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Direito Administrativo - Agentes (Apostila 4)

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1 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO PADRE ANCHIETA – CURSO DE DIREITO 
DISCIPLINA: DIREITO ADMINISTRATIVO I 
PROFA. MS. SIMONE ZANOTELLO DE OLIVEIRA 
 
APOSTILA 4 – AGENTES PÚBLICOS 
 
Esta apostila foi elaborada com base no resumo das principais obras de Direito 
Administrativo sobre o tema, destacando: 
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27. ed. São 
Paulo : Atlas, 2014 
DI PIETRO, Maria Sylvia. Direito administrativo. 27. ed. São Paulo : Atlas, 2014. 
GASPARINI, Diogenes. Direito administrativo. 13. ed. São Paulo : Saraiva, 2008. 
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 39. ed. São Paulo : Malheiros, 
2013. 
 
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 29. ed. São Paulo : 
Malheiros, 2012. 
 
 
AGENTES PÚBLICOS 
Conceito – é toda pessoa física que presta serviços ao Estado e às pessoas jurídicas da 
Administração Indireta 
 
CLASSIFICAÇÃO 
1. Agentes políticos 
2. Servidores públicos (ou agentes administrativos) 
3. Militares 
4. Particulares em colaboração com o Poder Público 
Agentes políticos – são os titulares dos cargos estruturais para a organização política do 
país, ou seja, são os ocupantes dos cargos que compõem o arcabouço constitucional do 
Estado e, portanto, o esquema fundamental do poder. Sua função é de formadores da 
vontade superior do Estado (Celso Antonio Bandeira de Mello). A ideia de agente político 
liga-se à ideia de governo e de função política. 
São eles: Presidente da República, Governadores, Prefeitos, Senadores, Deputados, 
Vereadores (todos eleitos) e Ministros, Secretários Estaduais, Secretários Municipais (livre 
nomeação), Magistrados e Membros do Ministério Público. 
 
 
2 
 
 
Servidores públicos – sentido amplo – pessoas físicas que prestam serviços ao Estado e 
às entidades da Administração Indireta, com vínculo empregatício e mediante remuneração 
paga pelos cofres públicos. 
Compreendem: 
a) Servidores estatutários – sujeitos ao regime estatutário e ocupantes de cargos 
públicos – Obs. Regime estatutário é o estabelecido por lei em cada unidade da 
federação. 
b) Empregados públicos – contratados sob o regime da legislação trabalhista e 
ocupantes de empregos públicos. Obs. Embora sujeitos à CLT, submetem-se a 
todas as normas constitucionais referentes à investidura (prestam concurso público), 
à acumulação de cargos, aos vencimentos, dentre outras. Não possuem estabilidade 
– mas demissão precisa ser motivada. 
c) Servidores temporários – contratados por tempo determinado para atender à 
necessidade temporária de excepcional interesse público – exercem função, sem 
estarem vinculados a cargo ou emprego público. Obs. Exercem função temporária, 
mediante regime jurídico especial a ser disciplinada na lei de cada unidade da 
federação. 
Militares – pessoas físicas que prestam serviços às Forças Armadas – Marinha, Exército 
e Aeronáutica, e às Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares dos Estados, Distrito 
Federal e dos Territórios. 
O regime jurídico é definido por legislação própria dos militares, que estabelece normas 
sobre ingresso, limites de idade, estabilidade, transferência para inatividade, direitos, 
obrigações, remuneração, prerrogativas, etc. 
Particulares em colaboração com o Poder Público – pessoas físicas que prestam 
serviços ao Estado, sem vínculo empregatício, com ou sem remuneração. 
Compreendem: 
a) delegação do Poder Público – empregados das concessionárias e permissionárias 
de serviços públicos; serviços notariais e de registro; leiloeiros, tradutores e 
intérpretes públicos, etc. A remuneração é paga pelos terceiros usuários dos 
serviços. 
b) requisição, nomeação ou designação – exercício de funções públicas relevantes – 
jurados, mesários, etc. Em geral, não recebem remuneração. 
c) gestores de negócios – assumem determinada função pública em momento de 
emergência (epidemias, enchentes, incêndios, etc.) 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS AOS SERVIDORES 
REGIME JURÍDICO – NATUREZA DO VÍNCULO ENTRE O SERVIDOR E O ESTADO 
Regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da Administração Pública 
Direta, autarquias e fundações públicas. 
(Importante: STF – Adin 2135/DF – suspendeu a vigência do art. 39, caput, da CF, com a 
redação dada pela EC 19/98 – exclusão de regime único) 
Âmbito federal – Lei 8.112/90 – lei que abrange os servidores públicos civis da União – 
não abrange os militares e de outros entes federados. 
Cada ente federado possui sua legislação própria. 
 
CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICA 
CARGO – é a mais simples unidade de poderes e deveres estatais a serem expressos por 
um agente - as competências previstas na CF são distribuídas entre os órgãos, cada qual 
dispondo de determinado número de cargos criados por lei, que lhes confere denominação 
própria, atribuições e padrão de vencimento ou remuneração – tem vínculo estatutário. 
Portanto, cargo público é um conjunto de atribuições e responsabilidades acometidas a um 
servidor, com previsão na estrutura da Administração Pública. 
EMPREGO – também é uma unidade de atribuições – o ocupante de emprego público tem 
vínculo contratual, sob a regência da CLT 
FUNÇÃO – conjunto de atribuições às quais não corresponde um cargo ou emprego 
(conceito residual) 
Situações: 
- função exercida por servidores contratados temporariamente – não se exige, 
necessariamente, concurso público 
- função de natureza permanente – chefia, direção e assessoramento – funções de 
confiança e cargos em comissão – de livre provimento e exoneração 
 
PROVIMENTO E VACÂNCIA 
PROVIMENTO – é o ato pelo qual o servidor público é investido no exercício do cargo, 
emprego ou função – é ocupação. 
 
Provimento originário – que vincula inicialmente o servidor – por nomeação ou contratação 
 
 
4 
 
Provimento derivado – depende de um vínculo anterior do servidor com a Administração. 
São espécies de provimentos derivados: a promoção, a readaptação, a reversão, o 
aproveitamento, a reintegração e a recondução: 
- Promoção – (alguns chamam de acesso) - forma de provimento derivado pela qual o 
servidor passa para cargo de maior grau de responsabilidade e maior complexidade de 
atribuições, dentro da carreira a que pertence. É ao mesmo tempo ato de provimento no 
cargo superior e de vacância no cargo inferior. Nele podem estar critérios como antiguidade 
e merecimento. 
- Readaptação – é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades 
compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental 
verificada em inspeção médica. 
- Reversão – é o retorno do servidor público aposentado, quando a razão da aposentadoria 
deixa de existir, ou quando o servidor aposentado pede para retornar (nesse caso, será 
analisado também o interesse da Administração) 
- Aproveitamento – reingresso, no serviço público, do funcionário em disponibilidade, 
quando haja cargo vago de natureza e vencimento compatíveis com o anteriormente 
ocupado. 
- Reintegração – reingresso do servidor demitido, quando seja invalidada a sua demissão 
por decisão judicial ou administrativa, sendo-lhe assegurado ressarcimento das vantagens 
ligadas ao cargo. 
- Recondução – reingresso do servidor em duas hipóteses: a) servidor é reconduzido 
quando aquele que foi demitido é reintegrado; b) servidor é reconduzido quando é 
reprovado no estágio probatório de um novo cargo. 
Importante: A reintegração, a recondução e o aproveitamento só podem ocorrer quando o 
servidor for estável. 
 
Provimento efetivo – é o que se faz em cargo público, mediante nomeação por concurso 
público, assegurando ao servidor, após três anos de exercício, o direito de permanência no 
cargo (estabilidade).Provimento vitalício – é o que se faz em cargo público, mediante nomeação, por concurso 
público ou não, assegurando ao funcionário o direito à permanência no cargo, do qual só 
pode ser destituído por sentença judicial transitada em julgado. Ex. Magistratura, Tribunal 
de Contas, Ministério Público. 
Provimento em comissão – é o que se faz mediante nomeação para cargo público, 
independentemente de concurso e em caráter transitório. 
 
VACÂNCIA – é o ato administrativo pelo qual o servidor é destituído do cargo, emprego ou 
função. É desocupação. 
 
