
presa ao presente ou aos acontecimentos diários. Ernst Herbert Lehmann (Manual da Ciência 
do Jornalismo, 1940) completa este raciocínio ao sustentar que o lapso entre o acontecimento 
e sua divulgação tem apenas valor relativo, já que os acontecimentos, enquanto tais, não 
configuram a atualidade; é o interesse que lhes devotamos que os fazem atuais. 
Enfim, o próprio Haacke também está entre aqueles que enfatizam a atualidade não é 
sinônimo de presente ou de acontecimento: 
Que é, pois, o que se entende por atualidade? Ocorre um acontecimento. 
Informa-se sobre ele. A informação é acolhida. Ela modifica o estado do 
“eu” que a compreende, bem como do grupo que a recebe e das multidões 
influenciadas por ela. Desta maneira modifica o acontecimento, fazendo-o 
passar, graças ao meio transportador – os meios de comunicação de massa 
–, em lugares concretos, mas em um tempo indeterminado, aos homens e a 
sua existência no mundo (Haacke, 1969: 187). 
 
O conjunto das afirmações acima converge no sentido de que o problema da 
atualidade deve ser situado como uma relação particular da dinâmica dos acontecimentos, 
sem reduzi-los ao tempo presente ou aos acontecimentos do mundo. A relação entre 
atualidade é, portanto, bastante estreita. Robert Park, em artigo de 1940, já havia chamado a 
atenção para a notícia como uma forma de conhecimento e para as funções que desempenha 
na sociedade. No entanto, coube a outro acadêmico estadunidense, o historiador Daniel 
Boorstin, introduzir o conceito de pseudo-acontecimento, o qual nos levaria a aprofundar a 
relação entre acontecimento e atualidade mediática. 
Logo de saída, o problema da atualidade não fica restrito à atividade jornalística e se 
estende a toda atividade cultural. A indústria da fantasia, tida como da mais alta importância, 
sem que isso impeça a crítica radical que o autor lhe reserva. Sobretudo do lado da demanda3 
 
3
 Boorstin não faz uma análise mais acurada da demanda de informação e pode inscrever-se no rol dos que a 
naturalizam. Seu tratamento é retórico e moralístico, assumindo o tom de uma crítica da sociedade 
estadunidense. Ela simplesmente representa a pressão dos indivíduos por mais notícias e que leva à produção 
dos pseudo-acontecimentos. 
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de informação e de cultura. Sem fazer uma análise sobre sua gênese, Boorstin propõe uma 
avaliação da desmesura dessa demanda, que força uma grande produção de conteúdos, 
alterando radicalmente o sentido destes. Os jornais não podem mais se limitar a recolher e 
espelhar os acontecimentos do mundo, faz-se necessário sua fabricação para atender a avidez 
do público. Daí a emergência do conceito de pseudo-acontecimento, que permite ao autor 
desenvolver a análise da dinâmica do acontecimento e sua difusão. 
Vejamos dois exemplos propostos pelo autor. No primeiro, com o qual exemplifica e 
tipifica o conceito de pseudo-acontecimento, Boorstin analisa a necessidade de um hotel de 
se promover. Entre as opções estão uma reforma ou um novo chefe de cozinha. Mas 
aconselhado por um expert, o hotel promove uma grande festa de aniversário4. O importante 
é que esta festa é inteiramente organizada tendo por único princípio e objetivo a difusão pelos 
meios de comunicação e a conseqüente publicidade do hotel, de modo que a difusão é a razão 
de ser e a medida do sucesso de um pseudo-acontecimento. 
Em outra passagem menos detalhada o autor cita o famoso caso do aviador Lindbergh 
e sua travessia do Atlântico Norte, saudada pela imprensa da época como a primeira travessia 
em avião. Não obstante o fato disto não ser correto, a façanha de Lindbergh foi intensamente 
vivida pelas pessoas dos dois continentes. Na verdade ela não tinha sido a primeira travessia, 
dois aviadores ingleses já haviam cruzado o Atlântico oito anos antes. O problema é que os 
meios de comunicação não divulgaram o acontecimento. E isto muda tudo, como mostra 
claramente este celebre episódio. 
 
Boorstin não se dá conta da diferença dos dois casos. O exemplo do hotel faz do 
pseudo-acontecimento uma estratégia. Evoca uma intencionalidade (no caso, uma 
intencionalidade comercial, mas que facilmente poderia ser de outra esfera, como a 
intencionalidade política, por exemplo), que diz respeito a uma ação voltada para a inserção 
de determinado objeto (hotel) na dimensão da atualidade (entendida como um valor, prestígio 
e convertível em dinheiro). Já no exemplo do caso Lindbergh não há, propriamente falando, 
uma intencionalidade. Esta é substituída por uma dialética entre imprensa e público, de modo 
que se estabelece um processo em espiral, com níveis crescentes de implicação recíproca 
entre a difusão e a demanda de informação. 
Esta distinção tem um importante alcance epistemológico. Se o primeiro exemplo 
extrapola o campo comunicacional, colocando em jogo interesses inerentes à publicidade 
(comércio, política, ideologia...), no segundo, o conceito de pseudo-acontecimento coloca um 
problema estritamente comunicacional, que não pode ser reduzido à economia ou à política. 
Trata-se de uma autonomia do fenômeno comunicacional, com princípios próprios à 
mediação. No primeiro caso, a comunicação é uma ciência aplicada, no segundo um saber 
autônomo, que tem um objeto singular e relevante, condições necessárias e suficientes para 
formar um domínio de estudo especializado. Contudo, o passo decisivo é dado por Pierre 
Nora, em seu famoso artigo O Acontecimento Monstro (1972), ao identificar o social com o 
mediático: só temos acontecimentos sociais se forem mediatizados. A adoção, 
aprofundamento e desenvolvimento deste ponto de vista permitem caracterizar, a nosso ver, a 
especificidade dos trabalhos em comunicação, pois coloca a mediação tecnológica, tal como 
realizada pelos meios de comunicação, como condição e expressão do social. A atualidade 
mediática, conseqüentemente, assume o valor de objeto de estudo para uma nova disciplina 
que trará uma outra perspectiva sobre o social, diferente daquela da sociologia. 
 
