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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Conceito – É a verificação da compatibilidade entre as leis e atos normativos com a Constituição Federal. Numa definição mais abrangente, podemos denominar o controle de constitucionalidade como o controle na qual consiste justamente na fiscalização da adequação (da compatilbidade vertical) das leis e demais atos normativos editados pelo Poder Público com os princípios e geras existentes em uma constituição rígida, para que se garanta que referidos diplomas normativos respeitem, tanto no que se refere ao seu conteúdo, quanto à forma como foram produzidos, os preceitos hierarquicamente superiores ditados pela carta magna. 
Ele não recai apenas sobre lei, recai também sobre atos normativos. Ex. Medida Provisória
Tipos de inconstitucionalidade – Temos dois tipos previstos de inconstitucionalidade, sendo a primeira, denominada de inconstitucionalidade material, e a segunda, inconstitucionalidade formal. 
Material – Nesta primeira modalidade, devemos observar que o vício está contido na matéria ou conteúdo da norma. Ex. Um exemplo acerca deste feito seria um estabelecimento de pena de morte.
Formal – É o vício no processo de criação da lei. 
Tipos de Controle
Agora, quem é que faz esse controle de constitucionalidade?
Primeiramente, temos dois tipos de controle, preventivo e repressivo.
Preventivo – é aquele que ocorre antes do nascimento da lei. É este o que impede o nascimento da lei inconstitucional. Ele ocorre através:
1 – Comissão de constituição e Justiça (CCJ); 
2 – Veto Jurídico (Realizado pelo chefe do poder do executivo); 
O controle mais importante é o controle repressivo. Neste a lei já é existente, e quem faz no Brasil este controle é o Poder Judiciário. É feito de duas maneiras, difuso e concentrado. 
O controle difuso é o controle norte americano, foi trazido ao Brasil na Constituição em 1991. Este, significa que qualquer juiz pode declarar uma lei inconstitucional desde que haja um caso concreto. Os efeitos desta decisão são apenas interpartes. Os tribunais também podem fazer este controle, no entanto, somente poderá faze-los nos termos do art. 97 da CF respeitando a cláusula de reserva do plenário. Significa que os tribunais podem declarar uma lei inconstitucional por maioria absoluta de seus membros.
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. 
Agora, se este controle chegar ao STF, este também pode declarar inconstitucional, no entanto, sempre devemos relembrar que o efeito é inter partes, mas o STF tem entendido que em alguns casos os efeitos podem ser erga omnes. 
Controle concentrado é feito por via de ação. É feita por via de ações constitucionais. Temos cinco ações: ADIn (genérica), ADIn (interventiva), ADIn (por omissão), ADC (atos declaratórios de constitucionaldiades), e ADPF (arguição de descumprimento preceito fundamental).
Importante frisarmos, que o art. 102 da Constituição Federal, em seu inciso I preleciona que a competência para julgar ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual (ADIn) e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal (ADECON) é competência originária do Supremo Tribunal Federal.
Temos três características acerca da lei que para fins de controle deve possuir, são elas: abstração, a generalidade e a autonomia. 
A abstração, refere-se a exigência de que a lei trate de situações hipotéticas, não devendo disciplinar casos concretos. A generalidade, se refere à necessidade de que a lei alcance, indistintamente, a todos que se enquadrem na hipótese por ela disciplinada, não se destinando à disciplina de casos individuais, particulares. Por fim, para que seja necessário ser objeto de controle de constitucionalidade, a lei deve ser dotada pela característica da autonomia, sendo esta, aquela em que possua ausência de subordinação da lei a qualquer outra lei ou diploma normativo, mas apenas à própria constituição. 
Apenas para consubstanciar nosso entendimento, devemos aqui conotar o significado dos atos normativos. São estes, por sua vez, todos os demais atos editados pelo Poder Público, revestido de indiscutível conteúdo normativo, e com as mesmas características anteriormente citadas. 
Capítulo - Meios de Controle de Constitucionalidade por via de Ação
Em primeira análise, devemos compreender que algumas espécies de normas em que referido controle não é admitido. Dentre estas, temos, por exemplo, das normas constitucionais editadas pelo poder constituinte originário, das normas infraconstitucionais anteriores à constituição, dos atos normativos secundários e das súmulas dos tribunais. 
Abaixo, segue uma lista para facilitar o entendimento:
° Normas constitucionais editadas pelo poder constituinte originários;
° Normas infraconstitucionais anteriores à constituição; 
º Atos normativos secundários e das súmulas dos tribunais. 
Normas específicas sujeitas ao controle de constitucionalidade (REVISAR TÓPICO)
Emendas à Constituição;
Decretos;
Tratados e acordos internacionais;
Medidas Provisórias;
Normas não sujeitas ao controle de constitucionalidade
Normas constitucionais editadas pelo poder constituinte originário;
Normas infraconstitucionais anteriores à constituição;
Normas secundárias;
Súmulas dos Tribunais;
Atos estatais não revestidos de abstração e generalidade;
Leis revogadas;
Primeiramente em relação a ADIn (genérica). Nesta, se houver uma lei federal chocando com a constituição quem irá julgar é o STF. Se for lei estadual chocando com a constituição quem irá julgar é o STF. Se houver lei chocando com a constituição do estado, nesta, será julgada o TJ (Tribunal de Justiça). Se houver lei municipal chocando com a constituição federal, neste caso não caberá ADIn. 