 
5 
 
Decorre de exoneração, demissão, aposentadoria, promoção, falecimento, readaptação e 
posse em outro cargo inacumulável. 
Alguns conceitos importantes: 
Exoneração – ocorre a pedido ou ex officio – não é penalidade – no caso de cargo efetivo, 
ocorre quando não satisfeitas as exigências do estágio probatório ou quando, tendo tomado 
posse, o servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido. 
Demissão – constitui penalidade pela prática de ilícito administrativo – desliga o servidor 
dos quadros do funcionalismo. 
Aposentadoria - inatividade remunerada, assegurado ao servidor público em caso de 
invalidez, idade ou requisitos conjugados de tempo de exercício no serviço público e no 
cargo, idade mínima e tempo de contribuição. 
Promoção – (alguns chamam de acesso) - forma de provimento derivado pela qual o 
servidor passa para cargo de maior grau de responsabilidade e maior complexidade de 
atribuições, dentro da carreira a que pertence. É ao mesmo tempo ato de provimento no 
cargo superior e de vacância no cargo inferior. Nele podem estar critérios como antiguidade 
e merecimento. 
É diferente de progressão, pois nesta não há mudança de cargo, mas somente um 
acréscimo de remuneração no mesmo cargo. 
Readaptação – é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades 
compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental 
verificada em inspeção médica. 
 
IMPORTANTE 
A transferência (mudar de carreira com apenas um concurso) e a ascensão (passar num 
concurso mais fácil e ir ascendendo) foram declarados inconstitucionais pelo STF, pois 
ofendem o princípio do concurso público. 
 
REMOÇÃO E REDISTRIBUIÇÃO 
Remoção – é do servidor – pode ser de ofício ou a pedido – dentro do mesmo quadro de 
carreira – com ou sem mudança de sede. 
Redistribuição – é do cargo – deslocamento do cargo de provimento efetivo vago ou não – 
 
REMUNERAÇÃO 
A remuneração é composta de duas partes – uma fixa, representada pelo padrão fixado em 
lei, e outra variável de servidor para servidor. 
 
 
6 
 
Portanto: 
Remuneração = vencimento básico + vantagens pecuniárias 
Vencimento básico = retribuição pecuniária pelo serviço prestado no cargo em que ocupa. 
Vantagens pecuniárias = tudo aquilo que acresce ao vencimento básico – gratificação (de 
função, natalina, de curso ou concurso), adicional (insalubridade, periculosidade e 
penosidade) ou indenização (diária, ajuda de custo, transporte, auxílio moradia) 
Valor mínimo para a remuneração do servidor = pelo menos um salário mínimo. 
Descontos na remuneração – descontos legais; mediante decisão judicial; empréstimo 
consignado; servidor em dívida com o erário. 
 
SUBSÍDIO – parcela única, que exclui vantagens pecuniárias variáveis – no entanto, pode 
receber “indenização”. 
São remunerados por subsídio: 
- todos os membros de Poder (Legislativo, Executivo e Judiciário da União, Estados e 
Municípios), o detentor de mandato eletivo, Ministros, Secretários Estaduais e Municipais. 
- membros do Ministério Público 
- integrantes da Advocacia Geral da União, Procuradores de Estado e do DF e os 
Defensores Públicos 
- Ministros do Tribunal de Contas 
- servidores públicos policiais 
Remuneração e subsídio - somente podem ser fixados ou alterados por lei específica - 
exigem revisão anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices – necessidade 
de existência de dotação orçamentária. 
 
Limites com pessoal – União = 50% da receita corrente líquida // Estados e Municípios = 
60% da receita corrente líquida 
Irredutibilidade de subsídio e de vencimentos – art. 37, XV, CF – respeitados os tetos 
constitucionais. 
Outros conceitos: 
- provento – é a retribuição pecuniária a que faz jus o aposentado. 
- pensão – é o benefício pago aos dependentes do servidor falecido. 
 
 
 
7 
 
Jornada de trabalho – diária = 6 a 8 horas / semanal = 40 horas / permissivo de 2 horas 
extras por dia. 
Férias – período de 30 dias (exceto operador de raio X – 20 dias de férias consecutivas por 
semestre) - adicional de 1/3 da remuneração – pode ser parceladas em até 3 etapas 
requeridas pelo servidor e no interesse da Administração – pode acumular até 2 períodos 
– interrupção das férias: calamidade pública, comoção interna, jurado, serviço militar ou 
eleitoral, necessidade do serviço. 
 
Licenças – com ou sem remuneração – hipóteses: 
- por motivo de saúde em pessoa da família; 
- por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro; 
- para o serviço militar; 
- para atividade política; 
- para capacitação; 
- para tratar de interesses particulares; 
- para desempenho de mandato classista. 
 