4
 O exemplo de Boorstin é retirado de Edward L. Bernays no seu manual "Como cristalizar a Opinião Pública" 
(1923). 
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Curiosamente, Pierre Nora não reconhece a contribuição de Boorstin, a qual critica 
por empregar o prefixo pseudo. Na verdade, a noção de pseudo-acontecimento se refere ao 
papel fundamental da mediação para a constituição do acontecimento. Se ultrapassarmos as 
diferenças e contradições dos exemplos de Boorstin podemos ver que o acontecimento 
mediático se constitui pelo primado da mediação técnica. Esta se torna a razão de ser ou o 
princípio que estrutura, dá sentido e valor ao acontecimento. A mediação tecnológica 
atravessa e enquadra a realização do acontecimento, que por isso pode ser chamado de 
acontecimento mediático, não somente porque é veiculado, mas inteiramente organizado pela 
mediação tecnológica. Para me expressar em linguagem aristotélica, esta se torna a causa 
eficiente, formal e final do acontecimento. E numa esfera mais polêmica e ambígua, também 
a causa material, no sentido que o acontecimento não existe fora de suas condições materiais 
de circulação (meios de comunicação, infra-estrutura tecnológica). 
Notemos que o valor inerente à atualidade, isto é, a visisbilidade, a notoriedade, o 
status e o reconhecimento social, também são decorrentes da veiculação e a concentração de 
atenção social proporcionada pela mediação tecnológica. O mesmo pode ser dito em relação 
à questão da dimensão do tempo presente, que não é exatamente o presente cronológico ou 
uma propriedade que emana do mundo, mas uma sincronização das experiências individuais. 
Em suma, o saber comunicacional se volta para um objeto inteiramente atravessado 
pela mediação tecnológica, constituindo a esfera da atualidade como expressão dessa 
atividade mediática. Inclusive enquanto fato comunicacional, já que a difusão massiva é ela 
mesma um acontecimento. Como observa Jacques Durand (1981), os telejornais nos 
informam diariamente os principais acontecimentos do dia, salvo talvez aquele de maior 
proporção, que milhões de indivíduos estão diante de seus aparelhos, interconectados por 
uma esfera comum. 
 
Em síntese, podemos dizer que o conceito assume diversas dimensões. A atualidade é 
algo que emerge com a complexificação da sociedade e o desenvolvimento das tecnologias 
da comunicação. Em seus traços descritos, sucintamente se apresenta como o produto da 
atividade mediática, gerando uma dimensão virtual, que unifica o campo das existências dos 
indivíduos, permitindo ultrapassar o espaço-tempo de seus canais sensorais. Com isso 
também se torna possível ultrapassar o plano comunitário e ascender ao plano social 
propriamente dito. De outra parte, enquanto instância de visibilidade, a atualidade cumpre a 
função de reduzir a complexidade, permitindo a integração dos indivíduos à sociedade e à 
cultura. 
A atualidade mediática diz respeito a muitas dimensões: 
� fenômeno social: unifica o campo da existência e permite o estabelecimento de 
novos elos sociais. Neste sentido é uma matriz social. 
� fenômeno cultural: porque esta dimensão se expressa como valor; gera valores 
que deslocam aqueles da tradição, fazendo com que o presente se torne o 
sistema de referência, o centro em torno do qual gira a vida social. 
� fenômeno de representação: geração de uma representação social dinâmica, de 
acesso universal, servindo de base para a vida social. Neste sentido,é tanto 
fenômeno de representação social como representação social do fenômeno. 
� fenômeno histórico: inscrito na história, mas com historicidade própria, já que 
altera a nossa relação com ela. 
� fenômeno técnico: a atualidade mediática se encontra no ponto de conjunção 
de duas linhas de evolução da técnica: tecnologias de ação e tecnologias de 
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representação. Fenômeno singular, na medida em que a tecnologia de 
comunicação começa a compor a organização social e surge um novo tipo de 
meio de comunicação, os meios-máquina. 
 
Dimensões que, bem entendido, não expressam nenhuma interdisciplinaridade, mas a 
reorganização necessária do espaço das ciências humanas com a emergência de uma nova 
disciplina. Interlocução necessária (nada nova ou revolucionária) entre os saberes. Neste 
sentido, a atualidade também expressa uma dimensão epistemológica: liberação de um 
fenômeno singular, que se torna o objeto de estudo do saber comunicacional. 
 
 
 
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Referências 
 
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