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TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO Professor Paulo Argolo 2 SUMÁRIO Aula 1 - Antecedentes Históricos da Administração. Aula 2 - Teoria da Administração Científica. Aula 3 - Teoria Clássica. Aula 4 - Teoria das Relações Humanas. Aula 5 - Teoria Comportamental. Aula 6 - Teoria Burocrática. Aula 7 - Teoria Estruturalista. 3 ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO Revolução Agrícola Entre 10.000 e 8.000 A C, surgiram as primeiras aldeias, ao redor das quais foram organizadas as áreas de cultivo agrícola e pastoreio. Foram os primeiros indícios da administração da produção rural, divisão do trabalho e profissões especializadas (Mesopotâmia e Egito). Revolução Urbana - Povos antigos: Sumérios, Babilônios, Assírios, Hebreus, Egípcios, Gregos, Romanos, Chineses. - Primeiras cidades e Estados. - Formação da classe de dirigentes profissionais (reis-sacerdotes). - Formação da classe de funcionários públicos. - Invenção da contabilidade primitiva. - Legislação (código de Hamurábi – Babilônia). - Planejamento de longo prazo (egípcios – cheia do Nilo). - Administração de grandes projetos de construção (egípcios-romanos). - Grandes empresas privadas (romanos). - Organizações militares. - Igreja católica. - Planejamento e controle das finanças públicas (romanos). Revolução Industrial (1780 a 1914) Conjunto de transformações tecnológicas, econômicas e sociais ocorridas na Europa (inicialmente Inglaterra) nos séculos XVIII e XIX e que deram origem ao sistema fabril e ao modo de produção capitalista. Evento Inicial Invenção da máquina a vapor, em 1776, por James Watt e sua aplicação à produção. 4 1ª Revolução Industrial (1780 a 1860) e suas 4 fases: 1ª Fase: MECANIZAÇÃO DA INDÚSTRIA E DA AGRICULTURA Máquina de fiar, tear hidráulico, tear mecânico e descaroçador de algodão. 2ª Fase: APLICAÇÃO DA FORÇA MOTRIZ À INDÚSTRIA Máquinas a vapor. 3ª Fase: DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA FABRIL Surgimento das indústrias em detrimento da atividade rural. 4ª Fase: CRESCIMENTO DOS TRANSPORTES E DAS COMUNICAÇÕES Favoreceu a velocidade com que as transformações e mudanças ocorreram (navegação a vapor, locomotiva a vapor, telégrafo elétrico e telefone). 2ª Revolução Industrial (1860 a 1914): Desenvolvimento de novo processo de fabricação de aço (1856); Aperfeiçoamento do dínamo (1873); Invenção do motor de combustão interna (1873) por DAIMLER. Características da 2ª Revolução Industrial: Substituição do ferro pelo aço como material básico da indústria; Substituição do vapor pela eletricidade e derivados do petróleo como fontes de energia; Ampliação das ferrovias; 1880, DAIMLER e BENZ constroem automóveis artesanais na Alemanha; 1888, DUNLOP aperfeiçoa o pneumático; 1908, HENRY FORD inicia a produção do modelo “T”; 1906, SANTOS DUMONT faz a 1ª experiência com avião; Surgimento do capitalismo financeiro; Expansão da industrialização. 5 A Fase Pré-Científica da Administração Aceitação das teorias dos economistas clássicos liberais: . ADAM SMITH Divisão do Trabalho e Estudos dos Tempos e Movimentos. Livro: A Riqueza das Nações (1776). . JAMES MILL Estudos dos Tempos e Movimentos. Livro: Elementos de Economia Política (1826). . DAVID RICARDO Trabalho, Capital, Salário, Renda, Produção, Preços e Mercado. Livro: Princípios Econ. Pol. Tributação (1817). Agigantamento do capitalismo - final do século XIX: Produção em larga escala a partir de grandes concentrações de maquinaria e mão de obra; Problemas de organização de trabalho, de ambiente, de concorrência econômica, de padrão de vida, etc; O socialismo e o sindicalismo obrigam o capitalismo e enveredar pelo caminho do aperfeiçoamento de todos os fatores de produção envolvidos e na sua adequada remuneração, surgindo os primeiros esforços nas empresas para implantação de métodos e processos de racionalização do trabalho; Este contexto favoreceu as condições para o aparecimento dos grandes organizadores da empresa moderna e para a busca de bases científicas para a melhoria da prática empresarial e para o surgimento da Teoria Administrativa. 