DIREITO DE ACESSO AOS CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÕES PÚBLICAS 
Para brasileiros que preencham os requisitos da lei, abrangendo natos e naturalizados. 
Estrangeiros – estende-se também a eles, na forma da lei. Essa lei ainda não foi editada. 
Pode ser lei de cada ente federado. Há órgãos que já preveem contratação de 
estrangeiro. (ex. art. 5º., § 3º., LEI 8.112/90 – Regime jurídico dos servidores públicos civis da 
União, das autarquias e das fundações públicas federais. - As universidades e instituições de 
pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, 
técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta lei. 
Também estendido ao cidadão português c/ igualdade de direito e obrigações (Art. 12, § 
1º., da CF / Decreto 70.436/72) 
 
IMPORTANTE - A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia 
em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a 
complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações 
para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração – art. 37, II, CF 
 
CONCURSO PÚBLICO – procedimento aberto a todos os interessados, vedando-se 
concursos internos. 
 
 
8 
 
É uma séria complexa de procedimentos para apurar as aptidões pessoais apresentadas 
por um ou vários candidatos que se empenham na obtenção de uma ou mais vagas e que 
submetem voluntariamente seus trabalhos e atividades a julgamento de comissão 
examinadora. (José Cretella Júnior) 
Servidor temporário – contratação mediante processo seletivo simplificado - Lei 8.745/93 - 
Dispõe sobre a contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de 
excepcional interesse público, em âmbito federal (processo seletivo simplificado ou concurso 
simplificado) 
Funções de confiança para direção, chefia e assessoramento – não exigem concurso público, pois 
são exercidas por servidores ocupantes de cargo efetivo. 
Abrange toda a Administração Direta, bem como a Indireta: 
• Autarquias; 
• Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; 
• Sociedades de Economia Mista; 
• Empresas Públicas; 
• Demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, mesmo que 
visem a objetivos estritamente econômicos, em regime de competitividade com a 
iniciativa privada. 
• Conselhos profissionais (natureza autárquica) 
 
Prazo do concurso – até 2 anos – prorrogável por igual período, por uma vez,a critério da 
Administração 
 
Etapas do procedimento de acesso: Concurso – Aprovação – Nomeação – Posse – 
Exercício - Estágio probatório (3 anos) 
Nomeação é ato de provimento originário – é unilateral. Em âmbito federal, após a 
nomeação, trinta dias para tomar posse. Após a posse, quinze dias para o efetivo exercício. 
Importante: a investidura ocorre no momento em que se toma posse – daí a pessoa passa 
a ser servidora. 
Nomeação dentro do número de vagas – tem sido reconhecido como direito subjetivo pela 
jurisprudência, pois a Administração estaria vinculada ao número de vagas disposto em 
edital. 
 
Pessoas portadoras de deficiência nos concursos públicos – reserva de no mínimo 5% das 
vagas – em âmbito federal, o limite máximo é de 20%¨ 
 
 
9 
 
 
IMPORTANTE - Súmula 683 do STF – o limite de idade para a inscrição em concurso 
público só se legitima em face do art. 7º., XXX, da Constituição, quando possa ser 
justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. 
Igualdade de participação nos concursos – requisitos diferenciados somente poderão ser 
solicitados se amparados em lei – princípio da razoabilidade – que se justificam em razão 
da natureza do cargo 
 
 
DIREITO DE GREVE E LIVRE ASSOCIAÇÃO SINDICAL 
Art. 37, VI e VII, da CF – assegura ao servidor público o direito à livre associação sindical 
e o direito de greve, que será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica. 
Direito à livre associação sindical – é autoaplicável 
Direito à greve – mediante lei – que poderia ser editada por cada ente federado – até o 
momento a legislação não existe. O STF entendeu pela aplicação da Lei 7.783/89 (lei de 
greve do setor privado) aos servidores públicos até que seja suprida a omissão legislativa, 
naquilo que for compatível. 
 
PROIBIÇÃO DO ACÚMULO DE CARGOS 
É vedada a acumulação de cargos públicos, exceto quando houver compatibilidade de 
horários, observado, em qualquer caso, o teto de vencimento ou subsídio. 
Podem ser para: 
- dois cargos de professor 
- um cargo de professor com outro técnico ou científico 
- dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões 
regulamentadas 
- o juiz com um cargo de magistério 
- o promotor com um cargo de magistério 
- o vereador – que poderá continuar exercendo seu cargo se houver compatibilidade de 
horário, recebendo pelos dois. 
 
