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Linearização e Método Dos Mínimos Quadrados

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Tópico 11. Aula Teórica/Prática: 
O Método dos Mínimos Quadrados e Linearização de 
Funções 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 Ao se obter uma sucessão de pontos experimentais que representados 
em um gráfico apresentam comportamento linear, diferentes 
experimentadores poderão traçar diferentes retas, encontrando diferentes 
valores para os coeficientes linear e/ou angular. Um método para 
determinar a reta correta é dado pelo método dos mínimos quadrados. Este 
método consiste em determinar o coeficiente angular a e o coeficiente 
linear b da equação da reta: y = a.x + b. 
 Em geral, a relação entre duas grandezas físicas não é linear, e é 
fundamental descobrir de que tipo é e quais são os parâmetros que a 
caracterizam. Sabe-se que numa relação linear é muito simples o processo 
de se determinar os parâmetros envolvidos (neste caso o coeficiente linear e 
angular), portanto, quando se observa que o gráfico obtido não é uma reta, 
pode-se linearizá-lo através de uma mudança de variáveis, transformando 
em retas mesmo curvas aparentemente complexas. Este processo de 
transformar um gráfico curvo em uma reta denomina-se linearização. Para 
isso, um certo grau de familiaridade com as representações gráficas das 
principais funções matemáticas é recomendável, pois deve-se ter uma 
noção sobre que tipo de função matemática poderia gerar uma curva igual a 
indicada pela seqüência de pontos experimentais no gráfico. Nesta aula 
vamos analisar os dois casos mais freqüentes: a relação tipo potência e do 
tipo exponencial. 
 
 
2. OBJETIVOS 
 
 Determinar os coeficientes angular e linear da equação da reta, 
y = a.x + b, através do método dos mínimos quadrados; 
 Aplicar métodos de linearização de funções não lineares: tipo 
potência: y = a.x
n
 e exponencial: y = a.e
b.x
. 
 
 
3. TEORIA 
 
3.1. O Método dos Mínimos Quadrados (ou Regressão Linear) 
O ajuste de curvas pelo método dos mínimos quadrados é 
importante, pois ao contrário do método gráfico, é independente da 
avaliação do experimentador. Este método consiste em minimizar o erro 
quadrático médio (S) das medidas. Considere então um conjunto de N 
medidas (xi, yi), com i assumindo valores inteiros desde 1 até N. S é 
definido como: 
 
𝑆 = ∆𝑆𝑖 = 𝑦 − 𝑦𝑖 
2
𝑁
𝑖=1
𝑁
𝑖=1
 (1) 
 
onde y é o valor da curva ajustada (y = a.x+b). O objetivo é somar os ∆𝑆𝑖 
das N medidas e traçar uma reta que torne a soma dos ∆𝑆𝑖 mínima. 
Matematicamente isso corresponde a 
𝜕𝑆
𝜕𝑎
= 0 e 
𝜕𝑆
𝜕𝑏
= 0. É razoável 
acreditar que para que isso aconteça a reta desejada deve passar entre todos 
os pontos experimentais. Destas duas expressões extraímos os valores dos 
parâmetros a e b. O resultado é: 
 
𝑎 =
𝑁 𝑥𝑖𝑦𝑖 − 𝑥𝑖
𝑁
𝑖=1
𝑁
𝑖=1 𝑦𝑖
𝑁
𝑖=1
𝑁 𝑥𝑖2 − 𝑥𝑖
𝑁
𝑖=1 
2𝑁
𝑖=1 
 (2) 
 
𝑏 =
 𝑥𝑖
2 𝑦𝑖
𝑁
𝑖=1 − 𝑥𝑖𝑦𝑖
𝑁
𝑖=1
𝑁
𝑖=1 𝑥𝑖
𝑁
𝑖=1
𝑁 𝑥𝑖2 − 𝑥𝑖
𝑁
𝑖=1 
2𝑁
𝑖=1 
 (3) 
 
onde usou-se a notação de somatório: 𝑥𝑖 = 𝑥1 +
𝑁
𝑖=1 𝑥2 + ⋯ + 𝑥𝑁 . 
 
 
 Exemplo de Determinação dos Coeficientes Angular e Linear 
 
 Considere uma medida de movimento retilíneo uniforme (MRU) 
efetuado por um carrinho no laboratório. Foram medidos tanto sua posição 
x (em metros) quanto o tempo t (em segundos) e os resultados estão 
conforme a tabela 1. Construa o gráfico que representa o movimento e 
determine a velocidade e a posição inicial do carrinho usando o método dos 
mínimos quadrados. 
 