6 ABORDAGEM CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO Objetivo: Aumentar a eficiência da organização a partir do nível operacional. Principal característica: Ênfase nas tarefas De baixo para cima, partindo das partes (operários e seus cargos) para o todo (empresa). Frederick Winslow Taylor (1856-1915): Livro: Shop Management (Administração de Oficinas) - 1903 Pagar melhores salários. Reduzir custos de produção. Controlar operações pela aplicação de métodos científicos e padronização de processos. Seleção adequada de empregados para cumprimento das normas. Treinamento de empregados para cumprir uma produção normal. Cooperação entre administração e trabalhadores para garantir bom ambiente psicológico. Abordagem Clássica da Administração Administração Científica Teoria Clássica Taylor Fayol Ênfase nas Tarefas Ênfase na Estrutura 7 Frederick Winslow Taylor (1856-1915): Livro: Princípios da Administração Científica - 1911 A ORT (Organização Racional do Trabalho) foi concebida, principalmente, para sanar as indústrias de 3 males: a) Vadiagem sistemática dos operários que reduziram a produção para manter seus empregos; b) Desconhecimento, pela gerência, das rotinas e tempos de trabalho; c) Falta de uniformidade das técnicas e métodos de trabalho. ORT- Substituição dos métodos empíricos e rudimentares por métodos científicos. Bases da ORT: . Análise do trabalho e estudo do tempo e movimentos; . Estudo da fadiga humana; . Divisão do trabalho e especialização do operário; . Desenho de cargos e tarefas; . Incentivos salariais e prêmios de produção; . Conceito de Homo Economicus; . Condições de trabalho; . Padronização; . Supervisão Funcional. 8 Imagem 1 Imagem 2 Imagem 3 9 Princípios da Administração Científica de Taylor (para a gerência) Planejamento: IMPROVISAÇÃO PLANEJ. MÉTODO CIÊNCIA. Preparo: Selecionar e treinar trabalhadores adequadamente, conforme método planejado. Controle: Certificar-se que a execução está de acordo com os métodos e planos. Execução: Distribuir atribuições e responsabilidades para execução disciplinada do trabalho. Princípio da Exceção Foco nas exceções ou desvios dos padrões normais. Desvios positivos ou negativos que fogem aos padrões normais devem ser rapidamente identificados e localizados para a tomada de providências. HENRY FORD (1863-1947) Um dos maiores entusiastas do modelo de Administração Científica. Embora não tenha inventado o carro, sem dúvida inventou o conceito de carro popular. Fundou a Ford Motor Company em 1903. Tornar os carros mais baratos e acessíveis a todos os americanos era sua obsessão. Pagou os mais altos salários da época. Reduziu a jornada de trabalho para 8 h. Distribuiu lucros aos operários. Criou o conceito de vendas em concessionárias. Em 1926 tinha 88 fábricas, 150.000 empregados e produziu 2.000.000 carros/ano. Revolucionou a gestão empresarial e a própria produção Desenvolveu a linha de montagem móvel. Reduziu otempo de produção de 12h para 98min. Diminuiu o esforço do operário que não precisava circular pela fábrica. Racionalização da produção - Linha de Montagem - produção em série - U$ 500/carro. HENRY FORD NO BRASIL Em 1927, Ford esteve no Brasil e adquiriu uma área de 10 mil km² no Pará, próximo ao rio Tapajós onde fundou a Fordlândia. Pretendia extrair borracha para fabricação de pneus. Depois de muitos conflitos entre a gestão e os nativos, Ford abandona a área e adquire outra a cerca de 80km da anterior. Funda Belterra em 1934.Seu empreendimento terminou em 1946, depois que a borracha sintética inventada na Alemanha em 1929 substituiu definitivamente a borracha das seringueiras. CRÍTICAS Mecanicismo Teoria da Máquina. Superespecialização do Operário 10 Fragmentação das tarefas. Visão Microscópica do Homem Apêndice isolado da máquina industrial. Ausência de Comprovação Científica Método empírico. Refere-se ao COMO e não ao PORQUE da ação do operário. Abordagem Incompleta de Organização Omite a organização informal e seus aspectos humanos. Limita-se à fábrica. Limitação do Campo de Aplicação Não considera demais aspectos da empresa. Só a produção for abordada. Abordagem Prescritiva e Normativa Receituário para todas as circunstâncias. Abordagem de Sistema Fechado Somente visualiza aquilo que acontece na organização. 