 
 
 
 
10 
 
ESTABILIDADE 
Estabilidade é a garantia de permanência no serviço público assegurada após 3 anos de 
efetivo exercício – chamado estágio probatório. 
O estágio probatório tem por finalidade apurar se o servidor apresenta condições para o 
exercício do cargo, referentes à moralidade, assiduidade, disciplina e eficiência. Deve se 
submeter à avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. 
Não confirmados os requisitos, caberá exoneração ex officio, desde que assegurado ao 
interessado do direito de defesa. 
Perda do cargo por servidor estável: 
- mediante sentença judicial transitada em julgado ou processo administrativo disciplinar, 
em que seja garantida a ampla defesa. 
- para cumprir o limite de pessoal exigido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (ações: 
redução de 20% com cargos em comissão e funções de confiança; exoneração de 
servidores não estáveis; exoneração de servidores estáveis – nesse último caso, o cargo 
será extinto e não poderá ser novamente criado no prazo de 4 anos – o servidor fará jus a 
indenização de um mês de remuneração por ano de serviço). 
IMPORTANTE: 
- DISPONIBILIDADE – garantia de inatividade remunerada, assegurada ao servidor 
estável, em caso de ser extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade. 
- APROVEITAMENTO – reingresso, no serviço público, do funcionário em disponibilidade, 
quando haja cargo vago de natureza e vencimento compatíveis com o anteriormente 
ocupado. 
 
AFASTAMENTO PARA EXERCÍCIO DE MANDATO ELETIVO 
O art. 38 da CF assegura ao servidor público em exercício de mandato o direito de ficar 
afastado do cargo, emprego ou função, computando-se esse tempo para todos os efeitos 
legais, exceto para promoção por merecimento. 
IMPORTANTE: 
Prefeito – afasta-se do cargo, mas pode optar pela melhor remuneração. 
Vereador – se houver compatibilidade de horário, pode exercer o cargo e o mandato, 
recebendo de ambos. Se não houver compatibilidade de horário, afasta-se do cargo, mas 
pode optar pela melhor remuneração. 
 
 
 
 
 
11 
 
APOSENTADORIA 
Aposentadoria é o direito à inatividade remunerada, assegurado ao servidor público em 
caso de invalidez, idade ou requisitos conjugados de tempo de exercício no serviço público 
e no cargo, idade mínima e tempo de contribuição. 
Portanto, temos aposentadoria por invalidez, compulsória (aos 70 anos) e voluntária. 
Regimes previdenciários – regime geral da previdência social (igual ao trabalhador privado) 
e regime próprio do servidor 
Previdência complementar – EC 20 – outorgou à União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios a possibilidade de instituírem regime de previdência complementar para os seus 
servidores titulares de cargo efetivo, ou seja, para o regime próprio do servidor. 
A instituição não é obrigatória, ficando a critério de cada ente. Quando instituído o regime 
de providência complementar, poderão tais servidores ficar sujeitos ao limite máximo do 
regime geral de previdência social. 
No âmbito federal, o regime de previdência complementar foi criado pela Lei 12.618/12. 
 
RESPONSABILIDADE DO AGENTE PÚBLICO (ADMINISTRATIVA, PENAL, CIVIL) – 
IMPROBIDADE 
O servidor público sujeita-se à responsabilidade civil, penal e administrativa, havendo total 
independência entre as esferas. 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL 
É de ordem patrimonial e decorre do art. 186 do CC – todo aquele que causa dano a outrem 
é obrigado a repará-lo. 
Para o ilícito civil exige-se: 
- ação ou omissão antijurídica 
- culpa ou dolo na responsabilidade subjetiva; na responsabilidade objetiva não se exige 
culpa ou dolo. 
- relação de causalidade entre a ação ou omissão e o dano verificado. 
- ocorrência de um dano material ou moral. 
Quando o dano é causado por servidor, é necessário distinguir se: 
- é dano causado ao Estado - a responsabilidade é apurada pela própria Administração, 
por meio de processo administrativo com todas as garantias de defesa, e o servidor terá 
descontando dos seus vencimentos a importância necessária para ressarcimento dos 
prejuízos. 
 
 
12 
 
- é dano causado a terceiros – nesse caso, o Estado responde objetivamente, mas fica com 
direito de regresso contra o servidor que causou o dano, desde que tenha agido com dolo 
ou culpa. 
 