O que pode ser objeto de ADIn? 
1 - Emenda constitucional;
2 - Uma lei anterior a constituição não pode ser objeto de ADIn. 
E uma norma constitucional originária, pode ser objeto ou não de ADIn? Neste caso, ela não pode ser objeto de ADIn. 
Quem é que pode ajuizar ADIn?
Está no art. 103 da Constituição Federal.
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade:
 I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
V o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
IX - Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
Quais são os efeitos da ADIn? 
Primeiramente, o efeito é erga omnes, efeito vinculativo e efeito ex tunc. No entanto, o supremo pode manipular os efeitos da ADIn. 
Quando que o poder legislativo irá fazer controle repressivo de constitucionalidade?
1 – Fará em se tratando de medida provisória. Ele irá analisar a medida provisória, por exemplo, do presidente da república. Após esta medida ser enviada ao congresso, esta medida pode ser rejeitada, pois o mesmo pode entender que essa medida não é constitucional ou é irrelevante. Neste caso temos o controle repressivo.
2 – Neste, temos a previsão do art. 49, V da Constituição Federal a qual fala da lei delegada. Ex. O congresso delega ao presidente da república a possibilidade de se fazer uma lei sobre um assunto específico e o presidente, por sua vez, extrapola os limites desta delegação. Neste caso, pode o legislativo barrar essa lei delegada.
Quando que o judiciário pode fazer controle preventivo de constitucionalidade?
O controle preventivo é aquele a qual não deixa a lei nascer. Temos de início duas hipóteses as quais são feitas pela C.C.J e também temos o segundo a qual é o veto jurídico feito pelo chefe do executivo. 
Noentanto, temos a terceira a qual é feita pelo poder judiciário. No caso em tela, um parlamentar pode impetrar mandado de segurança contra um projeto de lei que na sua opinião é inconstitucional. Neste caso, ele irá ou poderá alegar que ele na condição de parlamentar deverá participar da elaboração do projeto de lei. (devido processo legal)
Cabe ADIn de lei municipal?
Depende, lei municipal que fere a CF não cabe ADIn, pois o supremo irá julgar se for lei federal ou estadual. Mas se uma lei municipal contrariar.
CAPITULO – ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL (ADPF)
Arguição de descumprimento de preceito fundamental é uma ação de controle concentrado de constitucionalidade. 
Tem efeito erga omnes
Para nós o controle concentrado de constitucionalidade tem vínculo com a lei. 
Artigos 97, 102,103 da CF. 
O STF é quem realiza o controle concentrado julgando ADIN, ADECON e ADPF. 
Essas ações especiais que serão julgados no STF. 
Quem deve propor essas ações? É a lei 9882/99 no artigo 2.º está dito quem pode propor. São os legitimados para ação direta de inconstitucionalidade – a constituição diz no art. 103 quem pode propor ADIN e ADECON e ADPF.
R: Presidente da República, Pres. da Mesa do Senado, Mesa da Câmara dos Deputados, Governador do Estado ou DF, Procurador Geral da República. 
Nota. Adin interventiva apenas o PGR.
O Conselho Federal da Ordem pode propor ADIN, ADECON e ADPF. 
Outros que podem propor são os partidos políticos com representação nacional. Devem ter um Dep. Fed ou um Senador. 
Uma confederação sindical – Um grupo de federações. 
Entidade Classe de âmbito Nacional.
O Art. 103 é o que cai em prova. 
As pessoas que podem propor ADIN estão inseridas no art. 103.
Onde será julgado a ADPF?
A ADPF será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal na forma da lei. Ou seja, precisa-se de uma lei ordinária (federal) para dar efetividade para a ADPF. 
É a lei 9882/99.
Se está dito nos termos da lei que o STF deve julgar, isto é competência originária? Sim, as matérias do art. 102 quem deve julgar é o STF. 
No art. 102, §1 tem mais um exemplo de competência originária do Supremo. 
A lei não diz o que é preceito fundamental, isto é uma criação dos próprios profissionais do direito. É uma construção doutrinaria e jurisprudencial. 
Preceitos são normas previstas na constituição. 
Temos normas infras que contrariam normas constitucionais. 
A lei 9882/99 ampliou indevidamente a competência do STF, inclusive para julgar lei e atos municipais em controle concentrado. 
Se temos uma lei anterior a constituição serão controlados na forma concentrada. 
Só se pode utilizar a ADPF quando não houver mais mecanismos para sanar a lesão. 
Lembrando que o controle difuso atinge as partes e o concentrado tem efeito erga omnes.
A ADPF faz parte do controle concentrado;
Quem pode propor ADIN
Efeito erga omnes
Foro – SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Em regra, os efeitos da ADPF são ex tunc, no entanto, podem ser ex nunc, tendo em vista razão de segurança jurídica. Ou seja, modulação temporal.
Quais são os efeitos de arguição de descumprimento fundamental?