11 TEORIA CLÁSSICA OU NORMATIVISTA Objetivo Aumentar a eficiência da organização, a partir do todo organizacional e da sua estrutura. Principal característica: Ênfase na estrutura. De cima para baixo, partindo do todo (empresa) para as suas partes (diferentes áreas ou departamentos). Fayol afirmava que a organização deveria ser entendida como um todo complexo e integrado. O autor se preocupou com a estrutura que a organização deveria ter e com a gestão para que fosse eficiente. 12 Para Fayol Administrar é: Prever Visualizar o futuro e traçar o programa de ação; Organizar Constituir o duplo organismo material e social da empresa; Comandar Dirigir e orientar o pessoal; Coordenar Ligar, unir, harmonizar todos os esforços; Controlar Verificar que tudo ocorra de acordo com as regras e as ordens dadas. Estes 5 elementos da Administração constituem o Processo Administrativo. Princípios Gerais de Administração para Fayol “Nada existe de rígido ou absoluto em matéria administrativa”. Os princípios são maleáveis e se adaptam a qualquer circunstância, tempo ou lugar. - Divisão do trabalho. - Autoridade e responsabilidade. Funções Básicas da Empresa Prever Organizar Comandar Coordenar Controlar FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS FUNÇÕES TÉCNICAS FUNÇÕES COMERCIAIS FUNÇÕES FINANCEIRAS FUNÇÕES DE SEGURANÇA FUNÇÕES CONTÁBEIS 13 - Disciplina. - Unidade de Comando. - Unidade de Direção. - Subordinação dos interesses individuais aos gerais. - Remuneração do pessoal. - Centralização. - Cadeia escalar. - Ordem. - Equidade. - Estabilidade do pessoal. - Iniciativa. - Espírito de equipe. CRÍTICAS Abordagem simplificada da organização formal Os autores clássicos descrevem a organização apenas em termos lógicos, formais, rígidos e abstratos e não consideram o seu conteúdo psicológico e social. Ausência de trabalhos experimentais Método empírico. Seus conceitos são fundamentados na observação e no senso comum. O extremo racionalismo na concepção da administração Os autores se preocuparam com a apresentação racional e lógica de suas proposições, sacrificando a clareza das ideias. Teoria da máquina Considera a organização sob o prisma do comportamento de uma máquina. Abordagem incompleta de organização Preocupou-se apenas com a organização formal. Abordagem de sistema fechado Somente visualiza aquilo que acontece na organização. 14 Teoria das Relações Humanas A Teoria das Relações Humanas (USA), surge como consequência imediata da Experiência de Hawthorne (Elton Mayo) e era um movimento de reação e oposição à Abordagem Clássica. Origens: • Necessidade de se humanizar e democratizar a administração; • Desenvolvimento das ciências humanas - (psicologia e sociologia); Conclusões da experiência de Hawthorne • As recompensas e sanções sociais Os operários que produziam muito acima ou abaixo das normas determinadas perdem o respeito e afeição dos colegas. • Grupos Informais A empresa passou a ser visualizada como uma organização social composta de diversos Grupos Sociais Informais. • Relações Humanas Cada indivíduo é uma personalidade altamente influenciada e influenciadora no comportamento e atitudes daqueles que mantém contato. • A importância e o conteúdo do cargo Verificou-se que o conteúdo e a natureza do trabalho tem enorme influência sobre a moral do trabalhador. Trabalhos simples e repetitivos tendem a se tornar monótonos e maçantes afetando negativamente as atitudes e logo reduzindo a eficiência. • Ênfase nos aspectos emocionais Os elementos emocionais, não planejados e mesmo irracionais do comportamento humano passam a merecer um aspecto especial na administração e nas relações humanas. A empresa