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA 
O servidor responde administrativamente pelos ilícitos administrativos definidos na 
legislação estatutária. Apresenta os mesmos elementos do ilícito civil – ação ou omissão 
contrária à lei, culpa ou dolo e dano. 
A infração será apurada pela própria Administração Pública, que deverá instaurar 
procedimento adequado a esse fim, assegurando o contraditório e a ampla defesa. 
Comprovada a infração, o servidor fica sujeito a penas disciplinares. 
 
RESPONSABILIDADE PENAL 
O servidor responde penalmente quando pratica crime ou contravenção. 
Elementos caracterizadores: 
- ação ou omissão antijurídica e típica 
- dolo ou culpa, sem possibilidade de responsabilidade objetiva 
- relação de causalidade 
- dano ou perigo de dano. 
 
COMUNICABILIDADE DE INSTÂNCIAS 
As esferas de responsabilidade são independentes. O servidor poderá responder, ao 
mesmo tempo, por ilícito administrativo, civil e penal, sem caracterizar “bis in idem”. 
Quando a infração pratica é ao mesmo tempo definidaem lei como ilícito penal e ilícito 
administrativo ou civil – instauram-se o processo administrativo disciplinar ou civil e o 
processo criminal, prevalecendo a regra da independência entre as instâncias. No entanto, 
a responsabilidade administrativa ou civil do servidor será afastada no caso de absolvição 
criminal que negue a existência do fato ou da sua autoria. Absolvições por falta de provas, 
por prescrição, não afastam a responsabilidade administrativa ou civil. 
Temos situações em que o fato não constitui crime, mas poderá corresponder a uma 
infração disciplinar. Portanto, se o servidor é absolvido por não constituir o fato infração 
penal, essa ação pode não repercutir no administrativo. 
Quando o funcionário é condenado na esfera criminal, o juízo cível e a autoridade 
administrativa não podem decidir de forma contrária, uma vez que, nessa hipótese, houve 
decisão definitiva quanto ao fato e à autoria. 
 
 
13 
 
A perda do cargo, função pública ou mandato deixou de ser pena acessória e passou a 
constituir efeito da condenação. 
Pela Lei 9.268/96, há perda de cargo, função pública ou mandato eletivo em duas 
hipóteses: 
- quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano nos 
crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração 
Pública. 
- quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a quatro anos nos 
demais casos. 
Os próprios estatutos admitem, em regra, a possibilidade de continuar o funcionário como 
titular do cargo, não obstante condenado em processo criminal, determinado que, no caso 
de condenação, se esta não for de natureza que acarrete a demissão do funcionário, ele 
seja considerado afastado até o cumprimento total da pena, com direito a receber parte da 
remuneração. 
Má conduta na vida privada – segundo a jurisprudência, para se caracterizar como ilícito 
administrativo, tem que ter, direta ou indiretamente, algum reflexo sobre a vida funcional. 
 
RESPONSABILIDADE POR ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA PRATICADA 
POR AGENTE PÚBLICO 
Lei 8.429/92 – Lei de Improbidade Administrativa - coexiste com as sanções civis, penais e 
administrativas e com as sanções dos controles internos e externos 
Elemento subjetivo – verificação de dolo ou culpa 
Art. 9º. – enriquecimento ilícito – exige dolo* 
Art. 10 – atos que causem lesão ao erário – exige culpa ou dolo 
Art. 11 – ações ou omissões que atentem contra os princípios da Administração Pública ou 
que violem os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições 
– exige dolo* 
*A forma culposa enseja responsabilidade administrativa e/ou civil 
 
SANÇÕES DA LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 
- ressarcimento aos cofres públicos 
- perda da função pública 
- suspensão dos direitos políticos 
- pagamento de multa civil 
 
 
14 
 
- proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios e incentivos fiscais 
ou creditícios 
Não se aplicada a teoria da insignificância – STJ – RESP 892.818-RS. 
Incide também aos agentes privados (licitantes/contratados) 
 
IMPORTANTE 
LEI FEDERAL 12.846/2013 – LEI ANTICORRUPÇÃO 
Dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de 
atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira. 
Trata-se de mais uma ferramenta para tentar coibir atos lesivos à Administração. 
Representa um avanço no sentido que dá poderes à Administração para que ela mesma 
possa apurar e penalizar pessoas jurídicas no âmbito administrativo, quando da ocorrência 
da prática de atos lesivos, inclusive com a reparação dos danos causados. Nesse caso, 
entendo ser mais uma ferramenta contra atos de corrupção. 
Entrou em vigor em 29 de janeiro de 2014 
 