São erga omnes, vinculante e ex tunc. Lembrando que estes efeitos podem ser modulados. 
CAPITULO – REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS 
O que são os remédios constitucionais?
Na constituição encontramos várias garantias e direitos fundamentais. Direito é uma norma de conteúdo declaratório, já garantia é um meio assecuratório, por exemplo, habeas corpus. Elas tem como modos “ações constitucionais”, denominadas também como “remédios constitucionais”. 
1 – Habeas Corpus – É um remédio previsto no art. 5, inciso LXVIII, destinado a liberdade de locomoção (direito de ir e vir). 
Quem pode impetrar habeas corpus? Qualquer pessoa. Qualquer pessoa pode impetrar 
habeas corpus em favor de qualquer pessoa. 
Não há necessidade de ser advogado. 
Pode ser preventivo ou repressivo.
Será preventivo quando existente mera ameaça à liberdade de locomoção. 
No repressivo, esse ato constrangedor já existe. Ex. prisão ou processo irregular. 
2 - Mandado de Segurança
Serve para tutelar qualquer direito líquido e certo, desde que não amparado nem por habeas corpus ou habeas data. Ele é subsidiário, ele cabe quando não couber nem habeas corpus ou habeas data. Cabe quando ato praticado por autoridade pública ou pessoa jurídica no exercício de função pública. 
Quem pode impetrar? Apenas o titular do direito líquido e certo, acompanhado de advogado. Deve existir capacidade postulatória. 
Tem prazo para a impetração? Sim, a lei 1533/31. O prazo é de 120 dias a contar do conhecimento daquele ato que não reconheceu direito líquido e certo. 
Pode ser preventivo ou repressivo. (Mesma forma do habeas corpus)
3 - Mandado de Segurança Coletivo – Art. 5, inciso LXX.
O coletivo tem duas diferenças, ele se destina a tutelar os direitos difusos e meta individuais, e outra diferença seriam os legitimados que podem impetrar. São estes, partidos políticos como representação no congresso, organização sindical, entidade de classe, também podem impetrar associação. Não é qualquer associação, deve ser plenamente constituída e com funcionamento de um ano. 
4 - Habeas Data
É uma ação constitucional destinada a tutelar o acesso a informação sobre dados pessoais que estão em banco de dados de caráter público. 
Para se impetrar o habeas data é necessário que na instancia administrativa ocorra a negativa da informação. Primeiramente se busca a via administrativa, ocorrendo a negativa, torna-se possível a impetração. 
É necessária capacidade postulatória.
5 - Mandado de Injunção 
É um remédio que tem por objetivo buscar um complemento de uma norma constitucional de eficácia limitada. Ex. A norma me dá um direito, no entanto ela precisa de um complemento, se este complemento não vem cabe mandado de injunção. 
Qualquer titular desse direito.
6 - Ação Popular
Também prevista no artigo 5 da CF. É um remédio que pode ser ajuizado por qualquer cidadão. 
Cidadão é a pessoa física, brasileiro e no gozo de seus direitos políticos. Ou seja, estrangeiro não pode, pessoa jurídica. A partir dos 16 anos a pessoa pode ajuizar ação popular. 
A ação popular serve proteger o patrimônio público, meio ambiente, patrimônio histórico e cultural e também serve para proteger a moralidade administrativa. Devemos lembrar que nem tudo que é legal é moral.
Perguntas:
1 – Quem pode impetrar o habeas corpus?
Devemos guardar uma regra, pode ser impetrado por qualquer pessoa em favor de qualquer pessoa. 
Brasileiro, estrangeiro – desde que impetrado em língua portuguesa. 
Pessoa jurídica não pode impetrar – segundo Supremo Tribunal Federal.
Promotor de Justiça também pode impetrar.
Já o juiz ele não impetra mas concede o habeas corpus. 
Menor de 18 anos pode impetrar habeas corpus. 
Exceção – pessoa jurídica.
2 – Em favor de quem pode ser impetrado habeas corpus?
Em princípio, qualquer pessoa. (Pessoa física)
Pessoa jurídica não pode ser paciente no habeas corpus, pois pessoa jurídica não tem direito a liberdade de locomoção. Como o habeas corpus é justamente para tutelar direito de locomoção, então não é passível. 
Não pode ser impetrado habeas corpus em favor de animal, pois o animal não é titular de direito fundamental e não sujeito de direito. 
3 – Quem pode impetrar mandado de segurança coletivo?
A resposta está no artigo 5, LXX da CF, partido político com representação no congresso nacional; organização sindical, entidade de classe e as associações (legalmente constituída e com funcionamento a pelo menos um ano).
4 – Quais são as finalidades do Habeas data?
Existem três finalidades: busca do acesso a informação de dados pessoais ou em entidades públicas ou correção de dados, informações. Por último, temos a impetração para se pleitear a anotação que consta em um dado pessoal. 
5 – Quais são os efeitos do mandado de injunção?
O mandado de injunção produz efeitos concretos, significa que a decisão do STF podegerar efeitos concretos. 1 – caso é o direito de greve do servidor público. 
Podem produzir eficácia completa.

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