torna-se um Sistema Social. Produz bens ou serviços (Função Econômica) e distribui satisfação (Função Social) entre os seus participantes. Torna-se indispensável conciliar e harmonizar as duas funções básicas da Organização Industrial: Função Econômica e Função Social. A colaboração humana é determinada mais pela organização informal do que pela formal. Para a maioria dos operários os estímulos psicológicos e sociais são mais importantes que as condições de ordem material ou econômica. O Homo Economicus cede lugar ao Homem Social, motivado, não por estímulos econômicos e salariais, mas por recompensas sociais, simbólicas e não materiais. Passou-se a estudar a influência da Motivação no comportamento das pessoas. Foi constatado a enorme influência da Liderança informal sobre o comportamento das pessoas. A Liderança é necessária em todos os tipos de organização humana, principalmente nas empresas e em cada um de seus departamentos. 15 “Liderança é a influência interpessoal exercida em uma situação e dirigida através do processo da comunicação humana para a consecução de um ou diversos objetivos específicos.” Influência interpessoal é uma força psicológica, uma transação interpessoal na qual uma pessoa age de modo a modificar ou induzir o comportamento de outrade algum modo intencional. Geralmente a influência envolve conceitos como poder e autoridade.” Na prática os líderes utilizam os três processos de liderança, de acordo com a situação, com as pessoas e com a tarefa a ser executada. O líder, tanto manda cumprir, como consulta seus subordinados antes de tomar uma decisão. A questão principal é saber quando aplicar qual processo, com quem e dentro de que circunstâncias e atividades. O enfoque das Relações Humanas impôs ao administrador novas posturas: a) Assegurar a participação das pessoas dos escalões inferiores na solução dos problemas da empresa. b) Incentivar maior franqueza e confiança entre os indivíduos e os grupos nas empresas. A Comunicação é uma atividade administrativa que tem dois propósitos principais: • Proporcionar informação e compreensão necessária para que as pessoas possam se conduzir nas suas tarefas. • Proporcionar as atitudes necessárias que promovam a motivação, cooperação e satisfação nos cargos. 16 A comunicação entre chefes e subordinados torna-se peça fundamental na avaliação de desempenho e habilidades, fundamenta -das em três pontos: • O homem trabalha melhor quando conhece os padrões de seu trabalho. • A organização opera mais eficientemente quando um homem e seu chefe têm um entendimento comum das suas responsabilidades e padrões de desempenho esperado. • Cada homem pode ser auxiliado a dar a máxima contribuição e a utilizar o máximo de suas habilidades. Principais críticas à Teoria das Relações Humanas: • Visão inadequada dos problemas de relações industriais; • Limitação no campo experimental; • Concepção romântica e ingênua do funcionário; • Enfoque manipulativo e demagógico. 17 TEORIA COMPORTAMENTAL (BEHAVIORISTA) ÊNFASE: • NAS PESSOAS, DENTRO DE UM CONTEXTO ORGANIZACIONAL. ORIGENS Oposição (atualização) à Teoria das Relações Humanas. Crítica à Abordagem Clássica, da qual considera-se verdadeira antítese. Publicação do livro Comportamento Administrativo, em 1947, por Herbert A Simon. IDÉIA CENTRAL A Teoria Comportamental fundamenta-se no comportamento individual das pessoas, para poder explicar o comportamento organizacional, através da motivação humana. HIERARQUIA DAS NECESSIDADES DE MASLOW • Somente quando um nível inferior de necessidade está satisfeito é que o nível imediatamente mais elevado surge no comportamento da pessoa. • Toda necessidade está relacionada com o estado de satisfação ou insatisfação de outras necessidades. 