A QUEM SE APLICA 
• Sociedades empresárias 
• Sociedades simples 
• Fundações 
• Associações 
• Entidades 
• Pessoas físicas (dirigentes, administradores, ou qualquer pessoa natural autora, 
coautora ou partícipe do ato ilícito) 
• Sociedades Estrangeiras – que tenham sede, filial ou representação no território 
brasileiro 
Constituídas de fato ou de direito, ainda que temporariamente 
Responsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual de seus 
dirigentes ou administradores ou qualquer pessoa natural autora, coautora ou partícipe do 
ato ilícito 
Dirigentes e administradores serão responsabilizados na medida de sua culpabilidade 
 
 
 
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RESPONSABILIZAÇÃO 
A legislação dispõe sobre a responsabilidade objetiva, nas esferas civil e administrativa, a 
exemplo da responsabilidade do próprio Estado, o que significa que não haverá 
necessidade de comprovação da culpa ou dolo da pessoa jurídica, bastando apenas haver 
uma relação de causalidade entre o ato prejudicial e o envolvimento dela. 
Antes, muitas empresas eram flagradas em práticas ilícitas, no entanto argumentavam que 
o ato era isolado de um empregado – era difícil a comprovação da responsabilidade da 
empresa, que afirmava não conhecer a prática 
Com a Lei, o conhecimento é presumido – visto que a empresa tem o dever de saber dos 
atos praticados por seus empregados ou prepostos 
 
CONDUTAS LESIVAS – estão previstas na lei 
 
RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA 
No âmbito administrativo, as sanções previstas são: 
a) multa, no valor de 0,1% a 20% do faturamento bruto do último exercício anterior ao 
da instauração do processo administrativo, excluídos os tributos, a qual nunca será 
inferior à vantagem auferida, quando for possível sua estimação (no caso de não ser 
possível utilizar o critério sobre o valor do faturamento, a multa será de R$ 6.000,00 
a R$ 60.000.000,00); e 
b) publicação extraordinária da decisão condenatória, para que fique de conhecimento 
público. Essas sanções serão aplicadas independentemente da reparação do dano 
por parte da empresa – as custas de publicação serão do condenado 
 
ACORDO DE LENIÊNCIA 
Caso a pessoa jurídica colabore efetivamente com as investigações e o processo 
administrativo 
É uma espécie de “delação premiada” 
Poderá ser celebrado pela autoridade máxima de cada órgão ou entidade 
Da colaboração deve resultar: 
- Identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber 
- Obtenção célere de informações e documentos que comprovem o ilícito sob 
apuração 
BENEFÍCIOS 
 
 
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- Isentará a pessoa jurídica da sanção de publicação e de proibição de receber 
incentivos públicos 
- Reduzirá em até 2/3 o valor da multa aplicável 
NÃO EXIME DO RESSARCIMENTO DOS DANOS CAUSADOS 
 
 
RESPONSABILIDADE JUDICIAL 
Além do âmbito administrativo, a legislação também prevê a responsabilidade judicial, por 
meio de ação ajuizada no Poder Judiciário. Nesse caso, as sanções poderão abranger: 
a) perdimento dos bens, direitos ou valores que representem vantagem ou proveito 
direta ou indiretamente obtidos da infração, ressalvado o direito do lesado ou de 
terceiro de boa-fé; 
b) suspensão ou interdição parcial de suas atividades; 
c) dissolução compulsória da pessoa jurídica – chamada “pena de morte da empresa”; 
d) proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de 
órgãos ou entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas 
pelo poder público, pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos. 
As sanções poderão ser aplicadas de forma cumulativa ou isolada 
Essa ação poderá ser proposta pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, por meio 
de suas respectivas Advocacias Públicas ou órgãos de representação judicial ou 
equivalente, ou pelo Ministério Público 
 
RESPONSABILIZAÇÃO PENAL 
Nesta lei, não há previsão de responsabilidade penal. 
Continua a ser aplicada a responsabilidadecom base no Código Penal e nas leis especiais. 
 
RESPONSABILIDADE DOS AGENTES PÚBLICOS 
A autoridade competente que, tendo conhecimento das infrações da Lei, não adotar as 
providências para a apuração dos fatos será responsabilizada penal, civil e 
administrativamente nos termos da legislação aplicável.

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