 
 
 
 
Tabela 1. Valores experimentais da posição de um carrinho em função do 
tempo. 
X - tempo (s) Y - posição (m) 
0,100 0,51 
0,200 0,59 
0,300 0,72 
0,400 0,80 
0,500 0,92 
 
 Para usarmos o método dos mínimos quadrados, sugere-se a 
construção de uma tabela, conforme indicado abaixo, lembrando que aqui o 
eixo x corresponde ao tempo t e o eixo y, à posição x: 
 
 
Tabela 2. Tabela contendo os valores de x, y, x.y e x
2
, e suas respectivas 
somatórias. 
x(s) y(m) x.y x
2
 
0,100 0,51 0,051 0,0100 
0,200 0,59 0,120 0,0400 
0,300 0,72 0,220 0,0900 
0,400 0,80 0,320 0,1600 
0,500 0,92 0,460 0,2500 
Σx = 1,50 Σy = 3,54 Σx.y = 1,17 Σx2 = 0,55 
 
 Com esses resultados, basta substituir os valores nas fórmulas para a 
e b, e lembrar que neste caso temos N = 5 medidas: 
 
𝑎 =
5 × 1,17 − 1,50 × 3,54
5 × 0,55 − (1,50)2 
=
5,85 − 5,31
2,75 − 2,25
=
0,54
0,50
= 1,08 
 
 
𝑏 =
0,55 × 3,54 − 1,17 × 1,50
5 × 0,55 − (1,50)2 
=
1,95 − 1,76
2,75 − 2,25
=
0,19
0,50
= 0,38 
 
 Portanto, temos que y = 1,08.x + 0,38 e se substituirmos os valores 
de x da tabela 1 na função obtemos os seguintes valores de y: 
 
 
 
 
 
Tabela 3. Valor da posição de um carrinho estimado através do método dos 
mínimos quadrados em função do tempo. 
X - tempo (s) 
Y - posição (m) 
(método dos mínimos 
quadrados) 
0,100 0,49 
0,200 0,60 
0,300 0,70 
0,400 0,81 
0,500 0,92 
 
 Fazendo o gráfico dos resultados da tabela 1 com a tabela 3 temos: 
 
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
y = 0,29 m 
 
Po
siç
ão
 (m
)
Tempo (s)
 dados experimentais
 método dos mínimos quadrados
x
0
 = 0,38 m
x = 0,30 s
logo:
v = 0,29/0,30 = 0,97 m/s 
 Figura 1. Evolução da posição do móvel em função do tempo. 
 
 Observe que o valor da velocidade calculado pelos dados da tabela 1 
é igual a 0,97 m/s enquanto que para a curva determinada pelo método dos 
mínimos quadrados é de 1,08 m/s, ou seja, este é o valor mais próximo do 
valor real da velocidade do carrinho. 
 
 
 
 
Exercício: 
 
1. Estudando o movimento de um carrinho, efetuado ao longo de um trilho 
de ar (movimento retilíneo uniforme) obteve-se os seguintes dados 
experimentais, após: 
 
Posição 
(mm) 
t1 (s) t2 (s) t3 (s) t4 (s) t5 (s) 𝒕 (𝒔) 𝝈𝒕 (𝒔) 
879 0,14 0,15 0,14 0,12 0,12 
895 0,20 0,22 0,24 0,25 0,20 
919 0,32 0,33 0,29 0,34 0,33 
949 0,44 0,45 0,46 0,46 0,45 
964 0,52 0,52 0,51 0,53 0,59 
970 0,64 0,72 0,70 0,69 0,60 
 
 Uma posição para o sensor de medida no trilho foi escolhida e então 
mediu-se o tempo gasto pelo carrinho para atingi-lo. Esta medida foi feita 5 
vezes, correspondendo aos valores t1 , t2, t3, t4 e t5. Em seguida repetiu-se o 
procedimento para outras 5 posições do sensor ao longo do trilho. 
 Determine utilizando o método dos mínimos quadrados a velocidade 
do carrinho e sua posição inicial com os erros associados. 
 