18 Teoria dos Dois Fatores de Frederick Herzberg Explicam o comportamento das pessoas em situação de trabalho. - Fatores Higiênicos (Extrínsecos) São fatores de contexto e se situam no ambiente externo que cercam o indivíduo. Ex: Salário, benefícios sociais, tipo de chefia, condições físicas e ambientais, regulamentos. EVITAM A INSATISFAÇÃO INSATISFACIENTES - Fatores Motivacionais (Intrínsecos) Relacionam-se com aquilo que o empregado faz e desempenha. Ex: Reconhecimento profissional e auto realização. PROVOCAM A SATISFAÇÃO SATISFACIENTES Enriquecimento de Tarefas de Frederick Herberg É a Motivação Contínua no Trabalho. 1 - Enriquecimento Vertical de Tarefas - Tarefas Simples + Tarefas Complexas 2 - Enriquecimento Horizontal de Tarefas + Tarefas Diferentes de mesma complexidade Teorias X e Y de Douglas McGregor Teoria X É a concepção tradicional de administração (Abordagem Clássica). Estilo duro, rígido e autocrático. Teoria Y É a moderna concepção de administração (sem preconceituoso a respeito da natureza humana). Estilo participativo e baseado nos valores humanos. 19 Sistemas de Administração Rensis Likert aponta quatro modelos de sistemas administrativos: Sistema Autoritário Coercitivo Empresas que utilizam mão de obra intensiva, tecnologia rudimentar, pessoal desqualificado. Ex: Área de construção civil. É autoritário, forte, coercitivo, arbitrário, com controles rígidos, duro e fechado, possuindo as seguintes características: Processo Decisorial: é totalmente centralizado, deixando o nível institucional sobrecarregado. Sistema de Comunicações: é precário, ocorrendo sempre verticalmente, sob forma de ordem, raramente de orientação. As pessoas não são ouvidas. Relacionamento Interpessoal: considerado prejudicial à empresa. Conversas informais são mal vista e coibidas. Sistema de Recompensas e Punições: ênfase nas punições e medidas disciplinares, criando ambiente de medo e desconfiança. Recompensas são raras e, quando ocorrem, são materiais e salariais. Sistema Autoritário Benevolente Empresas que utilizam Utilizado por empresas industriais, com tecnologia e mão de obra especializadas e possuem as seguintes características: Processo Decisorial: é centralizado na cúpula, com pequena delegação de autoridade para resolver assuntos de pouca importância. Sistema de Comunicações: privilegia as comunicações verticais descendentes, considerando algumas informações vindas de baixo como avaliação das decisões tomadas. Relacionamento Interpessoal: tolerado pela organização de uma forma condescendente. A interação é pequena e a organização informal é insignificante. Sistema de Recompensas e Punições: ainda enfatiza as punições, mas é um sistema menos arbitrário, utilizando recompensas materiais e salariais mais frequentes, e raras recompensas simbólicas ou sociais. 20 Sistema Consultivo Utilizado por empresas de serviços, como bancos e financeiras, e nas áreas administrativas de umas poucas empresas industriais e possuem as seguintes características: Processo Decisorial: é participativo-consultivo, porque as decisões específicas são delegadas por meio de políticas e diretrizes que por sua vez são oriundas muitas vezes das opiniões dos níveis inferiores. Sistema de Comunicações: é constituído por fluxos verticais, no sentido descendente (orientação para ação), ascendente (coleta de informações) e fluxos laterais (troca de informações). Relacionamento Interpessoal: é estimulado e bem aceito pela empresa, existindo um clima de confiança. Sistema de Recompensas e Punições: enfatiza as recompensas materiais (incentivos salariais e promoções) e simbólicas (prestígio e status), eventualmente ocorrendo punições e castigos. Sistema Participativo Utilizado em empresas que trabalham com tecnologia sofisticada, mão de obra extremamente especializada, tais como empresas de serviços, propaganda e consultorias. É democrático e representa o mais aberto dos sistemas e possui as seguintes características: Processo Decisorial: o nível institucional delega decisões a todos os níveis organizacionais, após ter definido as políticas e diretrizes, controlando apenas resultados. Sistema de Comunicações: estimula o fluxo de informações em todos os sentidos promovendo a flexibilidade e eficiência. Relacionamento Interpessoal: estímulo ao trabalho em equipes e a responsabilidade. Sistema de Recompensas e Punições: ênfase nas recompensas, principalmente simbólicas, havendo também recompensas materiais e salariais. As punições são raras. 21 Processo Decisorial Decisão Processo de análise e escolha entre alternativas disponíveis que a pessoa deverá seguir. Etapas do Processo Decisorial • Percepção da situação que envolve algumproblema. • Análise e definição do problema. • Definição dos objetivos. • Procura de alternativas de solução. • Escolha (seleção) da alternativa adequada ao alcance dos objetivos. • Avaliação e comparação das alternativas. • Implementação da alternativa escolhida. 22 TEORIA BUROCRÁTICA BUROCRACIA Organização humana que se baseia na racionalidade. RACIONALIDADE Adequação dos meios aos fins (objetivos), para garantir a máxima eficiência. ORIGENS (década de 1940) Fragilidade das teorias anteriores onde seus pontos de vista eram antagônicos e parciais; Necessidade de um modelo racional que envolvesse todas as variáveis estruturais e ao comportamento das pessoas, aplicável à qualquer tipo de organização; O tamanho e a complexidade das organizações exigia modelos organizacionais mais bem definidos; Ressurgimento da Sociologia da Burocracia com a descoberta dos trabalhos de Max Weber; Novo conjunto de normas sociais e morais denominadas “Ética Protestante”. Características da Burocracia segundo Weber “A Burocracia é a organização eficiente por excelência”. 1. Caráter Legal das Normas e Regulamentos: A organização se baseia em legislação própria. Ex: A Constituição para o Estado. O Estatuto para as Empresas. 2. Caráter Formal das Comunicações: Tudo é feito por escrito. 3. Caráter Racional e Divisão do Trabalho: Adequado aos objetivos a serem atingidos (cargo, função, competência e responsabilidade específicos) 4. Impessoalidade nas Relações: As pessoas são ocupantes de cargos e funções. 5. Hierarquia da Autoridade: Nenhum cargo fica sem controle ou supervisão. Características da Burocracia segundo Weber 6. Rotinas e Procedimentos Padronizados: 23 O funcionário faz o que está estabelecido em seu cargo. 7. Competência Técnica e Meritocracia: Critérios que medem a competência, o mérito e a capacidade em relação ao cargo (admissão, transferência, promoção). 8. Especialização da Administração: Os administradores burocratas não são os donos dos meios de produção e sim um profissional especializado. 9. Profissionalização dos Participantes: Cada funcionário é um profissional. 10. Completa Previsibilidade do Funcionamento: Para alcançar a eficiência da organização todos devem se comportar de acordo com as normas e regulamentos. AS DISFUNÇÕES SEGUNDO MERTON São anomalias de funcionamento responsáveis pelo sentido pejorativo que o termo burocracia assumiu junto aos leigos no assunto. São consequências imprevistas e que levam à ineficiência e às imperfeições. CRÍTICAS À TEORIA DA BUROCRACIA O Excessivo Racionalismo. Mecanicismo e as Limitações da “Teoria da Máquina”. Conservantismo da Burocracia. Abordagem de Sistema Fechado. Abordagem Descritiva e Explicativa. Posição dentro da Teoria das Organizações. 24 TEORIA ESTRUTURALISTA ORIGENS DO ESTRUTURALISMO Teoria Tradicional X Teoria das Relações Humanas Síntese da Abordagem Clássica (formal) e Relações Humanas (informal), com inspiração na Teoria da Burocracia. Organização vista como uma Unidade Social grande e complexa, na qual interagem grupos sociais. Influência do Estruturalismo Movimento europeu de caráter filosófico que tentava obter a interdisciplinaridade das ciências. I. Conceito de Estrutura A Estrutura se mantém mesmo que haja alteração em um de seus elementos ou relações. II. Sociedade de Organizações Para os estruturalistas, a sociedade moderna e industrializada é uma sociedade de organizações, das quais o homem passa a depender para nascer, viver e morrer. III. As Organizações Unidade Social na qual as pessoas alcançam relações estáveis entre si, para facilitar o alcance de um conjunto de objetivos ou metas. IV. O Homem Organizacional Desempenha papéis em diferentes organizações. AMITAI ETZIONI Ocupou-se em analisar os fundamentos das escolas de administração até então conhecidas. Julgou que eram insatisfatórias para explicar e compreender as organizações. “Formulou uma síntese do que considerava válido, ao que denominou de estruturalismo”. [Silva, Reinaldo O. 2008, p.257] ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES (ABORDAGENS MÚLTIPLAS) Formal e Informal Integração das relações dentro e fora da organização. 