 
3.2 Linearização de Funções 
 
 Na maioria das vezes as funções que descrevem os fenômenos físicos 
não são lineares, ou seja, não são funções do tipo y = a.x + b. Nestes casos, 
quando construímos o gráfico de y = f(x) no papel milimetrado não 
obtemos uma reta. Vejamos alguns exemplos: 
 
Exemplo 1. Pêndulo simples: Na tabela abaixo (fora do padrão), L é o 
comprimento do fio de um pêndulo simples e T é o valor médio do período 
de oscilação desse pêndulo, obtido de 10 medidas. Faça um gráfico de T 
em função de L (ou seja, T × L). Adote ΔT = 0,05 s e ΔL = 0,05 m. 
 
L (m) 1,44 1,32 1,22 1,10 0,94 0,71 0,53 0,41 0,29 0,16 
T (s) 2,40 2,31 2,22 2,12 1,94 1,70 1,53 1,30 1,16 0,79 
 
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
2,2
2,4
2,6
 
 
Pe
río
do
, T
 (s
)
Comprimento, L (cm)
 
Exemplo 2. Velocidade do som no ar: para determinar a velocidade do somno ar, mediu-se o comprimento de onda λ em função da freqüência f. Os 
dados são mostrados na tabela a seguir. 
 
f (Hz) 1000 800 600 400 200 100 
λ (m) 0,3405 0,4340 0,5800 0,8655 1,7155 3,4556 
 
Conhecendo as incertezas Δλ = 0,0005 m e Δf = 2 Hz, construir o gráfico 
λ = f(f). 
0 200 400 600 800 1000
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
 
 
Co
m
pr
im
en
to
 d
e o
nd
a, 
 
(m
)
Frequência, f (Hz)
 Observe que a função matemática que relaciona T e L no exemplo 1 
e λ e f no exemplo 2 não são funções lineares. Neste caso vem a seguinte 
pergunta: 
 
O que fazer se as grandezas não têm relação linear? 
 
 Na maioria das vezes a relação entre duas grandezas físicas não é 
linear e é fundamental descobrir de que tipo é e quais são os parâmetros 
que caracterizam a relação entre as grandezas. Uma das maneiras de se 
fazer isso é linearizar o gráfico. Isto pode ser feito de dois modos: 
 
a) Fazendo uma mudança adequada de variável; 
b) Mudando o tipo de papel (monolog ou di-log) ou escala (no caso do uso 
do programa Excel). 
 
A) Mudança de variável 
 
 A mudança de variável é muito útil quando já conhecemos a relação 
funcional que existe entre as grandezas que estão sendo estudadas. 
 
Exemplo 3. No caso de pêndulo simples sabemos que, sendo T o período, 
L o comprimento do fio e g a aceleração da gravidade local, então: 
𝑇 = 2𝜋 
𝐿
𝑔
 → 𝑇2 =
4𝜋2
𝑔
𝐿 (4) 
A Equação 4 mostra que a função matemática entre T
2
 e L é linear, sendo 
4π2/g o coeficiente angular da reta. Vamos construir o gráfico de T2 × L e 
verificar se isso acontece mesmo. 
 
Determinação da aceleração da gravidade 
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6
0
1
2
3
4
5
6
 
 
Q
ua
dr
ad
o 
do
 P
er
ío
do
, T
2 (
s)
Comprimento, L (cm)
 
 Escolhendo dois pontos do gráfico e procedendo como especificado 
anteriormente, encontraremos que a função matemática entre T
2
 e L é 
T
2
 = 3,950L. Portanto, temos uma técnica para determinar a aceleração da 
gravidade, isto é: 
 
 
4𝜋2
𝑔
= 3,950 ⟹ 𝑔 = 
4𝜋2
3,950
 ⟹ 𝑔 = 9,990 𝑚/𝑠2 
 
 
Exemplo 4. A velocidade do som v, a freqüência f e o comprimento de 
onda λ estão relacionadas por 
 
𝑣 = 𝜆. 𝑓 ⟹ 𝜆 =
𝑣
𝑓
 ⟹ 𝜆 = 𝑣. 𝑓−1 (5) 
 
A Equação 5 mostra que a função matemática entre λ e 1/f é linear, sendo v 
o coeficiente angular da reta. Vamos construir o gráfico de λ × f -1 e 
verificar se isso acontece mesmo. 
 