25 Recompensas Salariais/Materiais e Recompensas Sociais/Simbólicas Combinação dos conceitos das teorias Clássica e Relações Humanas. Os Níveis da Organização A diferenciação do poder é feita através dos níveis institucional, gerencial e operacional. A diversidade de Organizações Ampliou o campo de análise das organizações para além das fábricas. Análise Interorganizacional Abordagem de sistema aberto pelas análises intraorganizacional e interorganizacional. Objetivo Organizacional Situação desejada que a organização tenta atingir. Objetivo Atingido = Organização Eficiente Ambiente Organizacional É constituído pelas outras organizações da sociedade. Existe dependência entre as organizações para atingir seus objetivos e interação com o ambiente. Conflitos Organizacionais Conflito ideias, sentimentos, atitudes ou interesses antagônicos que podem se chocar. O Conflito gera mudanças e provoca inovação à medida que as soluções são alcançadas. Não existe harmonia de interesse entre patrões e empregados. CRÍTICAS Convergência de várias abordagens diferentes Tentativa de integração e ampliação de conceitos. Ampliação da abordagem Ênfase total na Estrutura. Dupla tendência teórica (integrativo x conflito) As duas abordagens poderiam ser combinadas. Integrativa analisa a organização como um todo (juntar) 26 Conflito analisa somente os conflitos (divisão) Análise organizacional mais ampla Concentrou estudos nas organizações complexas (universidades, hospitais, sindicatos...). Inadequação das tipologias organizacionais Se baseiam numa única variável ou aspecto básico. Teoria de Crise Mais se falou sobre os problemas do que sobre sua normalidade. Teoria de Transição e Mudança Tentativa de conciliação e integração dos conceitos clássicos e humanísticos à luz da visão crítica do modelo burocrático ampliado até o contexto ambiental. 27 ABORDAGEM SISTÊMICA TEORIA GERAL DOS SISTEMAS Interdisciplinar Proporciona princípios gerais (físicos, biológicos, químicos, etc.) e modelos gerais para todas as ciências envolvidas, de modo que as descobertas efetuadas em cada uma pudessem ser utilizadas pelas demais. Os vários ramos do conhecimento passaram a tratar os seus objetivos de estudo como sistemas, incluindo-se aí a Administração. 1 – ORIGENS: Administração Científica Ênfase nas Tarefas Teoria Clássica Ênfase na Estrutura Abordagem Comportamental Ênfase nas Pessoas Cada Escola trata um aspecto de cada vez e estão voltadas quase que exclusivamente para dentro da empresa, simplificando (especializando) o estudo das variáveis internas (endógenas). 2 – ENFOQUE SISTÊMICO O Pensamento Sistêmico parte do princípio que tudo é complexo, extrapola os limites da empresa e estuda, além das variáveis internas, as externas (exógenas), que influenciam profundamente os seus aspectos estruturais e comportamentais.Complexidade Grande número de problemas e variáveis presentes em uma situação. 28 3 – SISTEMA Do grego SUN = COM e ISTEMI = COLOCAR JUNTO. Reunião de objetos ou funções unidas por interação ou interdependência, consistindo em dois ou mais fatores que tem uma relação mútua definida e entre os quais a ação de um provoca a reação no outro. 3.1 – Tipos de Sistemas Físicos ou Concretos equipamentos, peças e instalações. Conceituais ou Abstratos conceitos, idéias, símbolos, procedimentos, manifestações do comportamento intelectual ou emocional. OBS: Os Sistemas sempre combinam os seus dois tipos, podendo haver predominância de um deles. 