Determinação da velocidade do som no ar 
0,000 0,002 0,004 0,006 0,008 0,010
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
logo:
v = 0,865/0,0025 = 346 m/s 
x = 0,0025 s
y = 0,865 m
 
 
Co
m
pr
im
en
to
 d
e o
nd
a, 
 
(m
)
Inverso da Frequência, 1/f (s)
 
Escolhendo dois pontos do gráfico e procedendo como especificado no 
exemplo 3, encontraremos que a função matemática entre λ e 1/f é 
λ = 346,0(1/f) Comparando com a Equação 5, obtemos a velocidade do 
som no ar: 
𝑣 = 346,0 𝑚/𝑠 
 
B) Mudando o tipo de papel (ou escala) 
 
 Neste caso é feita uma mudança no tipo de papel (ou escala, no caso 
do uso do programa Excel) que está sendo empregado(a) na construção do 
gráfico. Um tipo muito útil de escala é a logarítmica. Nesta escala, a 
distância D entre duas marcas sucessivas não é constante, ela varia 
logaritmicamente (Figura 1): 
 
D = log(g) − log(g0) , 
 
isto é, ela é feita de tal maneira que a distância entre 1 e 2 é proporcional a 
(log2 - log1); a distância entre 2 e 3 é proporcional a: (log3 - log2), por isso 
as distâncias entre marcas sucessivas não são constantes. Numa escala 
logarítmica, então, a escala é linear com o logaritmo da grandeza! 
 
 
Figura 2. Escala logarítmica. 
 
 A Figura 2 mostra uma escala logarítmica maior, em que a graduação 
correspondente à origem do eixo é g0 = 1 × 10
0
. 
 
 
Figura 3. Representação das décadas em uma escala logarítmica. 
 
 Note que existem trechos que se repetem: as décadas. Cada década 
corresponde a uma potência de 10 da grandeza g a ser representada no eixo. 
A escala mostrada acima apresenta 3 décadas. Portanto, quando for 
necessário o uso de escalas logarítmicas, o primeiro cuidado é reescrever 
todos os valores a serem representados na escala em notação científica, 
para definir quantas décadas serão necessárias e em qual das décadas os 
valores serão representados. 
 
Exemplo 5. Representar numa escala logarítmica os seguintes valores: 
 
A = 0,2 kg = 2.10
-1
 kg B = 5,0 kg = 5,0.10
0
 kg 
C = 30 kg = 3,0.10
1
 kg D = 85 kg = 8,5.10
1
 kg 
 
Vê-se então que serão necessárias 3 décadas para representar estes valores. 
Colocando na origem a graduação g0 = 1.10
-1
 e os valores serão marcados, 
como mostrados na figura da página seguinte 
 
 
 
 Existem no mercado 2 tipos de papeis com escalas logarítmicas: 
 
 Mono-log: um dos eixos é uma escala linear e o outro é uma escala 
logarítmica. 
 Di-log: neste papel os dois eixos são escalas logarítmicas. 
 
 Quando se usa o software Excel basta construir o gráfico a partir de 
uma tabela x,y. Em seguida, para mudar a escala de cada eixo clique com o 
botão direito do mouse sobre o eixo x, por exemplo, e vá em "Formatar 
eixo". Nas opções que aparecem, basta selecionar o quadro "Escala 
logarítmica" e definir a base desejada ( a mais convencional é a base 10, 
para o caso de uma equação exponencial, y = a.e
nx
 , utiliza-se a base 2,718). 
 
 A escala logarítmica é muito útil quando estamos tratando com 
funções do tipo potência (y = a.x
n
) e do tipo exponencial (y = a.e
nx
). Estas 
funções sempre podem ser linearizadas com o uso de escalas logarítmicas. 
 
i) Função tipo potência 
 
 Quando se suspeita que a relação x e y é da forma y = a.x
n
, procede-
se do seguinte modo: 
 
 Aplica-se o logaritmo a ambos os lados da equação: 
log y = log (a.x
n
) 
log y = log a + n.log x (6) 
 
 Fazendo log y = Y, log a = A e log x = X, obtém-se: 
Y = A + nX, 
 
que é a equação de uma reta, sendo n o coeficiente angular da reta e a 
potência da função que relaciona x e y. 
 
Portanto, vê-se que é possível transformar uma relação tipo potência 
em uma relação linear aplicando o logaritmo. 
ii) Função exponencial 
 
 Outro tipo de relação entre duas grandezas física muito comum e 
bem simples é a exponencial: y = a.e
bx
. Ela também pode ser linearizada 
através de uma mudança de variáveis ou então fazer um gráfico em um 
papel milimetrado, colocando os valores medidos de y no eixo das 
ordenadas e colocar e
bx
 no eixo das abscissa e não as medidas x. Outra 
possibilidade é utilizar um papel onde um dos eixos tem escala logarítmica 
e o outro linear. 
 Quando se suspeita que a relação x e y é da forma y = a.e
bx
, procede-
se do seguinte modo: 
 
 Aplica-se o logaritmo natural a ambos os lados da equação: 
ln y = ln (a.e
bx
) 
ln y = ln a + bx ln e 
ln y = ln a + bx (7) 
 
 Fazendo ln y = Y, ln a = A , obtém-se: 
Y = A + bx, 
 
que é a equação de uma reta, sendo b o coeficiente angular da reta. 
 
 Para obter o coeficiente angular da reta nos dois casos é feito do 
seguinte modo: 
 
 Papel di-log: Neste caso teremos (Figura 4): 
 
Relação de potência: y = a.x
n
 , a = ? , n = ? 
 
 
y
x
Papel MilimetradoP
1
P
2
x
2
x
1
y
1
y
1
Papel Di-log
 
 
y
x
A
y
2
 
Figura 4. Determinação das constantes no papel di-log. 
 
a) Escolha dois pontos P1 e P2 de fácil leitura no papel di-log: 
 
P1= (x1,y1) e P2= (x2,y2) 
 
b) Substituindo as coordenadas dos pontos P1 e P2 na Equação 6, teremos: 
 
log y1 = log a + n log x1 (7a) 
log y2 = log a + n log x2 (7b) 
 
Subtraindo as equações 7a e 7b e resolvendo para n: 
 
log y1 - log y2 = log a + n log x1 - log a - n log x2 
 
𝑛 =
log y1 − log y2
log x1 − log x2
 
 
Tendo encontrado n, é só voltar a uma das equações 7a ou 7b e encontrar a. 
 
 Papel mono-log: Neste caso teremos (Figura 5): 
 
Relação exponencial: y = a.e
b.x
 , a = ? , b = ? 
 
y
1
Papel Milimetrado
 
 
y
x
 
y
1
Papel Mono-log
 
 
y
x
y
1
y
2
P
1
x
1
x
2
P
2
A
 
Figura 5. Determinação das constantes no papel mono-log. 
 
a) Escolha dois pontos P1 e P2 de fácil leitura no papel mono-log: 
 
P1= (x1,y1) e P2= (x2,y2) 
 
b) Substituindo as coordenadas dos pontos P1 e P2 na Equação 7, teremos: 
 
log y1 = log a + b. x1 (8a) 
log y2 = log a + b. x2 (8b) 
 
Subtraindo as equações 8a e 8b e resolvendo para b: 
 
log y1 - log y2 = log a + b. x1 - log a - b. x2 
 
𝑏 =
log y1 − log y2
x1 − x2
 
 
Tendo encontrado b, é só voltar a uma das equações 8a ou 8b e encontrar a. 
 
Exercícios: 
 
1. Efetue a linearização das funções abaixo: 
 
a) 𝑦 = 5𝑥2 
b) 𝑦 = 3𝑒2𝑥 
c) 𝑦 = 5𝑒𝑥 
d) 𝑦 =
𝑥2
 2
 
 
2. Diversos fenômenos físicos como o decaimento radioativo segue uma lei 
matemática que é uma função de uma exponencial negativa. Outro 
fenômeno mais próximo é o decréscimo de temperatura de uma xícara de 
café. Dada uma temperatura inicial de 205ºC (exagerando obviamente), 
podemos ver que o seu decréscimo será uma exponencial negativa até 
atingir uma temperatura ambiente, 1 grau por exemplo (exagerando 
novamente). Utilizando então os dados da tabela abaixo, vemos o 
comportamento na figura 6: 
 
Tempo (horas) Temperatura (ºC) 
0 250 
1 152 
2 92 
3 56 
4 33 
5 20 
6 12 
7 7 
8 4 
9 2 
10 1 
 
0 3 6 9 12 15
0
50
100
150
200
250
300
 
 
Te
m
pe
ra
tu
ra
 (°
C
)
Tempo (horas)
Decréscimo de Temperatura
 
Figura 6. Temperatura em função do tempo de uma hipotética xícara de 
café. 
 
Determine: 
(a) o coeficiente angular da reta no gráfico monolog. 
(b) o coeficiente linear da reta no gráfico monolog. 
(c) a equação da reta no gráfico monolog. 
(d) a função exponencial que gerou o gráfico da figura 6.

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