3.2 – Estrutura dos Sistemas Entradas (Inputs) São os elementos físicos e abstratos de que o sistema é feito e, todas as influências do meio ambiente. Ex: Sistema de Produção de Veículos: . Sistema de projeto; 29 . Fornecimento de peças; . Máquinas e equipamentos; . Trabalhadores especializados; . Instalações. Processamento Interliga os componentes e transformam os elementos de entrada em resultados. O Processo define o Sistema. Saídas (Outputs) São os resultados do Sistema, os objetivos que o sistema atinge. Ex: Para o Sistema Empresa: . Produtos e/ou serviços para clientes ou usuários, lucro, salários e impostos. Retroação (Feedback) É a reentrada ou retorno no Sistema de parte de suas saídas ou de seus resultados, que possam influenciar o seu funcionamento, realimentando-o ou alterando-o. 30 2 – PRINCIPAIS TEORIAS E SEUS AUTORES 2.1 – TEORIA DA FORMA (GESTALT) 1912 a 1940 Autor: Max Wertheimer (psicólogo alemão) Idéia Central: A natureza de cada elemento de um conjunto é definida pela estrutura e pela finalidade desse mesmo conjunto ou todo é maior que a soma das partes Ex: A roda do carro é vista como parte do carro, não como elemento isolado. A idéia central da Teoria da Forma conduz a um raciocínio integrativo, que considera qualquer objeto, evento ou sistema do ponto de vista do conjunto a que pertence. SINERGIA (TRABALHO CONJUNTO) Quando o resultado da interação das partes é maior do que a simples soma das partes. 2.2 – CIBERNÉTICA Década de 40 KYBERNYTIKY (grego) = GOVERNAR NAVIOS É a ciência da comunicação e do controle, no homem, animal ou máquina e seu campo de estudo são os sistemas. COMUNICAÇÃO torna os sistemas integrados e coerentes; CONTROLE regula (corrige) seu comportamento (conceito de retroação). Autor: Norbert Wiener (matemático americano) IDÉIA CENTRAL: Um Sistema pode controlar seu comportamento, com base em informações sobre esse mesmo comportamento e sobre o objetivo que pretende atingir. 31 Consequências da Cibernética na Administração Automação e Informática. 2.3 - TEORIA MATEMÁTICA OU PESQUISA OPERACIONAL (quando aplicada aos problemas administrativos) Ferramenta utilizada no processo decisório, tratando-o de modo lógico e racional. ORIGENS: Concebida da PO durante a II Guerra Mundial, foi utilizada para melhoria dos armamentos e técnicas militares. Após a guerra (1945) passou a ser utilizada nas empresas públicas e privadas. IDÉIAS CENTRAIS: Pretende criar uma Ciência da Administração em bases lógicas. Ênfase na Tomada de Decisão e julgamento objetivo; Construir modelos matemáticos capazes de simular situações reais na empresa. PRINCIPAIS AUTORES: Von Neumann e Morgenstern Teoria dos Jogos (1947); Wald e Savage Teoria Estatística da Decisão (1954); Herbert Simon Teoria das Decisões. 2.4 - TEORIA DE SISTEMAS Década de 60 ORIGEM: É um dos ramos da Teoria Geral dos Sistemas. Além das divisões por Tipos (Concretos/Abstratos) e por Estrutura ou Parâmetros (Entrada/Processamento/Saída/Retroação/Ambiente), os Sistemas também podem ser classificados quanto à sua Natureza, a saber: 32 Sistemas Fechados São aqueles que não apresentam intercâmbio com o meio ambiente que os circunda; Sistemas Abertos São os que apresentam relações de intercâmbio com o ambiente, através de entradas e de saídas, constituindo um todo sinérgico. Novas denominações surgidas a partir da TS: Sistema Solar Astronomia; Sistema Social Sociologia; Sistema Monetário Economia; Sistemas Nervoso, Digestivo e Respiratório Fisiologia. O conceito de sistemas dominou as ciências e, principalmente, a Administração. A TS introduziu-se na Teoria Administrativa por várias razões: Necessidade de uma síntese e integração das teorias que a precederam, pois todas tinham um ponto fraco que era a microabordagem; A Cibernética permitiu o desenvolvimento e operacionalização das idéias que convergiam para uma teoria de sistemas aplicada à Administração; Os bem sucedidos resultados da aplicação da TS nas demais ciências (abordagem holística). Principal Autor: Ludwig Von Bertalanffy (biólogo alemão)
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